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'''São Tomé e Príncipe''', oficialmente '''República Democrática de São Tomé e Príncipe''',<ref name="Info">{{citar web |url=https://www.infoescola.com/africa/sao-tome-e-principe/ |titulo=São Tomé e Príncipe |trabalho=Info Escola |acessodata=7 de março de 2019}}</ref> é um país insular localizado no [[Golfo da Guiné]], na costa equatorial ocidental da [[África Central]]. Consiste em duas ilhas principais, as ilhas de [[Ilha de São Tomé|São Tomé]] e [[Ilha do Príncipe|Príncipe]], que distam cerca de 140 km uma da outra e cerca de 250 e 225 km da costa noroeste do [[Gabão]], respectivamente.<ref name="cia"/> Outros países próximos são a [[Guiné Equatorial]] e os [[Camarões]].<ref name="Geografia">{{citar web|url=https://brasilescola.uol.com.br/geografia/sao-tome-principe.htm |titulo=São Tomé e Príncipe |trabalho=Brasil Escola |acessodata=7 de março de 2019}}</ref><ref name="Info"/> | '''São Tomé e Príncipe''', oficialmente '''República Democrática de São Tomé e Príncipe''',<ref name="Info">{{citar web |url=https://www.infoescola.com/africa/sao-tome-e-principe/ |titulo=São Tomé e Príncipe |trabalho=Info Escola |acessodata=7 de março de 2019}}</ref> é um país insular localizado no [[Golfo da Guiné]], na costa equatorial ocidental da [[África Central]]. Consiste em duas ilhas principais, as ilhas de [[Ilha de São Tomé|São Tomé]] e [[Ilha do Príncipe|Príncipe]], que distam cerca de 140 km uma da outra e cerca de 250 e 225 km da costa noroeste do [[Gabão]], respectivamente.<ref name="cia"/> Outros países próximos são a [[Guiné Equatorial]] e os [[Camarões]].<ref name="Geografia">{{citar web|url=https://brasilescola.uol.com.br/geografia/sao-tome-principe.htm |titulo=São Tomé e Príncipe |trabalho=Brasil Escola |acessodata=7 de março de 2019}}</ref><ref name="Info"/> | ||
As [[ilhas de São Tomé e Príncipe]] estiveram desabitadas até à sua descoberta pelos exploradores portugueses [[João de Santarém]] e [[Pedro Escobar]], em [[1470]].<ref name="Área"/> Gradualmente [[História de São Tomé e Príncipe|colonizadas pelos portugueses]] ao longo do [[século XVI]], elas colectivamente serviram como um [[centro comercial]] vital para o [[Comércio atlântico de escravizados]].<ref name="Info"/> O rico solo [[Vulcanismo|vulcânico]] e a proximidade com a [[ | As [[ilhas de São Tomé e Príncipe]] estiveram desabitadas até à sua descoberta pelos exploradores portugueses [[João de Santarém]] e [[Pedro Escobar]], em [[1470]].<ref name="Área"/> Gradualmente [[História de São Tomé e Príncipe|colonizadas pelos portugueses]] ao longo do [[século XVI]], elas colectivamente serviram como um [[centro comercial]] vital para o [[Comércio atlântico de escravizados]].<ref name="Info"/> O rico solo [[Vulcanismo|vulcânico]] e a proximidade com a [[Linha do Equador]]<ref name="Equador">{{citar web|url=http://ahstp.org/|titulo=Boas Vindas! |publicado=Arquivo Histórico de São Tomé e Príncipe |acessodata=7 de março de 2019}}</ref> tornaram São Tomé e Príncipe ideal para o cultivo de [[açúcar]], seguido mais tarde por outras culturas de rendimento tais como [[café]] e [[cacau]]; a lucrativa [[economia de plantação]] era fortemente dependente de [[escravos africanos]] importados.<ref name="Info"/> Ciclos de agitação social e [[Economia de São Tomé e Príncipe|instabilidade econômica]] ao longo dos [[Século XIX|séculos XIX]] e [[Século XX|XX]] culminaram na [[independência]] pacífica em [[1975]]. São Tomé e Príncipe, desde então, permaneceu como um dos países mais estáveis e [[Democracia|democráticos]] de África.<ref name="Info"/> | ||
Com uma população de [[Demografia de São Tomé e Príncipe|204 454 habitantes]] (estimativa de 2018),<ref name="cia"/> distribuídos em uma | Com uma população de [[Demografia de São Tomé e Príncipe|204 454 habitantes]] (estimativa de 2018),<ref name="cia"/> distribuídos em uma área total de 1 001 km²,<ref name="Área">{{citar web|url=http://www.mnec.gov.st/index.php/o-pais |titulo=República Democrática de São Tomé e Príncipe |publicado=Ministério dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades da República Democrática de São Tomé e Príncipe |acessodata=7 de março de 2019}}</ref> São Tomé e Príncipe é o segundo menos populoso [[Lista de países e territórios da África|Estado soberano africano]], depois das [[Seicheles]], bem como o menor país de língua portuguesa.<ref name="Info"/> Seu povo é predominantemente de ascendência africana e [[Miscigenação|mestiça]], com a maioria praticando o [[catolicismo romano]].<ref name="cia"/> O legado do [[Império português|domínio português]] também é visível na [[Cultura de São Tomé e Príncipe|cultura]], nos costumes e na [[Música de São Tomé e Príncipe|música do país]], que fundem influências europeias e africanas. | ||
Considerado um [[país subdesenvolvido]], é esperado que São Tomé e Príncipe deixe esta classificação e se torne um país de [[país em desenvolvimento|renda média]] pela [[ONU]] em [[2024]].<ref>{{citar web |url=https://news.un.org/pt/story/2020/09/1727472 |título= São Tomé e Príncipe anuncia graduação a país de renda média para 2024 |publicado=[[ONU|ONU News]] |acessodata=[[1 de outubro]] de [[2020]]}}</ref> | Considerado um [[país subdesenvolvido]], é esperado que São Tomé e Príncipe deixe esta classificação e se torne um país de [[país em desenvolvimento|renda média]] pela [[ONU]] em [[2024]].<ref>{{citar web |url=https://news.un.org/pt/story/2020/09/1727472 |título= São Tomé e Príncipe anuncia graduação a país de renda média para 2024 |publicado=[[ONU|ONU News]] |acessodata=[[1 de outubro]] de [[2020]]}}</ref> | ||
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A ilha de São Tomé foi descoberta em [[21 de dezembro]] de [[1470]], por [[João de Santarém]], no dia de [[São Tomé]]; 27 dias depois, em [[17 de janeiro]] de [[1471]], no dia de [[Santo Antão]], [[Pêro Escobar]] chega à ilha do Príncipe.<ref name="Descobrimento"/> Príncipe foi inicialmente chamado de Santo Antão ("Santo António"), mudando o seu nome em [[1502]] para a Ilha do Príncipe, em referência ao Príncipe de Portugal para quem foram pagos impostos sobre a produção de açúcar da ilha. | A ilha de São Tomé foi descoberta em [[21 de dezembro]] de [[1470]], por [[João de Santarém]], no dia de [[São Tomé]]; 27 dias depois, em [[17 de janeiro]] de [[1471]], no dia de [[Santo Antão]], [[Pêro Escobar]] chega à ilha do Príncipe.<ref name="Descobrimento"/> Príncipe foi inicialmente chamado de Santo Antão ("Santo António"), mudando o seu nome em [[1502]] para a Ilha do Príncipe, em referência ao Príncipe de Portugal para quem foram pagos impostos sobre a produção de açúcar da ilha. | ||
O primeiro assentamento bem-sucedido de São Tomé foi estabelecido em [[1493]] por [[Álvaro de Caminha]], que recebeu a terra como uma concessão da [[Coroa portuguesa|coroa]]. Príncipe foi liquidado em [[1500]] sob um arranjo semelhante. A | O primeiro assentamento bem-sucedido de São Tomé foi estabelecido em [[1493]] por [[Álvaro de Caminha]], que recebeu a terra como uma concessão da [[Coroa portuguesa|coroa]]. Príncipe foi liquidado em [[1500]] sob um arranjo semelhante. A atração de colonos mostrou-se difícil, sendo assim, a maioria dos primeiros habitantes foram "indesejáveis" enviados de Portugal, a maioria [[Judeus da nação portuguesa|judeus]].<ref>{{Citar web |url=http://www.aish.com/h/9av/aas/52421817.html |titulo=The Expulsion 1492 Chronicles, section XI: "The Vale of Tears", quoting Joseph Hacohen (1496–1577); also, section XVII, quoting 16th century author Samuel Usque |publicado=Aish.com |data=2009-08-04 |acessodata=2013-09-29}}</ref> Com o tempo, esses colonos encontraram no solo vulcânico da região o local adequado para a [[agricultura]], especialmente o cultivo de açúcar.<ref name="Info"/> | ||
===Colonização portuguesa=== | ===Colonização portuguesa=== | ||
[[Ficheiro:Forte de São Sebastião - São Tomé (8084256064).jpg|esquerda|thumb|230px|Canhão no Forte de São Sebastião, marco da presença portuguesa.]] | [[Ficheiro:Forte de São Sebastião - São Tomé (8084256064).jpg|esquerda|thumb|230px|Canhão no Forte de São Sebastião, marco da presença portuguesa.]] | ||
