𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Anarquismo: mudanças entre as edições

imported>Hipopótamo~ptwiki
(traduzindo parte da versão anglófona e deixando texto oculto)
Linha 83: Linha 83:


=== A revolta enquanto substrato humano ===
=== A revolta enquanto substrato humano ===
A revolta - na noção anarquista, a força "humano-social", a oposição enérgica e incisiva contra qualquer forma de autoridade material ou abstrata - é marginalizada tanto no historicismo, nas compreensões da realidade baseadas em experiências passadas, quanto na sua operação no contexto subjetivo, da função dela na vida do indivíduo. Por ser uma força temida, quase sempre hermética e combatida em quaisquer culturas, a revolta é considerada e difundida como uma expressão artificial do ser humano, suscitada por fatos, por situações externas ao ser. Nesse sentido, segundo os teóricos libertários, uma das maiores características dos anarquistas é a compreensão da revolta enquanto um substrato humano, enquanto uma virtude absolutamente natural e efetivamente produtiva nos desenvolvimentos humano e social. Em outras palavras, para os anarquistas, a revolta é, assim como o amor, o afeto, a paz, a harmonia e a sabedoria, uma força imanente à própria mente humana. Para eles, o que define a efetividade da revolta é a forma como ela ultrapassa a sua condição abstrata, na mente de cada um, para se consolidar em ações, em transformação social.
A revolta - na noção anarquista, a força "humano-social", a oposição enérgica e incisiva contra qualquer forma de autoridade material ou abstrata - é marginalizada tanto no historicismo, nas compreensões da realidade baseadas em experiências passadas, quanto na sua operação no contexto subjetivo, da função dela na vida do indivíduo. Por ser uma força temida, quase sempre hermética e combatida em quaisquer culturas, a revolta é considerada e difundida como uma expressão artificial do ser humano, suscitada por fatos, por situações externas ao ser. Nesse sentido, segundo os teóricos libertários, uma das maiores características dos anarquistas é a compreensão da revolta enquanto um substrato humano, enquanto uma virtude absolutamente natural e efetivamente produtiva nos desenvolvimentos humano e social. Em outras palavras, para os anarquistas, a revolta é, assim como o amor, o afeto, a paz, a harmonia e a sabedoria, uma força imanente à própria mente humana. Para eles, o que define a efetividade da revolta é a forma como ela ultrapassa a sua condição abstrata, na mente de cada um, para se consolidar Fadaem ações, em transformação social.
 
 
 
 
 
      Conclusão
   
O anarquismo é uma forma de prostituição legalizada
apos o filho do neimar carlos (1650 até 2010) As fadas e os guinomos vieram disso e depis morreram  mais antes de tudoo isso ele forma atacados pelo demonio da tasmania e viveram felizes para sempre


== A Sociedade Anarquista ==
== A Sociedade Anarquista ==

Edição das 21h26min de 27 de agosto de 2010

Nota: Para outros significados do termo, consulte Anarquismo (desambiguação).

Anarquismo (do grego ἀναρχος, transl. anarkhos, que significa "sem governantes",[1][2] a partir do prefixo ἀν-, an-, "sem" + ἄρχή, arkhê, "soberania, reino, magistratura"[3] + o sufixo -ισμός, -ismós, da raiz verbal -ιζειν, -izein) é uma filosofia política que engloba teorias, métodos e ações que objetivam a eliminação total de todas as formas de governo compulsório.[4] De um modo geral, anarquistas são contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita [5] e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias.

Anarquia significa ausência de coerção e não a ausência de ordem.[6] A noção equivocada de que anarquia é sinônimo de caos se popularizou entre o fim do século XIX e o início do século XX, através dos meios de comunicação e de propaganda patronais, mantidos por instituições políticas e religiosas. Nesse período, em razão do grau elevado de organização dos segmentos operários, de fundo libertário, surgiram inúmeras campanhas antianarquistas.[7] Outro equívoco banal é se considerar anarquia como sendo a ausência de laços de solidariedade (indiferença) entre os homens. À ausência de ordem - ideia externa aos princípios anarquistas -, dá-se o nome de "anomia".[8]

Passando da conceituação do Anarquismo à consolidação dos seus ideais, existe uma série de debates em torno da forma mais adequada para se alcançar e se manter uma sociedade anárquica. Eles perpassam a necessidade ou não da existência de uma moral anarquista, de uma plataforma organizacional, questões referentes ao determinismo da natureza humana, modelos educacionais e implicações técnicas, científicas, sociais e políticas da sociedade pós-revolução. Nesse sentido, cada vertente do Anarquismo tem uma linha de compreensão, análise, ação e edificação política específica, embora todas vinculadas pelos ideais-base do Anarquismo. O que realmente varia, segundo os teóricos, são as ênfases operacionais.

Principais conceitos anarquistas

Princípio da não-doutrinação

Proudhon e seus filhos, por Gustave Courbet, 1865

Este conceito anarquista, embora não constitua a didática primária à compreensão libertária, é digno de uma abordagem rápida.

Os anarquistas acreditam no desenvolvimento heterodoxo do pensamento e do ideal libertário como um todo, não idolatrando nem privilegiando qualquer escritor ou teórico desta vertente de estudos. George Woodcock descreve com aptidão esse posicionamento libertário:

“Toda a posição do anarquismo é completamente diferente de qualquer outro movimento socialista autoritário. Ela tolera variações e rejeita a ideia de gurus políticos ou religiosos. Não existe um profeta fundador a quem todos devam seguir. Os anarquistas respeitam seus mestres, mas não os reverenciam, e o que distingue qualquer boa compilação que pretenda representar o pensamento anarquista é a liberdade doutrinária com que os autores desenvolveram idéias próprias de forma original e desinibida.”[9]

Anarquismo não é doutrina, não é religião, portanto não reverencia nenhuma espécie de livros ou obras culturais, nem linhas metodológicas rígidas, o que o definiria infantilmente enquanto ciência constituída. As obras concernentes ao anarquismo são, no máximo, fontes de experiências delimitadas histórica e conjunturalmente, passíveis de infinitas adaptações e interpretações pessoais.

Em síntese, o anarquismo é convencionado entre os libertários como sendo a emergência de um sentimento puro, sob o qual cada adepto deve desenvolver dentro de si mesmo o seu próprio instrumental intelectual para legitimá-lo e, mais do que isso, potencializá-lo abstracional e concretamente[carece de fontes?].

