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Jesus: mudanças entre as edições

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Edição das 19h30min de 1 de abril de 2006

Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre a figura histórica de Jesus e seus aspectos biográficos. Para outros significados, veja Cristo.
Imagem de Jesus Cristo de Agia Sophia, Istambul (Século XII)

Jesus de Nazaré, Jesus Nazareno ou Jesus da Galiléia (133 d.C.) nasceu em Belém com o nome de Yeshua ben(bar)-Yoseph, ou seja, Jesus filho de José. Foi fundador e figura mais importante da religião cristã, na qual é chamado de Jesus Cristo, tido como um rabino especial (Messias) pelo judaísmo messiânico, grande profeta para os adeptos do islamismo e possui papel importante também em várias outras religiões. O nome Jesus (do hebraico, Yeshua), significa "Salvador", ou "auxílio do Senhor" (Yah). Seus discípulos o chamavam Messias, ou "o ungido do Senhor". O nome Cristo vem do grego Χριστός (Christós), que significa "Ungido". Os cristãos consideram-no o filho de Deus e, para a maioria das entidades cristãs, também o próprio Deus, enviado à Terra para salvar a humanidade. Sua influência foi provavelmente maior que a de qualquer outra pessoa que jamais tenha existido. Seus ensinamentos sobre o amor e a fraternidade uniram pessoas de muitos lugares, fazendo com que o cristianismo se tornasse o grupo religioso mais difundido em todo o mundo, como é hoje. Maomé, o fundador do Islã, via em Jesus um grande profeta e adotou muitas de suas idéias. Os princípios de igualdade, responsabilidade e cuidado com os desvalidos da democracia também tem base nas lições de Jesus.

Nascimento e infância

Grande parte do que é conhecido sobre a vida e os ensinamentos de Jesus é contado por cinco pequenos livros do Novo Testamento: os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, e os Atos dos Apóstolos.

Esses Evangelhos narram os fatos mais importantes da vida de Jesus. Os Atos dos Apóstolos contam um pouco do que sucedeu nos 30 anos seguintes. As Epístolas (ou cartas) de Paulo também dizem alguma coisa sobre Jesus e algumas de Suas palavras aparecem noutros lugares. Notícias não-cristãs de Jesus e do tempo em que Ele viveu encontram-se nos escritos de Josefo, que nasceu no ano 37 d.C.; nos de Plínio, o Moço, que escreveu por volta do ano 112; nos de Tácito, que escreveu por volta de 117; e nos de Suetônio, que escreveu por volta do ano 120.

A preparação para o nascimento e a anunciação

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Anunciação

O trabalho da vida de Jesus na Terra, na verdade, foi iniciado por João Batista. Zacarias, o pai de João, era um sacerdote judeu, enquanto a sua mãe, Isabel, era membro do ramo mais próspero do mesmo grande grupo familiar ao qual também pertencia Maria, a mãe de Jesus. Zacarias e Isabel, embora estivessem casados há muitos anos, não tinham filhos.


Levando em conta a datação do nascimento de Jesus (neste mesmo artigo), aconteceu que, algures no final do mês sexto, do ano 8 a.C., cerca de três meses após o casamento de José e Maria, Gabriel, certo dia, apareceu a Isabel, ao meio-dia, tal como mais tarde se apresentaria perante Maria. E Gabriel contou-lhe do nascimento do seu filho João e do nascimento de um menino esperado na sua parente Maria


Essa visão tocou Isabel profundamente, mas não falou da revelação a ninguém, excepto ao seu marido, até que posteriormente visitasse Maria, em princípios do segundo mês do ano seguinte.