A [[cana-de-açúcar]] e o cacau<ref>{{Citar web|url=http://biodiesel.com/|titulo=Home - Pacific Biodiesel|acessodata=2017-05-20|obra=Pacific Biodiesel|lingua=en-US}}</ref> foram introduzidos nas ilhas e escravos africanos foram importados<ref name="DK">Série de autores e consultores, [[Dorling Kindersley]], ''History'' (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 555</ref> mas a concorrência da | A [[cana-de-açúcar]] e o cacau<ref>{{Citar web|url=http://biodiesel.com/|titulo=Home - Pacific Biodiesel|acessodata=2017-05-20|obra=Pacific Biodiesel|lingua=en-US}}</ref> foram introduzidos nas ilhas e escravos africanos foram importados<ref name="DK">Série de autores e consultores, [[Dorling Kindersley]], ''History'' (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 555</ref> mas a concorrência da colônia portuguesa do Brasil e as constantes rebeliões locais levaram a cultura agrícola ao declínio no [[século XVI]]. Assim sendo, a decadência açucareira tornou as ilhas entrepostos de [[Escravatura|escravos]].<ref>Isabel Castro Henriques, ''São Tomé e Príncipe: A invenção de uma sociedade'', Lisboa: Vega, 2000.</ref> | ||
No final do século XVI alguns conflitos severos ocorreram nas ilhas<ref name="Negreiros">Negreiros, António Lobo de Almada. Colonies portugaises. ''in'': Chevalier, Augusto. L'ile de San-Thomé. Paris: Sociedade de Geografia de Lisboa. 1901.</ref> onde, na [[Revolta dos Angolares|maior]] das revoltas internas, um escravo chamado [[Amador Vieira]], considerado herói nacional, fundou o [[Reino dos Angolares]], que controlou quase toda ilha de São Tomé.<ref name="Seibert">{{citar web|autor=Seibert, Gerhard |url=https://www.buala.org/pt/a-ler/rei-amador-historia-e-mito-do-lider-da-revolta-de-escravos-em-sao-tome-1595 |título=Rei Amador: história e mito do líder da revolta de escravos em São Tomé (1595-1596).|publicado=Buala |data=8 de fevereiro de 2011}}</ref> | No final do século XVI alguns conflitos severos ocorreram nas ilhas<ref name="Negreiros">Negreiros, António Lobo de Almada. Colonies portugaises. ''in'': Chevalier, Augusto. L'ile de San-Thomé. Paris: Sociedade de Geografia de Lisboa. 1901.</ref> onde, na [[Revolta dos Angolares|maior]] das revoltas internas, um escravo chamado [[Amador Vieira]], considerado herói nacional, fundou o [[Reino dos Angolares]], que controlou quase toda ilha de São Tomé.<ref name="Seibert">{{citar web|autor=Seibert, Gerhard |url=https://www.buala.org/pt/a-ler/rei-amador-historia-e-mito-do-lider-da-revolta-de-escravos-em-sao-tome-1595 |título=Rei Amador: história e mito do líder da revolta de escravos em São Tomé (1595-1596).|publicado=Buala |data=8 de fevereiro de 2011}}</ref> | ||
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As revoltas e conflitos criaram o ambiente propício para que uma esquadra [[neerlandeses|neerlandesa]] ocupasse o arquipélago (além de São Tomé e do Príncipe, ainda agrupava administrativamente as ilhas de [[Bioco]] e [[Ano-Bom]]) em agosto de 1598, sendo derrotados e expulsos somente em outubro do mesmo ano, após contra-ataque liderado por João Barbosa da Cunha, que se tornou governador interino da ilha de São Tomé. No ano seguinte, os neerlandeses, liderados por Laurens Bicker, cercaram novamente a [[baía de Ana Chaves]], contudo sem conseguir tomar a ilha de São Tomé por completo, sendo expulsos rapidamente.<ref name="Negreiros"/> A maior empreitada neerlandesa porém ocorreu sob a alçada da [[Companhia Holandesa das Índias Ocidentais]], que estabeleceu domínio na ilha de São Tomé entre 1641 e 1648, sendo expulsa após cerco naval lusitano durante a [[Reconquista de Angola|Reconquista de Angola e São Tomé]]. Em 1663 os neerlandeses ainda voltaram uma última vez, comandados pelo almirante [[Michiel de Ruyter]], quando capturaram uma parte da ilha de São Tomé e ergueram um pequeno forte, sendo rapidamente expulsos pelos portugueses. | As revoltas e conflitos criaram o ambiente propício para que uma esquadra [[neerlandeses|neerlandesa]] ocupasse o arquipélago (além de São Tomé e do Príncipe, ainda agrupava administrativamente as ilhas de [[Bioco]] e [[Ano-Bom]]) em agosto de 1598, sendo derrotados e expulsos somente em outubro do mesmo ano, após contra-ataque liderado por João Barbosa da Cunha, que se tornou governador interino da ilha de São Tomé. No ano seguinte, os neerlandeses, liderados por Laurens Bicker, cercaram novamente a [[baía de Ana Chaves]], contudo sem conseguir tomar a ilha de São Tomé por completo, sendo expulsos rapidamente.<ref name="Negreiros"/> A maior empreitada neerlandesa porém ocorreu sob a alçada da [[Companhia Holandesa das Índias Ocidentais]], que estabeleceu domínio na ilha de São Tomé entre 1641 e 1648, sendo expulsa após cerco naval lusitano durante a [[Reconquista de Angola|Reconquista de Angola e São Tomé]]. Em 1663 os neerlandeses ainda voltaram uma última vez, comandados pelo almirante [[Michiel de Ruyter]], quando capturaram uma parte da ilha de São Tomé e ergueram um pequeno forte, sendo rapidamente expulsos pelos portugueses. | ||
[[Ficheiro: Gezicht op Sao Tomé, ca. 1641 Insvla S. Thomae (titel op object), RP-P-1951-70.jpg||thumb|5,694px|right|Conquista de São Tomé por [[Cornelis Jol]], 1641]] | [[Ficheiro: Gezicht op Sao Tomé, ca. 1641 Insvla S. Thomae (titel op object), RP-P-1951-70.jpg||thumb|5,694px|right|Conquista de São Tomé por [[Cornelis Jol]], 1641]] | ||
A agricultura só foi estimulada no arquipélago no [[século XIX]], com o cultivo de [[cacau]] e [[café]]. Durante estes dois séculos, chamados de ''O ciclo do Cacau'', criaram-se estruturas administrativas complexas. Elas compunham-se de vários serviços públicos, tendo a sua frente um ''chefe de serviço''. As decisões tomadas por este tinham de ser sancionadas pelo [[Governador]] da | A agricultura só foi estimulada no arquipélago no [[século XIX]], com o cultivo de [[cacau]] e [[café]]. Durante estes dois séculos, chamados de ''O ciclo do Cacau'', criaram-se estruturas administrativas complexas. Elas compunham-se de vários serviços públicos, tendo a sua frente um ''chefe de serviço''. As decisões tomadas por este tinham de ser sancionadas pelo [[Governador]] da Colônia, que para legislar, auxiliava-se de um ''Conselho de Governo'' e de uma ''Assembleia Legislativa''. | ||
Durante muito tempo o governador foi o comandante-chefe das forças armadas, até que, com a luta armada nos outros territórios sob o seu domínio, se criou um ''Comando Independente''. Fora da sua alçada encontrava-se a [[Direção-Geral de Segurança]] (DGS). O Governador deslocava-se periodicamente a [[Lisboa]], para informar o governo colonial e dele trazer instruções. | Durante muito tempo o governador foi o comandante-chefe das forças armadas, até que, com a luta armada nos outros territórios sob o seu domínio, se criou um ''Comando Independente''. Fora da sua alçada encontrava-se a [[Direção-Geral de Segurança]] (DGS). O Governador deslocava-se periodicamente a [[Lisboa]], para informar o governo colonial e dele trazer instruções. | ||
Na Ilha do Príncipe, em representação do Governo havia o administrador do Concelho com largas atribuições. A | Na Ilha do Príncipe, em representação do Governo havia o administrador do Concelho com largas atribuições. A colônia estava dividida em dois concelhos, o de São Tomé, o do Príncipe, e em várias freguesias. | ||
No final da década de 1950, quando outras nações emergentes do continente africano exigiram sua independência, um pequeno grupo de são-tomenses formou o [[Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata|Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe]] (MLSTP) - de cunho nacionalista, com viés [[Marxismo|marxista]] e oposicionista ao domínio português - que acabou estabelecendo sua base no [[Gabão]]. Ganhando impulso na década de 1960, os acontecimentos ocorreram rapidamente após a queda da ditadura de [[Marcello Caetano]] em Portugal em abril de 1974. Assim, em [[1975]], após cerca de 500 anos de notável controle de Portugal, o arquipélago é [[descolonização|descolonizado]].<ref name = "DK" /><ref>Tony Hodges & Malyn Newitt, ''São Tomé e Príncipe: From plantation colony to microstate'', Londres: Wstview, 1988</ref> | No final da década de 1950, quando outras nações emergentes do continente africano exigiram sua independência, um pequeno grupo de são-tomenses formou o [[Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata|Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe]] (MLSTP) - de cunho nacionalista, com viés [[Marxismo|marxista]] e oposicionista ao domínio português - que acabou estabelecendo sua base no [[Gabão]]. Ganhando impulso na década de 1960, os acontecimentos ocorreram rapidamente após a queda da ditadura de [[Marcello Caetano]] em Portugal em abril de 1974. Assim, em [[1975]], após cerca de 500 anos de notável controle de Portugal, o arquipélago é [[descolonização|descolonizado]].<ref name = "DK" /><ref>Tony Hodges & Malyn Newitt, ''São Tomé e Príncipe: From plantation colony to microstate'', Londres: Wstview, 1988</ref> | ||
