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Instituto Agronômico de Campinas

Predefinição:Info/Universidade/Wikidata O Instituto Agronômico de Campinas (IAC), órgão de pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, tem sua sede no município de Campinas. Fundado em 1887 pelo imperador D. Pedro II, recebeu a denominação de Imperial Estação Agronômica de Campinas e, em 1892, passou para o Governo do Estado de São Paulo, que durante a primeira metade do século XX, fomentou a criação dos institutos científicos, resultando em um marco na história do estado, devido ao seu papel inovador e às suas ligações com o desenvolvimento industrial e econômico.[1]

A Instituição tem como missão gerar e transferir Ciência e Tecnologia para o Negócio Agrícola, visando à otimização dos sistemas de produção vegetal e ao desenvolvimento sócio-econômico com qualidade ambiental. Sua atuação garante ainda a oferta de alimentos à população e matéria-prima à indústria, cooperando para a segurança alimentar e para a competitividade dos produtos no mercado interno e externo.[2]

Em 1978, o IAC tinha 3 mil funcionários,[3] número reduzido a 172 pesquisadores científicos e 391 funcionários de apoio, em 2005.[2] O IAC tinha 30 unidades em outros municípios, em 1998,[4] número que igualmente sofreu forte redução passando a 4 unidades em outros municípios, em 2005[5]. Devido à perda, com falta de reposição de pesquisadores científicos e funcionários de apoio, bem como de estrutura e recursos financeiros de modo geral, tem sido apontado um desmonte da instituição de pesquisa.[1][3][6][7]

Pesquisa Agrícola

Painel com foto aérea da Fazenda Santa Elisa

O programa de pesquisa do Instituto Agronômico (IAC) consiste na execução de cerca de 645 projetos de pesquisa, dentro de praticamente todos os programas executados pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Destacam-se ações nas cadeias de produção do café, citros, cana-de-açúcar, grãos e fibras em geral, horticultura de mesa, envolvendo olerícolas, frutas frescas e flores, bem como nas áreas básicas de solo e clima, fitossanidade vegetal, mecanização agrícola, etc, com objetivos de fornecer subsídios técnicos às áreas básicas de desenvolvimento sustentável e agricultura familiar. Os projetos, realizados mediante ensaios e testes no campo, em casas de vegetação e em laboratórios, resultam em novos cultivares, novas tecnologias ou novos processos.

Fitotecnia e Melhoramento de Culturas

Resultados expressivos têm sido obtidos na área de melhoramento genético e técnicas culturais. Mais de quinhentos cultivares foram colocados à disposição da lavoura paulista e brasileira no decorrer dos 118 anos de atividade, fornecendo material para alimentação humana e animal, para indústria e para fins ornamentais e medicinais. Os laboratórios de ciências biológicas desenvolvem técnicas modernas, constituindo recursos para a aceleração dos trabalhos de seleção e melhoramento genético das culturas, abreviando o período que vai desde a concepção de um projeto de pesquisa até a disponibilidade da tecnologia ao produtor.

Solo e Clima

As pesquisas básicas e aplicadas no sistema solo-planta-atmosfera envolvem reconhecimento dos tipos de solo, estudos de adubação e nutrição de plantas, irrigação e conservação do solo, visando a sua máxima produção econômica, sem degradá-lo, e preservando a qualidade do ambiente. Levantamentos do meio físico com o uso de técnicas de sensoriamento remoto e inventários climáticos são integrados, visando gerar mapeamentos através do Sistema Geográfico de Informações (SGI), fornecendo subsídios para a orientação do agricultor no planejamento agrícola e para a segurança ambiental. A diversidade das condições climáticas no Estado tem sido avaliada por arquivos de informações agrometeorológicas centenários, orientando os usuários em geral quanto à potencialidade agrícola regional.

