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História do Paraguai

Predefinição:Cultura do Paraguai A história do Paraguai se estende desde as primeiras ocupações humanos até os dias atuais. Geralmente é dividida em três períodos: Pré-colombiano, colonial e republicano.

Era pré-colombiana (?-1520)

Mapa da expansão guarani na América do Sul no século XVI.
Ver artigo principal: Pré-história do Paraguai

Antes da chegada de colonos espanhóis nos rios Paraguai e Paraná, o atual território do Paraguai era habitado único e exclusivamente por indígenas de diversas etnias. Estas etnias podem ser classificadas em três grupos: os pampídeos, os jês e os amazônicos.[1] Ainda não se sabe qual destes grupos chegou primeiro ao território. Em termos linguísticos, também se pode dividir os nativos em três grupos: os povos Mascoyan, os Mataco-Guaicurú e os Tupí-guarani.[2]

No século XV os guaranis avançaram a partir do norte em direção ao chaco e do leste em direção a área central do Paraguai.[3] Este movimento se deu graças a superioridade numérica e posse de uma cultura material mais desenvolvida, onde praticavam o cultivo da mandioca, milho e amendoim. A prática de uma agricultura de roça permitia que obtivessem excedentes necessários para manter uma população em contínuo crescimento demográfico, e que necessitava de novos territórios.[4][5]

Os guaranis encontraram na região grupos jês, como os guayaki, coletores e caçadores, e também os grupos do Pampa, como os paiaguás. O primeiro contato dos guaranis com os europeus foi com Aleixo Garcia, explorador português que participou em várias expedições à América do Sul com a frota espanhola.[6]

Entre o final de 1524 e começo de 1525, Garcia chegou onde hoje fica Assunção, treze anos antes de sua fundação. O grupo recrutou 2.000 guerreiros guaranis para invadir terras no Chaco paraguaio, enfrentando as tribos locais, consideradas perigosas pelos exploradores. Marchando para o oeste, após ter cruzado o Rio Paraná, o grupo de García descobriu as Cataratas do Iguaçu (há uma versão que diz que o descobridor das Cataratas do Iguaçu foi Álvar Núñez Cabeza de Vaca, sendo a mais aceita,[7] porém há fontes que ainda creditam o português[8]).[6][9]

Em 1533, Garcia subiu o rio Pilcomayo, chegando às fronteiras do império inca, zona da atual Cochabamba, Bolívia. Existe o registro de uma batalha entre suas forças, juntos dos guaranis com as forças incas, oito anos antes de Francisco Pizarro conquistá-los.[6][9] Os exploradores destruíam as aldeias que encontraram pelo caminho, antes que o exército de Huayna Capac, então governante inca, reagisse. Quando voltava para o litoral Garcia foi assassinado às margens do rio Paraguai pelos paiaguás, perto da atual cidade de San Pedro del Ycuamandiyú, mas a notícia da batalha com os incas chegou aos exploradores espanhóis e atraiu Sebastião Caboto, filho do explorador genovês João Caboto, ao Rio Paraguai, dois anos depois.[9]

Período colonial (1520-1811)

Mapa da Região do Prata no início do século XVII.

O período colonial do Paraguai compreende do período descobrimento europeu do Paraguai nos anos 1520 até sua independência em 1811.[10] Os primeiros colonos espanhóis chegaram ao Paraguai no início do século XVI.[11] A cidade de Assunção, fundada em 15 de agosto de 1537,[12] logo se tornou o centro de uma província nas colônias espanholas na América do Sul, conhecida como "Nueva Andalucia".[13]

Primeiros exploradores

Antes da chegada dos europeus, os territórios situados entre os rios Paraná e Paraguai eram ocupados pelos guaranis, que viviam da agricultura, da caça e da pesca.[9] Acossados, no século XV, por tribos da região do Grande Chaco, os guaranis cruzaram o rio Paraguai e submeteram seus inimigos, levando o conflito aos limites meridionais do império Inca. Eram, assim, os aliados dos primeiros exploradores europeus que procuravam rotas mais curtas para as minas do Peru.[15]

Aleixo Garcia, que partiu do litoral brasileiro em 1524 e Sebastião Caboto, que subiu o Paraná em 1526, foram os primeiros a atingir as terras interiores da bacia Platina, hoje pertencentes ao Paraguai, mas coube a Domingos Martínez de Irala a fundação dos primeiros núcleos coloniais (1536-1556).[16] Juan de Ayolas, Juan de Salazar e Juan de Garay também realizaram penetrações na região.[17] Irala fundou as primeiras colonias onde hoje é o Paraguai, que logo se transformou no centro da transformação espanhola na região sul-oriental da América do Sul. Sua política de colonização consistiu na delimitação das fronteiras com o Brasil através da construção de uma linha de fortes contra a expansão portuguesa, na fundação de vilas e na intensa miscigenação de espanhóis com guaranis, principal fator da formação da população do país.[18]

Século XVI

Cabildo de Assunção (1537-1811).