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=== Independência e pós-1975 === | === Independência e pós-1975 === | ||
[[Ficheiro:Sao tome palace.jpg|thumbnail|esquerda|250px|O palácio presidencial de São Tomé e Príncipe.]] | [[Ficheiro:Sao tome palace.jpg|thumbnail|esquerda|250px|O palácio presidencial de São Tomé e Príncipe.]] | ||
Após a [[independência]], foi implantado um regime [[socialismo|socialista]] de partido único e as plantações são nacionalizadas<ref name = "DK" /> sob a alçada do MLSTP. Dez anos após a independência (1985), inicia-se a abertura | Após a [[independência]], foi implantado um regime [[socialismo|socialista]] de partido único e as plantações são nacionalizadas<ref name = "DK" /> sob a alçada do MLSTP. Dez anos após a independência (1985), inicia-se a abertura econômica do país. Em 1990, adota-se uma nova constituição, que institui o pluripartidarismo.<ref name = "DK" /> | ||
Em 1991, durante suas primeiras eleições legislativas livres, o Partido de Convergência Democrática - Grupo de Reflexão (PCD-GR) sagrou-se vencedor do processo eletivo, conquistando a maioria das cadeiras do parlamento são | Em 1991, durante suas primeiras eleições legislativas livres, o Partido de Convergência Democrática - Grupo de Reflexão (PCD-GR) sagrou-se vencedor do processo eletivo, conquistando a maioria das cadeiras do parlamento são-tomense. A eleição para presidente contou com a participação de Miguel Trovoada, ex-primeiro-ministro do país que estava exilado desde 1978. Sem adversários, Trovoada foi eleito para o cargo. Em 1995 foi instituído um governo local na ilha do Príncipe, com a participação de cinco membros. Nas eleições parlamentares de 1998, o MLSTP incorpora no seu nome PSD (Partido Social Democrata) e conquista a maioria no Parlamento, o que tornou possível ao partido indicar o primeiro-ministro.<ref>A mais importante fonte sobre as primeiras décadas pós-coloniais é Gerhard Seibert, ''Camaradas, Clientes e Compadres: Colonialismo, Socialismo e Democratização em São Tomé e Príncipe'', Lisboa: Vega, 2001</ref> Ao longo da democratização do país, quatro tentativas de golpe não violentas foram registradas em 1995, 1998, 2003 e 2009. Todas fracassaram.<ref name="Independência de São Tomé e Príncipe">{{citar web | url = https://www.cia.gov/the-world-factbook/countries/sao-tome-and-principe/ | lingua = inglês | publicado = CIA | autor = The World Factbook | titulo = Sao Tome and Principe - Introduction: Background | acessodata = 19 de maio de 2021 }}</ref> | ||
Em 2001, [[Fradique de Menezes]] tornou-se presidente e prometeu mais colaboração com o parlamento. Em 2003 resistiu a uma tentativa de golpe.<ref name = "DK" /> | Em 2001, [[Fradique de Menezes]] tornou-se presidente e prometeu mais colaboração com o parlamento. Em 2003 resistiu a uma tentativa de golpe.<ref name = "DK" /> | ||
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As ilhas que formam São Tomé e Príncipe estão situadas no Golfo da Guiné à altura da linha do equador, a cerca de 250 km da costa noroeste do Gabão. São Tomé e Príncipe é uma continuação da [[linha vulcânica dos Camarões]] na África continental. Uma cadeia de ilhas estende-se desde o [[Monte Camarões]], no [[continente]], até ao [[mar]], no sentido [[sudoeste]], até [[Bioko]], passando por Príncipe, São Tomé e [[Ano-Bom]]. Príncipe e São Tomé são [[ilhas oceânicas]], isto é, vulcões que se erguem abruptamente do fundo do mar e rodeados por mares profundos.<ref name="Harris 2009">{{Citar jornal |titulo=São Tomé, Príncipe, and Annobon |autor=Rosemary Gillespie |autor2= David Clague |jornal=Encyclopedia of Islands, Berkeley |publicado=University of California Press}}</ref> As ilhas foram formadas de meados ao final do [[período terciário]]. Príncipe tem 31 milhões de anos, enquanto São Tomé tem 15,7 milhões de anos.<ref name="Harris 2009"/> | As ilhas que formam São Tomé e Príncipe estão situadas no Golfo da Guiné à altura da linha do equador, a cerca de 250 km da costa noroeste do Gabão. São Tomé e Príncipe é uma continuação da [[linha vulcânica dos Camarões]] na África continental. Uma cadeia de ilhas estende-se desde o [[Monte Camarões]], no [[continente]], até ao [[mar]], no sentido [[sudoeste]], até [[Bioko]], passando por Príncipe, São Tomé e [[Ano-Bom]]. Príncipe e São Tomé são [[ilhas oceânicas]], isto é, vulcões que se erguem abruptamente do fundo do mar e rodeados por mares profundos.<ref name="Harris 2009">{{Citar jornal |titulo=São Tomé, Príncipe, and Annobon |autor=Rosemary Gillespie |autor2= David Clague |jornal=Encyclopedia of Islands, Berkeley |publicado=University of California Press}}</ref> As ilhas foram formadas de meados ao final do [[período terciário]]. Príncipe tem 31 milhões de anos, enquanto São Tomé tem 15,7 milhões de anos.<ref name="Harris 2009"/> | ||
A [[zona económica exclusiva]] do país faz fronteira com a Guiné Equatorial e o Gabão. No noroeste, ela se sobrepõe à da [[Nigéria]]. Em 2001, os dois países firmaram um acordo sobre uma zona de manejo comum para a exploração de recursos na área.<ref name="Fancisco e Agostinho 2011">{{Citar jornal |titulo=Exorcising Devils from the Throne. São Tomé and Príncipe in the Chaos of Democratization |lang=en |local=[[Nova Iorque]] |publicado=Algora }}</ref><ref name="Segura">{{Citar web |url=https://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2006/wp06183.pdf |titulo=Management of Oil Wealth Under the Permanent Income Hypothesis: The Case of São Tomé and Príncipe |lang=en |autor=Alonso Segura |trabalho=[[Fundo Monetário Internacional]]}}</ref> | A [[zona económica exclusiva|zona econômica exclusiva]] do país faz fronteira com a Guiné Equatorial e o Gabão. No noroeste, ela se sobrepõe à da [[Nigéria]]. Em 2001, os dois países firmaram um acordo sobre uma zona de manejo comum para a exploração de recursos na área.<ref name="Fancisco e Agostinho 2011">{{Citar jornal |titulo=Exorcising Devils from the Throne. São Tomé and Príncipe in the Chaos of Democratization |lang=en |local=[[Nova Iorque]] |publicado=Algora }}</ref><ref name="Segura">{{Citar web |url=https://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2006/wp06183.pdf |titulo=Management of Oil Wealth Under the Permanent Income Hypothesis: The Case of São Tomé and Príncipe |lang=en |autor=Alonso Segura |trabalho=[[Fundo Monetário Internacional]]}}</ref> | ||
As ilhas são íngremes, com uma zona de planície limitada.<ref name="Harris 2009"/> No sul e no oeste há altas montanhas de origem vulcânica, enquanto a paisagem se achata no extremo norte.<ref name="Hodges e Newitt 1988, s. 2">{{Citar livro |titulo=São Tomé and Príncipe. From Plantation Colony to Microstate |autor=Hodges, Tony e Malyn Newitt |isbn= 081330380X |ano=1998}}</ref> As montanhas estão fortemente erodidas. O solo, com basalto e fonolito, é relativamente fértil.<ref name="Harris 2009"/> O [[Pico Cão Grande]] é um grande [[Vulcão|pico vulcânico]], ao sul de São Tomé. Ele se eleva por mais de 300 m acima do terreno circundante e o cume é 663 m acima do nível do mar.<ref>{{Citar web|url=http://www.odisseiasnosmares.com/2012/02/cao-grande-em-sao-tome-grande-escalada.html |titulo=Cão Grande em São Tomé, a Grande Escalada do Pico Vertical |acessodata=07-03-2019}}</ref> | As ilhas são íngremes, com uma zona de planície limitada.<ref name="Harris 2009"/> No sul e no oeste há altas montanhas de origem vulcânica, enquanto a paisagem se achata no extremo norte.<ref name="Hodges e Newitt 1988, s. 2">{{Citar livro |titulo=São Tomé and Príncipe. From Plantation Colony to Microstate |autor=Hodges, Tony e Malyn Newitt |isbn= 081330380X |ano=1998}}</ref> As montanhas estão fortemente erodidas. O solo, com basalto e fonolito, é relativamente fértil.<ref name="Harris 2009"/> O [[Pico Cão Grande]] é um grande [[Vulcão|pico vulcânico]], ao sul de São Tomé. Ele se eleva por mais de 300 m acima do terreno circundante e o cume é 663 m acima do nível do mar.<ref>{{Citar web|url=http://www.odisseiasnosmares.com/2012/02/cao-grande-em-sao-tome-grande-escalada.html |titulo=Cão Grande em São Tomé, a Grande Escalada do Pico Vertical |acessodata=07-03-2019}}</ref> | ||
