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Stricto sensu (stricto sênsu) é uma expressão latina que significa, literalmente, "em sentido específico", por oposição ao "sentido amplo" (lato sensu) de um termo.[1] No âmbito do ensino, se refere ao nível de pós-graduação que titula o estudante como mestre ou doutor em determinado campo do conhecimento. Denota, neste caso, um grau mais elevado do que a pesquisa lato sensu.
Cursos lato sensu e cursos stricto sensu no Brasil
Estas classificações são usadas exclusivamente no Brasil. No contexto educacional europeu e estadunidense, por exemplo, não são usadas tais classificações.
No Brasil, o termo "mestrado" é usado indiscriminadamente, fato que gera as atuais distorções no reconhecimento de formações como master of business administration (MBA) concluídas fora do Brasil.
O grau de mestrado, nomeadamente em Portugal e na maioria dos países da União Europeia, a partir do processo de Bolonha, é dado após o segundo ciclo de estudos, ou seja, após concluído o primeiro ciclo (licenciatura) de cinco anos e um segundo, normalmente de dois anos (mestrado).
Historicamente, sabe-se que, da mesma forma que o ensino técnico foi uma alternativa de rápida inclusão de profissionais em diversos ramos do mercado de trabalho (como contabilidade, enfermagem e outros), o objetivo inicial do ensino lato sensu foi acelerar a formação de profissionais no nível de pós-graduação.
Esse modelo foi iniciado por políticas educacionais de aceleração de formação que, com o passar do tempo, tornaram-se desnecessárias em virtude da capilaridade das instituições de ensino capacitadas a fornecer graus de mestrado e doutorado.
A diferença no emprego das duas expressões deve-se à tentativa de graduar e de categorizar processos de amadurecimento científico dos alunos por intermédio de cursos de pós-graduação. A capacidade de aplicar métodos rigorosos de pesquisa para solucionar ou estudar problemas inéditos aumenta com a experimentação ativa e a convivência dos alunos com a comunidade acadêmica nos departamentos de pesquisa. Sendo assim, as cargas horárias estabelecidas para a atividade de pesquisa e para a produção da monografia de conclusão de curso restringem ou amplificam as expectativas de capacitação em métodos de pesquisa científica.
Cursos lato sensu
Para que tenham êxito em cursos lato sensu (também conhecidos como "cursos de especialização" e "master of business administration [MBA]"), os alunos devem, além de ser bem-sucedidos nas avaliações das disciplinas, produzir um relatório final, comumente chamado de monografia ou trabalho de conclusão, ao longo do período de duração dos cursos. A atividade de pesquisa que produz essas monografias tem sentido amplo, ou lato sensu, por consistir na aplicação de ferramentais teóricos aprendidos durante o curso para a solução de problemas específicos da área de estudo.
Cursos stricto sensu
Nos cursos de pós-graduação stricto sensu, os alunos são imersos em processos de capacitação bem mais demorados. Após a formação em disciplinas específicas, um longo período é dedicado à formulação de um problema inédito que contenha em si a semente de um novo conhecimento. Uma pesquisa stricto sensu é estrita porque se volta para uma singularidade no tecido teórico da área de pesquisa. Os cursos stricto sensu objetivam a produção de dissertações e teses que formulem e comprovem teorias novas para o entendimento de fatos e de suas relações. Os cursos stricto sensu aplicam teorias existentes em problemas novos.[2]
Referências
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 617.
- ↑ Qual a diferença entre pós-graduação lato sensu e stricto sensu?. Disponível em http://portal.mec.gov.br/index.php?catid=127:educacao-superior&id=13072:qual-a-diferenca-entre-pos-graduacao-lato-sensu-e-stricto-sensu&option=com_content&view=article. Acesso em 5 de agosto de 2012.