Os primeiros europeus, membros da expedição comandada por Juan de Salazar de Espinosa e Gonzalo de Mendoza e destinada a procurar Ayolas,[19] estabeleceram-se em um trecho da margem oriental do Rio Paraguai, após o fracasso da primeira fundação da cidade de Buenos Aires no começo do século XVI. Fundaram uma fortificação que se tornaria futuramente a cidade de Assunção no dia 15 de agosto de 1537, dia de Nossa Senhora de Assunção.[20] Seguiram rio acima e se encontraram com Irala, que tinha ordens de esperar a seu chefe Ayolas. Os três homens o procuraram, sem sucesso. Então, Salazar e Gonzalo de Mendoza desceram o rio de regresso ao recém-fundado Forte de Assunção.[19]

Em meados dos anos 1560, a população de Assunção já alcançava aproximadamente 1.500 pessoas, na sua maioria indígenas. Os embarques de prata que vinham do Peruobrigatoriamente passavam por Assunção.[21] Esta se converteu na capital de uma província espanhola que abarcava uma porção que compreendia os territórios atuais do Brasil, Paraguai, Argentina e Bolívia, tendo sido apelidada de "Província Gigante de las Indias".[22]

Com a consolidação de Assunção como sede de uma província colonial espanhola, recebeu o título de "Madre de las Cuidades",[23] emanando povoações que fundariam diversas cidades, sendo as principais: Ontiveros, Cidade Real del Guayrá, Villa Rica del Espíritu Santo, Santiago de Jerez, Santa Cruz de la Sierra, Buenos Aires, Corrientes, Santa Fé e Concepción del Bermejo.[24]

Jesuítas

Reduções jesuítas até o Século XVIII (as paraguaias de 23 à 30)

Em 1604, durante o governo de Hernandarias de Saavedra, os primeiros jesuítas chegaram ao Paraguai. Os objetivos das missões jesuítas eram catequizar os indígenas e servirem como postos avançados contra a expansão portuguesa.[25][26] Com uma certa autonomia em relação a Assunção, essas instituições seguiam um sistema teocrático próprio. Até o fim das missões em 1767, estima-se que entre 200 mil e 250 mil indígenas viveram nas 32 reduções.[27]

Ruínas da Redução Jesuíta de Trinidad.

As missões inicialmente instalaram-se na região de Guayrá - atual estado brasileiro do Paraná - e depois se expandiram em direção ao sudoeste, se estabelecendo nos arredores do Rio Tebicuary.[28] A língua guarani foi respeitada e fixou-se na forma escrita; nela foram transcritas importantes obras de teologia,[29] impressas na primeira imprensa do Rio da Prata.[30]

A respeito da organização das reduções, cada povoado era administrada por um Padre Reitor, ente de máxima autoridade. O Padre Doutrinático era encarregado da instrução religiosa. O Padre Dispenseiro era encarregado da administração econômica. Ainda existiam um ou mais Padres Auxiliares ou Coadjuntor, que serviram de mediadores entre o reitor e a população indígena.[31]

Século XVII

Em 1617, ainda no governo de Hernandarias, a província em duas governadorias: a do Paraguai e a de Buenos Aires. Desta forma o Paraguai perdeu a zona marítima do estuário do rio da Prata, ficando isolado no interior do continente, e conservou só Assunção, Ciudad Real e Villa Rica del Guayrá. Posteriormente. O último acesso paraguaio ao mar foi perdido junto do território chamado de Mbiazá ou Yviazá (ou La Vera), que correspondia ao atual estado brasileiro de Santa Catarina, território no qual se encontrava o porto de San Francisco de Mbiazá, fundado em 1538.[32][33]

Século XVIII

Ver artigo principal: Vice-Reino do Rio da Prata

Em 1717, aconteceu a Revolução Comunera.[34] Os rebeldes foram derrotados na batalha de Tovatí em 1721, tendo sido impostas duras sanções a província que enfraqueceram sua economia.[34][35] Em 1750, o Tratado de Madrid entre Espanha e Portugal afetou o Paraguai com as perdas de Guayrá (entre o Rio Paraná e o Oceano Atlântico), a grande província do Itatín e a região de Cuyabá (atual Cuiabá, no Mato Grosso), que foram cedidos ao Brasil português.[36] Ainda no Tratado de Madrid, a corte espanhola e a coroa portuguesa decidiram repartir o território das reduções indígenas.[37] Os jesuítas não aceitaram, e os exércitos espanhol e português empreenderam a chamada Guerra Guaranítica e acabaram com as reduções em 1757.[38] Em 1767 os jesuítas foram expulsos da Espanha e de seus domínios, por ordem de Carlos III.[39]

O Vice-Reino do Rio da Prata foi criado em 1776 pelo rei Carlos III, integrando em sua jurisdição os atuais territórios da Argentina, e do Uruguai, dos atuais estados brasileiros do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o Paraguai, a Bolívia e o norte do Chile. A criação do Vice-Reino do Rio da Prata separou o Paraguai do Vice-Reino do Peru. A capital do novo Vice-Reino era Buenos Aires.[40] A criação do Vice-Reino obedeceu à necessidade de organizar melhor a administração do extenso território acossado pelo contrabando e pela constante penetração dos portugueses e luso-brasileiros. Em 1777 a província do Paraguai foi integrada no Vice-Reino do Rio da Prata dentro do qual se manteve até 1811. Em 1782, estabeleceu-se no Vice-Reino o regime das intendências.[40] Assunção era, na província ou Intendência do Paraguai, o único povoado com categoria de cidade. A zona ao sul do rio Tebicuary e ao leste da cordilheira de Caaguazú por sua vez correspondia à Governação das Missões Guaranis (ou Província Subordinada das Missões) constituída com os restos das Missões Jesuíticas que ficaram sob controle espanhol.[40]

Independência

Ver artigo principal: Independência do Paraguai
Casa da Independência (1811).

A primeira manifestação contundente se deu em 1717, através da Revolução Comunera, porém somente a partir do século XIX que o processo de independência é considerado.[34]

À medida que Buenos Aires tornava-se mais poderosa, os líderes paraguaios perceberam o declínio da importância de sua província. Embora também contestassem a autoridade espanhola, recusaram-se a aceitar a declaração de independência da Argentina (1810) como extensiva ao Paraguai.[41][42] Nem mesmo a intervenção do exército argentino, comandado pelo general Manuel Belgrano,[43] conseguiu efetivar a incorporação da província. Mais tarde, porém, quando o governador espanhol do Paraguai solicitou auxílio português para defender a colônia dos ataques de Buenos Aires, os paraguaios, liderados por Fulgencio Yegros, Pedro Juan Caballero e Vicente Ignácio Iturbide, depuseram o governador Bernardo Velasco e proclamaram a independência do país em 15 de maio de 1811.[44]

Antecedentes

Campanha de Belgrano no final de 1810.