Durante cinco meses, contudo, Isabel guardou aquele seu segredo até mesmo do marido. Quando contou a ele, sobre a visita de Gabriel, Zacarias permaneceu céptico e por semanas duvidou de toda a experiência, só consentindo em acreditar na visita de Gabriel à sua esposa, e sem maior entusiasmo, quando não mais podia duvidar de que ela esperava uma criança. Zacarias ficou muito perplexo com a maternidade próxima de Isabel, mas não duvidava da integridade da sua esposa, apesar da idade avançada dele. E, apenas seis semanas antes do nascimento de João, é que Zacarias, em consequência de um sonho impressionante, tornou-se plenamente convencido de que Isabel estava para tornar-se a mãe de um filho do destino, aquele que iria preparar o caminho para a vinda do Messias.


Gabriel apareceu para Maria por volta de meados do décimo primeiro mês, do ano 8 a.C., no momento em que ela estava trabalhando na sua casa em Nazaré. Mais tarde, após Maria ter sabido que era certo que estava para ser mãe, ela persuadiu José a deixá-la viajar à cidade de Judá, a sete quilómetros a oeste de Jerusalém, nas montanhas, para visitar Isabel.


Gabriel tinha informado a cada uma dessas duas futuras mães sobre a sua aparição à outra. Naturalmente elas estavam ansiosas para encontrar-se, para compartilhar as suas experiências, e para falar sobre os prováveis futuros dos seus filhos. Maria permaneceu com a sua prima distante por três semanas. Isabel fez muito para fortalecer a fé de Maria na visão de Gabriel, de modo que ela voltou para a sua casa mais plenamente dedicada ao chamado de ser mãe do menino predestinado, a quem ela, muito em breve, iria apresentar ao mundo como um bebé indefeso, uma criança comum e normal deste reino.


João nasceu na cidade de Judá, perto dos 25 do terceiro mês, do ano 7 a.C. Zacarias e Isabel rejubilaram-se grandemente com o facto de que um filho tivesse vindo para eles como Gabriel tinha prometido.


Ao oitavo dia, quando apresentaram a criança para a circuncisão, eles o baptizaram formalmente como João, exactamente como se lhes tinha sido ordenado. E logo um sobrinho de Zacarias partiu para Nazaré, levando até Maria a mensagem de Isabel, proclamando o nascimento de um filho cujo nome seria João.


Desde a mais tenra infância os pais inculcaram em João a ideia de que ele cresceria e tornar-se-ia um líder espiritual e um mestre religioso. E o solo do coração de João sempre foi sensível a essas sementes sugestivas.

O Nascimento

Jesus nasceu durante a vida de Herodes, o Grande, que os romanos haviam designado para governar a Judéia. Os calendários são contados a partir do ano em que se supõe ter nascido Jesus, mas as pessoas que fizeram essa contagem equivocaram-se com as datas: Herodes morreu no ano 4 a.C., de modo que Jesus nasceu 3 anos antes, a quando dos censos do povo Judeu, que ocorreu, exactamente, 1 ano após os censos dos outros povos também subjugados ao poder Romano. Estes censos ocorreram para facilitar aos Romanos a contagem do povo e a respectiva cobrança dos impostos. Os Judeus sempre se opuseram a qualquer tentativa de contagem, por essa razão, esta ocorreu um ano depois de ter ocorrido nos povos vizinhos. Desde o séc. IV, os cristãos festejam o Natal, ou nascimento de Cristo, no dia 25 de dezembro. Esta foi uma adaptação das festas ao deus Sol dos povos pagãos, adquirida pelos Romanos. A data real ainda é incerta, ver mais adiante.

Maria foi a mãe de Jesus. Ela e o carpinteiro José, seu marido, moravam em Nazaré, uma cidade da província da Galiléia, no norte da Palestina. Os Evangelhos contam que o arcanjo Gabriel apareceu a Maria e anunciou que ela ia dar à luz o filho de Deus, o prometido Messias. Algum tempo antes de Jesus nascer, Maria e José foram a Belém, a fim de terem seus nomes registrados em um recenseamento. Belém era uma pequena cidade do sul da Judéia. Maria e José encontraram abrigo num estábulo, e foi aí que Jesus nasceu. Maria fez de uma manjedoura o berço para Ele.

