Predefinição:Info/Corrida automobilística
Resultados do Grande Prêmio da Argentina de Fórmula 1 realizado em Buenos Aires em 13 de janeiro de 1980.[1] Primeira etapa da temporada, foi vencido pelo australiano Alan Jones, da Williams-Ford, num dia marcado pela estreia de Alain Prost, futuro tetracampeão mundial.[2]Predefinição:Nota de rodapé
Resumo
Dança das cadeiras
Ferrari, Renault e Brabham mantiveram os pilotos que encerraram o campeonato de 1979, porém a regra para o ano novo é mudança, a começar pela Williams que trocou Clay Regazzoni por Carlos Reutemann no intuito de fazer a equipe de Grove ainda mais forte em dupla com Alan Jones e nisso o veterano Regazzoni encontrou abrigo na Ensign. Numa transação à francesa, a Ligier segurou Jacques Laffite, mas contratou Didier Pironi para o lugar de Patrick Depailler, este abrigado na Alfa Romeo com Bruno Giacomelli. Para a vaga aberta com a partida de Carlos Reutemann, a Lotus contratou Elio de Angelis, oriundo da agonizante Shadow e agora parceiro de Mario Andretti.[3] Entre as equipes, a Fittipaldi comprou os despojos da Wolf e assim o finlandês Keke Rosberg uniu-se ao time de Emerson Fittipaldi.[4]
No caso da Tyrrell a partida de Didier Pironi deixou Ken Tyrrell com os já contratados Jean-Pierre Jarier e Derek Daly, embora o dirigente tenha inscrito um terceiro carro nas provas finais do ano. Sobre a Arrows os pilotos Riccardo Patrese e Jochen Mass eram seus representantes, mas este último chegou a ser substituído durante a competição. Na McLaren a permanência de John Watson não impediu a contratação de Alain Prost como substituto de Patrick Tambay.[3][2]
Rede Bandeirantes
Ao longo dos anos 1970 as transmissões de Fórmula 1 para o Brasil estiveram a cargo da Rede de Emissoras Independentes e da Rede Tupi até a elevação da Rede Globo, mas quando esta abdicou dos direitos comerciais junto à FOCA em 1979, Bernie Ecclestone firmou contrato com a Rede Bandeirantes, a qual escalou durante a temporada seguinte os narradores Galvão Bueno e Fernando Solera, o comentarista José Maria Ferreira (Giu Ferreira) e os repórteres Álvaro José e Ana Aragão. O retorno da emissora fundada por João Jorge Saad à categoria deu-se quando um acordo com a Liberty Media permitiu a transmissão dos campeonatos de 2021 e 2022.[5][6][7]Predefinição:Nota de rodapéPredefinição:Nota de rodapé
Williams em ascensão
Decididos a provar que o bom desempenho do Williams FW07 na segunda metade de 1979 não era algo fortuito,[8] Patrick Head, Frank Dernie e Neil Oatley trouxeram sua criação para Buenos Aires a fim de vencer o Grande Prêmio da Argentina como o primeiro passo rumo à conquista dos mundiais de pilotos e construtores e já na quinta-feira anterior à porfia, o time de Grove fez valer sua fama ao dividir as primeiras filas do grid com Jacques Laffite e Didier Pironi, mas enquanto os franceses da Ligier ocupavam, respectivamente, a primeira e a terceira posição, Alan Jones e Carlos Reutemann estavam em segundo e quarto ao final de um dia onde a Arrows de Riccardo Patrese e a McLaren do estreante Alain Prost estavam na terceira fila enquanto Nelson Piquet ficou em sétimo com a Brabham e Gilles Villeneuve cravou apenas o décimo lugar com sua Ferrari e os três campeões mundiais em atividade, Emerson Fittipaldi, Mario Andretti e Jody Scheckter, foram relegados a meros figurantes do espetáculo.[9]
No dia seguinte, o bem-nascido Williams FW07 permitiu que Alan Jones marcasse o melhor tempo à frente de Jacques Laffite e Didier Pironi sendo que a dupla da Ligier colocou-se à frente de Mario Andretti com a Lotus e este posicionou-se adiante de Patrese e Piquet. Veio o sábado e nele os três primeiros do grid seguiram inalterados enquanto Nelson Piquet subiu para o quarto lugar e a Lotus capturou a fila seguinte com Elio de Angelis e Mario Andretti. Sendo estes os mais rápidos, poucos sofreram com intercorrências como o forte calor e a subsequente perda de aderência dos carros, mas o péssimo estado do asfalto na Curva do Embu, na região mista do circuito, era um convite às derrapagens e saídas de pista.[10]
Para a frustração dos argentinos, Carlos Reutemann não passou do décimo lugar com sua Williams enquanto Ricardo Zunino alcançou apenas o décimo sexto lugar com a Brabham, desempenhos aquém dos respectivos companheiros de equipe. Frustrante também foi o desempenho de Jody Scheckter em décimo primeiro com sua Ferrari 312T com motor flat de 12 cilindros e o último lugar de Emerson Fittipaldi em seu carro homônimo patrocinado pela Skol. Quatro pilotos não se classificaram: os estreantes David Kennedy e Stefan Johansson (contratados pela Shadow), além de Jan Lammers (ATS) e Eddie Cheever (Osella), este último de volta à categoria.[3]
