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Universidade Estadual de Campinas: mudanças entre as edições

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A '''Universidade Estadual de Campinas''' (Unicamp) é uma [[universidade]] brasileira, situada primariamente na cidade de [[Campinas]] (com unidades também em [[Limeira]] e [[Piracicaba]]) , a cerca de 120 km de [[São Paulo (cidade)|São Paulo]]. Criada por decreto-lei em 1962 e inaugurada oficialmente em 1966, a Universidade Estadual de Campinas surgiu como um centro estratégico de formação de mão-de-obra altamente capacitada nas áreas de tecnologia e ciências naturais, principalmente. Com o tempo a universidade diversificou-se e hoje também tem destaque por sua produção na área de humanidades.
{{geocoordenadas|22_49_03_S_47_04_11_W|22°49'03"S 47°04'11"W}}
{{Info/Universidade do Brasil
| brasao            = [[Imagem:UNICAMP logo.svg|150px]]
| foto              =
| sigla              = Unicamp
| nome              = Universidade Estadual<br/>de Campinas
| fundacao          = {{Dtlink|28|12|1962|idade}} <br /> <small> (em lei) </small> <br /> {{Dtlink|5|10|1966|idade}} <br /> <small> (efetivamente) </small>
| tipo              = [[Universidade Pública|Pública Estadual]]
| mantenedora        = [[Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo|SDECTI]]
| orcamento          = 3 339 692 697 <small>(2020)</small><ref name="Anuário">{{citar web |url=https://www.aeplan.unicamp.br/anuario/2020/filipeta2020_port.pdf |publicado=Assessoria de Economia e Planejamento (AEPLAN) |título=Anuário Estatístico da Unicamp de 2020 - Base de Dados 2019 |data=2020 |acessodata=27 de fevereiro de 2020}}</ref>
| n_funcionarios    = 7 135 <small><ref name="Anuário"/></small>
| n_professores      = 2 019 <small><ref name="Anuário"/></small>
| n_estudantes      = 39 670 <small><ref name="Anuário"/></small>
| estud_graduacao    = 20 085 <small><ref name="Anuário"/></small>
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| reitor            = [[Antônio José de Almeida Meirelles]]
| vice_reit          = [[Maria Luiza Moretti]]
| diretor            =
| vice_dir          =
| afiliacoes        = [[ABRUEM]], [[CRUB]], [[RENEX]] e [[Faubai]]
| sede              = [[Campinas]]
| campi              = {{Collapsible list |titlestyle=font-weight:normal; background:transparent; text-align:left;|title='''Quatro municípios''':|
* [[Campinas]]
* [[Limeira]]
* [[Paulínia]]
* [[Piracicaba]]<ref name="historia" />}}
| estado            = [[São Paulo (estado)|São Paulo]]
| país              = [[Brasil]] (reitoria)
| cores              = {{color box|#212125}} [[Preto]]<br>{{color box|#FFFFFF}} [[Branco]]<br>{{color box|#C40008}} [[Vermelho]]
| site              = [http://www.unicamp.br www.unicamp.br]
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'''Universidade Estadual de Campinas''' ('''Unicamp''') é uma [[universidade pública]] do estado de [[São Paulo (estado)|São Paulo]], [[Brasil]], considerada uma das melhores universidades do país e da [[América Latina]].<ref>{{Citar web|título=QS University Rankings: Latin America 2015|url=http://www.topuniversities.com/university-rankings/latam-university-rankings/2015#sorting=rank+region=+country=+faculty=+stars=false+search=|publicado=[[QS University Rankings]]|acessodata=4 de fevereiro de 2016}}</ref><ref>{{citar web |url=http://veja.abril.com.br/educacao/usp-e-unicamp-sao-as-melhores-da-america-latina-diz-ranking/ |título=USP e Unicamp são as melhores da América Latina, diz ranking |publicado=[[Revista Veja]] |autor=Da redação |data=7 de julho de 2016 |acessodata=14 de julho de 2016}}</ref> É uma das quatro universidades mantidas pelo [[Governo do estado de São Paulo|governo paulista]], ao lado da [[Universidade de São Paulo]] (USP), da [[Universidade Estadual Paulista]] (Unesp) e da [[Universidade Virtual do Estado de São Paulo]] (Univesp).


É mantida pelo governo estadual principalmente através da arrecadação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e também com verbas de instituições de fomento. Os alunos não pagam mensalidades (exceção feita aos cursos de extensão universitária), e o ingresso na graduação se dá por concurso público (conhecido como [[vestibular]]) aberto a qualquer cidadão brasileiro ou estrangeiro que tenha concluído o ensino médio. Para o ingresso na pós-graduação e nos cursos de extensão, as faculdades definem esquemas de seleção específicos, e o ingresso no ensino técnico se dá por uma prova semelhante ao vestibular.
Fundada em 1962, a Unicamp foi projetada do zero como um sistema integrado de [[Instituto de pesquisa|centros de pesquisa]], ao contrário de outras universidades brasileiras, geralmente criadas pela consolidação das escolas e institutos anteriormente existentes.<ref name="Cynthia Hardy">{{Citar livro|título=Managing Strategy in Academic Institutions: Learning from Brazil|último =Hardy|primeiro =Cynthia|publicado=Walter de Gruyter|ano=1990|isbn=3-11-012156-5|local=|páginas=102|último2 =Fachin|primeiro2 =Roberto Costa}}</ref><ref name="SecondTierCities">{{Citar livro|título=Second Tier Cities: Rapid Growth Beyond the Metropolis|último =Markusen|primeiro =Ann|publicado=U of Minnesota Press|ano=1999|isbn=0-8166-3373-8|local=|páginas=106, 107}}</ref> Seu foco em [[pesquisa]] reflete que quase metade de seus estudantes são [[alunos]] de [[pós-graduação]],<ref name="Background">{{citar web |url=http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/historia/criacao-unicamp |título=Criação da Unicamp |publicado=Unicamp |acessodata=2 de julho de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160616132103/http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/historia/criacao-unicamp |arquivodata=2016-06-16 |urlmorta=yes }}</ref> a maior proporção entre todas as grandes universidades no Brasil. Ela também se destaca no grande número de cursos de pós-graduação oferecidos (153, comparados aos 70 [[Graduação|cursos de graduação]]),<ref name="Numbers">{{citar web |url=http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp |título=A Unicamp |publicado=Unicamp |acessodata=2 de julho de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160708153829/http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp |arquivodata=2016-07-08 |urlmorta=yes }}</ref> além de oferecer vários cursos para cerca de 8 mil estudantes por meio de sua escola de extensão.<ref>{{Citar web|título=História |url=http://www.extecamp.unicamp.br/historiaextecamp.asp|publicado=Escola de Extensão da UNICAMP (EXTECAMP) |acessodata=20 de janeiro de 2016}}</ref>


== Estrutura ==
Seu principal ''[[campus]]'' ocupa 3,5 quilômetros quadrados e está localizado no distrito de [[Barão Geraldo]], uma área suburbana a 12 km do centro de [[Campinas]], construída logo após a criação da universidade. A instituição também tem ''campi'' satélites nos municípios de [[Limeira]], [[Piracicaba]] e [[Paulínia]], além de gerir duas [[Educação profissional|escolas secundárias técnicas]], localizadas em Campinas e Limeira.<ref name="historia" /> Seu financiamento é quase inteiramente oriundo do governo do estado. Como outras universidades públicas brasileiras, a Unicamp também não cobra [[mensalidade]]s ou taxas de administração para seus cursos de graduação e pós-graduação.<ref>{{Citar web|título=Foreign Student Guide|url=http://www.unicamp.br/unicamp/international-relations-international-office/foreign-student-guide?language=en|publicado=Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)|acessodata=22 de janeiro de 2016|data=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160127130854/http://www.unicamp.br/unicamp/international-relations-international-office/foreign-student-guide?language=en|arquivodata=2016-01-27|urlmorta=yes}}</ref>


A cidade universitária dentro da qual se localizam as unidades da Unicamp tem o nome de um dos fundadores da universidade, [[Zeferino Vaz]]. São 10 faculdades e 10 institutos, totalizando 20 unidades de ensino e pesquisa. Além disso, a Unicamp ainda possui dois colégios técnicos, um em Campinas e outro em Limeira. São cerca de 15 mil alunos matriculados na graduação e cerca de 12 mil na pós-graduação, além dos mais de 3 mil alunos matriculados nos cursos técnicos. No total a universidade possui uma área construída de 536 042 metros quadrados, e uma área total de 3 447 833 metros quadrados.
A Unicamp é responsável por cerca de 15% da produção científica brasileira.<ref>{{citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1703200207.htm |título=Reitoráveis querem aproximação com sociedade autor=Mariana Viveiros |data=17 de março de 2002 |acessodata=17 de julho de 2016 |publicado=[[Folha de S.Paulo]]}}</ref><ref>{{citar web|título=Unicamp é a universidade com mais cursos bem avaliados, segundo MEC|url=http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/12/unicamp-e-melhor-universidade-do-brasil-segundo-ranking-do-mec.html|editor=[[G1]] |autor=Da redação|data=27 de dezembro de 2015|acessodata=4 de fevereiro de 2016}}</ref> Ela também produz mais [[patente]]s do que qualquer outra organização de pesquisa brasileira, atrás somente da estatal [[Petrobras]].<ref>{{citar web |url=http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI253392-15223,00-OS+MAIORES+INVENTORES+DO+BRASIL.html |título=Os maiores inventores do Brasil |publicado=[[Revista Época]] |autor=Daniella Cornachione |data=30 de julho de 2011 |acessodata=17 de julho de 2016}}</ref><ref>{{Citar web|título=The 2015 CWUR World University Rankings are out now.|url=http://cwur.org/2015/|editor=Center for World University Rankings (CWUR) |data=2015 |acessodata=19 de janeiro de 2016}}</ref> Vários [[Lista das melhores universidades do mundo|rankings universitários]] internacionais classificam a Unicamp como uma das melhores universidades do mundo. Em 2015, o ''[[QS World University Rankings|QS]]'' a classificou como a 195ª melhor universidade do mundo, além da 11ª melhor universidade com menos de 50 anos de existência do planeta<ref>{{Citar web|título=QS Top Universities|url=http://www.topuniversities.com/universities/universidade-estadual-de-campinas-unicamp#wur|publicado=[[QS University Rankings]]}}</ref> e como a 24ª melhor instituição universitária dos [[BRICS]] e de outros [[países em desenvolvimento]].<ref>{{citar web |url=http://epoca.globo.com/vida/noticia/2013/12/brasil-tem-b4-universidadesb-entre-melhores-dos-paises-emergentes.html |título=Brasil tem 4 universidades entre as melhores dos países emergentes |publicado=[[Revista Época]] |autor=Da redação |data=4 de dezembro de 2013 |acessodata=5 de dezembro de 2013}}</ref><ref>{{citar web |url=http://noticias.terra.com.br/educacao/ranking-usp-e-11-melhor-universidade-de-paises-emergentes,6c9b0ab477fb2410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html |título=Ranking: USP é 11ª melhor universidade de países emergentes |publicado=[[Portal Terra]] |data=4 de dezembro de 2013 |autor=Da redação|acessodata=5 de dezembro de 2013}}</ref> Em 2015, a Unicamp foi a universidade com maior número de cursos bem avaliados do país pelo [[Ministério da Educação (Brasil)|Ministério da Educação]].<ref>{{Citar web|título=Unicamp é a universidade com mais cursos bem avaliados, segundo MEC|url=http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/12/unicamp-e-melhor-universidade-do-brasil-segundo-ranking-do-mec.html|publicado=[[G1]]|autor=Da redação|acessodata=20 de janeiro de 2016R}}</ref>
Em julho de 2017, a Unicamp ultrapassou pela primeira vez a USP, tornando-se a melhor universidade da América Latina, conforme classificação da revista britânica ''[[Times Higher Education]]'' (THE).<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/educacao/noticia/unicamp-ultrapassa-usp-e-fica-em-1-lugar-em-ranking-de-universidades-da-america-latina.ghtml|titulo=Unicamp ultrapassa USP e fica em primeiro lugar em ranking de universidades da América Latina|data=20 de julho de 2017|acessodata=21 de julho de 2017|publicado=G1|ultimo=Educação|primeiro=Notícia}}</ref> Em 2019, a Unicamp gerou impacto de R$13,8 bilhões na região de campinas, contabilizando empregos diretos e indiretos, além do impacto econômico das suas empresas-filhas.<ref>{{Citar web |url=https://abori.com.br/economia-e-administracao/unicamp-gerou-impacto-de-r-138-bi-na-regiao-de-campinas-em-2019/ |titulo=Unicamp gerou impacto de R$ 13,8 bi na região de Campinas em 2019 |data=2021-02-25 |acessodata=2021-05-24 |website=Agência BORI |lingua=pt-BR}}</ref>


A Unicamp ainda fornece uma assistência estudantil e social de alta qualidade. Disponibilizam-se bolsas de pesquisa, bolsas-trabalho, alimentação e moradia para alunos carentes.
== História ==


Há um complexo esportivo na Faculdade de Educação Física, sendo oferecidas várias práticas esportivas aos alunos e à comunidade externa. O hospital universitário também atende tanto alunos quanto comunidade, sem distinção. Há bibliotecas em todas as unidades, e uma biblioteca central. A universidade conta com editora própria, a Editora da Unicamp.
=== Década de 1960: Fundação ===
[[Ficheiro:Maternidade_de_Campinas.JPG|esquerda|miniaturadaimagem|A Maternidade de Campinas, onde a Faculdade de Ciências Médicas era originalmente localizada]]


== Histórico ==
No início da década de 1960, o governo de [[São Paulo (estado)|São Paulo]] queria abrir um novo centro de pesquisa no [[Interior de São Paulo|interior do estado]] para promover o desenvolvimento e a industrialização da região e pediu a [[Zeferino Vaz]], fundador da [[Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo]], que organizasse a nova instituição. Em paralelo, uma escola de medicina estava sendo planejada em Campinas, uma demanda da população local que datava do início dos anos 1940. A [[Faculdade de Medicina de Campinas]] foi criada pela lei em 1959, mas a sua real implementação nunca ocorreu.<ref name="Primórdios">{{citar web |url=http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/historia/medicina-primeira-unidade |data=2016 |título=Medicina, a primeira unidade |publicado=Unicamp |acessodata=2 de julho de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160623045027/http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/historia/medicina-primeira-unidade |arquivodata=2016-06-23 |urlmorta=yes }}</ref><ref name="Mandarim">{{Citar livro|título=O mandarim: história da infância da Unicamp|ultimo=Gomes|primeiro=Eustáquio|publicado=Editora Unicamp|ano=2007|isbn=8526807625|paginas=27, 46, 73, 151}}</ref><ref name=historia>{{citar web|título=A história da Unicamp|url=http://www.50anos.unicamp.br/videos/5/a-historia-da-unicamp-tv-cultura|publicado=[[TV Cultura]]|data=13 de dezembro de 2011|acessodata=18 de janeiro de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160807091844/http://www.50anos.unicamp.br/videos/5/a-historia-da-unicamp-tv-cultura|arquivodata=2016-08-07|urlmorta=yes}}</ref>


Apesar de ter sido criado por decreto lei em 1962, a história da Unicamp efetivamente começou antes, e consolidou-se depois dessa data. A cidade de Campinas há muito fazia campanha por uma faculdade de Medicina, praticamente desde os anos de 1940. Essa campanha ganhou força no início da década de 1960, e os campineiros conseguiram a aprovação do referido decreto-lei.
A nova universidade foi criada por lei em 28 de dezembro de 1962, mas começou a funcionar efetivamente em 1966. Antes disso, apenas a Faculdade de Medicina funcionava. Em abril de 1963, o primeiro [[Exame vestibular|vestibular]] aconteceu, com 1.592 candidatos a concorrer por 50 vagas do curso de medicina. A primeira palestra na então recém-criada Universidade Estadual de Campinas aconteceu no dia 20 de maio do mesmo ano. Em 1965, a comissão organizadora da nova universidade começou a procurar um local para um novo campus.<ref name="Primórdios"/><ref name="Mandarim"/>


Entretanto a faculdade de Medicina só recebeu autorização para funcionamento em 1963, nas dependências da Maternidade de Campinas.
Uma grande área que compreendia 110 [[hectare]]s foi doada pela família Almeida Prado, localizada em um vale no distrito de Barão Geraldo, na cidade de Campinas, perto da interseção de várias rodovias. Até então, Barão Geraldo era um pequeno vilarejo rodeado por campos agrícolas, em particular de plantações de [[cana-de-açúcar]].<ref name="Mandarim"/> O desenvolvimento da universidade conduziu a uma mudança dramática no distrito, que resultou em bairros completamente novos, sendo [[Zoneamento|zoneado]]s, [[Cidade planejada|planejados]] e construídos geralmente pela mesma família, a Almeida Prado.<ref name="Zeferino">{{citar web |url=http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/historia/projeto-zeferino |título=Projeto Zeferino |publicado=Unicamp |data=2016 |acessodata=2 de julho de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160526020539/http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/historia/projeto-zeferino |arquivodata=2016-05-26 |urlmorta=yes }}</ref>
[[Ficheiro:Instituto de Biologia da Unicamp.JPG|thumb|[[Instituto de Biologia da Unicamp|Instituto de Biologia]].]]
[[Ficheiro:Praça_da_Paz_Unicamp.jpg|miniaturadaimagem|Praça da Paz na Unicamp]]


A faculdade de Medicina foi se estruturando em parte graças ao apoio cedido pela [[Universidade de São Paulo]] e outras universidades do interior paulista. Em alguns anos ela já se encontrava em atividade mais ou menos normal, e era o momento de pensar em outras unidades. Uma decisão tomada nessa época determinou os rumos da universidade: ao contrário dos demais centros universitários já existentes, que se voltavam a formação de profissionais liberais para o mercado, a Unicamp teria como ênfase a pesquisa e tecnologia, sem romper definitivamente com o setor produtivo.
O trabalho no novo campus começou no dia 5 de outubro de 1966 e o primeiro edifício concluído foi o [[Instituto de Biologia da Unicamp|Instituto de Biologia]],<ref name="historia" /> seguido por edifícios administrativos. No mesmo ano, [[Zeferino Vaz]] foi nomeado [[reitor]]. Em paralelo ao novo campus, novas unidades foram abertas em outros municípios, absorvendo as faculdades locais. A [[Faculdade de Odontologia de Piracicaba]] foi absorvida em 1967 e, em 1969, a [[Faculdade de Engenharia de Limeira]].<ref name="Zeferino"/><ref name="Mandarim"/><ref name="regime militar"/>


Em 1966 foi autorizada a instalação dos Institutos de Biologia, Matemática, Física, Química, das Faculdades de Engenharia de Campinas, de Tecnologia de Alimentos e de Engenharia de Limeira, e no ano seguinte foi incorporada a Faculdade de Odontologia de Piracicaba. E em 1968 foi construído o primeiro prédio no campus atual da Universidade, o Instituto de Biologia.
=== 1970-1990: Crescimento e crise ===
Nas duas décadas seguintes, a nova universidade expandiu-se rapidamente. O campus cresceu para 19 institutos e faculdades e, depois que Zeferino Vaz faleceu em 1981, foi nomeado em homenagem a ele.<ref>{{citar web|url=http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/vaz-zeferino|título=VAZ, ZEFERINO |publicado=[[Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil]] (CPDOC) |editor=[[Fundação Getúlio Vargas]] (FGV) |acessodata=17 de maio de 2016}}</ref><ref name="regime militar"/> Com a construção do campus concluída, a [[Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp|Faculdade de Ciências Médicas]] (antiga Faculdade de Medicina de Campinas) foi movida para o novo campus, e o seu [[Hospital universitário|hospital de ensino]], o [[Hospital de Clínicas da Unicamp|Hospital de Clínicas]], tornou-se o maior hospital público da região, com mais de 300 mil consultas anuais.<ref>{{citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u76405.shtml |título=Estudo aponta falhas no HC da Unicamp |publicado=[[Folha de S.Paulo]] |autor=Diogo Pinheiro |data=7 de junho de 2003 |acessodata=15 de julho de 2016}}</ref>


