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Espanha: mudanças entre as edições

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  |organizações  = [[Organização das Nações Unidas|ONU]], [[Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico|OCDE]], [[União Europeia|UE]], [[Organização do Tratado do Atlântico Norte|OTAN]], [[União Latina]], [[G-20]] (convidado permanente).
  |organizações  = [[Organização das Nações Unidas|ONU]], [[Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico|OCDE]], [[União Europeia|UE]], [[Organização do Tratado do Atlântico Norte|OTAN]], [[União Latina]], [[G-20]] (convidado permanente).
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  |rodapé  =¹ Os idiomas co-oficiais são oficiais nas seguintes Comunidades autónomas: o [[língua catalã|catalão]] na [[Catalunha]], [[Ilhas Baleares]], e na [[Comunidade Valenciana]] (nesta última é chamado de [[língua valenciana|valenciano]]), o [[língua galega|galego]] na [[Galiza]], o [[língua basca|basco]] no [[País Basco (Espanha)|País Basco]] e parte de [[Navarra]], o [[língua aranesa|aranês]] na [[comarca]] do [[Vale de Arão]] ([[província de Lérida]]).<br />² Antes da adoção do Euro, a moeda era a [[Peseta espanhola|Peseta]].<br /><sup>3</sup> Nas [[Ilhas Canárias]], o fuso horário é 0 [[UTC]].
  |rodapé  =¹ Os idiomas co-oficiais são oficiais nas seguintes Comunidades autónomas: o [[língua catalã|catalão]] na [[Catalunha]] [[Ilhas Baleares]], na [[Comunidade Valenciana]] o valenciano [[língua valenciana|valenciano]]), o [[língua galega|galego]] na [[Galiza]], o [[língua basca|basco]] no [[País Basco (Espanha)|País Basco]] e parte de [[Navarra]], o [[língua aranesa|aranês]] na [[comarca]] do [[Vale de Arão]] ([[província de Lérida]]).<br />² Antes da adopção do Euro, a moeda era a [[Peseta espanhola|Peseta]].<br /><sup>3</sup> Nas [[Ilhas Canárias]], o fuso horário é 0 [[UTC]].
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'''Espanha''' (em [[língua castelhana|castelhano]] e [[língua galega|galego]]: ''España''; em [[língua catalã|catalão]] e [[Língua valenciana|valenciano]]: ''Espanya''; em [[língua basca|basco]]: ''Espainia''; em [[língua aranesa|aranês]]: ''Espanha''), oficialmente '''Reino da Espanha''', é um [[país]] situado na [[Europa meridional]], na [[Península Ibérica]]. Seu território principal é delimitado a sul e a leste pelo [[Mar Mediterrâneo]], com exceção a uma pequena fronteira com o [[território britânico ultramarino]] de [[Gibraltar]]; ao norte pela [[França]], [[Andorra]] e pelo [[Golfo da Biscaia]] e ao noroeste e oeste pelo [[Oceano Atlântico]] e por [[Portugal]].
'''Espanha''' (em [[língua castelhana|castelhano]] e [[língua galega|galego]]: ''España''; em [[língua catalã|catalão]] e [[Língua valenciana|valenciano]]: ''Espanya''; em [[língua basca|basco]]: ''Espainia''; em [[língua aranesa|aranês]]: ''Espanha''), oficialmente '''Reino de Espanha''', é um [[país]] situado na [[Europa meridional]], na [[Península Ibérica]]. O seu território principal é delimitado a sul e a leste pelo [[Mar Mediterrâneo]], com excepção de uma pequena fronteira com o [[território britânico ultramarino]] de [[Gibraltar]]; ao norte pela [[França]], [[Andorra]] e pelo [[Golfo da Biscaia]] e ao noroeste e oeste pelo [[Oceano Atlântico]] e por [[Portugal]].


O território espanhol inclui ainda as [[Ilhas Baleares]], no Mediterrâneo, as [[Ilhas Canárias]], no Oceano Atlântico, próximas da costa Africana e duas [[cidades autônomas]] no [[norte de África]], [[Ceuta]] e [[Melilla]], que fazem fronteira com o [[Marrocos]]. Com uma área de {{fmtn|504030|km²}}, a Espanha é, depois da França, o segundo maior país da [[Europa Ocidental]] e da [[União Europeia]].
O território espanhol inclui ainda as [[Ilhas Baleares]], no Mediterrâneo, as [[Ilhas Canárias]], no Oceano Atlântico, próximas da costa Africana e duas [[cidades autónomas]] no [[norte de África]], [[Ceuta]] e [[Melilla]], que fazem fronteira com o [[Marrocos]]. Com uma área de {{fmtn|504030|km²}}, Espanha é, depois da França, o segundo maior país da [[Europa Ocidental]] e da [[União Europeia]].


Devido à sua localização, o território da Espanha foi sujeito a muitas influências externas, muitas vezes simultaneamente, desde os tempos [[Pré-história|pré-históricos]] até quando a Espanha se tornou um país. Por outro lado, o próprio país foi uma importante fonte de influência para outras regiões, principalmente durante a [[Era Moderna]], quando se tornou um [[Império espanhol|império mundial]] que deixou como legado mais de 400 milhões de falantes do espanhol espalhados pelo mundo.
Devido à sua localização, o território de Espanha foi sujeito a muitas influências externas, muitas vezes simultaneamente, desde os tempos [[Pré-história|pré-históricos]] até quando a Espanha se tornou um país. Por outro lado, o próprio país foi uma importante fonte de influência para outras regiões, principalmente durante a [[Era Moderna]], quando se tornou um [[Império espanhol|império mundial]] que deixou como legado mais de 400 milhões de falantes do Castelhano espalhados pelo mundo.


A Espanha é uma [[democracia]] organizada sob a forma de um [[Parlamentarismo|governo parlamentar]] sob uma [[monarquia constitucional]]. É um [[país desenvolvido]] com a [[Anexo:Lista de países por PIB nominal|nono PIB nominal mais elevado do mundo]] e elevado [[padrão de vida]] (a Espanha possui o [[Anexo:Lista de países por Índice de Desenvolvimento Humano|23º melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo]]).<ref name=IDH/> É um membro das [[Organização das Nações Unidas]] (ONU), da [[União Europeia]] (UE), da [[Organização do Tratado do Atlântico Norte]] (OTAN), da [[Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]] (OCDE) e da [[Organização Mundial do Comércio]] (OMC).
Nos termos do Artigo 1º da Constituição de 1978, Espanha constitui-se em um Estado social e democrático de direito, a soberania nacional reside no Povo espanhol, de que emanam todos os poderes do Estado Espanhol, cuja forma política é a «Monarquia parlamentar» isto é, uma [[monarquia constitucional]] em sistema de [[Parlamentarismo|governo parlamentar]] ou, resumidamente e em bom rigor, uma «democracia coroada» . É um [[país desenvolvido]] com a [[Anexo:Lista de países por PIB nominal|nono PIB nominal mais elevado do mundo]] e elevado [[padrão de vida]] (a Espanha possui o [[Anexo:Lista de países por Índice de Desenvolvimento Humano|23º melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo]]).<ref name=IDH/> É um membro das [[Organização das Nações Unidas]] (ONU), da [[União Europeia]] (UE), da [[Organização do Tratado do Atlântico Norte]] (OTAN), da [[Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico]] (OCDE) e da [[Organização Mundial do Comércio]] (OMC).


== Etimologia ==
== Etimologia ==
O nome Espanha deriva de Hispânia, nome com o qual os [[Império Romano|romanos]] designavam geograficamente a [[Península Ibérica]]. O nome ''Ibéria'' era o que os gregos davam à península embora houvesse outras designações dadas pelos povos antigos.<ref>[http://www.cervantesvirtual.com/obra/os-mais-primitivos-nomes-da-pennsula-hispnica-0/ Os mais primitivos nomes da Península Hispânica]</ref> Fato do termo Hispânia não ter uma raiz [[latim|latina]] resultou na formulação de diversas teorias sobre a sua origem, algumas controversas. A opção mais consensual seria a de que o nome Hispânia provém do fenício ''i-spn-ea''.<ref>{{Citar web |url=http://www.opais.com/articulo/cultura/Hallado/Cadiz/muro/3000/anos/opepucul/20070930opepicul_7/Tes/ |título=Sobre inscrição encontrada em Cádiz}}</ref> Os romanos tomaram essa denominação dos vencidos [[Cartago|cartaginenses]], interpretando o prefixo ''i'' como ''costa'', ''ilha'' ou ''terra'', e o sufixo ''ea'' com o significado de ''região''. O lexema ''spn'' foi traduzido como ''coelhos'' (na realidade [[dassie]]s, animais comuns no norte da [[África]]).  
O nome Espanha deriva de Hispânia, nome com o qual os [[Império Romano|romanos]] designavam geograficamente a [[Península Ibérica]]. O nome ''Ibéria'' era o que os gregos davam à Península embora houvesse outras designações dadas pelos povos antigos.<ref>[http://www.cervantesvirtual.com/obra/os-mais-primitivos-nomes-da-pennsula-hispnica-0/ Os mais primitivos nomes da Península Hispânica]</ref> O facto do termo Hispânia não ter uma raiz [[latim|latina]] resultou na formulação de diversas teorias sobre a sua origem, algumas controversas. A opção mais consensual seria a de que o nome Hispânia provém do fenício ''i-spn-ea''.<ref>{{Citar web |url=http://www.opais.com/articulo/cultura/Hallado/Cadiz/muro/3000/anos/opepucul/20070930opepicul_7/Tes/ |título=Sobre inscrição encontrada em Cádiz}}</ref> Os romanos tomaram essa denominação dos vencidos [[Cartago|cartaginenses]], interpretando o prefixo ''i'' como ''costa'', ''ilha'' ou ''terra'', e o sufixo ''ea'' com o significado de ''região''. O lexema ''spn'' foi traduzido como ''coelhos'' (na realidade [[dassie]]s, animais comuns no norte da [[África]]).  
O nome de Espanha, evolução da designação do [[Império Romano]] [[Hispânia]] era, até ao {{séc|XVIII}}, apenas descritivo da [[península Ibérica]], não se referindo a um país ou Estado específico, mas sim ao conjunto de todo o território ibérico e dos países que nele se incluíam. A Espanha é unificada durante o [[Iluminismo]], até então era um conjunto de reinos juridicamente e politicamente independentes governados pela mesma monarquia.<ref>[http://books.google.com/books?id=wLNVAv7N-_YC&pg=PA87&dq=el+proceso+de+la+unificaci%C3%B3n+del+Estado+espana&hl=en&ei=rRegTanOJJGo8QOLppCoAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=9&ved=0CEsQ6AEwCDgK#v=onepage&q&f=false Historia general de España y América: La España de las reformas pg 87]</ref> Até à data da unificação a monarquia era formada por um conjunto de reinos associados por herança e união dinástica ou por conquista. A forma de governo era conhecida como ''aeque principaliter'', os reinos eram governados cada um de forma independente, como se tivesse cada reino o seu próprio rei, cada reino mantinha o seu próprio sistema legal, a sua língua, os seus foros e os seus privilégios.<ref>[http://books.google.com/books?id=bLqwEcil9mwC&pg=PA55&dq=Aeque+principaliter&hl=en&ei=0ySzTZ28GYKy8gPAzdiVDA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=6&ved=0CEAQ6AEwBTgK#v=onepage&q=Aeque%20principaliter&f=false The case for the Enlightenment: Scotland and Naples 1680-1760 pg55]</ref>
O nome de Espanha, evolução da designação do [[Império Romano]] [[Hispânia]] era, até ao {{séc|XVIII}}, apenas descritivo da [[Península Ibérica]], não se referindo a um país ou Estado específico, mas sim ao conjunto de todo o território peninsular e dos países que nele se incluíam. A Espanha é unificada durante o [[Iluminismo]] e até então era um conjunto de reinos juridica e politicamente independentes, governados pelos mesmos monarcas, o que em direito constitucional se designa como «união pessoal», genericamente correspondente ao regime confederal.<ref>[http://books.google.com/books?id=wLNVAv7N-_YC&pg=PA87&dq=el+proceso+de+la+unificaci%C3%B3n+del+Estado+espana&hl=en&ei=rRegTanOJJGo8QOLppCoAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=9&ved=0CEsQ6AEwCDgK#v=onepage&q&f=false Historia general de España y América: La España de las reformas pg 87]</ref> Até à data da unificação a Monarquia era formada por um conjunto de reinos associados por herança e união dinástica ou por conquista. A forma de governo era conhecida como ''aeque principaliter'', os reinos eram governados cada um de forma independente, como se tivesse cada reino o seu próprio rei, cada reino mantinha o seu próprio sistema legal, a sua língua, as suas Cortes (instituições representativas, «parlamentares»), os seus foros e os seus privilégios.<ref>[http://books.google.com/books?id=bLqwEcil9mwC&pg=PA55&dq=Aeque+principaliter&hl=en&ei=0ySzTZ28GYKy8gPAzdiVDA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=6&ved=0CEAQ6AEwBTgK#v=onepage&q=Aeque%20principaliter&f=false The case for the Enlightenment: Scotland and Naples 1680-1760 pg55]</ref>
As ''Leyes de extranjeria'' determinavam que o natural de qualquer um dos reinos era estrangeiro em todos os outros reinos ibéricos.<ref>[http://books.google.pt/books?id=SyCHFtzIrnEC&pg=PA151&lpg=PA151&dq=historia+las+leyes+de+extranjeria&source=bl&ots=fC9AMCuG0m&sig=EXfugbtGuBnYX_qMDY1oA2ATTxQ&hl=en&sa=X&ei=ex8sUOTHHMiKhQeUsIDADQ&redir_esc=y#v=onepage&q=historia%20las%20leyes%20de%20extranjeria&f=false La Extranjería en la Historia Del Derecho Español]</ref><ref>[http://www.juridicas.unam.mx/publica/librev/rev/hisder/cont/4/est/est18.pdf LA CONDICIÓN JURÍDICA DE "ESPANOL" COMO PRODUCTO DEL DERECHO INDIANO]</ref>
As ''Leyes de extranjeria'' determinavam que o natural de qualquer um dos reinos era estrangeiro em todos os outros reinos peninsulares, embora tal pouca expressão prática tivesse em variados campos de actividade, como a cultural.<ref>[http://books.google.pt/books?id=SyCHFtzIrnEC&pg=PA151&lpg=PA151&dq=historia+las+leyes+de+extranjeria&source=bl&ots=fC9AMCuG0m&sig=EXfugbtGuBnYX_qMDY1oA2ATTxQ&hl=en&sa=X&ei=ex8sUOTHHMiKhQeUsIDADQ&redir_esc=y#v=onepage&q=historia%20las%20leyes%20de%20extranjeria&f=false La Extranjería en la Historia Del Derecho Español]</ref><ref>[http://www.juridicas.unam.mx/publica/librev/rev/hisder/cont/4/est/est18.pdf LA CONDICIÓN JURÍDICA DE "ESPANOL" COMO PRODUCTO DEL DERECHO INDIANO]</ref>
A constituição de 1812 adota o nome '''As Espanhas''' para a nova nação.<ref>[http://books.google.com/books?id=Bo4uHm2qsMgC&printsec=frontcover&dq=la+constitucion+de+1812&hl=en&ei=gJegTbe6J4mr8QPa6cinAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CC8Q6AEwAg#v=onepage&q&f=false La Constitución de Cádiz de 1812: hacia los orígenes del constitucionalismo pg 74-75]</ref>
A Constituição de 1812 adopta oficialmente o nome '''As Espanhas''' para a Nação.<ref>[http://books.google.com/books?id=Bo4uHm2qsMgC&printsec=frontcover&dq=la+constitucion+de+1812&hl=en&ei=gJegTbe6J4mr8QPa6cinAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CC8Q6AEwAg#v=onepage&q&f=false La Constitución de Cádiz de 1812: hacia los orígenes del constitucionalismo pg 74-75]</ref>
A constituição de 1876 adota pela primeira vez o nome '''Espanha''' <ref>[http://books.google.com/books?id=RaC85UYvbtIC&printsec=frontcover&dq=espanas+espana+nacion-estado&hl=en&ei=cKihTfmzA5fS4wa6yb2bAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CC4Q6AEwAA#v=onepage&q&f=false Estado y territorio en España, 1820-1930: la formación del paisaje nacional pg 25-26]</ref>.<ref>[http://books.google.com/books?id=NkxvOIilum4C&pg=PA142&dq=La+unificaci%C3%B3n++de+la++espana+nacion+estado&hl=en&ei=2321TdiNKI-eOuzGiYEJ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=8&ved=0CE4Q6AEwBw#v=onepage&q&f=false Historia contemporánea de España: Siglo XIX pg 143]</ref>
A Constituição de 1876 adopta pela primeira vez o nome '''Espanha''' <ref>[http://books.google.com/books?id=RaC85UYvbtIC&printsec=frontcover&dq=espanas+espana+nacion-estado&hl=en&ei=cKihTfmzA5fS4wa6yb2bAw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CC4Q6AEwAA#v=onepage&q&f=false Estado y territorio en España, 1820-1930: la formación del paisaje nacional pg 25-26]</ref>.<ref>[http://books.google.com/books?id=NkxvOIilum4C&pg=PA142&dq=La+unificaci%C3%B3n++de+la++espana+nacion+estado&hl=en&ei=2321TdiNKI-eOuzGiYEJ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=8&ved=0CE4Q6AEwBw#v=onepage&q&f=false Historia contemporánea de España: Siglo XIX pg 143]</ref>


Os termos "as Espanhas" e "Espanha" não eram equivalentes, e eram usados com muita precisão.<ref>[http://books.google.com/books?id=rDlqrxan22AC&pg=PA10&dq=the+spains+%22las+espanas%22&hl=en&ei=m1yYTeLxIMSp8AOB5MyzCQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CEEQ6AEwBA#v=onepage&q=the%20spains%20%22las%20espanas%22&f=false Saint and Nation pg 10]</ref> O termo '''As Espanhas''' referia-se a um conjunto de unidades jurídico-políticas, ou seja, referia-se a um conjunto de reinos independentes, primeiramente apenas aos reinos cristãos da península Ibérica, depois apenas aos reinos unidos sobre a mesma monarquia. O termo '''Espanha''' referia-se a um espaço geográfico e cultural que englobava diversos reinos independentes. A partir de [[Carlos V de Espanha|Carlos V]] o uso do título ''Rei das Espanhas'', referia-se à parte da Espanha que não incluía [[Portugal]], mas esta designação era apenas uma forma de designar coletivamente um extenso número de reinos, uma abreviação, que não tinha validade jurídica, para uma longa lista de títulos reais cuja forma oficial era rei de Castela, de Leão, de Aragão, de Navarra, de Granada, de Toledo, de [[Comunidade Valenciana|Valência]], da Galiza, de Maiorca, de Menorca, de Sevilha, etc. (da mesma forma utilizava-se o título Sua Majestade Lusitana para o rei de Portugal, ou rei Lusitano)<ref>[http://books.google.com/books?id=mDPF4ILESaUC&pg=RA2-PA33&dq=por+la+gracia+de+dios+rey++lusitania&hl=en&ei=Fzu1Tav0CcOo8QPDqsjRCg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CEUQ6AEwBA#v=onepage&q&f=false European Treaties Bearing on the History of the United States and... pg 33]</ref><ref>[http://books.google.com/books?id=kuk3JG3DL0gC&pg=PA612&dq=por+la+gracia+de+dios+rey++lusitania&hl=en&ei=Fzu1Tav0CcOo8QPDqsjRCg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=7&ved=0CE8Q6AEwBg#v=onepage&q=por%20la%20gracia%20de%20dios%20rey%20%20lusitania&f=false Los Quarenta libros del compendio historial de las chronicas y universal pg 612]</ref><ref>[http://books.google.com/books?id=SskPWX1WCiYC&pg=PA71&dq=por+la+gracia+de+dios+rey++lusitano&hl=en&ei=5z61TbzINYax8gPLk5WWDA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=10&ved=0CFcQ6AEwCTgK#v=onepage&q=por%20la%20gracia%20de%20dios%20rey%20%20lusitano&f=false Corps universel diplomatique du droit des gens pg 71]</ref>
Os termos "as Espanhas" e "Espanha" não eram equivalentes, e eram usados com muita precisão.<ref>[http://books.google.com/books?id=rDlqrxan22AC&pg=PA10&dq=the+spains+%22las+espanas%22&hl=en&ei=m1yYTeLxIMSp8AOB5MyzCQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CEEQ6AEwBA#v=onepage&q=the%20spains%20%22las%20espanas%22&f=false Saint and Nation pg 10]</ref> O termo '''As Espanhas''' referia-se a um conjunto de unidades jurídico-políticas, ou seja, referia-se a um conjunto de reinos independentes, primeiramente apenas aos reinos cristãos da Península Ibérica, depois apenas aos reinos unidos sobre a mesma monarquia. O termo '''Espanha''' referia-se a um espaço geográfico e cultural que englobava diversos reinos independentes. A partir de [[Carlos V de Espanha|Carlos V]] o uso do título ''Rei das Espanhas'', referia-se à parte da Espanha que não incluía [[Portugal]], mas esta designação era apenas uma forma de designar colectivamente um extenso número de reinos, uma abreviação, que não tinha validade jurídica, para uma longa lista de títulos reais cuja forma oficial era rei de Castela, de Leão, de Aragão, de Navarra, de Granada, de Toledo, de [[Comunidade Valenciana|Valência]], da Galiza, de Maiorca, de Menorca, de Sevilha, etc. (da mesma forma utilizava-se o título Sua Majestade Fidelíssima para o Rei de Portugal, ou rei Lusitano)<ref>[http://books.google.com/books?id=mDPF4ILESaUC&pg=RA2-PA33&dq=por+la+gracia+de+dios+rey++lusitania&hl=en&ei=Fzu1Tav0CcOo8QPDqsjRCg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=5&ved=0CEUQ6AEwBA#v=onepage&q&f=false European Treaties Bearing on the History of the United States and... pg 33]</ref><ref>[http://books.google.com/books?id=kuk3JG3DL0gC&pg=PA612&dq=por+la+gracia+de+dios+rey++lusitania&hl=en&ei=Fzu1Tav0CcOo8QPDqsjRCg&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=7&ved=0CE8Q6AEwBg#v=onepage&q=por%20la%20gracia%20de%20dios%20rey%20%20lusitania&f=false Los Quarenta libros del compendio historial de las chronicas y universal pg 612]</ref><ref>[http://books.google.com/books?id=SskPWX1WCiYC&pg=PA71&dq=por+la+gracia+de+dios+rey++lusitano&hl=en&ei=5z61TbzINYax8gPLk5WWDA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=10&ved=0CFcQ6AEwCTgK#v=onepage&q=por%20la%20gracia%20de%20dios%20rey%20%20lusitano&f=false Corps universel diplomatique du droit des gens pg 71]</ref>


O uso do da designação de "reis de Espanha" pelos reis Fernando e Isabel foi considerado uma ofensa pelo rei de Portugal que considerava que o nome designava a península.<ref>[http://books.google.pt/books?id=atc8AAAAYAAJ&pg=PA83&dq=%22the+spains%22+++portugal&hl=en&ei=hplVTaSOJZGo8QPBj4DNDQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=%22the%20spains%22%20%20%20portugal&f=false The history of Spain and Portugal from B.C. 1000 to A.D. 1814 pg 83]</ref> A última vez que Portugal protestou oficialmente o uso do termo "coroa de Espanha" ou "monarquia de Espanha" pelo governo de Madrid foi, supõe-se, durante o [[Tratado de Utrecht]] em 1714.<ref>[http://books.google.co.uk/books?id=Lv0AQzbnRlUC&pg=PR4&dq=Espa%C3%B1a,+una+historia+%C3%BAnica%E2%80%9D+de+Stanley+G.+Payne&hl=pt-PT&sa=X&ei=6sPNUPrXKsTMhAft6IDICw&ved=0CC4Q6AEwAA#v=snippet&q=Utrecht&f=false Stanley G. Payne. Spain: A Unique History pg 269]</ref>
O uso do da designação de "reis de Espanha" pelos reis Fernando e Isabel foi considerado uma ofensa pelo rei de Portugal que considerava, e bem, que o nome designava a Península.<ref>[http://books.google.pt/books?id=atc8AAAAYAAJ&pg=PA83&dq=%22the+spains%22+++portugal&hl=en&ei=hplVTaSOJZGo8QPBj4DNDQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&redir_esc=y#v=onepage&q=%22the%20spains%22%20%20%20portugal&f=false The history of Spain and Portugal from B.C. 1000 to A.D. 1814 pg 83]</ref> O próprio Camões se insurgiu por escrito: «Falai de castelhanos, de portugueses ou catalães, porque espanhóis somos todos!». A última vez que Portugal protestou oficialmente o uso do termo "Coroa de Espanha" ou "Monarquia de Espanha" pelo governo de Madrid foi, supõe-se, durante o [[Tratado de Utrecht]] em 1714.<ref>[http://books.google.co.uk/books?id=Lv0AQzbnRlUC&pg=PR4&dq=Espa%C3%B1a,+una+historia+%C3%BAnica%E2%80%9D+de+Stanley+G.+Payne&hl=pt-PT&sa=X&ei=6sPNUPrXKsTMhAft6IDICw&ved=0CC4Q6AEwAA#v=snippet&q=Utrecht&f=false Stanley G. Payne. Spain: A Unique History pg 269]</ref>
   
   
Atualmente o nome "península hispânica" não é aceite pelos portugueses, sendo que a designação usada é a de [[península Ibérica]].<ref>[http://www.canalsocial.net/GER/ficha_GER.asp?id=6652&cat=Geografia Enciclopedia GER]</ref>
Actualmente o nome "Península Hispânica" não é aceite pelos portugueses menos eruditos. Não obstante o uso do termo persista em referências, ocasionais ou não (por exemplo, nas lições de História do Direito, do Prof. Martim de Albuquerque), a designação mais usada é a de [[Península Ibérica]].<ref>[http://www.canalsocial.net/GER/ficha_GER.asp?id=6652&cat=Geografia Enciclopedia GER]</ref>


A partir de [[1640]], com a [[Restauração da Independência|Restauração da Independência de Portugal]], a designação "''Rei da Espanha''" manteve-se, apesar de a união dinástica já não englobar toda a Península.
A partir de [[1640]], com a [[Restauração da Independência|Restauração da Independência de Portugal]], a designação "''Rei de Espanha''" manteve-se, apesar de a união dinástica já não englobar toda a Península.