Em 1806 e 1807, ocorrem invasões inglesas, ocupando as cidades de Buenos Aires e Montevidéu. De Assunção, Córdova e outros locais do vice-reinado, foram enviadas tropas que colaboraram na expulsão dos invasores. As invasões inglesas demonstraram a metrópole espanhola o quão independente era o vice-reino.[45]

Em 1810, chegou a notícia em Buenos Aires, capital do vice-reinado do Rio da Prata, que Sevilha havia sido ocupada pelas forças de Napoleão Bonaparte.[46] Em resposta, reuniu-se um conselho aberto, que em 25 de maio de 1810 substituiu o Vice-rei Cisneros por uma junta do governo.[47] Entre seus objetivos, estava convocar a reunião de um congresso de representantes de todas as províncias do Vice-reino do Rio da Prata, para definir a forma de governo do ex-vice-reinado.[47]

Em resposta à convocação, a Assembléia Geral de 24 de junho de 1810, que ocorreu em Assunção, decidiu se manter fiel ao Conselho de Regência, que se refugiara em Cádiz e governava em nome de Fernando VII, prisioneiro de Napoleão.[48]

No final de 1810, as tropas sob o comando do general Manuel Belgrano marcharam em uma expedição para tentar adicionar ao Paraguai as recém-criadas Províncias Unidas do Rio da Prata. As forças daquela expedição não receberam apoio local e foram derrotadas nas batalhas de Paraguarí e Tacuarí - 19 de janeiro e 9 de março de 1811 - pelos monarquistas, que até então eram liderados pelos oficiais Fulgencio Yegros e Manuel Cabañas.[49][50] Essas batalhas, tanto pelo sucesso das forças paraguaias quanto pela fuga por ocasião do governador espanhol Velasco - pensando que haviam sofrido um revés militar - e os contatos repetidos dos oficiais paraguaios com Belgrano, são considerados o início das Forças Armadas Paraguaias.[51]

Revolução de Maio de 1811

Caballero, Yegros e Francia
Ver artigo principal: Revolução de Maio de 1811
Bandeira provisória, usada em junho de 1811.

Após várias semanas de conspirações, na noite do dia 14 de 1811 as tropas comandadas por Pedro Juan Caballero e Fulgencio Yegros chegam a Assunção.[52] Um congresso foi realizado em 17 de junho, onde o governador Velasco foi acusado de negociar com os portugueses a defesa da metrópole espanhola, mesmo ao preço de se tornar dependente do Império Português.[53] Em seu lugar, foi nomeado um Conselho de Administração, presidido por Fulgencio Yegros.[52]

Em 12 de outubro de 1811, foi assinado um tratado com a Junta de Buenos Aires, que estabeleceu, entre outras disposições, um projeto de confederação entre as Províncias Unidas do Rio da Prata e Paraguai, que não foi aceito devido aos distintos interesses de Buenos Aires e Assunção.[54] Houve reconhecimento de ambas as partes, porém algumas questões fronteiriças ainda ficaram em aberto.[55]

Pátria Velha (1811-1864)

Em 1814, após um período de consulado, um congresso elegeu José Gaspar Rodríguez de Francia como presidente vitalício do Paraguai.[56]Predefinição:Nota de rodapé Nos governos de Francia (1814-1840), Carlos Antonio López (1841-1862) e Francisco Solano López (1862-1870) o Paraguai se desenvolveu de maneira bastante diferente de outros países da América do Sul. Foi-se incentivado um crescimento econômico auto-suficiente, baseado no caráter estatal da maioria das empresas. Tal política econômica mostrou-se mais bem sucedida que a aplicada nos países vizinhos.[57] O regime da Família López foi caracterizado por um forte centralismo na produção e distribuição de bens. Não havia distinção entre a esfera pública e a privada.[58]

Governo de José de Francia (1814-1840)

Dado a consolidação de Buenos Aires como centro da região, Francia se preocupou em fortalecer economicamente o Paraguai, numa tentativa de fazer Assunção um grande centro, assim como era a capital argentina, além de confirmar a soberania do Paraguai.[59] Até o fim de seu governo o Congresso que o elegeu nunca se reuniu novamente.[56][60]

Ao longo de seu governo, a elite colonial espanhola presente no país perdeu força. Nesse processo, foi-se proibido o casamento de europeus com europeus, forçando os colonos a casarem-se com mulheres locais.[61] Além disso, as fronteiras foram totalmente fechadas, com ninguém podendo sair e os que entrassem a ficar em prisão domicilar.[59]

Em 1815, a Igreja Católica Romana no Paraguai foi declarada independente de Roma, com Francia nomeando-se chefe da Igreja paraguaia.[62] Em meados de junho de 1816, todas as procissões noturnas foram proibidas, exceto a de Corpus Christi. Em 1819, o bispo foi persuadido a transferir a autoridade para o vigário geral, e em 1820 os frades foram secularizados. Em 4 de agosto de 1820, todos os clérigos foram forçados a jurar lealdade ao Estado, e suas imunidades clericais foram retiradas.[62] Os quatro mosteiros do país foram nacionalizados em 1824.[63] A Inquisição foi abolida, e os confessionários passaram a contar com forcas próprias.[64]

Em março de 1820, Fulgencio Yegros comandou uma conspiração contra Francia, que foi rapidamente reprimida pelo presidente.[65] Em julho de 1821, mais de um ano depois, seus principais rivais haviam sido mortos.[66] Estima-se que cerca de 40 pessoas foram executadas por razões políticas em quase 30 anos de governo, em um período muito sangrento na América do Sul. No meio do processo judicial da conspiração, em setembro de 1820, ele cedeu asilo ao líder uruguaio José Gervasio Artigas, amigo de muitos conspiradores que estavam na prisão na época.[67]

Tendo morrido em 20 de setembro de 1840, Francia é conhecido como o líder que apesar de autocrático e autoritário, consolidou a soberania do Paraguai na região do Prata.[56][60]

Governo de Carlos Antonio López (1841-1862)

Carlos Antonio López.