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=== Clima === | === Clima === | ||
São Tomé e Príncipe tem um clima do tipo [[equatorial]], [[quente]] e [[húmido]], com temperaturas médias anuais que variam entre os 22 °C e os 30 °C. É um país com uma multiplicidade de [[microclima]]s, definidos, principalmente, em função da pluviosidade, da temperatura e da localização. A temperatura varia em função da altitude e do relevo. | São Tomé e Príncipe tem um clima do tipo [[equatorial]], [[quente]] e [[húmido|úmido]], com temperaturas médias anuais que variam entre os 22 °C e os 30 °C. É um país com uma multiplicidade de [[microclima]]s, definidos, principalmente, em função da pluviosidade, da temperatura e da localização. A temperatura varia em função da altitude e do relevo. | ||
Devido às montanhas e ao vento sudoeste, a maioria das precipitações cai ao sul e sudoeste das ilhas.<ref name="Christy 2001">{{Citar web |url=http://www.birdlife.org/datazone/userfiles/file/IBAs/AfricaCntryPDFs/Sao_Tome.pdf |formato=pdf |titulo=Important Bird Areas in Africa and Associated Islands: Priority Sites for Conservation }}</ref> Ao norte de São Tomé, o clima é mais seco, com paisagem de savana. Em São Tomé, {{Fmtn|1000}} mm de precipitação cai no nordeste e {{Fmtn|4000}} mm no sudoeste.<ref name="Harris 2009"/> | Devido às montanhas e ao vento sudoeste, a maioria das precipitações cai ao sul e sudoeste das ilhas.<ref name="Christy 2001">{{Citar web |url=http://www.birdlife.org/datazone/userfiles/file/IBAs/AfricaCntryPDFs/Sao_Tome.pdf |formato=pdf |titulo=Important Bird Areas in Africa and Associated Islands: Priority Sites for Conservation }}</ref> Ao norte de São Tomé, o clima é mais seco, com paisagem de savana. Em São Tomé, {{Fmtn|1000}} mm de precipitação cai no nordeste e {{Fmtn|4000}} mm no sudoeste.<ref name="Harris 2009"/> | ||
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As estações são controladas pela variação na [[zona de convergência intertropical]].<ref name="Hodges e Newitt 1988, s. 2"/> Há duas estações chuvosas que coincidem com o [[equinócio]] em [[Março]] e [[Setembro]].<ref name="Hodges e Newitt 1988, s. 2"/> Entre eles estão os meses de vento de [[Maio]] a [[Agosto]] e os meses de maior calor de [[Dezembro]] a [[Fevereiro]]. A estação seca é mais perceptível no norte e leste e no sudoeste pode estar ausente por alguns anos.<ref name="Christy 2001"/> | As estações são controladas pela variação na [[zona de convergência intertropical]].<ref name="Hodges e Newitt 1988, s. 2"/> Há duas estações chuvosas que coincidem com o [[equinócio]] em [[Março]] e [[Setembro]].<ref name="Hodges e Newitt 1988, s. 2"/> Entre eles estão os meses de vento de [[Maio]] a [[Agosto]] e os meses de maior calor de [[Dezembro]] a [[Fevereiro]]. A estação seca é mais perceptível no norte e leste e no sudoeste pode estar ausente por alguns anos.<ref name="Christy 2001"/> | ||
O padrão de ocupação | O padrão de ocupação afetou o [[clima]] e a [[vegetação]].<ref name="Hodges e Newitt 1988, s. 2"/> Isso aconteceu apenas quando as plantações de açúcar foram plantadas e a [[floresta]] ao norte da ilha [[Desmatamento|foi limpa]]. Aqui, as áreas foram secas para que apenas [[grama]] e [[baobá]] cresçam.<ref name="Hodges e Newitt 1988, s. 2"/> | ||
=== Ilhéus do arquipélago === | === Ilhéus do arquipélago === | ||
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Do total da população de São Tomé e Príncipe, cerca de 180 mil vivem na ilha de São Tomé e sete mil e quinhentos na Ilha do Príncipe.<ref name="telanon.info"/> Todos eles descendem de vários grupos étnicos que emigraram para as ilhas. | Do total da população de São Tomé e Príncipe, cerca de 180 mil vivem na ilha de São Tomé e sete mil e quinhentos na Ilha do Príncipe.<ref name="telanon.info"/> Todos eles descendem de vários grupos étnicos que emigraram para as ilhas. | ||
As ilhas são uma antiga | As ilhas são uma antiga colônia portuguesa. Na [[década de 1970]] houve dois fluxos populacionais significativos — o êxodo da maior parte dos 4 000 residentes portugueses e o influxo de várias centenas de refugiados são-tomenses vindos de [[Angola]]. Os ilhéus foram na sua maior parte absorvidos por uma cultura comum luso-africana. Quase todos pertencem às igrejas [[Igreja Católica|Católica Romana]], [[Evangelicalismo|Evangélica]], [[Igreja do Nazareno|Nazarena]], Congregação Cristã ou [[Igreja Adventista do Sétimo Dia|Adventista do Sétimo Dia]], que, por sua vez, mantém laços estreitos com as igrejas em Portugal. | ||
* [[Lista de países por índice de urbanização|População urbana]] - 65,1%<ref name=CIA>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/tp.html Sao Tome and Principe]. Acessado em 20 de junho de 2016</ref> | * [[Lista de países por índice de urbanização|População urbana]] - 65,1%<ref name=CIA>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/tp.html Sao Tome and Principe]. Acessado em 20 de junho de 2016</ref> | ||
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São Tomé e Príncipe é uma república [[Sistema semi-presidencial|semi-presidencialista]] [[democracia representativa]], o [[presidente]] é o [[chefe de estado|chefe de Estado]] e o [[primeiro-ministro]] é o [[chefe de governo]]. | São Tomé e Príncipe é uma república [[Sistema semi-presidencial|semi-presidencialista]] [[democracia representativa]], o [[presidente]] é o [[chefe de estado|chefe de Estado]] e o [[primeiro-ministro]] é o [[chefe de governo]]. | ||
A Constituição de 2003 é a principal lei do país, tendo sido | A Constituição de 2003 é a principal lei do país, tendo sido adotada pela Lei n.º 1/03, de 29 de Janeiro de 2003. Outras normas jurídicas importantes do país são a Lei nº 8/1991 (Lei Base do Sistema Judiciário), a Lei nº 10/1991 (Estatuto dos Magistrados Judiciais), a Lei nº. 5/1997 (Estatuto da Função Pública). | ||
'''Partidos Políticos''' | '''Partidos Políticos''' | ||
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A [[Ilha de São Tomé]], cuja capital é a cidade de [[São Tomé (São Tomé e Príncipe)|São Tomé]], tem uma população estimada em {{Fmtn|133600}} habitantes ([[2004]]), numa área de 859 km². | A [[Ilha de São Tomé]], cuja capital é a cidade de [[São Tomé (São Tomé e Príncipe)|São Tomé]], tem uma população estimada em {{Fmtn|133600}} habitantes ([[2004]]), numa área de 859 km². | ||
A [[Ilha do Príncipe]], cuja capital é [[Santo António (São Tomé e Príncipe)|Santo António]], é a ilha menor, com uma área de 142 km² e uma população estimada em {{Fmtn|5400}} habitantes ([[2004]]). Desde [[29 de Abril]] de [[1995]] que a [[ilha do Príncipe]] constitui uma região | A [[Ilha do Príncipe]], cuja capital é [[Santo António (São Tomé e Príncipe)|Santo António]], é a ilha menor, com uma área de 142 km² e uma população estimada em {{Fmtn|5400}} habitantes ([[2004]]). Desde [[29 de Abril]] de [[1995]] que a [[ilha do Príncipe]] constitui uma região autônoma. | ||
O [[ | O [[Ilhéu das Rolas]] fica a poucos metros a sul da ilha de São Tomé, e apresenta a particularidade de ser atravessado pela [[linha do Equador]]. | ||
Apesar de estar consagrado na [[Constituição]] que os distritos devam ser governados por órgãos autárquicos eleitos, até | Apesar de estar consagrado na [[Constituição]] que os distritos devam ser governados por órgãos autárquicos eleitos, até o momento realizaram-se poucas destas eleições em São Tomé e Príncipe, com regularidades de intervalo críticas. | ||
[[Ficheiro:SaoTome Districts.png|direita|150px|Distritos de São Tomé e Príncipe, numerados.]] | [[Ficheiro:SaoTome Districts.png|direita|150px|Distritos de São Tomé e Príncipe, numerados.]] | ||
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{{Ver artigo principal|[[Economia de São Tomé e Príncipe]]}} | {{Ver artigo principal|[[Economia de São Tomé e Príncipe]]}} | ||
São Tomé e Príncipe tem apostado no turismo para o seu desenvolvimento,<ref>Ver Brígida Rocha Brito e outros, ''Turismo em Meio Insular Africano: Potencialidades, constrangimentos e impactos'', Lisboa: Gerpress, 2010</ref> mas a recente descoberta de jazidas de [[petróleo]] nas suas águas abriu novas oportunidades. A | São Tomé e Príncipe tem apostado no turismo para o seu desenvolvimento,<ref>Ver Brígida Rocha Brito e outros, ''Turismo em Meio Insular Africano: Potencialidades, constrangimentos e impactos'', Lisboa: Gerpress, 2010</ref> mas a recente descoberta de jazidas de [[petróleo]] nas suas águas abriu novas oportunidades. A atividade pesqueira continua a ser uma das principais atividades econômicas do país. O país continua também a manter estreitas relações bilaterais com [[Portugal]]. Em 2017, as exportações de São Tomé e Príncipe equivaleram a 16 milhões de dólares e as importações a 140 milhões de dólares. | ||
