Ilha do MarajóPredefinição:LangIfPredefinição:LangIf | |
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Predefinição:Info/AuxMapa | |
No detalhe (azul), a Ilha de Marajó. | |
Geografia física | |
País | Brasil |
Localização | Pará |
Arquipélago | Arquipélago do Marajó |
Altitude média | Predefinição:Formatnumif |
Área | Predefinição:Formatnumif |
Perímetro | Predefinição:Formatnumif |
Largura | Predefinição:Formatnumif |
Comprimento | Predefinição:Formatnumif |
Geografia humana | |
Gentílico | marajoara[1] |
População | Predefinição:Formatnumif (2015/IBGE) |
A desembocadura do rio Amazonas e a Ilha de Marajó. |
A Ilha de Marajó (inicialmente chamada de Marinatambal)[2] é uma ilha costeira do tipo fluviomarítima situada na Área de Proteção Ambiental do arquipélago do Marajó, no estado do Pará, na região norte do Brasil.[3][4][5] Considerada a maior ilha fluviomarítima do planeta.[6]
A ilha de Marajó está separada do continente pelo delta do Amazonas, pelo complexo estuário do rio Pará e pela baía do Marajó.
Etimologia
Conforme Pe. Giovanni Gallo (1997:108):[7]
Que quer dizer Marajó? (m-bará-yó) é o tirado do mar e também o tapa mar. Mbará pode variar em mará e pará. E assim temos Pará o mar. Batista Caetano vai mais longe nos diz que pará deriva de y-pá-rá: as águas colhe, o colecionador das águas.
Marajó é dédalo de igarapés (igará-apé: caminho da canoa). Canoa é y-g-yara, dona da água, superior à água. Igapó (yg-apó) a água que invade.
História
Ancestralmente, a ilha era chamada de Marinatambal pelos indígenas (confirmado por Walter Raleigh no século XVI), e na época colonial foi denominada Ilha Grande de Joannes.[2]
A ilha do Marajó, entre os anos de 400 e 1300, era ocupada por cerca de 40 mil habitantes, residentes em casas de chão batido sobre palafitas de terra, em uma sociedade de linhagem materna. Desde a infância, as marajoaras desenvolviam a arte de modelagem da argila, produção da cerâmica marajoara e o cultivo e manejo da mandioca. No início da adolescência, as marajoaras tinham os corpos pintados e usavam uma tanga de cerâmica decorada com traços referentes aos genitais.[8][9][10][11][12][13]
Em 23 de dezembro de 1665, o rei Dom Afonso VI de Portugal outorga a António de Sousa Macedo, seu secretário de Estado, a donataria da Capitania da Ilha Grande de Joanes, constituída pelo território da atual Ilha de Marajó. Em 1754, a coroa portuguesa compra as terras da capitania e reverte sua administração ao Estado do Grão-Pará e Maranhão.
Geografia
Com uma área de 40.100 km², é a maior ilha costeira do Brasil e a maior ilha fluviomarítima do planeta (banhada ao mesmo tempo tanto por águas fluviais quanto por oceânicas),[6] banhada pelo rio Amazonas a oeste e noroeste, pelo oceano Atlântico ao norte e nordeste e pelo rio Pará a leste, sudeste e sul.
Clima
A classificação climática dada à região, conforme Köppen, é do tipo Ami, cujo regime pluviométrico anual define uma estação seca, porém com total pluviométrico suficiente para manter este período, não caracterizando a presença de um déficit hídrico na região. A subdivisão climática da região, segundo a classificação bioclimática da Amazônia de Bagnoul e Gaussen, caracteriza-a como sub-região eutermaxérica que compreende um clima equatorial com temperatura média do mês mais frio superior a 20 ºC e temperatura média anual de 26ºC. A precipitação anual é sempre maior que 2 000 milímetros. As estações são inexistentes ou pouco acentuadas. A amplitude térmica é muito fraca e os dias têm a mesma duração das noites. A umidade relativa do ar é alta (> 80%), com ausência total de período seco. Nesta região, predomina o centro de massa de ar equatorial e surgem, também, bolsões de ar na foz do rio Amazonas.[14]
Economia
Outro destaque da ilha: é o lugar de maior rebanho de búfalos do Brasil, cerca de 600 mil cabeças.[15]
Divisão política e estatística
O território do arquipélago do Marajó, com 104 606,90 quilômetros quadrados, é dividido em dezesseis municípios distribuídos em duas regiões geográficas imediatas (Região Geográfica Imediata de Breves e Região Geográfica Imediata de Soure-Salvaterra). As duas regiões formam a Região Geográfica Intermediária de Breves.
