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Economia da Estónia

Predefinição:Info/Economia Estônia, um país que ingressou na União Europeia em 2004, tem uma economia de mercado moderna e um dos mais elevados níveis de renda per capita da região do Mar Báltico[1]. O atual governo tem seguido políticas orçamentárias consistentes que têm garantido orçamentos equilibrados e dívida pública reduzida[1]. A economia se beneficia da força dos setores de eletrônica e telecomunicações e dos fortes laços comerciais com a Finlândia, a Suécia, a Rússia e a Alemanha[1]. O país é um membro novo da OMC, tem uma renda alta[2], economia de mercado moderna com aumento de aproximação com Ocidente, incluindo a adoção do Euro. Há um grande grau de mobilidade econômica e avanço tecnológico, além de um alto índice de complexidade econômica e sofisticação produtiva.[3]

A prioridade do governo é manter as altas taxas de crescimento anuais, que se mantiveram em média nos 8% entre 2003 e 2007. O país atravessou uma recessão em 2008 em parte como resultado da retração na economia mundial provocada pela crise no mercado imobiliário norte-americano.[1] O PIB contraiu 14,3% em 2009, mas atualmente a Estônia tem uma das mais altas taxas de crescimento da Europa, em grande parte graças ao aumento das exportações e do investimento estrangeiro, sobretudo após a adoção pelo país do Euro, em 1 de janeiro de 2011.[1] O país é o 35º no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial[4] e o 26º em complexidade econômica de acordo com o Observatory of Economic Complexity (OEA).

História inicial

Durante séculos até 1920, a agricultura da Estônia consistia no trabalho de camponeses nativos em latifúndios do tipo feudal mantidos pelos senhores de terras alemães. Nas décadas anteriores à independência, o governo centralizador Czarista deixou o país com um setor industrial dominado pelas maiores tecelagens do mundo, com uma economia de pós-guerra arruinada e um rublo inflacionado. Dos anos de 1920 a 1930, a Estônia transformou inteiramente a sua economia, apesar dos consideráveis sofrimentos, transtornos e desempregos. Indenizando os proprietários alemães por suas terras, o governo confiscou as grandes propriedades e as dividiu em fazendas menores que posteriormente formaram a base da prosperidade da Estônia.

Em 1929, uma moeda estável, o Kroon (ou coroa), foi criada. Emitida pelo Banco da Estônia, o banco central do país. O comércio estava focado no mercado local e no Ocidente, particularmente na Alemanha e no Reino Unido. Apenas 3% de todo o comércio era com a U.R.S.S.

A anexação à força da Estônia pela União Soviética em 1940 e as consequências da destruição causada pelos nazistas e soviéticos durante a Segunda Guerra Mundial arruinaram a economia estoniana. A sovietização pós-guerra continuou com a integração da economia e indústrias da Estônia ao plano estrutural centralizador da União Soviética. Mais de 56% das fazendas da Estônia foram coletivizadas apenas no mês de abril de 1949. Moscou procurou expandir aquelas indústrias na Estônia que tinham matéria-prima local, como a mineração de xisto betuminoso e apatita. Como um laboratório para experimentos econômicos, especialmente na administração de técnicas industriais, a Estônia obteve mais sucesso e maior prosperidade que outras regiões sob o governo soviético.

Modernização e capitalismo

Desde quando teve a sua independência restabelecida, a Estônia tem-se colocado como o portão entre o Leste e o Oeste e agressivamente efetuou reformas econômicas e buscou uma maior integração com o Ocidente. Ao contrário do que dizem think tanks brasileiros, que são financiados por grandes empresários[5], a história do desenvolvimento econômico da Estônia não se explica a partir da "liberdade econômica" ou da adoção irrestrita ao que ficou conhecido por "Consenso de Washington".[6] Nem está relacionada à "diminuição dos gastos públicos" ou à "poupança interna".

Conforme escreveram os professores Paulo, doutor em Economia e Janis Berzins, diretor do Centro para Segurança e Pesquisa Estratégica da Academia nacional da Defesa da Letônia[7], o entendimento do desenvolvimento estoniano precisa levar em consideração as vantagens que pertencer à segunda nação mais desenvolvida (URSS) durante a Guerra Fria trouxeram, como o desenvolvimento de um setor industrial e a infraestrutura construída.

