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Mato Grosso: mudanças entre as edições

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=== Municípios mais populosos ===
=== Municípios mais populosos ===
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=== Composição étnica ===
=== Composição étnica ===

Edição das 00h33min de 27 de julho de 2020

Predefinição:Não confundir

Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre o estado. Para outros significados, veja Mato Grosso (desambiguação).
Estado de Mato Grosso
[[Ficheiro:|140px|Bandeira de Mato Grosso]] [[Ficheiro:|95px|center|Brasão de Mato Grosso]]
Bandeira Brasão
Lema: Virtute Plusquam Auro

(traduzido do latim, significa: "Pela virtude mais do que pelo ouro")

Hino: Hino de Mato Grosso
Arquivo:Hino do Mato-Grossense.ogg
Gentílico: Mato-grossense

Localização de Mato Grosso no Brasil

Localização
 - Região Centro-Oeste
 - Estados limítrofes Amazonas, Pará, (N); Tocantins, Goiás (L); Mato Grosso do Sul (S); Rondônia e Bolívia (O).
 - Regiões geográficas
   intermediárias
5
 - Regiões geográficas
   imediatas
18
 - Municípios 141
Capital Cuiabá
Governo
 - Governador(a) Mauro Mendes (DEM)
 - Vice-governador(a) Otaviano Pivetta (PDT)
 - Deputados federais 8
 - Deputados estaduais 24
 - Senadores Jayme Campos (DEM)
Carlos Fávaro (PSD)
Wellington Fagundes (PL)
Área
 - Total 903 378,292 km² () [1]
População 2018
 - Estimativa 3 441 999 hab. (17º)[2]
 - Densidade Predefinição:Divide hab./km² (25º)
Economia 2017[3]
 - PIB R$ 126,805 bilhões
  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Aumento (13º)
 - PIB per capita R$ 37,914 mil ()
Indicadores 2010/2015[4][5]
 - Esperança de vida (2015) 74,0 anos (12º)
 - Mortalidade infantil (2015) 17,3‰ nasc. (10º)
 - Alfabetização (2010) 92,2% (11º)
 - IDH (2017) 0,774 () – Predefinição:Alto (IDHM) [6]
Fuso horário
Clima Equatorial e tropical Am, Aw
Cód. ISO 3166-2 [[ISO 3166-2:BR|]]
Site governamental [ ]

Mapa de Mato Grosso

Mato Grosso é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado na região Centro-Oeste. Tem a porção norte de seu território ocupada pela Amazônia Legal, sendo o sul do estado pertencente ao Centro-Sul do Brasil. Extensas planícies e amplos planaltos dominam a área, sendo que a maior parte destes (cerca de 74%) se encontra abaixo dos seiscentos metros de altitude. Juruena, Teles Pires, Xingu, Araguaia, Paraguai, Rio Guaporé, Piqueri, São Lourenço, das Mortes e Cuiabá são os rios principais.

Tem como limites os estados do Amazonas, Pará (norte); Tocantins, Goiás (leste); Mato Grosso do Sul (sul); Rondônia e a Bolívia (oeste), país vizinho. Ocupa uma área equivalente à da Venezuela e não muito menor do que a vizinha Bolívia. Mato Grosso está organizado em 22 microrregiões e cinco mesorregiões, dividindo-se em 141 municípios, sendo os mais populosos e importantes: a capital Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra, Barra do Garças e Cáceres.

Pelo Tratado de Tordesilhas (de 7 de junho de 1494), o território do atual estado de Mato Grosso pertencia à Espanha. Os jesuítas, a serviço dos espanhóis, criaram os primeiros núcleos, de onde foram expulsos pelos bandeirantes paulistas em 1680. Em 1718, a descoberta do ouro acelerou o povoamento. Em 1748, para garantir a nova fronteira, Portugal criou a capitania de Mato Grosso e, lá, construiu um eficiente sistema de defesa. O Tratado de Madri, de 1750, reconheceu as conquistas bandeirantes na região de Mato Grosso, para dirimir questões de limites entre Portugal e Espanha. Com a chegada dos seringueiros, pecuaristas e exploradores de erva-mate na primeira metade do século XIX, o estado retomou o desenvolvimento. Em 1977, a parte sul do estado foi legalmente desmembrada, formando, assim, um novo estado, Mato Grosso do Sul, o que na prática só se daria em 1979.

História

Ver artigo principal: História de Mato Grosso
Mapa do século XVIII da região

Pelo Tratado de Tordesilhas (de 7 de junho de 1494), o território do atual estado de Mato Grosso pertencia à Espanha. Os jesuítas, a serviço dos espanhóis, criaram os primeiros núcleos, de onde foram expulsos pelos bandeirantes paulistas em 1680. Em 1718, a descoberta do ouro acelerou o povoamento. Em 1748, para garantir a nova fronteira, Portugal criou a capitania de Mato Grosso e, lá, construiu um eficiente sistema de defesa.

Durante as bandeiras, uma expedição chegou ao Rio de Piranhas em busca dos índios coxiponés e logo descobriram ouro nas margens do rio, alterando, assim, o objetivo da expedição. Em 1719, foi fundado o Arraial da Forquilha, às margens do rio Coxipó, formando o primeiro grupo de população organizado na região (atual cidade de Cuiabá). A região de Mato Grosso era subordinada a Rodrigo César de Menezes. A Capitania de Mato Grosso, foi criada pela Coroa portuguesa em 9 de maio de 1748, desmembrando-se do território da Capitania de São Paulo. Para intensificar a fiscalização da exploração do ouro e a renda ida para Portugal, o governador da capitania muda-se para o arraial e logo o elevou em nível de "vila", chamando-o de "Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá"'. Com os tratados de Madri (1750) e de Santo Ildefonso (1777), Espanha e Portugal estabeleceram as novas fronteiras. A produção de ouro começou a cair no início do século XIX. Em 28 de fevereiro de 1821, às vésperas da Independência do Brasil, a região tornou-se uma província, com o mesmo nome. Com a Proclamação da República Brasileira (1889) e a Constituição brasileira de 1891, a antiga província daria lugar ao Estado de Mato Grosso, posteriormente desmembrado nos atuais estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