== História ==
== História ==
{{Artigo principal|História da Espanha}}
{{Artigo principal|História da Espanha}}


A ''História da Espanha'' é a própria de uma nação europeia, que compreende o período entre a pré-história e a época atual, passando pela formação e queda do primeiro [[Império espanhol]].
A ''História de Espanha'' é a própria de uma nação europeia, que compreende o período entre a pré-história e a época actual, passando pela formação e queda do primeiro [[Império espanhol]].


=== Pré-história e povos pré-romanos ===
=== Pré-história e povos pré-romanos ===
{{Artigo principal|Pré-história da Península Ibérica}}
{{Artigo principal|Pré-história da Península Ibérica}}


Os primeiros humanos chegaram à [[Península Ibérica]] no território da atual Espanha há 35 mil anos. No período histórico o território foi invadido e colonizado por [[celtas]], [[fenícios]], [[cartagineses]], [[Grécia Antiga|gregos]] e cerca de {{AC|218|x}}, a maior parte da península Ibérica começou a formar parte do [[Império Romano]], sendo o [[rio Ebro]] a fronteira entre a Espanha romana e cartaginesa.<ref>Série de autores e consultores, [[Dorling Kindersley]], ''History'' (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1.</ref>
Os primeiros humanos chegaram à [[Península Ibérica]] ao território da Hispânia há 35 mil anos. No período histórico, o território foi invadido e colonizado por [[celtas]], [[fenícios]], [[cartagineses]], [[Grécia Antiga|gregos]] e cerca de {{AC|218|x}}, a maior parte da Península Hispânica começou a formar parte do [[Império Romano]], sendo o [[rio Ebro]] a fronteira entre a Hispânia romana e cartaginesa.<ref>Série de autores e consultores, [[Dorling Kindersley]], ''History'' (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1.</ref>


=== Império Romano e Reino Visigodo ===
=== Império Romano e Reino Visigótico ===
{{AP|Reino Visigótico|Hispânia}}
{{AP|Reino Visigótico|Hispânia}}
{{Vertambém|Invasão romana da península Ibérica}}
{{Vertambém|Invasão romana da Península Ibérica}}


Durante a [[Segunda Guerra Púnica]], uma expansão do Império Romano capturou colônias comerciais cartaginesas ao longo da costa do [[Mediterrâneo]], cerca de {{AC|210 a 205|x}} Os romanos levaram quase dois séculos para completar a conquista da península Ibérica, apesar de terem o controle de boa parte dela mais de 600 anos. O domínio romano era unido pela lei, idioma e as [[Estrada romana|estradas romanas]].<ref name="hispania">{{cite web |last=Payne |first=Stanley G. | title = A History of Spain and Portugal; Ch. 1 Ancient Hispania |publisher=The Library of Iberian Resources Online |year=1973 |url=http://libro.uca.edu/payne1/spainport1.htm |accessdate=9 de agosto de 2008}}</ref>
Durante a [[Segunda Guerra Púnica]], uma expansão do Império Romano capturou colónias comerciais cartaginesas ao longo da costa do [[Mediterrâneo]], cerca de {{AC|210 a 205|x}} Os romanos levaram quase dois séculos para completar a conquista da Península Ibérica, apesar de terem o controle de boa parte dela havia mais de 600 anos. O domínio romano era unido pela lei, idioma e pelas [[Estrada romana|estradas romanas]].<ref name="hispania">{{cite web |last=Payne |first=Stanley G. | title = A History of Spain and Portugal; Ch. 1 Ancient Hispania |publisher=The Library of Iberian Resources Online |year=1973 |url=http://libro.uca.edu/payne1/spainport1.htm |accessdate=9 de agosto de 2008}}</ref>


[[Ficheiro:Teatro Romano de Mérida (Badajoz, España) 02.jpg|thumb|esquerda|[[Teatro romano]] em [[Mérida (Espanha)|Mérida]].]]
[[Ficheiro:Teatro Romano de Mérida (Badajoz, España) 02.jpg|thumb|esquerda|[[Teatro romano]] em [[Mérida (Espanha)|Mérida]].]]


As culturas das populações [[celtas]] e [[Ibéricos|ibéricas]] foram gradualmente [[Romanização|romanizadas]] (latinizadas) em diferentes níveis e em diferentes partes da [[Hispânia]] (o nome romano para a península). Os líderes locais foram admitidos na classe [[Aristocracia|aristocrática]] romana.<ref name="country">{{cite web |last=Rinehart |first=Robert |coauthors=Seeley, Jo Ann Browning | title = A Country Study: Spain – Hispania |publisher=Library of Congress Country Series |year=1998 |url=http://lcweb2.loc.gov/frd/cs/estoc.html |accessdate=9 August 2008}}</ref> A ''Hispania'' serviu como um celeiro para o mercado romano e seus portos exportavam [[ouro]], [[lã]], [[azeite]] e [[vinho]]. A produção agrícola aumentou com a introdução de projetos de [[irrigação]], alguns dos quais permanecem em uso. Os imperadores [[Trajano]] e [[Teodósio I]] e o filósofo [[Sêneca]] nasceram na Hispânia. O [[cristianismo]] foi introduzido na [[Províncias romanas|província]] no {{séc|I d.C.}} e tornou-se popular nas cidades no {{séc|II d.C.}}<ref name="country"/> O termo "Espanha", as línguas, a religião e a base das leis atuais da Espanha se originaram a partir deste período.<ref name="hispania"/>
As culturas das populações [[célticas]] e [[Ibéricos|ibéricas]] foram gradualmente [[Romanização|romanizadas]] (latinizadas) em diferentes níveis e em diferentes partes da [[Hispânia]] (o nome romano para a Península). Os líderes locais foram admitidos na classe [[Aristocracia|aristocrática]] romana.<ref name="country">{{cite web |last=Rinehart |first=Robert |coauthors=Seeley, Jo Ann Browning | title = A Country Study: Spain – Hispania |publisher=Library of Congress Country Series |year=1998 |url=http://lcweb2.loc.gov/frd/cs/estoc.html |accessdate=9 August 2008}}</ref> A ''Hispania'' serviu como um celeiro para o mercado romano e os seus portos exportavam [[ouro]], [[lã]], [[azeite]] e [[vinho]]. A produção agrícola aumentou com a introdução de projectos de [[irrigação]], alguns dos quais permanecem em uso. Os imperadores [[Trajano]] e [[Teodósio I]] e o filósofo [[Sêneca]] nasceram na Hispânia. O [[cristianismo]] foi introduzido na [[Províncias romanas|província]] no {{séc|I d.C.}} e tornou-se popular nas cidades no {{séc|II d.C.}}<ref name="country"/> O termo "Espanha", as línguas, a religião e a base das leis actuais de Espanha tiveram origém a partir deste período.<ref name="hispania"/>


O enfraquecimento da jurisdição do [[Império Romano do Ocidente]] em Hispânia começou em 409, quando os [[povos germânicos]] [[suevos]] e [[vândalos]], juntamente com os [[alanos]] [[sármatas]], cruzaram o [[Rio Reno|Reno]] e devastaram a [[Gália]] e a península Ibérica. Os [[visigodos]] atacaram a [[Ibéria]] no mesmo ano. Os suevos estabeleceram um reino no que hoje é a moderna [[Galiza]] e o [[Norte de Portugal]]. O [[império romano ocidental]] se desintegrava, mas a sua base social e econômica continuou, ainda que de forma modificada. Os seus regimes sucessores mantiveram muitas das instituições e das leis do Império, incluindo o cristianismo.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
O enfraquecimento da jurisdição do [[Império Romano do Ocidente]] na Hispânia começou em 409, quando os [[povos germânicos]] [[suevos]] e [[vândalos]], juntamente com os [[alanos]] [[sármatas]], cruzaram o [[Rio Reno|Reno]] e devastaram a [[Gália]] e a Península Ibérica. Os [[visigodos]] atacaram a [[Ibéria]] no mesmo ano. Os suevos estabeleceram um reino, o «Reino Suevo da Galiza», no que hoje é a moderna [[Galiza]], Astúrias e províncias de Leão e Zamora e o [[Norte de Portugal]], até à área montanhosa a sul do Rio Mondego e da cidade de Coimbra. O [[Império Romano do Ocidental]] desintegrava-se, mas a sua base social e económica continuou, ainda que de forma modificada. E os regimes que lhe sucederam mantiveram muitas das instituições e das leis do Império, incluindo o cristianismo.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


Os aliados dos alanos, os vândalos [[asdingos]], estabeleceram um reino na [[Galécia]], ocupando grande parte da região, mas indo mais ao sul do [[rio Douro]]. Os vândalos [[silingos]] ocuparam a região que ainda tem o seu nome - Vandalúsia, a moderna [[Andaluzia]], na Espanha. Os [[bizantinos]] estabeleceram um enclave, [[Província da Espânia|Espânia]], no sul, com a intenção de reviver o Império Romano ao longo da Península Ibérica. Eventualmente, entretanto, Hispânia foi reunida sob o [[Reino Visigótico|domínio visigótico]].{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Os aliados dos alanos, os vândalos [[asdingos]], mantiveram-se pouco tempo na Península, que abandonaram, indo estabelecer-se no norte de África.


=== Ibéria muçulmana e Reconquista ===
 
=== Espanha muçulmana e Reconquista ===
{{Artigo principal|Invasão muçulmana da Península Ibérica|Al-Andalus|Reconquista}}
{{Artigo principal|Invasão muçulmana da Península Ibérica|Al-Andalus|Reconquista}}


No século VIII, quase toda a Península Ibérica [[Invasão muçulmana da Península Ibérica|foi conquistada]] (711-718) por exércitos de [[mouros]] [[muçulmanos]] provenientes principalmente do [[norte da África]]. Essas conquistas fizeram parte da expansão do [[Califado Omíada]]. Apenas uma pequena área montanhosa no noroeste da península conseguiu resistir à invasão inicial muçulmana.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
No século VIII, quase toda a Península Ibérica [[Invasão muçulmana da Península Ibérica|foi conquistada]] (711-718) por exércitos de [[mouros]] [[muçulmanos]] provenientes principalmente do [[norte da África]]. Essas conquistas fizeram parte da expansão do [[Califado Omíada]]. Apenas uma pequena área montanhosa no noroeste da Península conseguiu resistir à invasão inicial muçulmana.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


[[Ficheiro:La Giralda, Seville, Spain - Sep 2009.jpg|thumb|direita|''[[La Giralda]]'', a torre do sino da [[Catedral de Sevilha]]]]
[[Ficheiro:La Giralda, Seville, Spain - Sep 2009.jpg|thumb|direita|''[[La Giralda]]'', a torre do sino da [[Catedral de Sevilha]]]]


Sob a [[Sharia|lei islâmica]], os cristãos e os [[Judaísmo|judeus]] receberam o estatuto subordinado de ''[[dhimmi]]''. Esse estatuto permitia que cristãos e judeus praticassem suas religiões como "[[povos do livro]]", mas eles eram obrigados a pagar um imposto especial e eram sujeitos a certas discriminações.<ref>Dhimma provides rights of residence in return for taxes. H. Patrick Glenn, ''Legal Traditions of the World''. Oxford University Press, 2007, pg. 218–219.</ref><ref>Dhimmi have fewer legal and social rights than Muslims, but more rights than other non-Muslims.Lewis, Bernard, The Jews of Islam. Princeton: Princeton University Press (1984). ISBN 978-0-691-00807-3 p. 62</ref> A conversão ao [[islamismo]] prosseguiu a um ritmo cada vez maior. Acredita-se que os ''[[muladi]]'' (muçulmanos de origem étnica ibérica) compreendiam a maioria da população de ''[[Al-Andalus]]'' até o final do {{séc|X}}.<ref>[http://libro.uca.edu/ics/ics5.htm Islamic and Christian Spain in the Early Middle Ages. Chapter 5: Ethnic Relations], Thomas F. Glick</ref><ref name="chap2">{{cite web |last=Payne |first=Stanley G. | title = A History of Spain and Portugal; Ch. 2 Al-Andalus |publisher=The Library of Iberian Resources Online |year=1973 |url=http://libro.uca.edu/payne1/spainport1.htm |accessdate=9 de agosto de 2008}}</ref>
Sob a [[Sharia|lei islâmica]], os cristãos e os [[Judaísmo|judeus]] receberam o estatuto subordinado de ''[[dhimmi]]''. Esse estatuto permitia que cristãos e judeus praticassem suas religiões como "[[povos do livro]]", mas eles eram obrigados a pagar um imposto especial e eram sujeitos a certas discriminações.<ref>Dhimma provides rights of residence in return for taxes. H. Patrick Glenn, ''Legal Traditions of the World''. Oxford University Press, 2007, pg. 218–219.</ref><ref>Dhimmi have fewer legal and social rights than Muslims, but more rights than other non-Muslims.Lewis, Bernard, The Jews of Islam. Princeton: Princeton University Press (1984). ISBN 978-0-691-00807-3 p. 62</ref> A conversão ao [[Islamismo]] prosseguiu a um ritmo cada vez maior. Acredita-se que os ''[[muladi]]'' (muçulmanos de origem étnica ibérica) compreendiam a maioria da população de ''[[Al-Andalus]]'' até o final do {{séc|X}}.<ref>[http://libro.uca.edu/ics/ics5.htm Islamic and Christian Spain in the Early Middle Ages. Chapter 5: Ethnic Relations], Thomas F. Glick</ref><ref name="chap2">{{cite web |last=Payne |first=Stanley G. | title = A History of Spain and Portugal; Ch. 2 Al-Andalus |publisher=The Library of Iberian Resources Online |year=1973 |url=http://libro.uca.edu/payne1/spainport1.htm |accessdate=9 de agosto de 2008}}</ref>


A comunidade muçulmana na Península Ibérica era diversificada e atormentado por tensões sociais. Os povos [[berberes]] do Norte de África, que tinham fornecido a maior parte dos exércitos invasores, entraram em choque com a liderança [[Árabes|árabe]] do [[Oriente Médio]]. Ao longo do tempo, grandes populações árabes se estabeleceram, especialmente no vale do [[rio Guadalquivir]], na planície costeira de [[Valência (Espanha)|Valência]], no vale do [[rio Ebro]] (no final deste período) e na região montanhosa de [[Granada (Espanha)|Granada]].<ref name="chap2"/>
A comunidade muçulmana na Península Ibérica era diversificada e atormentada por tensões sociais. Os povos [[berberes]] do Norte de África, que tinham fornecido a maior parte dos exércitos invasores, entraram em choque com a liderança [[Árabes|árabe]] do [[Oriente Médio]]. Ao longo do tempo, estabeleceram-se grandes populações árabes, especialmente no vale do [[rio Guadalquivir]], na planície costeira de [[Valência (Espanha)|Valência]], no vale do [[rio Ebro]] (no final deste período) e na região montanhosa de [[Granada (Espanha)|Granada]].<ref name="chap2"/>


[[Córdova (Espanha)|Córdova]], a capital do [[califado]], era a maior, mais rica e sofisticada cidade na [[Europa Ocidental]] na época. O comércio e o intercâmbio cultural no [[Mediterrâneo]] floresceram. Os muçulmanos importaram uma rica tradição intelectual do Oriente Médio e do Norte da África. Estudiosos muçulmanos e judeus desempenharam um papel importante na renovação e ampliação da aprendizagem [[Cultura grega|clássica grega]] na Europa Ocidental. As culturas [[Romanização|romanizados]] da Península Ibérica interagiram com as culturas muçulmanas e judaicas de forma complexa, dando, à região, uma cultura distinta.<ref name="chap2"/>
[[Córdova (Espanha)|Córdova]], a capital do [[califado]], era a maior, mais rica e sofisticada cidade na [[Europa Ocidental]] na época. O comércio e o intercâmbio cultural no [[Mediterrâneo]] floresceram. Os muçulmanos importaram uma rica tradição intelectual do Oriente Médio e do Norte da África. Estudiosos muçulmanos e judeus desempenharam um papel importante na renovação e ampliação da aprendizagem [[Cultura grega|clássica grega]] na Europa Ocidental. As culturas [[Romanização|romanizados]] da Península Ibérica interagiram com as culturas muçulmanas e judaicas de forma complexa, dando, à região, uma cultura distinta.<ref name="chap2"/>


No século XI, os territórios muçulmanos fragmentaram-se em reinos rivais (as chamadas [[taifa]]s), permitindo, aos pequenos [[Estado]]s cristãos, a oportunidade de ampliar enormemente seus territórios.<ref name="chap2"/> A chegada das seitas islâmicas dominantes dos [[Almorávidas]] e [[Califado Almóada|Almóadas]], do Norte da África, restaurou a unidade na península Ibérica muçulmana, com uma aplicação mais rigorosa e menos tolerante do [[islã]], provocando uma recuperação das fortunas muçulmanas. Este Estado islâmico reunido experimentou mais de um século de sucessos que reverteram parcialmente as vitórias cristãs.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
No século XI, os territórios muçulmanos fragmentaram-se em reinos rivais (as chamadas [[taifa]]s), permitindo, aos pequenos [[Estado]]s cristãos, a oportunidade de ampliar enormemente seus territórios.<ref name="chap2"/> A chegada das seitas islâmicas dominantes dos [[Almorávidas]] e [[Califado Almóada|Almóadas]], do Norte da África, restaurou a unidade islâmica na Península Ibérica, com uma aplicação mais rigorosa intolerante do [[Islão]], provocando uma recuperação das fortunas muçulmanas. Este Estado islâmico reunido experimentou mais de um século de sucessos que reverteram parcialmente as vitórias cristãs.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


As contínuas disputas entre muçulmanos e cristãos tiveram, como consequência, a [[Reconquista Cristã]], começando no {{séc|VIII}} com a resistência cristã no norte da Espanha e através dos séculos seguintes com o avanço dos reinos cristãos ao sul, culminando com a [[conquista de Granada]] e com a expulsão dos últimos mouros em 1492. Durante este período, os reinos e principados cristãos se desenvolveram notavelmente, incluídos os mais importantes: a [[Coroa de Castela]] e o [[Reino de Aragão]]. A união destes dois reinos através do casamento em 1469 da rainha [[Isabel I de Castela]] com o rei [[Fernando II de Aragão]] levou à criação do Reino da Espanha.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
As contínuas disputas entre muçulmanos e cristãos tiveram, como consequência, a [[Reconquista Cristã]], começando no {{séc|VIII}} com a resistência cristã no norte da Espanha e através dos séculos seguintes com o avanço dos reinos cristãos ao sul, culminando com a [[conquista de Granada]] e com a expulsão dos últimos mouros em 1492. Durante este período, os reinos e principados cristãos desenvolveram-se notavelmente, incluídos os mais importantes: a [[Coroa de Castela]] e o [[Reino de Aragão]]. Com a união destes dois reinos através do casamento em 1469 da rainha [[Isabel I de Castela]] com o rei [[Fernando II de Aragão]] começou a falar-se de reis das Espanhas.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
{{panorama|1 toledo spain evening sunset 2014.jpg|800px|[[Toledo]], a antiga capital do [[Reino Visigótico]].}}
{{panorama|1 Toledo spain evening sunset 2014.jpg|800px|[[Toledo]], a antiga capital do [[Reino Visigótico]].}}


=== Império ===
=== Império ===
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[[Ficheiro:Spanish Empire Anachronous 0.PNG|thumb|esquerda|350px|{{Collapsible list |titlestyle=font-weight:normal; background:transparent; text-align:left;|title=Extensão do [[Império Espanhol]] no mundo.
[[Ficheiro:Spanish Empire Anachronous 0.PNG|thumb|esquerda|350px|{{Collapsible list |titlestyle=font-weight:normal; background:transparent; text-align:left;|title=Extensão do [[Império Espanhol]] no mundo.
|{{legenda|#0000FF|[[Império Português|Territórios portugueses]] que fizeram parte do império durante a [[União Ibérica|União Ibérica (1580-1640)]], período de [[união pessoal]] da monarquia espanhola.}}
|{{legenda|#0000FF|[[Império Português|Territórios portugueses]] que fizeram parte do império durante a [[União Ibérica|União Ibérica (1580-1640)]], período de [[união pessoal]] da Monarquia espanhola.}}
|{{legenda|#E364FF|Territórios conquistados antes dos [[Tratado de Utrecht|Tratados de Utrecht]];[[Tratado de Baden|Baden]] (1713–1714).}}
|{{legenda|#E364FF|Territórios conquistados antes dos [[Tratado de Utrecht|Tratados de Utrecht]];[[Tratado de Baden|Baden]] (1713–1714).}}
|{{legenda|#FF0000|Territórios conquistados antes da [[Independência da América Espanhola]] (1808–1833).}}
|{{legenda|#FF0000|Territórios conquistados antes da [[Independência da América Espanhola]] (1808–1833).}}
|{{legenda|#FF8000|Territórios conquistados antes da [[Guerra Hispano-Americana|Guerra Hispano-Americana (1898–1899)]].}}
|{{legenda|#FF8000|Territórios conquistados antes da [[Guerra Hispano-Americana|Guerra Hispano-Americana (1898–1899)]].}}
|{{legenda|#23A20D|Territórios que conseguiram independências durante a [[Descolonização da África|Descolonização da África (1956–1976)]].}}
|{{legenda|#23A20D|Territórios que conseguiram independências durante a [[Descolonização da África|Descolonização da África (1956–1976)]].}}
|{{legenda|#713620|Territórios atuais administrados pela Espanha.}}
|{{legenda|#713620|Territórios actuais administrados por Espanha.}}
}}]]
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A unificação das coroas de [[Reino de Aragão|Aragão]] e [[Reino de Castela|Castela]] lançou as bases para a Espanha moderna e para o Império Espanhol.<ref>{{cite web|url=http://www.ucalgary.ca/applied_history/tutor/eurvoya/Imperial.html|title=Imperial Spain|accessdate=13 August 2008|publisher=University of Calgary}}</ref> A Espanha era a maior potência da Europa durante o {{séc|XVI}} e a maior parte do {{séc|XVI}}, uma posição reforçada pelo comércio e pela riqueza de suas possessões coloniais. Ela atingiu o seu apogeu durante os reinados dos dois primeiros [[habsburgos]] espanhóis - [[Carlos I da Espanha|Carlos I]] (1516-1556) e [[Filipe II da Espanha|Filipe II]] (1556-1598). Este período foi marcado pelas [[Guerras Italianas]], [[Guerra das Comunidades de Castela|Revolta dos Comuneiros]], [[Revolta Holandesa]], [[Rebelião das Alpujarras]], [[Guerras Otomanos-Habsburgos|conflitos com os otomanos]], a [[Guerra Anglo-Espanhola]] e as guerras com a [[França]].<ref>{{cite web |last=Payne |first=Stanley G. | title = A History of Spain and Portugal; Ch. 13 The [[Spanish Empire]] |publisher=The Library of Iberian Resources Online |year=1973 |url=http://libro.uca.edu/payne1/spainport1.htm |accessdate=9 August 2008}}</ref>
A unificação das coroas de [[Reino de Aragão|Aragão]] e [[Reino de Castela|Castela]] lançou as bases para a Espanha moderna e para o Império Espanhol.<ref>{{cite web|url=http://www.ucalgary.ca/applied_history/tutor/eurvoya/Imperial.html|title=Imperial Spain|accessdate=13 August 2008|publisher=University of Calgary}}</ref> Espanha era a maior potência da Europa durante o {{séc|XVI}} e a maior parte do {{séc|XVI}}, uma posição reforçada pelo comércio e pela riqueza de suas possessões coloniais. Ela atingiu o seu apogeu durante os reinados dos dois primeiros [[Habsburgos]] espanhóis - [[Carlos I de Espanha|Carlos I]], o Impresdor Carlos V da Alemanha (1516-1556) e [[Filipe II de Espanha|Filipe II]] Filipe I de Portugal (1556-1598). Este período foi marcado pelas [[Guerras Italianas]], [[Guerra das Comunidades de Castela|Revolta dos Comuneiros]], [[Revolta Holandesa]], [[Rebelião das Alpujarras]], [[Guerras Otomanos-Habsburgos|conflictos com os otomanos]], a [[Guerra Anglo-Espanhola]] e as guerras com a [[França]].<ref>{{cite web |last=Payne |first=Stanley G. | title = A History of Spain and Portugal; Ch. 13 The [[Spanish Empire]] |publisher=The Library of Iberian Resources Online |year=1973 |url=http://libro.uca.edu/payne1/spainport1.htm |accessdate=9 August 2008}}</ref>


O [[Império Espanhol]] se expandiu até incluir grande parte da [[América espanhola|América]], ilhas na região Ásia-Pacífico, áreas da [[Itália]], cidades do [[Norte de África]], bem como partes do que hoje são parte de [[França]], [[Alemanha]], [[Bélgica]], [[Luxemburgo]] e [[Países Baixos]]. Foi o primeiro império do qual se dizia que "o Sol nunca se punha".
O [[Império Espanhol]] expandiu-se até incluir grande parte da [[América espanhola|América]], ilhas na região Ásia-Pacífico, áreas da [[Itália]], cidades do [[Norte de África]], bem como partes do que hoje são parte de [[França]], [[Alemanha]], [[Bélgica]], [[Luxemburgo]] e [[Países Baixos]]. Foi o primeiro império do qual se dizia que "o Sol nunca se punha".