Socialismo Libertário: uma ótica anarquista

Os anarquistas auto-denominados socialistas libertários vêem qualquer governo como a manutenção do domínio de uma classe social sobre outra. Compartilham da crítica socialista ao sistema capitalista em que o Estado mantém a desigualdade social através da força, ao garantir a poucos a propriedade privada sobre os meios de produção, mas estendem a crítica aos socialistas que advogam a permanência de um Estado pós-revolucionário para garantia e organização da "nova sociedade". Tal Estado, ainda que proletário, somente faria permanecer antigas estruturas de dominação de uma parcela da população sobre a outra, agora sob nova orientação ideológica.

Esta teoria defende um sistema socialista em que os meios de produção sejam socializados e garantidos a todos os que nela trabalham. Neste sistema, não haveria necessidade de autoridades ou governos uma vez que a administração da vida social, objetivando a garantia plena da liberdade, só poderia ser exercida por aqueles que a compõem e a tornam efetiva, seja na agricultura, na indústria, no comércio, na educação e outras esferas da sociedade.

A sociedade seria gerida por associações democráticas, formadas por todos, e agrupando-se livremente, ou seja, com entrada e saída livre, em cooperativas e estas em federações.

A tradição socialista libertária teve a sua origem entre os séculos XVIII e XIX. Talvez o primeiro anarquista (embora não tenha usado o termo em nenhum momento) tenha sido William Godwin, inglês, que escreveu vários panfletos defendendo uma educação sem a participação do Estado, observando que este tornava as pessoas menos propensas a ver a liberdade que lhes era retirada. O primeiro a se auto-intitular anarquista e a defender claramente uma visão socialista libertária, foi Joseph Proudhon. Mikhail Bakunin também foi um defensor do socialismo libertário, polemizando com Karl Marx e Friedrich Engels na primeira Associação Internacional de Trabalhadores (AIT). Mais tarde, apareceram importantes figuras do anarquismo, como Élisée Reclus, Piotr Kropotkin, Errico Malatesta e Emma Goldman, cujas idéias foram muito populares na primeira metade do século XX.

A revolução social

Na ótica anarquista, a revolução social consistiria na quebra drástica, rápida e efetiva do Estado e de todas as estruturas, materiais e não-materiais, que o regiam ou a ele sustentavam. Este princípio é primordial na diferenciação da vertente de pensamentos libertária em relação a qualquer outra corrente ideária. É a diferença básica entre o Socialismo Libertário e o Socialismo Autoritário.

Sob a ótica do Marxismo, seria necessária a instrumentalização do Estado para a prossecução planejada, detalhada e gradativa da Revolução, sendo instituída a Ditadura do Proletariado para o controle operário dos meios de produção até a eclosão do Comunismo. Sob o ideário anarquista, a Revolução deve ser imediata, para não permitir que os elementos revolucionários possam ser corrompidos pela realidade estatal. De acordo com os libertários, a Ditadura do Proletariado nada mais é do que uma ditadura "de fato", continuando a exercer coerção, opressão e violência sobre a sociedade. Por isso, segundo os libertários, a Revolução Social deve ascender o mais rápido possível à Sociedade Anarquista, ao Comunismo puro, para, através dos princípios da Defesa da Revolução, não permitir a ressurreição do Estado.

Por fim, por intermédio do processo de destruição completa do Estado, sobre todas as suas formas, torna-se plenamente tangível a Liberdade, podendo o sujeito renovar de forma efetiva os seus princípios e preceitos humanistas.

Humanismo

Ver artigo principal: Humanismo

Nos meios anarquistas, de forma geral, rejeita-se a hipótese de que o governo ou o Estado sejam necessários ou mesmo inevitáveis para a sociedade humana. Os grupos humanos seriam naturalmente capazes de se auto-organizarem de forma igualitária e não-hierárquica, mediante os progressos originados pela educação libertária. A presença de hierarquias baseadas na força, ao invés de contribuírem para a organização social, antes a corrompem, por inibirem essa capacidade inata de auto-organização e por dar origem à desigualdade.[carece de fontes?]

Desta forma, a partir da conscientização, aceitação e internalização da sua essência humana, ideia suprimida anteriormente pelo Estado, segundo os anarquistas, emerge naturalmente na sociedade humana o anseio pela ascensão da idéia-base de qualquer forma de vida real: a Liberdade.

Liberdade

A Liberdade é a base inconteste de qualquer pensamento, formulação ou ação anarquista, representando o elo sublime que conjuga de forma plena todos os anarquistas. Assim, entre os anarquistas, a Liberdade deixa apenas o plano abstracional (do pensamento) para ganhar uma funcionalidade prática, sendo o símbolo e a dinâmica do desenvolvimento humano real. Em outras palavras, o princípio básico para qualquer pensamento, ação ou sociedade ser definida como anarquista é que esteja imersa, tanto abstracionalmente (ideologicamente), quanto pragmaticamente (no âmbito das ações), no conceito de Liberdade. Liberdade física, de gênero, de pensamento, de ação, de expressão, de usufruto consciente dos recursos humanos, socias e naturais, de negociação e interação, de apoio mútuo, de relacionamento e vinculação sentimental, de fé e espiritualidade, de produção intelectual e material e de realização coletiva e pessoal.

Para a encarnação da Liberdade, no entanto, é necessária a erradicação completa de qualquer forma de autoridade.

Antiautoritarismo

Ver artigo principal: Antiautoritarismo

O Antiautoritarismo consiste na repulsa e no combate total a qualquer tipo de hierarquia imposta ou a qualquer domínio de uma pessoa sobre a(s) outra(s), defendendo uma organização social baseada na igualdade e no valor supremo da liberdade. Tem como principais, mas não únicos, objetivos a supressão do Estado, da acumulação de riqueza própria do capitalismo (exceto os Anarco-capitalistas) e as hierarquias religiosas. O Anarquismo difere do Marxismo por rejeitar o uso instrumental do Estado para alcançar seus objetivos e por prever uma Revolução Social de caráter direto e incisivo, ao contrário da progressão sócio-política gradual - socialismo - rumo à derrubada do Estado - comunismo - proposta por Karl Marx.

De acordo com a corrente de pensamentos libertária, a supressão da autoridade é condicionada pela ação direta de cada indivíduo livre, prescindindo-se completamente de qualquer intermediário entre o seu objetivo, enquanto defensor da Liberdade, e a sua vontade. O anarquista entende que "enquanto houver autoridade, não haverá liberdade".