Com a queda do Muro de Berlin e a dissolução da União Soviética, as ex-repúblicas soviéticas passaram por um processo conhecido como "terapia de choque", com as privatizações, desregulamentações e reformas. Como resultado, "a inflação de 1000% ao ano e uma forte crise econômica foram resultado da implementação rápida dessa terapia de choque após o colapso da URSS".[7]

As reformas tinham como objetivo "agradar o setor financeiro, os juros seriam baixos garantindo investimentos e o desenvolvimento ocorreria automaticamente. A economia deveria se desindustrializar para dar lugar ao setor de serviços"[7]. Além da Estônia, Lituânia e Letônia aplicaram as medidas as quais transformariam os Países Bálticos em grandes centros financeiros, com o desenvolvimento de um forte setor imobiliário, além do setor de transportes. Todavia, as políticas neoliberais dos anos 1990 foram responsáveis por um "processo profundo de desindustrialização e instabilidade econômica que diminui[u] a complexidade produtiva da região".[7]

Por causa do liberalismo econômico, em 1994, a Estônia passava por um profundo processo de desindustrialização. A crise da Rússia de 1998 aprofundou a crise no país báltico. Em 1999, os dirigentes do país perceberam a "importância de se estabelecer uma economia complexa e industrializada para diminuir a instabilidade econômica e promover o desenvolvimento sustentável no longo prazo. Foi no segundo governo de Mart Laar (e não no primeiro) que a Estônia adotou uma política pragmática de suporte ao desenvolvimento tecnológico de sua economia, sobretudo inovações, passando a procurar aumentar o nível de sua complexidade produtiva. Dois exemplos de sucesso são o Skype e o Transferwise."[7]

Hoje, a Estônia, além de dados quantitativos bem desenvolvidos - como IDH -, exibe a vigésima sexta economia mais complexa do mundo, a partir dos dados compilados pelo Observatory of Economic Complexity (OEA), organizado pelo MIT, que "pode ser tomado como uma proxy do desenvolvimento econômico relativo entre países".[8] Tal desenvolvimento só foi possível graças à intervenção do Estado estoniano que, para além de um "sistema regulatório que seja favorável aos negócios", estimulou, junto a universidades e centros de pesquisa, o "desenvolvimento tecnológico, de competências e inovação".[7]

Em junho de 1992, a Estônia substituiu o rublo por sua própria moeda livremente conversível, o Kroon (EEK). A tabela cambial foi criada e a nova moeda foi atrelada ao Marco alemão à taxa de 8 EEK por 1 DEM. Quando a Alemanha introduziu o euro a taxa cambial foi mudada para 15.6466 Kroon por 1 Euro. A Estónia adotou o euro como sua moeda oficial em 1 de janeiro de 2011.

A privatização das empresas nacionais está praticamente finalizada, com apenas o porto e as principais usinas de força permanecendo nas mãos do governo. A constituição do país exige um orçamento equilibrado e a proteção oferecida pelas leis da propriedade intelectual da Estônia esta em conformidade com as da Europa. Com a falência dos bancos, no início dos anos 1990, e a privatização, bancos bem administrados emergiram como líderes do mercado. Atualmente, existem condições quase ideais para o setor bancário.Os estrangeiros não são proibidos de comprarem ações dos bancos ou de tornaram-se seus sócios majoritários.

A totalmente eletrônica bolsa de valores de Tallinn foi inaugurada no início de 1996 e foi adquirida pela Bolsa de Valores de Helsínquia, da Finlândia em 2001. É estimado que a economia informal chegue a quase 12% do PIB anual.

A economia atualmente

Crescimento do PIB real na Estônia 1996-2006.

A Estônia é quase auto-suficiente no setor energético, pois mais de 90% de sua eletricidade é gerada localmente graças às minas de xisto betuminoso. As fontes de energia alternativa tais como madeira, tundra e biomassa constituem aproximadamente 9% da produção de energia primária. A Estônia importa os produtos derivados do petróleo da Europa Ocidental e da Rússia. A energia do xisto betuminoso, telecomunicações, indústria têxtil, produtos químicos, setores bancário, de serviços, de alimentos e pesca, madeireiras, construção naval, eletrônicos e transportes são os aceleradores da economia. O porto marítimo de Muuga, próximo a Tallinn, possui modernas instalações antigelo e boa capacidade de para receber navios cargueiros, elevador de grãos de alta capacidade, câmaras de refrigeração, e novos tanques de combustível para reabastecer os navios. A ferrovia, privatizada por um consórcio internacional em 2000, serve como ligação do Oeste, Rússia e outros pontos do Leste.