Engenharia Agrícola

Os laboratórios da Engenharia Agrícola realizam estudos sobre maquinaria agrícola, dinamometria e materiais. Suas ações estão voltadas para a viabilidade de tecnologias adaptadas, desenvolvimento e protótipos de máquinas agrícolas e mecanismos visando aumentar sua eficiência agrícola, ensaios para avaliação do seu desempenho, adequação de implementos à fonte de potência, adequação da máquina agrícola às necessidades da cultura e fontes alternativas de energia aplicadas à agricultura. Destacam-se, ainda, seus estudos comparativos de pneus agrícolas, mecanização com tração animal, pulverização de culturas e utilização de energia solar na secagem de grãos e desinfecção de solos para viveiros.

Ciências Biológicas

Os laboratórios de botânica, citologia e citogenética, biotecnologia, fisiologia de plantas, fitoquímica, biologia molecular, fitopatologia, entomologia, virologia, nematologia e tecnologia de sementes, fibras e fios, desenvolvem pesquisas básicas e aplicadas, para suporte aos trabalhos de fitotecnia e melhoramento de plantas, visando à obtenção de cultivares mais produtivos, com características agronômicas e de qualidade superior, e também mais resistentes a pragas, doenças e condições adversas do ambiente de cultivo. visam, também, ao desenvolvimento de novas técnicas de sanidade para proteção das plantas cultivadas.

Produção de Bens e Prestação de Serviços

Fachada do prédio do IAC

Através da produção de bens e prestação de serviços, o IAC tem uma ação mais direta sobre a agricultura, tornando-se, assim, conhecido pela comunidade. Embora essa atuação resulte da ação da pesquisa, a qualidade dos serviços prestados e dos bens produzidos faz com que assuma relevante papel na vida da Instituição e represente seu melhor cartão de visitas. Muitos dos serviços prestados servem de padrão de qualidade a outras instituições ou laboratórios do Estado e do País.

Produção de bens

  • Sementes genéticas e básicas de cultivares melhorados;
  • Borbulhas e estacas de plantas sadias;
  • Batatas-sementes;
  • Mudas de morango livres de vírus;
  • Mudas de citros microenxertadas e livres de vírus;
  • Inoculantes para fixação biológica do nitrogênio e fungos micorrízicos.

Prestação de serviços

  • Análise química de solos e plantas;
  • Análise tecnológica de fibras e fios;
  • Análise tecnológica de sementes;
  • Análise sanitária de sementes e plantas.
  • Análise de produtos vegetais:
    • Identificação de material botânico e informações técnicas;
    • Introdução, quarentena e intercâmbio de germoplasma;
    • Testes de tratores e motores;
    • Informação agrometeorológica;
    • Planejamento de uso agrícola da terra.

Devido ao seu valor histórico, científico, cultural, ambiental e/ou arquitetônico, a sede do IAC, incluindo suas edificações, mobiliário, estufas e Arboreto do Parque, localizados na Avenida Barão de Itapura, no. 1 481 são bens tombados[8][9] pelo Condepacc - Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas, bem como a Mata Santa Elisa,[10] área florestal remanescente, localizada na Fazenda Santa Elisa, área experimental do IAC, localizada na Avenida Theodureto de Almeida Camargo, 1500.

Difusão de Tecnologia e Treinamento

Publicações Técnico-Científicas

A divulgação dos trabalhos técnico-científicos e demais informações geradas na Instituição é feita por meio de publicações do IAC, tais como Boletim Técnico, Boletim científico e Documentos IAC; e dos periódicos "Bragantia" - Revista de Ciências Agronômicas (aberta à comunidade científica para a publicação de artigos originais e indexada no Brasil e no exterior), e "O Agronômico" - Boletim técnico informativo (que divulga a Instituição e fatos correlatos, em linguagem clara e informal).

A difusão de tecnologia do IAC também se traduz por Cursos, Dias de Campo, Ciclo de Palestras, Seminários, Simpósios e outros eventos, para público dos mais variados interesses, contando com palestrantes da própria Instituição e de outras, buscando, assim, transferir os mais recentes conhecimentos aos usuários.