As principais exportações de São Tomé e Príncipe são sementes de cacau (60% das exportações), petróleo (10% das exportações) e exportações de mobília, algodão e papel também são importantes (abaixo de 5%, cada). As principais importações são de carros e motores elétricos. Os maiores parceiros em termos de exportação, são a | As principais exportações de São Tomé e Príncipe são sementes de cacau (60% das exportações), petróleo (10% das exportações) e exportações de mobília, algodão e papel também são importantes (abaixo de 5%, cada). As principais importações são de carros e motores elétricos. Os maiores parceiros em termos de exportação, são a Polônia, Espanha, Holanda e Guiana.<ref>{{Citar web|titulo=OEC - Sao Tome and Principe (STP) Exports, Imports, and Trade Partners|url=https://oec.world/en/profile/country/stp/|obra=oec.world|acessodata=2020-05-19|lingua=en}}</ref> | ||
O maior parceiro em termos de importações de São Tomé e Príncipe é Portugal, 56% das importações provêm de Portugal. Outros parceiros em termos | O maior parceiro em termos de importações de São Tomé e Príncipe é Portugal, 56% das importações provêm de Portugal. Outros parceiros em termos econômicos, são a China, Nigéria, França e Estados Unidos.<ref>{{Citar web|titulo=OEC - Sao Tome and Principe (STP) Exports, Imports, and Trade Partners|url=https://oec.world/en/profile/country/stp/|obra=oec.world|acessodata=2020-05-19|lingua=en}}</ref> | ||
==Saúde== | ==Saúde== | ||
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A rede sanitária do país possui uma boa cobertura. Esta é constituída por Postos comunitários geridos pelos agentes de saúde comunitária, Postos de saúde a cargo de enfermeiro e Centros de saúde dirigidos por médicos, com alguns serviços diferenciados inclusive com hospitalização. O único hospital de referência denomina-se Hospital Dr. Ayres de Menezes, na capital, apresentando algumas deficiências nos cuidados de saúde prestados.<ref>Oliveira, Gisela (2018). Marketing social e combate ao paludismo: estudo das campanhas de comunicação em São Tomé e Príncipe, Universidade de Évora.</ref> Os serviços de saúde possuem unidades de internamento distritais em [[Caué]] (construída com o apoio da ONG portuguesa [[Assistência Médica Internacional|AMI]]), [[Lembá]] e na [[ilha do Príncipe]] e, ainda, centros de saúde nos restantes distritos. Os tratamentos mais diferenciados são encaminhados para o Gabão ou para Portugal. | A rede sanitária do país possui uma boa cobertura. Esta é constituída por Postos comunitários geridos pelos agentes de saúde comunitária, Postos de saúde a cargo de enfermeiro e Centros de saúde dirigidos por médicos, com alguns serviços diferenciados inclusive com hospitalização. O único hospital de referência denomina-se Hospital Dr. Ayres de Menezes, na capital, apresentando algumas deficiências nos cuidados de saúde prestados.<ref>Oliveira, Gisela (2018). Marketing social e combate ao paludismo: estudo das campanhas de comunicação em São Tomé e Príncipe, Universidade de Évora.</ref> Os serviços de saúde possuem unidades de internamento distritais em [[Caué]] (construída com o apoio da ONG portuguesa [[Assistência Médica Internacional|AMI]]), [[Lembá]] e na [[ilha do Príncipe]] e, ainda, centros de saúde nos restantes distritos. Os tratamentos mais diferenciados são encaminhados para o Gabão ou para Portugal. | ||
Graças a fortes investimentos, em cooperação com a [[Organização Mundial de Saúde]], entre 2000 e 2015 o [[paludismo]], a doença mais mortal do mundo, não vitimou qualquer cidadão em São Tomé e Príncipe<!-- Carece de fonte credível identificada. -->. Em consequência deste progresso o país recebeu três | Graças a fortes investimentos, em cooperação com a [[Organização Mundial de Saúde]], entre 2000 e 2015 o [[paludismo]], a doença mais mortal do mundo, não vitimou qualquer cidadão em São Tomé e Príncipe<!-- Carece de fonte credível identificada. -->. Em consequência deste progresso o país recebeu três Prêmios de Excelência entregues pela [[Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária]], pelo cumprimento do [[Objetivos de Desenvolvimento do Milênio|Objetivo de Desenvolvimento do Milênio]] referentes à reversão da incidência da malária e de outras doenças até 2015.<ref>Oliveira, Gisela (2018). Marketing social e combate ao paludismo: estudo das campanhas de comunicação em São Tomé e Príncipe, Universidade de Évora.</ref> | ||
== Educação == | == Educação == | ||
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[[File:Tchiloli à São Tomé (54).jpg|thumb|Tchiloli]] | [[File:Tchiloli à São Tomé (54).jpg|thumb|Tchiloli]] | ||
{{Ver artigo principal|[[Cultura de São Tomé e Príncipe]]}} | {{Ver artigo principal|[[Cultura de São Tomé e Príncipe]]}} | ||
No [[folclore]] santomense são de destacar a sobrevivência de dois autos renascentistas (século XVI): " A Tragédia do marquês de Mântua e do Príncipe D. Carlos Magno", denominado localmente de "[[Tchiloli]]" e o "São Lourenço" (por ser representado no dia deste santo) e que é idêntico aos " | No [[folclore]] santomense são de destacar a sobrevivência de dois autos renascentistas (século XVI): " A Tragédia do marquês de Mântua e do Príncipe D. Carlos Magno", denominado localmente de "[[Tchiloli]]" e o "São Lourenço" (por ser representado no dia deste santo) e que é idêntico aos "Auto de Floripes"<ref>{{citar web|url=http://www.cenalusofona.pt/cenaberta_old/floripesnegra.htm|título=Cena Aberta - Ano 1 - número 0|website=www.cenalusofona.pt}}</ref> que ainda hoje é representado na aldeia das Neves, perto de [[Viana do Castelo]]. | ||
A Cena Lusófona editou um livro, ''Floripes Negra'', em que Augusto Baptista, ensaísta e fotógrafo, faz um levantamento sobre as origens do "Auto da Floripes" e as suas ligações com [[Portugal]]. | A Cena Lusófona editou um livro, ''Floripes Negra'', em que Augusto Baptista, ensaísta e fotógrafo, faz um levantamento sobre as origens do "Auto da Floripes" e as suas ligações com [[Portugal]]. | ||
==Patrimônio== | ==Patrimônio== | ||
''' | '''Arquitetura religiosa''' | ||
* Igreja de Nossa Senhora do Rosário ([[ilha do Príncipe]]) | * Igreja de Nossa Senhora do Rosário ([[ilha do Príncipe]]) | ||
* Sé Catedral ([[ilha de São Tomé]]) | * Sé Catedral ([[ilha de São Tomé]]) | ||
* Igreja de Madre Deus ([[ilha de São Tomé]]) | * Igreja de Madre Deus ([[ilha de São Tomé]]) | ||
''' | '''Arquitetura militar''' | ||
* Forte de Santo António ([[Ponta da Mina]]) (edificado depois de 1695 e reconstruído em 1809) | * Forte de Santo António ([[Ponta da Mina]]) (edificado depois de 1695 e reconstruído em 1809) | ||
* Fortaleza de São Sebastião (que hoje alberga o Museu Nacional de São Tomé e Príncipe)(1566)([[cidade de São Tomé]]) | * Fortaleza de São Sebastião (que hoje alberga o Museu Nacional de São Tomé e Príncipe)(1566)([[cidade de São Tomé]]) | ||
* Forte de São | * Forte de São Jerônimo (1613) | ||
* Forte de São José (1756) | * Forte de São José (1756) | ||
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* Antigo Bairro Salazar, hoje 3 de Fevereiro ([[cidade de São Tomé]]) | * Antigo Bairro Salazar, hoje 3 de Fevereiro ([[cidade de São Tomé]]) | ||
''' | '''Patrimônio de origem portuguesa''' | ||
* Esculturas de [[Pêro Escobar]], [[João de Santarém]] e [[João de Paiva]] reunidas em frente à Fortaleza de São Sebastião | * Esculturas de [[Pêro Escobar]], [[João de Santarém]] e [[João de Paiva]] reunidas em frente à Fortaleza de São Sebastião | ||
* Monumentos a [[Vasco da Gama]] e o das Comemorações Henriquinas de 1960 situados na marginal da [[cidade de São Tomé]] | * Monumentos a [[Vasco da Gama]] e o das Comemorações Henriquinas de 1960 situados na marginal da [[cidade de São Tomé]] | ||
*Edificações do séc XIX e XX, designadas por "[[Roça]]" implantadas um pouco por todo o território. De cariz agrícola dispunham além das áreas habitacionais, de valências industriais, saúde, educação, produção e transformação agrícola e industrial. | *Edificações do séc XIX e XX, designadas por "[[Roça]]" implantadas um pouco por todo o território. De cariz agrícola dispunham além das áreas habitacionais, de valências industriais, saúde, educação, produção e transformação agrícola e industrial. | ||