Campus que foi escolhido com muito cuidado. Situa-se no distrito de Barão Geraldo, e têm fácil acesso pelas rodovias - o que confirma a idéia de fazer da Unicamp um centro de pesquisas que envolvesse profissionais das mais diversas regiões. Outra característica marcante do planejamento cuidadoso do campus é sua divisão em áreas de humanas, biológicas e exatas, e seu formato circular, que facilita a locomoção interna. O logotipo da Unicamp é uma reprodução pictória do mapa do campus.
Expansão no campus continuou, com novos edifícios, institutos e expansões sendo adicionados quase todos os anos. Mas até o final da década de 1970, a universidade enfrentou uma crise. Durante sua rápida expansão, ela invocou uma série de estatutos,<ref name="Cynthia Hardy"/> a maioria emprestados da Universidade de São Paulo, e não tinha regulamentos internos formais. Com o envelhecimento Zeferino Vaz, que enquanto não era o reitor atuava como uma força moderadora entre as partes com interesses conflitantes, em especial entre os da comunidade acadêmica de [[Esquerda (política)|esquerda]] e os nomeados pelo [[Conservadorismo|conservadora]] [[Ditadura militar no Brasil (1964–1985)|ditadura militar]] que governava o país.<ref name="Zeferino"/><ref name="Cynthia Hardy"/><ref name="intervention">{{Citar web|título=Jornal da Unicamp|url=http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/nov2001/unihoje_ju168pag12.html|publicado=Jornal da Unicamp|acessodata=18 de janeiro de 2016}}</ref><ref name="regime militar">{{citar web |url=https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&id=S8ndAgAAQBAJ&q=unicamp#v=snippet&q=unicamp&f=false |título=As universidades e o regime militar: cultura política brasileira e modernização autoritária |editor=[[Jorge Zahar Editor]] |autor=Rodrigo Patto Sá Motta |data=2014 |acessodata=14 de julho de 2016}}</ref>


Outras unidades vieram a surgir nos anos seguintes, como o Instituto de Estudos da Linguagem (1977), o Instituto de Economia (1984), a Faculdade de Educação Física (1984). Até 1985 a universidade só contava com cursos em período integral, mas nesse ano criou opções de cursos noturnos.
Depois da morte de Zeferino, em 1981, houve um conflito entre o Coordenador Geral da universidade, indicado e apoiado pelo governo, e o Conselho Diretivo, composto por diretores de diferentes institutos.<ref name="Cynthia Hardy"/><ref name="Mandarim"/> O reitor introduziu novas regras de redução do poder do Coordenador Geral. Como retaliação, o governo estadual removeu seis membros do Conselho Diretivo, substituindo-os por pessoas de Conselho de Educação Estadual que eram leais ao então governador, [[Paulo Maluf]].<ref name="intervention"/><ref name="regime militar"/>
[[Ficheiro:Unicamp_campus_1990.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|O campus por volta de 1990, olhando a sudeste da praça central]]


== Atualidade ==
As tensões entre a comunidade acadêmica e os conselheiros nomeados pelo governo aumentaram, com o futuro Ministro da Educação, [[Paulo Renato Souza|Paulo Renato Costa Souza]], presidente da Faculdade de Associação, classificando o episódio como uma "intervenção branca". Depois da expulsão de várias líderes de institutos e membros da administração, os trabalhadores administrativos entraram em greve, com o apoio de alunos e professores. Com as atividades na universidade suspensas pela greve, o governador declarou uma intervenção formal na universidade em outubro de 1981.<ref name="intervention"/><ref name="regime militar"/>
Hoje a Unicamp é em muitas pesquisas, a universidade líder nacional. É na Unicamp que se concentra boa parte do [[Projeto Genoma]] brasileiro, pois esta universidade conta com uma grande tradição em ciências biológicas aliada a uma crescente superioridade em ciências computacionais. Também devem ser destacas as pesquisas na linguagem e estudos literários, na [[economia]] (da Unicamp sai boa parte dos técnicos no governo federal) e na medicina.


A universidade enfrenta alguns problemas com a saída de docentes, pois sofre concorrência da iniciativa privada, capaz de oferecer salários maiores. Além disso não consegue acompanhar a tecnologia dos laboratórios em muitas áreas, se comparada a universidades particulares. No entanto tem enfrentado essas dificuldades com uma seleção mais rigorosa do corpo discente e docente, além de associações com a iniciativa privada - que são encaradas com desconfiança por parte dos alunos.
Apesar da polícia ter apoiado a intervenção, a universidade continuou em greve. Os diretores nomeados dos institutos não conseguiram quebrar o impasse entre as forças internas e externas e, pelo início de 1982, discussões tiveram início para uma nova lista de candidatos à reitoria. Eventualmente, [[José Pinotti|José Aristodemo Pinotti]], ex-decano da faculdade de Ciências Médicas e geralmente considerado um moderado, foi selecionado pela comunidade acadêmica e aceito pelo governador. Na semana seguinte, no dia 19 de abril de 1982, a intervenção foi cancelada e atividades acadêmicas retomadas normalmente.<ref name="intervention"/><ref name="regime militar"/>


A expansão continua até os dias de hoje. No ano 2004, a Unicamp inaugurou mais três cursos de graduação, e continuamente amplia o número de vagas no seu concurso de seleção; concurso que agora oferece uma pontuação diferenciada para estudantes de escolas de ensino médio públicas (que no Brasil são de pior qualidade) e de escolas particulares. A Unicamp crê que assim minimizará as injustiças da seleção, que fatalmente premia o candidato mais rico, que teve mais oportunidades de estudo durante o ensino fundamental e médio.
Após a crise, a Unicamp viu um período de renovação e reestruturação. Em 1983, o regimento interno foi reescrito, o que garantiu a autonomia da comunidade acadêmica, sendo que uma nova estrutura de gestão para o campus foi implementada. Em 1986, o recém-criado Conselho Universitário substitui Conselho Diretivo anterior como órgão supremo da universidade.<ref name="Cynthia Hardy"/> Os últimos anos da década de 1980 viram uma reformulação do vestibular, a expansão dos laboratórios e a realização das primeiras unidades de moradia estudantil.<ref name="Zeferino"/><ref name="regime militar"/>


== Endereço para correspondência ==
=== De 1990 em diante ===
''Universidade Estadual de Campinas''
[[Ficheiro:Portaria_do_Datacentro_do_Banco_Santander_em_Campinas.jpg|miniaturadaimagem|A entrada [[Centro de processamento de dados|datacenter]] do Grupo Santander, localizado próximo à Unicamp]]
Cidade Universitária "Zeferino Vaz"
Com uma nova estrutura administrativa capaz de suportar o crescimento contínuo e com a sua autonomia assegurada, a Unicamp passou por um período de consolidação na década de 1990. Houve um aumento de cursos noturnos, criados para fornecer uma alternativa para os estudantes de baixa renda que tinham que trabalhar durante o dia, além de um aumento da utilização de salas de aula e da infraestrutura existente, chegando a um terço do total de vagas disponíveis.<ref name="Zeferino"/>
CEP 13083-970, Barão Geraldo - Campinas, São Paulo, Brasil


== Unidades ==
O período também viu uma expansão da [[Tecnologia da informação|indústria de tecnologia]] na região, [[Vale do Silício brasileiro|centrado em torno da Unicamp]], com [[Motorola]], [[IBM]], [[Solectron]], [[Lucent|Lucent Technologies]] e muitas outras empresas a criar [[Pesquisa|laboratórios de pesquisa]] e centros de produção na região, motivadas pelo grande número de profissionais altamente qualificados que se formavam a cada ano, culminando com a abertura do [[Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas|Instituto de Computação]], em 1996.<ref name="SecondTierCities">{{Citar livro|título=Second Tier Cities: Rapid Growth Beyond the Metropolis|último =Markusen|primeiro =Ann|publicado=U of Minnesota Press|ano=1999|isbn=0-8166-3373-8|local=|páginas=106, 107}}</ref><ref>{{Citar web|título=Instituto de Computação|url=http://www.ic.unicamp.br/|acessodata=18 de janeiro de 2016}}</ref>
* Centro Superior de Educação Tecnológica (CESET)
* Colégio Técnico de Campinas (COTUCA)
* Colégio Técnico de Limeira (COTIL)
* Faculdade de Ciências Médicas (FCM)
* Faculdade de Educação Física (FEF)
* Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA)
* Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAGRI)
* Faculdade de Engenharia Civil Arquitetura e Urbanismo (FEC)
* [[Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da UNICAMP|Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação]] (FEEC)
* Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM)
* Faculdade de Engenharia Química (FEQ)
* Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP)
* Faculdade de Educação (FE)
* Instituto de Artes (IA)
* Instituto de Biologia (IB)
* Instituto de Computação (IC)
* Instituto de Economia (IE)
* Instituto de Estudos da Linguagem (IEL)
* Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH)
* Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW)
* Instituto de Geociências (IG)
* Instituto de Matemática, Estatatística e Computação Científica (IMECC)
* Instituto de Química (IQ)


== Órgãos, núcleos, grupos e entidades associadas ==
Na década de 2000, a Unicamp consolidou-se como um dos principais centros de pesquisa e ensino na [[América Latina]] , mas também trouxe novos desafios: assim como outras universidades públicas no Brasil, os altos gastos com os funcionários (mais de 90% do orçamento total) restringem o investimento e a expansão da universidade. Isso é ainda mais agravado pela [[História econômica do Brasil|depressão econômica]] que o Brasil está enfrentando desde 2014, a maior da história do país.<ref>{{Citar web|título=Crise financeira faz reitores da USP, Unicamp e Unesp congelar salários|url=http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,crise-financeira-faz-reitores-da-usp-unicamp-e-unesp-congelar-salarios,1165818|publicado=[[O Estado de S. Paulo]]|autor=Paulo Saldaña e Victor Vieira|data=13 de maio de 2014|acessodata=18 de janeiro de 2016}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/03/1749299-recessao-economica-atual-deve-ser-a-pior-da-historia-do-brasil.shtml|titulo=Recessão econômica atual deve ser a pior da história do Brasil |data= 12 de março de 2016 |publicado=[[Folha de S.Paulo]]|autor=Gustavo Patu e Eduardo Cucolo|acessodata=17 de maio de 2016}}</ref>
O Conselho Universitário (CONSU) é o órgão máximo de administração da universidade. Ele é composto por representantes das faculdades e pelo reitor, que em 2004 era o físico [[Carlos Henrique Brito Cruz]]. Como órgão administrativo há ainda a prefeitura do campus e as pró-reitorias de graduação, pós-graduação, desenvolvimento universitário, pesquisa e extensão e assuntos cominitários.


A Unicamp possui uma variedade de núcleos complementareas às unidades, com as mais diversas atuações. O ''Lume'' é um núcleo de pesquisas em teatro, sediado a alguns quilômetros do câmpus. O ''NIED'' (Núcleo de Informática Aplicada à Educação) atua desenvolvendo e promovendo ferramentas para o ensino com auxílio de computador. Dentre os núcleos pode ser citado ainda o ''NIB'' (Núcleo de Informática Biomédica) e o ''PAGU'' (Núcleo de Estudos do Gênero, dedicado a pesquisas sobre a feminilidade).
== Campus ==
[[Imagem:Campus da Unicamp.jpg|thumb|esquerda|upright=1.5|esquerda|Campus principal em [[Barão Geraldo]]]]
O emblemático campus principal da Universidade Estadual de Campinas está localizado no distrito de [[Barão Geraldo]], a 12 km do centro de Campinas. Ele ocupa atualmente uma área de 350 hectares situada em um vale rodeado por suaves colinas e é delimitado a oeste pela zona urbana de Barão Geraldo, a sul e a leste por terras de cultivo e ao norte por um lago e um novo parque industrial construído nos anos 2000.<ref name="Campus">{{citar web |url=http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/historia/o-campus |título=O Campus |publicado=Unicamp |data=2016 |acessodata=2 de julho de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160714095111/http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/historia/o-campus |arquivodata=2016-07-14 |urlmorta=yes }}</ref><ref name="historia" />


Com forte tradição na área de tecnologia e preocupada com a integração social dessa tecnologia, a Unicamp sedia ainda o GPSL, Grupo Pró-Software Livre, que tem por objetivo difundir o uso e a filosofia do software livre. No momento o grupo está parado, por dificuldades técnicas. O GPSL possui um wiki próprio em http://atum.lab.ic.unicamp.br/gpsl/FrontPage .
==== Design ====
O campus tem um ''[[design]]'' único, com a biblioteca principal, edifícios de estudantes, de serviços e um restaurante no centro da praça circular, e a maioria dos prédios acadêmicos localizados em blocos que emanam do centro radial.<ref name="historia" /><ref name="Campus"/><ref name=":4">{{Citar livro|título=Arquitetura e educação: câmpus universitários brasileiros|ultimo=Pinto|primeiro=Gelson de Almeida|publicado=[[Universidade Federal de São Carlos]] (UFSCar) |ano=2009|isbn=8576003740|paginas=130, 131, 132, 133}}</ref> As diferentes áreas de estudo são agrupadas em seções maiores, mas vizinhas de outras áreas com as quais compartilham similaridades: O edifício da filosofia marca a fronteira entre as ciências humanas, matemática e economia, enquanto que a Escola de [[Engenharia de alimentos|Engenharia de Alimentos]] é limitada pelos edifícios de [[engenharia química]] e de biologia. O arquiteto responsável pelo projeto do campus foi João Carlos Bross.<ref name="Mandarim"/><ref>{{Citar web|titulo=João Carlos Bross  faz palestra na FEC |publicado=Unicamp|url=http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2015/05/15/joao-carlos-bross-faz-palestra-na-fec|acessodata=21 de janeiro de 2016}}</ref><ref name="Unesp">{{citar web |url=https://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-Graduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoes/pedrao_gb_me_mar.pdf |título=O Arquivo Zeferino Vaz: Um Lugar de Construção da Memória da Unicamp |autor=Gabriela Bazan Pedrão |publicado=[[Universidade Estadual Paulista]] (UNESP) |local=[[Marília]] |data=2013 |acessodata=15 de julho de 2016}}</ref>


O GPSL faz parte do ''SUBA'', Sociedade e Universidade em Busca de Alternativas, um grupo criado para promover a integração entre a universidade e a comunidade, desfazendo a tradicional estrutura da universidade fechada em si mesma, que predomina no Brasil.
Ruas com nomes de importantes contribuintes para cada campo, incluindo as ruas [[Elis Regina]] e [[Carlos Gomes]] e a avenida [[Alan Turing]], entre outras.<ref>{{Citar web|url=http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2014/04/24/rua-do-unicamp-recebe-o-nome-de-daniel-hogan|titulo=Daniel Hogan é homenageado com nome de rua da Unicamp |data=24 de abril de 2014 |publicado=Unicamp|acessodata=17 de maio de 2016}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.unicamp.br/unicamp/sites/default/files/field/pagina_interna/mapa_campus_tranquilo_unicamp_150730.pdf|titulo=Mapa do campus|publicado=Unicamp|data=2016|acessodata=4 de julho de 2016}}</ref>


O Sistema de [[Biblioteca]]s da Unicamp conta com 19 unidades. Pode ser consultado através de seu [http://www.unicamp.br/bc banco de dados eletrônico].
==== História ====
[[Ficheiro:Ipe-unicamp-001.jpg|thumb|Ipês do ''campus'' de Barão Geraldo, durante a primavera]]
A área ocupada pelo campus era em grande parte ocupada pela fazenda Rio das Pedras, de propriedade da proeminente família Almeida Prado. Para configurar um novo campus, Zeferino Vaz foi à procura de uma grande área plana na periferia da cidade, onde ele teria a liberdade para projetar o campus e seu entorno a partir do zero.<ref name="historia" /> Interessada em desenvolver a área da fazenda em torno de Barão Geraldo, a família então doou uma área inicial de 110 hectares para a universidade. O restante do terreno foi eventualmente identificado e desenvolvido em vários bairros, mas a principal fazenda histórica e seu entorno permanecem, agora protegidos como [[Patrimônio histórico|patrimônio]] e uma reserva natural.<ref>{{Citar web|titulo=Patrimônio Histórico e Cultural |editor=Prefeitura Municipal de Campinas|url=http://www.campinas.sp.gov.br/governo/cultura/patrimonio/bens-tombados/verBem.php?id=90|acessodata=20 de janeiro de 2016|data=2016}}</ref><ref name="historia" />
[[Ficheiro:Ciclo_Básico_UNICAMP_2015.jpg|miniaturadaimagem|Ciclo Básico, o conjunto de salas de aula partilhado por várias faculdades]]


o ''Labex'', Laboratório de Bioquímica do Exercício, destaca-se na pesquisa em [[bioquímica]] e [[fisiologia]], especialmente com relação a praticantes do [[atletismo]]. Nesse particular, a Unicamp fornece estrutura para o treinamento da equipe de atletismo da Funilense, considerada a melhor equipe de atletismo de longa distância no Brasil.
Com o terreno protegido, o campus foi então projetado de forma a garantir o máximo de colaboração entre as diferentes ciências, com edifícios postos ao longo de ruas radiais proveniente de uma praça central, que também recebeu a edifícios administrativos. O ''layout'' do campus foi depois utilizado no ''[[design]]'' do [[logotipo]] da universidade, criado por Max Schiefer,<ref name="Unesp"/> que é essencialmente um mapa simplificado do círculo central do campus. Esta estrutura é semelhante ao campus da [[Universidade da Califórnia]] em Irvine, nos [[Estados Unidos]], construído na mesma época.<ref>{{Citar web|titulo=Logotipo - História|publicado=Unicamp|url=http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/logotipo/historia|acessodata=20 de janeiro de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160126062334/http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/logotipo/historia|arquivodata=2016-01-26|urlmorta=yes}}</ref>


O campus principal da Unicamp possui dois restaurantes universitários, onde é fornecedia alimentação subsidiada e nutritiva aos alunos.
Em 1966, a construção do novo campus foi iniciada. Na época, o próprio presidente da república, [[Humberto de Alencar Castelo Branco|General Castello Branco]], lançou a pedra fundamental do Instituto de Biologia. A inauguração se deu em 1968, tendo as aulas iniciado no ano seguinte.<ref name="Campus"/><ref>{{Citar web|titulo=Memória: Vídeo mostra a pedra fundamental do campus da Unicamp |editor=Governo do Estado de São Paulo |data=18 de maio de 2006|publicado=Portal do Governo do Estado de São Paulo|url=http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=72987&c=6|acessodata=20 de janeiro de 2016}}</ref> Em 1971, a área do campus foi expandida para 130 hectares, mais do que dobrando seu tamanho, para acomodar a mudança da Faculdade de Ciências Médicas, que até então estava localizada em vários edifícios na cidade de Campinas. Esta expansão contou com a construção de um enorme hospital público, o Hospital das Clínicas (HC), que começou a servir a população em 1979.<ref>{{Citar web|titulo=1979–1989|publicado=Unicamp|url=http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/cronologia/1979-1989|acessodata=20 de janeiro de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160531002842/http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/cronologia/1979-1989|arquivodata=2016-05-31|urlmorta=yes}}</ref><ref name="Ampliação">{{Citar web|titulo=Unicamp compra área de R$ 157 milhões para expandir câmpus |url=http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,unicamp-compra-area-de-r-157-milhoes-para-expandir-campus,1145043|publicado=[[O Estado de S. Paulo]]|autor=Da redação|data=25 de março de 2014|acessodata=20 de janeiro de 2016}}</ref>


