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Museu de Arte de São Paulo: mudanças entre as edições

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[[Image:Goya - Jogam cachorros ao touro.jpg|160px|right|thumb|[[Goya]] (francês, 1840-1927). ''Jogam cachorros ao touro'' (da série "Tauromaquia") 1815-16. Água-forte, 32,7 x 44,5 cm.]]
[[Image:Goya - Jogam cachorros ao touro.jpg|160px|right|thumb|[[Goya]] (francês, 1840-1927). ''Jogam cachorros ao touro'' (da série "Tauromaquia") 1815-16. Água-forte, 32,7 x 44,5 cm.]]
O segmento referente à [[arte espanhola]] no acervo do MASP cobre um arco de mais de oito séculos, sendo ''Virgem sobre o Trono'', obra da escola castelhana do século XII, a mais remota cronologicamente. É imperioso citar ainda o retábulo ''O Juízo Final'', do [[Mestre da Família Artés]], único representante do [[renascimento]] ibérico na coleção. [[El Greco]] comparece com duas obras, ''Anunciação'' e ''São Francisco''. Entre os expoentes do chamado Século de Ouro da pintura espanhola, encontram-se [[Francisco de Zurbarán]], [[Juan Carreño de Miranda]], [[Bartolomé Esteban Murillo|Murillo]] e o famoso ''Retrato do Conde-Duque de Olivares'' de [[Velázquez]]. [[Goya]] comparece com quatro retratos de importantes figuras eclesiásticas e aristocratas da corte espanhola e com um conjunto de gravuras da série [[Tauromaquia]]. O ''Costume do Ano 2045'' de [[Salvador Dalí]] é uma das peças emblemáticas na coleção de modernos. Entre os artistas portugueses presentes no acervo, merecem destaque [[Siqueira]], [[Malhoa]], [[Souza Pinto]] e [[Columbano]].
O segmento referente à [[arte espanhola]] no acervo do MASP cobre um arco de mais de oito séculos, sendo ''Virgem sobre o Trono'', obra da escola castelhana do século XII, a mais remota cronologicamente. É imperioso citar ainda o retábulo ''O Juízo Final'', do [[Mestre da Família Artés]], único representante do [[renascimento]] ibérico na coleção. [[El Greco]] comparece com duas obras, ''Anunciação'' e ''São Francisco''. Entre os expoentes do chamado Século de Ouro da pintura espanhola, encontram-se [[Francisco de Zurbarán]], [[Juan Carreño de Miranda]], [[Bartolomé Esteban Murillo|Murillo]] e [[Diego Velázquez|Velázquez]] (''Retrato do Conde-Duque de Olivares''). [[Goya]] comparece com quatro retratos de importantes figuras eclesiásticas e aristocratas da corte espanhola e com um conjunto de gravuras da série [[Tauromaquia]]. O ''Costume do Ano 2045'' de [[Salvador Dalí]] é uma das peças emblemáticas na coleção de modernos. Entre os artistas portugueses presentes no acervo, merecem destaque [[Siqueira]], [[Malhoa]], [[Souza Pinto]] e [[Columbano]].


====Arte Flamenga e Holandesa====
====Arte Flamenga e Holandesa====

Edição das 22h39min de 21 de maio de 2007

Museu de Arte de São Paulo (MASP), Brasil.

O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, mais conhecido simplesmente por MASP, está localizado na Avenida Paulista, cidade e Estado de São Paulo, no Brasil. Conhecido pelo imponente prédio de arquitetura arrojada que abriga suas instalações, é um verdadeiro cartão postal da metrópole paulistana.

Instituição particular sem fins lucrativos, o museu notabiliza-se pelo extraordinário acervo reunido em sessenta anos de atividades. Reconhecida internacionalmente por sua qualidade e diversidade, a coleção do MASP é considerada a mais importante da América Latina, com obras que abrangem da Antigüidade Clássica até a Arte Contemporânea.