Antigamente, também era dividida em dezesseis municípios, que integravam a entidade estatística extinta denominada Mesorregião do Marajó. Esta era dividida em três microrregiões:[16]
- Microrregião do Arari: Cachoeira do Arari, Chaves, Muaná, Ponta de Pedras, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, Soure.
- Microrregião de Furos de Breves: Afuá, Anajás, Breves, Curralinho, São Sebastião da Boa Vista.
- Microrregião de Portel: Bagre, Gurupá, Melgaço, Portel.
A ilha do Marajó propriamente dita, com 40 100 quilômetros quadrados, possui 12 sedes de municípios: Santa Cruz do Arari, Afuá, Anajás, Breves, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Muaná, Ponta de Pedras, Salvaterra, São Sebastião da Boa Vista e Soure, que formam as Microrregiões do Arari e do Furo de Breves. Já a microrregião de Portel é formada em boa parte por territórios no continente em si[17].[carece de fontes]
Unidades de conservação
Estão inclusos e sobrepostos na Área de Proteção Ambiental do Arquipélago do Marajó os seguintes locais:
- Parque Estadual Charapucu
- Reserva Ecológica da Mata do Bacurizal e do Lago Caraparú
- Reserva Extrativista Gurupá-Melgaço
- Reserva Extrativista Mapuá
- Reserva Extrativista Marinha de Soure
- Reserva Extrativista Terra Grande - Pracuúba
- Reserva de Desenvolvimento Sustentável Itatupã-Baquiá
Ver também
- Barão da Ilha Grande de Joanes
- Arquipélago do Marajó
- Lista de arquipélagos do Brasil
- Marajoaras
- Arte marajoara
Referências
- ↑ Dicionário Aulete
- ↑ 2,0 2,1 Cultura, igarapés e búfalos garantem passeio exótico dentro do Brasil na Ilha de Marajó Arquivado em 23 de março de 2012, no Wayback Machine., UOL Viagem.
- ↑ Emil August Göldi, Maravilhas da natureza na Ilha de Marajó. (Rio Amazonas), 1902. OCLC 81508027
- ↑ Jurandyr Luciano Sanches Ross, Geografia do Brasil, EdUSP, 1996 ISBN 8-531-40242-5
- ↑ Coelho, Lorena (30 de julho de 2015). «Multicampi avança para fortalecer a educação no Marajó». Assessoria de Comunicação. UFPA. Consultado em 14 de novembro de 2016. Arquivado do original em 15 de novembro de 2016
- ↑ 6,0 6,1 «Qual é a maior ilha do mundo?». Revista Mundo Estranho. Grupo Abril
- ↑ GALLO, G. Marajó, a ditadura da água. 3. ed. Cachoeira do Arari: Museu do Marajó, 1997.
- ↑ DIDONÊ, Débora, O Brasil antes do Brasil Arquivado em 16 de setembro de 2014, no Wayback Machine. , ano XXIII, n. 212, maio, 2008.
- ↑ Eduardo Neves, Arqueologia da amazônia, Zahar, 2006 ISBN 8-571-10919-2
- ↑ Edithe Pereira, Arte rupestre na Amazônia: Pará, UNESP, 2004 ISBN 8-571-39505-5
- ↑ Loredana Ribeiro, Brasil rupestre: arte pré-histórica brasileira, Zencrane Livros, 2006 ISBN 8-560-47500-1
- ↑ Walter A. Neves, Luís Beethoven Piló, O povo de Luzia: em busca dos primeiros americanos, Editora Globo, 2008 ISBN 8-525-04418-0
- ↑ Helen C. Palmatary, Pottery of Marajo Island, Brazil: Transactions, APS, American Philosophical Society, 2008 ISBN 1-422-37709-1 (em inglês)
- ↑ Brasil. (2007): “Plano de Desenvolvimento Territorial Sustentável do Arquipélago do Marajó. Presidência da República”. Casa Civil. Grupo Executivo Interministerial. Grupo executivo do Estado do Pará. 2007. 296p.
- ↑ «Paraturismo». Consultado em 5 de agosto de 2009. Arquivado do original em 21 de agosto de 2009
- ↑ Arquipélago Do MaraJó[ligação inativa]
- ↑ «Eumednet». www.eumed.net (em English). Consultado em 13 de julho de 2018[ligação inativa]
Ligações externas
- Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBIO
- Voz do Marajó
- Ilha de Marajó, PA
- Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó (AMAM)
- Variação lexical e fonética na ilha do Marajó
- Artigo "O Ecoturismo na Ilha do Marajó", de Indio Campos
- Artigo "A Ilha de Marajo: estudo economico-social" (1956), de Manuel Nunes Pereira, Divisão de Caca e Pesca - SIA/DNPA
- Artigo "Uma interpretação das culturas da Ilha de Marajó" (1954), de Betty Jane Meggers e Clifford Evans, Instituto de Antropologia e Etnologia do Pará