Os estudantes da Unicamp são representados pelos centros acadêmicos de cada faculdade, e também pelo ''Diretório Central Estudantil'', que é uma entidade desvinculada da administração da Unicamp e luta pelos interesses dos estudantes.
Apesar da construção inicial ter sido considerada completa em 1978, o campus tem crescido através da contínua adição de novos edifícios e institutos. Em [[2014]], depois de anos de negociação, a universidade decidiu comprar a Fazenda Argentina, localizada no lado leste do campus, aumentando a área total em 60%, para 350 hectares. Esta aquisição permitirá a expansão das áreas de ciências médicas e atletismo, bem como novos laboratórios.<ref name="Ampliação"/>


== Links externos ==
==== Centro médico ====
* [http://www.unicamp.br Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)]
[[Ficheiro:Hospital 2 - panoramio.jpg|miniaturadaimagem|[[Hospital de Clínicas da Unicamp]].]]
* [http://www.dceunicamp.hpg.com.br Diretório Central Estudantil]
* [http://www.comvest.unicamp.br Comvest - Comissão para seleção dos alunos a ingressar na Unicamp]
* [http://www.prefeitura.unicamp.br/prefeitura/ca/mapa/unidade.html Mapa da cidade universitária]


[[Categoria:Instituições de ensino superior]]
O campus principal da Unicamp abriga a faculdade de hospital universitário das ciências médicas, o [[Hospital de Clínicas da Unicamp|Hospital das Clínicas]]. A construção iniciou-se em 1975 e o hospital abriu suas primeiras clínicas e alas de internamento de doentes em 1979, mas só ficou totalmente operacional em 1985, quando a faculdade de Ciências Médicas foi transferida da maternidade de Campinas para o novo campus.<ref name="HC">{{Citar web|titulo=Institucional |publicado=Hospital de Clínicas da UNICAMP|url=http://www.hc.unicamp.br/node/24|acessodata=20 de janeiro de 2016|data=2016}}</ref>


[[en:State University of Campinas]]
O hospital conta com quase mil leitos e serve de meio milhão de pessoas todos os anos através do serviço público de saúde brasileiro, o [[Sistema Único de Saúde|SUS]], realizando, em média, 40 cirurgias e 13 nascimentos todos os dias.<ref>{{Citar web|titulo=HC da Unicamp comemora 30 anos focado no futuro |publicado=Hospital de Clínicas da UNICAMP|url=http://www.hc.unicamp.br/node/945|acessodata=15 de julho de 2016 |data=23 de outubro de 2015}}</ref> Em 2000, o hospital foi alterado a partir de um centro de atendimento [[Medicina de família e comunidade|primário]] e [[Assistência médica|secundário]] para um centro terciário de recepção de casos complexos a partir de outros hospitais e clínicas na região, mas cerca de 60% dos pacientes no hospital ainda são os casos que podem ser tratados pelos [[centro de saúde|centros de saúde]] locais.<ref>{{Citar web|titulo=HC da Unicamp precisa de estrutura especial para funcionar 24h por dia|url=http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/10/hc-da-unicamp-precisa-de-estrutura-especial-para-funcionar-24h-por-dia.html|publicado=[[G1]]|data=28 de outubro de 2015|acessodata=20 de janeiro de 2016}}</ref>
 
O hospital emprega diretamente de 3,1 mil pessoas e também serve como um centro de prática para a faculdade e de treinamento e residência para os estudantes de medicina, enfermagem e [[Fonoaudiologia|terapia da fala]].<ref name="HC"/>
[[Ficheiro:Lnls.jpg|miniaturadaimagem|[[Laboratório Nacional de Luz Síncrotron]] (LNLS)]]
 
==== Laboratório de Luz Síncrotron ====
Apesar de não fazer parte da Unicamp, o [[Laboratório Nacional de Luz Síncrotron]] (LNLS) é uma instituição de pesquisa focada em física, [[biologia estrutural]] e [[nanotecnologia]] que mantém laços estreitos com a universidade e é operada como parte do [[Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais]] (CNPEM). O laboratório foi concebido em 1983 e começou a operar em 1997, localizado ao lado do principal campus. O LNLS tem o único [[acelerador de partículas]] da América Latina, um [[síncrotron]], usado como uma fonte de luz síncrotron projetado e construído no Brasil para vários estudos físicos, químicos, geológicos e biológicos.<ref>{{citar web|url=http://www.lnls.br/sLista-2/Historia.aspx|título=LNLS: uma história de sucesso|publicado=[[Laboratório Nacional de Luz Síncrotron]] (LNLS)|autor=Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM)|data=2016|acessodata=9 de abril de 2011}}</ref>
 
=== Limeira ===
[[Ficheiro:Edifício_de_Ensino_II_da_Faculdade_de_Ciências_Aplicadas.jpg|miniaturadaimagem|Campus da Faculdade de Ciências Aplicadas, em Limeira]]
A presença da Unicamp em Limeira, município a cerca de 50 km de Campinas, data do final da década de 1960, quando a jovem universidade absorveu a Faculdade de Engenharia de Limeira, que se tornou a [[Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp|Faculdade de Engenharia Civil]]. Apesar da faculdade ter sido finalmente transferida para o campus de Campinas em 1989, foram lançados novos cursos da universidade em Limeira com a criação da CESET e, posteriormente, a [[Faculdade de Tecnologia da Unicamp|Faculdade de Tecnologia de Unicamp]], localizada perto do centro da cidade, abrangendo os cursos de [[Engenharia do ambiente|engenharia ambiental]], [[engenharia de telecomunicações]], [[engenharia de transportes]], [[Profissional de Sistemas de Informação|sistemas de informação]], tecnologia em [[Análise de sistemas|análise e desenvolvimento de sistemas]] e tecnologia em [[saneamento ambiental]]<ref>{{Citar web|titulo=História|publicado=Faculdade de Tecnologia da Unicamp|url=http://www.ft.unicamp.br/sobre/historia|acessodata=20 de janeiro de 2016|data=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160202005352/http://www.ft.unicamp.br/sobre/historia|arquivodata=2016-02-02|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{Citar web |url=https://www.ft.unicamp.br/pt-br/graduacao/cursos |titulo=Cursos de Graduação |acessodata=2021-05-03 |website=FT |lingua=pt-br}}</ref>
[[Ficheiro:FCA_Unicamp.jpeg|miniaturadaimagem|Entrada principal da FCA, Unicamp]]
 
Em 2008, a Unicamp decidiu estabelecer um novo campus e criou a [[Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp|Faculdade de Ciências Aplicadas]] em Limeira, oferecendo atualmente os cursos de [[engenharia de manufatura]], [[engenharia de produção]], [[Nutricionista|nutrição]] e [[ciências do esporte]] de forma integral, e os cursos de [[administração]] e [[administração pública]] no período noturno. Com o campus, foram adicionados novos cursos de graduação, com capacidade para 480 alunos por ano.<ref>{{citar web |url=http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL580901-5604,00-UNICAMP+TERA+NOVO+CAMPUS+E+MAIS+VAGAS+EM.html |título=Unicamp terá novo campus e mais 480 vagas em 2009 |editor=[[G1]] |autor=Da redação |data=27 de maio de 2008 |acessodata=15 de julho de 2016}}</ref>
 
=== Piracicaba ===
Em 1967, a Unicamp absorveu a [[Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Unicamp|Faculdade de Odontologia de Piracicaba]] (FOP), fundada em 1955 e localizada a 50 quilômetros a noroeste do campus principal, em Campinas. Com mais de mil alunos, a faculdade era inicialmente localizada em um edifício histórico perto do centro da cidade e na década de 1970 um novo campus foi construído, ocupando uma área de 60 hectares na periferia da cidade, a uma curta distância da [[Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo|Escola Superior de Agricultura]] (ESALQ) da [[USP]].<ref>{{Citar web|titulo=Faculdade de Odontologia de Piracicaba: história e desafios|url=http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/setembro2010/ju475_pag02.php#|publicado=Jornal da Unicamp|data=26 de setembro de 2010|acessodata=20 de janeiro de 2016}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Histórico da Faculdade de Odontologia de Piracicaba|url=http://www.fop.unicamp.br/index.php/pt-br/fop-unicamp/historico|data=2016|publicado=Portal FOP/Unicamp|acessodata=20 de janeiro de 2016}}</ref>
 
=== Paulínia ===
Na cidade vizinha de [[Paulínia]], a universidade opera um centro de pesquisa multidisciplinar focado em biociências, adquirido em 1986 da [[Monsanto (empresa)|Monsanto]] e integrado à universidade como CPQBA.<ref>{{Citar web|titulo=Outros Campi|publicado=Unicamp|url=http://www.unicamp.br/unicamp/content/outros-campi-0|acessodata=20 de janeiro de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160110202800/http://www.unicamp.br/unicamp/content/outros-campi-0|arquivodata=2016-01-10|urlmorta=yes}}</ref> Como parte da aquisição, a Unicamp obteve acesso às pesquisa anteriormente exploradas no centro, especialmente sobre [[ciências agrárias]]. A investigação é normalmente financiada por entidades externas, tais como empresas e outras universidades.<ref>{{Citar web|titulo=Convênios|url=http://www.unicamp.br/anuario/2015/centronucleo/CPQBA-convenios.html|publicado=Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA)|acessodata=20 de janeiro de 2016}}</ref>
 
=== COTUCA e COTIL ===
Além dos cursos de educação superior, a Unicamp também é responsável pela execução e financiamento duas escolas secundárias técnicas, o [[Colégio Técnico de Campinas]] (COTUCA) e o [[Colégio Técnico de Limeira]] (COTIL). O Cotuca está localizado há 50 anos em um edifício histórico perto do centro da cidade, construído em 1918, que também abrigou a Unicamp por um breve período antes do atual campus ter sido construído. Em 2014, ele foi transferido para o campus principal enquanto o antigo prédio passou por reformas.<ref>{{Citar web|titulo=Cotuca é interditado por problemas estruturais e aulas vão para Unicamp|url=http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2014/02/colegio-tecnico-de-campinas-cotuca-e-interditado-por-problemas-no-telhado-e-aulas-sao-transferidas-para-campus-da-unicamp-em-barao-geraldo.html|publicado=[[G1]]|data=13 de fevereiro de 2014 |autor=Da redação|acessodata=20 de janeiro de 2016}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Cotuca é interditado devido a problemas estruturais|url=http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/02/capa/campinas_e_rmc/153482-cotuca-e-interditado-devido-a-problemas-estruturais.html|publicado=[[Correio Popular]]|acessodata=20 de janeiro de 2016|autor=Inaê Miranda|data=13 de fevereiro de 2014}}</ref> Ambas as escolas estão entre as melhores escolas públicas de [[ensino médio]] no país e são altamente competitivos, com as admissões feitas através de um exame de seleção aberto para estudantes do ensino secundário.<ref>{{Citar web|titulo=Cotuca tem 3ª maior média no Enem entre as escolas estaduais do país|url=http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/08/cotuca-tem-3-maior-media-no-enem-entre-escolas-publicas-do-pais.html|publicado=[[G1]]|acessodata=20 de janeiro de 2016|data=5 de agosto de 2015|autor=Da redação}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Processo Seletivo COTUCA 2016|url=http://exame.cotuca.unicamp.br/|website=Colégio Técnico de Campinas (COTUCA)|acessodata=20 de janeiro de 2016|data=2016}}</ref>
 
== Organização e administração ==
[[Ficheiro:Instituto quimica unicamp.jpg|thumb|Administração e Biblioteca do Instituto de Química]]
De forma semelhante a outras instituições brasileiras, a Unicamp é composta por várias unidades de ensino semi-autônomas, designadas como faculdades e institutos. Cada unidade é dirigida por um diretor da faculdade, o equivalente a um [[Decano (educação)|reitor]], eleito pelo corpo docente e por representantes dos estudantes.<ref name="Cynthia Hardy"/>
 
A administração da universidade está estruturada de forma semelhante a outras universidades públicas do país. O órgão de decisão suprema é o Conselho Universitário (CONSU), composto por todos os diretores, além de vários representantes da comunidade acadêmica, alunos, pessoal administrativo e comunidade externa.<ref name="Cynthia Hardy"/> O conselho se reúne cerca de quatro a cinco vezes por ano, quando realiza decisões administrativas de alto nível, como a aprovação do orçamento, e tem a palavra final em processos administrativos internos.<ref>{{Citar web|titulo=Conselho Universitário - CONSU |url=http://www.sg.unicamp.br/consu/|publicado=Secretaria Geral da Unicamp|data=2016|acessodata=20 de janeiro de 2016}}</ref> A administração rotineira é deixada para o reitor e a reitoria.<ref name="ASCOM">{{Citar web|titulo=Reitoria|url=http://www.unicamp.br/unicamp/content/reitoria|publicado=Unicamp|acessodata=20 de janeiro de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160126022243/http://www.unicamp.br/unicamp/content/reitoria|arquivodata=2016-01-26|urlmorta=yes}}</ref>
 
=== Escolas, faculdades e institutos ===
[[Ficheiro:Unicamp 5.jpg|miniaturadaimagem|[[Instituto de Química da Unicamp|Instituto de Química]]]]
A Unicamp é composta por um total de 24 unidades, das quais 10 são institutos e 14 são faculdades.<ref name="Unidades">{{Citar web|titulo=Unidades de ensino|url=http://www.unicamp.br/unicamp/content/unidades-de-ensino|acessodata=1 de outubro de 2015|publicado=Unicamp|data=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20150807004630/http://www.unicamp.br/unicamp/content/unidades-de-ensino|arquivodata=2015-08-07|urlmorta=yes}}</ref>  Como dito acima, a Unicamp também é responsável por duas escolas de ensino médio e técnico, o colégio Técnico de Campinas (COTUCA) e o Colégio Técnico de Limeira (COTIL).<ref name="Unidades" />
 
=== Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa ===
A universidade é também o lar de 21 centros e núcleos interdisciplinares de pesquisa sobre temas que vão desde a [[dança]] e a [[música]] (como LUME e CIDDIC) até [[computação]] e [[educação]] (como NIED).<ref name="COCEN">{{Citar web |url=http://www.cocen.unicamp.br/institucional.php?pag=institucional_sobre.php |titulo=Institucional |data=2016 |acessodata=1 de outubro de 2015 |publicado=Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa da UNICAMP |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160313030717/http://www.cocen.unicamp.br/institucional.php?pag=institucional_sobre.php |arquivodata=2016-03-13 |urlmorta=yes}}</ref> Tais centros e núcleos são vinculados administrativamente à Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (COCEN]).<ref name="COCEN"/>
 
=== Reitores ===
[[Ficheiro:Presidência_do_Senado_(15995793862).jpg|miniaturadaimagem|O ex-reitor, [[José Tadeu Jorge]]]]
O reitor é escolhido pelo [[Lista de governadores de São Paulo|governador]] do estado de São Paulo a partir de uma lista de três candidatos eleitos pela comunidade universitária, incluindo estudantes e pessoal administrativo.<ref name="Cynthia Hardy"/> Tradicionalmente, o governador sempre seleciona o candidato com o maior número de votos, mas mantém o poder para escolher um candidato se assim decidir fazê-lo. O reitor serve para um mandato de quatro anos, antes que uma nova eleição seja realizada, e não pode ser [[Incumbente|reeleito]] para um mandato seguinte. Zeferino Vaz foi o primeiro reitor e ocupou o cargo por 12 anos, até a sua [[aposentadoria compulsória]].<ref name="ASCOM"/>
# [[Zeferino Vaz]] (1966-1978)
# Plínio Alves de Moraes (1978-1982)
# [[José Aristodemo Pinotti]] (1982-1986)
# [[Paulo Renato Souza]] (1986-1990)
# [[Carlos Vogt]] (1990-1994)
# [[José Martins Filho]] (1994-1998)
# [[Hermano Medeiros Ferreira de Tavares]] (1998-2002)
# [[Carlos Henrique de Brito Cruz]] (2002-2005)
# [[José Tadeu Jorge]] (2005-2009)
# [[Fernando Ferreira Costa]] (2009-2013)
# [[José Tadeu Jorge]] (2013–2017)
# [[Marcelo Knobel]] (2017-2021)
#[[Antonio José de Almeida Meirelles]] ("Tom Zé") (2021-presente)
 
=== Financiamento  ===
[[Ficheiro:Unicamp_budget_by_year.png|miniaturadaimagem|Financiamento anual por fonte]]
[[Ficheiro:Unicamp_funding_and_payroll.png|miniaturadaimagem|Financiamento em termos reais e folha de pagamento]]
Assim como outras universidades públicas no Brasil, a Unicamp é quase inteiramente [[Subsídio|financiada pelo governo]], neste caso específico o do estado de São Paulo. O financiamento é dado principalmente a partir de impostos sobre vendas, mas uma pequena percentagem do orçamento total é obtida a partir de doações, pagas por programas de extensão e por empresas patrocinadoras.<ref name="AEPLAN">{{citar web |url=http://www.aeplan.unicamp.br/proposta_orcamentaria/unicamp/pdo_unicamp_2016.pdf |publicado=Assessoria de Economia e Planejamento (AEPLAN) |título=Proposta de Distribuição Orçamentária 2016 |data=2016 |acessodata=15 de julho de 2016}}</ref>
 
O orçamento total proposto para 2016 é de R$ 2,3 bilhões, uma redução de quase 7%, em termos reais, em comparação a 2015. Os custos fixos (salários, juros e serviço da dívida) representam 92,2% do financiamento do governo. E adicionais 4% são gastos em assistência estudantil e 2% em utilitários.<ref name="AEPLAN"/>
 
Um problema enfrentado pela Unicamp e outras universidades públicas no Brasil é a elevada dependência de condições econômicas, que afetam diretamente o lucro dos impostos que a financiam, enquanto que a maioria das despesas, [[folha de pagamento]], especialmente, são [[Inflação|indexados à inflação]]. Apesar da situação não ser tão crítica como em universidades semelhantes (na Universidade de São Paulo, folha de pagamento representava mais de 106% do total de fundos disponíveis, em 2014),<ref>{{citar web|titulo=USP terá que cortar 1.972 salários para cumprir decisão do Supremo |publicado=[[Folha de S.Paulo]]|url=http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/11/1548867-usp-tera-que-cortar-1972-salarios-para-cumprir-decisao-do-supremo.shtml|acessodata=2 de maio de 2016 |data=16 de novembro de 2014|autor=Mario Cesar Carvalho, Fábio Takahashi e Severino Motta}}</ref> a Unicamp atualmente enfrenta uma crise de financiamento,  que deve diminuir em termos reais, enquanto a folha de pagamento, que demanda 85% do total de financiamento da universidade, deve aumentar de acordo com a inflação.<ref>{{citar web|titulo=Queda do ICMS vai tirar R$ 220 milhões de USP, Unesp e Unicamp – Educação – Estadão|url=http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,queda-do-icms-vai-tirar-r-220-milhoes-de-usp-unesp-e-unicamp,1568759|publicado=[[O Estado de S. Paulo]]|data=1 de outubro de 2014|acessodata=2 de maio de 2016|autor=Bruno Ribeiro, Fabio Leite e Victor Vieira}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Proposta de repasse para USP, Unicamp e Unesp cai no orçamento de 2016 |url=http://educacao.uol.com.br/noticias/agencia-estado/2015/10/02/proposta-de-repasse-para-usp-unicamp-e-unesp-caiu-no-orcamento-de-2016.htm|autor=[[Estadão]]|publicado=[[UOL]] Educação|data=2 de outubro de 2015|acessodata=2 de maio de 2016}}</ref>
 