História

Arquivo:Rafael - ressureicaocristo06.jpg
Rafael (italiano, 1483-1520). A Ressurreição de Cristo, 1499/1502. Óleo sobre madeira, 52 x 44 cm.

Antecedentes

Ao final da década de 1940, o Estado de São Paulo já produzia bens de consumo, atendendo a todo o país. No plano cultural, entretanto, a sua maior realização havia sido a Semana de Arte Moderna de 1922, ainda não plenamente compreendida pela sociedade brasileira. Nesse cenário, Assis Chateaubriand, fundador e proprietário dos Diários Associados, maior rede de comunicações do Brasil à época, idealizou a criação de um museu em moldes inovadores, que funcionasse como um centro dinâmico de geração e de difusão cultural, que refletisse o dinamismo da economia do Estado, sem o radicalismo de alguns elementos do Modernismo e sem o tradicionalismo daqueles ligados ao conservadorismo. Nas palavras do próprio Chateaubriand, “[...] uma casa de pintura e escultura, para formar o interesse de nossa gente pelas artes plásticas."

Sandro Botticelli (italiano, 1445-1510). Virgem com o Menino e São João Batista Criança, 1490/1500. Têmpera sobre madeira, diâmetro 74 cm.

Chateaubriand pretendia sediar o futuro museu no Rio de Janeiro, mas optou por São Paulo pois acreditava que nesta cidade teria mais sucesso em arrecadar os fundos necessários para formar a coleção, dada a riqueza oriunda do café e das indústrias paulistas. Outro importante fator que permitiria a formação do acervo era a tendência do mercado europeu de obras de arte, à época influenciado pelo término da Segunda Guerra Mundial, o que permitia adquirir obras-primas a preços então acessíveis.

Para movimentar-se nesse mercado, respondendo pelo acervo de arte, era necessário um técnico especializado e experiente: Chateaubriand propôs a Pietro Maria Bardi, dono de galeria, colecionador, jornalista e crítico de arte italiano, o desafio da criar um Museu de Arte Antiga e Moderna. Bardi objetou que não deveria haver distinção entre as artes, propondo apenas um Museu de Arte, e aceitou o convite. Planejando ficar à frente do projeto por apenas um ano, dedicou-se a ele pelo resto de sua vida, tendo dirigido a instituição por quase cinquenta anos. Trouxe consigo, para o Brasil, todo o seu acervo pessoal além de uma coleção de vinte mil fotografias de obras de arte ocidentais, uma das maiores coleções didáticas do mundo.

A fundação do Museu

François Clouet (francês, 1510-1572). O Banho de Diana, 1559/60. Óleo sobre madeira, 78 x 110 cm.

Nos três primeiros anos de atividade, o museu funcionou em uma sala de mil metros quadrados no primeiro andar do edifício-sede dos Diários Associados, na rua 7 de Abril. No espaço aberto ao público em 2 de Outubro de 1947 foram apresentadas as primeiras aquisições, com destaque para um Picasso e um Rembrandt. O projeto museográfico da arquiteta italiana Lina Bo Bardi, esposa de Pietro, dividiu o espaço em quatro ambientes: pinacoteca; sala de exposição didática sobre a história da arte mundial; sala de exposições temporárias e auditório. Essa divisão reflete a vocação de centro gerador de conhecimento e cultura da instituição, opondo-se à idéia de museu como simples depósito de obras de arte. O MASP foi o primeiro museu brasileiro a abrir espaço para a arte moderna. Ali também passaram a ser ministrados cursos sobre História da Arte, e realizadas mostras de artistas nacionais e estrangeiros, de todas as correntes - incluindo manifestações de teatro, música e de cinema -, transformando o novo espaço em um ponto de encontro de artistas, estudantes e intelectuais em geral.

Nicolas Poussin (francês, 1594-1665). Hymenaeus travestido durante um sacrifício a Príapo, 1634-38. Óleo sobre tela, 167 x 376 cm.