Francia não havia deixado nenhum sucessor, sendo assim iniciou-se uma disputa pelo poder no Paraguai. Após a morte de Francia, uma junta liderada por Manuel Antonio Ortiz, tomou o poder.[68] Em 22 de janeiro de 1841, Ortiz foi derrubado de seu posto por Juan José Medina, que por sua vez sofreu um golpe em 9 de fevereiro,[69] liderado por Mariano Roque Alonzo.[70] Em 14 de março de 1841, com pouca autoridade para governar, Alonzo reinstituíu o consulado, trazendo para o governo Carlos Antonio López.[70] O consulado durou até 13 de março de 1844, quando o Congresso nomeou Lopez o Presidente da República, cargo que ocupou até sua morte em 1862.[68][71]

Embora o governo de Carlos tenha sido semelhante ao sistema de Francia, seus meios eram diferentes.[72] Em seu governo são encontrados alguns traços de corrupção, tendo ele se tornado o homem mais rico do país. Além disso, a população paraguaia aumentou de cerca de 220.000 em 1840 para cerca de 400.000 em 1860.[73]

Durante seu mandato, López melhorou a defesa nacional, aboliu os restos das reduções , estimulou o desenvolvimento econômico e tentou fortalecer as relações com países estrangeiros. Ele também tentou reduzir a ameaça das tribos nativas saqueadores no Chaco. O Paraguai fez grandes progressos na educação. Quando López assumiu o cargo, Assunção tinha apenas uma escola primária. Durante o reinado de López, mais de 400 escolas foram construídas para 25.000 alunos do ensino fundamental e o estado reinstituiu o ensino médio. Os planos de desenvolvimento educacional de López progrediram com dificuldade, porque Francia havia expurgado o país da elite educada, que incluía professores.

López afrouxou as restrições às relações exteriores, aumentou as exportações, convidou médicos, engenheiros e investidores estrangeiros para se instalarem no Paraguai e pagou para que os estudantes estudassem no exterior. Em 1853, ele enviou seu filho Francisco Solano à Europa para comprar armas. López estava preocupado com a possibilidade de uma guerra com o Brasil ou a Argentina, então criou um exército de 18.000 soldados com uma reserva de 46.000, na época o maior exército da América do Sul.

"Quando os técnicos britânicos e outros estrangeiros chegaram ao país, eles começaram a trabalhar quase inteiramente na criação de um complexo militar-industrial, e o maior projeto da época foi uma enorme e extensa fortaleza de Humaitá, o "Sebastopol do Das Américas".

Várias rodovias e um telégrafo ligando Assunção a Humaitá foram construídos. Uma empresa britânica começou a construir uma ferrovia de Assunção a Paraguarí , uma das primeiras da América do Sul, em 1858. Em 22 de setembro de 1861, a estação ferroviária Central foi inaugurada em Assunção. Especialistas estrangeiros ajudaram a construir uma fábrica de ferro em Ybycuí e um grande arsenal.

No entanto, apesar de seu aparente liberalismo, Antonio López era um ditador que não dava aos paraguaios mais liberdade de se opor ao governo do que tinham sob Francia. O Congresso tornou-se seu fantoche e o povo abdicou de seus direitos políticos, situação consagrada na Constituição de 1844 , que colocou todo o poder nas mãos de López.

A escravidão

A escravidão existia no Paraguai desde os primeiros dias coloniais. Os colonos haviam trazido escravos para trabalhar como empregados domésticos, mas geralmente eram indulgentes com sua escravidão. As condições pioraram depois de 1700, no entanto, com a importação de cerca de 50.000 escravos africanos para serem usados ​​como trabalhadores agrícolas. Sob Francia, o estado adquiriu cerca de 1.000 escravos quando confiscou propriedades da elite. López não libertou esses escravos; em vez disso, ele promulgou a Lei do útero livre de 1842, que encerrou o comércio de escravos e garantiu que os filhos de escravos fossem livres aos vinte e cinco anos. A nova lei serviu apenas para aumentar a população escrava e diminuir os preços dos escravos à medida que as taxas de natalidade dos escravos disparavam.

Relações externas

Apesar de ser independente de fato desde 1811 e proclamado uma República em 1813, o Paraguai declarou formalmente a independência apenas em 25 de novembro de 1842 e em 1844 adotou uma nova Constituição que substituiu a Constituição de 1813.  Com base nisso, o Paraguai começou a ganhar reconhecimento internacional oficial.

As relações externas começaram a aumentar em importância sob López, que mantinha a desconfiança tradicional do Paraguai nos estados vizinhos, mas ainda não possuía as habilidades diplomáticas de Francia. Inicialmente, López temeu um ataque do ditador de Buenos Aires Rosas. Com o incentivo brasileiro, López abandonou a política de neutralidade de Francia e começou a se intrometer na política argentina. Usando o slogan "Independência ou Morte", López declarou guerra contra Rosas em 1845 para apoiar o que acabou sendo uma rebelião sem sucesso na província argentina de Corrientes . Embora a Grã-Bretanha e a França o impedissem de se mover contra o Paraguai, Rosas estabeleceu um embargo comercial aos produtos paraguaios. O Paraguai Squadron ( semanário do harpista , New York , 16 de outubro de 1858).