A situação financeira é agravada pela longa tendência de aumento da massa salarial acima da inflação, como resposta às greves anuais lideradas pelo Sindicato dos Trabalhadores da UNICAMP (STU).<ref>{{citar web|titulo=Servidores decidem encerrar greve na Unicamp a partir de segunda-feira|url=http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/08/servidores-decidem-suspender-greve-na-unicamp-partir-de-segunda-feira.html|publicado=[[G1]]|data=28 de agosto de 2015|autor=Da redação|acessodata=2 de maio de 2016}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Evolução dos salários de docentes e não docentes|url=http://www.aeplan.unicamp.br/evolucao_salarios/evolucao_salarios.php|publicado=Assessoria de Economia e Planejamento (AEPLAN)|data=2016|acessodata=2 de maio de 2016}}</ref>
 
A [[Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo]] (FAPESP), maior agência de fomento à pesquisa do país, é responsável por cerca de 40% dos recursos para a pesquisa captados pela universidade, o que equivaleu a 131 milhões de reais no ano de 2011.<ref>{{citar web |url=http://revistapesquisa.fapesp.br/2012/09/14/um-pais-dois-modelos/ |título=Um país, dois modelos |autor=Fabrício Marques |publicado=[[Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo]] (FAPESP) |data=Setembro de 2012 |acessodata=14 de julho de 2016}}</ref> Em 2002, [[Carlos Henrique de Brito Cruz]], físico e e ex-reitor da Unicamp, assumiu a presidência da FAPESP.<ref>{{citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe1906200204.htm |autor=Da redação |título=Ex-reitor da Unicamp é novo chefe da Fapesp |publicado=[[Folha de S.Paulo]] |data=19 de junho de 2002 |acessodata=14 de julho de 2016}}</ref>
 
== Academia ==
Na Unicamp, os estudos acadêmicos são, geralmente, divididos em quatro áreas principais: ciências exatas (que inclui [[ciências formais]] e [[Ciência física|físicas]]), ciências humanas (aproximadamente equivalente a [[Ciências sociais|ciência social]], incluindo [[Numeração das artes|artes]]), ciências biológicas (equivalente às [[ciências da vida]]) e tecnologias (incluindo a engenharia e estudos técnicos).<ref>{{Citar web|url=http://www2.prpg.gr.unicamp.br/prpg/?page_id=172|titulo=Mestrado/Doutorado |publicado=Pró-reitoria de Pós-Graduação (PRPG)|acessodata=17 de maio de 2016|data=2015}}</ref> Esta divisão reflete sobre como a universidade é estruturada de acordo com o projeto do campus.<ref name=":4"/>
 
=== Cursos de graduação ===
[[Ficheiro:Sala_de_aula_CB_Unicamp.jpg|miniaturadaimagem|Sala de aula no campus principal]]
A Unicamp oferece 70 cursos diferentes de [[graduação]], que cobrem quase todas as diferentes áreas da ciência. Concluir um curso de graduação garante [[Bacharelato|bacharelado]] ou [[licenciatura]], embora alguns cursos ofereçam ambos os graus. Em linha com o sistema educacional brasileiro, a graduação é necessária para a prática de qualquer profissão, incluindo o direito e a medicina, então os cursos de graduação variam em duração para fornecer todo o treinamento necessário. A maioria dos cursos na Unicamp duram um total de quatro anos, mas os cursos de engenharia normalmente duram cinco anos, enquanto os de medicina duram seis anos.<ref name="Catálogo">{{Citar web|titulo=Catálogo de cursos |url=http://www.dac.unicamp.br/sistemas/catalogos/grad/catalogo2015/cursos.html|publicado=Diretoria Acadêmica da Unicamp (DAC)|acessodata=17 de maio de 2016|data=2016}}</ref>
 
O ano letivo está alinhado ao ano civil, com aulas que geralmente começam no final de fevereiro e terminam no início de dezembro, início do [[verão]] no Brasil.<ref>{{Citar web|titulo=Calendário Escolar dos Cursos de Pós-Graduação|publicado=Diretoria Acadêmica da Unicamp (DAC)|data=2016|url=http://www.dac.unicamp.br/portal/pos/calendarios/calpos2016/|acessodata=17 de maio de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160517041329/http://www.dac.unicamp.br/portal/pos/calendarios/calpos2016/|arquivodata=2016-05-17|urlmorta=yes}}</ref> O ano letivo é dividido em dois [[semestre]]<nowiki/>s. Apesar de haver uma sugestão de [[currículo]] para cada curso, os alunos são livres para escolher as aulas que querem assistir durante um determinado semestre e a atribuição das aulas é feita na base no [[Nota escolar|rendimento escolar médio]], sendo que o aluno melhor classificado tem prioridade na escolha das aulas que preferir.<ref>{{Citar web|titulo=Prioridades de Matrícula|url=http://www.dac.unicamp.br/portal/pos/matricula/matricula_em_disciplinas/prioridades_de_matricula/|publicado=Diretoria Acadêmica da Unicamp (DAC)|data=2016|acessodata=17 de maio de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160805123805/http://www.dac.unicamp.br/portal//pos/matricula/matricula_em_disciplinas/prioridades_de_matricula/|arquivodata=2016-08-05|urlmorta=yes}}</ref>
[[Ficheiro:Formatura'.jpg|miniaturadaimagem|Uma cerimônia de graduação]]
 
Os estudantes são admitidos a um único curso e deverão assistir todas as aulas necessárias para conclui-lo no número de semestres previstos, embora eles podem ter 50% a mais de tempo antes de enfrentar medidas administrativas. Enquanto cada curso normalmente é gerenciado por uma única escola ou instituto (exceções se aplicam, tais como [[Engenharia de computação|engenharia da computação]], co-gerida pelo Instituto de Computação e pela [[Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Unicamp|Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação]]), as aulas são ministradas em diferentes institutos ou faculdades.<ref name="Catálogo"/>
 
As [[Rácio aluno-professor|turmas]] normalmente variam entre 30 e 60 alunos por ano, para cada curso, mas alguns cursos podem ter mais de 100 alunos por ano<ref>{{Citar web|publicado=Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest)|url=https://www.comvest.unicamp.br/cursos/cursos.html|titulo=Cursos|data=2016|acessodata=17 de maio de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160624162807/http://www.comvest.unicamp.br/cursos/cursos.html|arquivodata=2016-06-24|urlmorta=yes}}</ref> e são nomeados pelo ano de admissão: a classe de 2015 é composta por todos os alunos ingressantes no ano de 2015, independentemente da duração do curso ou a previsão de formatura. Não há uma [[Formatura|cerimônia de formatura]] unificada, sendo que cada faculdade ou instituto, conduzindo sua própria.<ref>{{Citar web|titulo=Datas de Colação de Grau do 2º Semestre|data=2016|publicado=Diretoria Acadêmica da Unicamp (DAC)|url=http://www.dac.unicamp.br/portal/grad/colacao/datas_colacao_2s/|acessodata=17 de maio de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160805094848/http://www.dac.unicamp.br/portal//grad/colacao/datas_colacao_2s/|arquivodata=2016-08-05|urlmorta=yes}}</ref>
 
=== Cursos de pós-graduação ===
A Unicamp oferece 153 cursos de pós-graduação, com cerca de metade de mestrados, atendendo quase 16 mil alunos,<ref name="unicamp.br">{{Citar web|titulo=Pós-graduação|publicado=Unicamp|url=http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp-responde/perguntas-mais-comuns/pos-graduacao|acessodata=17 de maio de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160504071314/http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp-responde/perguntas-mais-comuns/pos-graduacao|arquivodata=2016-05-04|urlmorta=yes}}</ref>  um terço dos que vêm de fora do estado de São Paulo e cerca de 5% de outros países.<ref>{{Citar web|titulo=Anuário estatístico |publicado=Pró-reitoria de Pós-Graduação (PRPG)|url=http://www2.prpg.gr.unicamp.br/prpg/?page_id=230|acessodata=2 de fevereiro de 2016|data=2016}}</ref> Assim como a graduação, os estudantes não têm que pagar nenhuma mensalidade.<ref name="unicamp.br"/> Apesar dos cursos serem geridos pela reitoria, o aluno têm muita liberdade para definir o foco, a duração e o processo de admissão de cada curso de pós-graduação.<ref name="unicamp.br"/>
 
=== Cursos de extensão e de sensibilização da comunidade ===
[[Ficheiro:Art_performance_at_unicamp.jpg|miniaturadaimagem|Apresentação artística na Unicamp]]
[[Ficheiro:FEFunicamp.jpg|thumb|Parte do complexo esportivo da Faculdade de Educação Física]]
 
A Unicamp oferece mais de mil cursos de extensão para a comunidade, com diferentes níveis de requisitos mínimos  (grau de ensino, graduação, etc.) e em todas as áreas de estudo, concentrados principalmente na especialização e em cursos de extensão comunitária.<ref>{{Citar web|titulo=Extensão|publicado=Unicamp|url=http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp-responde/perguntas-mais-comuns/extensao|acessodata=28 de janeiro de 2016|data=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160313083654/http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp-responde/perguntas-mais-comuns/extensao|arquivodata=2016-03-13|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{Citar web|publicado=EXTECAMP – Escola de Extensão da UNICAMP|url=https://www.extecamp.unicamp.br/cursos.asp|titulo=Cursos|acessodata=17 de maio de 2016|data=2016}}</ref> Os programas são, principalmente, coordenados pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PREAC), que visa promover ações de extensão e cultura, através da integração com a sociedade, a difusão e a aquisição de conhecimento através da comunidade acadêmica.<ref>{{Citar web|titulo=A PREAC |publicado=Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PREAC)|url=http://www.preac.unicamp.br/?page_id=5|acessodata=17 de maio de 2016|data=2016}}</ref>
 
Os programas de especialização são oferecidos pela escola de extensão da Unicamp, a Extecamp, ou diretamente pelas faculdades e institutos.<ref>{{Citar web|titulo=História |publicado=Escola de Extensão da UNICAMP (EXTECAMP) |url=http://www.extecamp.unicamp.br/historiaextecamp.asp|acessodata=28 de janeiro de 2016 |data=2016}}</ref> Nos últimos 25 anos, mais de 100 mil estudantes foram alcançados e, em 2014, a Unicamp juntou-se [[Coursera]] e atualmente oito [[Tecnologia educacional|cursos on-line]] estão sendo oferecidos, dois deles estão entre os mais populares cursos no Brasil da Coursera.<ref>{{Citar web|titulo=Unicamp starts offering  courses at the platform Coursera|publicado=Unicamp|url=http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2015/05/14/unicamp-starts-offering-courses-platform-coursera?language=en|acessodata=17 de maio de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160814134338/http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2015/05/14/unicamp-starts-offering-courses-platform-coursera?language=en|arquivodata=2016-08-14|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{Citar web|publicado=Escola de Extensão da UNICAMP (EXTECAMP)|url=http://www.extecamp.unicamp.br/modelo_noticia_full.asp?id=224|acessodata=17 de maio de 2016|data=2016|titulo=Modelo}}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> A divulgação de ações acontecem de várias maneiras, como eventos, publicações e de produtos e serviços tecnológicos, educacionais, culturais e sociais.<ref>{{Citar web|título=Extension and Outreach |publicado=Unicamp|url=http://www.internationaloffice.unicamp.br/english/extension-and-outreach/|acessodata=17 de maio de 2016|data=2016}}</ref> O [http://www.preac.unicamp.br/cdc/ Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural] abriga vários eventos, normalmente abertos para a comunidade do entorno. Eventos também são realizados no [[Espaço Cultural Casa do Lago]] e no Centro Cultural de Inclusão e Integração Social.<ref>{{Citar web|publicado=Centro Cultural de Inclusão e Integração Social da Unicamp|url=http://www.cisguanabara.unicamp.br/inst.htm|titulo=Institucional|acessodata=17 de maio de 2016}}</ref>
 
A cada ano, a Unicamp também hospeda um dia de portas abertas, o evento ''Unicamp de Portas Abertas'' (UPA), em que o campus principal é visitado por mais de 50 mil alunos de ensino médio de todo o país. O evento oferece palestras e discussões sobre o papel da universidade na sociedade, bem como apresentações sobre carreiras profissionais e passeios, onde os alunos visitam várias áreas da universidade e compreendem melhor as diferentes áreas de estudo.<ref>{{Citar web|titulo=Unicamp abre as portas para 50 mil estudantes|url=http://correio.rac.com.br/_conteudo/2014/08/capa/campinas_e_rmc/201856-unicamp-abre-as-portas-para-50-mil-estudantes.html|publicado=[[Correio Popular]]|acessodata=17 de maio de 2016|data=29 de agosto de 2014 |autor=Da Agência Anhanguera}}</ref>
 
=== Faculdade ===
A Unicamp emprega cerca de 1,8 mil professores, sendo que quase todos têm pelo menos um [[Doutoramento|doutorado]].<ref name="ReferenceA">{{Citar web|título=Reestruturação da carreira docente estabelece o mérito acadêmico para promoções|publicado=Unicamp|url=http://www.unicamp.br/unicamp/informativo/reestruturacao-da-carreira-docente-estabelece-o-merito-academico-para-promocoes|acessodata=17 de maio de 2016|data=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160204191552/http://www.unicamp.br/unicamp/informativo/reestruturacao-da-carreira-docente-estabelece-o-merito-academico-para-promocoes|arquivodata=2016-02-04|urlmorta=yes}}</ref> A carreira na faculdade está estruturada em três grandes níveis:
* '''Professor Doutor''': os candidatos devem possuir [[doutor]]ado ou grau equivalente;<ref name="Careers">{{Citar web|titulo=Magistério superior|publicado=Diretoria Geral de Recursos Humanos da Unicamp|url=http://www.dgrh.unicamp.br/documentos/tabelas-de-vencimentos/docentes-do-magisterio-superior/magisterio-superior|acessodata=1 de outubro de 2015}}</ref>
* '''Professor Associado''': os candidatos devem possuir um título de Livre Docente, título semelhante a [[habilitação]];
* '''Professor Titular''' – MS-6 (topo do ranking, apenas os professores MS-6 são admitidos para ocupar cargos como reitor de uma Faculdade/Escola ou reitor da Universidade).
A contratação é feita através de um [[concurso público]], incluindo um teste escrito, um exame de didática, histórico acadêmico e análise de outros critérios.<ref>{{Citar web|titulo=Concursos |publicado=Secretaria Geral da Unicamp|url=http://www.sg.unicamp.br/dca/concursos/abertos/concursos-para-professor-doutor|acessodata=4 de fevereiro de 2016|autor=Elias Lima Leite}}</ref> O mesmo processo é necessário para os professores que almejam mudar de nível. Os dois primeiros níveis também incluem sub-níveis e os professores são promovidos entre eles por mérito.<ref name="ReferenceA"/> O salário médio mensal para um professor assistente é de cerca de 10 mil reais, enquanto que para professor titular gira em torno de 15 mil reais.<ref>{{Citar web|titulo=Magistério Superior|url=http://www.dgrh.unicamp.br/documentos/tabelas-de-vencimentos/docentes-do-magisterio-superior/magisterio-superior|publicado=Diretoria Geral de Recursos Humanos da Unicamp|acessodata=17 de maio de 2016|data=2016}}</ref> Exclusivamente entre as universidades públicas no Brasil, a Unicamp tem uma carreira focada em tempo integral a pesquisa. Atualmente, existem cerca de 100 pesquisadores de tempo integral na universidade.<ref name="CarreiraPQ">{{Citar web|titulo=Carreira PQ|url=http://www.cocen.unicamp.br/carreira.php?pag=carreira_carreira_informacoes.php|publicado=Coordenadoria dos Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa da UNICAMP|data=2016|acessodata=1 de janeiro de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160305160709/http://www.cocen.unicamp.br/carreira.php?pag=carreira_carreira_informacoes.php|arquivodata=2016-03-05|urlmorta=yes}}</ref>
 
A Unicamp também mantém um importante programa para a formação pedagógica de professores universitários. O Programa de Estágio e Capacitação Docente (PECD), desenvolvido na universidade entre os anos de 1993 e 2000, foi criado com este objetivo.<ref>{{citar web |url=http://www.revistas2.uepg.br/index.php/humanas/article/view/531/533 |título= Teoria e Prática na Formação Pedagógica do Professor Universitário: Elementos para Discussão |autor=Graziela Giusti Pachane |editor=Centro Universitário do Triângulo - UNITRI |data=2004 |acessodata=14 de julho de 2016}}</ref> A partir de então o projeto foi renomeado para Programa para Estágio Docente (PED) e ainda serve como um instrumento para criação de futuros docentes, através do aperfeiçoamento da formação dos pós-graduandos da Unicamp (mestrado e doutorado).<ref>{{citar web |url=http://www.ige.unicamp.br/pos-graduacao/conteudo-comum/estagio-docente/ |título=Programa de Estágio Docente (PED) |publicado=Unicamp |acessodata=14 de julho de 2016|data=2016}}</ref>
 
=== ''Alumni'' e professores notáveis ===
[[Zeferino Vaz]] importou vários professores renomados dos [[Estados Unidos]] no início da universidade, tais como [[Edwin Willis]], um [[ornitólogo]] [[Estados Unidos|estadunidense]] que lecionou na Unicamp e casou-se com a também ornitóloga Yoshika Oniki, com quem ele publicou em 2003 o livro ''Aves do estado de São Paulo'', em que descrevem todas as espécies de aves do [[São Paulo (estado)|paulistas]] e apresentam pranchas coloridas de cada ave feitas por [[Tomas Sigrist]].<ref>{{Citar livro|título = Aves do estado de São Paulo|url = https://books.google.com/books?id=QxFPywAACAAJ|editora = Divisa|ano = 2003|isbn = 9788590267621|nome = Edwin O|sobrenome = Willis|nome2 = Yoshika|sobrenome2 = Oniki|local = Rio Claro}}</ref>
 
O [[linguista]] estadunidense [[Daniel Everett]] matriculou-se na universidade no outono de 1978, para continuar a estudar a [[língua pirahã]], que ele afirma ter elementos que contradizem a [[gramática universal]] defendida e reformulada ao longo dos anos por [[Noam Chomsky]] e seu grupo de estudos. Sua tese de [[mestrado]], ''Aspectos da Fonologia do Pirahã'', foi escrito sob a direção do Dr. [[Aryon Rodrigues]], um dos principais especialistas em [[Línguas indígenas do Brasil|línguas amazônicas]] e foi concluída em 1980. Seu dissertação de doutorado, ''A Lingua Pirahã e Teoria da Sintaxe'', concluída em 1983, foi escrita sob a direção do Dr. Charlotte Chamberlland Galves.<ref name="New Yorker">{{citar periódico|autor =Colapinto, John |url=http://www.newyorker.com/reporting/2007/04/16/070416fa_fact_colapinto |título=The Interpreter: Has a remote Amazonian tribe upended our understanding of language? |obra=The New Yorker |data=16 de abril de 2007 |acessodata=30 de dezembro de 2014}}</ref>
 
