Predefinição:Info/Corrida automobilística
Resultados do Grande Prêmio da Bélgica de Fórmula 1 realizado em Spa-Francorchamps em 7 de junho de 1970. Quarta etapa da temporada, neste dia o mexicano Pedro Rodríguez conquistou a última vitória de sua carreira, guiando então para a BRM.[1][2]Predefinição:Nota de rodapé
Resumo
Bruce McLaren (1937-1970)
No intervalo entre as provas de Mônaco e da Bélgica, a Fórmula 1 foi surpreendida pela notícia da morte de Bruce McLaren, piloto neozelandês fundador da equipe que leva seu nome. O triste fato ocorreu em 2 de junho de 1970 no Circuito de Goodwood, Reino Unido, durante um teste para a Can-Am,[3] categoria automobilística popular nos Estados Unidos e Canadá, quando (acredita-se) o motor explodiu e destroçou a carenagem traseira do carro de Bruce McLaren. Sem estabilidade aerodinâmica, o bólido McLaren M8D saiu da pista e atingiu um posto de observação a aproximadamente 290 km/h e, segundo o jornal O Globo, "o piloto foi retirado das ferragens já sem vida".[4] Por conta da morte de seu fundador, a equipe McLaren não participou da prova belga.[5]
Como se não bastasse a dor da perda, a equipe enlutada sofreu outro revés, pois Denny Hulme convalescia após um acidente nos treinos para as 500 Milhas de Indianápolis em virtude de queimaduras em suas mãos.[6]
Dois pilotos na Ferrari
Representante único da Ferrari nas três primeiras corridas do ano, Jacky Ickx teria ao seu lado na Bélgica o italiano Ignazio Giunti. Em sentido inverso o time de Ken Tyrrell correria somente com Jackie Stewart, pois o francês Johnny Servoz-Gavin decidiu aposentar-se por causa de um problema de visão que o acometia desde sua participação num evento off-road durante o inverno. Quanto à equipe Lotus a mesma decidiu usar o Lotus 72, previamente utilizado na Grande Prêmio da Espanha.[5]
Mudanças à parte, Jackie Stewart conquistou mais um pole position em sua March/Tyrrell com Jochen Rindt confirmando os prognósticos a respeito do Lotus 72 e Chris Amon em terceiro com uma March "original". A Ferrari de Jacky Ickx estava na segunda fila com a Brabham de Jack Brabham, enquanto a fila seguinte contava com Pedro Rodriguez, pela BRM, Rolf Stommelen na segunda Brabham e Ignazio Giunti estreando em oitavo lugar pela Casa de Maranello.[5]
Rodríguez e a BRM vencem
Em 1969 os pilotos, sob a liderança de Jackie Stewart, recusaram-se a correr em Spa-Francorchamps alegando que a pista belga era tão rápida quanto perigosa, raciocínio ilustrado pelo acidente no Grande Prêmio da Bélgica de 1966 quando o próprio Stewart, então na British Racing Motors (BRM), sofreu um acidente e caiu numa vala enquanto a gasolina fluía de seu carro expondo o britânico ao risco de morte por explosão, mas felizmente a ação rápida de Graham Hill salvou a vida de seu compatriota e companheiro de equipe. Agora piloto da March, Stewart capturou a pole position, mas fez valer sua autoridade de campeão mundial ao defender um novo boicote à prova. O motivo? Temor pela vida dos pilotos em caso de chuva, ideia apoiada por Graham Hill e combatida de forma veemente por Jacky Ickx: "Devemos aceitar os riscos que esse trabalho envolve, incluindo o risco de perder sua vida!"; no que foi rebatido por Stewart: "Nós não fazemos esse trabalho para morrer"...[7][6]
Sem chuva, os pilotos alinharam para a prova e no momento da largada Amon tomou o primeiro lugar de Stewart, mas levou o troco no giro seguinte. Determinado, o neozelandês voltou à liderança, mas na quinta volta a surpresa: Pedro Rodríguez pôs sua BRM adiante dos carros da March e liderou tendo Amon atrás de si até a bandeirada final. Na disputa pela terceira posição ficaram pelo caminho por quebra de motor ou falha na embreagem nomes como Jochen Rindt, Jackie Stewart e Jack Brabham, mas quando parecia que Jacky Ickx herdaria a posição, sua Ferrari ficou sem combustível a duas voltas do fim da prova e assim a Matra de Jean-Pierre Beltoise garantiu o último degrau no pódio. Bem posicionada em quarto lugar, a Matra de Henri Pescarolo teve uma pane elétrica e foi ultrapassada pela Ferrari de Ignazio Giunti, quarto colocado em sua estreia na categoria, e pela Brabham de Rolf Stommelen, enquanto Pescarolo, mesmo parado, ainda conseguiu terminar em sexto lugar.[6]
Nesta que foi a última corrida no antigo traçado de 14 km do Circuito de Spa-Francorchamps,[6] Pedro Rodríguez venceu pela última vez em sua carreira enquanto Chris Amon assinalou sua primeira volta mais rápida, algo inédito também para o seu time, a March. Com 10 pontos, o mexicano da BRM estava em terceiro na tabela a três pontos de Jackie Stewart e cinco de Jack Brabham, líder do mundial de pilotos. Dentre os construtores a March tinha 19 pontos, dois de diferença em relação à Brabham e quatro ante a McLaren.[8]
50 anos de jejum
Mesmo com Pedro Rodríguez bem posicionado na classificação, um novo triunfo mexicano na categoria só veio a ocorrer quando Sergio Pérez triunfou no Grande Prêmio de Sakhir de 2020 a bordo de uma Racing Point.[9]
Bélgica ausente em 1971
Em comunicado feito no dia 15 de março de 1971 o Real Clube de Automobilismo anunciou o cancelamento do Grande Prêmio da Bélgica previsto para 6 de junho daquele ano. Tal decisão foi motivada pela falta de segurança em Spa-Francorchamps combinada com a falta de recursos financeiros para melhorar as condições da tradicional pista belga,[10] substituída a partir de 1972 por Nivelles e Zolder. O regresso de Spa-Francorchamps ao calendário da Fórmula 1 ocorreria apenas em 1983.
Classificação da prova
Tabela do campeonato após a corrida
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Referências
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