A Estônia ainda enfrenta desafios. A privatização da agricultura tem causado sérios problemas para fazendeiros que precisam ter garantias para conseguirem empréstimos bancários. A diferença de rendas entre Tallinn e o restante do país está aumentando. O padrão de vida de grande parte da população tem piorado devido às pensões fixas. A antiga região industrializada do nordeste da Estônia está sofrendo uma depressão econômica severa como resultado do fechamento de fábricas.

Durante os anos recentes a economia da Estônia tem continuado a crescer. O PIB estoniano aumentou 6,4% no ano 2000, 5,4% em 2001 e com o dobro da velocidade depois do ingresso da Estônia na União Europeia em 2004 (11,4% (2006)). A inflação caiu modestamente para 5,0% ao ano em 2000 (o estimado para 2006 é 4,4%). A taxa de desemprego em 2001 foi de 12,6%, mas agora é uma das mais baixas da União Europeia (4,2% em julho de 2006[9]). A Estônia entrou para a Organização Mundial do Comércio em 1999 e para a União Europeia (UE) em 2004.

No primeiro trimestre de 2007, a média mensal do salário bruto na Estônia foi 10.322 kroons (€660, US$888).[10]

Comércio exterior

Edifício do Banco SEB em Tallinn, Estônia, um dos produtos do boom dos Tigres bálticos da Estônia.

O regime da Estônia, que possui poucas tarifas ou barreiras não tarifárias, é quase único na Europa. A Estônia ostenta também uma moeda corrente nacional que é livremente conversível a uma taxa de câmbio fixa e políticas conservadoras fiscal e monetária. A Estônia tem regimes de livre comércio com a União Europeia (da qual faz parte), com os países da EFTA e também com a Ucrânia.

A Estônia, sendo um pequeno país de 1,4 milhão de pessoas, confia no seu maior recurso natural—sua localização na encruzilhada do Leste e Oeste. A Estônia localiza-se na costa do Mar Báltico bem ao sul da Finlândia e Leste da Suécia. Para o Leste estão os grandes mercados potenciais do noroeste da Rússia. Tendo sido um membro da ex-União Soviética, os estonianos sabem como fazer negócios na Rússia e em outros ex-países soviéticos. As modernas redes de transportes e comunicações da Estônia fornecem uma ponte segura para o comércio com os países nórdicos e da ex-União Soviética. De acordo com o RIPE Network Coordination Centre (no http://www.ripe.net), a Estônia tem a mais alta taxa de servidores/população conectados à Internet da Europa central e oriental e também está na frente da maioria dos países da UE. As últimas pesquisas indicam que 60% da população da Estônia são usuários da Internet, enquanto que 80% da população utiliza a Internet para os seus serviços bancários.[11]

Ver também

Notas

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 CIA. «The World Factbook». Consultado em 5 de dezembro de 2012 
  2. World Bank 2007
  3. «Estonia (EST) Exports, Imports, and Trade Partners». oec.world (em English). Consultado em 22 de outubro de 2020 
  4. The Global Competitiveness Index 2009–2010 rankings and 2008–2009 comparisons
  5. CASIMIRO, Flávio (2020). A tragédia e a farsa: a ascensão das direitas no Brasil contemporâneo. São Paulo: Expressão Popular. p. 50 
  6. MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto (2019). Formação do Império americano: da guerra contra a Espanha à guerra contra o Iraque. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. p. 517 
  7. 7,0 7,1 7,2 7,3 7,4 7,5 GALA, Paulo (1 de março de 2020). «Complexidade produtiva na Estônia, Lituânia e Letônia: liberalismo?». Paulo Gala / Economia e Finanças. Consultado em 23 de outubro de 2020 
  8. GALA, Paulo (2017). Complexidade econômica: uma nova perspectiva para entender a antiga questão da riqueza das nações. Rio de Janeiro: Contraponto. p. 25 
  9. Eurostat Unemployment Report Arquivado em 7 de agosto de 2007, no Wayback Machine., julho de 2006
  10. Statistics Estonia[ligação inativa]
  11. Investinestonia

Predefinição:Economia da Europa

  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:História do capitalismo

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