Entre os antigos membros polêmicos da Unicamp, [[Ricardo Molina]] e [[Badan Palhares]], perito em [[fonética forense]] e [[legista]], respectivamente, ficaram conhecidos por suas participações na investigação do caso do assassinato de [[Paulo César Farias]] (PC Farias), assessor do ex-presidente [[Fernando Collor]].<ref name=FOLHA>{{citar web |url=http://www1.folha.uol.com.br/folha/treinamento/novoemfolha41/te21062006018.shtml |autor=Da equipe de treinamento|publicado=[[Folha de S.Paulo]] |título=Leia na íntegra a entrevista com Ricardo Molina de Figueiredo, professor da Unicamp e perito criminal particular |acessodata=22 de outubro de 2010 |data=21 de junho de 2006}}</ref><ref name="Lucas Figueiredo">{{Citar livro |autor=Lucas Figueiredo |coautor= |título=Morcegos Negros |subtítulo= |url= |formato= |edição= |local= |editora=Record |ano= |página=238|isbn= |acessodata= }}</ref> [[Marcos Eberlin]], [[Química|químico]] professor do [[Instituto de Química da Unicamp|Instituto de Química]] e membro da [[Academia Brasileira de Ciências]], também é conhecido por sua defesa de uma [[pseudociência]] conhecida como [[design inteligente]].<ref name=":0">{{Citar web|título = 1º Congresso Brasileiro do Design Inteligente|URL = http://www.designinteligentebrasil.com.br/|obra = designinteligentebrasil.com.br|acessadoem = 6 de setembro de 2015|arquivourl = https://web.archive.org/web/20150923085406/http://www.designinteligentebrasil.com.br/|arquivodata = 2015-09-23|urlmorta = yes}}</ref><ref>{{citar web|último=Lopes|primeiro=Reinaldo José|título=Tréplica dos defensores do Design Inteligente|url=http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2014/12/18/treplica-dos-defensores-do-design-inteligente/|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|acessodata=21 de Junho de 2016|data=18 de dezembro de 2014}}</ref>
 
[[César Lattes]], [[Física|físico]] brasileiro co-descobridor do ''[[méson pi]]'', descoberta que levou o [[Prêmio Nobel de Física]] de 1950,<ref>{{citar web |url=http://www.if.ufrgs.br/~cas/lattes_zh.htm |título=Cesar Lattes e o Nobel tungado |autor=Carlos Alberto dos Santos |publicado=[[Zero Hora]] |data=12 de março de 2005 |acessodata=23 de setembro de 2014}}</ref> também ajudou a fundar o [[Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp]], onde foi um dos professores. Também foi diretor do Departamento de Raios Cósmicos, Altas Energias e Léptons da universidade. Lattes aposentou-se em 1986, quando recebeu o título de doutor ''[[honoris causa]]'' e [[professor emérito]] pela Unicamp.<ref name=cbpf>[http://www.cbpf.br/Staff/Hist_Lat.html Breve Histórico de César Lattes, Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.] {{Wayback|url=http://www.cbpf.br/Staff/Hist_Lat.html |date=20050211174448 }} Acessado em 15 de julho de 2016.</ref>
 
=== Pesquisas pioneiras ===
A ''[[Xylella fastidiosa]]'', uma [[bactéria]] causadora de doenças em [[planta]]s economicamente importantes,<ref>{{citar web |url=http://www.lbi.ic.unicamp.br/xf/|titulo=Xylella fastidiosa Genome Project |publicado=Laboratório de Bioinformática do Instituto de Computação (IC) da Unicamp |data=2000|acessodata=27 de novembro de 2009}}</ref> teve seu [[genoma]] sequenciado em projeto pioneiro no Brasil lançado pela [[FAPESP]] e coordenado pelo professor Paulo Arruda, da Unicamp. Foi o primeiro sequenciamento genético de uma bactéria fitopatogênica no mundo.<ref name="comciencia">{{citar web |publicado=Com Ciência |titulo=Projeto genoma, a ciência de ponta no Brasil |url=http://www.comciencia.br/reportagens/genoma/genoma1.htm |data=6 de julho de 2000|acessodata=27 de novembro de 2009}}</ref>
 
=== Sistema de biblioteca ===
{{VT|Centro de Memória Unicamp}}
[[Ficheiro:Unicamp_BC.jpg|miniaturadaimagem|Biblioteca Central [[César Lattes]]]]
O Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU) é composto por uma grande biblioteca central, nomeado em honra a [[César Lattes]], e 27 outras bibliotecas satélite, localizadas em instituições individuais,<ref>{{Citar web|titulo=Bibliotecas e Acervos|publicado=Unicamp|url=http://www.unicamp.br/unicamp/bibliotecas-acervos|acessodata=4 de fevereiro de 2016|ano=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160215072454/http://www.unicamp.br/unicamp/bibliotecas-acervos|arquivodata=2016-02-15|urlmorta=yes}}</ref> com um acervo de mais de 1 milhão de volumes, além de centenas de milhares de [[Livro digital|livros]] e periódicos acadêmicos. O sistema foi criado oficialmente em 1983, agregando as várias bibliotecas independentes que operavam em toda a universidade. A grande biblioteca central foi inaugurada seis anos mais tarde, em 1989.<ref>{{Citar web|titulo=Histórico |publicado=Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU)|url=http://www.sbu.unicamp.br/|acessodata=4 de fevereiro de 2016|data=2016}}</ref>
 
A biblioteca de sistema é automatizado e suas coleções que podem ser acessados e procurados na Internet. Sua Biblioteca Digital suporta uma base de dados com mais de 25 mil dissertações de mestrado apresentada na universidade, bem como o acesso para as maiores bibliotecas eletrônicas de revistas acadêmicas em todo o mundo. Ela também inclui vários históricos de bibliotecas e arquivos de mídia focada em autores específicos e tópicos, tais como o [[Arquivo Edgard Leuenroth]] e coleções de César Lattes, [[Sérgio Buarque de Holanda]], [[Monteiro Lobato]] e outros.<ref>{{Citar web|titulo=Acervos e Arquivos|publicado=Unicamp|url=http://www.unicamp.br/unicamp/acervos|acessodata=4 de fevereiro de 2016|data=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160531002830/http://www.unicamp.br/unicamp/acervos|arquivodata=2016-05-31|urlmorta=yes}}</ref>
 
== Admissão ==
 
=== Cursos de graduação ===
{| class="wikitable" style="float: right; font-size: 90%; margin: 10px;"
|+''Demografia dos candidatos, em 2016''<ref>{{Citar web|url=http://www.comvest.unicamp.br/estatisticas/2016/quest/quest1.php|titulo=Questionário Socioeconômico - Vestibular 2016|publicado=Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) |data=2016|acessodata=4 de fevereiro de 2016}}</ref>
!Cor ou raça
!Inscritos
!Admitidos
!Estado de São Paulo<ref>{{citar web |url=http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/Nucleo_Politicas_Publicas/GT_Igualdade_Racial/Outros/Popula%C3%A7%C3%A3o%20Ra%C3%A7aCor_Censo2010.pdf |titulo=Censo 2010 |acessodata=15 de julho de 2016 |data=2010 |publicado=[[Ministério Público do Estado de São Paulo]]}}</ref>
|-
![[Brasileiros brancos|Brancos]]
|72,4%
|68,6%
|63,9%
|-
!Pardos
|15,4%
|18,2%
|29,1%
|-
![[Brasileiros asiáticos|Asiáticos]]
|5,0%
|5,0%
|1,4%
|-
![[Afro-brasileiros|Pretos]]
|3,8%
|4,0%
|5,5%
|-
![[Povos ameríndios|Nativos]]
|0,2%
|0,2%
|0,1%
|-
!Não declarado
|3,2%
|4,0%
|0,0%
|}
Como outras universidades públicas brasileiras, a admissão para cursos de graduação se dá por meio do [[Exame vestibular|vestibular]]. Enquanto outras universidades do país, especialmente as geridas pelo governo federal,<ref>{{Citar web|titulo=Enem como critério único para todas as vagas |url=http://vestibular.brasilescola.uol.com.br/enem/enem-como-criterio-unico-para-todas-as-vagas.htm|publicado=[[UOL]] - Brasil Escola|autor=Adriano Lesme |acessodata=4 de fevereiro de 2016}}</ref> usam o [[Exame Nacional do Ensino Médio]] (ENEM<ref>{{Citar web|titulo=Participante|publicado=[[Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira|Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais]] (INEP)|url=http://enem.inep.gov.br/participante/|acessodata=4 de fevereiro de 2016|data=2016}}</ref>) como vestibular, a Unicamp tem seu próprio exame nacional aplicado anualmente por sua [[Comissão Permanente para os Vestibulares]] (COMVEST) em duas fases.<ref name=":2">{{Citar web|publicado=Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest)|titulo=Inscrição|data=2016|url=https://www.comvest.unicamp.br/vest2016/inscricao.html|acessodata=4 de fevereiro de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160629020206/http://www.comvest.unicamp.br/vest2016/inscricao.html|arquivodata=2016-06-29|urlmorta=yes}}</ref> Geralmente, a primeira fase acontece em novembro e é um teste composto por 90 questões de [[múltipla escolha]] de conhecimentos gerais. Os candidatos para os cursos que exigem habilidades específicas (tais como a música, a arquitetura, a dança, e outros) devem passar por um teste de conhecimento específico antes mesmo da primeira fase.<ref>{{Citar web|titulo=Provas de Habilidades Específicas - Vestibular 2016|publicado=Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest)|url=https://www.comvest.unicamp.br/vest2016/manual/he.html|acessodata=4 de fevereiro de 2016|data=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20161010042923/http://www.comvest.unicamp.br/vest2016/manual/he.html|arquivodata=2016-10-10|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Como é o Vestibular Unicamp - Vestibular 2016|publicado=Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest)|url=https://www.comvest.unicamp.br/vest2016/manual/como_e.html|acessodata=4 de fevereiro de 2016|data=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160814182351/http://www.comvest.unicamp.br/vest2016/manual/como_e.html|arquivodata=2016-08-14|urlmorta=yes}}</ref>
 
A seleção para o processo de admissão é específica do curso. Os candidatos que obtenham uma nota padrão mínima na primeira fase são selecionados para participar da segunda fase, que acontece durante dois dias de janeiro, onde eles devem responder 48 perguntas escritas, além de escrever dois longos [[ensaio]]s, em temas selecionados por avaliação do conselho.<ref name=":2"/>
 
O vestibular da Unicamp é muito competitivo e é considerado um dos mais difíceis do Brasil.<ref>{{Citar web|titulo=Para cursinhos, prova da Unicamp exigiu muita atenção dos candidatos|url=http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/11/para-cursinhos-prova-da-unicamp-exigiu-atencao-extrema-dos-candidatos.html|publicado=[[G1]]|acessodata=25 de janeiro de 2016|data=22 de novembro de 2015|autor=Da redação}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=10 universidades mais concorridas do Brasil|url=http://vestibularhoje.com.br/10-universidades-mais-concorridas-do-brasil/|publicado= Vestibular Hoje|data=2016|acessodata=25 de março de 2016}}</ref> Em 2015 foram {{Fmtn|77145}} inscritos para apenas {{Fmtn|3320}} vagas, ou 23 candidatos para cada vaga em um curso de graduação, uma média de taxa de aceitação de 4,3%.<ref>{{Citar web|titulo=Notas de aprovação na 1ª fase e pontuação dos últimos matriculados|publicado=Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest)|url=https://www.comvest.unicamp.br/estatisticas/2015/notas_aprov2015.html|acessodata=4 de fevereiro de 2016|data=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160809043425/http://www.comvest.unicamp.br/estatisticas/2015/notas_aprov2015.html|arquivodata=2016-08-09|urlmorta=yes}}</ref> O exame abrange todos os tópicos ensinados no sistema de ensino médio brasileiro, incluindo português, matemática, [[História do Brasil|história brasileira]] e mundial, [[geografia]], biologia, física, química, sociologia, filosofia, artes e inglês. Apesar disso, as perguntas dos exames são, geralmente, [[Interdisciplinaridade|interdisciplinares]].
{| class="wikitable" style="float: right; font-size: 90%; margin: 10px;"
|+'''''Cursos de graduação – 2016'''''<ref>{{Citar web|titulo=Unicamp: 44% dos inscritos buscam vagas nos 5 cursos mais concorridos|url=http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/09/unicamp-44-dos-inscritos-buscam-vagas-nos-5-cursos-mais-concorridos.html|publicado=[[G1]]|autor=Fernando Pacífico|data=27 de setembro de 2015|acessodata=25 de março de 2016}}</ref>
!Curso
!Tamanho da classe
!Aplicações
!Taxa de aceitação
|-
!Medicina
|110
|24 206
|De 0,5%
|-
!Arquitetura
|30
|3 342
|0,9%
|-
!Comunicação
|30
|1 508
|2,0%
|-
!Biologia
|45
|2 045
|2,2%
|-
!Engenharia Civil
|80
|3 582
|2,2%
|}
As graduações mais competitivas são: Medicina, com 0,5% de taxa de aceitação; Arquitetura e Urbanismo, com 0,6%; e Comunicação, com 2%. Esta alta competitividade leva muitos alunos a [[Curso pré-vestibular|cursos pré-vestibular]], geralmente oferecidos por escolas privadas ou geridos por alguma associação ou organização. Muitos cursinhos privados têm aulas especiais focadas especificamente nos cursos mais competitivos, como o de medicina, o que os torna muito caros.<ref>{{Citar web|titulo=Mensalidade de cursinho pré-vestibular vai de R$ 0 a R$ 2.340|url=http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2015-01-27/mensalidade-de-cursinho-pre-vestibular-vai-de-r-0-a-r-2340.html|publicado=[[Último Segundo]]|data=27 de janeiro de 2015 |autor=Por iG São Paulo|acessodata=25 de março de 2016}}</ref> É comum encontrar estudantes admitidos em Medicina, Engenharia e outros cursos depois de vários anos de cursos preparatórios.<ref>{{Citar web|titulo=Estudante passa de dois a três anos em cursinho para entrar em medicina, relatam professores |url=http://noticias.r7.com/educacao/noticias/estudante-passa-de-dois-a-tres-anos-em-cursinho-para-entrar-em-medicina-relatam-professores-20130721.html|publicado=[[R7]]|autor=Alexandre Saconi|data=21 de julho de 2013|acessodata=25 de março de 2016}}</ref><ref>{{Citar web|título=Após 3 anos de cursinho, candidata passa em 1º na medicina da Unesp, mas escolhe USP |publicado=[[UOL]] Vestibular|url=http://vestibular.uol.com.br/noticias/redacao/2013/02/07/apos-3-anos-de-cursinho-candidata-passa-em-1-na-medicina-da-unesp-mas-escolhe-usp.htm|acessodata=25 de março de 2016|data=7 de fevereiro de 2013 |autor=William Maia}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Após 5 anos em cursinhos, jovem passa em três públicas de medicina|url=http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/02/apos-5-anos-em-cursinhos-jovem-passa-em-tres-publicas-de-medicina.html|publicado=[[G1]]|data=3 de fevereiro de 2015 |autor=Da redação|acessodata=25 de março de 2016}}</ref>
 
A maioria das melhores escolas de ensino médio e escolas preparatórias no Brasil são particulares e muito caras<ref>{{Citar web|título=Enem 2014 por Escola: 20 colégios com melhores médias de SP são particulares |url=http://educacao.uol.com.br/noticias/2015/08/05/enem-2014-por-escola-20-colegios-com-melhores-medias-de-sp-sao-particulares.htm|publicado=[[UOL]] Educação|acessodata=25 de março de 2016|data=5 de agosto de 2015 |autor=Da redação}}</ref> e representam a maioria das admissões em universidades públicas brasileiras, levando a um aumento da [[Desigualdade econômica|desigualdade]] no país.<ref>{{Citar web|titulo=Diferenças regionais aumentam desigualdade na educação|url=http://blog.qedu.org.br/blog/2015/08/27/diferencas-regionais-tambem-aumentam-desigualdade-na-educacao-diz-pesquisa/|website=Blog QEdu|data=27 de agosto de 2015 |autor=Kleiton Reis|acessodata=25 de março de 2016}}</ref> Para corrigir isso, a Unicamp introduziu em 2004, o Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS), que permite que provenientes do ensino médio em escolas públicas recebam um bônus de pontuação no vestibular. Apesar de não focar em fatores raciais e étnicos, ao longo dos anos, o PAAIS aumentou o número de admissão de minorias de escolas públicas, como negros e [[Povos indígenas do Brasil|nativos brasileiros]], historicamente, os grupos sociais e econômicos mais fragilizados no Brasil.<ref>{{Citar web|publicado=Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest)|url=https://www.comvest.unicamp.br/paais/paais.html|titulo=Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS)|data=2016|acessodata=26 de janeiro de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160622065907/http://www.comvest.unicamp.br/paais/paais.html|arquivodata=2016-06-22|urlmorta=yes}}</ref> Com este programa, cerca de 30% das admissões passaram a ser provenientes de escolas públicas e a participação de minorias aumentou de 10% para cerca de 30%.<ref>{{Citar web|titulo=PAAIS - Números|publicado=Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest)|url=https://www.comvest.unicamp.br/paais/numeros.html|acessodata=25 de março de 2016|data=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160714020921/http://www.comvest.unicamp.br/paais/numeros.html|arquivodata=2016-07-14|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Número de estudantes de escola pública na Unicamp cresce 20% |autor=Lucas Sampaio|url=http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/03/1425472-numero-de-estudantes-de-escola-publica-na-unicamp-cresce-20.shtml|publicado=[[Folha de S.Paulo]]|data=14 de março de 2014|acessodata=3 de fevereiro de 2016}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Unicamp prevê inclusão maior para o vestibular 2016 e avalia vagas no Sisu|url=http://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2015/08/unicamp-preve-inclusao-maior-para-o-vestibular-2016-e-avalia-vagas-no-sisu.html|publicado=[[G1]]|data=4 de agosto de 2015|autor=Da redação|acessodata=25 de março de 2016}}</ref>
 
Além do PAAIS, a UNICAMP adotou em 2011 um plano piloto para a inclusão de alunos de escolas públicas de Campinas na universidade, o Programa de Formação Interdisciplinar Superior - ProFIS. O ProFIS garante que no mínimo um e no máximo dois alunos de cada escola pública de Campinas ingresse na UNICAMP, onde fazem um curso sequencial superior de formação geral. Ao total são 120 alunos que ingressam no ProFIS. Esse curso tem duração de dois anos, podendo ser concluído em até 3 anos. Após a conclusão a UNICAMP garante a cada aluno uma vaga em um de seus cursos de graduação, entretanto a escolha do curso ocorre de acordo com o desempenho do aluno durante o ProFIS.<ref>{{Citar web|url=https://profis.prg.unicamp.br/index.php|titulo=ProFIS|acessodata=2018-01-30|obra=profis.prg.unicamp.br|lingua=pt-br}}</ref> No ano de [[2018]], a universidade deu origem ao seu primeiro vestibular indígena voltado para pessoas indígenas.<ref>{{Citar web|titulo=Com restrições, Unicamp homologa 100% das inscrições para vestibular indígena|url=https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2018/10/10/com-restricoes-unicamp-homologa-100-das-inscricoes-para-o-vestibular-indigena.ghtml|obra=G1|acessodata=2020-02-12|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Unicamp anuncia cotas para negros, pardos e vestibular indígena|url=https://capricho.abril.com.br/vida-real/unicamp-anuncia-cotas-para-negros-pardos-e-vestibular-indigena/|obra=Capricho|acessodata=2020-02-12|lingua=pt-BR}}</ref> O vestibular possui características diferentes do vestibular tradicional, possuindo cinquenta questões e fase única.<ref>{{Citar web|titulo=Unicamp divulga edital do seu Vestibular Indígena 2019|url=https://vestibular.mundoeducacao.bol.uol.com.br/noticias/unicamp-divulga-edital-seu-vestibular-indigena-2019/337166.html|obra=Super Vestibular|acessodata=2020-02-12|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Unicamp aplica vestibular indígena 2020 para 1,6 mil candidatos neste domingo|url=https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2019/12/01/unicamp-aplica-vestibular-indigena-2020-para-16-mil-candidatos-neste-domingo.ghtml|obra=G1|acessodata=2020-02-12|lingua=pt-br}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Unicamp libera gabarito oficial do primeiro vestibular indígena; confira as respostas|url=https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2018/12/06/unicamp-libera-gabarito-oficial-do-primeiro-vestibular-indigena-confira-as-respostas.ghtml|obra=G1|acessodata=2020-02-12|lingua=pt-br}}</ref>
 