Os Evangelhos falam de pastores que, perto de Belém, viram anjos no céu e os ouviram cantar: "Glória a Deus nas alturas e, na Terra, paz e boa vontade entre os homens (Lucas 2:14). Algumas traduções da Bíblia dizem: paz na Terra aos homens de boa vontade. Outra história diz que vieram sábios do Oriente para ver o Messias recém-nascido. A princípio perguntaram por Ele na corte de Herodes. Mais tarde puderam localizá-lo, seguindo até Belém a luz de uma estrela. Trouxeram a Jesus oferendas de ouro, incenso e mirra.

Herodes pedira-lhes que voltassem para informá-lo quando tivessem encontrado o menino, mas eles não fizeram isso. Herodes tomou-se de fúria e, com medo desse novo rei dos judeus, mandou que fossem mortos todos os meninos de Belém que tivessem dois anos de idade ou menos. Um anjo apareceu a José, em sonho, e o preveniu. José fugiu então para o Egito, com Maria e o menino Jesus. Só retornaram a Nazaré depois da morte de Herodes.

Infância

Pouco sabem os historiadores sobre a infância de Jesus. Lucas diz que, aos 12 anos, Ele foi com os pais a Jerusalém, para a festa de Pessach, a Páscoa judaica, e lá surpreendeu os doutores do Templo com os Seus conhecimentos religiosos. A única informação a mais deixada por Lucas sobre a infância de Jesus é a de que "crescia o Menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele (Lucas 2:40).

Jesus cresceu em Nazaré e provavelmente auxiliava José em seus trabalhos de carpintaria, até este falecer. Jesus tomou para si o pesado fardo da orientação da sua família e ajudando a sua mãe. Há alguns que postulam que Jesus ficou dos 12 aos 30 anos na Índia e no Tibet, mas há motivos para crer que passou esta parte de sua vida nos arredores de Nazaré.

Vida Pública

Ministério

Jesus começou a revelar a missão especial de sua vida por volta dos 30 anos de idade. João Batista, seu parente, preparava o caminho para ele, pregando o arrependimento e batizando os que aceitavam sua mensagem. Jesus foi ter com João, a fim de ser batizado.

Após a lendária estada de "40 dias e 40 noites no deserto", exemplo típico do isolamento que antecede o cumprimento da missão dos profetas e iluminados, voltou para a Galiléia. Escolheu Cafarnaum, perto do mar da Galiléia, para centro de Suas atividades. Logo vieram juntar-se a ele os primeiros apóstolos: Simão Pedro, André, Tiago e João. Depois, Jesus escolheu para ajudá-lo Bartolomeu (às vezes confundido com Natanael), Tiago Menor, Judas Iscariotes, Tadeu (também chamado de Judas Tadeu), Mateus, Filipe, Simão e Tomé.

Jesus desenvolveu na Galiléia a maior parte do seu ministério. Mas esteve também na Samaria, em Jerusalém e em outros pontos do norte da Galiléia. Anunciava o Reino de Deus e afirmava ter o poder de perdoar pecados. Tratava os não-judeus com a mesma benevolência que dedicava aos judeus. Muitos dos seus ensinamentos encontram-se no Sermão da Montanha, transcritos por Mateus (5,6,7). Os mestres da Galiléia não confiavam em Jesus, porque ele não evitava os pecadores. Também O temiam porque parecia modificar certas práticas estabelecidas, como a de não pregar aos sábados. Mas seus discípulos acreditavam nele. Quando Jesus Ihes perguntou quem pensavam que ele era, Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mateus 16:16). Pouco depois, Pedro, Tiago e João tiveram uma visão da Jesus conversando com Elias e Moisés, tidos como seus precursores.