''' | '''Patrimônio científico''' | ||
* Padrão do Equador no [[Ilhéu das Rolas]] (1936) | * Padrão do Equador no [[Ilhéu das Rolas]] (1936) | ||
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* [http://www.travel-images.com/sao-tome-principe.html Imagens de São Tomé e Príncipe] | * [http://www.travel-images.com/sao-tome-principe.html Imagens de São Tomé e Príncipe] | ||
* [https://web.archive.org/web/20060116094358/http://www2.mre.gov.br/deaf/daf_2.htm Divisão do Ministério das Relações Exteriores do Brasil responsável pelas relações bilaterais com São Tomé e Príncipe] | * [https://web.archive.org/web/20060116094358/http://www2.mre.gov.br/deaf/daf_2.htm Divisão do Ministério das Relações Exteriores do Brasil responsável pelas relações bilaterais com São Tomé e Príncipe] | ||
* [https://web.archive.org/web/20100212115346/http://saotomeblog.com/ Informações diversas sobre | * [https://web.archive.org/web/20100212115346/http://saotomeblog.com/ Informações diversas sobre São Tomé e Príncipe em Inglês] | ||
* [http://www.stpdigital.net/ Portal Sobre São Tomé e Príncipe] | * [http://www.stpdigital.net/ Portal Sobre São Tomé e Príncipe] | ||
* [https://web.archive.org/web/20091227190110/http://www.meusjornais.com/e107_plugins/links_page/links.php?cat.9 Jornais de São Tomé e Príncipe] | * [https://web.archive.org/web/20091227190110/http://www.meusjornais.com/e107_plugins/links_page/links.php?cat.9 Jornais de São Tomé e Príncipe] |
Edição das 23h07min de 3 de agosto de 2021
República Democrática de São Tomé e Príncipe | |
Lema: Unidade, Disciplina, Trabalho | |
Hino nacional: Independência total | |
Gentílico: santomense, são-tomense | |
Capital | São Tomé |
Cidade mais populosa | São Tomé |
Língua oficial | Português |
Governo | República semipresidencialista |
• Presidente | Evaristo Carvalho |
• Primeiro-ministro | Jorge Bom Jesus |
Independência | de Portugal |
• Data | 12 de Julho de 1975 |
Área | |
• Total | 1001 km² (183.º) |
População | |
• Estimativa para 2017 | 204 454[1] hab. (184.º) |
• Censo 2012 | 187 356[2] hab. |
• Urbana | 58 hab. (188.º) |
• Densidade | 156,84 hab./km² (65.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2014 |
• Total | US$ Predefinição:Tooltip*[3] |
• Per capita | US$ 3 138[3] |
PIB (nominal) | Estimativa de 2014 |
• Total | US$ Predefinição:Tooltip*[3] |
• Per capita | US$ 1 854[3] |
IDH (2019) | 0,625 (135.º) – médio[4] |
Moeda | Dobra (STN )
|
Fuso horário | 0h |
Cód. Internet | .st |
Cód. telef. | +239
|
Website governamental | www.stp.gov.st |
São Tomé e Príncipe, oficialmente República Democrática de São Tomé e Príncipe,[5] é um país insular localizado no Golfo da Guiné, na costa equatorial ocidental da África Central. Consiste em duas ilhas principais, as ilhas de São Tomé e Príncipe, que distam cerca de 140 km uma da outra e cerca de 250 e 225 km da costa noroeste do Gabão, respectivamente.[1] Outros países próximos são a Guiné Equatorial e os Camarões.[6][5]
As ilhas de São Tomé e Príncipe estiveram desabitadas até à sua descoberta pelos exploradores portugueses João de Santarém e Pedro Escobar, em 1470.[7] Gradualmente colonizadas pelos portugueses ao longo do século XVI, elas colectivamente serviram como um centro comercial vital para o Comércio atlântico de escravizados.[5] O rico solo vulcânico e a proximidade com a Linha do Equador[8] tornaram São Tomé e Príncipe ideal para o cultivo de açúcar, seguido mais tarde por outras culturas de rendimento tais como café e cacau; a lucrativa economia de plantação era fortemente dependente de escravos africanos importados.[5] Ciclos de agitação social e instabilidade econômica ao longo dos séculos XIX e XX culminaram na independência pacífica em 1975. São Tomé e Príncipe, desde então, permaneceu como um dos países mais estáveis e democráticos de África.[5]
Com uma população de 204 454 habitantes (estimativa de 2018),[1] distribuídos em uma área total de 1 001 km²,[7] São Tomé e Príncipe é o segundo menos populoso Estado soberano africano, depois das Seicheles, bem como o menor país de língua portuguesa.[5] Seu povo é predominantemente de ascendência africana e mestiça, com a maioria praticando o catolicismo romano.[1] O legado do domínio português também é visível na cultura, nos costumes e na música do país, que fundem influências europeias e africanas.
Considerado um país subdesenvolvido, é esperado que São Tomé e Príncipe deixe esta classificação e se torne um país de renda média pela ONU em 2024.[9]
História
Descobrimento
Não se tem registo de ocupação humana nas ilhas de São Tomé e Príncipe anterior a 1470, sendo que as marcações históricas dão aos portugueses João de Santarém e Pêro Escobar o título de descobridores das Ilhas. Os navegadores portugueses exploraram as ilhas e decidiram que seriam boas localizações para as bases de comercialização com o continente.[10]
A ilha de São Tomé foi descoberta em 21 de dezembro de 1470, por João de Santarém, no dia de São Tomé; 27 dias depois, em 17 de janeiro de 1471, no dia de Santo Antão, Pêro Escobar chega à ilha do Príncipe.[10] Príncipe foi inicialmente chamado de Santo Antão ("Santo António"), mudando o seu nome em 1502 para a Ilha do Príncipe, em referência ao Príncipe de Portugal para quem foram pagos impostos sobre a produção de açúcar da ilha.
O primeiro assentamento bem-sucedido de São Tomé foi estabelecido em 1493 por Álvaro de Caminha, que recebeu a terra como uma concessão da coroa. Príncipe foi liquidado em 1500 sob um arranjo semelhante. A atração de colonos mostrou-se difícil, sendo assim, a maioria dos primeiros habitantes foram "indesejáveis" enviados de Portugal, a maioria judeus.[11] Com o tempo, esses colonos encontraram no solo vulcânico da região o local adequado para a agricultura, especialmente o cultivo de açúcar.[5]
Colonização portuguesa
A cana-de-açúcar e o cacau[12] foram introduzidos nas ilhas e escravos africanos foram importados[13] mas a concorrência da colônia portuguesa do Brasil e as constantes rebeliões locais levaram a cultura agrícola ao declínio no século XVI. Assim sendo, a decadência açucareira tornou as ilhas entrepostos de escravos.[14]
No final do século XVI alguns conflitos severos ocorreram nas ilhas[15] onde, na maior das revoltas internas, um escravo chamado Amador Vieira, considerado herói nacional, fundou o Reino dos Angolares, que controlou quase toda ilha de São Tomé.[16]
As revoltas e conflitos criaram o ambiente propício para que uma esquadra neerlandesa ocupasse o arquipélago (além de São Tomé e do Príncipe, ainda agrupava administrativamente as ilhas de Bioco e Ano-Bom) em agosto de 1598, sendo derrotados e expulsos somente em outubro do mesmo ano, após contra-ataque liderado por João Barbosa da Cunha, que se tornou governador interino da ilha de São Tomé. No ano seguinte, os neerlandeses, liderados por Laurens Bicker, cercaram novamente a baía de Ana Chaves, contudo sem conseguir tomar a ilha de São Tomé por completo, sendo expulsos rapidamente.[15] A maior empreitada neerlandesa porém ocorreu sob a alçada da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, que estabeleceu domínio na ilha de São Tomé entre 1641 e 1648, sendo expulsa após cerco naval lusitano durante a Reconquista de Angola e São Tomé. Em 1663 os neerlandeses ainda voltaram uma última vez, comandados pelo almirante Michiel de Ruyter, quando capturaram uma parte da ilha de São Tomé e ergueram um pequeno forte, sendo rapidamente expulsos pelos portugueses.
A agricultura só foi estimulada no arquipélago no século XIX, com o cultivo de cacau e café. Durante estes dois séculos, chamados de O ciclo do Cacau, criaram-se estruturas administrativas complexas. Elas compunham-se de vários serviços públicos, tendo a sua frente um chefe de serviço. As decisões tomadas por este tinham de ser sancionadas pelo Governador da Colônia, que para legislar, auxiliava-se de um Conselho de Governo e de uma Assembleia Legislativa.
Durante muito tempo o governador foi o comandante-chefe das forças armadas, até que, com a luta armada nos outros territórios sob o seu domínio, se criou um Comando Independente. Fora da sua alçada encontrava-se a Direção-Geral de Segurança (DGS). O Governador deslocava-se periodicamente a Lisboa, para informar o governo colonial e dele trazer instruções.