A chamada "[[Era dos Descobrimentos]]" foi marcada por explorações ousadas por mar e por terra, a abertura de novas rotas comerciais pelos oceanos, conquistas e os primórdios do [[colonialismo]] europeu. Junto com a chegada dos metais preciosos, especiarias, luxos e novas plantas agrícolas, exploradores espanhóis trouxeram o conhecimento do [[Novo Mundo]] e desempenharam um papel de liderança na transformação da compreensão europeia do mundo.<ref>{{Cite book |last=Thomas |first=Hugh |authorlink=Hugh Thomas | title = Rivers of gold: the rise of the Spanish Empire |publisher=George Weidenfeld & Nicholson |year=2003 |location=London |pages=''passim''|isbn=978-0-297-64563-4}}</ref> O florescimento cultural testemunhado é agora referido como o "[[Século de Ouro Espanhol]]". A ascensão do [[humanismo]], da [[Reforma Protestante]] e de novas descobertas geográficas levantaram questões abordadas pelo movimento influente intelectual agora conhecida como a [[Escola de Salamanca]].
A chamada "[[Era dos Descobrimentos]]" foi marcada por explorações ousadas por mar e por terra, a abertura de novas rotas comerciais pelos oceanos, conquistas e os primórdios do [[colonialismo]] europeu. Junto com a chegada dos metais preciosos, especiarias, luxos e novas plantas agrícolas, exploradores espanhóis trouxeram o conhecimento do [[Novo Mundo]] e desempenharam um papel de liderança na transformação da compreensão europeia do mundo.<ref>{{Cite book |last=Thomas |first=Hugh |authorlink=Hugh Thomas | title = Rivers of gold: the rise of the Spanish Empire |publisher=George Weidenfeld & Nicholson |year=2003 |location=London |pages=''passim''|isbn=978-0-297-64563-4}}</ref> O florescimento cultural testemunhado é agora referido como o "[[Século de Ouro Espanhol]]". A ascensão do [[humanismo]], da [[Reforma Protestante]] e de novas descobertas geográficas levantaram questões abordadas pelo movimento influente intelectual agora conhecida como a [[Escola de Salamanca]].


Com a morte de [[Carlos II da Espanha|Carlos II]], a [[dinastia de Habsburgo]] se extinguiu, para deixar lugar aos Borbões, após a [[Guerra de Sucessão Espanhola|Guerra de Sucessão]]. Como consequência dessa guerra, a Espanha perdeu sua preponderância militar e, após sucessivas bancarrotas, o país foi reduzindo paulatinamente seu poder, convertendo-se, no final do {{séc|XVIII}}, em uma potência menor.
Com a morte de [[Carlos II da Espanha|Carlos II]], a [[dinastia de Habsburgo]] extinguiu-se em Espanha, para deixar lugar aos Bourbons, após a [[Guerra de Sucessão Espanhola|Guerra de Sucessão]]. Como consequência dessa guerra, a Espanha perdeu sua preponderância militar e, após sucessivas bancarrotas, o país foi reduzindo paulatinamente seu poder, convertendo-se, no final do {{séc|XVIII}}, em uma potência menor.


=== Domínio napoleônico e Guerra Hispano-Americana ===
=== Domínio napoleónico e Guerra Hispano-Americana ===
{{Artigo principal|Guerra Hispano-Americana}}
{{Artigo principal|Guerra Hispano-Americana}}
{{Vertambém|Independência da América Espanhola}}
{{Vertambém|Independência da América Espanhola}}
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[[Ficheiro:El Tres de Mayo, by Francisco de Goya, from Prado in Google Earth.jpg|direita|thumb|[[Três de Maio de 1808 em Madrid]], pintura de [[Goya]] mostrando os fuzilamentos da resistência espanhola a mãos das tropas de Napoleão.]]
[[Ficheiro:El Tres de Mayo, by Francisco de Goya, from Prado in Google Earth.jpg|direita|thumb|[[Três de Maio de 1808 em Madrid]], pintura de [[Goya]] mostrando os fuzilamentos da resistência espanhola a mãos das tropas de Napoleão.]]


O século XIX foi testemunha de grandes mudanças na Europa, acompanhadas pela Espanha. Na primeira parte desse século, a Espanha sofreu a independência da maioria de suas colônias no [[Novo Mundo]]. O século também esteve marcado pelas intervenções estrangeiras e os conflitos internos. [[Napoleão]] chegou a colocar seu irmão [[José Bonaparte]] no governo da Espanha. Após a expulsão dos franceses, a Espanha entrou em um extenso período de instabilidade: se sucederam continuas lutas entre liberais, republicanos e partidários do [[Antigo Regime]].{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
O século XIX foi testemunha de grandes mudanças na Europa, acompanhadas por Espanha. Na primeira parte do século, Espanha sofreu a independência da maioria de suas colónias no [[Novo Mundo]]. O século também esteve marcado pelas intervenções estrangeiras e os conflictos internos. [[Napoleão]] chegou a colocar seu irmão [[José Bonaparte]] no trono de Espanha. Após a expulsão dos franceses, Espanha entrou num extenso período de instabilidade: sucederam-se contínuas lutas entre liberais, republicanos e partidários do [[Antigo Regime]].{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


A chegada da [[Revolução Industrial]] nas últimas décadas do século, levou algo de riqueza a uma [[classe média]] que se ampliava em alguns centros principais, porém a [[Guerra Hispano-Americana]], em [[1898]] levou à perda de quase todas as colônias restantes, restando apenas os territórios na [[África]].{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
A chegada da [[Revolução Industrial]] nas últimas décadas do século, levou algo de riqueza a uma [[classe média]] que se expandia em alguns centros principais, porém a [[Guerra Hispano-Americana]], em [[1898]] levou à perda de Cuba, restando apenas os territórios de [[África]].{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


Apesar de um nível de vida crescente e uma integração maior com o resto de Europa, no primeiro terço do {{séc|XX}}, seguiu a instabilidade política. Espanha permaneceu neutral durante a [[Primeira Guerra Mundial]].{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Apesar de um nível de vida crescente e uma integração maior com o resto de Europa, no primeiro terço do {{séc|XX}}, seguiu a instabilidade política. Espanha permaneceu neutral durante a [[Primeira Guerra Mundial]].{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
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{{Artigo principal|Guerra Civil Espanhola}}
{{Artigo principal|Guerra Civil Espanhola}}


O século XX trouxe um pouco de paz; a Espanha desempenhou um papel menor na [[partilha da África]], colonizando o [[Sahara Ocidental]], [[Marrocos Espanhol]] e a [[Guiné Equatorial]]. As pesadas perdas sofridas durante a [[guerra do Rif]], no Marrocos, ajudaram a minar a monarquia. Um período de governo autoritário do general [[Miguel Primo de Rivera]] (1923-1931) terminou com o estabelecimento da [[Segunda República Espanhola]]. A República ofereceu autonomia política ao [[País Basco]], [[Catalunha]] e à [[Galiza]] e deu direito de voto às mulheres.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
O século XX trouxe um pouco de paz; Espanha desempenhou um papel menor na [[partilha da África]], colonizando o [[Sahara Ocidental]], [[Marrocos Espanhol]] e a [[Guiné Equatorial]]. As pesadas perdas sofridas durante a [[guerra do Rif]], no Marrocos, ajudaram a minar a Monarquia. Um período de governo autoritário do general [[Miguel Primo de Rivera]] (1923-1931) terminou com o estabelecimento da [[Segunda República Espanhola]]. A República ofereceu autonomia política ao [[País Basco]], [[Catalunha]] e à [[Galiza]] e deu direito de voto às mulheres.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


Então, em 1936, a [[Guerra Civil Espanhola]] (1936-39) iniciou-se. Três anos mais tarde, as forças nacionalistas, lideradas pelo general [[Francisco Franco]], saíram vitorioso com o apoio da [[Alemanha nazista]] e da [[Itália fascista]]. A [[Frente Popular (Espanha)|Frente Popular governista]] foi apoiada pela [[União Soviética]], o [[México]] e pelas [[Brigadas Internacionais]], mas não foi apoiada oficialmente pelas potências [[Mundo ocidental|ocidentais]], devido à política [[Reino Unido|britânica]], liderada pelos [[Estados Unidos]], de [[não intervencionismo]].{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Então, em 1936, a [[Guerra Civil Espanhola]] (1936-39) iniciou-se. Três anos mais tarde, as forças nacionalistas, lideradas pelo general [[Francisco Franco]], saíram vitoriosas com o apoio da [[Alemanha nazi]] e da [[Itália fascista]]. A [[Frente Popular (Espanha)|Frente Popular governamental]] foi apoiada pela [[União Soviética]], o [[México]] e pelas [[Brigadas Internacionais]], mas não foi apoiada oficialmente pelas potências [[Mundo ocidental|ocidentais]], devido à política de «não intervenção do [[Reino Unido|britânica]] e ao [[não intervencionismo]] do Governo dos [[Estados Unidos]], .{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


[[Ficheiro:Franco eisenhower 1959 madrid.jpg|thumb|[[Francisco Franco|General Franco]] e o então [[presidente dos Estados Unidos]], [[Dwight D. Eisenhower]], em [[Madrid]] (1959).]]
[[Ficheiro:Franco eisenhower 1959 madrid.jpg|thumb|[[Francisco Franco|General Franco]] e o então [[presidente dos Estados Unidos]], [[Dwight D. Eisenhower]], em [[Madrid]] (1959).]]
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{{Artigo principal|Francisco Franco|Franquismo}}
{{Artigo principal|Francisco Franco|Franquismo}}


O [[Estado]] espanhol estabelecido por [[Francisco Franco]] após a Guerra Civil foi nominalmente neutro na [[Segunda Guerra Mundial]], embora fosse simpático às [[Potências do Eixo]]. O único partido legal sob o regime pós-guerra civil de Franco era o ''[[Falange Espanhola|Falange Española Tradicionalista y de las JONS]]'', formado em 1937. O partido enfatizava o [[anti-comunismo]], o [[catolicismo]] e o [[nacionalismo]]. Dada a oposição à Franco de partidos políticos concorrentes, o partido passou a se chamar Movimento Nacional (''[[Movimiento Nacional]]'') em 1949.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
O [[Estado]] Espanhol estabelecido por [[Francisco Franco]] após a Guerra Civil foi nominalmente neutro na [[Segunda Guerra Mundial]], embora fosse simpático às [[Potências do Eixo]]. O único partido legal sob o regime pós-guerra civil de Franco era o ''[[Falange Espanhola|Falange Española Tradicionalista y de las JONS]]'', formado em 1937. O partido enfatizava o [[anti-comunismo]], o [[catolicismo]] social e o [[nacionalismo]]. Dada a oposição entre correntes políticas rivai, o partido passou a chamar-se Movimento Nacional (''[[Movimiento Nacional]]'') em 1949.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


Após a Segunda Guerra Mundial, a Espanha ficou isolada politicamente e economicamente e foi mantida fora das [[Nações Unidas]]. Isso mudou em 1955, durante o período da [[Guerra Fria]], quando o país se tornou estrategicamente importante para os [[Estados Unidos]] para estabelecer sua presença militar na [[Península Ibérica]] como base para qualquer possível transferência pela [[União Soviética]] para a bacia do [[Mediterrâneo]]. Na década de 1960, a Espanha registrou uma taxa sem precedentes de crescimento econômico no que ficou conhecido como o [[milagre espanhol]], que retomou a transição, bastante interrompida, para uma economia moderna.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Após a Segunda Guerra Mundial, Espanha ficou isolada politica e economicamente e foi mantida fora das [[Nações Unidas]]. Isso mudou em 1955, durante o período da [[Guerra Fria]], quando o país se tornou estrategicamente importante para os [[Estados Unidos]] para estabelecer a sua presença militar na [[Península Ibérica]] como base para qualquer possível transferência pela [[União Soviética]] para a bacia do [[Mediterrâneo]]. Na década de 1960, a Espanha registrou uma taxa sem precedentes de crescimento econômico no que ficou conhecido como o [[milagre espanhol]], que retomou a transição, bastante interrompida, para uma economia moderna.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


=== Período contemporâneo ===
=== Período contemporâneo ===
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[[Ficheiro:Constitucion espanola 1978.JPG|thumb|direita|[[Constituição espanhola de 1978]].]]
[[Ficheiro:Constitucion espanola 1978.JPG|thumb|direita|[[Constituição espanhola de 1978]].]]


Com a morte de Franco, em novembro de 1975, [[Juan Carlos]] assumiu o cargo de [[Rei de Espanha]] e de [[chefe de Estado]], em conformidade com a lei. Com a aprovação da nova [[Constituição espanhola de 1978]] e a restauração da [[democracia]], o Estado descentralizou muito da sua  autoridade para as regiões com governo local e criou uma organização interna baseada em [[Comunidades autónomas da Espanha|comunidades autónomas]].{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Com a morte de Franco, em 20 de Novembro de 1975, em conformidade com a "Lei de Sucessâo na Chefia do Estado", [[Juan Carlos]]I, Príncipe de Espanha, assumiu o cargo de [[Chefe do Estado]], a título de [[Rei de Espanha]], investido em 22 de Novembro de 1975, perante as Cortes Espanholas, após jurar «sobre os santos Evangelhos, cumprir e fazer cumprir as Leis Fundamentais do Reino, e guardar lealdade aos princípios que informam o Movimento nacional». Com a aprovação da nova [[Constituição espanhola de 1978]] e a restauração da [[democracia]], Espanha passou a constituir um "Estado unitário regional", descentralizando-se administrativa e politicamente no quadro de uma estrutura interna baseada em [[Comunidades autónomas da Espanha|comunidades autónomas]], isto é, regiões dotadas de órgãos próprios, parlamentares e de governo, com atribuições e competências próprias, ainda que não soberanas, por soberanamente conferidas pelo Estado.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


No [[País Basco]], o [[Nacionalismo basco|nacionalismo]] moderado tem coexistido com [[Conflito basco|um movimento radical nacionalista]] liderado pela organização armada ''[[Euskadi Ta Askatasuna]]'' (ETA). O grupo foi formado em 1959 durante o governo de Franco, mas continuou a travar a sua violenta campanha mesmo após a restauração da democracia e do retorno de um elevado grau de autonomia regional.<ref name=newandcourrier>{{cite news|title=Basques Stir Ferment in Spain|url=http://news.google.com/newspapers?id=fnZJAAAAIBAJ&sjid=SAsNAAAAIBAJ&pg=4795,3283737&dq=eta+bayonne+france+1962&hl=en|accessdate=21 October 2011|newspaper=The News and Courrier|date=1 October 1968}}</ref>
No [[País Basco]], o [[Nacionalismo basco|nacionalismo]] moderado tem coexistido com [[Conflito basco|um movimento radical nacionalista]] liderado pela organização armada ''[[Euskadi Ta Askatasuna]]'' (ETA), grupo terrorista formado em 1959 durante o governo de Franco, mas que continuou a travar a sua violenta campanha mesmo após a restauração da democracia e o retorno de um elevado grau de autonomia regional.<ref name=newandcourrier>{{cite news|title=Basques Stir Ferment in Spain|url=http://news.google.com/newspapers?id=fnZJAAAAIBAJ&sjid=SAsNAAAAIBAJ&pg=4795,3283737&dq=eta+bayonne+france+1962&hl=en|accessdate=21 October 2011|newspaper=The News and Courrier|date=1 October 1968}}</ref>


Em 23 de fevereiro de 1981, elementos rebeldes entre as forças de segurança apreenderam Cortes em uma tentativa de impor um governo militar apoiado pelos Estados Unidos. O Rei Juan Carlos assumiu o comando pessoal dos militares e, com êxito, ordenou que os golpistas, através da televisão nacional, se rendessem.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Em 23 de Fevereiro de 1981, elementos rebeldes entre as forças da Guarda Civil ocuparam as Cortes numa tentativa de impor um governo de pendor militar. O Rei Juan Carlos assumiu o comando pessoal dos militares e a dire~ção do Governo e, com êxito, dominou os golpistas, impondo-lhes que se rendessem.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


Em 30 de maio de 1982 a Espanha aderiu à [[Organização do Tratado do Atlântico Norte]] (NATO), após um referendo. Nesse ano, o [[Partido Socialista Operário Espanhol]] (PSOE) chegou ao poder, o primeiro governo de [[Esquerda política|esquerda]] em 43 anos. Em 1986 a Espanha aderiu à [[Comunidade Europeia]], que posteriormente tornou-se a [[União Europeia]] (UE). O PSOE foi substituído no governo pelo [[Partido Popular (Espanha)|Partido Popular]] (PP) em 1996.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Em 30 de Maio de 1982, a Espanha aderiu à [[Organização do Tratado do Atlântico Norte]] (NATO), após um referendo. Nesse ano, o [[Partido Socialista Operário Espanhol]] (PSOE) chegou ao poder, o primeiro governo de [[Esquerda política|esquerda]] em 43 anos. Em 1986 a Espanha aderiu à [[Comunidade Europeia]], que posteriormente se tornou [[União Europeia]] (UE). O PSOE foi substituído no Governo pelo [[Partido Popular (Espanha)|Partido Popular]] (PP) em 1996.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


[[Ficheiro:Monumento 11M, Alcalá de Henares, España (15).JPG|thumb|esquerda|Monumento às vítimas dos [[atentados de 11 de março de 2004 em Madrid]].]]
[[Ficheiro:Monumento 11M, Alcalá de Henares, España (15).JPG|thumb|esquerda|Monumento às vítimas dos [[atentados de 11 de março de 2004 em Madrid]].]]