Ensinamentos

Com freqüência, Jesus explicava sua doutrina através de parábolas, histórias breves que encerravam ensinamentos. O Filho Pródigo(Lucas 15:11-32), por exemplo, fala da grande alegria de um pai quando vê retornar à casa um filho que saíra a correr mundo. Jesus usou esta parábola para mostrar o amor e o perdão de Deus aos pecadores que se arrependem. Os Evangelhos mencionam cerca de 70 parábolas.

Muito do que Jesus ensinou já fazia parte da Bíblia judaica ou da tradição dos hebreus, mas Jesus deu maior ênfase a certas idéias e acrescentou ensinamentos novos. Ele acreditava que Deus estava preparando a Terra para um novo estado de coisas, em que todos os seres humanos haveriam de viver como filhos de Deus. Jesus falava dessa nova era como o Reino de Deus, e dizia ser ele o enviado do Pai para anunciar e fazer presente esse Reino.

Combatia o pecado, especialmente a hipocrisia e a crueldade para com os fracos, mas não desprezava os pecadores: estava sempre disposto a curar e a perdoar, mesmo antes que as pessoas se mostrassem arrependidas. Para Jesus, o poder de Deus era maior que o pecado, e ele ensinava que o arrependimento e a fé podiam salvar os homens.

Aos seus seguidores, Jesus oferecia normas de vida. Ele ensinava as pessoas a amarem a Deus e aos seus semelhantes com toda a força de seus corações e de suas mentes. Frisava que cada pessoa deveria tratar as outras como gostaria de ser tratada por elas. Ensinava os que O ouviam a não reagirem quando atacados: "A quem te esbofetear a face direita, oferece também a esquerda (Mateus 5:39).

Milagres

Os Evangelhos falam de 36 milagres de Jesus. Ele nunca os fez em seu próprio benefício. Os milagres suscitavam a admiração de seus discípulos e geravam muitas conversões. O primeiro teria sido em Caná, durante uma festa de casamento. Quando o dono da casa viu que o vinho tinha acabado, Jesus transformou água em vinho. Pouco depois, no lago de Genesaré, teria feito com que Simão Pedro pescasse em sua rede tantos peixes que o barco ameaçou afundar.

Noutra ocasião, conta-se que Jesus abençoou cinco pães e dois peixes, que puderam ser repartidos entre mais de cinco mil homens, mulheres e crianças, recebendo cada qual o suficiente para comer. E, em outra ocasião, Jesus teria deixado perplexos os discípulos, ao caminhar sobre as águas do mar durante uma tempestade.

Muitas histórias dos Evangelhos falam de Jesus curando cegos e doentes. João conta como Jesus trouxe de volta à vida o seu amigo Lázaro, que estava morto e sepultado havia quatro dias. Jesus usava utilizava seus dons especiais para demonstrar o amor e a misericórdia de Deus.

A Paixão

Os últimos meses da vida de Jesus representam o que os cristãos chamam de Paixão, ou Seu sofrimento por toda a humanidade. Jesus fizera muitos inimigos em Jerusalém e sabia que corria perigo se fosse àquela cidade. Entretanto, acreditava ter o dever de ir. Estava decidido a pregar a boa nova do Reino de Deus e do perdão. Sentia que viera ao mundo para salvar os outros, com o sacrifício de Sua própria vida.

A Última Ceia

Jesus chegou a Jerusalém para a semana da Páscoa judaica. No domingo, fez uma entrada triunfal na cidade. O povo estava agradecido pelas Suas curas e pelos Seus ensinamentos, e muitos acreditavam que Ele traria à nação judaica uma vida melhor. Por isso, enquanto Ele passava, o povo O aplaudia e cobria Seu caminho com panos e ramos de palmeira. Os sacerdotes ficaram assustados e enraivecidos quando Jesus entrou no Templo e expulsou os vendilhões, homens que ali trocavam moedas e vendiam pombos. Jesus disse que a casa de Deus era lugar de oração e não de comércio.