Ação direta

Ver artigo principal: Ação direta

Os anarquistas afirmam que não se deve delegar a solução de problemas a terceiros, mas antes, atuar diretamente contra o problema em questão, ou, de forma mais resumida, "A luta não se delega aos heróis". Sendo assim, rejeitam meios indiretos de resolução de problemas sociais, como a mediação por políticos e/ou pelo Estado, em favor de meios mais diretos como o mutirão, a assembléia (ação direta que não envolve conflito), a greve, o boicote, a desobediência civil (ação direta que envolve conflito), e em situações críticas a sabotagem e outros meios destrutivos (ação direta violenta).

No entanto, a Ação Direta, por si só, não garante a manutenção e a perpetuação das condições humanas básicas, tanto em termos estruturais, quanto no aspecto intelectual, necessitando de uma extensão operacional ilimitada a fim de fazer da força humana global uma só energia coletiva. Decerto, somente a solidariedade e o mutualismo máximos podem promover essa harmonia social.

Apoio mútuo

Ver artigo principal: Apoio mútuo

Os anarquistas acreditam que todas as sociedades, quer sejam humanas ou animais, existem graças à vantagem que o princípio da solidariedade garante a cada indivíduo que as compõem. Este conceito foi exaustivamente exposto por Piotr Kropotkin, em sua famosa obra "Mutualismo: Um Fator de Evolução". Da mesma forma, acreditam que a solidariedade é a principal defesa dos indivíduos contra o poder coercitivo do Estado e do Capital.

Mas, para que a solidariedade se torne uma virtude "de fato" é necessária a erradicação de qualquer fator de segregação ou discriminação humanas. Com esse objetivo, o internacionalismo se firma enquanto o princípio proeminente da integração sociolibertária.

Internacionalismo

Ver artigo principal: Internacionalismo

Para os anarquistas, todo tipo de divisão da sociedade - em todos os apectos - que não possua uma funcionalidade plena no campo humano deve ser completamente descartada, seja pelos antagonismos infundados que ela gera, seja pela burocracia contraproducente que ela encarna na organização social, esterilizando-a. Logo, a ideia de "pátria" é negada pelos anarquistas.

Os libertários acreditam que as virtudes - bem como o exercer pleno delas - não devem possuir "fronteiras". Assim, acreditam que a natureza humana é a mesma em qualquer lugar do mundo, exigindo, independentemente do universo material ou cultural onde o ente humano esteja inserido , uma gama infinita de necessidades e cuidados. Em outras palavras: se a fragilidade do homem não tem fronteiras, por que estabelecer empecilhos ao seu auxílio?

Vale lembrar que o conceito libertário de internacionalismo se difere completamente do conceito que conhecemos - portanto, capitalista - de globalização. Globalização é a ampliação a nível mundial da difusão de produtos - ideológicos, culturais e materiais - de determinados segmentos capitalistas, visando à potencialização máxima da capacidade mercadológica dos agentes operantes - na maioria das vezes, as empresas e as grandes corporações -, sendo, para isso, desconsideradas parcial ou completamente todas as conseqüências humanas do processo, já que é a doutrina do "lucro máximo" que rege essas operações. Por outro lado, o internacionalismo, por se alijar completamente de todo o ideário capitalista, não possui nenhuma tenção lucrativa, capitalista, e não é permeado por estruturas privilegiadas de produção - como as indústrias capitalistas -, sendo regido pela solidariedade e mutualismo máximos.

Didaticamente, o internacionalismo pode ser definido como sendo a difusão global de "serviços" humanos, e a globalização como a difusão global de "hegemonias" mercadológicas.

A revolta enquanto substrato humano

A revolta - na noção anarquista, a força "humano-social", a oposição enérgica e incisiva contra qualquer forma de autoridade material ou abstrata - é marginalizada tanto no historicismo, nas compreensões da realidade baseadas em experiências passadas, quanto na sua operação no contexto subjetivo, da função dela na vida do indivíduo. Por ser uma força temida, quase sempre hermética e combatida em quaisquer culturas, a revolta é considerada e difundida como uma expressão artificial do ser humano, suscitada por fatos, por situações externas ao ser. Nesse sentido, segundo os teóricos libertários, uma das maiores características dos anarquistas é a compreensão da revolta enquanto um substrato humano, enquanto uma virtude absolutamente natural e efetivamente produtiva nos desenvolvimentos humano e social. Em outras palavras, para os anarquistas, a revolta é, assim como o amor, o afeto, a paz, a harmonia e a sabedoria, uma força imanente à própria mente humana. Para eles, o que define a efetividade da revolta é a forma como ela ultrapassa a sua condição abstrata, na mente de cada um, para se consolidar Fadaem ações, em transformação social.



      Conclusão
   

O anarquismo é uma forma de prostituição legalizada

apos o filho do neimar carlos (1650 até 2010) As fadas e os guinomos vieram disso e depis morreram  mais antes de tudoo isso ele forma atacados pelo demonio da tasmania e viveram felizes para sempre

A Sociedade Anarquista

Educação avançada: a base da coexistência harmoniosa

A questão persecutória por excelência entre os anarquistas no decorrer da história é: como seria possível uma Sociedade Anarquista se cada ser humano pensa de uma forma diferente[carece de fontes?]? Não seria permeada por inúmeros conflitos, guerras, antagonismos?

A resposta a essa questão, defendida pela maior parte dos anarquistas[carece de fontes?], é a de que apenas o desenvolvimento virtuoso da educação (Pedagogia Libertária) – permeada pela autodidática, interesse natural, relativismo cultural e antidogmatismo – proveria as pessoas do desenvolvimento humano efetivo. Assim, embora os conflitos façam parte da Sociedade Anarquista – e a desenvolvam estruturalmente por essa relação dialética –, eles seriam transferidos do plano físico – como é o caso das guerras atuais – para o plano do diálogo – como prima a Democracia Direta –, sendo negociados de forma pacífica, consciente, racional e, acima de tudo, humana, já que o interesse, o calculismo, não estaria mais regendo as instâncias conflitivas. Em outras palavras, independentemente do resultado do embate, ninguém sairia em posição privilegiada[carece de fontes?].

Evidentemente, no caso de uma sociedade anarquista, também pode haver indivíduos que perturbem a harmonia social. Como a violência é uma forma pura de autoridade, de poder, o indivíduo que encarná-la em qualquer uma de suas ações, por qualquer que seja o motivo, não será considerado anarquista[carece de fontes?]. Como a Sociedade Anarquista é uma sociedade de anarquistas e para anarquistas, os dissidentes seriam obrigados a garantir a sua subsistência onde a autoridade e a mesquinhez deles tivesse alguma funcionalidade[carece de fontes?].