=== Cursos de pós-graduação ===
Ao contrário das admissões de graduação, não existe um processo único de admissão para estudantes de pós-graduação. Cada instituição dentro da Unicamp tem seu próprio conjunto de procedimentos, que geralmente incluem um exame de admissão, que pode ser específico da Unicamp ou um exame padrão aplicado em todo o país, como [https://web.archive.org/web/20140106025435/http://www.anpec.org.br/exame.htm ANPEC] para a economia e [http://www.sbc.org.br/educacao/poscomp PosComp] para [[ciência da computação]]. Além do exame, o processo geralmente inclui uma análise de história acadêmica, entrevistas e, em muitos casos, requer a apresentação de um projeto de pesquisa a ser realizado durante a pós-graduação.<ref name="unicamp.br"/><ref>{{Citar web|titulo=Sobre o Processo Seletivo |publicado=Instituto de Computação (IC) da Unicamp|url=http://www.ic.unicamp.br/node/244|data=2016|acessodata=25 de março de 2016}}</ref>
 
== Vida estudantil ==
[[Ficheiro:Rádio_Muda_UNICAMP_2015.jpg|miniaturadaimagem|A torre de água central, a sede da rádio estudantil "[[Rádio Muda]]"]]
 
=== Moradias ===
Como em outras universidades, a Unicamp não oferece moradias estudantis em larga escala e a maioria dos estudantes vivem perto do campus ou em Campinas. Uma tradição do Brasil, herdada de universidades portuguesas, são as [[repúblicas estudantis]], onde vários estudantes alugam grandes casas ou apartamentos e vivem juntos.<ref>{{Citar web|titulo=Como funciona uma república de estudantes|url=http://www.jovembrasil.com.br/como-funciona-uma-republica-de-estudantes/|publicado=Jovem Brasil|data=2014|acessodata=25 de março de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160205065826/http://www.jovembrasil.com.br/como-funciona-uma-republica-de-estudantes/|arquivodata=2016-02-05|urlmorta=yes}}</ref> Como o campus é relativamente distante do centro de Campinas e há um grande número de alunos provenientes de outras cidades, as repúblicas desempenham um papel fundamental na vida do aluno, servindo como centros de vida social, locais para festas e também áreas de estudo e trabalho.<ref>{{Citar web|titulo=Student Life |publicado=International Office - Unicamp|url=http://www.internationaloffice.unicamp.br/english/international-students/student-life/|acessodata=25 de março de 2016|data=2016}}</ref> Enquanto algumas repúblicas existem há décadas e, por vezes, mudam de uma casa para outra, a maioria é formada por alunos da mesma classe ou de cursos e duram por alguns anos.<ref>{{Citar web|título=Pronto para morar em uma república?|publicado=[[UOL]] - Super Vestibular|url=http://vestibular.mundoeducacao.bol.uol.com.br/dicas/pronto-para-morar-uma-republica.htm|acessodata=25 de março de 2016|autor=Érica Caetano|data=2016}}</ref>
 
Além das repúblicas, [[quitinete]]s são muito comuns em torno da universidade. Embora mais caras do que as casas partilhadas, elas proporcionam mais privacidade e contratos mais flexíveis, bem como são mobiliadas.<ref>{{Citar web|título=Os 3 tipos de especulação imobiliária em Barão Geraldo|publicado=Barão em Foco |data=junho de 2007|url=http://www.baraoemfoco.com.br/barao/barao/cidadeuniver/especulacao_imobiliaria.htm|acessodata=25 de março de 2016|autor=Adalberto Moro}}</ref>
 
==== Moradias estudantis ====
A Unicamp oferece uma quantidade limitada de alojamentos gratuitos para estudantes de baixa renda no complexo da Residência Estudantil. Construído em 1992, está localizado perto do centro de Barão Geraldo, a cerca de quatro quilômetros da Unicamp e é servido por um transporte que leva os alunos para o campus gratuitamente.<ref>{{Citar web|publicado=Vitruvius |titulo=Residência estudantil da Unicamp|url=http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/13.154/4895|acessodata=25 de março de 2016|data=2016}}</ref> O complexo tem 226 casas de 60 metros quadrados com uma capacidade de quatro alunos por casa, e 27 quitinetes de 46 metros quadrados. Há um total de 904 vagas em casas e 54 adultos nas quitinetes. Os critérios de atribuição é a renda, sendo que os estudantes mais pobres recebem prioridade.<ref>{{Citar web|titulo=Arquiteto Joan Villa aponta tendência da cerâmica |publicado=[[Casa Claudia]]|data=16 de janeiro de 2012 |autor=Da redação|url=http://casa.abril.com.br/materia/nova-onda-da-ceramica||acessodata=25 de março de 2016}}</ref>
 
A Residência Estudantil apoia vários projetos culturais desenvolvidos por voluntários, trabalhadores e estudantes que são abertos à participação das comunidades interna e externa. Eles incentivam a formação interdisciplinar e a integração entre os residentes, alunos e a comunidade externa. A diversidade de raças e culturas, trazidas por colegas de outros estados e países é uma vantagem para os moradores que moram na moradia, pois facilita o exercício pleno da cidadania, através da prática dos seus direitos e deveres dentro da comunidade.<ref>{{Citar web|url=https://www.comvest.unicamp.br/sobre_unicamp/moradia.html|titulo=Moradia|acessodata=25 de março de 2016|data=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100217190741/http://www.comvest.unicamp.br/sobre_unicamp/moradia.html|arquivodata=2010-02-17|urlmorta=yes}}</ref>
 
=== Restaurantes universitários ===
[[Ficheiro:Entrance_to_the_Restaurant,_UNICAMP,_2015.jpg|miniaturadaimagem|Entrada principal do restaurante universitário]]
Existem vários restaurantes operados e subsidiados pela universidade. Comumente chamados de ''bandejão'', devido à bandejas de metal usadas para servir os alunos, os restaurantes oferecem até três refeições por dia (café da manhã, almoço e jantar). O valor das refeições para os estudantes é de dois reais para o café da manhã e três reais para almoço e jantar, preços recentemente atualizados,<ref>{{Citar web|url=https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2017/12/12/consu-aprova-orcamento-para-2018-e-reajuste-do-bandejao|titulo=Consu aprova orçamento para 2018 e reajuste do bandejão {{!}} Unicamp|acessodata=2018-02-27|obra=www.unicamp.br|lingua=pt-br}}</ref> após mais de uma década sem reajuste. Funcionários e visitantes pagam valores maiores e devem, caso a caso, informar-se a respeito do custo. O principal ''bandejão'' está localizado perto do centro do campus e recebe estudantes de diferentes áreas da universidade, sendo que funciona como o coração social informal da universidade, onde eventos, festas e campanhas políticas são anunciados para os alunos.<ref name=":7">{{Citar web|titulo=Alimentação|publicado=Unicamp|url=http://www.unicamp.br/unicamp/servicos/infra-estrutura/alimentacao|acessodata=25 de março de 2016|data=2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20160320102254/http://www.unicamp.br/unicamp/servicos/infra-estrutura/alimentacao|arquivodata=2016-03-20|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=Cardápio dos restaurantes |publicado= Prefeitura da Unicamp – Cidade Universitaria "Zeferino Vaz" |url=http://www.prefeitura.unicamp.br/servicos/divisao-de-alimentacao/cardapio-dos-restaurantes|acessodata=25 de março de 2016|data=2016}}</ref>
 
Os restaurantes da universidade muitas vezes contam com nutricionistas e engenheiros de alimentos que estudam na universidade e oferecem um cardápio balanceado que satisfaz as necessidades nutricionais da população universitária, atendendo a mais de 10 mil refeições por dia no campus principal. O menu consiste, normalmente, de arroz e de feijão, típico prato brasileiro, um tipo de carne (frango, carne, salsicha, carne de porco, etc.), [[Proteína texturizada de soja|texturizado de proteína de soja]] para os vegetarianos, salada, suco e sobremesa.<ref>{{Citar web|titulo=Valor da refeição |publicado= Prefeitura da Unicamp – Cidade Universitaria "Zeferino Vaz" |url=http://www.prefeitura.unicamp.br/servicos/divisao-de-alimentacao/valor-da-refeicao|acessodata=25 de março de 2016|data=2016}}</ref>
 
Há três restaurantes no campus principal, com dois outros restaurantes localizados nos campi de Limeira e Piracicaba. Além dos restaurantes subsidiados, há várias pequenos restaurantes e lanchonetes por todo o campus e em Barão Geraldo, muitas vezes, apenas a uma curta distância a pé do campus.<ref name=":7"/>
 
=== Esportes ===
[[Ficheiro:Ginásio_Unicamp.jpg|miniaturadaimagem|Arena de esportes e centro de convenções]]
Não há programas esportivos patrocinados pela Unicamp, sendo que competições esportivas, quer internas ou jogadas com outras universidades, são inteiramente organizadas pelos alunos. A ''Liga das Atléticas da Unicamp'', uma ampla liga universitária das diferentes associações atléticas, é responsável pela organização interna de eventos esportivos, como os Jogos Olímpicos da Unicamp.<ref>{{Citar web|título=Olimpíadas Unicamp|url=http://agenciaglobalesportes.com.br/index.php/jogos-universitarios/eventos-realizados/olimiadas-unicamp|publicado=Global Esportes|data=2013|acessodata=25 de março de 2016}}</ref>
 
Além de competições internas, existem jogos externos entre várias universidades, com foco em diferentes áreas de estudo: na ''Intermed'', estudantes de medicina de diferentes universidades competem uns contra os outros, enquanto que nas ''Engenharíadas,'' estudantes de engenharia se reúnem para a prática de esportes. Os jogos são realizados na cidade de uma das universidades participantes durante um final de semana e os alunos ficam alojados em escolas públicas, fazendas e hotéis.<ref>{{Citar web|publicado=Revista UNESPORTE|editor=Editora Porto das Letras|data=2016|titulo=O mapa das competições e das organizações|url=http://www.unesporte.com.br/edicoes/edicao02/jogos-mapa.html|acessodata=25 de março de 2016|arquivourl=https://web.archive.org/web/20100328160347/http://www.unesporte.com.br/edicoes/edicao02/jogos-mapa.html|arquivodata=2010-03-28|urlmorta=yes}}</ref>
 
A universidade tem um centro esportivo com quadras de [[basquete]], [[vôlei]], um campo de [[futebol]], um campo de [[atletismo]] com pistas de [[corrida]], uma [[piscina olímpica]] e um ginásio coberto com um [[centro de convenções]] anexo.<ref>{{Citar web|url=http://www.cdc.preac.unicamp.br/?page_id=19|publicado= Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC) |titulo= Ginásio Multidisciplinar|acessodata=17 de maio de 2016|data=2016}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.cdc.preac.unicamp.br/?page_id=21|publicado=Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural (CDC) |titulo=Centro de Convenções|acessodata=25 de março de 2016|data=2016}}</ref>
 
== Na cultura popular ==
 
=== Incidente de Varginha ===
A Unicamp é considerada por [[ufólogo]]s como a "[[Área 51]] do Brasil", porque o governo supostamente manteria uma área subterrânea secreta, que teria o nome de "Pavilhão 18" e estaria localizada embaixo do Instituto de Química. Em 1996, houve relatos do avistamento de um [[Vida extraterrestre|extraterrestre]] no município de [[Varginha]], [[Minas Gerais]], episódio comumente chamado de [[Incidente de Varginha]]. Na época, houve relatos de uma suposta intervenção do [[Exército Brasileiro]] na região, que teria levado o corpo de um ser extraterrestre para a universidade.<ref>{{Citar web|titulo=ET de Varginha: caso completa 20 anos com mistérios e incertezas|url=http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2016/01/et-de-varginha-caso-completa-20-anos-com-misterios-e-incertezas.html|autor=Samantha Silva e Régis Melo |data=20 de janeiro de 2016|publicado=[[G1]]|acessodata=25 de março de 2016}}</ref> Em nota oficial sobre o tema, a Unicamp afirmou que "interpreta o assunto como um mito que prosperou no imaginário popular e nega qualquer afirmação ou insinuação a esse respeito".<ref>{{citar web |url=http://noticias.uol.com.br/tabloide/ultimas-noticias/tabloideanas/2014/02/19/centro-de-estudos-de-ets-na-unicamp-seria-subterraneo-e-abrigaria-o-et-de-varginha.htm |título=Centro de estudos de ETs na Unicamp abrigaria o ET de Varginha |publicado=[[UOL]] |autor=Eduardo Schiavoni |data=19 de fevereiro de 2014 |acessodata=15 de julho de 2015}}</ref>
 
== Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos Unicamp – Instituto Vladimir Herzog ==
Em dezembro de 2020, a Unicamp anunciou o 1º Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos Unicamp – [[Instituto Vladimir Herzog]]. Na sua primeira edição, o prêmio será destinado para as pesquisas acadêmicas de graduação (Iniciação Científica ou Monografia de Conclusão de Curso) e de pós-graduação ''[[stricto sensu]]'' das universidades públicas do Estado de São Paulo (Unicamp, [[USP]] e [[Unesp]]), que mostrem "efetiva contribuição para a proteção e
defesa do direito à vida, dignidade humana e justiça social e sejam exemplo de defesa da liberdade e responsabilidade científica para a melhoria da humanidade."<ref>{{citar web|url=https://vladimirherzog.org/estao-abertas-as-inscricoes-para-o-1o-premio-de-reconhecimento-academico-em-direitos-humanos-unicamp-instituto-vladimir-herzog/|título=Estão abertas as inscrições para o 1º Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos Unicamp – Instituto Vladimir Herzog|acessodata=2021-01-20|autor=|data=2020-12-18|obra=Vladimir Herzog|publicado=|arquivodata=|arquivourl=|urlmorta=no}}</ref>
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* Ciências exatas e tecnologia;
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== Bibliografia ==
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* {{Citar tese |sobrenome=Arruda |nome=Cármen Lúcia Rodrigues |data=2012 |titulo=Arte, trabalho e profissão docente: contradições nas relações de trabalho dos artistas na universidade pública |tipo=Tese de Doutorado, Ciências Sociais|capitulo= |editora=Unicamp |expediente= |oclc= |url=http://unicamp.sibi.usp.br/handle/SBURI/34330 |acessodata=16 de julho de 2016|ref=arruda2012}}
* {{Citar tese |sobrenome= Meneghel |nome=Stela Maria |data=1994 |titulo=Zeferino Vaz e a Unicamp: uma trajetória e um Modelo de Universidade |tipo=Dissertação de Mestrado, Educação|capitulo= |editora= Unicamp|expediente= |oclc= |url=http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000084485 |acessodata=16 de julho de 2016|ref=meneghel1994}}
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== Ligações externas ==
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* [http://www.prefeitura.unicamp.br Prefeitura da Cidade Universitária "Zeferino Vaz" da Unicamp]
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Edição atual tal como às 19h40min de 27 de julho de 2022

Universidade Estadual
de Campinas
Arquivo:UNICAMP logo.svg
Unicamp
Fundação 28 de dezembro de 1962 (61 anos)
(em lei)
5 de outubro de 1966 (58 anos)
(efetivamente)
Tipo de instituição Pública Estadual
Mantenedora SDECTI
Localização Campinas, São Paulo, Brasil (reitoria)
Funcionários técnico-administrativos 7 135 [1]
Reitor(a) Antônio José de Almeida Meirelles
Vice-reitor(a) Maria Luiza Moretti
Docentes 2 019 [1]
Total de estudantes 39 670 [1]
Graduação 20 085 [1]
Pós-graduação 17 585 [1]
Campi Predefinição:Collapsible list
Localização Predefinição:Mapframe/Wikidata
Cores Predefinição:Color box Preto
Predefinição:Color box Branco
Predefinição:Color box Vermelho
Afiliações ABRUEM, CRUB, RENEX e Faubai
Orçamento anual 3 339 692 697 (2020)[1]
Página oficial www.unicamp.br

Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é uma universidade pública do estado de São Paulo, Brasil, considerada uma das melhores universidades do país e da América Latina.[2][3] É uma das quatro universidades mantidas pelo governo paulista, ao lado da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp).

Fundada em 1962, a Unicamp foi projetada do zero como um sistema integrado de centros de pesquisa, ao contrário de outras universidades brasileiras, geralmente criadas pela consolidação das escolas e institutos anteriormente existentes.[4][5] Seu foco em pesquisa reflete que quase metade de seus estudantes são alunos de pós-graduação,[6] a maior proporção entre todas as grandes universidades no Brasil. Ela também se destaca no grande número de cursos de pós-graduação oferecidos (153, comparados aos 70 cursos de graduação),[7] além de oferecer vários cursos para cerca de 8 mil estudantes por meio de sua escola de extensão.[8]

Seu principal campus ocupa 3,5 quilômetros quadrados e está localizado no distrito de Barão Geraldo, uma área suburbana a 12 km do centro de Campinas, construída logo após a criação da universidade. A instituição também tem campi satélites nos municípios de Limeira, Piracicaba e Paulínia, além de gerir duas escolas secundárias técnicas, localizadas em Campinas e Limeira.[9] Seu financiamento é quase inteiramente oriundo do governo do estado. Como outras universidades públicas brasileiras, a Unicamp também não cobra mensalidades ou taxas de administração para seus cursos de graduação e pós-graduação.[10]

A Unicamp é responsável por cerca de 15% da produção científica brasileira.[11][12] Ela também produz mais patentes do que qualquer outra organização de pesquisa brasileira, atrás somente da estatal Petrobras.[13][14] Vários rankings universitários internacionais classificam a Unicamp como uma das melhores universidades do mundo. Em 2015, o QS a classificou como a 195ª melhor universidade do mundo, além da 11ª melhor universidade com menos de 50 anos de existência do planeta[15] e como a 24ª melhor instituição universitária dos BRICS e de outros países em desenvolvimento.[16][17] Em 2015, a Unicamp foi a universidade com maior número de cursos bem avaliados do país pelo Ministério da Educação.[18] Em julho de 2017, a Unicamp ultrapassou pela primeira vez a USP, tornando-se a melhor universidade da América Latina, conforme classificação da revista britânica Times Higher Education (THE).[19] Em 2019, a Unicamp gerou impacto de R$13,8 bilhões na região de campinas, contabilizando empregos diretos e indiretos, além do impacto econômico das suas empresas-filhas.[20]

História

Década de 1960: Fundação

A Maternidade de Campinas, onde a Faculdade de Ciências Médicas era originalmente localizada

No início da década de 1960, o governo de São Paulo queria abrir um novo centro de pesquisa no interior do estado para promover o desenvolvimento e a industrialização da região e pediu a Zeferino Vaz, fundador da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, que organizasse a nova instituição. Em paralelo, uma escola de medicina estava sendo planejada em Campinas, uma demanda da população local que datava do início dos anos 1940. A Faculdade de Medicina de Campinas foi criada pela lei em 1959, mas a sua real implementação nunca ocorreu.[21][22][9]

A nova universidade foi criada por lei em 28 de dezembro de 1962, mas começou a funcionar efetivamente em 1966. Antes disso, apenas a Faculdade de Medicina funcionava. Em abril de 1963, o primeiro vestibular aconteceu, com 1.592 candidatos a concorrer por 50 vagas do curso de medicina. A primeira palestra na então recém-criada Universidade Estadual de Campinas aconteceu no dia 20 de maio do mesmo ano. Em 1965, a comissão organizadora da nova universidade começou a procurar um local para um novo campus.[21][22]

Uma grande área que compreendia 110 hectares foi doada pela família Almeida Prado, localizada em um vale no distrito de Barão Geraldo, na cidade de Campinas, perto da interseção de várias rodovias. Até então, Barão Geraldo era um pequeno vilarejo rodeado por campos agrícolas, em particular de plantações de cana-de-açúcar.[22] O desenvolvimento da universidade conduziu a uma mudança dramática no distrito, que resultou em bairros completamente novos, sendo zoneados, planejados e construídos geralmente pela mesma família, a Almeida Prado.[23]