Durante os dias seguintes, Jesus passou boa parte do tempo pregando em Jerusalém. No tempo restante, Ele meditava e orava em Betânia, a leste da cidade. Na quinta-feira à noite, participou da Última Ceia, com os doze apóstolos, em Jerusalém. Três dos Evangelhos afirmam ser aquela a ceia da Páscoa. Nessa ocasião, Jesus disse aos apóstolos que um deles haveria de trai-lO, e prometeu que os encontraria de novo no Reino de Deus. Ao servir o pão e o vinho, disse: "Este é o meu corpo" e Este é o meu sangue". Essa ceia deu origem à comunhão cristã.

O Julgamento

Mais tarde, na mesma noite, Jesus foi para o jardim de Getsêmani, na encosta do monte das Oliveiras, em frente ao Templo. Três discípulos - Pedro, Tiago e João - faziam-lhe companhia, mas logo adormeceram. Jesus orou em agonia espiritual, mas submeteu-se à vontade de Deus. Um pelotão de homens armados chegou ao jardim para prender Jesus enquanto ele orava. Judas Iscariotes, um dos apóstolos, indicou quem ele era com um beijo. Judas havia traído o Mestre por 30 moedas de prata. Mateus conta que, depois disso, Judas enforcou-se.

Os soldados levaram Jesus para a casa do supremo sacerdote. A lei judaica não permitia que o Sinédrio, a suprema corte judaica, se reunisse durante o Pessachou condenasse um homem à morte durante a noite. Mas alguns membros do Sinédrio resolveram interrogar Jesus de qualquer modo. Primeiro o acusaram de ameaçar destruir o Templo, mas as testemunhas entraram em desacordo. Por fim, perguntaram a Jesus se ele era o Messias, o Filho de Deus e rei dos judeus. Jesus respondeu que era, e foi então acusado de blasfemar ao dizer-se Deus.

Na manhã de sexta-feira, os líderes judeus levaram Jesus à presença de Pôncio Pilatos, que então governava a província romana da Judéia. Acusavam-no de estar traindo Roma ao dizer-se rei dos judeus. Como Jesus era galileu, Pilatos enviou-o a Herodes Antipas - filho de Herodes, o Grande - que governava a Galiléia. Lucas conta que Herodes zombou de Jesus, vestindo-o com um manto real, e devolveu-o a Pilatos.

Era de praxe os governantes romanos libertarem um prisioneiro judeu por ocasião do Pessach. Pilatos expôs Jesus e um assassino condenado, de nome Barrabás, na escadaria do palácio, e pediu à multidão que escolhesse qual dos dois deveria ser posto em liberdade. A multidão voltou-se contra Jesus e escolheu Barrabás. Pilatos condenou então Jesus a morrer na cruz. A crucificação era uma forma comum de execução romana, aplicada, em geral, aos criminosos de classes inferiores.

A Crucificação

O flagelo de Cristo; pintura de William-Adolphe Bouguereau (1825-1905)

Os soldados romanos zombaram de Jesus por considerar-se rei dos Judeus. Vestiram-no com um manto vermelho, puseram-lhe na cabeça uma coroa de espinhos e, na mão, uma vara de bambu. A seguir, espancaram-no e cuspiram nele. Forçaram-no a carregar a própria cruz, como um criminoso. Ao vê-lo perder as forças, ordenaram a um homem, de nome Simão Cireneu, que tomasse da cruz e a carregasse durante parte do caminho.

Os romanos pregaram Jesus na cruz fora da cidade, num monte chamado Gólgota ou Calvário. João conta que escreveram, no alto da cruz, a frase latina Iesus Nazarenus Rex Iudeorum, que significa Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus. Essa inscrição foi também feita em grego e em hebraico. Puseram a cruz de Jesus entre as de dois ladrões. Antes de morrer, Jesus disse: "Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem" (Lucas 23:24). Durante sua agonia, ele se lamentou: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Mateus 27:46). Depois de três horas, Jesus morreu. José de Arimatéia e Nicodemos depuseram o seu corpo num túmulo recém-aberto, e o fecharam com uma pedra.