Piotr Alexeevich kropotkin (1842 – 1921) defende que a Liberdade, em seu estado puro, em conjunto com a fraternidade, serviria como um verdadeiro "remédio" às pessoas, sanando os seus problemas mais nefastos, conseqüentemente, prescindindo-se de qualquer espécie de punição ou coerção. Esta ideia se aplica, num espectro mais amplo, até às questões relacionadas à existência de estruturas manicomiais, responsáveis, na sociedade capitalista, pelas torturas e maus-tratos aos estigmatizados pelo sistema como "doentes mentais".

Princípio da flexibilidade e naturalidade organizacionais

Os anarquistas, por intermédio da aceitação e compreensão da progressão materialmente dialética da história, em sua maioria, não acreditam que o estabelecimento de estruturas organizacionais rígidas possam promover um desenvolvimento humano efetivo. Assim, acreditam que a inflexibilidade organizacional - típica do sistema capitalista - termina por interferir deleteriamente, quando não suprimir, as faculdades individuais de cada ser humano. Por isso, os anarquistas acreditam que são as dificuldades e problemáticas humanas, materiais e sociais que devem prescrever o modelo temporário de organização, e não as inferências provenientes de abstrações técnicas. Em outras palavras, é a realidade concreta que deve definir as bases da organização da sociedade anarquista, em contrapartida com as situações imaginárias criadas pelos "técnicos", as quais, na maioria das vezes, tendem a ser manipuladas a favor de interesses parciais.

Com o objetivo de se potencializar de forma plena a coesão estrutural - material - necessária à Sociedade Anarquista, a fim de se promover a satisfação das necessidades humanitárias, houve a emergência do conceito de Federalismo Libertário.

Federalismo Libertário

Ver artigo principal: Federalismo Libertário

Sendo uma ampliação funcional do princípio da “Ação Direta”, o federalismo libertário é o meio de organização proposto pela maior parte das vertentes anárquicas[carece de fontes?], desenvolvido, no âmbito anarquista, pela primeira pessoa a se intitular “anarquista”: Pierre-Joseph Proudhon (1809 - 1865). Esse conceito consiste na subdivisão organizacional temporária ou permanente da sociedade libertária – em federações, comunas, confederações, associações, cooperativas, grupos e qualquer outra forma de conjugação da força operacional humana – para a maior eficiência das interações humanas, sociais. Por intermédio do federalismo, de cunho libertário, seria possível uma intervenção rápida e direta do homem frente às problemáticas emergentes na sociedade anarquista. Nesse aspecto, Piotr Alexeevich Kropotkin (18421921) aludia didaticamente às federações como sendo "botes salva-vidas": ágeis no auxílio e versáteis frente às condições ou necessidades adversas[carece de fontes?].

Evidencia-se que o conceito de federalismo, no campo libertário, transcende o conceito atual de federalismo que conhecemos, deixando de representar apenas as associações de grande escala para adentrar no âmbito pessoal, abrangendo, inclusive, as relações interpessoais. Desta forma, o federalismo libertário se firma enquanto a máxima coesão entre o homem e a satisfação proficiente de suas necessidades[carece de fontes?].

O federalismo libertário se difere do federalismo estatal - como o que vigora no Brasil - por não ser concebido em meio a nenhuma relação de submissão e por ser regido, em sua completude, pelas necessidades humanas. Seriam sempre as problemáticas que definiriam e prescreveriam a organização, e não os interesses, sejam eles coletivos ou pessoais.

Com efeito, vários anarquistas já propuseram modelos mais elaborados de organização, de plataformas organizacionais, mas, como é a conjuntura e a naturalidade que devem definir a organização numa sociedade anarquista, elas são consideradas inferências, projetos divergentes, porém, todos unificados pelo conceito uno do federalismo libertário. Em outras palavras, o federalismo libertário é tido enquanto o germe de qualquer organização anarquista.

Responsabilidades: individual e coletiva

Na sociedade anarquista, a questão da responsabilidade é persecutória em qualquer pensamento acerca das relações entre os seus integrantes. Didaticamente, ela é dividida entre responsabilidade individual e responsabilidade coletiva - ambas totalmente coesas na prática.

Pela primeira, compreende-se a consciência individual encarnada em qualquer ação empreendida pelo indivíduo, de forma pessoal, subjetiva - embora com vistas ao benefício do coletivo. Assim, o anarquista possui seus deveres e obrigações em relação a toda a sociedade, agindo sempre de forma a progredi-la por completo.

Pela segunda, é convencionada a consciência coletiva emergente a partir de qualquer ação exercida por determinada seção operacional - grupo, associação, federação, etc. Uma determinada seção é responsável - em sua integridade - pelas suas ações desenvolvidas, estando suscetível aos seus resultados e, conseqüentemente, às possíveis reformulações ou reorientações.

Movimento social

O anarquismo como movimento social tem regularmente sofrido variações na sua popularidade. O seu período clássico, demarcado por estudiosos como sendo de 1860 a 1939, é associado com os movimentos do proletariado do século XIX e a era da Guerra Civil Espanhola com lutas contra o fascismo.[10]

A Primeira Internacional

O Anarquista coletivista Mikhail Bakunin opôs-se ao objetivo marxista da ditadura do proletariado em favor de uma rebelião universal e aliou-se aos federalistas na Pirmeira Internacional antes da sua expulsão pelos marxistas.[11]

Na Europa, uma severa reação seguiu a revolução de 1848, durante a qual dez países tinha experimentado convulsões sociais breves ou longas assim como grupos defendendo elevações nacionalistas. Depois de a maioria dessas tentativas sistematicamente acabar em fracasso, elementos conservadores tiraram vantagem de grupos divididos de socialistas, anarquistas, liberais e nacionalistas, para impedirmais revoltas.[12] Em 1864, a Associação Internacional dos Trabalhadores (algumas vezes chamada de "Primeira Internacional") uniu diversas correntes revolucionárias, como seguidores franceses de Proudhon,[13], blanquistas, filadélfios, sindicalistas ingleses, socialistas e sociais democratas.

Devido às suas ligações com movimentos ativos de trabalhadores, a Internacional tornou-se uma organização significativa. Karl Marx tornou-se uma figura importante na Internacional e membro do seu conselho geral. Seguidores de Proudhon, os mutualistas, opunham-se ao socialismo estatal de Marx, advogando o abstencionismo político e arrendamento de pequenas propriedades.[14][15]

Em 1868, seguindo a sua mal-sucedida participação na Liga da Paz e Liberdade, o revolucionário russo Mikhail Bakunin e as suas associações anarquistas coletivistas juntaram-se à Primeira Internacional (que tinha decidido não envolver-se com a Liga da Paz e Liberdade).[16] Eles aliaram-se com as seções socialistas federalistas da Internacional,[17] que advogavam o fim do estado através da revolução e a coletivização da propriedade.