Na Ilha do Príncipe, em representação do Governo havia o administrador do Concelho com largas atribuições. A colônia estava dividida em dois concelhos, o de São Tomé, o do Príncipe, e em várias freguesias.
No final da década de 1950, quando outras nações emergentes do continente africano exigiram sua independência, um pequeno grupo de são-tomenses formou o Movimento para a Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP) - de cunho nacionalista, com viés marxista e oposicionista ao domínio português - que acabou estabelecendo sua base no Gabão. Ganhando impulso na década de 1960, os acontecimentos ocorreram rapidamente após a queda da ditadura de Marcello Caetano em Portugal em abril de 1974. Assim, em 1975, após cerca de 500 anos de notável controle de Portugal, o arquipélago é descolonizado.[13][17]
Independência e pós-1975
Após a independência, foi implantado um regime socialista de partido único e as plantações são nacionalizadas[13] sob a alçada do MLSTP. Dez anos após a independência (1985), inicia-se a abertura econômica do país. Em 1990, adota-se uma nova constituição, que institui o pluripartidarismo.[13]
Em 1991, durante suas primeiras eleições legislativas livres, o Partido de Convergência Democrática - Grupo de Reflexão (PCD-GR) sagrou-se vencedor do processo eletivo, conquistando a maioria das cadeiras do parlamento são-tomense. A eleição para presidente contou com a participação de Miguel Trovoada, ex-primeiro-ministro do país que estava exilado desde 1978. Sem adversários, Trovoada foi eleito para o cargo. Em 1995 foi instituído um governo local na ilha do Príncipe, com a participação de cinco membros. Nas eleições parlamentares de 1998, o MLSTP incorpora no seu nome PSD (Partido Social Democrata) e conquista a maioria no Parlamento, o que tornou possível ao partido indicar o primeiro-ministro.[18] Ao longo da democratização do país, quatro tentativas de golpe não violentas foram registradas em 1995, 1998, 2003 e 2009. Todas fracassaram.[19]
Em 2001, Fradique de Menezes tornou-se presidente e prometeu mais colaboração com o parlamento. Em 2003 resistiu a uma tentativa de golpe.[13]
Geografia
As ilhas que formam São Tomé e Príncipe estão situadas no Golfo da Guiné à altura da linha do equador, a cerca de 250 km da costa noroeste do Gabão. São Tomé e Príncipe é uma continuação da linha vulcânica dos Camarões na África continental. Uma cadeia de ilhas estende-se desde o Monte Camarões, no continente, até ao mar, no sentido sudoeste, até Bioko, passando por Príncipe, São Tomé e Ano-Bom. Príncipe e São Tomé são ilhas oceânicas, isto é, vulcões que se erguem abruptamente do fundo do mar e rodeados por mares profundos.[20] As ilhas foram formadas de meados ao final do período terciário. Príncipe tem 31 milhões de anos, enquanto São Tomé tem 15,7 milhões de anos.[20]
A zona econômica exclusiva do país faz fronteira com a Guiné Equatorial e o Gabão. No noroeste, ela se sobrepõe à da Nigéria. Em 2001, os dois países firmaram um acordo sobre uma zona de manejo comum para a exploração de recursos na área.[21][22]
As ilhas são íngremes, com uma zona de planície limitada.[20] No sul e no oeste há altas montanhas de origem vulcânica, enquanto a paisagem se achata no extremo norte.[23] As montanhas estão fortemente erodidas. O solo, com basalto e fonolito, é relativamente fértil.[20] O Pico Cão Grande é um grande pico vulcânico, ao sul de São Tomé. Ele se eleva por mais de 300 m acima do terreno circundante e o cume é 663 m acima do nível do mar.[24]
São Tomé tem 50 km de comprimento e 30 km de largura, sendo a mais montanhosa das duas ilhas principais do arquipélago. Seus picos atingem 2 024 m - Pico de São Tomé. Príncipe tem cerca de 30 km de comprimento e 6 km de largura. Seus picos atingem 948 m - Pico de Príncipe. O Equador fica imediatamente a sul da ilha de São Tomé, passando sobre o ilhéu das Rolas.[20]
Clima
São Tomé e Príncipe tem um clima do tipo equatorial, quente e úmido, com temperaturas médias anuais que variam entre os 22 °C e os 30 °C. É um país com uma multiplicidade de microclimas, definidos, principalmente, em função da pluviosidade, da temperatura e da localização. A temperatura varia em função da altitude e do relevo.
Devido às montanhas e ao vento sudoeste, a maioria das precipitações cai ao sul e sudoeste das ilhas.[25] Ao norte de São Tomé, o clima é mais seco, com paisagem de savana. Em São Tomé, 1 000 mm de precipitação cai no nordeste e 4 000 mm no sudoeste.[20]
As estações são controladas pela variação na zona de convergência intertropical.[23] Há duas estações chuvosas que coincidem com o equinócio em Março e Setembro.[23] Entre eles estão os meses de vento de Maio a Agosto e os meses de maior calor de Dezembro a Fevereiro. A estação seca é mais perceptível no norte e leste e no sudoeste pode estar ausente por alguns anos.[25]
O padrão de ocupação afetou o clima e a vegetação.[23] Isso aconteceu apenas quando as plantações de açúcar foram plantadas e a floresta ao norte da ilha foi limpa. Aqui, as áreas foram secas para que apenas grama e baobá cresçam.[23]
Ilhéus do arquipélago
Demografia
Do total da população de São Tomé e Príncipe, cerca de 180 mil vivem na ilha de São Tomé e sete mil e quinhentos na Ilha do Príncipe.[2] Todos eles descendem de vários grupos étnicos que emigraram para as ilhas.
As ilhas são uma antiga colônia portuguesa. Na década de 1970 houve dois fluxos populacionais significativos — o êxodo da maior parte dos 4 000 residentes portugueses e o influxo de várias centenas de refugiados são-tomenses vindos de Angola. Os ilhéus foram na sua maior parte absorvidos por uma cultura comum luso-africana. Quase todos pertencem às igrejas Católica Romana, Evangélica, Nazarena, Congregação Cristã ou Adventista do Sétimo Dia, que, por sua vez, mantém laços estreitos com as igrejas em Portugal.
- População urbana - 65,1%[26]
- População rural - 34,9%
Línguas
O português é a língua oficial e de facto nacional de São Tomé e Príncipe, sendo falada por cerca de 98,4%[1] da população do país, uma parte significativa dela como sua língua materna. Variantes reestruturadas de português ou crioulos portugueses[27] também são falados como o forro, o crioulo cabo-verdiano (8,5%), o angolar (6,6%) e o lunguié (1%). O francês (6,8%) e inglês (4,9%) são as línguas estrangeiras ensinadas nas escolas.
Religião
Predefinição:Bar box As manifestações religiosas são imensamente complexas. Elas têm origem nos mais variados credos, pois se atendermos à gama de indivíduos de várias origens, facilmente se encontra a explicação deste facto.
De acordo com o CIA- The World Factbook a população de São Tomé e Príncipe dividia-se, aquando dos censos de 2001, de acordo com as suas filiações religiosas da seguinte forma: 77,5% de Cristãos, (na sua maioria católicos - 70,3%), 3,1% seguem outras religiões e 19,4% são não religiosos.
Política
São Tomé e Príncipe é uma república semi-presidencialista democracia representativa, o presidente é o chefe de Estado e o primeiro-ministro é o chefe de governo.
A Constituição de 2003 é a principal lei do país, tendo sido adotada pela Lei n.º 1/03, de 29 de Janeiro de 2003. Outras normas jurídicas importantes do país são a Lei nº 8/1991 (Lei Base do Sistema Judiciário), a Lei nº 10/1991 (Estatuto dos Magistrados Judiciais), a Lei nº. 5/1997 (Estatuto da Função Pública).
Partidos Políticos
- MLSTP-PSD: Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata
- ADI: Acção Democrática Independente
- PCD-GR: Partido de Convergência Democrática – Grupo de Reflexão
- MDFM: Movimento Democrático Força de Mudança (Partido criado por Fradique de Menezes)
- Outros partidos sem representação parlamentar
Poder Legislativo
- Unicameral – Assembleia Nacional, com 55 membros
- Constituição: 2003
Subdivisões
São Tomé e Príncipe é um país constituído por duas ilhas principais e alguns ilhéus menores, e está administrativamente dividida em sete distritos. Em 2004, São Tomé e Príncipe contava com 139 000 habitantes e em 2012 com 178 739 habitantes.[28]
A Ilha de São Tomé, cuja capital é a cidade de São Tomé, tem uma população estimada em 133 600 habitantes (2004), numa área de 859 km².
A Ilha do Príncipe, cuja capital é Santo António, é a ilha menor, com uma área de 142 km² e uma população estimada em 5 400 habitantes (2004). Desde 29 de Abril de 1995 que a ilha do Príncipe constitui uma região autônoma.
O Ilhéu das Rolas fica a poucos metros a sul da ilha de São Tomé, e apresenta a particularidade de ser atravessado pela linha do Equador.
Apesar de estar consagrado na Constituição que os distritos devam ser governados por órgãos autárquicos eleitos, até o momento realizaram-se poucas destas eleições em São Tomé e Príncipe, com regularidades de intervalo críticas.