Em 1950, o Museu passou a ocupar mais três pavimentos no edifício dos Diários Associados. O novo espaço permitiu a ampliação de sua atuação didática, que vai desde a criação do Instituto de Arte Contemporânea, com cursos de gravura, desenho, pintura, escultura, dança e desenho industrial, da Escola de Propaganda (futura Escola Superior de Propaganda e Marketing - ESPM), da organização de seminários sobre cinema e literatura, até a criação de um corpo de baile e uma orquestra juvenil. Nesses cursos, lecionaram nomes como o dos pintores Lasar Segall e Roberto Sambonet, arquitetos como Lina Bo Bardi e Gian Carlo Palanti, o escultor August Zamoyski, o cineasta Alberto Cavalcanti, entre outros. É importante notar que o museu é também pioneiro na implementação de monitores  que eram preparados pessoalmente pelo professor Bardi para atendimento aos visitantes. A forma de apresentação das obras também diferia bastante dos outros locais de exposição da cidade. Sem paredes, os quadros da coleção permanente ficavam suspensos por tirantes de aço, com iluminação planejada para o local.

El Greco (espanhol, 1541-1614). Anunciação, c. 1600. Óleo sobre tela, 107 x 74 cm.

Ao mesmo tempo em que se firmava o programa educacional do museu, crescia a importância do acervo reunido pela instituição e o seu reconhecimento internacional. Entre 1953 e 1957 houve uma grande tournée de obras do MASP por várias cidades da Europa, numa série de apresentações organizadas precisamente para “consolidar” a coleção que foi vista em museus importantes, como o Musée de l´Orangerie, em Paris, e a Tate Gallery, em Londres. Em 1957, as obras também estiveram nos Estados Unidos, no Metropolitan Museum of Art, em Nova York, e no Toledo Museum of Art. No ano seguinte, as obras seriam apresentadas no Ministério das Relações Exteriores e no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, então capital federal.

Velázquez (espanhol, 1599-1660). Retrato do Conde-Duque de Olivares, 1624. Óleo sobre tela, 203 x 106 cm.

O MASP teve ainda destacada participação no processo de formação dos Museus Regionais, que Assis Chateaubriand pretendia estabelecer com o objetivo de dotar as várias regiões do país com um núcleo consistente de arte brasileira, principalmente. Max Lowenstein, funcionário do museu, foi nomeado presidente não estatutário do MASP por Chateaubriand, por conta de seus relevantes serviços prestados para a implementação dos museus de Olinda (Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco), Campina Grande (Museu de Artes Assis Chateaubriand), Araxá (Museu Histórico de Araxá "Dona Beja"), Porto Alegre (Pinacoteca Ruben Berta) e Feira de Santana (Museu Regional de Arte).

As grandes exposições promovidas pelo museu nos seus primeiros anos também ganharam notoriedade, com o conseqüente aumento na freqüência, o que permitiu a formação de um público cada vez mais numeroso e interessado: entre elas, destacaram-se:

Trajetória e consolidação do Museu

Rembrandt (holandês, 1606-1669). Auto-Retrato com Corrente de Ouro, c. 1635. Óleo sobre madeira, 57 x 44 cm.

O crescente volume e importância da coleção de obras de arte exigiam a construção de uma sede própria. Com esse intento, a prefeitura doou o terreno antes ocupado pelo Belvedere Trianon, tradicional ponto de encontro da elite paulistana, que havia sido demolido em 1951 para abrigar a primeira Bienal Internacional de Arte de São Paulo. O terreno da Avenida Paulista havia sido doado à municipalidade com a condição de que a vista para o centro da cidade fosse preservada, através do vale da Avenida Nove de Julho.

Lina Bo Bardi concebeu arquitetonicamente o prédio atual do MASP. Para preservar a vista exigida para o centro da cidade, a arquiteta idealizou um edifício sustentado por quatro pilares. A construção é considerada única no mundo pela sua peculiariedade: o corpo principal pousado sobre quatro pilares laterais com um vão livre de 74 metros. A inovação foi viabilizada pelo trabalho do engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz. Construído de 1956 a 1968, a nova sede do MASP foi inaugurada em 7 de novembro de 1968 com a presença de S.M. a Rainha Elizabeth II, da Inglaterra.