Em 1892, durante a derrubada do governo de Manuel Murtinho, houve, por parte dos revoltosos, uma intenção de separação de Mato Grosso da República dos Estados Unidos do Brasil, criando-se, para tanto, o Estado Livre da República Transatlântica - o que não encontrou apoio. Em 1917, a situação se agravou, provocando intervenção federal. Com a chegada dos seringueiros, pecuaristas e exploradores de erva-mate na primeira metade do século XIX, o estado retomou o desenvolvimento. Em 1977, a parte sul do estado foi legalmente desmembrada, formando, assim, um novo estado, Mato Grosso do Sul - o que na prática só se daria em 1979.

Primeiros tempos

O primeiro europeu a desbravar a área que viria a constituir o estado de Mato Grosso foi o português Aleixo Garcia (há quem lhe atribua, sem provas decisivas, a nacionalidade espanhola), náufrago da esquadra de Juan Díaz de Solís. Em 1525, ele atravessou a mesopotâmia formada pelos rios Paraná e Paraguai e, à frente de uma expedição que chegou a contar com 2 000 homens, avançou até a Bolívia. De volta, com grande quantidade de prata e cobre, Garcia foi morto por índios paiaguás. Sebastião Caboto também penetrou na região em 1526 e subiu o Paraguai até alcançar o domínio dos guaranis, com os quais travou relações de amizade e de quem recebeu, como presente, peças de metais preciosos.

Os fantásticos relatos sobre imensas riquezas do interior do continente sul-americano acenderam as ambições de portugueses e espanhóis. Os primeiros, a partir de São Paulo, lançaram-se em audaciosas incursões, nas quais prepararam índios e alargaram as fronteiras do Brasil. As bandeiras paulistas chocaram-se com tropas espanholas do cabildo de Assunção e com resistência das missões jesuíticas.

Divisão administrativa do Brasil após a Guerra dos Emboabas.

Desde 1632, os bandeirantes conheciam, de passagem e de lutas, a região onde os jesuítas haviam localizado as suas reduções de índios e que os espanhóis percorriam como terra sua. Antônio Pires de Campos chegou criança, em 1672, com a bandeira paterna, às depois famosas minas dos Martírios. Já adulto, retomou o caminho da serra misteriosa e navegou, de contracorrente, os rios Paraguai e São Lourenço, embicando Cuiabá acima, até o atual Porto de São Gonçalo Velho, onde se chocou com os índios coxiponés.

Corrida do ouro

Mapa português para colonização de Vila Bela da Santíssima Trindade, primeira capital da Capitania de Mato Grosso

A notícia de índios pouco ariscos e descuidados logo se espalhou. Em 1718, um bandeirante de Sorocaba, Pascoal Moreira Cabral Leme, descendente de índios, subiu o Rio Coxipó até atingir a aldeia destruída dos coxiponés, onde deu início à rancharia de uma base de operações. Às margens do Coxipó e do Cuiabá, Cabral Leme descobriu abundante jazida de ouro. A caça ao índio cedeu vez, então, às atividades mineradoras. Em 8 de abril de 1719, foi lavrado o termo de fundação do arraial de Cuiabá, e aclamou-se Pascoal guarda-mor regente "para poder guardar todos os ribeiros de ouro, socavar, examinar, fazer composições com os mineiros e botar bandeiras, tanto aurinas, como ao inimigo bárbaro".

A notícia da descoberta de ouro não tardou em transpor os sertões, dando motivo a uma corrida sem precedentes para o oeste. A viagem até Cuiabá, distante mais de quinhentas léguas do litoral atlântico, exigia de quatro a seis meses, e era arriscada e difícil em consequência do desconforto, das febres e dos ataques indígenas.[7]

Rodrigo César de Meneses, capitão-general da capitania de São Paulo, chegou a Cuiabá no fim de 1726 e ali permaneceu cerca de um ano e meio. A localidade recebeu o título de Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá. Constituiu-se a câmara e nomeou-se um corpo de funcionários encarregados de dar cumprimento ao rigoroso regulamento fiscal da coroa. Em 1729, foi criado o lugar de ouvidor.

Defesa da Terra

Ruínas da Igreja Matriz de Vila Bela da Santíssima Trindade, que foi a primeira cidade planejada de Mato Grosso, com o objetivo de formar a capital da província e proteger a fronteira.

As extorsões do fisco, a hostilidade dos índios e as doenças levaram os mineiros à busca de paragens mais compensadoras, Rio Cuiabá e Rio Paraguai acima, rumo à Serra dos Parecis. Disseminados os povoadores pelos arraiais, a grande linha normativa da política do reino era manter e ampliar as fronteiras com terras de Espanha.

As lavras de ouro intensificaram o povoamento de Mato Grosso e impuseram a estruturação de um poder local para melhorar a fiscalização dos tributos e a vigilância dos limites com as terras espanholas. Em 9 de maio de 1748, um alvará de dom João V criou a Capitania de Cuiabá, com privilégios e isenções para aqueles que lá quisessem fixar-se, com o objetivo de fortalecer a colônia de Mato Grosso e, assim, conter os vizinhos, além de servir de barreira a todo o interior do Brasil.

Problemas de Fronteiras

O Tratado de Madri, de 1750, reconheceu as conquistas bandeirantes na região de Mato Grosso, para dirimir questões de limites entre Portugal e Espanha. Outro tratado, de 1761, modificou o anterior, ao proibir construções fortificadas na faixa de fronteira. Os espanhóis exigiram a evacuação de Santa Rosa, ocupada e fortificada por Rolim de Moura, que resolveu enfrentá-los. Travou-se luta, sem vantagem decisiva para nenhuma das partes. Afinal, os castelhanos se retiraram em 1766, já sob o governo do sucessor de Rolim, seu sobrinho João Pedro da Câmara. Expulsos os jesuítas das missões espanholas, em 1767, a situação tornou-se mais tranquila para Portugal.

Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, que governou de 1772 a 1789, tomou, porém, a iniciativa de reforçar o esquema defensivo. Construiu, à margem do Rio Guaporé, o Forte Real do Príncipe da Beira, no qual chegaram a trabalhar mais de duzentos obreiros e, no sul, sobre o Rio Paraguai, abaixo do Rio Miranda, o Presídio de Nova Coimbra. Fundou Vila Maria (mais tarde São Luís de Cáceres, ou simplesmente Cáceres), Casalvasco, Salinas e Corixa Grande. Criticou severamente o novo tratado luso-espanhol de 1777 (Tratado de Santo Ildefonso) no tocante a Mato Grosso, por achar que encerrava concessões prejudiciais a Portugal. Usou no levantamento cartográfico e na delimitação de fronteiras os serviços de dois astrônomos e matemáticos brasileiros recém-formados em Coimbra, Francisco José de Lacerda e Almeida e Antônio Pires da Silva Pontes, e dos geógrafos capitães Ricardo Francisco de Almeida Serra e Joaquim José Ferreira.

Caetano Pinto de Miranda Montenegro, o futuro Marquês de Vila Real de Praia Grande, chegou a Cuiabá em 1796 para assumir o cargo de capitão-general, com recomendação da metrópole para elaborar um plano de defesa que protegesse a capitania contra qualquer tentativa de invasão. A guerra com os espanhóis foi deflagrada em 1801, quando Lázaro de Ribera, à frente de oitocentos homens, atacou o Forte de Coimbra, defendido bravamente por Ricardo Franco, com apenas cem homens, que conseguiram repelir o invasor. A paz, todavia, só foi firmada em Badajoz, em 6 de maio de 1802. A capitania, com meio século de vida autônoma, consolidou sua estabilidade territorial e neutralizou de imediato o perigo de novas invasões.

No fim do período colonial, registrou-se certo declínio da capitania. Cuiabá e Vila Bela haviam sido elevadas à categoria de cidade. Em 20 de agosto de 1821, Magessi foi deposto pela "tropa, clero, nobreza e povo", como "ambicioso em extremo, concussionário insaciável, hipócrita". Formou-se, em Cuiabá, uma junta governativa que jurou lealdade ao príncipe dom Pedro e outra, dissidente, em Vila Bela da Santíssima Trindade, com o que se estabeleceu a dualidade de poder.

Em abril de 1878, em função do Tratado de Ayacucho, foram enviadas, para Corumbá, as "Plantas Geográficas dos Rios Guaporé e Mamoré", sendo que a cartografia para delimitar os limites fronteiriços dos rios Guaporé e Mamoré foi levantada e apresentada pela Segunda Seção Brasileira, sediada na mesma cidade, tendo sido todas chanceladas pelos delegados brasileiros e bolivianos. Continuando, a descrição diz "Destas cabeceiras continuam os limites pelo leito do mesmo rio até sua confluência com o Guaporé, e depois pelo leito deste e do Mamoré até sua confluência com o Beni, onde principia o Rio Madeira". Em 1878 e 1879, houve troca de notas da chancelaria boliviana com a embaixada do Brasil em La Paz, acusando o recebimento e aprovando a "Carta Geral", conforme ajustado na Sétima Conferência da Comissão Mista.

Independência do Brasil

A notícia da independência do Brasil , que ocorreu em 7 de setembro de 1822, só chegou na província de Mato Grosso em 22 de janeiro de 1823. A demora deve-se ao fato de que o difícil acesso a Mato Grosso àquela época, sobretudo no período de chuvas, dificultou a chegada imediata da notícia da independência. Logo depois, um governo provisório único substituiu as duas juntas e foi instalado em Cuiabá, o que transformou Vila Bela da Santíssima Trindade em "capital destronada".

As lutas entre as tendências conservadora e liberal refletiram-se na província durante o primeiro reinado e a regência. Foi montada, em Cuiabá, a tipografia na qual seria impresso o primeiro jornal da província, a "Tifis Matogrossense", cujo primeiro número circulou em 14 de agosto de 1839. A situação econômico-financeira da província se agravou, com um deficit orçamentário crescente.

Guerra do Paraguai

Ver artigo principal: Guerra do Paraguai

Os governos se sucederam sem acontecimentos de maior relevo até a Guerra do Paraguai. Uma guarda defensiva montada em 1850 no Morro do Pão de Açúcar pelo governador João José da Costa Pimentel irritou o governo paraguaio. Pimentel então recuou ante gestões diplomáticas realizadas em Assunção. Foi substituído pelo capitão de fragata Augusto João Manuel Leverger, barão de Melgaço, cujo primeiro governo durou de 1851 a 1857.

Leverger recebeu ordem de concentrar toda a força militar da província no baixo Paraguai, para esperar os navios que deveriam subir o rio com ou sem licença de Francisco Solano López. Mudou-se, então, para o Forte de Coimbra, onde permaneceu cerca de dois anos.

O coronel Frederico Carneiro de Campos, nomeado presidente provincial em 1864, subia o rio Paraguai para assumir o posto quando seu navio — o Marquês de Olinda — foi atacado e aprisionado por uma belonave paraguaia. Logo que o Paraguai rompeu as hostilidades, revelou-se a fraqueza do sistema defensivo brasileiro em Mato Grosso, prevista por Leverger. Caiu logo Coimbra, após dois dias de resistência. Em seguida, foi a vez de Corumbá e da colônia de Dourados. A guerra seguiu seu curso, marcada por episódios como a retirada de Laguna, a retomada e subsequente abandono de Corumbá. Dessa cidade, as tropas brasileiras trouxeram para Cuiabá uma epidemia de varíola que teve efeitos devastadores. Para o povo, 1867 seria o "ano das bexigas", mais que da retomada de Corumbá.