Primeiramente, os coletivistas trabalharam com os marxistas para empurrar a Primeira Internacional para uma direção mais socialista revolucionária. Subsequentemente, a Internacional tornou-se polarizada dentro de dois campos, com Marx e Bakunin como suas lideranças respectivamente.[18] Bakunin caracterizou as ideias de Marx como centralistas e previu que, se o partido marxista fosse ao poder, os seus líderes iriam simplesmente tomar o lugar da classe dominante contra a qual tinham lutado.[19][20]

Em 1872, o conflito atingiu seu clímax com uma separação final entre dois grupos no Congresso de Haia, no qual Bakunin e James Guillaume foram expulsos da Internacional e as suas sedes transferiaram-se para Nova Iorque. Em respostas, as partes federalistas formaram a sua própria Internacional no Congresso de St. Imier, adotando um programa anarquistas revolucionário.[21]

Trabalho organizado

As partes antiautoritárias da Primeira Internacional foram as precursoras dos anarcossindicalistas, procurando "substituir o privilégio e a autoridade do Estado" com "livre e espontânea organização do trabalho".[22] Em 1886, a Federação de Sindicatos Organizados dos Estados Unidos e do Canadá decidiram por unanimidade que 1 de maio de 1886 seria a data em que a jornada de oiro horas se tornaria padrão.[23]

Em resposta, sindicatos pelos EUA prepararam uma greve geral para apoiar o evento.[23] Em 3 de maio, em Chicago, uma briga iniciou-se quando fura-greves tentaram cruzar a linha dos piquetes, e dois trabalhadores morreram quando a polícia abriu fogo contra a multidão.[24] No dia seguinte, 4 de maio, os anarquistas organizaram um comício na Haymarket Square de Chicago.[25] Uma bomba foi jogada por um desconhecido perto da conclusão do comício, matando um oficial.[26] No pânico subsequente, a polícia abriu fogo contra a multidão e foi respondida.[27] Sete policiais e ao menos quatro trabalhadores foram mortos.[28] Oito anarquistas direta e indiretamente relacionados aos organizadores do comício foram presos e acusados do assassinato dos policiais. Eles tornaram-se celebridades políticas internacionais entre a esquerda. Quatro deles foram executados e um quinto cometeu suicídio antes da sua execução. O incidente tornou-se conhecido como a Revolta de Haymarket, e foi um revés para o movimento e a luta pela jornada de oito horas. Em 1890, um segunda tentativa, desta vez internacional em extensão, para mobilização pela jornada de oito horas, foi feita.

Arquivo:50anos.jpg
Pôster de propaganda espanhola de 1932 da Associação Internacional dos Trabalhadores, de caráter anarcossindicalista, celebrando "50 anos de ação direta contra o estado e o capitalismo"

O evento também tinha o objetivo secundário de lembrar trabalhadores assassinados na Revolta de Haymarket.[29] Apesar de ter sido inicialmente concebida como um evento isolado, no ano seguinte a celebração do Dia do Trabalhador tinha se tornado como um feriado do trabalhador internacionalmente estabelecido.[23]

Em 1907, o Congresso Internacional Anarquista de Amsterdã reuniu delegados de quatorze países diferentes, entre os quais importantes figuras do movimento anarquista, como Errico Malatesta, Pierre Monatte, Luigi Fabbri, Benoît Broutchoux, Emma Goldman, Rudolf Rocker, e Christiaan Cornelissen. Vários temas foram tratados durante o Congresso, em particular concernando a mobilização do movimento anarquista, publicações de educação popular, a greve geral ou o antimilitarismo. Um debate central concernou a relação entre o anarquismo e o sindicalismo. Malatesta e Monatte discordaram particularmente sobre o assunto, já que o segundo pensava que o sindicalismo era revolucionário e criaria condições para uma revolução social, enquanto Malatesta não considerava o sindicalismo por si só suficiente.[30] Ele pensava que o movimento sindical era reformista e até mesmo conservador, citando como essencialmente burgueses e antitrabalhadores os dirigentes sindicais. Malatesta alertou que o objetivo dos sindicalistas eram perpetuar o sindicalismo, enquanto os anarquistas deviam sempre ter a anarquia como o seu fim e, consequentemente, abster-se de se comprometer com qualquer método particular de alcançá-la.[31]

A Federação Espanhola dos Trabalhadores em 1881 era o primeiro grande movimento anarcossindicalista; as federações sindicais eram de especial importância na Espanha. A mais bem-sucedida era a Confederación Nacional del Trabajo (Conferação Nacional do Trabalho: CNT), fundada em 1910. Antes dos anos 1940, a CNT era a maior força na política do proletariado espanhol, atraindo 1,58 milhão de membros em certo ponto e tendo um papel significativo na Guerra Civil Espanhola.[32] A CNT era afiliada à Associação Internacional dos Trabalhadores, um federação de sindicatos anarcossindicalistas fundada em 1922, com delegados representando dois milhões de trabalhadores de quinze países da Europa e da América Latina. O maior movimento anarquista organizado hoje está na Espanha, na forma da Confederación General del Trabajo (CGT) e da CNT. Os membros da CNT eram estimados em cerca de 100.000 em 2003.[33] Outros movimentos sindicalistas ativos são a Workers Solidarity Alliance (Aliança Solidária dos Trabalhadores, dos EUA) e a Solidarity Federation (Federação Solidária, do Reino Unido). O sindicato industrial revolucionário Industrial Workers of the World (Trabalhadores Industriais do Mundo), com 2 mil membros pagantes, e a International Workers Association (Associação Internacional dos Trabalhadores), uma sucessora anarcossindicalista do Primeira Internacional, também continuam ativas.


Questões frequentes aos anarquistas

A instrumentalização da violência

Ver artigo principal: Anarquismo e violência

Poucos anarquistas defendem a violência contra indivíduos. Durante o fim do século XIX e início do século XX, o anarquismo era conhecido como uma ideologia que pregava os assassinatos e explosões, devido a ação de pessoas como o russo Nechaiev, o francês Ravachol e à influência dos meios de comunicação social da época. A maioria dos anarquistas acredita que a violência contra indivíduos é inútil, já que mantém intactas as relações sociais de exploração e as instituições que a mantêm. Entretanto, os anarquistas acreditam que o recurso à violência é inevitável como legítima defesa à violência do Estado ou de instituições coercivas. Anarquistas como Errico Malatesta e Emma Goldman publicaram célebres debates condenando o individualismo-terrorista de alguns anarquistas. Ambos autores consideraram a ação desses indivíduos inútil e mesmo daninha à causa anarquista, e que seus atos eram reações de desespero em face às injustiças sociais.