Em 1 de janeiro de 2002, a Espanha deixou de usar a [[peseta]] como moeda e substituí-a pelo [[euro]], que compartilha com outros 15 países da [[zona euro]]. O país experimentou um forte crescimento econômico, bem acima da média da UE, mas as preocupações divulgadas e emitidas por muitos comentaristas econômicos no auge do ''boom'' dos preços imobiliários e dos elevados défices de comércio exterior de que o país estava  susceptível a passar por um doloroso colapso econômico foram confirmadas por uma grave recessão que assola o país desde 2008.<ref>{{Cite news|url=http://www.nytimes.com/2002/07/11/business/worldbusiness/11iht-a10_18.html?scp=1&sq=Economy%20reaps%20benefits%20of%20entry%20to%20the%20%27club%27%20:%20Spain%27s%20euro%20bonanza&st=cse|title=Economy reaps benefits of entry to the 'club' : Spain's euro bonanza|work=International Herald Tribune |accessdate=9 August 2008|date=11 July 2002|author=Pfanner, Eric}} See also: {{Cite news|url=http://www.economist.com/displayStory.cfm?story_id=9118701|title=Spain's economy / Plain sailing no longer|work=The Economist |date=3 May 2007|accessdate=9 August 2008}}</ref>
Em 1 de Janeiro de 2002, a Espanha deixou de usar a [[Peseta]] como moeda e substituiu-a pelo [[Euro]], que compartilha com outros 16 países da [[zona euro]]. O país experimentou um forte crescimento económico, bem acima da média da UE, mas as preocupações divulgadas e emitidas por muitos comentadores de economia no auge do ''boom'' dos preços imobiliários e dos elevados déficits do comércio exterior de que o país estava  susceptível de passar por um doloroso colapso financeiro foram confirmadas por uma grave recessão que assola o país desde 2008.<ref>{{Cite news|url=http://www.nytimes.com/2002/07/11/business/worldbusiness/11iht-a10_18.html?scp=1&sq=Economy%20reaps%20benefits%20of%20entry%20to%20the%20%27club%27%20:%20Spain%27s%20euro%20bonanza&st=cse|title=Economy reaps benefits of entry to the 'club' : Spain's euro bonanza|work=International Herald Tribune |accessdate=9 August 2008|date=11 July 2002|author=Pfanner, Eric}} See also: {{Cite news|url=http://www.economist.com/displayStory.cfm?story_id=9118701|title=Spain's economy / Plain sailing no longer|work=The Economist |date=3 May 2007|accessdate=9 August 2008}}</ref>


Em 11 de março de 2004, [[atentados de 11 de março de 2004 em Madrid|uma série de bombas explodiram em trens]] de [[Madrid]]. Depois de um julgamento de cinco meses em 2007, concluiu-se os atentados foram perpetrados por um grupo islâmico militante local inspirado pela organização [[Al-Qaeda]].<ref>{{Cite news|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/europe/3509426.stm|publisher=BBC|title=Al-Qaeda 'claims Madrid bombings'|accessdate=13 August 2008 | date=14 March 2004}} See also: {{Cite news|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/europe/7070827.stm|publisher=BBC|title=Madrid bombers get long sentences|accessdate=13 August 2008 | date=31 October 2007}}</ref> As explosões mataram 191 pessoas e feriram mais de 1800, e a intenção dos autores do [[atentado terrorista]] podem ter sido influenciadas o resultado da eleição geral espanhola, realizada três dias depois.<ref>{{cite web|url=http://www.realinstitutoelcano.org/wps/portal/rielcano/contenido?WCM_GLOBAL_CONTEXT=/Elcano_es/Zonas_es/Imagen+de+Espana/ARI+132-2004|title=Del 11-M al 14-M: estrategia yihadista, elecciones generales y opinión pública|accessdate=9 August 2008|publisher=Fundación Real Instituto Elcano}}</ref>
Em 11 de Março de 2004, [[atentados de 11 de Março de 2004 em Madrid| bombas explodiram em trens]] de [[Madrid]]. Depois de um julgamento de cinco meses em 2007, concluiu-se os atentados foram perpetrados por um grupo islâmico militante local inspirado pela organização [[Al-Qaeda]].<ref>{{Cite news|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/europe/3509426.stm|publisher=BBC|title=Al-Qaeda 'claims Madrid bombings'|accessdate=13 August 2008 | date=14 March 2004}} See also: {{Cite news|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/europe/7070827.stm|publisher=BBC|title=Madrid bombers get long sentences|accessdate=13 August 2008 | date=31 October 2007}}</ref> As explosões mataram 191 pessoas e feriram mais de 1800, e a intenção dos autores do [[atentado terrorista]] podem ter sido influenciadas o resultado da eleição geral espanhola, realizada três dias depois.<ref>{{cite web|url=http://www.realinstitutoelcano.org/wps/portal/rielcano/contenido?WCM_GLOBAL_CONTEXT=/Elcano_es/Zonas_es/Imagen+de+Espana/ARI+132-2004|title=Del 11-M al 14-M: estrategia yihadista, elecciones generales y opinión pública|accessdate=9 August 2008|publisher=Fundación Real Instituto Elcano}}</ref>


Embora as suspeitas iniciais tenham se focado no grupo basco ETA, logo surgiram evidências indicando um possível envolvimento de grupos extremistas islâmicos. Devido à proximidade da eleição, a questão da responsabilidade rapidamente se tornou uma controvérsia política, com os principais partidos concorrentes, PP e PSOE, trocando de acusações sobre a manipulação do resultado.<ref>{{Cite news|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/europe/3509744.stm|publisher=BBC|title=Spain votes under a shadow|accessdate=13 August 2008 | date=14 March 2004}}</ref> Em 14 de março de eleições, o PSOE, liderado por [[José Luis Rodríguez Zapatero]], obteve uma pluralidade suficiente para formar um novo gabinete, portanto, suceder a administração anterior do PP.<ref>{{Cite news|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/europe/3512222.stm|publisher=BBC|title=Spain awakes to socialist reality|accessdate=13 August 2008 | date=15 March 2004}}</ref>
Embora as suspeitas iniciais se tenham focado no grupo basco ETA, logo surgiram evidências indicando um possível envolvimento de grupos extremistas islâmicos. Devido à proximidade da eleição, a questão da responsabilidade rapidamente se tornou uma controvérsia política, com os principais partidos concorrentes, PP e PSOE, trocando de acusações sobre a manipulação do resultado.<ref>{{Cite news|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/europe/3509744.stm|publisher=BBC|title=Spain votes under a shadow|accessdate=13 August 2008 | date=14 March 2004}}</ref> Em 14 de Março, nas eleições, o PSOE liderado por [[José Luis Rodríguez Zapatero]], obteve uma maioria suficiente para formar um novo gabinete e, portanto, suceder à administração anterior do PP.<ref>{{Cite news|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/europe/3512222.stm|publisher=BBC|title=Spain awakes to socialist reality|accessdate=13 August 2008 | date=15 March 2004}}</ref>


Nas [[Eleições gerais na Espanha em 2011|eleições de 20 de novembro de 2011]] o partido liderado por [[Mariano Rajoy]] obteve mais de {{fmtn|10800000}} votos e elegeu 186 deputados, conquistando a maioria absoluta e o melhor resultado de sempre do Partido Popular, que voltou ao poder.<ref>{{citar web|url=http://resultados.elpais.com/elecciones/generales.html|título=Elecciones generales 2011 - resultados|acessodata=21-11-2011}}</ref>
Nas [[Eleições gerais na Espanha em 2011|eleições de 20 de Novembro de 2011]] o partido liderado por [[Mariano Rajoy]] obteve mais de {{fmtn|10800000}} votos e elegeu 186 deputados, conquistando a maioria absoluta e o melhor resultado de sempre do Partido Popular, que voltou ao poder.<ref>{{citar web|url=http://resultados.elpais.com/elecciones/generales.html|título=Elecciones generales 2011 - resultados|acessodata=21-11-2011}}</ref>


== Geografia ==
== Geografia ==
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À medida que se avança para o interior, o clima é mais extremo, passando o clima a ser do tipo clima mediterrânico continental, predominante em quase toda a península: temperaturas altas no verão, baixas no inverno e precipitações irregulares (dependendo da posição geográfica).{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
À medida que se avança para o interior, o clima é mais extremo, passando o clima a ser do tipo clima mediterrânico continental, predominante em quase toda a península: temperaturas altas no verão, baixas no inverno e precipitações irregulares (dependendo da posição geográfica).{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


Desde 1996 o índice de emissões de [[Dióxido de carbono|CO<sub>2</sub>]] subiu notavelmente na Espanha, descumprindo os objetivos do [[Protocolo de Quioto]] sobre emissões geradoras do [[efeito estufa]] e contribuintes da mudança climática. [[Ban Ki-moon]], secretário geral da [[ONU]], pediu à Espanha uma ‘‘liderança mais ativa’‘ na luta contra a mudança climática.<ref>{{Citar web |url=http://www.ecoticias.com/detalle_noticia.asp?id=27582 |título=Ecoticias Notícia sobre Ban Ki-Moon.}} (Ligação externa não funciona - 10/10/2009)</ref>
Desde 1996 o índice de emissões de [[dióxido de carbono|CO<sub>2</sub>]] subiu notavelmente na Espanha, incumprindo os objectivos do [[Protocolo de Quioto]] sobre emissões geradoras do [[efeito estufa]] e contribuintes da alteração climática. [[Ban Ki-moon]], Secretário-Geral da [[ONU]], pediu a Espanha uma ‘‘liderança mais activa’‘ na luta contra a mudança climática.<ref>{{Citar web |url=http://www.ecoticias.com/detalle_noticia.asp?id=27582 |título=Ecoticias Notícia sobre Ban Ki-Moon.}} (Ligação externa não funciona - 10/10/2009)</ref>


A Espanha é um país especialmente afetado pelo fenômeno da [[seca]]: durante o período 1880-2000, mais da metade dos anos foram classificados como secos ou muito secos. Sete anos da década dos 80 e cinco da década de 90 foram considerados secos ou muito secos. A mudança climática prevê para a Espanha gravíssimos problemas meio ambientais, agravando as características mais extremas.<ref>{{Citar web |url=http://www.mma.es/portal/secciones/acm/aguas_continent_zonas_asoc/ons/ |título=Ministerio de Medio Ambiente da Espanha}}</ref>
A Espanha é um país especialmente afectado pelo fenómeno da [[seca]]: durante o período 1880-2000, mais de metade dos anos foram classificados como secos ou muito secos. Sete anos da década de 80 e cinco da década de 90 foram considerados secos ou muito secos. A mudança climática prevê para Espanha gravíssimos problemas medio-ambientais, agravando as características mais extremas.<ref>{{Citar web |url=http://www.mma.es/portal/secciones/acm/aguas_continent_zonas_asoc/ons/ |título=Ministerio de Medio Ambiente da Espanha}}</ref>


Segundo [[Al Gore]], a Espanha é o [[Anexo:Lista de países da Europa|país europeu]] mais vulnerável ao [[efeito estufa]].<ref>{{Citar web |url=http://www.ecoticias.com/detalle_noticia.asp?id=27235 |título=Ecoticias Notícias Al Gore.}} (Ligação externa não funciona - 10/10/2009)</ref>
Segundo [[Al Gore]], Espanha é o [[Anexo:Lista de países da Europa|país europeu]] mais vulnerável ao [[efeito estufa]].<ref>{{Citar web |url=http://www.ecoticias.com/detalle_noticia.asp?id=27235 |título=Ecoticias Notícias Al Gore.}} (Ligação externa não funciona - 10/10/2009)</ref>
{{panorama|Donostia Igeldotik.jpg|900px|Vista da cidade de [[San Sebastián]], em [[Guipúscoa]].}}
{{panorama|Donostia Igeldotik.jpg|900px|Vista da cidade de [[San Sebastián]], em [[Guipúscoa]].}}


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[[Ficheiro:EspDens2.jpg|thumb|350px|Distribuição geográfica da população espanhola em 2008.]]
[[Ficheiro:EspDens2.jpg|thumb|350px|Distribuição geográfica da população espanhola em 2008.]]


Em 2012, a população de Espanha oficialmente alcançou os 47 milhões de pessoas, conforme registrado pelo ''Padrón municipal''.<ref>{{cite web|url=http://www.ine.es/jaxi/menu.do?type=pcaxis&path=%2Ft20/e260&file=inebase&L=1|publisher=Instituto Nacional de Estadística (National Statistics Institute)|title=Population Figures|accessdate23 de fevereiro de 2013}}</ref> A [[densidade populacional]] do país, em {{nowrap|91 hab./km²}}, é menor do que a da maioria dos países da [[Europa Ocidental]] e sua distribuição através do país é bastante desigual. Com exceção da região do entorno da capital, [[Madrid]], as áreas mais povoadas ficam em torno da costa. A população da Espanha mais que dobrou desde 1900, quando se situava em 18,6 milhões, principalmente devido ao espetacular crescimento demográfico vivido pelo país na década de 1960 e início de 1970.<ref>Joseph Harrison, David Corkill (2004). "''Spain: a modern European economy''". Ashgate Publishing. p.23. ISBN 0-7546-0145-5</ref>
Em 2012, a população de Espanha oficialmente alcançou os 47 milhões de pessoas, conforme registrado pelo ''Padrón municipal''.<ref>{{cite web|url=http://www.ine.es/jaxi/menu.do?type=pcaxis&path=%2Ft20/e260&file=inebase&L=1|publisher=Instituto Nacional de Estadística (National Statistics Institute)|title=Population Figures|accessdate23 de fevereiro de 2013}}</ref> A [[densidade populacional]] do país, em {{nowrap|91 hab./km²}}, é menor do que a da maioria dos países da [[Europa Ocidental]] e sua distribuição através do país é bastante desigual. Com excepção da Comunidade formada pela Província de [[Madrid]], as áreas mais povoadas ficam em torno da costa. A população da Espanha mais que duplicou desde 1900, quando se situava em 18,6 milhões, principalmente devido ao espectacular crescimento demográfico vivido pelo país na década de 1960 e início de 1970.<ref>Joseph Harrison, David Corkill (2004). "''Spain: a modern European economy''". Ashgate Publishing. p.23. ISBN 0-7546-0145-5</ref>


Os [[espanhóis]] nativos compõem 88% da população total da Espanha. Depois da [[taxa de natalidade]] ter caído na década de 1980, a taxa de crescimento populacional da Espanha diminuiu, mas a população novamente cresceu baseada inicialmente no regresso de muitos espanhóis que emigraram para outros países europeus durante os anos 1970 e, mais recentemente, alimentada por um grande número de imigrantes que constituem 12% da população. Os imigrantes são originários principalmente na [[América Latina]] (39%), [[Norte da África]] (16%), [[Europa Oriental]] (15%) e [[África subsaariana]] (4%).<ref>{{cite web|url=http://www.ine.es/inebase/cgi/axi?AXIS_PATH=/inebase/temas/t20/e245/p04/a2005/l0/&FILE_AXIS=00000010.px&CGI_DEFAULT=/inebase/temas/cgi.opt&COMANDO=SELECCION&CGI_URL=/inebase/cgi/|publisher=Instituto Nacional de Estadística|title=Población extranjera por sexo, país de nacionalidad y edad|accessdate=13 August 2008| archiveurl = http://web.archive.org/web/20080325043135/http://www.ine.es/inebase/cgi/axi?AXIS_PATH=/inebase/temas/t20/e245/p04/a2005/l0/&FILE_AXIS=00000010.px&CGI_DEFAULT=/inebase/temas/cgi.opt&COMANDO=SELECCION&CGI_URL=/inebase/cgi/| archivedate = 25 March 2008}}</ref> Em 2005, a Espanha instituiu um programa de anistia de três meses através do qual foi concedida residência legal à imigrantes ilegais.
Os [[espanhóis]] nativos compõem 88% da população total da Espanha. Depois da [[taxa de natalidade]] ter caído na década de 1980, a taxa de crescimento populacional da Espanha diminuiu, mas a população novamente cresceu baseada inicialmente no regresso de muitos espanhóis que emigraram para outros países europeus durante os anos 1970 e, mais recentemente, alimentada por um grande número de imigrantes que constituem 12% da população. Os imigrantes são originários principalmente na [[América Latina]] (39%), [[Norte da África]] (16%), [[Europa Oriental]] (15%) e [[África subsaariana]] (4%).<ref>{{cite web|url=http://www.ine.es/inebase/cgi/axi?AXIS_PATH=/inebase/temas/t20/e245/p04/a2005/l0/&FILE_AXIS=00000010.px&CGI_DEFAULT=/inebase/temas/cgi.opt&COMANDO=SELECCION&CGI_URL=/inebase/cgi/|publisher=Instituto Nacional de Estadística|title=Población extranjera por sexo, país de nacionalidad y edad|accessdate=13 August 2008| archiveurl = http://web.archive.org/web/20080325043135/http://www.ine.es/inebase/cgi/axi?AXIS_PATH=/inebase/temas/t20/e245/p04/a2005/l0/&FILE_AXIS=00000010.px&CGI_DEFAULT=/inebase/temas/cgi.opt&COMANDO=SELECCION&CGI_URL=/inebase/cgi/| archivedate = 25 March 2008}}</ref> Em 2005, a Espanha instituiu um programa de amnistia de três meses através do qual foi concedida residência legal à imigrantes ilegais.


Em 2008, o país concedeu a cidadania a {{fmtn|84170}} pessoas, principalmente para pessoas vindas do [[Equador]], [[Colômbia]] e [[Marrocos]].<ref>"[http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_PUBLIC/3-06072010-AP/EN/3-06072010-AP-EN.PDF EU27 Member States granted citizenship to 696 000 persons in 2008]" (PDF). [[Eurostat]]. 6 July 2010.</ref> Uma parte considerável dos residentes estrangeiros na Espanha também vêm de outros países da [[Europa Ocidental]] e [[Europa Central|Central]]. Estes são em sua maioria [[britânicos]], [[franceses]], [[alemães]], [[holandeses]] e [[noruegueses]]. Eles residem principalmente na costa do Mediterrâneo e nas [[ilhas Baleares]], onde muitos escolhem para viver sua aposentadoria.
Em 2008, o país concedeu a cidadania a {{fmtn|84170}} pessoas, principalmente para pessoas vindas do [[Equador]], [[Colômbia]] e [[Marrocos]].<ref>"[http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_PUBLIC/3-06072010-AP/EN/3-06072010-AP-EN.PDF EU27 Member States granted citizenship to 696 000 persons in 2008]" (PDF). [[Eurostat]]. 6 July 2010.</ref> Uma parte considerável dos residentes estrangeiros em Espanha também vêm de outros países da [[Europa Ocidental]] e [[Europa Central|Central]]. Estes são em sua maioria [[britânicos]], [[franceses]], [[alemães]], [[holandeses]] e [[noruegueses]]. Residem principalmente na costa do Mediterrâneo e nas [[ilhas Baleares]], que muitos escolhem para viver sua aposentadoria.


Populações substanciais descendentes de colonos espanhóis e imigrantes existem em outras partes do mundo, com destaque para a América Latina. Começando no final do {{séc|XV}}, um grande número de colonos ibéricos estabeleceram-se no que se tornou a América Latina e no momento a maior parte dos latino-americanos [[brancos]] (que representam cerca de um terço da população da América Latina) são de origem espanhola ou [[Portugueses|portuguesa]]. No {{séc|XVI}}, estima-se que {{fmtn|240000}} espanhóis emigraram, principalmente para [[Peru]] e [[México]].<ref>[http://www.let.leidenuniv.nl/history/migration/chapter53.html Migration to Latin America]. Universiteit Leiden.</ref> Eles se juntaram a 450.000 que emigraram no século seguinte.<ref>{{Cite journal|url= http://www.millersville.edu/~columbus/data/art/AXTELL01.ART |title= The Columbian Mosaic in Colonial America |first= James |last= Axtell |journal=Humanities |date= September/October 1991 |volume= 12 |issue= 5 |pages= 12–18 |accessdate= 8 October 2008|postscript= <!--None--> | archiveurl = http://web.archive.org/web/20080517052031/http://www.millersville.edu/~columbus/data/art/AXTELL01.ART| archivedate = 17 May 2008}}</ref> Entre 1846 e 1932 estima-se que cerca de 5 milhões de espanhóis emigraram para a [[América]], especialmente para [[Argentina]] e [[Brasil]].<ref>[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/557573/Spain/70267/People Spain – People]. Britannica Online Encyclopedia.</ref> Cerca de dois milhões de espanhóis migraram para outros países da Europa Ocidental entre 1960 e 1975. Durante o mesmo período, cerca de {{fmtn|300000}} foram para a América Latina.<ref>[http://www.focus-migration.de/Spain_Update_08_200.5420.0.html?&L=1 Spain]. Focus–Migration.</ref>
Populações substanciais descendentes de colonos espanhóis e imigrantes existem em outras partes do mundo, com destaque para a América Latina. Começando no final do {{séc|XV}}, um grande número de colonos ibéricos estabeleceram-se no que se tornou a América Latina e no momento a maior parte dos latino-americanos [[brancos]] (que representam cerca de um terço da população da América Latina) são de origem espanhola ou [[Portugueses|portuguesa]]. No {{séc|XVI}}, estima-se que {{fmtn|240000}} espanhóis emigraram, principalmente para [[Peru]] e [[México]].<ref>[http://www.let.leidenuniv.nl/history/migration/chapter53.html Migration to Latin America]. Universiteit Leiden.</ref> Juntaram-se-lhes 450.000 que emigraram no século seguinte.<ref>{{Cite journal|url= http://www.millersville.edu/~columbus/data/art/AXTELL01.ART |title= The Columbian Mosaic in Colonial America |first= James |last= Axtell |journal=Humanities |date= September/October 1991 |volume= 12 |issue= 5 |pages= 12–18 |accessdate= 8 October 2008|postscript= <!--None--> | archiveurl = http://web.archive.org/web/20080517052031/http://www.millersville.edu/~columbus/data/art/AXTELL01.ART| archivedate = 17 May 2008}}</ref> Entre 1846 e 1932 estima-se que cerca de 5 milhões de espanhóis emigraram para a [[América]], especialmente para [[Argentina]] e [[Brasil]].<ref>[http://www.britannica.com/EBchecked/topic/557573/Spain/70267/People Spain – People]. Britannica Online Encyclopedia.</ref> Cerca de dois milhões de espanhóis migraram para outros países da Europa Ocidental entre 1960 e 1975. Durante o mesmo período, cerca de {{fmtn|300000}} foram para a América Latina.<ref>[http://www.focus-migration.de/Spain_Update_08_200.5420.0.html?&L=1 Spain]. Focus–Migration.</ref>
{{Cidades mais populosas da Espanha}}
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A Espanha é abertamente um país multilingue.<ref name=conversi>{{cite web| url=http://easyweb.easynet.co.uk/conversi/smooth.pdf| last=Conversi|first=Daniele|title=The Smooth Transition: Spain’s 1978 Constitution and the Nationalities Question| publisher=Carfax Publishing, Inc.|work=National Identities, Vol 4, No. 3|year=2002|accessdate=28 January 2008}}</ref> O idioma oficial e o mais falado no conjunto da Espanha, por 98.9% da população, é o espanhol, língua materna de 89% dos espanhóis,<ref name="eurobarómetro">{{Citar web |url=http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_243_en.pdf |título=Eurobarômetro 243: os europeus e suas línguas}}</ref><ref name = "DemografíaLengEsp">{{Citation | url = http://eprints.ucm.es/8936/1/DT03-06.pdf | title = Demografía de la lengua española | page = 28 | place = ES | language = Castilian}}, to countries with official spanish status.</ref> que pode receber a denominação alternativa de [[língua castelhana|castelhano]].<ref>{{Citar web |url=http://buscon.rae.es/draeI/SrvltConsulta?TIPO_BUS=3&LEMA=CastelhanoDefinição |título=de '''castelhano''' no Dicionário da Real Academia Espanhola: Língua espanhola, especialmente quando se quer uma distinção de outras línguas faladas também como próprias na Espanha}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.congreso.es/funciones/constitucion/cons_t_preliminar.htm |título=Título sobre idiomas na Constituição Espanhola}}</ref> A estimativa do número de falantes em todo o mundo vai desde os 450<ref>{{Citar web |url=http://www.fundacionblu.org/noticias.htm |título=I Acta Internacional da Língua Espanhola}}</ref> aos 500 milhões<ref>Instituto Cervantes [http://www.elpais.com/articulo/cultura/espanhol/segundo/idioma/estudia/mundo/Instituto/Cervantes/elpepucul/20070426elpepucul_8/Tes Noticias do ‘‘El País’‘]</ref><ref>{{Citar web |url=http://archive.is/20121209175150/http://www.lllf.uam.es/~fmarcos/coloquio/Ponencias/MMelgar.doc |título=Universidad de México}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:gEqh4n6EQ14J:www.educar.org/articulos/elL%C3%ADnguajequenosidentifica.asp+%22es+el+idioma+materno+de+unos+400+millones+de+personas,+y+otros+100+millones+lo+falam+como+segunda+L%C3%ADngua,+de+acuerdo+a+una+investigaci%C3%B3n+realizada+por+la+Universidad+de+M%C3%A9xico%22&hl=es&ct=clnk&cd=1&gl=es |título=educar.org}}</ref> de pessoas, sendo a segunda língua materna mais falada depois do [[Língua chinesa|Chinês]].<ref>{{Citar web |url=http://web.archive.org/web/19990429232804/www.sil.org/ethnologue/top100.html |título=Ethnologue, 1996}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.davidpbrown.co.uk/help/top-100-languages-by-population.html |título=}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2098.html |título=CIA Factbook (ver dados de ‘‘World’‘ na coluna de ‘‘Country’‘)}}</ref> Há previsões que se torne a segunda língua de comunicação internacional depois do [[Língua inglesa|inglês]] no futuro, e, após este, é a segunda língua mais estudada.<ref>{{Citar web |url=http://www.eluniversal.com.mx/notas/345069.html |título=Instituto Cervantes em noticias de ‘‘O Universal’‘}}</ref>
A Espanha é abertamente um país multilingue.<ref name=conversi>{{cite web| url=http://easyweb.easynet.co.uk/conversi/smooth.pdf| last=Conversi|first=Daniele|title=The Smooth Transition: Spain’s 1978 Constitution and the Nationalities Question| publisher=Carfax Publishing, Inc.|work=National Identities, Vol 4, No. 3|year=2002|accessdate=28 January 2008}}</ref> O idioma oficial do Estado Espanhol e o mais falado no conjunto da Espanha, por 98.9% da população, é [[língua castelhana|Castelhano]], língua materna de 89% dos espanhóis,<ref name="eurobarómetro">{{Citar web |url=http://ec.europa.eu/public_opinion/archives/ebs/ebs_243_en.pdf |título=Eurobarômetro 243: os europeus e suas línguas}}</ref><ref name = "DemografíaLengEsp">{{Citation | url = http://eprints.ucm.es/8936/1/DT03-06.pdf | title = Demografía de la lengua española | page = 28 | place = ES | language = Castilian}}, to countries with official spanish status.</ref> correntemente referido como "Espanhol".<ref>{{Citar web |url=http://buscon.rae.es/draeI/SrvltConsulta?TIPO_BUS=3&LEMA=CastelhanoDefinição |título=de '''Castelhano''' no Dicionário da Real Academia Espanhola: Língua espanhola, especialmente quando se quer uma distinção de outras línguas faladas também como próprias na Espanha}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.congreso.es/funciones/constitucion/cons_t_preliminar.htm |título=Título sobre idiomas na Constituição Espanhola}}</ref> A estimativa do número de falantes em todo o mundo vai desde os 450<ref>{{Citar web |url=http://www.fundacionblu.org/noticias.htm |título=I Acta Internacional da Língua Espanhola}}</ref> aos 500 milhões<ref>Instituto Cervantes [http://www.elpais.com/articulo/cultura/espanhol/segundo/idioma/estudia/mundo/Instituto/Cervantes/elpepucul/20070426elpepucul_8/Tes Noticias do ‘‘El País’‘]</ref><ref>{{Citar web |url=http://archive.is/20121209175150/http://www.lllf.uam.es/~fmarcos/coloquio/Ponencias/MMelgar.doc |título=Universidad de México}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:gEqh4n6EQ14J:www.educar.org/articulos/elL%C3%ADnguajequenosidentifica.asp+%22es+el+idioma+materno+de+unos+400+millones+de+personas,+y+otros+100+millones+lo+falam+como+segunda+L%C3%ADngua,+de+acuerdo+a+una+investigaci%C3%B3n+realizada+por+la+Universidad+de+M%C3%A9xico%22&hl=es&ct=clnk&cd=1&gl=es |título=educar.org}}</ref> de pessoas, sendo a segunda língua materna mais falada depois do [[Língua chinesa|Chinês]].<ref>{{Citar web |url=http://web.archive.org/web/19990429232804/www.sil.org/ethnologue/top100.html |título=Ethnologue, 1996}}</ref><ref>{{Citar web |url=http://www.davidpbrown.co.uk/help/top-100-languages-by-population.html |título=}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/fields/2098.html |título=CIA Factbook (ver dados de ‘‘World’‘ na coluna de ‘‘Country’‘)}}</ref> Há previsões que se torne a segunda língua de comunicação internacional depois do [[Língua inglesa|inglês]] no futuro, e, após este, é a segunda língua mais estudada.<ref>{{Citar web |url=http://www.eluniversal.com.mx/notas/345069.html |título=Instituto Cervantes em noticias de ‘‘O Universal’‘}}</ref>