Biblioteca

O IAC conta com uma Biblioteca especializada na área de Agronomia, com cerca de 33 000 exemplares de livros, 81 300 Boletins e 2 860 títulos de periódicos, sendo considerada uma das mais representativas e antigas do Brasil.

Estágios

São oferecidos pelo Instituto Agronômico estágios para profissionais e estudantes de nível superior nas áreas de Agronomia, Biologia e outras correlatas com sua atuação. Em casos específicos, abre vagas de estágios em especialidades de nível médio, como técnico de laboratório, técnico agrícola, técnico de computação e outras.

Pós-graduação

O curso de Pós-graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do Instituto Agronômico (IAC), referendado pela CAPES com nota 5, tem como objetivo a formação de pesquisadores, docentes e profissionais especializados, ao nível de MESTRADO. Podem ser candidatos ao curso engenheiros agrônomos, engenheiros agrícolas, biólogos e outros profissionais portadores de diplomas universitários que desenvolvam atividades relacionadas com as ciências agronômica e ambiental. O curso tem duração de dois anos, com ingresso anual e início do ano letivo em março. Os aluno deverão completar um mínimo de 140 créditos, sendo 50 em disciplinas e trabalhos e 90 pela Dissertação. Os alunos deverão ter créditos em disciplinas obrigatórias da área de concentração e os restantes, cursando disciplinas optativas da própria área de concentração, de domínio conexo de outros cursos do IAC e/ou de outros cursos de Pós-graduação.

O curso de Pós-graduação em Agricultura Tropical e Subtropical do Instituto Agronômico (IAC) tem três Áreas de Concentração:

  • Gestão de Recursos Agroambientais;
  • Genética, Melhoramento e Biotecnologia Vegetal;
  • Tecnologia da Produção Agrícola.

Ver também

Outros institutos no Governo do estado de São Paulo:

Referências

  1. 1,0 1,1 Santos, Gildo Magalhães dos (abril 2005). «Scientific research in the biosciences in São Paulo: beyond institutions». História, Ciências, Saúde-Manguinhos. 12 (1): 51–67. ISSN 0104-5970. doi:10.1590/S0104-59702005000100004 
  2. 2,0 2,1 «FAPESP :: Links - IAC - Instituto Agronômico de Campinas». www.fapesp.br. Consultado em 10 de dezembro de 2017 
  3. 3,0 3,1 Polycarpo, Cecília. «Pesquisadores condenam mudança de acervo do IAC». Correio Popular 
  4. Orlando Melo de Castro. 1999. A rede de estações experimentais do IAC. O Agronômico, Campinas, 51(2,3). 
  5. «Título ainda não informado (favor adicionar)» 
  6. «REPORTAGEM ESPECIAL: Institutos de Pesquisa de SP perdem metade de seus funcionários e sofrem para manter vivo seu patrimônio científico e intelectual». Herton Escobar 
  7. «Desmonte dos institutos públicos de pesquisa do Estado de São Paulo: denúncia antiga». MOVIMENTO PELA CIÊNCIA&TECNOLOGIA PÚBLICA. 29 de março de 2017 
  8. «Patrimônio Histórico e Cultural > Cultura > Governo | Prefeitura Municipal de Campinas». www.campinas.sp.gov.br. Consultado em 10 de dezembro de 2017 
  9. «Patrimônio Histórico e Cultural > Cultura > Governo | Prefeitura Municipal de Campinas». www.campinas.sp.gov.br. Consultado em 10 de dezembro de 2017 
  10. «Patrimônio Histórico e Cultural > Cultura > Governo | Prefeitura Municipal de Campinas». www.campinas.sp.gov.br. Consultado em 10 de dezembro de 2017 

Ligações externas

Predefinição:Governo do Estado de São Paulo

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