Após a queda de Rosas em 1852, López assinou um tratado com Buenos Aires que reconheceu a independência do Paraguai, embora os porteños nunca o tenham ratificado. No mesmo ano, López assinou tratados de amizade, comércio e navegação com a França e os Estados Unidos. Em 1 de outubro de 1853, o navio de guerra americano USS  Water Witch chegou em Assunção.

No entanto, as crescentes tensões com vários países, incluindo os Estados Unidos , caracterizaram a segunda metade do governo de López. Em 1858, os Estados Unidos enviaram uma flotilha para as águas paraguaias em uma ação bem-sucedida para reivindicar uma indenização por um marinheiro americano que havia sido morto três anos antes quando o USS Water Witch havia entrado nas águas paraguaias, apesar da proibição de Lopez.

López abandonou imprudentemente sua política de neutralidade sem determinar onde estavam suas lealdades. Ele permitiu controvérsias e disputas de fronteiras com o Brasil e a Argentina. Os dois gigantes regionais haviam tolerado a independência paraguaia, em parte porque o Paraguai serviu para controlar as tendências expansionistas de ambos os oponentes. Ambos ficaram satisfeitos se o outro não pudesse dominar os assuntos paraguaios. Ao mesmo tempo, um Paraguai antagônico ao Brasil e à Argentina daria a esses países um motivo de união.

Guerra da Tríplice Aliança (1864-1870)

Ver artigo principal: Guerra do Paraguai

Antecedentes

Ao longo do século XIX, o Paraguai reduziu suas reivindicações territoriais para não aumentar os conflitos externos com o Brasil e a Argentina. No entanto, o Império não observou o mesmo comportamento e tentou impor limites ao seu vizinho.[74] Por seu lado, a Argentina aumentou suas reivindicações ao longo da década de 1850, exigindo soberania sobre todo o Chaco Boreal.[75]

Após a queda da Confederação Argentina, o governo do Paraguai ainda esperou por algum tempo que seu regime político e econômico fosse respeitado.[76] Mas o apoio argentino e imperial à revolução de Venancio Flores no Uruguai, contribuído pela Guerra do Uruguai,[77] aumentou a contínua campanha contra seu governo na imprensa de Buenos Aires.[78] Eles convenceram López de que mais cedo ou mais tarde ele deveria se defender dos dois países.

O presidente López exigiu que o Brasil se abstenha de intervir no Uruguai, mas o Império invadiu o país em meados de 1864.[79] Como resposta, López invadiu a província de Mato Grosso. Quando o Brasil entrou na Grande Guerra, em 12 de outubro de 1864, os paraguaios capturaram, um mês depois, o navio "Marquês de Olinda". Nele estava o governador brasileiro de Mato Grosso, coronel Frederico Carneiro de Campos, visconde de Caravelas.

Isso revelou aos paraguaios que, do norte do Paraguai, os brasileiros planejavam realizar uma invasão com 12.000 soldados (6.000 que estavam no local, mais outros 6.000 que chegariam como reforços) bem armados e uma frota de 6 a 8 navios de guerra. Prova disso foi o avanço ilegal que as tropas imperiais fizeram sobre a área, fundando ou ocupando fortes e instalando campos naquele território "em disputa".

Primeiro ataque e subsequente defesa

Isso levou ao "ataque preventivo" ao Mato Grosso em 1865, que foi completamente vitorioso para as armas paraguaias. Os aliados estavam desarticulados, seu plano foi quebrado em pedaços e eles recorreram a uma operação desesperada.

Os 6.000 que deveriam reforçar, com tempo e preparação, as tropas brasileiras que estavam em Mato Grosso, foram enviados para ajudar seus companheiros no final de 1865. O coronel Carlos de Morais Camisão e seus subordinados, tenente-coronel Albino de Carvalho e o visconde de Taunay lideraram o avanço, que foi uma verdadeira luta contra "dificuldades e fadiga".

Os brasileiros conseguiram superar pântanos, meandros, florestas, doenças e escassez. Cerca de 2.000 de seus companheiros foram deixados para trás quando chegaram às posições controladas pelo Paraguai.

O marechal López, sempre informado, já sabia tudo isso e (segundo Jorge Thompson em sua famosa obra A Guerra do Paraguai ) pessoalmente, sem informar a maior parte do exército que estava na fortaleza de Humaitá, partiu para o norte na vila de Concepción. A partir daí, ele organizou uma defesa, que ficou a cargo de Martín Urbieta. Somente depois de dominar um amplo território, López solicitou autorização do governo argentino para atravessar o território da Província de Corrientes, para confrontar o Brasil no Uruguai nas proximidades.[80] A resposta negativa do presidente argentino Bartolomé Mitre levou Francisco Solano López a declarar guerra contra a Argentina[81] e ordenar a invasão paraguaia de Corrientes, que começou com uma série de vitórias, mas as sucessivas derrotas nas Batalhas do Riachuelo,[82] Jataí, e o Cerco de Uruguaiana[83][84] finalmente forçaram os paraguaios a evacuar o território de Corrientes no final de 1865.[85]

Brasil, Argentina e Uruguai assinaram em 1 de maio de 1865 o tratado da Tríplice Aliança, forçando-se mutuamente a lutar contra o Paraguai até forçar a saída de Francisco Solano López e impor ao Paraguai os limites que seus dois países vizinhos desejavam. Além disso, foi estabelecido que uma grande indenização de guerra seria imposta ao país.[86]

A Batalha de Tuiuti, um marco da Guerra do Paraguai. Pintura a óleo de Cándido López.