Os últimos anos do império registraram um lento desenvolvimento da província, governada de outubro de 1884 a novembro de 1885 pelo general Floriano Peixoto. Em 9 de agosto de 1889, assumiu a presidência o coronel Ernesto Augusto da Cunha Matos, sob cujo governo se realizou a eleição de que saíram vitoriosos os liberais — triunfo celebrado em Cuiabá com um pomposo baile em 7 de dezembro, pouco antes de chegar à cidade a notícia da queda da monarquia.

República

As aspirações republicanas e federalistas em Mato Grosso tinham tido expressão confusa em várias revoltas, mas no remanso do segundo reinado as agitações se aplacaram. As campanhas pela abolição e pela república tiveram ali repercussão modesta. Ao iniciar-se o período republicano, Mato Grosso tinha uma população calculada em oitenta mil habitantes. A província ficava segregada: sem estradas de ferro, eram necessários cerca de trinta dias de viagem, passando por três países estrangeiros, para atingi-la, a partir do Rio de Janeiro, por via fluvial.

Em 7 de maio de 1892, Generoso Ponce, a frente de 4 000 homens, iniciou o cerco às forças adversárias na capital e dominou-as em menos de uma semana. Em 22 de junho, caiu Corumbá. Vitorioso o Partido Republicano, Manuel Murtinho retornou ao poder.

Surgiu mais tarde, entretanto, uma desavença entre os dois líderes, Ponce e Murtinho. O rompimento consumou-se em dezembro de 1898, com uma declaração pública de Manuel Murtinho, apoiado por seu irmão Joaquim Murtinho, ministro da Fazenda do presidente Campos Sales. Seus partidários conquistaram o poder, num ambiente de grande violência. Mais tarde, contudo, Ponce e Murtinho reconciliaram-se e formaram novo agrupamento político. A vitória dessa corrente política se deu com o movimento armado de 1906, que culminou na morte do presidente Antônio (Totó) Pais de Barros. Seguiu-se um período de interinidade na presidência. Generoso Ponce foi afinal eleito em 1907. A economia do estado melhorou com a abertura de vias férreas a partir do leste (Jupiá, Três Lagoas e Água Clara) e do oeste (Porto Esperança, Miranda e Aquidauana), para se encontrarem em Campo Grande. A ligação ferroviária com São Paulo foi fator de progresso para Mato Grosso, por intensificar o comércio e valorizar as terras da região.

Questão do Mate

Com o novo presidente, Joaquim Augusto da Costa Marques, que assumiu em 1911, avultaram as pressões da companhia Mate Laranjeira no sentido de renovar o arrendamento dos seus extensos ervais no sul do estado. A pretensão suscitou nova divergência entre Murtinho e Ponce: o primeiro defendia a prorrogação do contrato até 1930, com opção para a compra de 1 000 000 a 2 000 000 de hectares, enquanto Ponce queria a divisão da área em lotes de 450 hectares, que seriam oferecidos a arrendamento em hasta pública.

Morto Ponce, a empresa ganhou novo trunfo com o apoio do senador situacionista Antônio Azeredo. Mas o antigo presidente do estado, Pedro Celestino Corrêa da Costa, tomou posição contrária. Os deputados estaduais hostis à prorrogação do contrato fizeram obstrução e impediram que ela fosse aprovada. Finalmente, a Mate Laranjeira foi frustrada em suas pretensões, com a aprovação da Lei Número 725, de 24 de agosto de 1915.

O general Caetano Manuel de Faria Albuquerque assumiu o governo em 15 de agosto de 1915. Seus próprios correligionários conservadores tentaram forçá-lo à renúncia, e ele, tendo a seu lado Pedro Celestino, aceitou o apoio da oposição, num movimento que se chamou "caetanada". Contra seu governo organizou-se a rebelião armada, com ajuda da Mate Laranjeira e seus aliados políticos. Na assembleia, foi proposto e aprovado o impedimento do general Caetano de Albuquerque. Consultado, o Supremo Tribunal Federal não tomou posição definitiva, e o presidente Venceslau Brás acabou por decretar a intervenção no estado em 10 de janeiro de 1917. Em outubro, no Rio de Janeiro, os chefes dos dois partidos locais concluíram acordo, mediante o qual indicava o bispo dom Francisco de Aquino Correia para presidente, em caráter suprapartidário. O prelado assumiu em 22 de janeiro de 1918 e fez uma administração conciliadora, assinalada por uma série de iniciativas.

A Empresa Mate Laranjeira, para se ter ideia do seu poder econômico, tinha um lucro seis vezes superior à arrecadação de impostos do estado de Mato Grosso inteiro

Depois de 1930

Até a Revolução de 1930, a administração estadual lutou com graves problemas financeiros. No período pós-revolucionário, sucederam-se os interventores. Em 1932, o general Bertoldo Klinger, comandante militar de Mato Grosso, deu apoio armado à Revolução Constitucionalista de 1932. Em 7 de outubro de 1935, a Assembleia Constituinte elegeu governador Mário Correia da Costa. Incidentes ocorridos em dezembro de 1936, quando foram feridos a bala os senadores Vespasiano Martins e João Vilas Boas, deram causa à renúncia do governador e a nova intervenção federal.

Separação

Vista de Cuiabá, capital e maior cidade do estado

A velha ideia da separação da porção sul do estado só veio a triunfar em 1977, por meio de uma lei complementar que desmembrou 357 471,5 km² do estado para criar Mato Grosso do Sul. Anteriormente, houve ainda a tentativa de transformar Campo Grande em capital de Mato Grosso, destronando Cuiabá. A iniciativa da divisão partiu do Governo Federal, que alegava, em primeiro lugar, a impossibilidade de um único governo estadual administrar área tão grande e, em segundo, as nítidas diferenças naturais entre o norte e o sul do estado. A lei entrou em vigor em 1º de janeiro de 1979. A partir de então, todas as projeções pessimistas de que o então norte, com a capital Cuiabá, iria se estagnar, não se concretizaram, pelo contrário, surgindo então um processo de pleno crescimento do estado, aliado com a criação e desenvolvimento de municípios como Alta Floresta, Sinop, Tangará da Serra, Primavera do Leste, Campo Novo do Parecis, Sapezal, Campo Verde, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, que hoje estão entre os maiores contribuintes do PIB de Mato Grosso.