Além disso, falam-se outras línguas que podem ser oficiais em suas regiões, de acordo com a Constituição e os Estatutos de Autonomia de cada Comunidade Autônoma, e co-oficiais para o resto do país. Ordenadas por número de falantes, estas Línguas são:<ref>{{cite web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/sp.html |title=CIA – The World Factbook – Spain |publisher=Cia.gov |date= |accessdate=2011-04-30}}</ref>
Além disso, falam-se outras línguas que são co-oficiais nas suas regiões, a par do Castelhano, de acordo com a Constituição e os Estatutos de Autonomia de cada Comunidade Autónoma. Ordenadas por número de falantes, estas Línguas são:<ref>{{cite web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/sp.html |title=CIA – The World Factbook – Spain |publisher=Cia.gov |date= |accessdate=2011-04-30}}</ref>


* [[Língua catalã|Catalão]] (entre 9% e 17% da população), oficial na [[Catalunha]] e nas [[Ilhas Baleares]] e, sem estatuto oficial, na chamada "[[Faixa de Aragão]]" e na comarca de "[[El Carche]]", em Múrcia. Oficialmente, se denomina [[língua valenciana|valenciano]] na [[Comunidade Valenciana]],<ref>{{Citar web |url=http://www.gva.es/cidaj/cas/c-normas/5-1982.htm#9 |título=Artigo 7 do Título I do Estatuto da Comunidade Valenciana}}</ref> onde também é oficial.
* [[Língua catalã|Catalão]] (entre 9% e 17% da população), oficial na [[Catalunha]] e nas [[Ilhas Baleares]] e, sem estatuto oficial, na chamada "[[Faixa de Aragão]]" e na comarca de "[[El Carche]]", em Múrcia. Muito parecida mas distinta, a [[língua valenciana|valenciano]] na [[Comunidade Valenciana]],<ref>{{Citar web |url=http://www.gva.es/cidaj/cas/c-normas/5-1982.htm#9 |título=Artigo 7 do Título I do Estatuto da Comunidade Valenciana}}</ref> onde também é oficial.


* [[Língua galega|Galego]] (entre 5% e 7% da população), oficial na [[Galiza]]. É falado também em algumas zonas das províncias de [[Astúrias]], [[Província de Leão|Leão]] e [[Zamora]], sem estatuto de oficialidade.
* [[Língua galega|Galego]] (entre 5% e 7% da população), oficial na [[Galiza]]. É falado também em algumas zonas das províncias de Oviedo ([[Astúrias]]), na [[Província de Leão|Leão]] e [[Zamora]], sem estatuto oficial.


* [[Língua basca|Basco]] (1% da população), oficial no [[País Basco (Espanha)|País Basco]] e terço norte de [[Navarra]], onde se denomina estatutariamente "Euskera". É falado também na chamada zona mista de Navarra (onde o basco, sem ser oficial, tem certo reconhecimento) e de forma muito residual no resto de Navarra (sul).
* [[Língua basca|Basco]] (1% da população), oficial no [[País Basco (Espanha)|País Basco]] e terço norte de [[Navarra]], onde se denomina estatutariamente "Euskera". É falado também na chamada zona mista da Comunidade Foral de Navarra (onde o basco, sem ser oficial, tem certo reconhecimento) e de forma muito residual no resto de Navarra (sul).


Também se falam uma série de línguas ou dialetos [[Línguas romances|românicos]] que não tem estatuto de língua oficial: o [[Língua asturiana|asturiano]], falado nas [[Astúrias]]<ref>{{Citar web |url=http://www.proel.org/Línguas/bable.html |título=Língua Asturiana}}</ref> (chamado ''Bable''), [[Província de Leão|Leão]], [[Província de Zamora|Zamora]] (chamado "leonês"), [[Província de Salamanca|Salamanca]] e [[Estremadura (Espanha)|Estremadura]]<ref>{{Citar web |url=http://www.proel.org/Línguas/extremeno.htm |título=Língua Extremenha}}</ref> (chamado "estremenho") e o [[Língua aragonesa|aragonês]] no norte de [[província de Huesca|Huesca]].
Também se falam uma série de línguas ou dialectos [[Línguas romances|românicos]] que não têm estatuto de língua oficial: o asturo-leonês, ou [[Língua asturiana|asturiano]], falado nas [[Astúrias]]<ref>{{Citar web |url=http://www.proel.org/Línguas/bable.html |título=Língua Asturiana}}</ref> (chamado ''Bable''), [[Província de Leão|Leão]], [[Província de Zamora|Zamora]] (chamado "leonês"), [[Província de Salamanca|Salamanca]] e [[Estremadura (Espanha)|Estremadura]]<ref>{{Citar web |url=http://www.proel.org/Línguas/extremeno.htm |título=Língua Extremenha}}</ref> (chamado "estremenho") e o [[Língua aragonesa|aragonês]] no norte de [[província de Huesca|Huesca]].


O [[Língua aranesa|aranês]], variante do [[Língua occitana|occitano]], é considerado co-oficial na [[Catalunha]],<ref>Artigo 6 do [http://www.gencat.cat/generalitat/cas/estatut/titol_preliminar.htm#a6 Estatuto de Autonomia de Catalunha]</ref> onde é falado nos municípios do [[Vale de Arão]] ([[Província de Lérida|Lérida]]).
O [[Língua aranesa|aranês]], variante do [[Língua occitana|occitano]], é considerado co-oficial na [[Catalunha]],<ref>Artigo 6 do [http://www.gencat.cat/generalitat/cas/estatut/titol_preliminar.htm#a6 Estatuto de Autonomia de Catalunha]</ref> onde é falado nos municípios do [[Vale de Arão]] ([[Província de Lérida|Lérida]] ou Lleida).


Igualmente, o [[Língua portuguesa|português]] é falado em algumas localidades fronteiriças estremenhas, principalmente por portugueses ali residentes.
Igualmente, o [[Língua portuguesa|Português]] é falado em algumas localidades fronteiriças estremenhas, principalmente por portugueses ali residentes.


A Espanha ratificou em [[9 de abril]] de 2001 a ''Carta Europeia das Línguas Minoritárias ou Regionais''<ref>{{Citar web |url=http://www.boe.es/boe/dias/2001/09/15/pdfs/A34733-34749.pdf |título=Carta Europea de las Lenguas Minoritarias o Regionales}}</ref> do [[Conselho Europeu]].<ref>{{Citar web |url=http://www.coe.int/T/E/Legal_Affairs/Local_and_regional_Democracy/Regional_or_Minority_languages/2_Monitoring/Monitoring_table.asp |título=Monitorização da aplicação da Carta. Os informes sobre a Espanha estão em castelhano.}}</ref>
A Espanha ratificou em [[9 de Abril]] de 2001 a ''Carta Europeia das Línguas Minoritárias ou Regionais''<ref>{{Citar web |url=http://www.boe.es/boe/dias/2001/09/15/pdfs/A34733-34749.pdf |título=Carta Europea de las Lenguas Minoritarias o Regionales}}</ref> do [[Conselho Europeu]].<ref>{{Citar web |url=http://www.coe.int/T/E/Legal_Affairs/Local_and_regional_Democracy/Regional_or_Minority_languages/2_Monitoring/Monitoring_table.asp |título=Monitorização da aplicação da Carta. Os informes sobre a Espanha estão em castelhano.}}</ref>


=== Religião ===
=== Religião ===
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O artigo 16.3 da [[Constituição Espanhola de 1978|Constituição Espanhola]] vigente define o país como um Estado sem confissão: ‘‘''Nenhuma confissão terá caráter estatal''‘‘. Porém, é garantida a liberdade religiosa e de culto dos indivíduos e é assegurada uma relação de cooperação entre os poderes públicos e todas as confissões religiosas.
O artigo 16.3 da [[Constituição Espanhola de 1978|Constituição Espanhola]] vigente define o país como um Estado não confessional: ‘‘''Nenhuma confissão terá carácter estatal''‘‘. Porém, é garantida a liberdade religiosa e de culto dos indivíduos e é assegurada uma relação de cooperação entre os poderes públicos e todas as confissões religiosas.


O [[catolicismo]] é a religião predominante no país. A [[Igreja Católica]] é a única mencionada expressamente na Constituição, no mesmo artigo 16.3: ‘‘''… e manterão as conseguintes religiões de cooperação com a Igreja Católica e as demais confissões''‘‘. 77,3% dos espanhóis se consideravam católicos, segundo um estudo do Centro de Investigações Sociológicas realizado em 2007.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
O [[catolicismo]] é a religião predominante no país. A [[Igreja Católica]] é a única mencionada expressamente na Constituição, no mesmo artigo 16.3: ‘‘''… e manterão as conseguintes religiões de cooperação com a Igreja Católica e as demais confissões''‘‘. 77,3% dos espanhóis se consideravam católicos, segundo um estudo do Centro de Investigações Sociológicas realizado em 2007.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
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[[Ficheiro:Spain.Santiago.de.Compostela.Obradoiro.jpg|thumb|esquerda|[[Catedral de Santiago de Compostela]], fim dos [[Caminhos de Santiago]].]]


Seguindo aos católicos, o [[ateísmo]] e o [[agnosticismo]] supõe 18,9% e outras religiões minoritárias 1,7%.<ref>{{Citar web |url=http://www.cis.es/cis/export/sites/default/-Archivos/Marginales/2700_2719/2700/Es2700mar_A.pdf |título=Barômetro do CIS. Abril 2007}}</ref> não obstante, a porcentagem de praticantes é menor. Segundo o mesmo estudo, do total, 18,5% vai a [[missa]] de forma regular: 2,3% vão à missa várias vezes na semana, e 16,2% aos domingos e dias festivos. Este grupo cumpre as disposições da própria Igreja Católica sobre fluência. Também existem 11,3% que vão algumas vezes ao mês. Perfazendo um total de 48,3% de frequentadores regulares às missas.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Seguindo aos católicos, o [[ateísmo]] e o [[agnosticismo]] supõe 18,9% e outras religiões minoritárias 1,7%.<ref>{{Citar web |url=http://www.cis.es/cis/export/sites/default/-Archivos/Marginales/2700_2719/2700/Es2700mar_A.pdf |título=Barômetro do CIS. Abril 2007}}</ref> não obstante, a porcentagem de praticantes é menor. Segundo o mesmo estudo, do total, 18,5% vai à [[missa]] de forma regular: 2,3% vão à missa várias vezes na semana, e 16,2% aos domingos e dias festivos. Este grupo cumpre as disposições da própria Igreja Católica sobre fluência. Também existem 11,3% que vão algumas vezes ao mês. Perfazendo um total de 48,3% de frequentadores regulares às missas.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


A segunda religião em número de membros é a [[Islão|muçulmana]]. Calcula-se que há cerca de {{fmtn|800000}} fiéis, vindos fundamentalmente das recentes ondas de imigração. Há também um número crescente de igrejas [[protestantes]], que somam cerca de {{fmtn|400000}} fiéis (a estatística própria dos protestantes em Espanha indica {{fmtn|1200000}}, dos quais {{fmtn|400000}} são espanhóis e o resto são estrangeiros que residem na Espanha durante pelo menos seis meses ao ano),.<ref>{{Citar web |url=http://www.ferede.org/general.php?pag=estad#1 |título=Federação de Entidades Religiosas Evangélicas da Espanha - FEREDE}}</ref> Em terceiro lugar vêm as [[Testemunhas de Jeová]] com 103 784 fiéis e logo após, com cerca de {{fmtn|20000}} fiéis, o [[mormonismo]]. A comunidade judia na Espanha não supera os {{fmtn|15000}} fiéis.
A segunda religião em número de membros é o [[Islão|muçulmana]]. Calcula-se que há cerca de {{fmtn|800000}} muçulmanos, vindos fundamentalmente das recentes ondas de imigração. Há também a presença de diversas jurisdições eclesiásticas ortodoxas e um número crescente de igrejas [[protestantes]], que somam cerca de {{fmtn|400000}} fiéis (a estatística própria dos protestantes em Espanha indica {{fmtn|1200000}}, dos quais {{fmtn|400000}} são espanhóis e o resto são estrangeiros que residem na Espanha durante pelo menos seis meses ao ano),.<ref>{{Citar web |url=http://www.ferede.org/general.php?pag=estad#1 |título=Federação de Entidades Religiosas Evangélicas da Espanha - FEREDE}}</ref> Em terceiro lugar vêm as [[Testemunhas de Jeová]] com 103 784 fiéis e logo após, com cerca de {{fmtn|20000}} fiéis, o [[mormonismo]]. A comunidade judaica em Espanha não supera os {{fmtn|15000}} fiéis.
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{{Imagem Dupla|right|Felipe_de_Borb%C3%B3n_en_Ecuador.jpg|150|Presidente_Mariano_Rajoy_Brey_2012_-_La_Moncloa.JPG|135|Rei [[Filipe VI da Espanha|Filipe VI]]|[[Mariano Rajoy]], o atual [[Anexo:Lista de presidentes do governo da Espanha|Presidente do Governo]].}}
{{Imagem Dupla|right|Felipe_de_Borb%C3%B3n_en_Ecuador.jpg|150|Presidente_Mariano_Rajoy_Brey_2012_-_La_Moncloa.JPG|135|Rei [[Filipe VI da Espanha|Filipe VI]]|[[Mariano Rajoy]], o atual [[Anexo:Lista de presidentes do governo da Espanha|Presidente do Governo]].}}
{{Artigo principal|Política da Espanha}}
{{Artigo principal|Política da Espanha}}
A Espanha é uma [[monarquia]] [[parlamento|parlamentar]], com um monarca hereditário que exerce como [[Chefe de Estado]] – o [[Rei da Espanha]], e um parlamento bi-cameral, as ''[[Cortes Generales]]''.
A Espanha é uma [[monarquia]] [[parlamento|parlamentar]], com um monarca hereditário que exerce como [[Chefe do Estado]] – o [[Rei da Espanha]], e um parlamento bi-cameral, as ''[[Cortes Generales]]''.


O [[poder executivo]] é formado por um Conselho de Ministros presidido pelo Presidente do Governo, que exerce como Chefe de Governo, e o [[poder judicial]] está formado pelo conjunto de Juizados e Tribunais, integrado por Juízes e Magistrados, que têm a potestade de administrar justiça em nome do Rei.
O «[[poder executivo]]» é constituído pelo Governo, formado por um Conselho de Ministros presidido pelo Presidente do Governo, que exerce como Chefe do Governo, e o [[poder judicial]] formado pelo conjunto de Juizos e Tribunais, integrado por Juízes e Magistrados, que têm a potestade de administrar justiça em nome do Rei.


O [[poder legislativo]] se estabelece nas Cortes Gerais, que é o órgão supremo de representação do povo espanhol. As Cortes Gerais são compostas de uma câmara baixa, o [[Congresso dos Deputados]], e uma câmara alta, o [[Senado da Espanha|Senado]].
O [[poder legislativo]] se estabelece nas Cortes Gerais, que é o órgão supremo de representação do povo espanhol. As Cortes Gerais são compostas de uma câmara "baixa", o [[Congresso dos Deputados]], e uma câmara "alta", da representação territorial, o [[Senado da Espanha|Senado]].


[[Ficheiro:Congreso de los Diputados (España) 14.jpg|thumb|esquerda|Fachada da [[Câmara dos Deputados da Espanha]].]]
[[Ficheiro:Congreso de los Diputados (España) 14.jpg|thumb|esquerda|Fachada da [[Câmara dos Deputados da Espanha]].]]
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O Senado possui 259 membros, dos quais 208 são eleitos diretamente mediante voto popular, por circunscrições provinciais, em cada uma das quais se elegem 4 senadores, seguindo um sistema majoritário (3 para a lista majoritária, 1 para a seguinte), exceto nas Ilhas Baleares e nas Ilhas Canárias, onde cada circunscrição é uma ilha. Os outros 51 são designados pelos órgãos regionais para servir, também, por períodos de quatro anos.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
O Senado possui 259 membros, dos quais 208 são eleitos diretamente mediante voto popular, por circunscrições provinciais, em cada uma das quais se elegem 4 senadores, seguindo um sistema majoritário (3 para a lista majoritária, 1 para a seguinte), exceto nas Ilhas Baleares e nas Ilhas Canárias, onde cada circunscrição é uma ilha. Os outros 51 são designados pelos órgãos regionais para servir, também, por períodos de quatro anos.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


Na Espanha o sistema de votação é diferente de países como o [[Brasil]]: não se vota no candidato, mas sim no partido, que já tem listas provinciais predefinidas. À medida que cada partido recebe seus votos, os integrantes da lista vão sendo eleitos.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Em Espanha, como em Portugal, Alemanha (aqui com particularidades), Austria e na generalidade dos paises europeus, o sistema de votação é diferente de países como o [[Brasil]]: não se vota no candidato, mas sim no partido, que já tem listas provinciais predefinidas. À medida que cada partido recebe seus votos, os integrantes da lista vão sendo eleitos.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


Em 2011, uma série de [[Protestos de maio de 2011 na Espanha|protestos]] pede uma [[democracia]] direta e mais livre no país.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Em 2011, uma série de [[Protestos de maio de 2011 na Espanha|protestos]] pede uma [[democracia]] direta e mais livre no país.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


No dia 2 de junho de 2014, o rei Juan Carlos I renunciou a favor do seu filho, Felipe de Bourbon, foi a primeira vez em mais de 50 anos que um rei abdica do trono na Espanha.
No dia 2 de Junho de 2014, o Rei Juan Carlos I renunciou a favor do seu filho, Felipe de Bourbon. Foi a primeira vez, desde 1931, 83 anos após Afonso XIII, que um rei abdica do trono em Espanha.
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=== Relações internacionais ===
=== Relações internacionais ===


[[Ficheiro:Dilma Rousseff e Mariano Rajoy.jpg|thumb|O primeiro-ministro espanhol, [[Mariano Rajoy]], em um encontra com a [[presidente do Brasil]], [[Dilma Rousseff]], em junho de 2012.]]
[[Ficheiro:Dilma Rousseff e Mariano Rajoy.jpg|thumb|O primeiro-ministro espanhol, [[Mariano Rajoy]], em um encontro com a [[Presidente do Brasil]], [[Dilma Rousseff]], em Junho de 2012.]]


{{Artigo principal|Relações internacionais da Espanha}}
{{Artigo principal|Relações internacionais da Espanha}}
{{Anexo|Missões diplomáticas da Espanha}}
{{Anexo|Missões diplomáticas da Espanha}}


O único litígio internacional diz respeito ao município de [[Olivença]]. Português desde 1297, o município de Olivença foi cedido à Espanha no âmbito do [[Tratado de Badajoz (1801)|Tratado de Badajoz]], em 1801, após a [[Guerra das Laranjas]]. Portugal alegou que lhe pertencia, em 1815, no âmbito do [[Tratado de Viena]]. No entanto, as relações diplomáticas bilaterais entre os dois países vizinhos são cordiais, bem como no âmbito da União Europeia.{{Carece de fontes|data=janeiro de 2010}}
O único "litígio" internacional diz respeito ao município de [[Olivença]]. Português desde 1297, o município de Olivença foi cedido à Espanha no âmbito do [[Tratado de Badajoz (1801)|Tratado de Badajoz]], em 1801, após a [[Guerra das Laranjas]]. Portugal alegou que lhe pertencia, em 1815, no âmbito do [[Tratado de Viena]]. No entanto, as relações diplomáticas bilaterais entre os dois países vizinhos são cordiais, bem como no âmbito da União Europeia, e não reveste importância senão para um reduzidíssimo e residual grupo de nostálgicos, agregados na "Liga dos Amigos de Olivença".{{Carece de fontes|data=janeiro de 2010}}


O [[Tratado de Alcanizes]], de 1297, estabelecia Olivença como parte de Portugal. Em 1801, através do Tratado de Badajoz, denunciado em 1808 por Portugal, o território foi anexado a Espanha. Em 1817 a Espanha reconheceu a soberania portuguesa subscrevendo o [[Congresso de Viena]] de 1815, comprometendo-se à retrocessão do território o mais prontamente possível.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
O [[Tratado de Alcanizes]], de 1297, estabelecia Olivença como parte de Portugal. Em 1801, através do Tratado de Badajoz, denunciado em 1808 por Portugal, o território foi anexado a Espanha. Em 1817 a Espanha reconheceu a soberania portuguesa subscrevendo o [[Congresso de Viena]] de 1815, comprometendo-se à retrocessão do território o mais prontamente possível. Até hoje...{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


=== Forças armadas ===
=== Forças armadas ===
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{{Artigo principal|Forças Armadas da Espanha}}
{{Artigo principal|Forças Armadas da Espanha}}


As [[forças armadas da Espanha]] são conhecidas como as Forças Armadas Espanholas ({{lang-es|''Fuerzas Armadas Españolas''}}). Seu [[comandante-em-chefe]] é o [[rei da Espanha]], [[Juan Carlos I]].<ref>{{cite web|url=http://www.casareal.es/laCorona/laCorona-iden-idweb.html|title=Article 62 of the Spanish Constitution of 1978|publisher=Official site of the Royal Household of HM the King|accessdate=13 August 2008}}</ref>
As [[Forças Armadas da Espanha]] são conhecidas como as Forças Armadas Espanholas ({{lang-es|''Fuerzas Armadas Españolas''}}). Seu [[comandante-em-chefe]] é o [[Rei da Espanha]], hoje Filipe VI, após a abdicação de [[Juan Carlos I]].<ref>{{cite web|url=http://www.casareal.es/laCorona/laCorona-iden-idweb.html|title=Article 62 of the Spanish Constitution of 1978|publisher=Official site of the Royal Household of HM the King|accessdate=13 August 2008}}</ref>


As Forças Armadas espanholas estão divididas em três ramos:<ref>{{cite web|url=http://www.senado.es/constitu_i/index.html|title=Article 8 of the Spanish Constitution of 1978|publisher=Official site of the Spanish Senate|accessdate=29 November 2008}}</ref>
As Forças Armadas Espanholas estão divididas em três ramos:<ref>{{cite web|url=http://www.senado.es/constitu_i/index.html|title=Article 8 of the Spanish Constitution of 1978|publisher=Official site of the Spanish Senate|accessdate=29 November 2008}}</ref>
*[[Exército da Espanha|Exército (''Ejército de Tierra'')]]
*[[Exército de Espanha|Exército (''Ejército de Tierra'')]]
*[[Marinha da Espanha|Marinha (''Armada'')]]
*[[Marinha de Espanha|Marinha (''Armada'')]]
*[[Força Aérea da Espanha|Força Aérea (''Ejército del Aire'')]]
*[[Força Aérea de Espanha|Força Aérea (''Ejército del Aire'')]]


== Subdivisões ==
== Subdivisões ==
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{{Mapa das autonomias da Espanha}}
{{Mapa das autonomias da Espanha}}


Desde a [[Constituição espanhola de 1978|Constituição de 1978]] que a Espanha está dividida em 17 Comunidades Autônomas e as duas [[cidade autônoma da Espanha|cidades autônomas]] de [[Ceuta]] e [[Melilla]], gozando estas de estatuto intermediário entre o município e a Comunidade. Das 17 comunidades autônomas, quatro delas ([[Galiza]], [[País Basco (Espanha)|País Basco]], [[Andaluzia]] e [[Catalunha]]) possuem condição de "[[Nacionalidades históricas da Espanha|Nacionalidades Históricas]]" reconhecidas na Constituição, juntamente com um "Estatuto de autonomia", o que reverte num maior poder e capacidade de decisão e [[soberania]] com respeito às outras comunidades.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Desde a [[Constituição espanhola de 1978|Constituição de 1978]] que a Espanha está dividida em 17 Comunidades Autónomas e as duas [[cidades autónomas de Espanha|cidades autónomas]] de [[Ceuta]] e [[Melilla]], gozando estas de estatuto intermediário entre o município e a Comunidade. Das 17 comunidades autónomas, quatro delas ([[Galiza]], [[País Basco (Espanha)|País Basco]], [[Andaluzia]] e [[Catalunha]]) possuem condição de "[[nacionalidades históricas de Espanha|Nacionalidades Históricas]]" reconhecidas na Constituição, juntamente com um "Estatuto de autonomia", o que reverte num maior poder e capacidade de decisão, com respeito às outras comunidades, posto que sem o carácter de soberania, própria dos estados federados, como os alemães, norteamericanos ou brasileiros, por exemplo. Enquanto "estados", São Paulo, Rio de Janeiro ou Rio Grande do Sul possuem soberania própria, ausente das comunidades espanholas.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


As Comunidades dividem-se ainda em cinquenta províncias.
As Comunidades sobrepõem-se ainda às cinquenta e quatro províncias preexistentes que organização administrativa do Estado Espanhol compreende.