A seguinte fase, iniciada com a invasão aliada de 16 de abril de 1866,[87] foi uma luta pela posse do extremo sul do Paraguai, especialmente a fortaleza de Humaitá, que impediu a passagem de navios inimigos para o centro do país.[88] As batalhas de Tuiuti e Curupaiti[89] foram derrotas das forças paraguaias a primeira paraguaia e aliado a segunda, levaram à parada prática das operações após uma série de pequenos combates. Uma epidemia de cólera dizimou os dois exércitos.[90] Quando o Império retomou sua ofensiva, em meados de 1867, ainda levava um ano para tomar Humaitá e as outras fortalezas da região.[91]

A campanha a seguir durou apenas algumas semanas. Durante a Campanha do Piquissiri, ocorreram quatro grandes batalhas, forçando López a deixar Assunção e recuar para o interior do país.[92] Praticamente todo seu exército foi morto ou capturado nessa campanha.[93] A cidade de Assunção foi ocupada e saqueada.[94]

Apesar da gravidade das derrotas, López continuou sua resistência na chamada Campanha da Cordilheira.[95] Seu exército foi completamente destruído nas batalhas de Piribebuy[96] e Acosta Ñu, marcada pelo massacre dos aliados.[97] A maioria dos soldados de López eram adolescentes ou crianças.[98] Os últimos remanescentes do exército de López, perseguidos em todo o interior do país, foram encontrados em 1º de março de 1870 pelas forças imperiais na Batalha de Cerro Corá. López foi morto em combate e as últimas forças leais se renderam.[99]

Período entreguerras (1870-1932)

Consequências pós-guerra

Assunção em 1892.

As consequências da Guerra da Tríplice Aliança foram devastadoras, levando a perda de dois terços de todos os homens adultos e grande parte do território paraguaio. O país foi submetido à ocupação brasileira que durou seis anos (até 1876). A situação criada levou a uma estagnação econômica que duraria pelo resto do século. Em relação ao social, a poligamia se tornou muito popular no país (um homem com várias mulheres) para repovoar o país, assim como a sociedade matriarcal prevaleceu, mas ao mesmo tempo um forte machismo, um contexto que ainda persiste hoje, principalmente nas classes médias baixas.

Os paraguaios não se preocuparam em formar um governo independente para o Paraguai até 15 de agosto de 1869, quando um "governo provisório" ou Triunvirato foi formado nas ruínas de Assunção, compostas por Cirilo Antonio Rivarola, Carlos Loizaga e José Antonio Bedoya. O Triunvirato, nominalmente eleito pelo povo paraguaio, foi de fato eleito por uma reunião de 21 pessoas,[100] representando as diferentes facções que responderam às autoridades militares brasileiras e em menor grau, ao comando militar argentino.[101] Loizaga e Bedoya eram oficiais da pequena "Legião Paraguaia", um corpo formado para dar a aparência de apoio paraguaio à invasão estrangeira. Por sua parte, Rivarola participou de conspirações contra os governos de López e foi incorporado à força como sargento no exército paraguaio, do qual havia desertado. Logo depois, Loizaga e Bedoya renunciaram e se retiraram para Buenos Aires, assumindo Rivarola como presidente.[100]

Em 15 de agosto de 1870, uma Convenção Constitucional se reuniu em Assunção para sancionar a primeira Constituição paraguaia, baseada na constituição argentina de 1853. A mesma Convenção declarou o Triunvirato dissolvido, que foi reduzido apenas a Rivarola, nomeando Facundo Machaín como novo presidente. No entanto, um golpe de estado das forças militares paraguaias obrigou a própria Convenção a eleger Rivarola, que assumiu o cargo em 1º de setembro daquele ano, como seu presidente, logo após a Constituição ter sido sancionada.[102]

A eleição do Congresso Nacional marcou o início do fim do governo de Rivarola, que terminou com a renúncia em 18 de dezembro de 1871. Sob o comando de seu sucessor, Salvador Jovellanos, foi assinado o Tratado de Loizaga – Cotegipe, que sancionou as reivindicações ao Império Brasileiro havia estabelecido ao assinar o tratado: o estabelecimento dos limites do norte do país no Rio Apa até os Salto de Sete Quedas. O Império garantiu um tratado deixando a Argentina de lado, que por sua vez reivindicou todo o Chaco Boreal. Pelo Tratado de Machain-Yrigoyen, foi definido que o Chaco central, a maior parte da atual província argentina de Formosa, seria dada para a Argentina, enquanto o território ao norte do rio Verde foi deixado para o Paraguai. Foi estabelecido que seria resolvido por uma sentença arbitral, pelo presidente dos Estados Unidos, Rutherford B. Hayes, a implantação do departamento do Presidente Hayes em território paraguaio em novembro de 1878.[103]

Recuperação econômica

Enquanto isso, Jovellanos foi substituído em novembro de 1874 por Juan Bautista Gill. Após a morte de Gill, ele foi sucedido por seu vice-presidente, Higinio Uriarte, que também não conseguiu estabilizar a situação política no Paraguai. Após o governo de Cándido Bareiro, ex-embaixador dos López na Europa, o Congresso nomeou Bernardino Caballero em 1880 para suceder Gill, que mais tarde seria reeleito e governaria até 1886. Durante seu mandato, as instituições foram reorganizadas, o transporte ferroviário e a telegrafia foram ampliados.