Rubens (flamengo, 1577-1640). O Arquiduque Alberto VII da Áustria, c. 1615/32. Óleo sobre tela, 200 x 118 cm.

Assis Chateaubriand não chegaria a ver a inauguração da nova sede do MASP. Faleceu alguns meses antes, em 4 de abril de 1968, vítima de uma trombose. Seu império jornalístico, por sua vez, já havia começado a se esfacelar desde o início da década de 1960, com dívidas crescentes e a com a concorrência da rede de jornais de Roberto Marinho  fazendo escassear os recursos que permitiam a formação do acervo do museu.

A derrocada dos Diários Associados e a morte do fundador implicaram na necessidade do aporte de dinheiro público para pagar as dívidas do museu contraídas no exterior. A Caixa Econômica Federal, durante o governo Juscelino Kubitschek, concedeu empréstimo ao museu para honrar esses compromissos e, assim, deteve o controle da coleção. Anos depois, já no início da década de 1970, quando Jarbas Passarinho foi ministro da Educação, essa dívida foi equacionada e quitada.

Em setembro de 1969, a pedido do MASP, a coleção foi tombada pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, hoje [[Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional|Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, então dirigido por Renato Soeiro, que comunicou o tombamento em carta enviada ao presidente do museu, Alexandre Marcondes Filho. O acervo tornou-se assim inalienável, faz parte do patrimônio brasileiro e toda e qualquer movimentação de obras para fora do Brasil necessita de autorização expressa do IPHAN.

Não obstante as dificuldades financeiras da instituição, cresce o seu reconhecimento internacional. Em 1973, a coleção do museu ganhou notoriedade também no Oriente e tiveram início as exposições do acervo do MASP em museus e instituições japonesas. No retorno, em novembro de 1973, as obras foram apresentadas no Palácio do Itamaraty em Brasília. O acervo do MASP foi novamente apresentado no Japão nos anos de 1978/79, 1982/83, 1990/91 e 1995. Entre 1987 e 1988 novas exposições de pinturas do MASP foram realizadas na Itália, Suíça e Alemanha e, na década seguinte, na América Latina. Em 1992, obras da escola francesa e paisagens brasileiras foram vistas no Museo Nacional de Bellas Artes, em Santiago do Chile, e em 1994, na Biblioteca Luís Angel Aragón, em Bogotá.

A atual sede

Segundo subsolo do Museu de Arte de São Paulo.

A atual sede do MASP foi erguida pela Prefeitura Municipal de São Paulo, e inaugurada em 1968, com a presença da soberana inglesa, SM rainha Elizabeth II. É uma das principais obras da arquitetura modernista no país. O edifício deveria ser erguido no terreno do antigo belvedere do Trianon, na Avenida Paulista, de onde se avistava o centro da cidade e a serra da Cantareira. O doador do terreno à prefeitura, o engenheiro Joaquim Eugênio de Lima, construtor da avenida Paulista e precursor do urbanismo no Brasil, havia vinculado a doação do terreno à municipalidade ao compromisso expresso de que jamais se construiria ali obra que prejudicasse a amplidão do panorama. Desse modo, o projeto exigia ou uma edificação subterrânea ou uma suspensa. A arquiteta Lina Bo Bardi e o engenheiro José Carlos Figueiredo Ferraz, optaram por ambas as alternativas, concebendo um bloco subterrâneo e um elevado, suspenso a oito metros do piso, através de quatro pilares interligados por duas gigantescas vigas de concreto. Sobre eles, estendia-se o que foi considerado uma ousadia: o maior vão-livre do mundo à época, com extensão total de 74 metros entre os apoios, afirmando a técnica do concreto protendido no país.

Exposição "As 100 Maravilhas", no subsolo do MASP.