Entretanto, é inegável que foram praticados assassinatos políticos inspirados por anarquistas. Por exemplo, Leon Czolgosz confessou ter decidido assassinar o presidente William McKinley após assistir a uma palestra proferida por Emma Goldman. Estadistas como Humberto I da Itália, Elisabeth da Áustria e Marie François Sadi Carnot, presidente da França, foram assassinados por anarquistas italianos. Tudo isto aconteceu durante os últimos anos do século XIX e a primeira década do século XX. Outros atentados, como contra Alexandre III da Rússia e Carlos I de Portugal, foram erroneamente atribuídos a anarquistas, por generalização.

Existiram, no entanto, outros anarquistas, como Leon Tolstoi, que acreditavam que o caminho da anarquia era a não-violência.

Anomia

A ideia popular de anarquismo como absoluto caos e desordem, que os estudiosos chamam de anomia (ausência de normas) é rejeitada por todos os anarquistas tradicionais citados acima. Os anarquistas concebem os governos como as atuais fontes de desordens defendendo, portanto, que a sociedade estaria melhor ordenada sem a sua existência.

Esta convenção tem fortes conotações e historicamente tem sido usada como uma deficiência por grupos políticos contra seus oponentes, mais notavelmente os monarquistas contra os republicanos nos últimos séculos. Entretanto, a anomia tem sido abraçada por movimentos de contracultura.

Religião e espiritualidade

Ver artigo principal: Anarquismo e religião
Cartum anarquista publicado em 1916 no jornal "A Lanterna"

O movimento anarquista não advoga em favor do ateísmo ou agnosticismo, mas em muitas ocasiões sua luta antiautoritária se estendeu ao anti-clericalismo. O problema, portanto, está na consolidação em forma institucional da religiosa, tornando-se um instrumento de exploração dos homens.

Desta forma, o que os anarquistas negam é a instituição "Igreja" em todas as suas formas, e não a Igreja enquanto templo de fé, pelos seguintes fatores:

– A sua conivência, conciliação e apoio à dominação capitalista – em especial, pela defesa da propriedade privada;

– Pela sua estrutura completamente vertical, a qual segrega o corpo religioso e toda a humanidade de forma a selecionar os beneficiados e os dignos dos poderes espirituais;

– Pelas intervenções em campos não espirituais, criando, por meio da doutrina fundamentalista, uma série de empecilhos ao desenvolvimento social e humano como um todo;

– Pelo processo de alienação do ser humano em relação à sua realidade, fazendo o indivíduo, muitas vezes, delegar a entes imaginários, espirituais, as transformações humanas que, na verdade, cabem a ele mesmo ajudar a promover.

Por fim, os anarquistas acreditam que o que cada um pensa ou crê, não importa ao próximo, desde que a Liberdade e todos os demais princípios anarquistas não sejam ofuscados de forma alguma.

Gandhi, por exemplo, que era um hinduísta, pode ser considerado um anarquista, pondo em prática a desobediência civil para a libertação da Índia do Imperialismo britânico.

Tecnologia

A tecnologia, em sua pureza, não é tratada como um mal em potencial pelos libertários - com exceção da corrente anarco-primitivista. Ela é ferrenhamente combatida em seus moldes capitalistas, já que, sob eles, não possui nenhuma, ou quase nenhuma, função humana ou social e, ademais, na maioria das vezes, chega a corromper drasticamente esses campos – como é o caso das guerras, da excessiva automação industrial, das políticas tecnocráticas, etc.

Em suma, a tecnologia é tida enquanto mais um instrumento de potencialidades humanas, podendo ter uma expressiva funcionalidade libertária – como nos campos da medicina, das comunicações, dos transportes, da segurança e desenvolvimento produtivo do trabalho, etc.

A própria internet por exemplo, apesar de pago e ainda voltada para o capitalismo, permitiu teoricamente um maior uso das ações anarquistas, como o Faça você mesmo (qualquer pessoa pode criar seu espaço ou divulgar sua arte), a auto-suficiencia em organização social (fóruns e blogs), e a troca comunitária de arquivos (os downloads gratuitos ilegais) feita pelo apoio mútuo de pessoas "comuns", sem qualquer distinção racial ou financeira e subvertendo as grandes indústrias e organizações comerciais.

Porém, a corrente de pensamentos anarco-primitivista defende a aversão a qualquer forma de desenvolvimento tecnológico, advogando o retorno das condições pré-civilizatórias para um efetivo desenvolvimento humano.

Histórico dos movimentos anarquistas

Ver artigo principal: História do Anarquismo

O anarquismo desempenhou papéis significativos nos grandes conflitos da primeira metade do século XX. Durante a Revolução Russa de 1917, Nestor Makhno tenta implantar o anarquismo na Ucrânia, com apoio de várias comunidades camponesas, mas que acabam derrotadas pelo Estado bolchevique de Lênin.

Ver artigo principal: Revolução Ucraniana

Quinze anos depois, anarquistas organizados em torno de uma confederação anarco-sindicalista impedem que um golpe militar fascista seja bem sucedido na Catalunha (Espanha), e são os primeiros a organizar milícias para impedir o avanço destes na consequente Guerra Civil Espanhola. Durante o curso dessa guerra civil, os anarquistas controlaram um grande território que compreendia a Catalunha e Aragão, onde se incluía a região mais industrializada de Espanha, sendo que a maior parte da economia passou a ser autogestionada (autogerida).

Ver artigo principal: Revolução Espanhola

Após a Segunda Guerra Mundial, o movimento anarquista deixou de ser um movimento de massas, e perdeu a influência que tinha no movimento operário dos vários países europeus. Entretanto, continuaria a influenciar revoltas populares que se seguiram na segunda metade do século XX, como o Maio de 68 na França, o movimento anti-Poll tax no Reino Unido e os protestos contra a reunião da OMC em Seattle, nos Estados Unidos.

Anarquismo no Brasil

Ver artigo principal: Anarquismo no Brasil

Talvez uma das primeiras experiências anarquistas do mundo, antes mesmo de ter sido criado o termo, tenha ocorrido nas margens da Baía de Babitonga, na cidade histórica de São Francisco do Sul. Em 1842 o Dr. Benoit Jules Mure, inspirado na teorias de Fourier, instala o Falanstério do Saí ou Colônia Industrial do Saí, reunindo os colonos vindos de França no Rio de Janeiro em 1841. Houve dissidências e um grupo dissidente, à frente do qual estava Michel Derrion, constituiu outra colônia a algumas léguas do Saí, num lugar chamado Palmital: a Colônia do Palmital.