Lista das comunidades e cidades autônomas:
Lista das comunidades e cidades autónomas:
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* [[Catalunha]] (capital: [[Barcelona]])
* [[Catalunha]] (capital: [[Barcelona]])
* [[Ceuta]] (cidade autônoma)
* [[Ceuta]] (cidade autónoma)
* [[Estremadura (Espanha)|Estremadura]] (capital: [[Mérida (Espanha)|Mérida]])
* [[Extremadura (Espanha)|Extremadura]] (capital: [[Mérida (Espanha)|Mérida]])
* [[Galiza]] (capital: [[Santiago de Compostela]])
* [[Galiza]] ("Galicia") (capital: [[Santiago de Compostela]])
* [[Comunidade de Madrid]] (capital: [[Madrid]])
* [[Comunidade de Madrid]] (capital: [[Madrid]])
* [[Melilha]] (cidade autônoma)
* [[Melilha]] (cidade autónoma)
* [[Região de Múrcia]] (capital: [[Múrcia]])
* [[Região de Múrcia]] (capital: [[Múrcia]])
* [[Navarra|Comunidade Foral de Navarra]] (capital: [[Pamplona]])
* [[Navarra|Comunidade Foral de Navarra]] (capital: [[Pamplona]])
Linha 409: Linha 410:
[[Ficheiro:Palau de la Generalitat de Catalunya 1.jpg|thumb|direita|Edifício sede do governo da ''[[Generalitat de Catalunya]]''.]]
[[Ficheiro:Palau de la Generalitat de Catalunya 1.jpg|thumb|direita|Edifício sede do governo da ''[[Generalitat de Catalunya]]''.]]


A Espanha é na atualidade o que se denomina um "Estado de Autonomias", um país formalmente unitário, mas que funciona como uma [[federação]] descentralizada de [[comunidades autônomas]], cada uma delas com diferentes níveis de autonomia. As diferenças dentro deste sistema são provocadas pelo processo de transferência de responsabilidades do governo central para as regiões foi pensado em um princípio como um processo, que garantisse um maior grau de autonomia somente àquelas comunidades que buscavam um tipo de relação mais federalista com o resto da Espanha (as chamadas ''comunidades autônomas de regime especial'': [[Andaluzia]], [[Catalunha]], [[Galiza]], [[Navarra]] e [[País Basco (Espanha)|País Basco]]). Por outro lado, o resto de comunidades autônomas (''comunidades autônomas de regime comum'') teria uma menor autonomia. Porém, estava previsto que ao longo dos anos, estas comunidades fossem adquirindo gradativamente maior autonomia.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Espanha é, na actualidade, o que se denomina um "Estado de Autonomias", um estado unitário regional, que a alguns parece funcionar como uma (falsa) [[federação]] descentralizada de [[comunidades autónomas]], cada uma delas com diferentes níveis de autonomia. As diferenças dentro deste sistema são provocadas pelo processo de transferência de responsabilidades do governo central para as regiões foi pensado em um princípio como um processo, que garantisse um maior grau de autonomia somente àquelas comunidades que buscavam um tipo de relação mais federalista com o resto da Espanha (as chamadas ''comunidades autónomas de regime especial'': [[Andaluzia]], [[Catalunha]], [[Galiza]], [[Navarra]] e [[País Basco (Espanha)|País Basco]]). Por outro lado, o resto de comunidades autónomas (''comunidades autónomas de regime comum'') teria uma menor autonomia. Porém, estava previsto que ao longo dos anos, estas comunidades fossem adquirindo gradativamente maior autonomia.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}} Note-se que o que faz um carácter "federal" não é o grau de autonomia mas a fonte da legitimidade dessa autonomia. Se a fonte reside no Estado soberano nacional, que soberanamente transfere poderes, competências, atribuições, então o Estado permanece unitário. Se a fonte dessas atribuições, competências e poderes se encontra na própria comunidade, isto é, se o grau de autonomia, qualquer que seja, é originário da legitimidade própria da comunidade, e só nesse caso, é que se está perante soberania própria e pode falar-se de carácter federal do Estado nacional (Ex. República Federativa do Brasil), coisa que não ocorre em Espanha.


Hoje em dia, a Espanha está considerada como um dos países europeus mais descentralizados, pois todos os seus diferentes territórios administram de forma local seus sistemas de saúde e educativos, assim como alguns aspetos do orçamento público; alguns deles, como o País Basco e Navarra, administram seu orçamento sem praticamente contar, excetuado em alguns aspetos, com a supervisão do governo central espanhol. Catalunha, Navarra e o País Basco possuem suas próprias [[polícias]] totalmente operativas e completamente autônomas. Excetuando Navarra (cuja polícia se chama ''Policía Foral de Navarra''), tanto a policia da Catalunha (''Mossos d'Esquadra'') como a polícia do País Basco (''Ertzaintza'') substituem as funções da Polícia Nacional da Espanha em seus respetivos territórios. Navarra ainda está em processo de transferência de funções.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Hoje em dia, a Espanha é considerada, pois, como um dos países europeus mais descentralizados, pois todos os seus diferentes territórios administram de forma local seus sistemas de saúde e educativos, assim como alguns aspectos do orçamento público; alguns deles, como o País Basco e Navarra, administram seu orçamento sem praticamente contar, com poucas excepções, com a supervisão do governo central espanhol. Catalunha, Navarra e o País Basco possuem suas próprias [[polícias]] totalmente operativas e completamente autónomas. Excetuando Navarra (cuja polícia se chama ''Policía Foral de Navarra''), tanto a policia da Catalunha (''Mossos d'Esquadra'') como a polícia do País Basco (''Ertzaintza'') substituem as funções da Polícia Nacional da Espanha em seus respectivos territórios. Navarra ainda está em processo de transferência de funções.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}} Todavia, a fonte de legitimidade é ainda o Estado Espanhol que soberanamente transfere poderes e amplia a autonomia. Trata-se, ainda e sempre, de entidades autónomas, sem a soberania própria de estados federados como Sâo paulo ou a Baviera.


=== Movimentos separatistas ===
=== Movimentos separatistas ===
Existem na Espanha diversos [[movimentos políticos]] de posição [[separatismo|separatista]], ligados a [[nacionalismo]]s periféricos, como o nacionalismo basco, o nacionalismo galego, o nacionalismo catalão, que reclamam a independência da Espanha dos territórios em que são ativos. Estes movimentos acontecem na [[Catalunha]], [[Galiza]], [[Navarra]] e no [[País Basco (Espanha)|País Basco]], onde existem partidos explicitamente separatistas como a "[[União do Povo Galego]]" (UPG), "[[Esquerda Republicana da Catalunha]]", "Aralar", o "Eusko Alkartasuna", assim como os seguidores da chamada ''"esquerda abertzale"'' que não se desvinculam do [[Euskadi Ta Askatasuna|ETA]] (sua última denominação formal{{esclarecer}} é [[Batasuna]], partido ilegalizado em Espanha, mas legal em [[França]]). Por outro lado, partidos como o "[[Bloco Nacionalista Galego]]" (BNG), "[[Partido Nacionalista Basco]]" (PNV) e ''"[[Convergència i Unió]]"'' (CiU) oscilam entre posturas autonomistas e abertamente separatistas.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}
Existem em Espanha diversos [[movimentos políticos]] de posição [[separatismo|separatista]], ligados a [[nacionalismo]]s periféricos, como o nacionalismo basco, o nacionalismo galego, o nacionalismo catalão, que reclamam a independência da Espanha dos territórios em que actuam. Estes movimentos acontecem na [[Catalunha]], [[Galiza]], [[Navarra]] e no [[País Basco (Espanha)|País Basco]], onde existem partidos explicitamente separatistas como a "[[União do Povo Galego]]" (UPG), "[[Esquerda Republicana da Catalunha]]", "Aralar", o "Eusko Alkartasuna", assim como os seguidores da chamada ''"esquerda abertzale"'' que não se desvinculam do [[Euskadi Ta Askatasuna|ETA]] (sua última denominação formal{{esclarecer}} é [[Batasuna]], partido ilegalizado em Espanha, mas legal em [[França]]). Por outro lado, partidos como o "[[Bloco Nacionalista Galego]]" (BNG), "[[Partido Nacionalista Basco]]" (PNV) e ''"[[Convergència i Unió]]"'' (CiU) oscilam entre posturas autonomistas e abertamente separatistas.{{Carece de fontes|data=maio de 2012}}


== Economia ==
== Economia ==
{{Artigo principal|Economia da Espanha}}
{{Artigo principal|Economia de Espanha}}
[[Imagem:Cuatro Torres Business Area.JPG|thumb|esquerda|Vista panorâmica da área empresarial de ''[[Cuatro Torres Business Area|Cuatro Torres]]'', em [[Madrid]].]]
[[Imagem:Cuatro Torres Business Area.JPG|thumb|esquerda|Vista panorâmica da área empresarial de ''[[Cuatro Torres Business Area|Cuatro Torres]]'', em [[Madrid]].]]
[[Imagem:Barcelona from Sagrada Familia (2).JPG|thumb|esquerda|Centro financeiro de [[Barcelona]], na [[Catalunha]].]]
[[Imagem:Barcelona from Sagrada Familia (2).JPG|thumb|esquerda|Centro financeiro de [[Barcelona]], na [[Catalunha]].]]

Edição das 17h04min de 26 de novembro de 2014


Reino de Espanha
Reino de España
stylePredefinição:="width:50%; text-align:center; vertical-align:middle" | Bandeira da Espanha stylePredefinição:="width:50%; text-align:center; text-align:center; vertical-align:middle;text-align:center;" |
Brasão de Armas
stylePredefinição:="border:0; text-align:center"| Bandeira stylePredefinição:="border:0; text-align:center"| Brasão de armas
Lema: Plus Ultra
(Latim: ‘‘Mais Além’’)
Hino nacional: Marcha Real (também chamado de Marcha Granadera)
Gentílico: Espanhol(a)

Localização de Espanha

Localização da Espanha (em vermelho)
Localização na União Europeia (em branco)
Capital Madrid
40° 26′N 3° 42′E
Cidade mais populosa Madrid
Língua oficial Castelhano (ou espanhol)

Com estatuto co-oficial:
catalão, valenciano, galego, basco e aranês

Governo Monarquia constitucional
Democracia Parlamentarista
• Rei Filipe VI de Espanha
• Presidente do Governo Mariano Rajoy
Formação  
• Unificação 1469 
• União Dinástica 1516 
• De facto 1716 
• De jure 1812 
Entrada na UE 1 de Janeiro de 1986
Área  
 • Total 504 030 km² (51.º)
• Água (%) 1,08
 Fronteira Portugal, França, Andorra, Gibraltar e Marrocos
População  
 • Estimativa para 2012 47 265 321 hab. (27.º)
• Densidade 90 hab./km² (106.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2014
• Total US$ Predefinição:Tooltip num[1] (13.º)
• Per capita US$ 32 975[1] (29.º)
PIB (nominal) Estimativa de 2014
• Total US$ Predefinição:Tooltip num[1] (12.º)
• Per capita US$ 30 113[1] (27.º)
IDH (2013) 0,869 (27.º) – Predefinição:MuitoElevado[2]
Gini (2005) 32[3] 
Moeda Euro² (EUR)
Fuso horário CET3 (UTC+1)
• Verão (DST) CEST (UTC+2)
Cód. ISO ESP
Cód. Internet .es
Cód. telef. +34
Website governamental www.la-moncloa.es
¹ Os idiomas co-oficiais são oficiais nas seguintes Comunidades autónomas: o catalão na Catalunha e Ilhas Baleares, na Comunidade Valenciana o valenciano valenciano), o galego na Galiza, o basco no País Basco e parte de Navarra, o aranês na comarca do Vale de Arão (província de Lérida).
² Antes da adopção do Euro, a moeda era a Peseta.
3 Nas Ilhas Canárias, o fuso horário é 0 UTC.

Espanha (em castelhano e galego: España; em catalão e valenciano: Espanya; em basco: Espainia; em aranês: Espanha), oficialmente Reino de Espanha, é um país situado na Europa meridional, na Península Ibérica. O seu território principal é delimitado a sul e a leste pelo Mar Mediterrâneo, com excepção de uma pequena fronteira com o território britânico ultramarino de Gibraltar; ao norte pela França, Andorra e pelo Golfo da Biscaia e ao noroeste e oeste pelo Oceano Atlântico e por Portugal.

O território espanhol inclui ainda as Ilhas Baleares, no Mediterrâneo, as Ilhas Canárias, no Oceano Atlântico, próximas da costa Africana e duas cidades autónomas no norte de África, Ceuta e Melilla, que fazem fronteira com o Marrocos. Com uma área de 504 030 km², Espanha é, depois da França, o segundo maior país da Europa Ocidental e da União Europeia.

Devido à sua localização, o território de Espanha foi sujeito a muitas influências externas, muitas vezes simultaneamente, desde os tempos pré-históricos até quando a Espanha se tornou um país. Por outro lado, o próprio país foi uma importante fonte de influência para outras regiões, principalmente durante a Era Moderna, quando se tornou um império mundial que deixou como legado mais de 400 milhões de falantes do Castelhano espalhados pelo mundo.

Nos termos do Artigo 1º da Constituição de 1978, Espanha constitui-se em um Estado social e democrático de direito, a soberania nacional reside no Povo espanhol, de que emanam todos os poderes do Estado Espanhol, cuja forma política é a «Monarquia parlamentar» isto é, uma monarquia constitucional em sistema de governo parlamentar ou, resumidamente e em bom rigor, uma «democracia coroada» . É um país desenvolvido com a nono PIB nominal mais elevado do mundo e elevado padrão de vida (a Espanha possui o 23º melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo).[2] É um membro das Organização das Nações Unidas (ONU), da União Europeia (UE), da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Etimologia

O nome Espanha deriva de Hispânia, nome com o qual os romanos designavam geograficamente a Península Ibérica. O nome Ibéria era o que os gregos davam à Península embora houvesse outras designações dadas pelos povos antigos.[4] O facto do termo Hispânia não ter uma raiz latina resultou na formulação de diversas teorias sobre a sua origem, algumas controversas. A opção mais consensual seria a de que o nome Hispânia provém do fenício i-spn-ea.[5] Os romanos tomaram essa denominação dos vencidos cartaginenses, interpretando o prefixo i como costa, ilha ou terra, e o sufixo ea com o significado de região. O lexema spn foi traduzido como coelhos (na realidade dassies, animais comuns no norte da África). O nome de Espanha, evolução da designação do Império Romano Hispânia era, até ao século XVIII, apenas descritivo da Península Ibérica, não se referindo a um país ou Estado específico, mas sim ao conjunto de todo o território peninsular e dos países que nele se incluíam. A Espanha é unificada durante o Iluminismo e até então era um conjunto de reinos juridica e politicamente independentes, governados pelos mesmos monarcas, o que em direito constitucional se designa como «união pessoal», genericamente correspondente ao regime confederal.[6] Até à data da unificação a Monarquia era formada por um conjunto de reinos associados por herança e união dinástica ou por conquista. A forma de governo era conhecida como aeque principaliter, os reinos eram governados cada um de forma independente, como se tivesse cada reino o seu próprio rei, cada reino mantinha o seu próprio sistema legal, a sua língua, as suas Cortes (instituições representativas, «parlamentares»), os seus foros e os seus privilégios.[7] As Leyes de extranjeria determinavam que o natural de qualquer um dos reinos era estrangeiro em todos os outros reinos peninsulares, embora tal pouca expressão prática tivesse em variados campos de actividade, como a cultural.[8][9] A Constituição de 1812 adopta oficialmente o nome As Espanhas para a Nação.[10] A Constituição de 1876 adopta pela primeira vez o nome Espanha [11].[12]

Os termos "as Espanhas" e "Espanha" não eram equivalentes, e eram usados com muita precisão.[13] O termo As Espanhas referia-se a um conjunto de unidades jurídico-políticas, ou seja, referia-se a um conjunto de reinos independentes, primeiramente apenas aos reinos cristãos da Península Ibérica, depois apenas aos reinos unidos sobre a mesma monarquia. O termo Espanha referia-se a um espaço geográfico e cultural que englobava diversos reinos independentes. A partir de Carlos V o uso do título Rei das Espanhas, referia-se à parte da Espanha que não incluía Portugal, mas esta designação era apenas uma forma de designar colectivamente um extenso número de reinos, uma abreviação, que não tinha validade jurídica, para uma longa lista de títulos reais cuja forma oficial era rei de Castela, de Leão, de Aragão, de Navarra, de Granada, de Toledo, de Valência, da Galiza, de Maiorca, de Menorca, de Sevilha, etc. (da mesma forma utilizava-se o título Sua Majestade Fidelíssima para o Rei de Portugal, ou rei Lusitano)[14][15][16]

O uso do da designação de "reis de Espanha" pelos reis Fernando e Isabel foi considerado uma ofensa pelo rei de Portugal que considerava, e bem, que o nome designava a Península.[17] O próprio Camões se insurgiu por escrito: «Falai de castelhanos, de portugueses ou catalães, porque espanhóis somos todos!». A última vez que Portugal protestou oficialmente o uso do termo "Coroa de Espanha" ou "Monarquia de Espanha" pelo governo de Madrid foi, supõe-se, durante o Tratado de Utrecht em 1714.[18]

Actualmente o nome "Península Hispânica" não é aceite pelos portugueses menos eruditos. Não obstante o uso do termo persista em referências, ocasionais ou não (por exemplo, nas lições de História do Direito, do Prof. Martim de Albuquerque), a designação mais usada é a de Península Ibérica.[19]

A partir de 1640, com a Restauração da Independência de Portugal, a designação "Rei de Espanha" manteve-se, apesar de a união dinástica já não englobar toda a Península.

História

Ver artigo principal: História da Espanha

A História de Espanha é a própria de uma nação europeia, que compreende o período entre a pré-história e a época actual, passando pela formação e queda do primeiro Império espanhol.

Pré-história e povos pré-romanos

Os primeiros humanos chegaram à Península Ibérica ao território da Hispânia há 35 mil anos. No período histórico, o território foi invadido e colonizado por celtas, fenícios, cartagineses, gregos e cerca de 218 a.C., a maior parte da Península Hispânica começou a formar parte do Império Romano, sendo o rio Ebro a fronteira entre a Hispânia romana e cartaginesa.[20]

Império Romano e Reino Visigótico

Ver artigos principais: Reino Visigótico e Hispânia

Predefinição:Vertambém

Durante a Segunda Guerra Púnica, uma expansão do Império Romano capturou colónias comerciais cartaginesas ao longo da costa do Mediterrâneo, cerca de 210 a 205 a.C. Os romanos levaram quase dois séculos para completar a conquista da Península Ibérica, apesar de terem o controle de boa parte dela havia mais de 600 anos. O domínio romano era unido pela lei, idioma e pelas estradas romanas.[21]

As culturas das populações célticas e ibéricas foram gradualmente romanizadas (latinizadas) em diferentes níveis e em diferentes partes da Hispânia (o nome romano para a Península). Os líderes locais foram admitidos na classe aristocrática romana.[22] A Hispania serviu como um celeiro para o mercado romano e os seus portos exportavam ouro, , azeite e vinho. A produção agrícola aumentou com a introdução de projectos de irrigação, alguns dos quais permanecem em uso. Os imperadores Trajano e Teodósio I e o filósofo Sêneca nasceram na Hispânia. O cristianismo foi introduzido na província no século I d.C. e tornou-se popular nas cidades no século II d.C.[22] O termo "Espanha", as línguas, a religião e a base das leis actuais de Espanha tiveram origém a partir deste período.[21]

O enfraquecimento da jurisdição do Império Romano do Ocidente na Hispânia começou em 409, quando os povos germânicos suevos e vândalos, juntamente com os alanos sármatas, cruzaram o Reno e devastaram a Gália e a Península Ibérica. Os visigodos atacaram a Ibéria no mesmo ano. Os suevos estabeleceram um reino, o «Reino Suevo da Galiza», no que hoje é a moderna Galiza, Astúrias e províncias de Leão e Zamora e o Norte de Portugal, até à área montanhosa a sul do Rio Mondego e da cidade de Coimbra. O Império Romano do Ocidental desintegrava-se, mas a sua base social e económica continuou, ainda que de forma modificada. E os regimes que lhe sucederam mantiveram muitas das instituições e das leis do Império, incluindo o cristianismo.[carece de fontes?]

Os aliados dos alanos, os vândalos asdingos, mantiveram-se pouco tempo na Península, que abandonaram, indo estabelecer-se no norte de África.


Espanha muçulmana e Reconquista

No século VIII, quase toda a Península Ibérica foi conquistada (711-718) por exércitos de mouros muçulmanos provenientes principalmente do norte da África. Essas conquistas fizeram parte da expansão do Califado Omíada. Apenas uma pequena área montanhosa no noroeste da Península conseguiu resistir à invasão inicial muçulmana.[carece de fontes?]