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Ilha de São Tomé : |
Ilha do Príncipe |
Economia
São Tomé e Príncipe tem apostado no turismo para o seu desenvolvimento,[29] mas a recente descoberta de jazidas de petróleo nas suas águas abriu novas oportunidades. A atividade pesqueira continua a ser uma das principais atividades econômicas do país. O país continua também a manter estreitas relações bilaterais com Portugal. Em 2017, as exportações de São Tomé e Príncipe equivaleram a 16 milhões de dólares e as importações a 140 milhões de dólares.
As principais exportações de São Tomé e Príncipe são sementes de cacau (60% das exportações), petróleo (10% das exportações) e exportações de mobília, algodão e papel também são importantes (abaixo de 5%, cada). As principais importações são de carros e motores elétricos. Os maiores parceiros em termos de exportação, são a Polônia, Espanha, Holanda e Guiana.[30]
O maior parceiro em termos de importações de São Tomé e Príncipe é Portugal, 56% das importações provêm de Portugal. Outros parceiros em termos econômicos, são a China, Nigéria, França e Estados Unidos.[31]
Saúde
São Tomé e Príncipe sofre uma taxa de mortalidade infantil bastante elevada (27% segundo a OMS, em 2015[32])e possui uma incidência muito significativa de doenças infecciosas e carências nutricionais nas causas de morte.
A rede sanitária do país possui uma boa cobertura. Esta é constituída por Postos comunitários geridos pelos agentes de saúde comunitária, Postos de saúde a cargo de enfermeiro e Centros de saúde dirigidos por médicos, com alguns serviços diferenciados inclusive com hospitalização. O único hospital de referência denomina-se Hospital Dr. Ayres de Menezes, na capital, apresentando algumas deficiências nos cuidados de saúde prestados.[33] Os serviços de saúde possuem unidades de internamento distritais em Caué (construída com o apoio da ONG portuguesa AMI), Lembá e na ilha do Príncipe e, ainda, centros de saúde nos restantes distritos. Os tratamentos mais diferenciados são encaminhados para o Gabão ou para Portugal.
Graças a fortes investimentos, em cooperação com a Organização Mundial de Saúde, entre 2000 e 2015 o paludismo, a doença mais mortal do mundo, não vitimou qualquer cidadão em São Tomé e Príncipe. Em consequência deste progresso o país recebeu três Prêmios de Excelência entregues pela Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária, pelo cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio referentes à reversão da incidência da malária e de outras doenças até 2015.[34]
Educação
A nível superior existem neste momento as seguintes instituições:
- Universidade de São Tomé e Príncipe;[35]
- Instituto Universitário de Contabilidade, Administração e Informática (IUCAI);
- Universidade Lusíada.
A última é dependência da universidade privada portuguesa do mesmo nome.
Cultura
No folclore santomense são de destacar a sobrevivência de dois autos renascentistas (século XVI): " A Tragédia do marquês de Mântua e do Príncipe D. Carlos Magno", denominado localmente de "Tchiloli" e o "São Lourenço" (por ser representado no dia deste santo) e que é idêntico aos "Auto de Floripes"[36] que ainda hoje é representado na aldeia das Neves, perto de Viana do Castelo.
A Cena Lusófona editou um livro, Floripes Negra, em que Augusto Baptista, ensaísta e fotógrafo, faz um levantamento sobre as origens do "Auto da Floripes" e as suas ligações com Portugal.
Patrimônio
Arquitetura religiosa
- Igreja de Nossa Senhora do Rosário (ilha do Príncipe)
- Sé Catedral (ilha de São Tomé)
- Igreja de Madre Deus (ilha de São Tomé)
Arquitetura militar
- Forte de Santo António (Ponta da Mina) (edificado depois de 1695 e reconstruído em 1809)
- Fortaleza de São Sebastião (que hoje alberga o Museu Nacional de São Tomé e Príncipe)(1566)(cidade de São Tomé)
- Forte de São Jerônimo (1613)
- Forte de São José (1756)
Edificações do século XX
- Cineteatro Marcelo da Veiga (cidade de São Tomé)
- Liceu Nacional (cidade de São Tomé)
- Arquivo Histórico (cidade de São Tomé)
- Mercado Municipal (cidade de São Tomé)
- Edifício da Companhia Santomense de Telecomunicações (cidade de São Tomé)
- Antigo Bairro Salazar, hoje 3 de Fevereiro (cidade de São Tomé)
Patrimônio de origem portuguesa
- Esculturas de Pêro Escobar, João de Santarém e João de Paiva reunidas em frente à Fortaleza de São Sebastião
- Monumentos a Vasco da Gama e o das Comemorações Henriquinas de 1960 situados na marginal da cidade de São Tomé
- Edificações do séc XIX e XX, designadas por "Roça" implantadas um pouco por todo o território. De cariz agrícola dispunham além das áreas habitacionais, de valências industriais, saúde, educação, produção e transformação agrícola e industrial.
Patrimônio científico
- Padrão do Equador no Ilhéu das Rolas (1936)
Referências
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- ↑ 2,0 2,1 «São Tomé e Príncipe tem 187.356 habitantes – Téla Nón». telanon.info
- ↑ 3,0 3,1 3,2 3,3 Fundo Monetário Internacional (FMI), ed. (Outubro de 2014). «World Economic Outlook Database». Consultado em 29 de outubro de 2014
- ↑ «Human Development Report 2019» (PDF) (em inglês). Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. Consultado em 17 de dezembro de 2020
- ↑ 5,0 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 5,6 «São Tomé e Príncipe». Info Escola. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ «São Tomé e Príncipe». Brasil Escola. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ 7,0 7,1 «República Democrática de São Tomé e Príncipe». Ministério dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades da República Democrática de São Tomé e Príncipe. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ «Boas Vindas!». Arquivo Histórico de São Tomé e Príncipe. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ «São Tomé e Príncipe anuncia graduação a país de renda média para 2024». ONU News. Consultado em 1 de outubro de 2020
- ↑ 10,0 10,1 «Descubra a história e os encantos do arquipélago de São Tomé e Príncipe». Rede Globo. 8 de dezembro de 2012. Consultado em 7 de março de 2019
- ↑ «The Expulsion 1492 Chronicles, section XI: "The Vale of Tears", quoting Joseph Hacohen (1496–1577); also, section XVII, quoting 16th century author Samuel Usque». Aish.com. 4 de agosto de 2009. Consultado em 29 de setembro de 2013
- ↑ «Home - Pacific Biodiesel». Pacific Biodiesel (em English). Consultado em 20 de maio de 2017
- ↑ 13,0 13,1 13,2 13,3 13,4 Série de autores e consultores, Dorling Kindersley, History (título original), 2007, ISBN 978-989-550-607-1, pág 555
- ↑ Isabel Castro Henriques, São Tomé e Príncipe: A invenção de uma sociedade, Lisboa: Vega, 2000.
- ↑ 15,0 15,1 Negreiros, António Lobo de Almada. Colonies portugaises. in: Chevalier, Augusto. L'ile de San-Thomé. Paris: Sociedade de Geografia de Lisboa. 1901.
- ↑ Seibert, Gerhard (8 de fevereiro de 2011). «Rei Amador: história e mito do líder da revolta de escravos em São Tomé (1595-1596).». Buala
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- ↑ A mais importante fonte sobre as primeiras décadas pós-coloniais é Gerhard Seibert, Camaradas, Clientes e Compadres: Colonialismo, Socialismo e Democratização em São Tomé e Príncipe, Lisboa: Vega, 2001
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- ↑ «Exorcising Devils from the Throne. São Tomé and Príncipe in the Chaos of Democratization» (em English). Nova Iorque: Algora
- ↑ Alonso Segura. «Management of Oil Wealth Under the Permanent Income Hypothesis: The Case of São Tomé and Príncipe» (PDF). Fundo Monetário Internacional (em English)
- ↑ 23,0 23,1 23,2 23,3 23,4 Hodges, Tony e Malyn Newitt (1998). São Tomé and Príncipe. From Plantation Colony to Microstate. [S.l.: s.n.] ISBN 081330380X
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- ↑ 25,0 25,1 «Important Bird Areas in Africa and Associated Islands: Priority Sites for Conservation» (pdf)
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- ↑ «As Línguas de S. Tomé e Príncipe» (PDF). Consultado em 26 de novembro de 2019
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- ↑ Ver Brígida Rocha Brito e outros, Turismo em Meio Insular Africano: Potencialidades, constrangimentos e impactos, Lisboa: Gerpress, 2010
- ↑ «OEC - Sao Tome and Principe (STP) Exports, Imports, and Trade Partners». oec.world (em English). Consultado em 19 de maio de 2020
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- ↑ http://apps.who.int/gho/data/node.country.country-STP?lang=en
- ↑ Oliveira, Gisela (2018). Marketing social e combate ao paludismo: estudo das campanhas de comunicação em São Tomé e Príncipe, Universidade de Évora.
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- ↑ São Tomé e Príncipe: Primeira universidade pública é criada no país - Portal UNILAB
- ↑ «Cena Aberta - Ano 1 - número 0». www.cenalusofona.pt
Ver também
- África
- Lista de países
- Império Português
- Missões diplomáticas de São Tomé e Príncipe
- Português de São Tomé e Príncipe
- Lista de cidades em São Tomé e Príncipe
- Lista de Ilhéus de São Tomé e Príncipe
Ligações externas
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- Atlas de São Tomé e Príncipe Catálogo de cartografia disponível na rede
- Patrimônio Cultural Material e Imaterial de São Tomé e Príncipe