Mure conseguiu apoio do Coronel Oliveira Camacho e do presidente da Província de Santa Catarina, Antero Ferreira de Brito. Este apoio foi-lhe fundamental para posteriormente conseguir a ajuda financeira do Governo Imperial do Brasil para seu projeto.

O anarquismo no Brasil ganhou força com a grande imigração de trabalhadores europeus entre fins do século XIX e início do século XX. Em 1889 Giovani Rossi tentou fundar em Palmeira, no interior do Paraná, uma comunidade baseada no trabalho, na vida e na negação do reconhecimento civil e religioso do matrimônio, (o que não significa, necessariamente, "amor livre"), denominada Colônia Cecília. A experiência teve curta duração.

No início do século XX, o anarquismo e o anarco-sindicalismo eram tendências majoritárias entre o operariado, culminando com as grandes greves operárias de 1917, em São Paulo, e 1918-1919, no Rio de Janeiro. Durante o mesmo período, escolas modernas foram abertas em várias cidades brasileiras, muitas delas a partir da iniciativa de agremiações operárias de inclinação anarquista.

Alguns acreditam que a decadência do movimento anarquista se deveu ao fortalecimento das correntes do socialismo autoritário, ou estatal, i.e., marxista-leninista, com a criação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1922 participada inclusivamente, por ex-integrantes do movimento anarquista que, influenciados pelo sucesso da revolução Russa, decidem fundar um partido segundo os moldes do partido bolchevique russo.

Porém, esta posição, sustentada por muitos historiadores, vem sendo contestada desde a década de 1970 por Edgar Rodrigues (anarquista português naturalizado no Brasil, pesquisador autodidata da história do movimento anarquista no Brasil e em Portugal), e pelos recentes estudos de Alexandre Samis que indicam que a influência anarquista no movimento operário cresceu mais durante este período do que no já fundado (PCB) e só a repressão do governo de Artur Bernardes, viria diminuir a influência das idéias anarquistas no seio do movimento grevista. Artur Bernardes foi responsável por campos de concentração e centros de tortura, nos quais morreram inúmeros libertários, sendo que o pior de tais campos foi o de Clevelândia, localizado no Oiapoque. Edgar Rodrigues apresenta em várias de suas obras as investidas de membros do PCB que, procurando transformar os sindicatos livres em sindicatos partidários e conquistar devotos às idéias leninistas, polemizavam em sindicatos e jornais, chegando a realizar atentados contra anarquistas que se destacavam no movimento operário brasileiro, durante a década de 1920.

Provavelmente devido aos problemas de comunicação resultantes da tecnologia da época, os anarquistas só terão compreendido a revolução russa de forma mais clara, a partir das notícias de célebres anarquistas, como a estadunidense Emma Goldman, que denunciara as atrocidades cometidas na Rússia em nome da ditadura do proletariado. Seria a partir deste momento histórico que se definiria a posição tática do anarquismo perante os socialistas autoritários no Brasil, separando a confusão ideológica que reinava em torno da revolução russa, identificada pelos anarquistas inicialmente como uma revolução libertária. Esta ideia seria depois desmistificada pelos anarquistas, que acreditam no socialismo sem ditadura, defendendo a liberdade e a abolição do Estado.

Durante o Regime Militar (1964-1985), as principais expressões anarquistas no Brasil foram o Centro de Estudos Professor José Oiticica, no Rio de Janeiro, o Centro de Cultura Social de São Paulo e o Jornal O Protesto no Rio Grande do Sul. Todos foram fechados no final da década de 1960, mas seus militantes continuaram se encontrando clandestinamente, publicando livros e se correspondendo com libertários de outros países. na década de 1970 surge na Bahia o jornal O Inimigo do Rei, impulsionando a formação de novos grupos anarquistas, atráves das editorias autogestionárias, em várias partes do Brasil. No Rio Grande do Sul, nos anos oitenta, cria-se na cidade de Caxias do Sul, o Centro de Estudos em Pesquisa Social - CEPS, voltado para o trabalho social. No ano de 1986, na cidade de Florianópolis, é realizada a Primeira Jornada Libertaria com o lançamento das bases para a reorganização da Confederação Operária Brasileira - COB/AIT e a organização dos anarquistas.

O anarquismo, mesmo com a repressão, renasce, em meio aos estudantes, intelectuais e trabalhadores.

Pode ser encontrado na internet um livro de Edgard Leuenroth "Anarquismo roteiro da libertação social" publicado na década de 60 pela editora mundo livre feita pelo CEPJO.

Anarquismo em Portugal

No final do século XIX dá-se o desenvolvimento de grupos anarquistas, que contribuíram para o derrube da monarquia em 1910. Com a Primeira República dá-se uma grande expansão e é fundada em 1919 a Confederação Geral do Trabalho, de tendência sindicalista revolucionária e anarco-sindicalista.

Consequentemente, com a instauração da Ditadura Militar em 1926, e com a ditadura de Salazar que se lhe seguiu, proíbe-se a actividade dos grupos anarquistas. Em 1933 a censura prévia é legalmente instituída. Os vários jornais anarquistas, incluindo “A batalha”, passam a ser clandestinos e a ser alvos de perseguições. Em 1938 dá-se o atentado no qual se tentou assassinar Salazar. [carece de fontes?]

Com o 25 de abril de 1974 há um novo ressurgimento do movimento libertário, embora com uma expressão reduzida.