Praça da Paz na Unicamp

O trabalho no novo campus começou no dia 5 de outubro de 1966 e o primeiro edifício concluído foi o Instituto de Biologia,[9] seguido por edifícios administrativos. No mesmo ano, Zeferino Vaz foi nomeado reitor. Em paralelo ao novo campus, novas unidades foram abertas em outros municípios, absorvendo as faculdades locais. A Faculdade de Odontologia de Piracicaba foi absorvida em 1967 e, em 1969, a Faculdade de Engenharia de Limeira.[23][22][24]

1970-1990: Crescimento e crise

Nas duas décadas seguintes, a nova universidade expandiu-se rapidamente. O campus cresceu para 19 institutos e faculdades e, depois que Zeferino Vaz faleceu em 1981, foi nomeado em homenagem a ele.[25][24] Com a construção do campus concluída, a Faculdade de Ciências Médicas (antiga Faculdade de Medicina de Campinas) foi movida para o novo campus, e o seu hospital de ensino, o Hospital de Clínicas, tornou-se o maior hospital público da região, com mais de 300 mil consultas anuais.[26]

Expansão no campus continuou, com novos edifícios, institutos e expansões sendo adicionados quase todos os anos. Mas até o final da década de 1970, a universidade enfrentou uma crise. Durante sua rápida expansão, ela invocou uma série de estatutos,[4] a maioria emprestados da Universidade de São Paulo, e não tinha regulamentos internos formais. Com o envelhecimento Zeferino Vaz, que enquanto não era o reitor atuava como uma força moderadora entre as partes com interesses conflitantes, em especial entre os da comunidade acadêmica de esquerda e os nomeados pelo conservadora ditadura militar que governava o país.[23][4][27][24]

Depois da morte de Zeferino, em 1981, houve um conflito entre o Coordenador Geral da universidade, indicado e apoiado pelo governo, e o Conselho Diretivo, composto por diretores de diferentes institutos.[4][22] O reitor introduziu novas regras de redução do poder do Coordenador Geral. Como retaliação, o governo estadual removeu seis membros do Conselho Diretivo, substituindo-os por pessoas de Conselho de Educação Estadual que eram leais ao então governador, Paulo Maluf.[27][24]

O campus por volta de 1990, olhando a sudeste da praça central

As tensões entre a comunidade acadêmica e os conselheiros nomeados pelo governo aumentaram, com o futuro Ministro da Educação, Paulo Renato Costa Souza, presidente da Faculdade de Associação, classificando o episódio como uma "intervenção branca". Depois da expulsão de várias líderes de institutos e membros da administração, os trabalhadores administrativos entraram em greve, com o apoio de alunos e professores. Com as atividades na universidade suspensas pela greve, o governador declarou uma intervenção formal na universidade em outubro de 1981.[27][24]

Apesar da polícia ter apoiado a intervenção, a universidade continuou em greve. Os diretores nomeados dos institutos não conseguiram quebrar o impasse entre as forças internas e externas e, pelo início de 1982, discussões tiveram início para uma nova lista de candidatos à reitoria. Eventualmente, José Aristodemo Pinotti, ex-decano da faculdade de Ciências Médicas e geralmente considerado um moderado, foi selecionado pela comunidade acadêmica e aceito pelo governador. Na semana seguinte, no dia 19 de abril de 1982, a intervenção foi cancelada e atividades acadêmicas retomadas normalmente.[27][24]

Após a crise, a Unicamp viu um período de renovação e reestruturação. Em 1983, o regimento interno foi reescrito, o que garantiu a autonomia da comunidade acadêmica, sendo que uma nova estrutura de gestão para o campus foi implementada. Em 1986, o recém-criado Conselho Universitário substitui Conselho Diretivo anterior como órgão supremo da universidade.[4] Os últimos anos da década de 1980 viram uma reformulação do vestibular, a expansão dos laboratórios e a realização das primeiras unidades de moradia estudantil.[23][24]

De 1990 em diante

A entrada datacenter do Grupo Santander, localizado próximo à Unicamp

Com uma nova estrutura administrativa capaz de suportar o crescimento contínuo e com a sua autonomia assegurada, a Unicamp passou por um período de consolidação na década de 1990. Houve um aumento de cursos noturnos, criados para fornecer uma alternativa para os estudantes de baixa renda que tinham que trabalhar durante o dia, além de um aumento da utilização de salas de aula e da infraestrutura existente, chegando a um terço do total de vagas disponíveis.[23]

O período também viu uma expansão da indústria de tecnologia na região, centrado em torno da Unicamp, com Motorola, IBM, Solectron, Lucent Technologies e muitas outras empresas a criar laboratórios de pesquisa e centros de produção na região, motivadas pelo grande número de profissionais altamente qualificados que se formavam a cada ano, culminando com a abertura do Instituto de Computação, em 1996.[5][28]

Na década de 2000, a Unicamp consolidou-se como um dos principais centros de pesquisa e ensino na América Latina , mas também trouxe novos desafios: assim como outras universidades públicas no Brasil, os altos gastos com os funcionários (mais de 90% do orçamento total) restringem o investimento e a expansão da universidade. Isso é ainda mais agravado pela depressão econômica que o Brasil está enfrentando desde 2014, a maior da história do país.[29][30]

Campus

O emblemático campus principal da Universidade Estadual de Campinas está localizado no distrito de Barão Geraldo, a 12 km do centro de Campinas. Ele ocupa atualmente uma área de 350 hectares situada em um vale rodeado por suaves colinas e é delimitado a oeste pela zona urbana de Barão Geraldo, a sul e a leste por terras de cultivo e ao norte por um lago e um novo parque industrial construído nos anos 2000.[31][9]

Design

O campus tem um design único, com a biblioteca principal, edifícios de estudantes, de serviços e um restaurante no centro da praça circular, e a maioria dos prédios acadêmicos localizados em blocos que emanam do centro radial.[9][31][32] As diferentes áreas de estudo são agrupadas em seções maiores, mas vizinhas de outras áreas com as quais compartilham similaridades: O edifício da filosofia marca a fronteira entre as ciências humanas, matemática e economia, enquanto que a Escola de Engenharia de Alimentos é limitada pelos edifícios de engenharia química e de biologia. O arquiteto responsável pelo projeto do campus foi João Carlos Bross.[22][33][34]

Ruas com nomes de importantes contribuintes para cada campo, incluindo as ruas Elis Regina e Carlos Gomes e a avenida Alan Turing, entre outras.[35][36]

História

Ipês do campus de Barão Geraldo, durante a primavera

A área ocupada pelo campus era em grande parte ocupada pela fazenda Rio das Pedras, de propriedade da proeminente família Almeida Prado. Para configurar um novo campus, Zeferino Vaz foi à procura de uma grande área plana na periferia da cidade, onde ele teria a liberdade para projetar o campus e seu entorno a partir do zero.[9] Interessada em desenvolver a área da fazenda em torno de Barão Geraldo, a família então doou uma área inicial de 110 hectares para a universidade. O restante do terreno foi eventualmente identificado e desenvolvido em vários bairros, mas a principal fazenda histórica e seu entorno permanecem, agora protegidos como patrimônio e uma reserva natural.[37][9]

Ciclo Básico, o conjunto de salas de aula partilhado por várias faculdades

Com o terreno protegido, o campus foi então projetado de forma a garantir o máximo de colaboração entre as diferentes ciências, com edifícios postos ao longo de ruas radiais proveniente de uma praça central, que também recebeu a edifícios administrativos. O layout do campus foi depois utilizado no design do logotipo da universidade, criado por Max Schiefer,[34] que é essencialmente um mapa simplificado do círculo central do campus. Esta estrutura é semelhante ao campus da Universidade da Califórnia em Irvine, nos Estados Unidos, construído na mesma época.[38]

Em 1966, a construção do novo campus foi iniciada. Na época, o próprio presidente da república, General Castello Branco, lançou a pedra fundamental do Instituto de Biologia. A inauguração se deu em 1968, tendo as aulas iniciado no ano seguinte.[31][39] Em 1971, a área do campus foi expandida para 130 hectares, mais do que dobrando seu tamanho, para acomodar a mudança da Faculdade de Ciências Médicas, que até então estava localizada em vários edifícios na cidade de Campinas. Esta expansão contou com a construção de um enorme hospital público, o Hospital das Clínicas (HC), que começou a servir a população em 1979.[40][41]

Apesar da construção inicial ter sido considerada completa em 1978, o campus tem crescido através da contínua adição de novos edifícios e institutos. Em 2014, depois de anos de negociação, a universidade decidiu comprar a Fazenda Argentina, localizada no lado leste do campus, aumentando a área total em 60%, para 350 hectares. Esta aquisição permitirá a expansão das áreas de ciências médicas e atletismo, bem como novos laboratórios.[41]

Centro médico

O campus principal da Unicamp abriga a faculdade de hospital universitário das ciências médicas, o Hospital das Clínicas. A construção iniciou-se em 1975 e o hospital abriu suas primeiras clínicas e alas de internamento de doentes em 1979, mas só ficou totalmente operacional em 1985, quando a faculdade de Ciências Médicas foi transferida da maternidade de Campinas para o novo campus.[42]

O hospital conta com quase mil leitos e serve de meio milhão de pessoas todos os anos através do serviço público de saúde brasileiro, o SUS, realizando, em média, 40 cirurgias e 13 nascimentos todos os dias.[43] Em 2000, o hospital foi alterado a partir de um centro de atendimento primário e secundário para um centro terciário de recepção de casos complexos a partir de outros hospitais e clínicas na região, mas cerca de 60% dos pacientes no hospital ainda são os casos que podem ser tratados pelos centros de saúde locais.[44]

O hospital emprega diretamente de 3,1 mil pessoas e também serve como um centro de prática para a faculdade e de treinamento e residência para os estudantes de medicina, enfermagem e terapia da fala.[42]

Laboratório de Luz Síncrotron

Apesar de não fazer parte da Unicamp, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) é uma instituição de pesquisa focada em física, biologia estrutural e nanotecnologia que mantém laços estreitos com a universidade e é operada como parte do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). O laboratório foi concebido em 1983 e começou a operar em 1997, localizado ao lado do principal campus. O LNLS tem o único acelerador de partículas da América Latina, um síncrotron, usado como uma fonte de luz síncrotron projetado e construído no Brasil para vários estudos físicos, químicos, geológicos e biológicos.[45]

Limeira

Campus da Faculdade de Ciências Aplicadas, em Limeira

A presença da Unicamp em Limeira, município a cerca de 50 km de Campinas, data do final da década de 1960, quando a jovem universidade absorveu a Faculdade de Engenharia de Limeira, que se tornou a Faculdade de Engenharia Civil. Apesar da faculdade ter sido finalmente transferida para o campus de Campinas em 1989, foram lançados novos cursos da universidade em Limeira com a criação da CESET e, posteriormente, a Faculdade de Tecnologia de Unicamp, localizada perto do centro da cidade, abrangendo os cursos de engenharia ambiental, engenharia de telecomunicações, engenharia de transportes, sistemas de informação, tecnologia em análise e desenvolvimento de sistemas e tecnologia em saneamento ambiental[46][47]

Entrada principal da FCA, Unicamp

Em 2008, a Unicamp decidiu estabelecer um novo campus e criou a Faculdade de Ciências Aplicadas em Limeira, oferecendo atualmente os cursos de engenharia de manufatura, engenharia de produção, nutrição e ciências do esporte de forma integral, e os cursos de administração e administração pública no período noturno. Com o campus, foram adicionados novos cursos de graduação, com capacidade para 480 alunos por ano.[48]

Piracicaba

Em 1967, a Unicamp absorveu a Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), fundada em 1955 e localizada a 50 quilômetros a noroeste do campus principal, em Campinas. Com mais de mil alunos, a faculdade era inicialmente localizada em um edifício histórico perto do centro da cidade e na década de 1970 um novo campus foi construído, ocupando uma área de 60 hectares na periferia da cidade, a uma curta distância da Escola Superior de Agricultura (ESALQ) da USP.[49][50]

Paulínia

Na cidade vizinha de Paulínia, a universidade opera um centro de pesquisa multidisciplinar focado em biociências, adquirido em 1986 da Monsanto e integrado à universidade como CPQBA.[51] Como parte da aquisição, a Unicamp obteve acesso às pesquisa anteriormente exploradas no centro, especialmente sobre ciências agrárias. A investigação é normalmente financiada por entidades externas, tais como empresas e outras universidades.[52]

COTUCA e COTIL

Além dos cursos de educação superior, a Unicamp também é responsável pela execução e financiamento duas escolas secundárias técnicas, o Colégio Técnico de Campinas (COTUCA) e o Colégio Técnico de Limeira (COTIL). O Cotuca está localizado há 50 anos em um edifício histórico perto do centro da cidade, construído em 1918, que também abrigou a Unicamp por um breve período antes do atual campus ter sido construído. Em 2014, ele foi transferido para o campus principal enquanto o antigo prédio passou por reformas.[53][54] Ambas as escolas estão entre as melhores escolas públicas de ensino médio no país e são altamente competitivos, com as admissões feitas através de um exame de seleção aberto para estudantes do ensino secundário.[55][56]

Organização e administração

Administração e Biblioteca do Instituto de Química

De forma semelhante a outras instituições brasileiras, a Unicamp é composta por várias unidades de ensino semi-autônomas, designadas como faculdades e institutos. Cada unidade é dirigida por um diretor da faculdade, o equivalente a um reitor, eleito pelo corpo docente e por representantes dos estudantes.[4]

A administração da universidade está estruturada de forma semelhante a outras universidades públicas do país. O órgão de decisão suprema é o Conselho Universitário (CONSU), composto por todos os diretores, além de vários representantes da comunidade acadêmica, alunos, pessoal administrativo e comunidade externa.[4] O conselho se reúne cerca de quatro a cinco vezes por ano, quando realiza decisões administrativas de alto nível, como a aprovação do orçamento, e tem a palavra final em processos administrativos internos.[57] A administração rotineira é deixada para o reitor e a reitoria.[58]

Escolas, faculdades e institutos

A Unicamp é composta por um total de 24 unidades, das quais 10 são institutos e 14 são faculdades.[59] Como dito acima, a Unicamp também é responsável por duas escolas de ensino médio e técnico, o colégio Técnico de Campinas (COTUCA) e o Colégio Técnico de Limeira (COTIL).[59]

Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa

A universidade é também o lar de 21 centros e núcleos interdisciplinares de pesquisa sobre temas que vão desde a dança e a música (como LUME e CIDDIC) até computação e educação (como NIED).[60] Tais centros e núcleos são vinculados administrativamente à Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (COCEN]).[60]

Reitores

O ex-reitor, José Tadeu Jorge

O reitor é escolhido pelo governador do estado de São Paulo a partir de uma lista de três candidatos eleitos pela comunidade universitária, incluindo estudantes e pessoal administrativo.[4] Tradicionalmente, o governador sempre seleciona o candidato com o maior número de votos, mas mantém o poder para escolher um candidato se assim decidir fazê-lo. O reitor serve para um mandato de quatro anos, antes que uma nova eleição seja realizada, e não pode ser reeleito para um mandato seguinte. Zeferino Vaz foi o primeiro reitor e ocupou o cargo por 12 anos, até a sua aposentadoria compulsória.[58]

  1. Zeferino Vaz (1966-1978)
  2. Plínio Alves de Moraes (1978-1982)
  3. José Aristodemo Pinotti (1982-1986)
  4. Paulo Renato Souza (1986-1990)
  5. Carlos Vogt (1990-1994)
  6. José Martins Filho (1994-1998)
  7. Hermano Medeiros Ferreira de Tavares (1998-2002)
  8. Carlos Henrique de Brito Cruz (2002-2005)
  9. José Tadeu Jorge (2005-2009)
  10. Fernando Ferreira Costa (2009-2013)
  11. José Tadeu Jorge (2013–2017)
  12. Marcelo Knobel (2017-2021)
  13. Antonio José de Almeida Meirelles ("Tom Zé") (2021-presente)

Financiamento

Financiamento anual por fonte
Financiamento em termos reais e folha de pagamento

Assim como outras universidades públicas no Brasil, a Unicamp é quase inteiramente financiada pelo governo, neste caso específico o do estado de São Paulo. O financiamento é dado principalmente a partir de impostos sobre vendas, mas uma pequena percentagem do orçamento total é obtida a partir de doações, pagas por programas de extensão e por empresas patrocinadoras.[61]

O orçamento total proposto para 2016 é de R$ 2,3 bilhões, uma redução de quase 7%, em termos reais, em comparação a 2015. Os custos fixos (salários, juros e serviço da dívida) representam 92,2% do financiamento do governo. E adicionais 4% são gastos em assistência estudantil e 2% em utilitários.[61]

Um problema enfrentado pela Unicamp e outras universidades públicas no Brasil é a elevada dependência de condições econômicas, que afetam diretamente o lucro dos impostos que a financiam, enquanto que a maioria das despesas, folha de pagamento, especialmente, são indexados à inflação. Apesar da situação não ser tão crítica como em universidades semelhantes (na Universidade de São Paulo, folha de pagamento representava mais de 106% do total de fundos disponíveis, em 2014),[62] a Unicamp atualmente enfrenta uma crise de financiamento, que deve diminuir em termos reais, enquanto a folha de pagamento, que demanda 85% do total de financiamento da universidade, deve aumentar de acordo com a inflação.[63][64]

A situação financeira é agravada pela longa tendência de aumento da massa salarial acima da inflação, como resposta às greves anuais lideradas pelo Sindicato dos Trabalhadores da UNICAMP (STU).[65][66]

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), maior agência de fomento à pesquisa do país, é responsável por cerca de 40% dos recursos para a pesquisa captados pela universidade, o que equivaleu a 131 milhões de reais no ano de 2011.[67] Em 2002, Carlos Henrique de Brito Cruz, físico e e ex-reitor da Unicamp, assumiu a presidência da FAPESP.[68]

Academia

Na Unicamp, os estudos acadêmicos são, geralmente, divididos em quatro áreas principais: ciências exatas (que inclui ciências formais e físicas), ciências humanas (aproximadamente equivalente a ciência social, incluindo artes), ciências biológicas (equivalente às ciências da vida) e tecnologias (incluindo a engenharia e estudos técnicos).[69] Esta divisão reflete sobre como a universidade é estruturada de acordo com o projeto do campus.[32]

Cursos de graduação

Sala de aula no campus principal

A Unicamp oferece 70 cursos diferentes de graduação, que cobrem quase todas as diferentes áreas da ciência. Concluir um curso de graduação garante bacharelado ou licenciatura, embora alguns cursos ofereçam ambos os graus. Em linha com o sistema educacional brasileiro, a graduação é necessária para a prática de qualquer profissão, incluindo o direito e a medicina, então os cursos de graduação variam em duração para fornecer todo o treinamento necessário. A maioria dos cursos na Unicamp duram um total de quatro anos, mas os cursos de engenharia normalmente duram cinco anos, enquanto os de medicina duram seis anos.[70]

O ano letivo está alinhado ao ano civil, com aulas que geralmente começam no final de fevereiro e terminam no início de dezembro, início do verão no Brasil.[71] O ano letivo é dividido em dois semestres. Apesar de haver uma sugestão de currículo para cada curso, os alunos são livres para escolher as aulas que querem assistir durante um determinado semestre e a atribuição das aulas é feita na base no rendimento escolar médio, sendo que o aluno melhor classificado tem prioridade na escolha das aulas que preferir.[72]

Uma cerimônia de graduação

Os estudantes são admitidos a um único curso e deverão assistir todas as aulas necessárias para conclui-lo no número de semestres previstos, embora eles podem ter 50% a mais de tempo antes de enfrentar medidas administrativas. Enquanto cada curso normalmente é gerenciado por uma única escola ou instituto (exceções se aplicam, tais como engenharia da computação, co-gerida pelo Instituto de Computação e pela Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação), as aulas são ministradas em diferentes institutos ou faculdades.[70]