La Giralda, a torre do sino da Catedral de Sevilha

Sob a lei islâmica, os cristãos e os judeus receberam o estatuto subordinado de dhimmi. Esse estatuto permitia que cristãos e judeus praticassem suas religiões como "povos do livro", mas eles eram obrigados a pagar um imposto especial e eram sujeitos a certas discriminações.[23][24] A conversão ao Islamismo prosseguiu a um ritmo cada vez maior. Acredita-se que os muladi (muçulmanos de origem étnica ibérica) compreendiam a maioria da população de Al-Andalus até o final do século X.[25][26]

A comunidade muçulmana na Península Ibérica era diversificada e atormentada por tensões sociais. Os povos berberes do Norte de África, que tinham fornecido a maior parte dos exércitos invasores, entraram em choque com a liderança árabe do Oriente Médio. Ao longo do tempo, estabeleceram-se grandes populações árabes, especialmente no vale do rio Guadalquivir, na planície costeira de Valência, no vale do rio Ebro (no final deste período) e na região montanhosa de Granada.[26]

Córdova, a capital do califado, era a maior, mais rica e sofisticada cidade na Europa Ocidental na época. O comércio e o intercâmbio cultural no Mediterrâneo floresceram. Os muçulmanos importaram uma rica tradição intelectual do Oriente Médio e do Norte da África. Estudiosos muçulmanos e judeus desempenharam um papel importante na renovação e ampliação da aprendizagem clássica grega na Europa Ocidental. As culturas romanizados da Península Ibérica interagiram com as culturas muçulmanas e judaicas de forma complexa, dando, à região, uma cultura distinta.[26]

No século XI, os territórios muçulmanos fragmentaram-se em reinos rivais (as chamadas taifas), permitindo, aos pequenos Estados cristãos, a oportunidade de ampliar enormemente seus territórios.[26] A chegada das seitas islâmicas dominantes dos Almorávidas e Almóadas, do Norte da África, restaurou a unidade islâmica na Península Ibérica, com uma aplicação mais rigorosa intolerante do Islão, provocando uma recuperação das fortunas muçulmanas. Este Estado islâmico reunido experimentou mais de um século de sucessos que reverteram parcialmente as vitórias cristãs.[carece de fontes?]

As contínuas disputas entre muçulmanos e cristãos tiveram, como consequência, a Reconquista Cristã, começando no século VIII com a resistência cristã no norte da Espanha e através dos séculos seguintes com o avanço dos reinos cristãos ao sul, culminando com a conquista de Granada e com a expulsão dos últimos mouros em 1492. Durante este período, os reinos e principados cristãos desenvolveram-se notavelmente, incluídos os mais importantes: a Coroa de Castela e o Reino de Aragão. Com a união destes dois reinos através do casamento em 1469 da rainha Isabel I de Castela com o rei Fernando II de Aragão começou a falar-se de reis das Espanhas.[carece de fontes?] <div class="thumb tnone" style="margin-left: auto; margin-right:auto; width:100%; max-width:Erro de expressão: Caractere de pontuação "[" não reconhecido.px;">

Império

Ver artigo principal: Império espanhol

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A unificação das coroas de Aragão e Castela lançou as bases para a Espanha moderna e para o Império Espanhol.[27] Espanha era a maior potência da Europa durante o século XVI e a maior parte do século XVI, uma posição reforçada pelo comércio e pela riqueza de suas possessões coloniais. Ela atingiu o seu apogeu durante os reinados dos dois primeiros Habsburgos espanhóis - Carlos I, o Impresdor Carlos V da Alemanha (1516-1556) e Filipe II Filipe I de Portugal (1556-1598). Este período foi marcado pelas Guerras Italianas, Revolta dos Comuneiros, Revolta Holandesa, Rebelião das Alpujarras, conflictos com os otomanos, a Guerra Anglo-Espanhola e as guerras com a França.[28]

O Império Espanhol expandiu-se até incluir grande parte da América, ilhas na região Ásia-Pacífico, áreas da Itália, cidades do Norte de África, bem como partes do que hoje são parte de França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos. Foi o primeiro império do qual se dizia que "o Sol nunca se punha".

A chamada "Era dos Descobrimentos" foi marcada por explorações ousadas por mar e por terra, a abertura de novas rotas comerciais pelos oceanos, conquistas e os primórdios do colonialismo europeu. Junto com a chegada dos metais preciosos, especiarias, luxos e novas plantas agrícolas, exploradores espanhóis trouxeram o conhecimento do Novo Mundo e desempenharam um papel de liderança na transformação da compreensão europeia do mundo.[29] O florescimento cultural testemunhado é agora referido como o "Século de Ouro Espanhol". A ascensão do humanismo, da Reforma Protestante e de novas descobertas geográficas levantaram questões abordadas pelo movimento influente intelectual agora conhecida como a Escola de Salamanca.

Com a morte de Carlos II, a dinastia de Habsburgo extinguiu-se em Espanha, para deixar lugar aos Bourbons, após a Guerra de Sucessão. Como consequência dessa guerra, a Espanha perdeu sua preponderância militar e, após sucessivas bancarrotas, o país foi reduzindo paulatinamente seu poder, convertendo-se, no final do século XVIII, em uma potência menor.

Domínio napoleónico e Guerra Hispano-Americana

Ver artigo principal: Guerra Hispano-Americana

Predefinição:Vertambém

Três de Maio de 1808 em Madrid, pintura de Goya mostrando os fuzilamentos da resistência espanhola a mãos das tropas de Napoleão.

O século XIX foi testemunha de grandes mudanças na Europa, acompanhadas por Espanha. Na primeira parte do século, Espanha sofreu a independência da maioria de suas colónias no Novo Mundo. O século também esteve marcado pelas intervenções estrangeiras e os conflictos internos. Napoleão chegou a colocar seu irmão José Bonaparte no trono de Espanha. Após a expulsão dos franceses, Espanha entrou num extenso período de instabilidade: sucederam-se contínuas lutas entre liberais, republicanos e partidários do Antigo Regime.[carece de fontes?]

A chegada da Revolução Industrial nas últimas décadas do século, levou algo de riqueza a uma classe média que se expandia em alguns centros principais, porém a Guerra Hispano-Americana, em 1898 levou à perda de Cuba, restando apenas os territórios de África.[carece de fontes?]

Apesar de um nível de vida crescente e uma integração maior com o resto de Europa, no primeiro terço do século XX, seguiu a instabilidade política. Espanha permaneceu neutral durante a Primeira Guerra Mundial.[carece de fontes?]

Guerra Civil

Ver artigo principal: Guerra Civil Espanhola

O século XX trouxe um pouco de paz; Espanha desempenhou um papel menor na partilha da África, colonizando o Sahara Ocidental, Marrocos Espanhol e a Guiné Equatorial. As pesadas perdas sofridas durante a guerra do Rif, no Marrocos, ajudaram a minar a Monarquia. Um período de governo autoritário do general Miguel Primo de Rivera (1923-1931) terminou com o estabelecimento da Segunda República Espanhola. A República ofereceu autonomia política ao País Basco, Catalunha e à Galiza e deu direito de voto às mulheres.[carece de fontes?]

Então, em 1936, a Guerra Civil Espanhola (1936-39) iniciou-se. Três anos mais tarde, as forças nacionalistas, lideradas pelo general Francisco Franco, saíram vitoriosas com o apoio da Alemanha nazi e da Itália fascista. A Frente Popular governamental foi apoiada pela União Soviética, o México e pelas Brigadas Internacionais, mas não foi apoiada oficialmente pelas potências ocidentais, devido à política de «não intervenção do britânica e ao não intervencionismo do Governo dos Estados Unidos, .[carece de fontes?]

A Guerra Civil tirou a vida de mais de 500.000 pessoas[30] e causou a fuga de cerca de meio milhão de cidadãos espanhóis.[31] A maioria de seus descendentes vivem agora em países da América Latina, com cerca de 300.000 apenas na Argentina.[32]

Franquismo

Ver artigos principais: Francisco Franco e Franquismo

O Estado Espanhol estabelecido por Francisco Franco após a Guerra Civil foi nominalmente neutro na Segunda Guerra Mundial, embora fosse simpático às Potências do Eixo. O único partido legal sob o regime pós-guerra civil de Franco era o Falange Española Tradicionalista y de las JONS, formado em 1937. O partido enfatizava o anti-comunismo, o catolicismo social e o nacionalismo. Dada a oposição entre correntes políticas rivai, o partido passou a chamar-se Movimento Nacional (Movimiento Nacional) em 1949.[carece de fontes?]

Após a Segunda Guerra Mundial, Espanha ficou isolada politica e economicamente e foi mantida fora das Nações Unidas. Isso mudou em 1955, durante o período da Guerra Fria, quando o país se tornou estrategicamente importante para os Estados Unidos para estabelecer a sua presença militar na Península Ibérica como base para qualquer possível transferência pela União Soviética para a bacia do Mediterrâneo. Na década de 1960, a Espanha registrou uma taxa sem precedentes de crescimento econômico no que ficou conhecido como o milagre espanhol, que retomou a transição, bastante interrompida, para uma economia moderna.[carece de fontes?]

Período contemporâneo

Com a morte de Franco, em 20 de Novembro de 1975, em conformidade com a "Lei de Sucessâo na Chefia do Estado", Juan CarlosI, Príncipe de Espanha, assumiu o cargo de Chefe do Estado, a título de Rei de Espanha, investido em 22 de Novembro de 1975, perante as Cortes Espanholas, após jurar «sobre os santos Evangelhos, cumprir e fazer cumprir as Leis Fundamentais do Reino, e guardar lealdade aos princípios que informam o Movimento nacional». Com a aprovação da nova Constituição espanhola de 1978 e a restauração da democracia, Espanha passou a constituir um "Estado unitário regional", descentralizando-se administrativa e politicamente no quadro de uma estrutura interna baseada em comunidades autónomas, isto é, regiões dotadas de órgãos próprios, parlamentares e de governo, com atribuições e competências próprias, ainda que não soberanas, por soberanamente conferidas pelo Estado.[carece de fontes?]

No País Basco, o nacionalismo moderado tem coexistido com um movimento radical nacionalista liderado pela organização armada Euskadi Ta Askatasuna (ETA), grupo terrorista formado em 1959 durante o governo de Franco, mas que continuou a travar a sua violenta campanha mesmo após a restauração da democracia e o retorno de um elevado grau de autonomia regional.[33]

Em 23 de Fevereiro de 1981, elementos rebeldes entre as forças da Guarda Civil ocuparam as Cortes numa tentativa de impor um governo de pendor militar. O Rei Juan Carlos assumiu o comando pessoal dos militares e a dire~ção do Governo e, com êxito, dominou os golpistas, impondo-lhes que se rendessem.[carece de fontes?]

Em 30 de Maio de 1982, a Espanha aderiu à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), após um referendo. Nesse ano, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) chegou ao poder, o primeiro governo de esquerda em 43 anos. Em 1986 a Espanha aderiu à Comunidade Europeia, que posteriormente se tornou União Europeia (UE). O PSOE foi substituído no Governo pelo Partido Popular (PP) em 1996.[carece de fontes?]

Em 1 de Janeiro de 2002, a Espanha deixou de usar a Peseta como moeda e substituiu-a pelo Euro, que compartilha com outros 16 países da zona euro. O país experimentou um forte crescimento económico, bem acima da média da UE, mas as preocupações divulgadas e emitidas por muitos comentadores de economia no auge do boom dos preços imobiliários e dos elevados déficits do comércio exterior de que o país estava susceptível de passar por um doloroso colapso financeiro foram confirmadas por uma grave recessão que assola o país desde 2008.[34]

Em 11 de Março de 2004, bombas explodiram em trens de Madrid. Depois de um julgamento de cinco meses em 2007, concluiu-se os atentados foram perpetrados por um grupo islâmico militante local inspirado pela organização Al-Qaeda.[35] As explosões mataram 191 pessoas e feriram mais de 1800, e a intenção dos autores do atentado terrorista podem ter sido influenciadas o resultado da eleição geral espanhola, realizada três dias depois.[36]

Embora as suspeitas iniciais se tenham focado no grupo basco ETA, logo surgiram evidências indicando um possível envolvimento de grupos extremistas islâmicos. Devido à proximidade da eleição, a questão da responsabilidade rapidamente se tornou uma controvérsia política, com os principais partidos concorrentes, PP e PSOE, trocando de acusações sobre a manipulação do resultado.[37] Em 14 de Março, nas eleições, o PSOE liderado por José Luis Rodríguez Zapatero, obteve uma maioria suficiente para formar um novo gabinete e, portanto, suceder à administração anterior do PP.[38]

Nas eleições de 20 de Novembro de 2011 o partido liderado por Mariano Rajoy obteve mais de 10 800 000 votos e elegeu 186 deputados, conquistando a maioria absoluta e o melhor resultado de sempre do Partido Popular, que voltou ao poder.[39]

Geografia

Ver artigo principal: Geografia da Espanha
Mapa topográfico da Espanha.

Situada na Europa Ocidental, a Espanha ocupa a maior parte da Península Ibérica e, fora dela, dois arquipélagos principais (Ilhas Canárias no Oceano Atlântico e as Ilhas Baleares no Mar Mediterrâneo), duas cidades (Ceuta e Melilla, no Norte da África), a Ilha de Alborão e uma série de ilha e ilhotas que se encontram frente às costas peninsulares, como as Ilhas Columbretes. Ademais, consta de possessões menores continentais, como as Ilhas Chafarinas, o Ilhote de Vélez de la Gomera e o Ilhote de Alhucemas, todas elas frente à costa africana.

Em extensão territorial, é o quarto maior país da Europa, atrás apenas da Rússia (que é o maior país do mundo, tendo em conta apenas a parte europeia), Ucrânia e França, e o segundo maior da União Europeia, atrás apenas da França.

Os limites físicos da Espanha são os seguintes: Portugal e o Oceano Atlântico a oeste; o Mar Mediterrâneo a leste, o Estreito de Gibraltar, Mar Mediterrâneo e Oceano Atlântico a sul; os Pirenéus a nordeste e o Golfo da Biscaia e o Mar Cantábrico a norte.

Clima e meio-ambiente

Ver artigo principal: Clima da Espanha
Panorama do Parque Nacional Picos da Europa.

A Espanha tem um clima variado ao longo do seu território. Predomina o tipo mediterrânico em quase toda a sua geografia. As costas mediterrânicas do sul e o vale do Rio Guadalquivir têm um clima denominado mediterrânico costeiro: temperaturas e precipitações suaves quase todo o ano, exceto no verão.[carece de fontes?]

À medida que se avança para o interior, o clima é mais extremo, passando o clima a ser do tipo clima mediterrânico continental, predominante em quase toda a península: temperaturas altas no verão, baixas no inverno e precipitações irregulares (dependendo da posição geográfica).[carece de fontes?]

Desde 1996 o índice de emissões de CO2 subiu notavelmente na Espanha, incumprindo os objectivos do Protocolo de Quioto sobre emissões geradoras do efeito estufa e contribuintes da alteração climática. Ban Ki-moon, Secretário-Geral da ONU, pediu a Espanha uma ‘‘liderança mais activa’‘ na luta contra a mudança climática.[40]

A Espanha é um país especialmente afectado pelo fenómeno da seca: durante o período 1880-2000, mais de metade dos anos foram classificados como secos ou muito secos. Sete anos da década de 80 e cinco da década de 90 foram considerados secos ou muito secos. A mudança climática prevê para Espanha gravíssimos problemas medio-ambientais, agravando as características mais extremas.[41]

Segundo Al Gore, Espanha é o país europeu mais vulnerável ao efeito estufa.[42] <div class="thumb tnone" style="margin-left: auto; margin-right:auto; width:100%; max-width:Erro de expressão: Caractere de pontuação "[" não reconhecido.px;">

Vista da cidade de San Sebastián, em Guipúscoa.

Demografia

Ver artigo principal: Demografia da Espanha
Distribuição geográfica da população espanhola em 2008.

Em 2012, a população de Espanha oficialmente alcançou os 47 milhões de pessoas, conforme registrado pelo Padrón municipal.[43] A densidade populacional do país, em 91 hab./km², é menor do que a da maioria dos países da Europa Ocidental e sua distribuição através do país é bastante desigual. Com excepção da Comunidade formada pela Província de Madrid, as áreas mais povoadas ficam em torno da costa. A população da Espanha mais que duplicou desde 1900, quando se situava em 18,6 milhões, principalmente devido ao espectacular crescimento demográfico vivido pelo país na década de 1960 e início de 1970.[44]

Os espanhóis nativos compõem 88% da população total da Espanha. Depois da taxa de natalidade ter caído na década de 1980, a taxa de crescimento populacional da Espanha diminuiu, mas a população novamente cresceu baseada inicialmente no regresso de muitos espanhóis que emigraram para outros países europeus durante os anos 1970 e, mais recentemente, alimentada por um grande número de imigrantes que constituem 12% da população. Os imigrantes são originários principalmente na América Latina (39%), Norte da África (16%), Europa Oriental (15%) e África subsaariana (4%).[45] Em 2005, a Espanha instituiu um programa de amnistia de três meses através do qual foi concedida residência legal à imigrantes ilegais.

Em 2008, o país concedeu a cidadania a 84 170 pessoas, principalmente para pessoas vindas do Equador, Colômbia e Marrocos.[46] Uma parte considerável dos residentes estrangeiros em Espanha também vêm de outros países da Europa Ocidental e Central. Estes são em sua maioria britânicos, franceses, alemães, holandeses e noruegueses. Residem principalmente na costa do Mediterrâneo e nas ilhas Baleares, que muitos escolhem para viver sua aposentadoria.

Populações substanciais descendentes de colonos espanhóis e imigrantes existem em outras partes do mundo, com destaque para a América Latina. Começando no final do século XV, um grande número de colonos ibéricos estabeleceram-se no que se tornou a América Latina e no momento a maior parte dos latino-americanos brancos (que representam cerca de um terço da população da América Latina) são de origem espanhola ou portuguesa. No século XVI, estima-se que 240 000 espanhóis emigraram, principalmente para Peru e México.[47] Juntaram-se-lhes 450.000 que emigraram no século seguinte.[48] Entre 1846 e 1932 estima-se que cerca de 5 milhões de espanhóis emigraram para a América, especialmente para Argentina e Brasil.[49] Cerca de dois milhões de espanhóis migraram para outros países da Europa Ocidental entre 1960 e 1975. Durante o mesmo período, cerca de 300 000 foram para a América Latina.[50] Predefinição:Cidades mais populosas da Espanha

Imigração e migração

Os movimentos migratórios, tanto internos quanto externos, foram determinantes na composição demográfica moderna da Espanha. Entre o final do século XIX e início do século XX, houve uma significativa corrente imigratória da Espanha para países ibero-americanos. Entre os principais destinos estavam Cuba, Porto Rico, Argentina e Venezuela. A densidade populacional da Espanha é menor que a da maioria dos países europeus. As populações rurais estão se movendo para as cidades. Nos últimos anos a Espanha apresenta uma considerável diminuição na taxa de imigração neta, deixando de possuir a maior taxa de imigração de Europa (em 2005 de 1,5% anual somente superado na UE pelo Chipre)[51] atualmente sua taxa de imigração neta chega a 0,99%, ocupando a 15ª posição na União Europeia.[52] além disso, o 9° país com maior porcentagem de imigrantes dentro da UE, abaixo de países como Luxemburgo, Irlanda, Áustria e Alemanha.[53]

Em 2005 a Espanha recebeu 38,6% da migração para a União Europeia, principalmente de cidadãos de origem latino-americana, de outros países da Europa Ocidental, da Europa Oriental e do Magrebe. A população estrangeira na Espanha em 2007 cifrava-se em 4144166, um incremento de 11,1% em reação ao ano anterior. Este valor representa 9,3% dos 44 708964 habitantes na Espanha.[54] A comunidade marroquina, com 563 mil residentes, é a mais numerosa, seguindo-se os equatorianos (461 mil), romenos (407 mil) e britânicos (274 mil).

Idiomas

Ver artigo principal: Línguas da Espanha
Os idiomas da Espanha (simplificado).
  Espanhol oficial; falada em todo o país
  Catalão/Valenciano, cooficial
  Basco, cooficial
  Galego, cooficial
  Aranês, cooficial (dialeto do Occitano)
  Asturiano, reconhecida
  Aragonês, não oficial
  Leonês, não oficial
  Estremenho, não oficial
  Fala da Estremadura, não oficial

A Espanha é abertamente um país multilingue.[55] O idioma oficial do Estado Espanhol e o mais falado no conjunto da Espanha, por 98.9% da população, é Castelhano, língua materna de 89% dos espanhóis,[56][57] correntemente referido como "Espanhol".[58][59] A estimativa do número de falantes em todo o mundo vai desde os 450[60] aos 500 milhões[61][62][63] de pessoas, sendo a segunda língua materna mais falada depois do Chinês.[64][65][66] Há previsões que se torne a segunda língua de comunicação internacional depois do inglês no futuro, e, após este, é a segunda língua mais estudada.[67]

Além disso, falam-se outras línguas que são co-oficiais nas suas regiões, a par do Castelhano, de acordo com a Constituição e os Estatutos de Autonomia de cada Comunidade Autónoma. Ordenadas por número de falantes, estas Línguas são:[68]

  • Galego (entre 5% e 7% da população), oficial na Galiza. É falado também em algumas zonas das províncias de Oviedo (Astúrias), na Leão e Zamora, sem estatuto oficial.
  • Basco (1% da população), oficial no País Basco e terço norte de Navarra, onde se denomina estatutariamente "Euskera". É falado também na chamada zona mista da Comunidade Foral de Navarra (onde o basco, sem ser oficial, tem certo reconhecimento) e de forma muito residual no resto de Navarra (sul).

Também se falam uma série de línguas ou dialectos românicos que não têm estatuto de língua oficial: o asturo-leonês, ou asturiano, falado nas Astúrias[70] (chamado Bable), Leão, Zamora (chamado "leonês"), Salamanca e Estremadura[71] (chamado "estremenho") e o aragonês no norte de Huesca.

O aranês, variante do occitano, é considerado co-oficial na Catalunha,[72] onde é falado nos municípios do Vale de Arão (Lérida ou Lleida).

Igualmente, o Português é falado em algumas localidades fronteiriças estremenhas, principalmente por portugueses ali residentes.

A Espanha ratificou em 9 de Abril de 2001 a Carta Europeia das Línguas Minoritárias ou Regionais[73] do Conselho Europeu.[74]

Religião

Ver artigo principal: Religião na Espanha

Predefinição:Bar box

O artigo 16.3 da Constituição Espanhola vigente define o país como um Estado não confessional: ‘‘Nenhuma confissão terá carácter estatal‘‘. Porém, é garantida a liberdade religiosa e de culto dos indivíduos e é assegurada uma relação de cooperação entre os poderes públicos e todas as confissões religiosas.

O catolicismo é a religião predominante no país. A Igreja Católica é a única mencionada expressamente na Constituição, no mesmo artigo 16.3: ‘‘… e manterão as conseguintes religiões de cooperação com a Igreja Católica e as demais confissões‘‘. 77,3% dos espanhóis se consideravam católicos, segundo um estudo do Centro de Investigações Sociológicas realizado em 2007.[carece de fontes?]

Seguindo aos católicos, o ateísmo e o agnosticismo supõe 18,9% e outras religiões minoritárias 1,7%.[75] não obstante, a porcentagem de praticantes é menor. Segundo o mesmo estudo, do total, 18,5% vai à missa de forma regular: 2,3% vão à missa várias vezes na semana, e 16,2% aos domingos e dias festivos. Este grupo cumpre as disposições da própria Igreja Católica sobre fluência. Também existem 11,3% que vão algumas vezes ao mês. Perfazendo um total de 48,3% de frequentadores regulares às missas.[carece de fontes?]

A segunda religião em número de membros é o muçulmana. Calcula-se que há cerca de 800 000 muçulmanos, vindos fundamentalmente das recentes ondas de imigração. Há também a presença de diversas jurisdições eclesiásticas ortodoxas e um número crescente de igrejas protestantes, que somam cerca de 400 000 fiéis (a estatística própria dos protestantes em Espanha indica 1 200 000, dos quais 400 000 são espanhóis e o resto são estrangeiros que residem na Espanha durante pelo menos seis meses ao ano),.[76] Em terceiro lugar vêm as Testemunhas de Jeová com 103 784 fiéis e logo após, com cerca de 20 000 fiéis, o mormonismo. A comunidade judaica em Espanha não supera os 15 000 fiéis.