A Ressurreição

Os Evangelhos contam que, no domingo de manhã, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus. Encontrou a pedra fora do lugar e o túmulo vazio. Depois disso, Jesus apareceu a ela e a Simão Pedro. Dois discípulos viram-no na estrada de Emaús. Os Evangelhos dizem que os onze apóstolos fiéis encontraram-se com ele, primeiro em Jerusalém e depois na Galiléia. Ele ainda os ensinou durante 40 dias e então subiu ao Céu.

Relíquias de Jesus

Expansão do cristianismo

A ressurreição de Jesus convenceu os apóstolos de que ele o Messias na Terra. Pedro e os outros converteram à nova fé centenas de judeus. Esses primeiros cristãos reuniam-se muitas vezes no Templo e nas sinagogas da Palestina.

O cristianismo estendeu-se logo a Damasco e a Antioquia. Depois de convertido, Paulo (ou Saulo) de Tarso levou os ensinamentos de Jesus tanto aos não-judeus quanto aos judeus. Durante muitos anos, o cristianismo foi considerado parte do judaísmo. As autoridades romanas, temendo revoluções, começaram a perseguir os cristãos. No ano 64 d.C., o imperador Nero deu início à primeira grande perseguição em Roma. Contudo, a religião cristã continuou a expandir-se.

Os nomes e títulos de Jesus

  • Yeshua, nome original, é diminutivo de Yehoshua, "Josué"
  • Raiz de David
  • Leão da Tribo de "Judá" (Yehudah)
  • Príncipe da Paz
  • Pedra Angular
  • Cordeiro de Deus
  • Pão da vida
  • Fiel e Verdadeiro
  • Filho do Homem
  • Nova Estrela da Manhã
  • Rosa de Sharon ("Sarom")
  • O "Alfa e o Ômega" (Aleph e o Tav / no original), Princípio e Fim
  • Rei dos reis
  • Senhor dos senhores
  • O Messias (Ha-Mashiach)
  • O Filho de Deus (diversas interpretações)
  • O amado de todas as nações
  • A segunda pessoa da Santíssima Trindade (segundo os Católicos e mais alguns Cristãos)
  • Principe da paz
  • Imanuel ("Emanuel")

Especulações sobre a data de nascimento

A data de nascimento de Jesus é muito discutida. Devido a falhas do calendário há quem diga que Jesus teria nascido por volta do ano 6 d.C. . Porém, considerando que Jesus nasceu pouco tempo antes da morte de Herodes isto coloca-nos numa data anterior a 4 a.C..

Outra ajuda que temos para facilitar a localização da data do nascimento de Jesus foi que este ocorreu a quando José foi a Belém com sua família para participar do recenseamento.

Os romanos obrigaram o recenseamento de todos os povos que lhes eram sujeitos a fim de de facilitar a cobrança dos impostos. Isto é uma grande ajuda na localização temporal dos factos, porque ocorreu exactamente 4 anos antes da morte de Herodes, no ano 8 a.C..

Os Judeus sempre dificultaram qualquer tentativa à contagem do seu povo, pelo que, segundo a história, nas terras judaicas este recenseamento ocorreu um ano depois do ocorrido em todo o restante império romano, ou seja no ano 7 a.C.. Em Belém, o recenseamento ocorreu no oitavo mês , dessa forma, Jesus nasceu provavelmente no mês de Agosto desse ano.

Outros factos também ajudam a estimar o dia exato. Conforme é relatado, no dia seguinte ao nascimento de Jesus, José fez o recenseamento da sua família. E depois de mais um dia, Maria enviou uma mensagem a Isabel relatando o acontecimento.