No edifício de aproximadamente 10.000 metros quadrados, há, além dos espaços expositivos e da pinacoteca, biblioteca, fototeca, filmoteca, videoteca, dois auditórios, restaurante, loja, oficinas, ateliê, espaços administrativos e reserva técnica. O acabamento é simples. “Concreto à vista, caiação, piso de pedra-goiás para o grande Hall Cívico, vidro temperado, paredes plásticas. Os pisos são de borracha preta tipo industrial. O Belvedere é uma ‘praça’, com plantas e flores em volta, pavimentada com paralelepípedos na tradição ibérico-brasileira. Há também áreas com água, pequenos espelhos com plantas aquáticas”, descreve Lina Bo Bardi, afirmando a seguir: “Não procurei a beleza. Procurei a liberdade.” Em 2003, o edifício foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Arquivo:SP saopaulo 09 g.jpg
Vista aérea do Masp, na Av. Paulista.

No que diz respeito à museografia, Lina Bo Bardi inovou ao utilizar lâminas de cristal temperado amparadas por um bloco de concreto aparente como base para as pinturas. A intenção é imitar a posição do quadro no cavalete do artista em seu ateliê. Essas bases, que atualmente não são mais utilizadas, traziam no verso dos quadros pranchas com informações sobre o pintor e a obra. Paradoxalmente essa forma de exibição deixa de ser adotada pelo MASP no momento em que, no fim dos anos 1990, ela passa a ser estudada internacionalmente.

Entre 1996 e 2001, a atual administração do museu empreendeu uma ampla e polêmica reforma. Não obstante as necessárias obras de reprotensão das vigas de sustentação, recuperação estrutural e impermeabilização da cobertura, o arquiteto e atual diretor do museu, Júlio Neves, determinou a troca do piso original, escolhido por Lina Bo Bardi, a instalação de um segundo elevador, a construção de um terceiro subsolo e a substituição dos espelhos d’água por jardins. Muitos arquitetos apontam que as reformas causaram uma profunda descaracterização do projeto original de Lina.

A Coleção

A formação do acervo

Goya (espanhol, 1746-1828). Retrato do Cardeal Luis María de Borbón y Vallabriga, 1798-1800. Óleo sobre tela, 200 x 106 cm.

O processo de aquisição de obras dá-se principalmente entre 1947 e 1960. Bardi, ex-proprietário de galerias em Milão e Roma, tem a tarefa de procurar e selecionar as obras que deveriam ser compradas, enquanto Chateaubriand se responsabiliza por encontrar doadores e potenciais mecenas engajados em sua causa de dotar o Brasil de um museu de nível internacional. Embora tenham-se registrado muitas doações espontâneas, Chateaubriand adquiriu reputação por se utilizar de métodos ousados de persuasão. Respaldado pela influência dos Diários Associados, ele negociava com os anunciantes a arrecadação de recursos. Depois, retribuía aos doadores com títulos de mecenas, festejando cada nova aquisição com banquetes, discursos e até mesmo desfiles de estudantes nas ruas de São Paulo, como se registrou à chegada da obra "O escolar" de Van Gogh. No trabalho de levantamento de fundos foi importante também o esforço de Eduardo Monteiro, executivo do grupo de mídia dos Diários Associados para as regiões Sudeste e Sul do Brasil, que possuia a atribuição de conquistar outros doadores, além daqueles que o próprio Chateaubriand já estava reunindo.

O mercado de arte internacional passava por um momento propício para quem dispunha de capital para adquirir obras de qualidade  havia muitas à disposição em vista do final da guerra, e o Brasil passava por um momento de prosperidade. O plano de aquisições do MASP baseava-se, portanto, na expectativa de uma alta de preços no mercado europeu, assim como nas boas relações nesse mercado. As aquisições foram sempre empreendidas junto às mais tradicionais e reputadas galerias européias e norte-americanas, como Knoedler, Matthiesen, Malborough, Seligman, Daber e Wildenstein. O proprietário desta última, George Wildenstein, tornou-se tão ligado ao MASP que a pinacoteca lhe é hoje dedicada, assim como o Museu, em seu todo, é dedicado a Chateaubriand.

