Fachada românica da Sé Velha de Coimbra em Coimbra. | |
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A Predefinição:PU-AO45 é o estilo arquitectónico que surgiu na Europa, mais precisamente no Ducado da Normandia, no século X, fortemente inspirado na Arquitetura da Roma Antiga Republicana (509 a.C. - 27 a.C.) e evoluiu para o estilo gótico por volta do ano 1100. Caracteriza-se por construções austeras e robustas, com paredes grossas e minúsculas janelas, cuja principal função era resistir a ataques de exércitos inimigos e invasões bárbaras.
As conquistas de Sancho de Navarra e Aragão, alargando o seu domínio, desimpediram o que viria a ser o famoso «caminho francês» para Santiago de Compostela, cuja célebre catedral (posteriormente reconstruída em 1705) é o mais acabado monumento peninsular da nova arquitectura românica, obedecendo ao padrão dos templos de peregrinação, como São Saturnino de Toulouse. O alçado da alta nave de Santiago inscreve os arcos redondos, o andor do trifório, e colunas adossadas à parede, de onde arrancam os arcos torais da sua abóbada de berço.
Igrejas românicas e igrejas paleocristãs
A estrutura das igrejas românicas são mais complexas que a das paleocristãs. Estando mais próxima da arquitetura romana no seu aspecto apresenta naves de abóbadas de pedra em vez de travejamento de madeira.
A igreja românica é precedida por um átrio ladeado de pórticos que faz a ligação à igreja através de um narthex.
No caso das igrejas paleocristãs, no cruzamento da nave com o transepto situa-se um arco triunfal que emoldura a ábside e o altar. Este arco era colocado sobre a bema, área elevada ao centro do transepto que corresponde ao cruzeiro. As colunas da nave central suportam arcadas que conformam um alçado contínuo.
O esquema do alçado interior das igrejas românicas faz-se através dos elementos: coluna, feixe de pilares, abóbadas de canhão, tribuna. Enquanto que nas paleocristãs é visível a sequência: colunas, entablamento directo, arco e vãos (clerestório).
Arquitetura românica de peregrinação
Cluny e Santiago de Compostela são provavelmente os melhores exemplos de igrejas de peregrinação.
A planta é em cruz latina com três a 5 naves abobadadas em pedra. A cabeceira ou charola é constituída por ábside, absidíolos e deambulatório. Estas igrejas eram dotadas para receber grandes multidões e procissões, pelo que havia a necessidade do deambulatório, que permitia o decorrer normal das cerimónias simultaneamente com as procissões passando atrás do altar. O trifório, galeria semi abobadada aberta para a nave central, era colocado sobre as naves laterais mais baixas, iluminado pelo clerestório.
O narthex precedia a entrada e era reservado aos catecúmenos. No alçado da entrada são colocadas 2 torres ou westwerk.
O sistema estrutural é conseguido através de contrafortes para suportar o peso, paredes compactas e poucas aberturas, cobertura em abóbada de canhão e abóbada de aresta na nave central. É feita uma divisão vertical em 2 planos, com uma galeria espaçosa sobre os arcos principais, os arcos laterais e transversais do interior são sustentados por apoios independentes.
Igrejas românicas de cúpula
Igrejas românicas de cúpula são igrejas com cúpulas seriadas (próprias do oeste e sul de França), influência direta da arquitectura muçulmana e bizantina. Possuem uma nave única muito ampla, em alguns casos com um transepto saído (Solignac e Angoulême). A abside é tão larga como a nave. A nave central é coberta por uma série de cúpulas sobre pendentes sustentadas por arcos amplos.
Em Germiny-des-Prés observamos uma catedral com cruz grega inscrita num quadrado com uma cúpula central e cúpula nos cantos (planta em quincunce).
S.Marcos de Veneza apresenta uma planta em cruz grega em que a cúpula central se ergue muito acima da cúpula real mais baixa e em madeira.
Arquitetura religiosa românica francesa e italiana
França
A França apresenta estilos locais, influência das igrejas de peregrinação. O ordenamento do extremo oriental evoluiu para uma planta radiante ou escalonada (como em Issoire). Era acrescentado um deambulatório à volta do perímetro da ábside para permitir o acesso às capelas. Na planta escalonada eram introduzidas capelas no lado oriental do transepto. A separação entre o clero e fieis era feita também com a distinção entre altares dos santos e altar-mor.
Na Provença encontramos igrejas altas, pouco largas com coberturas de ogivas e arco quebrado, não tem tribuna mas altas janelas.
Em Poitou as naves laterais são estreitas e elevam-se à altura da nave central.
Um segundo grupo de igrejas, as igrejas de cúpulas foram influenciadas pela arquitetura muçulmana e bizantina, com uma nave única muito alta com ou sem transepto e capelas radiantes.
Itália
Itália mostrou-se conservadora e não acompanhou a escala de actividade registada em França. A herança estilística da influência antiga clássica, bizantina e muçulmana foi explorada ao máximo: continuaram a usar a cúpula alteada, campanilles e batistérios separados, revestimentos a mármore no exterior e uma decoração miudinha. A torre é separada da igreja como em San Miniato al Monte, a fachada é ordenada com colunatas e arcadas cegas. O românico toscano tem influência muçulmana e bizantina: a cobertura é de madeira, as colunas clássicas e planta comum às basílicas paleo-cristãs. A fachada é viva, volta-se para a praça, tradição romana da vida pública na rua (como podemos observar no batistério de Florença).
Arquitetura românica em Portugal
Durante a reconquista, de que nasceu Portugal, a arte peninsular não muçulmana continuava, na maior parte, os velhos modelos visigóticos, quer revestindo as formas moçarabes duma arte popular, do cristão submetido, a qual fundia elementos da tradição hispano-visigótica com os de origem cordovesa, quer adquirindo características ainda mais originais no reino das Astúrias, onde a remota arte visigótica se esfumara com a influência carolíngia, lombarda e romana. Um dos melhores expoentes do românico em Portugal é a Sé Velha de Coimbra, cuja construção data do século XII.
Bibliografia
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- Banister Fletcher, A History of Architecture on the Comparative method (2001). Elsevier Science & Technology. ISBN 0-7506-2267-9.
- Helen Gardner; Fred S. Kleiner, Christin J. Mamiya, Gardner's Art through the Ages. Thomson Wadsworth, (2004) ISBN 0-15-505090-7.
- George Holmes, editor, The Oxford Illustrated History of Medieval Europe, Oxford University Press, (1992) ISBN 0-19-820073-0
- René Huyghe, Larousse Encyclopedia of Byzantine and Medieval Art, Paul Hamlyn, (1958)
- RAMALHO, Germán. Saber ver a arte românica. pp. 3-4
- Nikolaus Pevsner, An Outline of European Architecture. Pelican Books (1964)
- John Beckwith, Early Medieval Art, Thames and Hudson, (1964)
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- Alec Clifton-Taylor, The Cathedrals of England, Thames and Hudson (1967)
- John Harvey, English Cathedrals, Batsford (1961).
- Trewin Copplestone, World Architecture, and Illustrated History, Paul Hamlyn, (1963)
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