A apresentação dos bebês no templo, bem como a purificação das mulheres teria de ocorrer até aos vinte e um dias após o parto. Jesus foi apresentado no templo de Zacarias, segundo os registos locais, no mês de Setembro e a um sábado. Sabe-se que Setembro do ano 7 a.C. teve quatro sábados: 4, 11, 18 e 25. Como os censos em Belém ocorreram entre 10 e 24 de Agosto, o sábado de apresentação seria o de 11. Logo Jesus teria nascido algures depois de 21 de Agosto do ano 7 a.C..

Perspectivas de Jesus

Jesus é uma figura controversa. O Cristianismo, o Islã, o Judaísmo e o Gnosticismo apresentam diferentes visões sobre Jesus. Outras religiões têm várias perspectivas de Jesus. Ele é considerado um profeta pelos muçulmanos, como um falso Messias pelos judeus, como uma manifestação de Deus pelos Bahá'ís, como um avatar por alguns hindus, como o salvador e aquele que traz a gnose por vários sectos gnósticos e uma manifestação de Maitreya ou um grande guru por teosofistas e muitos adeptos da Nova Era. Algumas pessoas não religiosas acham que enquanto uma pessoa com nome Jesus possa ter existido, tudo o que sabemos sobre ele é especulação, religião ou mito. Outras pessoas não religiosas acreditam que Jesus foi um sábio mestre, mas apenas um homem, cuja lenda tem sido muito exagerada ao longo dos anos por propósitos políticos e outros.

Cristã

Jesus Cristo era o Messias prometido no Antigo Testamento, e por isso ele foi o único a cumprir todas as Profecias a seu respeito, como por exemplo:

  • Nasceria em Belém (Miquéias 5:2)
  • de uma virgem (Isaías 7:14)
  • por intermédio de Deus (Salmos 2:7)
  • descendente de Jacó (Números 24:17)
  • da tribo de Judá (Gênesis 49:10)
  • iria para o Egito (Habacuque 11:1)
  • surgiria da Galiléia (Isaías 9:1)
  • faria profecias (Deuteronômio 18:18)
  • o Espírito de Deus iria repousar sobre ele (Isaías 11:2)
  • seria anunciado antes por um mensageiro do deserto (Malaquias 3:1)
  • abriria os olhos dos cegos e os ouvidos dos surdos (Isaías 35:5)
  • curaria os coxos e os mudos (Isaías 35:6)
  • falaria em parábolas (Salmos 78:2)
  • mesmo sendo pobre, seria aclamado rei, em um jumento (Zacarias 9:9)
  • seria rejeitado (Salmos 118:22)
  • traído por um amigo (Salmos 41:9)
  • por trinta moedas de prata (Zacarias 11:12)
  • moedas essas que seriam dadas a um oleiro (Zacarias 11:13)
  • seria ferido, e depois abandonado por seus discípulos (Zacarias 13:7)
  • seria acusado injustamente (Salmos 35:11)
  • seria ferido pelas nossas transgressões (Isaías 53:5)
  • não responderia aos seus acusadores (Isaías 53:7)
  • seria cuspido e esbofeteado (Isaías 50:6)
  • seria zombado depois de preso (Salmos 22:7,8)
  • teria os pés e mãos transpassados (Salmos 22:16)
  • na terra dos seus amigos (Zacarias 13:6)
  • junto com transgressores (Isaías 53:12)
  • oraria pelos seus inimigos (Salmos 109:4)
  • seria rejeitado e ferido por nossas iniquidades (Isaías 53:3-5)
  • lançariam sortes para repartir as suas vestes (Salmos 22:18)
  • fariam-no beber vinagre (Salmos 69:21)
  • clamaria a Deus no seu desamparo (Salmos 22:1)
  • entregaria seu espírito a Deus (Salmos 31:5)
  • não teria os ossos quebrados (Salmos 34:20)
  • a Terra escurecer-se-ia, mesmo sendo dia claro (Amós 8:9,10)
  • um rico o sepultaria (Isaías 53:9)
  • assim como Jonas ficou três dias dentro do grande peixe (Jonas 1:17; Mat.16:21; Lucas 11:30)
  • Ele ressuscitaria (Salmos 30:3)
  • no terceiro dia (Oséias 6:2)
  • subindo também aos céus (Salmos 68:18; Atos dos Apóstolos 1:11)
  • e sendo recebido pelo seu Pai, à sua direita (Salmos 110:1; Atos dos Apóstolos 7:55)