Em várias cidades, dezenas de escolas foram fundadas e o primeiro bonde foi estabelecido em Assunção. Ele foi sucedido pelo general Patricio Escobar, que continuou sua política. Sua contribuição mais lembrada para a cultura do país foi a fundação da Universidade Nacional de Assunção. Seus oponentes fundaram o primeiro partido paraguaio moderno, o Partido Liberal, que seguiu a tradição dos oponentes do governo López. Nesse mesmo ano, os apoiadores do governo, liderados pelo general Caballero, fundaram o Partido Colorado, que reivindicou a tradição nacionalista e a ação paraguaia na Guerra da Tríplice Aliança. Este manteria o governo até o início do século seguinte.[104]

O crescimento econômico continuou baixo nos governos de Juan Gualberto González, Juan Bautista Egusquiza, Emilio Aceval e Juan Antonio Escurra. Não havia estabilidade política, pois González e Aceval foram forçados a renunciar, deixando seus vice-presidentes em seu lugar. Enquanto isso, Escurra foi derrubado por uma revolução liberal, liderada pelo general Benigno Ferreira, em 1904.[105]

Primeira guerra civil

Nos anos seguintes, o Partido Liberal liderou o país. No entanto, foi dividido em frações, levando à constante instabilidade política. Após dois curtos governos revolucionários, o general Ferreira assumiu a presidência, que por sua vez foi derrubada pelo general Albino Jara. Revoluções sucessivas lideradas por liberais dissidentes e pelo Colorado levaram aos curtos mandatos de Emiliano González Navero, Manuel Gondra, Albino Jara, Liberato Marcial Rojas e novamente González Navero, dos quais nenhum conseguiu completar os quatro anos prescritos pela Constituição.

O primeiro a conseguir isso desde a presidência de Escobar foi Eduardo Schaerer, entre 1912 e 1916. Seu período de governo foi marcado por um grande crescimento econômico, causado pelas vantagens comerciais trazidas pela Primeira Guerra Mundial. Seus sucessores foram Manuel Franco, José Pedro Montero, Manuel Gondra e Eusebio Ayala, que nenhum dos quais conseguiram completar o mandato. Depois veio a longa Guerra Civil Paraguaia de 1922 a 1923, na qual uma facção liberal foi derrotada após uma sangrenta luta contra outra do mesmo partido.[106] Somente a paritr de 1924, se iniciou um período de estabilidade, com Eligio Ayala, José Patricio Guggiari e Eusebio Ayala, completando cada um os seus quatro anos de mandato.[107]

Era contemporânea

Higino Morínigo durante um encontro com Franklin D. Roosevelt na Casa Branca em 9 de junho de 1943

Sob o governo do general Higino Morínigo (1940-48), o Paraguai recaiu na ditadura militar, em que as liberdades civis foram suprimidas e restabelecidos os direitos do latifundiários. A oposição cresceu a partir de 1944, e, em 1947, liberais e febreristas, com o apoio de parte do exército, sublevaram-se. Embora derrotados, provocaram a renúncia do ditador. Após sucessivos golpes de Estado que levaram ao poder quatro presidentes, inclusive o escritor Juan Natalicio González, o líder do Partido Colorado, Federico Chávez (1949-54), assumiu o governo. Sua administração caracterizou-se pelo alinhamento com o regime de Juan Domingo Perón, na Argentina. Dificuldades econômicas e financeiras, decorrentes do forte processo inflacionário que se seguira à Guerra Civil de 1947, contribuíram para sua deposição.

Em maio de 1954, o comandante do exército, general Alfredo Stroessner, tomou o poder, Stroessner fez-se eleger presidente nesse ano e foi reeleito em 1958, 1963, 1973, 1978, 1983 e 1988. Para cada eleição, suspendeu-se por um dia o estado de sítio. Stroessner garantiu seu regime exilando os líderes democráticos, cercando-se de áulicos e controlando diretamente as forças armadas. Aos apelos da Igreja em favor dos presos políticos, reagiu expulsando do país vários sacerdotes. No campo econômico, o Paraguai foi marcado por contrabando e pela inauguração da usina hidrelétrica de Itaipu, um projeto conjunto entre Brasil e Paraguai.

Stroessner foi deposto em 3 de fevereiro de 1989 em golpe liderado pelo general Andrés Rodríguez que deixou dezenas de mortos. Empossado na presidência, Rodríguez levantou a censura à imprensa, autorizou a volta dos exilados, legalizou organizações políticas, que estavam proibidas e convocou eleições. A 1º de maio, foi eleito presidente. Em 1991, assinou, em Assunção, junto com os presidentes do Brasil, Argentina e Uruguai, o tratado de criação do mercado Comum do Sul (Mercosul). Nas eleições presidenciais e legislativas de 9 de maio de 1993, ganhou Juan Carlos Wasmosy, que tomou posse na presidência em 15 de agosto do mesmo ano.

Juan Carlos Wasmosy, do partido Colorado, foi eleito presidente em 1993. Investigações sobre a ligação de paraguaios com o narcotráfico internacional e o veto aos protestos de militares, em 1994, geraram conflitos entre Wasmosy e o chefe do exército, Lino Oviedo, que tentou um golpe, frustrado por manifestações no país e dos demais membros do Mercosul e dos Estados Unidos. Oviedo foi indicado a concorrer à presidência, mas um tribunal militar o condenou a dez anos de prisão, em março de 1998, pela tentativa de golpe, tornando-o inelegível. Seu substituto, Raúl Cubas, venceu o pleito em maio e libertou Oviedo por decreto. A corte Suprema declarou ilegal o indulto, mas Cubas ignorou essa posição.

