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Pascoal Moreira Cabral

Pascoal Moreira Cabral
Nome completo Pascoal Moreira Cabral Leme
Nascimento 1654[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Vila de Sorocaba - Capitania de São Vicente
Morte 10 de novembro de 1724 (70 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Cuiabá
Nacionalidade Brasileiro
Progenitores Mãe: Mariana Leme
Pai: Pascoal Moreira Cabral
Cônjuge Isabel de Siqueira Cortes
Ocupação Bandeirante
Religião Católica

Pascoal Moreira Cabral Leme (Vila de Sorocaba - Capitania de São Vicente, 1654 - Cuiabá, 1724) foi um sertanista bandeirante paulista.

Descendência

Filho do coronel Pascoal Moreira Cabral e Mariana Leme, seu pai dedicava-se aos trabalhos mineralógicos de ferro no morro de Araçoiaba, com Afonso Sardinha, que começara ainda no século XVI. No final do século XIX tornaria a Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema.[1]

Contexto histórico

Desde muito jovem dedicou-se ao sertanismo e suas andanças concentrava-se no território sul e sudoeste da Capitania de São Vicente que em 1709, comprada pela coroa portuguesa, faria parte da Capitania de São Paulo.[2] Em 1682 foi a primeira vez que o sertanista adentrou em território sul-mato-grossense, na região de Miranda, atual Mato Grosso do Sul, em uma expedição que duraria cerca de três anos em operações contra índios. [1]

Em 1692, casou-se na Vila de Itu, Capitania de São Vicente, com Isabel de Siqueira Cortes, filha de Manuel de Siqueira Cortes e Ana Moreira de Alvarenga. Em 1699, antes de retornar para a região centro-oeste, faz parte de uma bandeira para a região de Curitiba com os bandeirantes Salvador Jorge Velho, Manuel Correia Lopes, Miguel Sutil de Oliveira e outros.[1]

Em 1718, Pascoal Moreira Cabral organiza uma expedição e retorna a região centro-oeste, dessa vez no Mato Grosso em busca de índios coxiponés.[3] A chegada se deu pelo Rio Coxipó-Mirim, mais conhecido por Rio Coxipó,[4] encontra uma aldeia de índios já destruída. Pascoal Moreira Cabral fazendo pouso logo acima encontra ouro em granetes cravados pelos barrancos, alterando assim o objetivo da expedição.[3] Deixou sua bagagem e subiu rio acima numa localidade chamada Aldeia Velha, onde o rio Coxipó Mirim deságua no rio Cuiabá, formando a figura de uma forquilha, na qual deu origem ao nome de Arraial da Forquilha, onde deu início a mineração.[5]

No final deste mesmo ano, não tardou que o arraial erguido por Pascoal Moreira Cabral viesse a receber outras bandeiras, entre elas a de Fernando Dias Falcão, com cento e trinta homens para realizar trabalhos de mineração. Decidiram formar um grupo de homens para comunicar ao governador da Capitania de São Paulo sobre o ouro. Foi designado o capitão Antonio Antunes Maciel, entre eles Fernando Dias Falcão e outros. Enquanto isso para garantir a posse de Portugal, ou seja, da Capitania de São Paulo sobre as minas recém descobertas que, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, eram de domínio espanhol, o sertanista Pascoal Moreira Cabral fez uma junta em 8 de abril de 1719, que entraria para a história através da ata da fundação de Cuiabá, que relatava a fundação, por Cabral, do arraial de Cuiabá e ao mesmo tempo dava amplos poderes a Cabral, investido das funções de guarda-mor das minas, com amplos poderes até a resolução do governador, a ata foi assinada por cerca de vinte bandeirantes presentes.[3]

Últimos anos

A chegada a São Paulo e o regresso de Fernando Dias Falcão ao arraial demorou vários meses já que a viagem era longa e dura, feita totalmente por rios. Fernando Dias Falcão trouxe vários homens, brancos e negros, de várias profissões, muito alimento e equipamentos de guerra e pessoas que ambicionassem acompanhá-lo naquela monção. Trouxe também uma noticia que veio a desagradar Pascoal Moreira Cabral. O governador e vários bandeirantes decidiram que o posto de Pascoal Moreira Cabral de guarda-mor seria apenas tão somente dos descobrimentos que fizera, dando o poder a Fernando Dias Falcão como guarda-mor regente das minas de ouro de Cuiabá. Pelo descontentamento, Pascoal Moreira Cabral chegou a mandar carta ao Rei de Portugal em 1722 solicitando que fosse o capitão-mor regente das minas de Cuiabá. Sem sucesso devido a sua idade avançada, amargurado pela decisão, veio a falecer em 10 de novembro de 1724 com setenta anos de idade sendo sepultado na igreja matriz de Cuiabá.[3]

Controvérsia

Outros historiadores informam que Pascoal Moreira Cabral falecera no ano de 1730, aos setenta e seis anos.[1]

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 *Sesc - DF. «Desbravadores do Brasil - Pascoal Moreira Cabral Leme, páginas 112 a 114.» (PDF). 2018. Consultado em 2 de abril de 2020 
  2. *Atlas Digital da América Lusa - Nayara Rocha. «Capitania de São Vicente». Consultado em 2 de abril de 2020 
  3. 3,0 3,1 3,2 3,3 *Carvalho Franco. «Bandeiras e Bandeirantes de São Paulo - AS MINAS DE CUYABA, capítulo XVII, páginas 187 a 197.» (PDF). 1940. Consultado em 2 de abril de 2020 
  4. *Portal Mato Grosso. «COXIPÓ-MIRIM (Rio)». Consultado em 2 de abril de 2020 
  5. *Prefeitura de Cuiabá. «DA CHEGADA». Consultado em 2 de abril de 2020 

Bibliografia

  • LEME, Luís Gonzaga da Silva (1903–1905). Genealogia Paulistana. São Paulo: [s.n.] 
  • SILVA, Paulo Pitaluga Costa e (1995). Ata de fundação de Cuiabá. uma análise crítica. Cuiabá: Editora do IHGMT 
  • SIQUEIRA, Elizabeth Madureira (2002). História de Mato Grosso. da ancestralidade aos dias atuais. Cuiabá: Entrelinhas. ISBN 85-87226-14-2 
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