O próprio Jesus confirmava isso, afirmando: Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam (Evangelho de João 5:39), e também: ...convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. (Evangelho de Lucas 24:44)

Judaica

Embora a maioria dos judeus não acreditem que Jesus é o Messias (veja também: Judaísmo Messiânico), os judeus adotam-no como um dos profetas, embora não lhe atribuam origem divina.

Islâmica

Segundo a tradição islâmica, Jesus foi um mensageiro de Alá, um profeta. Mas, segundo o Alcorão, ele não morreu na cruz. Segundo os muçulmanos, teria sido Judas Iscariotes quem teria morrido na cruz, transformado em sósia de Jesus como punição pela traição.

Espírita

Segundo O Livro dos Espíritos, Jesus é um modelo moral para o homem, um exemplo de conduta a ser seguido na busca pelo auto-aperfeiçoamento a que todos os homens estariam destinados. Muitos espíritas brasileiros, contudo, atribuem a Jesus caracteres cosmológicos, considerando-o "Governador Espiritual da Terra" e atribuindo a ele autoridade moral, espiritual e adminsitrativa sobre todo o planeta. Outros ainda, inspirados nos escritos compilados pelo advogado francês Jean-Baptiste Roustaing, possuem uma visão extremamente assemelhada àquela preconizada pelo docetismo sobre Jesus.

Gnóstica

Segundo as tradições gnósticas, há que se fazer uma distinção entre Jesus e Cristo, embora ambos tivessem vivido no mesmo corpo. Jesus era um ser humano da mesma evolução do homem, porém mais avançado e ao qual foi conferida a missão de preparar o corpo que seria usado por Cristo a partir do momento do batismo.

Ascendência de Jesus

São Marcos e São Mateus apresentam diferentes ascendências para Jesus.

Segundo São Marcos

Jesus era filho de José, que era filho de Jacob, que era filho de Matan, que era filho de Eleazar, que era filho de Eliud, que era filho de Aquim, que era filho de Sadoc, que era filho de Azor, que era filho de Eliaquim, que era filho de Abiud, que era filho de Zorobabel, que era filho de Salatiel, que era filho de Jeconias, que era filho de de Josias, que era filho de Amon, que era filho de Manasses, que era filho de Ezequias, que era filho de Acaz, que era filho de Joatão, que era filho de Ozias, que era filho de Joroão, que era filho de Josafat, que era filho de Asa, que era filho de Abia, que era filho de Roboão, que era filho de Salomão, que era filho de David.

Segundo São Mateus

Jesus era filho de José, que era filho de Heli, que era filho de Matat, que era filho de Levi, que era filho de Melqui, que era filho de Joana, que era filho de José, que era filho de Matatias, que era filho de Amós, que era filho de Naúm, que era filho de Essi, que era filho de Nagai, que era filho de Maath, que era filho de Matatias, que era filho de Semei, que era filho de José, que era filho de Judá, que era filho de Joana, que era filho de Resa, que era filho de Zorobabel, que era filho de Salatiel, que era filho de Neri, que era filho de Melqui, que era filho de Adi, que era filho de Cuzan, que era filho de Elmudan, que era filho de Er, que era filho de José, que era filho de Eliezer, que era filho de Jurim, que era filho de Matat, que era filho de Levi, que era filho de Simeon, que era filho de Judá, que era filho de José, que era filho de Jonan, que era filho de Eliaquim, que era filho de Melea, que era filho de Mainan, que era filho de Matata, que era filho de Natan, que era filho de David.

Ver também

Ligações externas

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