As políticas econômicas de apoio preferencial à exportação e à ocupação e desenvolvimento da Amazônia e do Centro-Oeste, implantadas a partir da década de 1970, levaram a novo surtos de progresso em Mato Grosso. A construção de Brasília contribuiu para acabar com a antiga estagnação. Uma vez inaugurada a nova capital, Mato Grosso continuou a atrair mão de obra agrícola de outros estados, pois oferecia as melhores áreas de colonização do país. Graves problemas persistiram, porém, na década de 1980. O sistema de transporte, embora tenha ganho a rodovia Cuiabá-Porto Velho em setembro de 1984, ainda não bastava para escoar a produção estadual; as instalações de armazenamento deixavam a desejar; a disponibilidade de energia elétrica (120 000 kW em 1983) era insuficiente; eram precários o saneamento e os serviços de saúde e educação.

Também o problema ecológico apresentava-se gravíssimo: inúmeras espécies dessa região já haviam sido extintas e outras estavam em processo de extinção, como os jacarés, caçados à razão de dezenas de milhares por mês. Para coibir esses abusos, o governo federal lançou a operação Pantanal e criou o Parque Nacional do Pantanal Matogrossense.

Geografia

Ver artigo principal: Geografia de Mato Grosso

Predefinição:Imagem múltipla

O estado de Mato Grosso ocupa uma área de 903 366,192 km² do território brasileiro e localiza-se a oeste do Meridiano de Greenwich e a sul da Linha do Equador, tendo fuso horário -4 horas em relação a hora mundial GMT. No Brasil, o estado faz parte da região Centro-Oeste, fazendo fronteiras com os estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Amazonas, Rondônia, Tocantins, além de um país, a Bolívia. A capital (Cuiabá) está localizada a 15º35'55.36" lat. e 56º05'47.25" long., sendo conhecida, por isso mesmo, como coração da América do Sul.

O fuso horário em vigor é uma hora menor em relação ao Horário de Brasília e quatro horas a menos em relação a Greenwich, UTC-4. Geralmente entre os meses de outubro e fevereiro adota-se o Horário de Verão, no qual os relógios são adiantados uma hora para poupar energia. Curiosamente, ainda que em caráter não oficial, alguns municípios do leste do estado, na região conhecida como "Vale do Araguaia", adotam o Horário de Brasília mesmo sendo obrigados por lei a adotarem o Fuso Horário Oficial de Mato Grosso. A população, por sua vez, alega que a região já está dentro do fluxo 45° O e, além disso, sofre muita influência do estado de Goiás, uma vez que por se tratar de região de divisa, a capital Goiânia está muito mais próxima que Cuiabá. Portanto, municípios como Barra do Garças, Alto Araguaia, Canarana, Água Boa e Nova Xavantina, por exemplo, seguem o Horário de Brasília.[8]

Relevo

Com altitudes modestas, o relevo apresenta grandes superfícies aplainadas, talhadas em rochas sedimentares. Abrange três regiões distintas:

A planície aluvial do médio Araguaia situa-se na região limítrofe entre Mato Grosso e Goiás. Tem natureza semelhante à da planície do Pantanal: ampla, está sujeita a inundações anuais e deposição periódica de aluviões. Pouco depois dela, para oeste, ficam os contrafortes da serra do Roncador.

Ecologia

São as seguintes unidades de conservação a nível federal localizadas em Mato Grosso:

Clima

O estado apresenta sensível variedade de climas. Prevalece o tropical super-úmido de monção, com elevada temperatura média anual, superior a 24º C e alta pluviosidade (2 000 milímetros anuais); e o tropical, com chuvas de verão e inverno seco, caracterizado por médias de 23 °C no planalto.

A pluviosidade é alta também nesse clima: excede a média anual de 1 500 milímetros. Já em lugares elevados, como a Chapada dos Guimarães e a Serra do Monte Cristo, o clima é subtropical, com uma temperatura média anual de Chapada dos Guimarães é de 24 °C, sendo a maior máxima registrada de 40 °C e a menor de 0 °C.[9]

Durante a atuação de uma intensa massa de ar polar, as temperaturas durante a tarde nas cidades do centro-sul e sudoeste do estado podem estar próximas a 10 °C, enquanto que no restante do território as temperaturas ultrapassam os 30 °C.

Vegetação

O estado de Mato Grosso, um dos campeões do desmatamento no Brasil e no mundo, era revestido por uma vegetação em que predominavam as florestas, como prosseguimento da mata amazônica. Na área do Pantanal Mato-Grossense que permaneceu nos limites do estado ocorria um revestimento vegetal composto de cerrados e campos. A zona de florestas compreendia 47% da área do estado, os cerrados 39% e os campos 14%.

Hidrografia

A drenagem da região se faz por meio de dois sistemas, os dos rios Amazonas e Paraguai. Ao primeiro, pertencem o Juruena e o Teles Pires (formadores do Tapajós), além do Xingu e do Araguaia, este na fronteira com Goiás. O principal afluente do Rio Paraguai no estado é o Rio Cuiabá.

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Cachoeira Véu de Noiva no Parque Nacional da Chapada dos Guimarães.

Demografia

A população de Mato Grosso é de 3 441 998 habitantes, segundo a estimativa populacional de 2018, com dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.[2] Mato Grosso é o décimo-sétimo Estado mais populoso do Brasil e concentra 1,6% da população brasileira. Do total da população do estado em 2010, 1 485 097 habitantes são mulheres e 1 548 894 habitantes são homens. Possui uma densidade demográfica de 3,36 habitantes por quilômetro quadrado.