As turmas normalmente variam entre 30 e 60 alunos por ano, para cada curso, mas alguns cursos podem ter mais de 100 alunos por ano[73] e são nomeados pelo ano de admissão: a classe de 2015 é composta por todos os alunos ingressantes no ano de 2015, independentemente da duração do curso ou a previsão de formatura. Não há uma cerimônia de formatura unificada, sendo que cada faculdade ou instituto, conduzindo sua própria.[74]

Cursos de pós-graduação

A Unicamp oferece 153 cursos de pós-graduação, com cerca de metade de mestrados, atendendo quase 16 mil alunos,[75] um terço dos que vêm de fora do estado de São Paulo e cerca de 5% de outros países.[76] Assim como a graduação, os estudantes não têm que pagar nenhuma mensalidade.[75] Apesar dos cursos serem geridos pela reitoria, o aluno têm muita liberdade para definir o foco, a duração e o processo de admissão de cada curso de pós-graduação.[75]

Cursos de extensão e de sensibilização da comunidade

Apresentação artística na Unicamp
Parte do complexo esportivo da Faculdade de Educação Física

A Unicamp oferece mais de mil cursos de extensão para a comunidade, com diferentes níveis de requisitos mínimos (grau de ensino, graduação, etc.) e em todas as áreas de estudo, concentrados principalmente na especialização e em cursos de extensão comunitária.[77][78] Os programas são, principalmente, coordenados pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (PREAC), que visa promover ações de extensão e cultura, através da integração com a sociedade, a difusão e a aquisição de conhecimento através da comunidade acadêmica.[79]

Os programas de especialização são oferecidos pela escola de extensão da Unicamp, a Extecamp, ou diretamente pelas faculdades e institutos.[80] Nos últimos 25 anos, mais de 100 mil estudantes foram alcançados e, em 2014, a Unicamp juntou-se Coursera e atualmente oito cursos on-line estão sendo oferecidos, dois deles estão entre os mais populares cursos no Brasil da Coursera.[81][82] A divulgação de ações acontecem de várias maneiras, como eventos, publicações e de produtos e serviços tecnológicos, educacionais, culturais e sociais.[83] O Coordenadoria de Desenvolvimento Cultural abriga vários eventos, normalmente abertos para a comunidade do entorno. Eventos também são realizados no Espaço Cultural Casa do Lago e no Centro Cultural de Inclusão e Integração Social.[84]

A cada ano, a Unicamp também hospeda um dia de portas abertas, o evento Unicamp de Portas Abertas (UPA), em que o campus principal é visitado por mais de 50 mil alunos de ensino médio de todo o país. O evento oferece palestras e discussões sobre o papel da universidade na sociedade, bem como apresentações sobre carreiras profissionais e passeios, onde os alunos visitam várias áreas da universidade e compreendem melhor as diferentes áreas de estudo.[85]

Faculdade

A Unicamp emprega cerca de 1,8 mil professores, sendo que quase todos têm pelo menos um doutorado.[86] A carreira na faculdade está estruturada em três grandes níveis:

  • Professor Doutor: os candidatos devem possuir doutorado ou grau equivalente;[87]
  • Professor Associado: os candidatos devem possuir um título de Livre Docente, título semelhante a habilitação;
  • Professor Titular – MS-6 (topo do ranking, apenas os professores MS-6 são admitidos para ocupar cargos como reitor de uma Faculdade/Escola ou reitor da Universidade).

A contratação é feita através de um concurso público, incluindo um teste escrito, um exame de didática, histórico acadêmico e análise de outros critérios.[88] O mesmo processo é necessário para os professores que almejam mudar de nível. Os dois primeiros níveis também incluem sub-níveis e os professores são promovidos entre eles por mérito.[86] O salário médio mensal para um professor assistente é de cerca de 10 mil reais, enquanto que para professor titular gira em torno de 15 mil reais.[89] Exclusivamente entre as universidades públicas no Brasil, a Unicamp tem uma carreira focada em tempo integral a pesquisa. Atualmente, existem cerca de 100 pesquisadores de tempo integral na universidade.[90]

A Unicamp também mantém um importante programa para a formação pedagógica de professores universitários. O Programa de Estágio e Capacitação Docente (PECD), desenvolvido na universidade entre os anos de 1993 e 2000, foi criado com este objetivo.[91] A partir de então o projeto foi renomeado para Programa para Estágio Docente (PED) e ainda serve como um instrumento para criação de futuros docentes, através do aperfeiçoamento da formação dos pós-graduandos da Unicamp (mestrado e doutorado).[92]

Alumni e professores notáveis

Zeferino Vaz importou vários professores renomados dos Estados Unidos no início da universidade, tais como Edwin Willis, um ornitólogo estadunidense que lecionou na Unicamp e casou-se com a também ornitóloga Yoshika Oniki, com quem ele publicou em 2003 o livro Aves do estado de São Paulo, em que descrevem todas as espécies de aves do paulistas e apresentam pranchas coloridas de cada ave feitas por Tomas Sigrist.[93]

O linguista estadunidense Daniel Everett matriculou-se na universidade no outono de 1978, para continuar a estudar a língua pirahã, que ele afirma ter elementos que contradizem a gramática universal defendida e reformulada ao longo dos anos por Noam Chomsky e seu grupo de estudos. Sua tese de mestrado, Aspectos da Fonologia do Pirahã, foi escrito sob a direção do Dr. Aryon Rodrigues, um dos principais especialistas em línguas amazônicas e foi concluída em 1980. Seu dissertação de doutorado, A Lingua Pirahã e Teoria da Sintaxe, concluída em 1983, foi escrita sob a direção do Dr. Charlotte Chamberlland Galves.[94]

Entre os antigos membros polêmicos da Unicamp, Ricardo Molina e Badan Palhares, perito em fonética forense e legista, respectivamente, ficaram conhecidos por suas participações na investigação do caso do assassinato de Paulo César Farias (PC Farias), assessor do ex-presidente Fernando Collor.[95][96] Marcos Eberlin, químico professor do Instituto de Química e membro da Academia Brasileira de Ciências, também é conhecido por sua defesa de uma pseudociência conhecida como design inteligente.[97][98]

César Lattes, físico brasileiro co-descobridor do méson pi, descoberta que levou o Prêmio Nobel de Física de 1950,[99] também ajudou a fundar o Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, onde foi um dos professores. Também foi diretor do Departamento de Raios Cósmicos, Altas Energias e Léptons da universidade. Lattes aposentou-se em 1986, quando recebeu o título de doutor honoris causa e professor emérito pela Unicamp.[100]

Pesquisas pioneiras

A Xylella fastidiosa, uma bactéria causadora de doenças em plantas economicamente importantes,[101] teve seu genoma sequenciado em projeto pioneiro no Brasil lançado pela FAPESP e coordenado pelo professor Paulo Arruda, da Unicamp. Foi o primeiro sequenciamento genético de uma bactéria fitopatogênica no mundo.[102]

Sistema de biblioteca

Predefinição:VT

Biblioteca Central César Lattes

O Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU) é composto por uma grande biblioteca central, nomeado em honra a César Lattes, e 27 outras bibliotecas satélite, localizadas em instituições individuais,[103] com um acervo de mais de 1 milhão de volumes, além de centenas de milhares de livros e periódicos acadêmicos. O sistema foi criado oficialmente em 1983, agregando as várias bibliotecas independentes que operavam em toda a universidade. A grande biblioteca central foi inaugurada seis anos mais tarde, em 1989.[104]

A biblioteca de sistema é automatizado e suas coleções que podem ser acessados e procurados na Internet. Sua Biblioteca Digital suporta uma base de dados com mais de 25 mil dissertações de mestrado apresentada na universidade, bem como o acesso para as maiores bibliotecas eletrônicas de revistas acadêmicas em todo o mundo. Ela também inclui vários históricos de bibliotecas e arquivos de mídia focada em autores específicos e tópicos, tais como o Arquivo Edgard Leuenroth e coleções de César Lattes, Sérgio Buarque de Holanda, Monteiro Lobato e outros.[105]

Admissão

Cursos de graduação

Demografia dos candidatos, em 2016[106]
Cor ou raça Inscritos Admitidos Estado de São Paulo[107]
Brancos 72,4% 68,6% 63,9%
Pardos 15,4% 18,2% 29,1%
Asiáticos 5,0% 5,0% 1,4%
Pretos 3,8% 4,0% 5,5%
Nativos 0,2% 0,2% 0,1%
Não declarado 3,2% 4,0% 0,0%

Como outras universidades públicas brasileiras, a admissão para cursos de graduação se dá por meio do vestibular. Enquanto outras universidades do país, especialmente as geridas pelo governo federal,[108] usam o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM[109]) como vestibular, a Unicamp tem seu próprio exame nacional aplicado anualmente por sua Comissão Permanente para os Vestibulares (COMVEST) em duas fases.[110] Geralmente, a primeira fase acontece em novembro e é um teste composto por 90 questões de múltipla escolha de conhecimentos gerais. Os candidatos para os cursos que exigem habilidades específicas (tais como a música, a arquitetura, a dança, e outros) devem passar por um teste de conhecimento específico antes mesmo da primeira fase.[111][112]

A seleção para o processo de admissão é específica do curso. Os candidatos que obtenham uma nota padrão mínima na primeira fase são selecionados para participar da segunda fase, que acontece durante dois dias de janeiro, onde eles devem responder 48 perguntas escritas, além de escrever dois longos ensaios, em temas selecionados por avaliação do conselho.[110]

O vestibular da Unicamp é muito competitivo e é considerado um dos mais difíceis do Brasil.[113][114] Em 2015 foram 77 145 inscritos para apenas 3 320 vagas, ou 23 candidatos para cada vaga em um curso de graduação, uma média de taxa de aceitação de 4,3%.[115] O exame abrange todos os tópicos ensinados no sistema de ensino médio brasileiro, incluindo português, matemática, história brasileira e mundial, geografia, biologia, física, química, sociologia, filosofia, artes e inglês. Apesar disso, as perguntas dos exames são, geralmente, interdisciplinares.

Cursos de graduação – 2016[116]
Curso Tamanho da classe Aplicações Taxa de aceitação
Medicina 110 24 206 De 0,5%
Arquitetura 30 3 342 0,9%
Comunicação 30 1 508 2,0%
Biologia 45 2 045 2,2%
Engenharia Civil 80 3 582 2,2%

As graduações mais competitivas são: Medicina, com 0,5% de taxa de aceitação; Arquitetura e Urbanismo, com 0,6%; e Comunicação, com 2%. Esta alta competitividade leva muitos alunos a cursos pré-vestibular, geralmente oferecidos por escolas privadas ou geridos por alguma associação ou organização. Muitos cursinhos privados têm aulas especiais focadas especificamente nos cursos mais competitivos, como o de medicina, o que os torna muito caros.[117] É comum encontrar estudantes admitidos em Medicina, Engenharia e outros cursos depois de vários anos de cursos preparatórios.[118][119][120]

A maioria das melhores escolas de ensino médio e escolas preparatórias no Brasil são particulares e muito caras[121] e representam a maioria das admissões em universidades públicas brasileiras, levando a um aumento da desigualdade no país.[122] Para corrigir isso, a Unicamp introduziu em 2004, o Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS), que permite que provenientes do ensino médio em escolas públicas recebam um bônus de pontuação no vestibular. Apesar de não focar em fatores raciais e étnicos, ao longo dos anos, o PAAIS aumentou o número de admissão de minorias de escolas públicas, como negros e nativos brasileiros, historicamente, os grupos sociais e econômicos mais fragilizados no Brasil.[123] Com este programa, cerca de 30% das admissões passaram a ser provenientes de escolas públicas e a participação de minorias aumentou de 10% para cerca de 30%.[124][125][126]

Além do PAAIS, a UNICAMP adotou em 2011 um plano piloto para a inclusão de alunos de escolas públicas de Campinas na universidade, o Programa de Formação Interdisciplinar Superior - ProFIS. O ProFIS garante que no mínimo um e no máximo dois alunos de cada escola pública de Campinas ingresse na UNICAMP, onde fazem um curso sequencial superior de formação geral. Ao total são 120 alunos que ingressam no ProFIS. Esse curso tem duração de dois anos, podendo ser concluído em até 3 anos. Após a conclusão a UNICAMP garante a cada aluno uma vaga em um de seus cursos de graduação, entretanto a escolha do curso ocorre de acordo com o desempenho do aluno durante o ProFIS.[127] No ano de 2018, a universidade deu origem ao seu primeiro vestibular indígena voltado para pessoas indígenas.[128][129] O vestibular possui características diferentes do vestibular tradicional, possuindo cinquenta questões e fase única.[130][131][132]

Cursos de pós-graduação

Ao contrário das admissões de graduação, não existe um processo único de admissão para estudantes de pós-graduação. Cada instituição dentro da Unicamp tem seu próprio conjunto de procedimentos, que geralmente incluem um exame de admissão, que pode ser específico da Unicamp ou um exame padrão aplicado em todo o país, como ANPEC para a economia e PosComp para ciência da computação. Além do exame, o processo geralmente inclui uma análise de história acadêmica, entrevistas e, em muitos casos, requer a apresentação de um projeto de pesquisa a ser realizado durante a pós-graduação.[75][133]

Vida estudantil

A torre de água central, a sede da rádio estudantil "Rádio Muda"

Moradias

Como em outras universidades, a Unicamp não oferece moradias estudantis em larga escala e a maioria dos estudantes vivem perto do campus ou em Campinas. Uma tradição do Brasil, herdada de universidades portuguesas, são as repúblicas estudantis, onde vários estudantes alugam grandes casas ou apartamentos e vivem juntos.[134] Como o campus é relativamente distante do centro de Campinas e há um grande número de alunos provenientes de outras cidades, as repúblicas desempenham um papel fundamental na vida do aluno, servindo como centros de vida social, locais para festas e também áreas de estudo e trabalho.[135] Enquanto algumas repúblicas existem há décadas e, por vezes, mudam de uma casa para outra, a maioria é formada por alunos da mesma classe ou de cursos e duram por alguns anos.[136]

Além das repúblicas, quitinetes são muito comuns em torno da universidade. Embora mais caras do que as casas partilhadas, elas proporcionam mais privacidade e contratos mais flexíveis, bem como são mobiliadas.[137]

Moradias estudantis

A Unicamp oferece uma quantidade limitada de alojamentos gratuitos para estudantes de baixa renda no complexo da Residência Estudantil. Construído em 1992, está localizado perto do centro de Barão Geraldo, a cerca de quatro quilômetros da Unicamp e é servido por um transporte que leva os alunos para o campus gratuitamente.[138] O complexo tem 226 casas de 60 metros quadrados com uma capacidade de quatro alunos por casa, e 27 quitinetes de 46 metros quadrados. Há um total de 904 vagas em casas e 54 adultos nas quitinetes. Os critérios de atribuição é a renda, sendo que os estudantes mais pobres recebem prioridade.[139]

A Residência Estudantil apoia vários projetos culturais desenvolvidos por voluntários, trabalhadores e estudantes que são abertos à participação das comunidades interna e externa. Eles incentivam a formação interdisciplinar e a integração entre os residentes, alunos e a comunidade externa. A diversidade de raças e culturas, trazidas por colegas de outros estados e países é uma vantagem para os moradores que moram na moradia, pois facilita o exercício pleno da cidadania, através da prática dos seus direitos e deveres dentro da comunidade.[140]

Restaurantes universitários

Entrada principal do restaurante universitário

Existem vários restaurantes operados e subsidiados pela universidade. Comumente chamados de bandejão, devido à bandejas de metal usadas para servir os alunos, os restaurantes oferecem até três refeições por dia (café da manhã, almoço e jantar). O valor das refeições para os estudantes é de dois reais para o café da manhã e três reais para almoço e jantar, preços recentemente atualizados,[141] após mais de uma década sem reajuste. Funcionários e visitantes pagam valores maiores e devem, caso a caso, informar-se a respeito do custo. O principal bandejão está localizado perto do centro do campus e recebe estudantes de diferentes áreas da universidade, sendo que funciona como o coração social informal da universidade, onde eventos, festas e campanhas políticas são anunciados para os alunos.[142][143]

Os restaurantes da universidade muitas vezes contam com nutricionistas e engenheiros de alimentos que estudam na universidade e oferecem um cardápio balanceado que satisfaz as necessidades nutricionais da população universitária, atendendo a mais de 10 mil refeições por dia no campus principal. O menu consiste, normalmente, de arroz e de feijão, típico prato brasileiro, um tipo de carne (frango, carne, salsicha, carne de porco, etc.), texturizado de proteína de soja para os vegetarianos, salada, suco e sobremesa.[144]

Há três restaurantes no campus principal, com dois outros restaurantes localizados nos campi de Limeira e Piracicaba. Além dos restaurantes subsidiados, há várias pequenos restaurantes e lanchonetes por todo o campus e em Barão Geraldo, muitas vezes, apenas a uma curta distância a pé do campus.[142]

Esportes

Arena de esportes e centro de convenções

Não há programas esportivos patrocinados pela Unicamp, sendo que competições esportivas, quer internas ou jogadas com outras universidades, são inteiramente organizadas pelos alunos. A Liga das Atléticas da Unicamp, uma ampla liga universitária das diferentes associações atléticas, é responsável pela organização interna de eventos esportivos, como os Jogos Olímpicos da Unicamp.[145]

Além de competições internas, existem jogos externos entre várias universidades, com foco em diferentes áreas de estudo: na Intermed, estudantes de medicina de diferentes universidades competem uns contra os outros, enquanto que nas Engenharíadas, estudantes de engenharia se reúnem para a prática de esportes. Os jogos são realizados na cidade de uma das universidades participantes durante um final de semana e os alunos ficam alojados em escolas públicas, fazendas e hotéis.[146]

A universidade tem um centro esportivo com quadras de basquete, vôlei, um campo de futebol, um campo de atletismo com pistas de corrida, uma piscina olímpica e um ginásio coberto com um centro de convenções anexo.[147][148]

Na cultura popular

Incidente de Varginha

A Unicamp é considerada por ufólogos como a "Área 51 do Brasil", porque o governo supostamente manteria uma área subterrânea secreta, que teria o nome de "Pavilhão 18" e estaria localizada embaixo do Instituto de Química. Em 1996, houve relatos do avistamento de um extraterrestre no município de Varginha, Minas Gerais, episódio comumente chamado de Incidente de Varginha. Na época, houve relatos de uma suposta intervenção do Exército Brasileiro na região, que teria levado o corpo de um ser extraterrestre para a universidade.[149] Em nota oficial sobre o tema, a Unicamp afirmou que "interpreta o assunto como um mito que prosperou no imaginário popular e nega qualquer afirmação ou insinuação a esse respeito".[150]

Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos Unicamp – Instituto Vladimir Herzog

Em dezembro de 2020, a Unicamp anunciou o 1º Prêmio de Reconhecimento Acadêmico em Direitos Humanos Unicamp – Instituto Vladimir Herzog. Na sua primeira edição, o prêmio será destinado para as pesquisas acadêmicas de graduação (Iniciação Científica ou Monografia de Conclusão de Curso) e de pós-graduação stricto sensu das universidades públicas do Estado de São Paulo (Unicamp, USP e Unesp), que mostrem "efetiva contribuição para a proteção e defesa do direito à vida, dignidade humana e justiça social e sejam exemplo de defesa da liberdade e responsabilidade científica para a melhoria da humanidade."[151]

Categorias
  • Ciências exatas e tecnologia;
  • Ciências naturais, da saúde e meio ambiente;
  • Ciências sociais e educação;
  • Ciências da comunicação e linguagem

Ver também

Referências

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Bibliografia

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