A grande notícia do dia deveria ser a pole position de Alan Jones, mas as críticas ao mau estádio do asfalto subsistiam ao ponto dos corredores colocarem em dúvida a realização do evento. As cenas do asfalto descascando à medida que os carros percorriam o circuito, forçaram os pilotos a exigir o recapeamento da pista ou a modificação do traçado. Em meio às discussões, eles decidiram aguardar até momentos antes da largada para decidir quanto à realização da prova em Buenos Aires.[5] Temeroso, o Automóvel Clube Argentino improvisou um reparo aplicando cimento reforçado nas áreas críticas do traçado, mas tal decisão resultou num constrangimento a partir da volta quinze quando funcionários do circuito arriscavam-se à beira da pista varrendo os detritos que desgarravam do asfalto à medida que os carros passavam.[11]
Vitória de Alan Jones
Dada a largada, Alan Jones segurou a ponta e já ao final do primeiro giro possuía uma vantagem de três segundos sobre o resto do pelotão trazendo Nelson Piquet atrás de si com Jacques Laffite à espreita, mas o ritmo do australiano da Williams era tão acentuado que ele manteve a liderança por dezessete voltas até parar nos boxes para ajustar o aerofólio dianteiro.[12] Nesse interim os ponteiros eram Jacques Laffite, Nelson Piquet e Gilles Villeneuve enquanto Jones retornou à pista na quarta posição. Neste momento, sete pilotos já estavam fora de combate, inclusive Carlos Reutemann, traído por uma falha no motor. Em sentido inverso, Jones fez valer a força da máquina sob seu controle e tocou roda com Villeneuve antes de ultrapassar seus três adversários entre as voltas vinte e cinco e trinta até reassumir o primeiro lugar.
No mesmo instante em que recuperou a liderança, Jones foi beneficiado pela quebra do motor de Laffite enquanto Villeneuve sofreu um acidente ao rodar na região do Tobogã e bater sucessivamente nas telas de proteção e na mureta antes de abandonar a porfia após trinta e seis voltas, garantindo a vice-liderança a Piquet em sua Brabham azul e branco e o terceiro posto a Jody Scheckter, mas uma quebra do motor ferrarista estragou o centésimo Grande Prêmio do sul-africano e beneficiou Keke Rosberg em sua Fittipaldi amarela. Ato contínuo, Alan Jones venceu a prova enquanto Nelson Piquet e Keke Rosberg subiram pela primeira vez ao pódio.[13] Derek Daly foi o quarto colocado pela Tyrrell e Bruno Giacomelli levou a Alfa Romeo ao quinto posto (numa pontuação inédita desde o Grande Prêmio da Espanha de 1951) e Alain Prost pontuou já em sua estreia na Fórmula 1 ao cruzar em sexto lugar com a McLaren.[2] Tão segura foi a condução de Alan Jones rumo a vitória que o australiano diminuiu o ritmo a fim de poupar seu equipamento, mas voltou a acelerar quando Nelson Piquet reduziu de maneira efêmera a vantagem de seu rival, enfim estabelecida em torno de vinte e cinco segundos.[11]
Felizmente para os pilotos e fãs presentes ao autódromo, os temores quanto à segurança da pista restaram infundados, pois o asfalto escabroso não fez vítimas, a não ser por algumas rodadas como a do alemão Jochen Mass em sua Arrows, todavia a curva do Embu exigia atenção constante: na volta 38 o tricampeão Jackie Stewart e um representante da Grand Prix Drivers' Association foram ao local a fim de avaliá-lo e nisso o britânico opôs-se ao encerramento abrupto da prova para não frustrar os torcedores, o mais ilustre deles o pentacampeão Juan Manuel Fangio. Ao ser indagado sobre o estado da pista, Stewart deu seu veredicto: "Acho que não está boa, mas também não está perigosa. Deixe que eles corram até o final".[11]
Em relação aos mundiais de pilotos e construtores, Alan Jones alcançou a liderança do campeonato com nove pontos, três a mais que Nelson Piquet e cinco adiante de Keke Rosberg, mesma pontuação atribuída às suas equipes: Williams, Brabham e Fittipaldi, aliás, a escuderia brasileira vive o melhor início de campeonato em sua curta existência. Para Frank Williams satisfação em dobro, pois tanto seu piloto quanto sua equipe lideram o mundial de Fórmula 1 pela primeira vez na história, aliás um australiano não ponteia o mundial de pilotos desde Jack Brabham no Grande Prêmio da Bélgica de 1970.[14]
Classificação
Treinos
Corrida
Tabela do campeonato após a corrida
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Referências
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