Pelas características encontradas no estado, o predomínio é de pessoas adultas e com um índice de declínio para jovens e aumento de idosos. Pela média do estado há um predomínio de homens devido a emigração dos outros estados para Mato Grosso, contudo, na grande Cuiabá há predomínio de mulheres, semelhante à média brasileira. Mato Grosso ocupa o oitavo lugar entre os maiores índices de desenvolvimento humano das unidades federativas do Brasil.

Municípios mais populosos

Predefinição:Municípios mais populosos de Mato Grosso

Sinop (4º)

Composição étnica

Cor/Raça Porcentagem
Pardos 52,7%
Brancos 37,1%
Negros 7,4%
Amarelos ou Indígenas 1,1%

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/2010 (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração)[10]

Religião

Catedral Metropolitana Basílica do Senhor Bom Jesus, em Cuiabá

Semelhante ao que ocorre em todo território nacional, Mato Grosso é predominantemente povoado por pessoas cristãs, sendo na sua maioria católicos e uma fração menor dividida em inúmeras denominações evangélicas, contando ainda com a presença de religiões afrodescendentes. Veja alguns dados curiosos:

  • Para os fiéis da Igreja Católica Apostólica Romana o padroeiro do estado é o Nosso Senhor Bom Jesus.
  • A Igreja Católica viveu 170 anos no regime do Padroado (1719-1889), entretanto o regime chegou ao término com a decisão nacional que com a proclamação da república adotou o laicismo.

Governo e política

Ver artigo principal: Governo de Mato Grosso
  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:VT

O estado de Mato Grosso, assim como em uma república, é governado por três poderes, o executivo, representado pelo governador, o legislativo, representado pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, e o judiciário, representado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso e outros tribunais e juízes. Além dos três poderes, o estado também permite a participação popular nas decisões do governo através de referendos e plebiscitos.[11] A atual constituição do estado foi promulgada em 1989, acrescida das alterações resultantes de posteriores Emendas Constitucionais.[12]

O poder executivo mato-grossense está centralizado no governador do estado, que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto pela população para mandatos de até quatro anos de duração, podendo ser reeleito para mais um mandato.[12] Sua sede é o Palácio Paiaguás, que desde 1975 é sede do poder executivo e residência oficial do governador.[13]

Nas eleições estaduais em Mato Grosso em 2018, Mauro Mendes candidatou-se pelo Democratas a governador e foi eleito em 1º turno com 58,69% dos votos válidos.[14]

O poder legislativo estadual é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, localizada no Centro Político Administrativo. Ela é constituída por 24 deputados, que são eleitos a cada quatro anos. No Congresso Nacional, a representação mato-grossense é de três senadores e oito deputados federais.[15]

O poder judiciário tem a função de julgar, conforme leis criadas pelo legislativo e regras constitucionais brasileiras, sendo composto por desembargadores, juízes e ministros.[16] Atualmente, a maior corte do Poder Judiciário mato-grossense é o Tribunal de Justiça de Mato Grosso.

Subdivisões

Divisão das regiões intermediárias (vermelho) e imediatas (cinza).
Região geográfica intermediária Código Número de
municípios
Regiões geográficas imediatas Código Número de
municípios
Cuiabá 5101 30 Cuiabá 510001 14
Tangará da Serra 510002 8
Diamantino 510003 8
Cáceres 5102 21 Cáceres 510004 5
Pontes e Lacerda-Comodoro 510005 7
Mirassol d'Oeste 510006 9
Sinop 5103 42 Sinop 510007 12
Sorriso 510008 9
Juína 510009 7
Alta Floresta 510010 6
Peixoto de Azevedo-Guarantã do Norte 510011 4
Juara 510012 4
Barra do Garças 5104 30 Barra do Garças 510013 9
Confresa-Vila Rica 510014 13
Água Boa 510015 8
Rondonópolis 5105 18 Rondonópolis 510016 10
Primavera do Leste 510017 4
Jaciara 510018 4

Economia

Ver artigo principal: Economia de Mato Grosso
Exportações de Mato Grosso - (2012)[17]

Durante o período colonial do Brasil, na capitania de São Paulo (da qual fazia parte o atual Mato Grosso) todo o comércio era o monopólio da capitania para a metrópole, Portugal. Os principais sistemas produtivos eram a mineração, cana-de-açúcar, erva-mate, poaia, borracha e pecuária.

A mineração foi o principal motivo do sustento dos habitantes na região durante as expedições bandeirantes no século XVIII. A mão de obra era de escravos negros e índios e a fiscalização muito rígida ordenada pela coroa em Portugal. A pirâmide social baseava-se somente em mineradores e escravos.

Plantação de soja em Rondonópolis; o estado é o maior produtor do Brasil

A pecuária e a agricultura em terras anteriormente constituintes de florestas ou de cerrado, que foram devastadas com este fim, foram os principais sistemas comerciais de Mato Grosso dos séculos XX e XXI. Devido ao crescimento econômico propiciado pelas exportações, Mato Grosso tornou-se um dos principais produtores e exportadores de soja do Brasil, entre os municípios que destacam como exportadores está Rondonópolis maior exportador do Estado.[18]

Entre os dez municípios mais ricos do Centro-Oeste, 8 são de Mato Grosso, com destaque para Alto Taquari, Campos de Júlio e Sapezal, que possuem os três maiores PIBs per capita da mesorregião,[19] e Cuiabá, que é sede de 8 empresas de grande porte, mesma quantidade que Belém e Florianópolis e maior número que em Campo Grande.[20] É um dos maiores estados em relação à exploração de minérios.