Anarquistas mais conhecidos

Ver artigo principal: Lista de anarquistas
Noam Chomsky (1928–)

Internacionalmente conhecidos

(Lista organizada alfabeticamente)

Anarquistas brasileiros

(Lista organizada alfabeticamente)
Ver artigo principal: Lista de anarquistas brasileiros

Anarquistas portugueses

(Lista organizada alfabeticamente)
Ver artigo principal: Lista de anarquistas portugueses

Referências

  1. Anarchy. Merriam-Webster online.
  2. Liddell, Henry George, & Scott, Robert, "A Greek-English Lexicon"[1]
  3. Liddell, Henry George, & Scott, Robert, "A Greek-English Lexicon"
  4. *Errico Malatesta, "Towards Anarchism", MAN!. Los Angeles: International Group of San Francisco. OCLC 3930443.
  5. Bakunin, M (1876). Deus e o Estado: Cap. II
  6. Marshall, Peter. Demanding the Impossible. Fontana, London. 1993. p. 558
  7. Anarquismo – o inimigo do rei e do Estado ainda vive, por George Woodcock.
  8. Émile Durkheim, O suicídio, 1897
  9. WOODCOCK, George. Os grandes escritos anarquistas. Rio Grande do Sul: L & PM Editores Ltda, 1981. 54p.
  10. Jonathan Purkis and James Bowen, "Introduction: Why Anarchism Still Matters", in Jonathan Purkis and James Bowen (eds), Changing Anarchism: Anarchist Theory and Practice in a Global Age (Manchester: Manchester University Press, 2004), p. 3.
  11. Programa In Our Time sobre o anarqusimo, da BBC Radio 4, quinta-feira, 7 de dezembro de 2006. Apresentado por Melvyn Bragg da BBC, com John Keane, professor de política da Universidade de Westminster, Ruth Kinna, palestrante de política na Loughborough University, e Peter Marshall, filósofoso e historiador.
  12. Breunig, Charles (1977). The Age of Revolution and Reaction, 1789–1850. New York, N.Y: W. W. Norton & Company. ISBN 0-393-09143-0 
  13. Blin, Arnaud (2007). The History of Terrorism. Berkeley: University of California Press. p. 116. ISBN 0520247094 
  14. Dodson, Edward (2002). The Discovery of First Principles: Volume 2. [S.l.]: Authorhouse. p. 312. ISBN 0595249124 
  15. Thomas, Paul (1985). Karl Marx and the Anarchists. London: Routledge & Kegan Paul. p. 187. ISBN 0710206852 
  16. Thomas, Paul (1980). Karl Marx and the Anarchists. London: Routledge and Kegan Paul. p. 304. ISBN 0710206852 
  17. Bak, Jǹos (1991). Liberty and Socialism. Lanham: Rowman & Littlefield Publishers. p. 236. ISBN 0847676803 
  18. Engel, Barbara (2000). Mothers and Daughters. Evanston: Northwestern University Press. p. 140. ISBN 0810117401 
  19. "On the International Workingmen's Association and Karl Marx" em Bakunin na anarquia, traduzido e editado por Sam Dolgoff, 1971.
  20. Bakunin, Mikhail (1991) [1873]. Statism and Anarchy. [S.l.]: Cambridge University Press. ISBN 0-521-36973-8 
  21. Graham, Robert 'Anarchism (Montreal: Black Rose Books 2005) ISBN 1–55164–251–4.
  22. Resolutions from the St. Imier Congress, in Anarchism: A Documentary History of Libertarian Ideas, Vol. 1, p. 100 [2]
  23. 23,0 23,1 23,2 Foner, Philip Sheldon (1986). May day: a short history of the international workers' holiday, 1886-1986. New York: International Publishers. p. 56. ISBN 0717806243 
  24. Avrich, Paul (1984). The Haymarket Tragedy. Princeton: Princeton University Press. p. 190. ISBN 0691006008 
  25. Avrich. The Haymarket Tragedy. [S.l.: s.n.] p. 193. ISBN 0691047111 
  26. «Patrolman Mathias J. Degan». The Officer Down Memorial Page, Inc. Consultado em 19 de janeiro de 2008 
  27. Chicago Tribune, 27 June 1886, quoted in Avrich. The Haymarket Tragedy. [S.l.: s.n.] p. 209. ISBN 0691047111 
  28. «Act II: Let Your Tragedy Be Enacted Here». The Dramas of Haymarket. Chicago Historical Society. 2000. Consultado em 19 de janeiro de 2008 
  29. Foner. May Day. [S.l.: s.n.] p. 42. ISBN 0717806243 
  30. Extract of Malatesta's declaration (em francês)
  31. Skirda, Alexandre (2002). Facing the enemy: a history of anarchist organization from Proudhon to May 1968. [S.l.]: A. K. Press. p. 89. ISBN 1902593197 
  32. Beevor, Antony (2006). The Battle for Spain: The Spanish Civil War 1936-1939. London: Weidenfeld & Nicolson. p. 24. ISBN 978-0297-848325 
  33. Carley, Mark "Trade union membership 1993–2003" (International:SPIRE Associates 2004).

Ver também

Predefinição:Portal-anarquia

Ligações externas

Wikiquote
O Wikiquote possui citações de ou sobre: Anarquismo
Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Anarquismo

Predefinição:Ideologia Predefinição:Bom interwiki Predefinição:Bom interwiki

Predefinição:Link FA Predefinição:Link FA Predefinição:Link FA

af:Anargisme an:Anarquismo ar:لاسلطوية arz:اناركيه ast:Anarquismu az:Anarxizm bat-smg:Anarkėzmos be:Анархізм be-x-old:Анархізм bg:Анархизъм bo:གཞུང་མེད་ལམ་སྲོལ། br:Anveliouriezh bs:Anarhizam ca:Anarquisme cs:Anarchismus cy:Anarchiaeth da:Anarkisme de:Anarchismus diq:Anarşizm el:Αναρχισμός en:Anarchism eo:Anarkiismo es:Anarquismo et:Anarhism eu:Anarkismo fa:آنارشیسم fi:Anarkismi fiu-vro:Anarkism fo:Anarkisma fr:Anarchisme fy:Anargisme gd:Ain-Riaghailteachd gl:Anarquismo he:אנרכיזם hi:अराजकता hif:Khalbali hr:Anarhizam hu:Anarchizmus id:Anarkisme is:Stjórnleysisstefna it:Anarchismo ja:アナキズム jbo:nonje'asi'o jv:Anarkisme ka:ანარქიზმი kk:Анархизм ko:아나키즘 krc:Анархизм la:Anarchismus lt:Anarchizmas lv:Anarhisms mk:Анархизам mn:Анархизм ms:Anarkisme mwl:Anarquismo nl:Anarchisme nn:Anarkisme no:Anarkisme oc:Anarquisme pdc:Anarchism pl:Anarchizm ro:Anarhism ru:Анархизм sah:Анархизм sco:Anarchism sh:Anarhizam simple:Anarchism sk:Anarchizmus sl:Anarhizem sr:Анархизам sv:Anarkism sw:Utawala huria ta:அரசின்மை th:อนาธิปไตย tl:Anarkismo tr:Anarşizm ug:ئانارخىزم uk:Анархізм ur:فوضیت vi:Chủ nghĩa vô chính phủ war:Anarkismo yi:אנארכיזם zh:无政府主义 zh-min-nan:Hui-thóng-tī-chú-gī zh-yue:無政府主義

talvez você goste