Política

Predefinição:Imagem Dupla

Ver artigo principal: Política da Espanha

A Espanha é uma monarquia parlamentar, com um monarca hereditário que exerce como Chefe do Estado – o Rei da Espanha, e um parlamento bi-cameral, as Cortes Generales.

O «poder executivo» é constituído pelo Governo, formado por um Conselho de Ministros presidido pelo Presidente do Governo, que exerce como Chefe do Governo, e o poder judicial formado pelo conjunto de Juizos e Tribunais, integrado por Juízes e Magistrados, que têm a potestade de administrar justiça em nome do Rei.

O poder legislativo se estabelece nas Cortes Gerais, que é o órgão supremo de representação do povo espanhol. As Cortes Gerais são compostas de uma câmara "baixa", o Congresso dos Deputados, e uma câmara "alta", da representação territorial, o Senado.

O Congresso dos Deputados é formado por 350 membros eleitos por votação popular, em listas fechadas e através de representação proporcional mediante circunscrições provinciais, para servir em legislaturas de quatro anos. O sistema não é absolutamente proporcional, já que existe um número mínimo de cadeiras por circunscrição (3) e se usa um sistema proporcional levemente corrigido para favorecer as listas majoritárias (o Sistema d'Hondt).[carece de fontes?]

O Senado possui 259 membros, dos quais 208 são eleitos diretamente mediante voto popular, por circunscrições provinciais, em cada uma das quais se elegem 4 senadores, seguindo um sistema majoritário (3 para a lista majoritária, 1 para a seguinte), exceto nas Ilhas Baleares e nas Ilhas Canárias, onde cada circunscrição é uma ilha. Os outros 51 são designados pelos órgãos regionais para servir, também, por períodos de quatro anos.[carece de fontes?]

Em Espanha, como em Portugal, Alemanha (aqui com particularidades), Austria e na generalidade dos paises europeus, o sistema de votação é diferente de países como o Brasil: não se vota no candidato, mas sim no partido, que já tem listas provinciais predefinidas. À medida que cada partido recebe seus votos, os integrantes da lista vão sendo eleitos.[carece de fontes?]

Em 2011, uma série de protestos pede uma democracia direta e mais livre no país.[carece de fontes?]

No dia 2 de Junho de 2014, o Rei Juan Carlos I renunciou a favor do seu filho, Felipe de Bourbon. Foi a primeira vez, desde 1931, 83 anos após Afonso XIII, que um rei abdica do trono em Espanha.

Relações internacionais

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, em um encontro com a Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, em Junho de 2012.
  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:VT

O único "litígio" internacional diz respeito ao município de Olivença. Português desde 1297, o município de Olivença foi cedido à Espanha no âmbito do Tratado de Badajoz, em 1801, após a Guerra das Laranjas. Portugal alegou que lhe pertencia, em 1815, no âmbito do Tratado de Viena. No entanto, as relações diplomáticas bilaterais entre os dois países vizinhos são cordiais, bem como no âmbito da União Europeia, e não reveste importância senão para um reduzidíssimo e residual grupo de nostálgicos, agregados na "Liga dos Amigos de Olivença".[carece de fontes?]

O Tratado de Alcanizes, de 1297, estabelecia Olivença como parte de Portugal. Em 1801, através do Tratado de Badajoz, denunciado em 1808 por Portugal, o território foi anexado a Espanha. Em 1817 a Espanha reconheceu a soberania portuguesa subscrevendo o Congresso de Viena de 1815, comprometendo-se à retrocessão do território o mais prontamente possível. Até hoje...[carece de fontes?]

Forças armadas

Ver artigo principal: Forças Armadas da Espanha

As Forças Armadas da Espanha são conhecidas como as Forças Armadas Espanholas (em Predefinição:Língua com nome). Seu comandante-em-chefe é o Rei da Espanha, hoje Filipe VI, após a abdicação de Juan Carlos I.[77]

As Forças Armadas Espanholas estão divididas em três ramos:[78]

Subdivisões

Predefinição:Mapa das autonomias da Espanha

Desde a Constituição de 1978 que a Espanha está dividida em 17 Comunidades Autónomas e as duas cidades autónomas de Ceuta e Melilla, gozando estas de estatuto intermediário entre o município e a Comunidade. Das 17 comunidades autónomas, quatro delas (Galiza, País Basco, Andaluzia e Catalunha) possuem condição de "Nacionalidades Históricas" reconhecidas na Constituição, juntamente com um "Estatuto de autonomia", o que reverte num maior poder e capacidade de decisão, com respeito às outras comunidades, posto que sem o carácter de soberania, própria dos estados federados, como os alemães, norteamericanos ou brasileiros, por exemplo. Enquanto "estados", São Paulo, Rio de Janeiro ou Rio Grande do Sul possuem soberania própria, ausente das comunidades espanholas.[carece de fontes?]

As Comunidades sobrepõem-se ainda às cinquenta e quatro províncias preexistentes que organização administrativa do Estado Espanhol compreende.

Lista das comunidades e cidades autónomas:

Estado das Autonomias

Predefinição:Vertambém

Edifício sede do governo da Generalitat de Catalunya.

Espanha é, na actualidade, o que se denomina um "Estado de Autonomias", um estado unitário regional, que a alguns parece funcionar como uma (falsa) federação descentralizada de comunidades autónomas, cada uma delas com diferentes níveis de autonomia. As diferenças dentro deste sistema são provocadas pelo processo de transferência de responsabilidades do governo central para as regiões foi pensado em um princípio como um processo, que garantisse um maior grau de autonomia somente àquelas comunidades que buscavam um tipo de relação mais federalista com o resto da Espanha (as chamadas comunidades autónomas de regime especial: Andaluzia, Catalunha, Galiza, Navarra e País Basco). Por outro lado, o resto de comunidades autónomas (comunidades autónomas de regime comum) teria uma menor autonomia. Porém, estava previsto que ao longo dos anos, estas comunidades fossem adquirindo gradativamente maior autonomia.[carece de fontes?] Note-se que o que faz um carácter "federal" não é o grau de autonomia mas a fonte da legitimidade dessa autonomia. Se a fonte reside no Estado soberano nacional, que soberanamente transfere poderes, competências, atribuições, então o Estado permanece unitário. Se a fonte dessas atribuições, competências e poderes se encontra na própria comunidade, isto é, se o grau de autonomia, qualquer que seja, é originário da legitimidade própria da comunidade, e só nesse caso, é que se está perante soberania própria e pode falar-se de carácter federal do Estado nacional (Ex. República Federativa do Brasil), coisa que não ocorre em Espanha.

Hoje em dia, a Espanha é considerada, pois, como um dos países europeus mais descentralizados, pois todos os seus diferentes territórios administram de forma local seus sistemas de saúde e educativos, assim como alguns aspectos do orçamento público; alguns deles, como o País Basco e Navarra, administram seu orçamento sem praticamente contar, com poucas excepções, com a supervisão do governo central espanhol. Catalunha, Navarra e o País Basco possuem suas próprias polícias totalmente operativas e completamente autónomas. Excetuando Navarra (cuja polícia se chama Policía Foral de Navarra), tanto a policia da Catalunha (Mossos d'Esquadra) como a polícia do País Basco (Ertzaintza) substituem as funções da Polícia Nacional da Espanha em seus respectivos territórios. Navarra ainda está em processo de transferência de funções.[carece de fontes?] Todavia, a fonte de legitimidade é ainda o Estado Espanhol que soberanamente transfere poderes e amplia a autonomia. Trata-se, ainda e sempre, de entidades autónomas, sem a soberania própria de estados federados como Sâo paulo ou a Baviera.

Movimentos separatistas

Existem em Espanha diversos movimentos políticos de posição separatista, ligados a nacionalismos periféricos, como o nacionalismo basco, o nacionalismo galego, o nacionalismo catalão, que reclamam a independência da Espanha dos territórios em que actuam. Estes movimentos acontecem na Catalunha, Galiza, Navarra e no País Basco, onde existem partidos explicitamente separatistas como a "União do Povo Galego" (UPG), "Esquerda Republicana da Catalunha", "Aralar", o "Eusko Alkartasuna", assim como os seguidores da chamada "esquerda abertzale" que não se desvinculam do ETA (sua última denominação formalPredefinição:Esclarecer é Batasuna, partido ilegalizado em Espanha, mas legal em França). Por outro lado, partidos como o "Bloco Nacionalista Galego" (BNG), "Partido Nacionalista Basco" (PNV) e "Convergència i Unió" (CiU) oscilam entre posturas autonomistas e abertamente separatistas.[carece de fontes?]

Economia

Ver artigo principal: Economia de Espanha
Vista panorâmica da área empresarial de Cuatro Torres, em Madrid.
Centro financeiro de Barcelona, na Catalunha.

A economia mista capitalista da Espanha é a décima segunda maior economia do mundo em PIB (PPC), a nona maior por PIB nominal e a quinta maior na União Europeia, bem como a quarta maior da Zona Euro. O país é também o terceiro maior investidor do mundo.[79]

O governo de centro-direita do ex-primeiro-ministro José María Aznar teve sucesso para ser admitido no grupo de países que lançaram o euro em 1999. A taxa de desemprego situava-se em 7,6% em outubro de 2006, uma taxa que comparavelmente favorável a de muitos outros países europeus e especialmente com o início dos anos 1990 quando se situava em mais de 20%. Os pontos fracos perenes da economia espanhola incluem alta inflação,[80] uma grande economia informal[81] e um sistema educativo que os relatórios da OCDE classificam entre os piores entre os países desenvolvidos, em conjunto com os Estados Unidos e o Reino Unido.[82]

No entanto, a bolha imobiliária que começou a se formar a partir de 1997, alimentada por taxas de juros historicamente baixas e uma onda imensa de imigração, implodiu em 2008 e levou a economia a um rápido enfraquecimento e a um aumento do desemprego. Até o final de maio de 2009, o desemprego atingiu 18,7% (37% para os jovens).[83][84]

Antes da atual crise, a economia espanhola era creditada por ter evitado uma taxa de crescimento virtual zero como alguns de seus maiores parceiros na União Europeia apresentaram.[85] Na verdade, a economia do país criou mais de metade de todos os novos postos de trabalho na União Europeia durante cinco anos até 2005, um processo que está sendo rapidamente revertido.[86] A economia espanhola, até pouco tempo, era considerada uma das mais dinâmicos da União Europeia, atraindo uma quantidade significativa de investimentos estrangeiros.[87]

O crescimento econômico mais recente foi grandemente beneficiado pelo boom imobiliário mundial, com o setor de construção civil representando surpreendentes 16% do PIB do país e 12% dos empregos no seu último ano.[88]

Segundo cálculos do jornal alemão Die Welt, a Espanha estava a caminho de ultrapassar países como a Alemanha em renda per capita até 2011.[89] No entanto, o PIB per capita da Espanha ainda era inferior à média da União Europeia, que era de US$ 29.875 dólares em 2010, tornando-se o segundo mais baixo da Europa Ocidental, depois do de Portugal.[90] O lado negativo do agora extinto boom imobiliário é também um correspondente aumento nos níveis de endividamento pessoal: o nível médio de endividamento das famílias triplicou em menos de uma década. Isto pôs grande pressão em cima de uma renda mais baixa para os grupos de renda média; até 2005, o nível médio de endividamento em relação a renda havia crescido para 125%, devido principalmente ao boom de hipotecas caras, que hoje muitas vezes excedem o valor da propriedade.[91]

Porto de Algeciras, o sétimo mais movimentado da Europa.

De 1869 a 2002,a moeda da Espanha foi a peseta. O país é um dos membros fundadores do euro,que entrou em circulação em 2002. As moedas de euro espanholas designadas para circulação mostra a efígie do Rei Juan Carlos.

Em 2008/2009, o arrocho do crédito e a recessão mundial manifestaram-se na Espanha através de uma enorme recessão no setor imobiliário. Contudo, os bancos da Espanha e os serviços financeiros evitaram os problemas mais graves dos seus congéneres nos Estados Unidos e no Reino Unido, devido principalmente a um regime financeiro conservador e regulamentado rigorosamente respeitado. Na verdade, o maior banco da Espanha, o Banco Santander, participou da ajuda do governo do Reino Unido ao setor bancário britânico.[92]

A Comissão Europeia previu que a Espanha iria entrar em recessão econômica até o final de 2008.[93] Segundo o Ministro das Finanças da Espanha, "a Espanha enfrenta a sua pior recessão em meio século".[94]

Turismo

Ver artigo principal: Turismo na Espanha

Durante as últimas quatro décadas, a indústria turística espanhola cresceu e se tornou a segunda maior do mundo, alcançando o valor de cerca de 40 bilhões de euros, cerca de 5% do PIB do país, em 2006.[88][95] Hoje, o clima da Espanha, a história e os monumentos culturais e sua posição geográfica, juntamente com as suas instalações, fazem do turismo uma das principais indústrias nacionais da Espanha e uma grande fonte de emprego estável e de desenvolvimento.[carece de fontes?] <div class="thumb tnone" style="margin-left: auto; margin-right:auto; width:100%; max-width:Erro de expressão: Caractere de pontuação "[" não reconhecido.px;">

Panorama de Cala Mandia, em Mallorca, nas Ilhas Baleares.

Infraestrutura

Torre de energia solar PS10, em Sevilha.
AVE Barcelona-Madrid

Energias renováveis

O território espanhol carece de petróleo, o que faz das fontes alternativas de energia um fator estratégico para o país, sendo registrados importantes recordes pela Espanha. Em 2010, os espanhóis superaram os Estados Unidos como líderes mundiais em energia solar, com uma planta de grande potência na estação chamada La Florida, perto de Alvarado, Badajoz.[96][97] Em 2009, mais de 50% da energia produzida em Espanha foi gerada por moinhos de vento e o registro de maior produção total de energia eólica foi alcançado com 11 546 megawatts.[98]

Transportes

O sistema viário principal espanhol é centralizado, com 6 auto-estradas ligando Madrid ao País Basco, Catalunha, Valência, Andaluzia Ocidental, Estremadura e Galiza. Além disso, existem auto-estradas ao longo das costas do Atlântico (Ferrol a Vigo), Cantábria (Oviedo para San Sebastián) e Mediterrâneo (Girona para Cádis).[carece de fontes?]

A Espanha tem atualmente um total de 1 272 km de comboio de alta velocidade que ligam Málaga, Sevilha, Madrid, Barcelona e Valladolid. Se os objetivos do ambicioso programa AVE (comboios de alta velocidade espanhóis) forem cumpridos, em 2020, a Espanha terá 7 000 km de trens de alta velocidade que ligarão quase todas as cidades da província de Madrid em menos de 3 horas e Barcelona, dentro de 4 horas.[carece de fontes?]

O aeroporto mais movimentado na Espanha é o Aeroporto de Madrid-Barajas, com 50,8 milhões de passageiros em 2008, sendo 11º aeroporto mais movimentado do mundo. O Aeroporto de Barcelona também é importante, com 30 milhões de passageiros em 2008. Outros aeroportos estão localizados em Gran Canaria, Málaga, Valência, Sevilha, Maiorca, Alicante e Bilbau.[carece de fontes?]

A Espanha pretende colocar um milhão de carros elétricos na estrada até 2014, como parte do plano do governo para economizar energia e aumentar a eficiência energética.[99] O Ministro da Indústria, Miguel Sebastian, disse que "o veículo elétrico é o futuro e o motor de uma revolução industrial."[100]

Cultura

Ver artigo principal: Cultura da Espanha
  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:VT

A Espanha é conhecida pelo seu patrimônio cultural diversificado, tendo sido influenciado por muitas nações e povos ao longo de sua história. A cultura espanhola tem suas origens nas culturas ibérica, celta, celtibera, latina, visigótica, católica romana, e islâmica.[carece de fontes?]

A definição de uma cultura nacional espanhola tem sido caracterizada pela tensão entre o estado centralizado, dominado nos últimos séculos por Castela, e muitas regiões e povos minoritários. Além disso, a história da nação e de seu ambiente mediterrânico e atlântico desempenharam papéis importantes na formação de sua cultura. Depois da Itália, a Espanha é o país com o maior número de Patrimônios da Humanidade da UNESCO no mundo, com um total de 40.[101]

Literatura

Ver artigo principal: Literatura da Espanha

Predefinição:Vertambém

Devido à diversidade histórica, geográfica e de gerações, a literatura espanhola tem passado por um grande número de influências e é muito diversificada. Alguns grandes movimentos literários podem ser identificados dentro dela.

Miguel de Cervantes é provavelmente o autor mais famoso da Espanha, e sua obra Dom Quixote é considerado a obra mais emblemática no cânone da literatura espanhola e um clássico fundador da literatura ocidental.[102]

Música

Ver artigo principal: Música espanhola

A música espanhola é muitas vezes considerada exterior como sinônimo de flamenco, um gênero musical do oeste da Andaluzia que, ao contrário da crença popular, não é muito comum fora dessa região. Vários estilos regionais de música folclórica abundam em Aragão, Catalunha, Valência, Castela, País Basco, Galiza e Astúrias. Pop, rock, hip hop e heavy metal também são populares.

No campo da música clássica, a Espanha produziu uma série de compositores notáveis como Isaac Albéniz, Manuel de Falla e Enrique Granados e cantores e artistas como Plácido Domingo, José Carreras, Montserrat Caballé, Alicia de Larrocha, Alfredo Kraus, Pablo Casals, Ricardo Viñes, José Iturbi, Pablo de Sarasate, Jordi Savall e Teresa Berganza. Na Espanha, existem mais de 40 orquestras profissionais, incluindo o Orquestra Sinfônica de Barcelona e Nacional da Catalunha, Orquestra Nacional de Espanha e a Orquestra Sinfônica de Madrid. As casas de ópera mais importantes incluem o Teatro Real, o Gran Teatre del Liceu, o Teatro Arriaga, o Palácio Euskalduna e o Palácio das Artes Rainha Sofia.[carece de fontes?]

Milhares de fãs de música também viajam para a Espanha a cada ano para o festival de música reconhecido internacionalmente Sónar que muitas vezes apresenta os próximos artistas pop e techno, e Benicàssim, que tende a característica de rock alternativo e atos de dança.[103] Ambos os festivais marcam uma presença internacional de música e refletir o gosto dos jovens no país.

O mais popular instrumento musical tradicional, a guitarra, tem origem na Espanha.[104] Típicos do norte são os gaiteros,Predefinição:Dn principalmente nas Astúrias e Galiza.

Artes

Ver artigo principal: Arte na Espanha

Artistas da Espanha têm sido altamente influentes no desenvolvimento de vários movimentos artísticos europeus. Devido à diversidade histórica, geográfica e de gerações, a arte espanhola tem conhecido um grande número de influências.[carece de fontes?]

A herança mourisca na Espanha, especialmente na Andaluzia, é ainda hoje evidente em cidades como Córdova, Sevilha e Granada. Influências europeias incluem Itália, Alemanha e França, especialmente durante os períodos barroco e neoclássico.[carece de fontes?]

Arquitetura

Ver artigo principal: Arquitetura de Espanha

Devido à sua diversidade histórica e geográfica, a arquitetura espanhola tem atraído a partir de uma série de influências. Uma cidade importante da província fundada pelos romanos e com uma infraestrutura extensa da era romana, Córdova se tornou a capital cultural, incluindo uma arquitetura em estilo árabe, feita durante a época do Califado Omíada.[105] A arquitetura de estilo árabe mais tarde continuou a ser desenvolvida sob as sucessivas dinastias islâmicas, terminando com os Nasridas, que construíram seu famoso complexo do palácio em Granada.[carece de fontes?]

Simultaneamente, os reinos cristãos gradualmente surgiram e desenvolveram seus próprios estilos, desenvolvendo um estilo pré-românico, quando por um tempo isolado das principais influências arquitetônicas contemporâneas europeias durante o início da Idade Média, que mais tarde integraram os fluxos românico e gótico. Houve então um extraordinário florescimento do estilo gótico, que resultou em inúmeras construções que forma sendo construídas em todo o território. O estilo mudéjar, a partir dos séculos XII a XVII, foi desenvolvido através da introdução de motivos de estilo árabe, padrões e elementos em arquitetura europeia.[carece de fontes?]

A chegada do modernismo na área acadêmica produziu grande parte da arquitetura do século XX. Um estilo influente no centro de Barcelona, conhecido como modernismo catalão, produziu uma série de importantes arquitetos, dos quais Gaudí é um deles. O estilo internacional foi liderado por grupos como GATEPAC. A Espanha está atualmente a viver uma revolução na arquitetura contemporânea e arquitetos espanhóis como Rafael Moneo, Santiago Calatrava, Ricardo Bofill, entre outros, ganharam renome mundial.[carece de fontes?]

Esportes

Ver artigo principal: Esporte na Espanha

A Vuelta a España é um dos principais eventos esportivos do país, que junto ao Giro d’Italia e o Tour de France, é uma das três "Grandes Voltas" do ciclismo mundial. A Vuelta teve sua primeira edição em 1935, porém não houve edições durante a Segunda Guerra Mundial. Teve seu retorno em 1955 até atualmente. Até 2009 foram 63º edições da Vuelta a España.[carece de fontes?]

Os esportes na Espanha são dominados, principalmente, pelo ciclismo, o futebol (desde o século XX), o basquete, o ténis, o andebol, e pelos esportes de motor, principalmente o Motociclismo. A partir dos Jogos Olímpicos de 1992, disputados na cidade de Barcelona, o país entrou na elite mundial em diversos esportes. Tem como maior ídolo no esporte Alberto Contador, da equipe Astana Pro Cycling Team. Contador é vencedor do Tour de France 2007 e 2009, além do Giro d'Italia 2008 e Vuelta a España também em 2008, entre outras vitórias em voltas. É considerado o melhor ciclista da atualidade, e um dos grandes nomes do esporte de todos os tempos. Espanha é a atual campeã de futebol mundial, tendo vencido o Campeonato Mundial de Futebol de 2010, na África do Sul e tornou-se a única seleção de futebol a ser campeã do Mundo e bicampeã da Europa, tendo vencido o Campeonato Europeu de 2008, realizado na Suíça e na Áustria e o Campeonato Europeu de 2012, realizado na Polónia e Ucrânia.

Na Espanha se conserva a tradição de realizar diversos espetáculos taurinos, tais como os encierros (corridas nas quais as pessoas correm junto aos touros pelas ruas) e as ‘‘corridas de toros’‘ (touradas), que fazem parte da identidade de numerosas festas populares. As praças de touros com maior relevância na temporada taurina são a de "Las Ventas" em Madrid, a "Monumental" em Pamplona, a Predefinição:Ilc em Sevilha e a de Valência.[carece de fontes?]

Meios de comunicação

A televisão é o principal meio de comunicação audio-visual do país, com emissoras nacionais, regionais e locais. As principais emissoras são a La 1, La 2, Antena 3, Cuatro, Telecinco e La Sexta.

Na imprensa, os principais jornais de circulação nacional são El País, El Mundo, ABC, La Razón e La Vanguardia. Na imprensa esportiva, destacam-se os jornais Marca e As.[carece de fontes?]

Feriados

Dia Nome Nome em espanhol Observações
1 de janeiro Ano Novo Año Nuevo  
6 de janeiro Epifania Epifanía Festa dos Reis Magos
19 de março São José San José Exceto na Andaluzia, Baleares, Canárias, Catalunha e La Rioja
Festa móvel Quinta-Feira Santa Jueves Santo Exceto na Catalunha e Valência
Festa móvel Sexta-Feira Santa Viernes Santo  
1 de maio Dia do Trabalho Día del Trabajo  
25 de julho Apóstolo Santiago Santiago Apóstol Exceto na Andaluzia, Catalunha, Ceuta, Melilha e Navarra.
15 de agosto Assunção Asunción  
12 de outubro Dia da Hispanidade
Festa da Virgem do Pilar
Día de la Hispanidad
Virgen del Pilar
Festa Nacional e Dia das Forças Armadas
1 de novembro Dia de Todos-os-Santos Día de Todos los Santos  
6 de dezembro Dia da Constituição Día de la Constitución  
8 de dezembro Imaculada Conceição Inmaculada Concepción  
25 de dezembro Natal Navidad  

Referências

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  11. Estado y territorio en España, 1820-1930: la formación del paisaje nacional pg 25-26
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