Em 2012, o crescimento na região de Sinop, Sorriso, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Matupá se mostrou um forte propulsor para o desenvolvimento econômico do estado, baseado na produção e venda de grãos. As exportações do estado se basearam, naquele ano, em soja (40,59%), milho (17,70%), farelo de soja (16,42%), algodão cru (7,86%) e carne bovina congelada (5,13%)[17]

Em dados de 2020, o Mato Grosso lidera como maior produtor nacional de grãos do país, com uma participação de 28,0%.[21] É o maior produtor de soja do Brasil, com 26,9% do total produzido em 2020 (33,0 milhões de toneladas), e o terceiro maior produtor de feijão, com 10,5% da produção brasileira.[22] Na cana-de-açúcar, o estado está em sexto lugar no Brasil, com dezesseis milhões de toneladas colhidas em 2019/20.[23][24] Em 2017, o Mato Grosso era o maior produtor de milho do país com 58 milhões de toneladas.[25] É também o maior produtor de algodão do Brasil, com cerca de 65% da produção nacional (1,8 dos 2,8 milhões de toneladas colhidos no país em 2018).[26][27]

Em 2019, o rebanho bovino matogrossense chegou à marca de trinta milhões de cabeças de gado,[28] o maior rebanho bovino do país, representando sozinho quase 14% da produção nacional.[29] Em 2018, Mato Grosso era o quinto maior produtor de carne suína do país, com um plantel de aproximadamente 178 mil matrizes e um rebanho em torno de 2,5 milhões de animais.[30][31]

Em 2017, o estado teve 1,15% de participação na mineração nacional (quinto lugar no país). Mato Grosso teve produção de ouro (8,3 toneladas a um valor de R$ 1 bilhão), principalmente na cidade de Peixoto de Azevedo, e estanho (536 toneladas a um valor de R$ 16 milhões).[32] Além disso, nas pedras preciosas, o estado é o 2º maior produtor nacional de diamante, tendo extraído 49 mil quilates no ano de 2017. A cidade de Juína é a principal nesta atividade no estado.[33] O estado também tem uma pequena produção de safira e jaspe.[34]

Mato Grosso tinha em 2017 um PIB industrial de R$ 17,0 bilhões, equivalente a 1,4% da indústria nacional. Empregava naquele ano 141 121 trabalhadores na indústria. Os principais setores industriais são: construção (32,0%), alimentos (27,9%), serviços industriais de utilidade pública, como energia elétrica e Água (18,6%), bebidas (4,5%) e derivados do petróleo e biocombustíveis (3,9%). Estes cinco setores concentravam naquele ano 86,9% da indústria do estado.[35]

Infraestrutura

Teatro da UFMT
Trecho da BR-070 que coincide com os das BR-163 e BR-364, perto de Cuiabá

Educação

O Estado possui diversas escolas de educação básica e instituições de ensino técnico e superior. As principais instituições públicas de educação de Mato Grosso são:

Transportes

As principais rodovias de Mato Grosso foram construídas a partir da década de 70, através do Programa de Integração Nacional. O Transporte Terrestre atua com grande importância para a economia do estado, permitindo o escoamento da produção agrícola e suprindo as necessidades da circulação de mercadorias. Sendo um grande produtor e exportador agropecuário, o estado necessita de boa infra-estrutura rodoviária, porém, muitas das rodovias encontram-se em péssimas condições de conversação e tráfego.[36]

As principais Rodovias Federais que cortam o estado são: BR-163, a partir do sul do Estado, liga Cuiabá a Santarém; BR-364, a partir de Goiás, liga Cuiabá à Rio Branco no Acre passando por Porto Velho em Rondônia; BR-070, que liga Cuiabá a Brasília e BR-158, a partir de Barra do Garças, segue em direção ao Pará.[carece de fontes?]

Grande parte das rodovias estaduais foram criadas a partir da década de 1970, visando interligar os municípios mato-grossenses, dando acesso aos eixos rodoviários federais. Apesar da enorme importância para a economia estadual, muitas destas rodovias estão em estado crítico de conservação.[carece de fontes?]

A Ferronorte interliga Mato Grosso ao Porto de Santos, em São Paulo. Conta com quatro terminais: Alto Araguaia, Alto Taquari, Itiquira (Mato Grosso) e Rondonópolis(Sendo este o maior terminal intermodal da América Latina), e são responsáveis pelo escoamento de grande parte da produção agrícola do estado. Atualmente a ferrovia encontra-se em posse/concessão da América Latina Logística.[carece de fontes?]

Apesar dos rios que banham o estado apresentarem boas condições de navegação, as Hidrovias em Mato Grosso, em geral, são menos utilizadas e envolvem polêmicas com questões ambientais e sociais, sendo que muitas obras encontram-se embargadas atualmente. As principais hidrovias são: Paraguai-Paraná, Rio das Mortes-Araguaia-Tocantins e Madeira-Amazonas[37]

Cultura

Ver artigo principal: Cultura de Mato Grosso

Música e dança

Mato Grosso preserva manifestações culturais com influências variadas, que ganham expressão em danças cantos e festivais folclóricos em diferentes regiões do estado. As mais conhecidas são o Siriri, dança acompanhada por cantoria, com influências indígenas e africanas, e o Cururu, espécie de desafios de rimas, com origens em manifestações religiosas por homens, que fazem versos e toadas para as mulheres, os maiores festivais de Siriri e Cururu, ocorrem em Cuiabá e região.[carece de fontes?]

A viola de cocho é um instrumento musical rudimentar típico da Bacia do Paraguai, produzida por mestres artesãos, violeiros e cururueiros. Praticamente desconhecida no Brasil, a viola de cocho já muito aplaudida mundo afora. A viola de cocho só é encontrada no pantanal de Mato Grosso, recebe este nome porque é confeccionada em um tronco de madeira inteiriço, esculpido no formato de uma viola. Com forma e sonoridade singulares, a viola de cocho possui sempre cinco ordens de cordas, denominada prima, contra, corda do meio, canotio e resposta.[carece de fontes?]