Em março de 1999, o vice-presidente eleito, Luis María Argaña, rival do Oviedo no Partido Colorado, foi morto a tiros em Assunção. Manifestantes exigiram a destituição de Cubas, apontado pelo executor Pablo Vera Esteche juntamente com Oviedo como mandantes do crime [108][109]. No dia 26, seis manifestantes foram assassinados enquanto pediam a saída de Cubas. Ele renunciou depois e refugiou-se no Brasil. Luis González Macchi, presidente do congresso, assumiu. Em outubro, um pistoleiro confessou ter matado Argaña e implicou Oviedo e Cubas no crime. No leste do país, cresceu a tensão entre paraguaios e brasileiros.

Militares se rebelaram em maio de 2000, mas a nova tentativa de golpe fracassou, outra vez por causa da pressão externa. O governo declarou estado de sítio e atribuiu a tentativa de Oviedo, que foi preso por policiais em Foz do Iguaçu e levado para Brasília. Após cinco anos de exílio retorna ao Paraguai. Ao chegar ao país, foi preso [110] e cumpriu pena até 2007. Foi candidato à presidência e derrotado em 2008. Candidatou-se novamente em 2013, porém faleceu em fevereiro daquele ano em um acidente de helicóptero.

Em 2001, Macchi foi acusado num escândalo de corrupção. A situação se agravou com protestos de camponeses, em Assunção, contra a política econômica do governo. Centenas de milhares de pessoas fizeram manifestações para pedir a saída do presidente, mas a oposição não obteve votos necessários para abrir um processo de impeachment.

Cubas retornou ao país em 2002 e se entregou às autoridades para ser julgado pela morte de seis manifestantes em 1999. Foi colocado em prisão domiciliar. A ala oviedista deixou o partido Colorado e fundou União Nacional dos Cidadãos Éticos (Unace), como objetivo de viabilizar a eleição de Oviedo como presidente.

A câmara paraguaia aprovou, em dezembro, o início do processo de impeachment contra Macchi por desvio de 16 000 000 de dólares estadunidenses de fundos estatais e uso de automóvel roubado. Em fevereiro de 2003, o pedido de impeachment obteve o voto de 25 dos 45 senadores, mas foi rejeitado, pois seriam necessários, no mínimo, dois terços dos senadores (trinta senadores).

O colorado Nicanor Duarte Frutos foi eleito presidente em abril de 2003, com 37% dos votos. Em segundo lugar, ficou Julio César Franco, do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), com 24%. Os colorados mantiveram a maioria no congresso, mas com menos força: o número de deputados do partido caiu de 45 para 37 e o de senadores de 24 para 16. O PLRA elegeu 21 deputados e doze senadores. Em agosto, Duarte tomou posse, em meio a grave crise econômica. Fora da presidência, Macchi foi proibido pela justiça de sair do país, onde deveria responder às acusações de corrupção.

Em 2003, 90% da superfície cultivável está nas mãos de 10% da população, o desemprego se aproxima dos 50% da população e a renda per capita média é de 1550 dólares.[111]

Em 2004, Oviedo regressou à nação e foi preso ao desembarcar em Assunção. Seus advogados alegaram que a condenação foi ilegal e deveria ser anulada pela corte Suprema.

O congresso aprovou, em julho de 2005, a presença de tropas estadunidenses no país até dezembro de 2006, como parte de acordo de cooperação militar com os Estados Unidos. O acordo, porém, gerou especulações sobre a instalação de uma base militar estadunidense na região do Chaco, próximo à Tríplice Fronteira entre Paraguai, Bolívia e Argentina. Os governos de Assunção e Washington negaram.

O ex-presidente paraguaio Fernando Lugo.

Em novembro, o presidente Duarte anunciou planos de mudar a constituição para concorrer a um segundo mandato. A oposição e os membros do próprio partido governista rejeitaram a proposta. Por considerá-la ilegal, entraram com pedido de impeachment contra o presidente. Na câmara dos Deputados, a iniciativa recebeu 39 votos, menos do que os 53 necessários e foi rejeitada.

Em março de 2006, milhares de paraguaios saíram às ruas, na maior manifestação popular dos últimos anos, contra a tentativa de Duarte de concorrer a novo mandato. Em junho, o ex-presidente Macchi foi condenado a seis anos de prisão por desvio de recursos públicos. Em setembro, morreu, em Brasília, o ex-ditador Alfredo Stroessner.

Em 20 de abril de 2008, Fernando Lugo foi eleito o novo presidente do Paraguai dando fim a quase seis décadas de domíno do partido Colorado. O ex-bispo católico e teólogo prometeu realizar uma reforma agrária dentro dos marcos constitucionais, ampliar o sistema de seguridade social do Paraguai e lutar pela soberania energética do país.

Foi votado no dia 22 de junho de 2012 um processo de afastamento de Lugo, no qual o presidente sofreu um impeachment pelo Parlamento paraguaio em pouco mais de 24 horas. O presidente teve apenas 2 horas de defesa, o que gerou protestos por parte de apoiadores, governos estrangeiros e entidades internacionais.

Em uma reunião realizada em Mendoza, Argentina em 29 de junho de 2012, a Unasul, em consenso dos chefes de estado participantes, considerou o processo uma violação da ordem democrática [112]

Segundo a ministra da defesa do Paraguai, o chanceler da Venezuela teria instigado os militares paraguaios a usarem a força contra a decisão do congresso, o que foi confirmado por um comandante paraguaio.[113]Na mesma reunião que decidiu pela suspensão do Paraguai do Mercosul, os demais membros aceitaram a Venezuela no bloco, processo que se encontrava parado devido ao Congresso paraguaio. De acordo com o vice-presidente uruguaio, isso viola o tratado de Assunção que instituiu o bloco.[114]

Predefinição:Notas

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  114. «Cópia arquivada». Consultado em 20 de janeiro de 2014. Arquivado do original em 13 de julho de 2012 

Bibliografia

Ver também

Ligações externas


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