Predefinição:Info/Corrida automobilística
Resultados do Grande Prêmio da Áustria de Fórmula 1 realizado em Österreichring em 15 de agosto de 1982.[1] Décima terceira etapa da temporada, nele o italiano Elio de Angelis, da Lotus-Ford, venceu pela primeira vez em sua carreira.[2] Em segundo lugar chegou Keke Rosberg, da Williams-Ford, com Jacques Laffite em terceiro pela Ligier-Matra.Predefinição:Nota de rodapé
Resumo
Brabham domina os treinos
Nos treinos de sexta-feira o brasileiro Nelson Piquet marcou 1:27.612 com sua Brabham-BMW quebrando extraoficialmente o recorde da pista numa façanha obtida com pneus novos e apenas 30 litros de gasolina no tanque numa pista com tráfego ameno, garantindo o primeiro lugar ao brasileiro e o segundo ao italiano Riccardo Patrese, seu companheiro de equipe.[3] Tal foi a vantagem do modelo BT50 que o time de Bernie Ecclestone passou a elaborar estratégias para a corrida. No sábado não houve alterações significativas neste cenário e nas posições seguintes havia um trio francês com o Renault RE30 de Alain Prost na terceira posição à frente de Patrick Tambay (Ferrari) e René Arnoux (também da Renault) enquanto John Watson, com 30 pontos na tabela e de facto o líder do campeonato desde o grave acidente que encerrou a carreira de Didier Pironi no Grande Prêmio da Alemanha, ficou apenas em décimo oitavo lugar com sua McLaren-Ford.[4]
O domínio dos motores turbo na Áustria foi favorecido pelo traçado de Österreichring com suas longas retas e curvas de amplo traçado e pelo fato de que a pista situa-se 750 metros acima do nível do mar.[5] Tais variantes somaram-se ao talento de Piquet e ao aprumo da Brabham para garantir que a BMW conquistasse sua primeira pole position na Fórmula 1, resultado ainda mais vistoso graças à dobradinha na primeira fila do grid de largada.
Em meio à competição que se desenrolava na pista, Lotus e Renault firmaram um contrato para o fornecimento de motores para os próximos anos e no terreno oposto havia especulações quanto à transferência de René Arnoux para a Ferrari e a de Jacques Laffite para a Williams.[6]
Duplo fracasso
Nelson Piquet manteve a pole e saiu em primeiro lugar, contudo sua liderança durou somente uma volta em razão do mau rendimento de seus pneus, ocasião em que foi ultrapassado por Riccardo Patrese. Graças à grande altitude de Österreichring o rendimento dos carros turbo permitiram aos mesmos ocuparem os primeiros lugares com Patrese e Piquet a uma distância segura de Prost. A dobradinha da Brabham, contudo, foi desfeita na volta dezoito quando Piquet foi aos boxes e embora tenha trocado os pneus em tempo hábil, sofreu um atraso de cinco segundos em seu tempo de parada em razão de uma demora para o início efetivo do reabastecimento. Dezoito segundos mais tarde o piloto regressou à pista na quarta posição.[7] Naquele momento, dentre outros participantes, já estavam fora de combate: René Arnoux, vítima de uma falha no seu Renault turbo, mas destino pior teve Derek Daly, da Williams, envolvido num acidente com Andrea de Cesaris e Bruno Giacomelli, pilotos da Alfa Romeo, ainda na largada.[8]
Na volta 24 foi a vez de Riccardo Patrese ir aos boxes numa operação que durou apenas onze segundos e foi eficiente a ponto de devolvê-lo à pista ainda na liderança, embora seus pneus frios o expusessem ao ataque de Alain Prost. Durante algum tempo Patrese mostrou-se resiliente, contudo sua corrida terminou quando o motor BMW estourou derramando óleo nos pneus traseiros. Descontrolado, o italiano rodopiou entre os barrancos que compunham a mal-feita área de escape do circuito e quase capotou, mas felizmente o condutor do carro nada sofreu. O domingo dos sonhos da Brabham chegou ao fim de forma indesejada quando Piquet, terceiro colocado, sofreu uma pane elétrica na trigésima primeira volta, deixando Alain Prost e Elio de Angelis sossegados à frente. Fora da prova, restou ao brasileiro o consolo de entrar para a história como protagonista do primeiro pit stop destinado à troca de pneus e de combustível na era moderna da Fórmula 1.[7]
Vitória para Elio de Angelis
Por um número considerável de voltas, Alain Prost liderou tranquilamente em relação a Lotus de Elio de Angelis. Todavia a falta de confiabilidade da Renault deixou o francês a pé devido a falhas no sistema de injeção, o que entregou a liderança para Elio de Angelis. Faltando cinco voltas para o fim da corrida, o novo líder era seguido por Keke Rosberg em sua Williams. Numa contenda entre dois motores aspirados, o piloto finlandês chegou a descontar dez segundos de desvantagem em relação ao seu rival que sofria com o desgaste acentuado de pneus. O arranque de Rosberg foi possível também graças aos erros cometidos por De Angelis na troca de marchas e pelo temor de uma pane seca.[9] O ataque final contra o italiano da Lotus aconteceu na entrada da reta de chegada a poucos metros do fim e não obstante o furor de Rosberg a vitória coube a Elio de Angelis por ínfimos cinquenta milésimos de segundo ou pouco menos de meio carro de diferença.[10] Para Keke Rosberg a vitória não veio por falta de mais alguns metros, mas o segundo lugar fez dele o novo vice-líder formal da competição com 33 pontos ante 39 do inativo Didier Pironi, o que dá ao finlandês a liderança efetiva na classificação geral. Em terceiro lugar chegou Jacques Laffite, da Ligier, enquanto Patrick Tambay (Ferrari), Niki Lauda (McLaren) e Mauro Baldi (Arrows) completaram a zona de pontuação.
No quesito efemérides foi a primeira vitória na carreira de Elio de Angelis, a primeira da Lotus desde Mario Andretti no Grande Prêmio dos Países Baixos de 1978, a vitória de número 150 do motor Ford Cosworth e a última presenciada por Colin Chapman, morto aos 54 anos vítima de infarto fulminante em 16 de dezembro de 1982.[11]
Resultados
Treino classificatório
Corrida
Tabela do campeonato após a corrida
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Referências
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