Outra cultura típica do estado é o sertanejo universitário, um estilo musical que provém de uma mistura da música sertaneja. É considerado o terceiro segmento na evolução da música sertaneja, estando atrás do sertanejo dito raiz e do sertanejo romântico.[carece de fontes?]

O rasqueado cuiabano é a música popular mato-grossense que tem as suas origens nos ritmos que formaram a música popular brasileira o rasqueado é formado por três ritmos que estão na base da formação do povo brasileiro, ou seja, o negro, o índio e o europeu. Os instrumentos utilizados na execução do tradicional rasqueado são o ganzá, o mocho ou adufo (espécie de tambor em forma de banquinho), o violinofone e a imprescindível viola-de-cocho. Porém hoje em dia , novos instrumentos, principalmente os eletrônicos, são empregados por bandas ditas da região urbana.[carece de fontes?]

O lambadão cuiabano (também conhecido simplesmente como lambadão) é um estilo de música e dança característico da baixada cuiabana, especialmente nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande. Trata-se de um ritmo rápido derivado da junção da lambada e do carimbó do Pará, que se tornou um ritmo característico da periferia cuiabana e varzea-grandense. O lambadão sofreu um pouco de preconceito, especialmente contra as versões mais sexualizadas da dança, semelhantes ao funk carioca. Em 2009, foi promovido o Primeiro Festival de Lambadão de Cuiabá com as principais bandas de lambadão como Scort Som, Real Som, Banda Ellus e muitas outras.[carece de fontes?]

Ver também

Referências

  1. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Área Territorial Oficial - Consulta por Unidade da Federação». Consultado em 29 de agosto de 2021 
  2. 2,0 2,1 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas IBGE_Pop_2018
  3. «Contas Regionais 2017». IBGE. Consultado em 16 de novembro de 2019 
  4. «Tábua completa de mortalidade para o Brasil – 2015» (PDF). IBGE. Consultado em 2 de dezembro de 2016 
  5. «Sinopse do Censo Demográfico 2010». IBGE. Consultado em 2 de dezembro de 2016 
  6. IPEA -Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. «Evolução do IDHM e de Seus Índices Componentes no período de 2012 a 2017» (PDF). Consultado em 18 de abril de 2019 
  7. «Um Governo de Engonços: Metrópole e Sertanistas na Expansão dos Domínios Portugueses aos Sertões do Cuiabá (1721-1728)». www.academia.edu. Consultado em 12 de março de 2016 
  8. http://rmtonline.globo.com/noticias.asp?em=2&n=508486&p=2%7C[ligação inativa] Barra do Garças adota o Horário de Brasília durante todo o ano, mas Decreto Municipal deixa a cidade sem Horário de Verão
  9. FERREIRA, João Carlos Vicente (1997). Mato Grosso e Seus Municípios. Cuiabá: Buriti. 336 páginas 
  10. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. «Tabela 2093». Consultado em 7 de Março de 2018 
  11. Supremo Tribunal Federal (STF) (10 de novembro de 1999). «Lei nº 9.868 de 10 de novembro de 1999». Consultado em 7 de abril de 2011. Cópia arquivada em 22 de maio de 2011 
  12. 12,0 12,1 «Constituição de Mato Grosso» (PDF). 1989. Consultado em 3 de julho de 2011 
  13. Diario de Cuiabá. «Palácio Paiaguás completa 30 anos de inauguração». Consultado em 12 de agosto de 2014 
  14. «Apuração governador 2018». G1. 1 de janeiro de 2019. Consultado em 1 de janeiro de 2019 
  15. «Número de deputados pode aumentar nas próximas eleições». Vote Brasil. Consultado em 22 de março de 2011. Cópia arquivada em 22 de maio de 2011 
  16. «Poder Judiciário». InfoEscola. 14 de fevereiro de 2008. Consultado em 8 de julho de 2011. Cópia arquivada em 8 de julho de 2011 
  17. 17,0 17,1 «Exportações de Mato Grosso (2012)». Plataforma DataViva. Consultado em 13 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 2 de abril de 2015 
  18. «Cópia arquivada». Consultado em 18 de fevereiro de 2011. Arquivado do original em 6 de julho de 2011 
  19. «IBGE aponta Cuiabá na 10ª posição entre as capitais mais ricas do país». Redação do site TVCA com G1. 16 de dezembro de 2008. Consultado em 14 de julho de 2009. Arquivado do original em 11 de julho de 2011 
  20. «IBGE mostra a nova dinâmica da rede urbana brasileira». Regiões de Influência das Cidades - 2008. 10 de outubro de 2008. Consultado em 14 de julho de 2009 
  21. IBGE prevê safra recorde de grãos em 2020
  22. IBGE prevê safra recorde de grãos em 2020
  23. Goiás é o segundo maior produtor de cana-de-açúcar do País
  24. ACOMPANHAMENTO DA SAFRA BRASILEIRA DE CANA DE AÇÚCAR MAIO 2019
  25. Quatro estados concentram quase 70% da produção de grãos do país
  26. Qualidade do algodão de MT é destaque em congresso nacional
  27. MT segue como líder isolado na produção de algodão e safra sobe para 65% em 2017/18
  28. Rebanho bovino de Mato Grosso chega a 30.3 milhões de cabeças
  29. Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do país e representa 13,8% da produção nacional
  30. Para suinocultores de MT, entrada da carne suína dos EUA no Brasil agravaria a crise do setor
  31. Mato Grosso prevê crescimento de 67% de sua produção de suínos nos próximos dez anos
  32. Anuário Mineral Brasileiro 2018
  33. Com produção de 49 mil quilates de diamante por ano, MT ocupa a 2ª colocação no ranking nacional
  34. Algumas Gemas Clássicas
  35. Perfil da Indústria de Mato Grosso
  36. rodovias de Mato Grosso[ligação inativa] acesso em 27 de novembro de 2013
  37. em Mato Grosso acesso em 27 de novembro de 2013.

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Predefinição:Mato Grosso

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