Turner (inglês, 1775-1851). O Castelo de Carnaevon, 1830/35. Óleo sobre tela, 90 x 140 cm.

Os métodos pouco ortodoxos utilizados para financiar a formação da coleção, exercidos por Chateaubriand, renderam muitas críticas. A estas, somaram-se outras, relacionadas ao fato de que o Museu adquiria obras sem a devida comprovação de autenticidade. Contribuiu para essa impressão o fato de que o Museu foi, à época, um dos maiores compradores no mercado internacional. Ao contrário de outros congêneres, cujas aquisições dependiam de aprovação de um conselho de curadores, o MASP decidia as suas aquisições com rapidez, muitas vezes por telegrama. Graças a essa agilidade, conseguiu adquirir peças expressivas, mesmo diante de concorrentes de maior nome e de recursos financeiros mais volumosos.

Ao final da década de 1960, o império jornalístico de Assis Chateaubriand enfrentava grandes dificuldades, com o crescimento das dívidas de seus veículos de comunicação e o surgimento da concorrência de Roberto Marinho. As dificuldades financeiras dos Diários Associados refletiam no arrefecimento do plano de aquisições do MASP. Após a morte de Chateaubriand, os recursos minguaram de forma ainda mais acentuada. Assim, após mais de uma década de grandes aquisições, o museu passou a aumentar o seu acervo somente com doações espontâneas de artistas, empresas e colecionadores particulares.

Caracterização do acervo

Van Gogh (holandês, 1853-1890). O Escolar , 1888. Óleo sobre tela, 63 x 54 cm.

O acervo do Museu de Arte de São Paulo é frequentemente apontado como a maior e mais completa coleção de arte ocidental da América Latina e de todo Hemisfério Sul. Dentre as mais de oito mil obras do museu, destaca-se o segmento referentes às pinturas, esculturas, desenhos, gravuras e artes decorativas européias, do século XIII aos dias atuais. As obras francesas constituem, ao lado das italianas, o principal núcleo do acervo, seguidas pelas escolas espanhola, portuguesa, flamenga, holandesa, inglesa e alemã. O museu também mantém sob sua guarda uma significativa coleção de arte brasileira e de brasiliana, atestando o desenvolvimento das artes no nosso país do século XVII aos dias de hoje. Ainda no contexto da arte ocidental, são relevantes os conjuntos referentes à arte norte e latino-americana. Em menor escala, marcam presença no acervo da instituição objetos representativos da produção artística em diversos períodos e diferentes civilizações não ocidentais  como a arte africana e a arte asiática , e outros que se destacam por sua importância arqueológica, artística e histórica, como o seleto conjunto de antigüidades egípcias, etruscas e greco-romanas e outros artefatos de culturas pré-colombianas e da arte medieval européia.

Arte Italiana

Giovanni Bellini (italiano, 1425/33-1516). Madona Willys, 1480/1490. Óleo sobre madeira, 75 x 59 cm.

A coleção de arte italiana do MASP abrange um amplo período, que vai das manifestações artísticas da Idade Média, até o Fovismo de Filippo De Pisis. Do período bizantino, há estatuetas em marfim (Figura de Anjo, século XII) e obras de ourivesaria (capas de evangelhos, missais e plaquetas) de temática sacra, com ornamentos em prata e pedras preciosas. Na coleção de pinturas, estão representadas a arte tardo-medieval, com a Madona do Maestro del Bigallo, e obras representativas do Gótico italiano (Maestro di San Martino Alla Palma, Paolo Serafini da Modena, Ottaviano Nelli).

Andrea Mantegna (italiano, 1431-1506). São Jerônimo Penitente no Deserto, 1448/1451. Têmpera sobre madeira, 48 x 36 cm.

É perceptível, de toda forma, a afinidade da coleção com a pintura do Renascimento, onde se destacam nomes da importância de Andrea Mantegna  de quem o museu possui a mais antiga obra conhecida, São Jerônimo Penitente no Deserto , Giovanni Bellini, Sandro Botticelli e Pietro Perugino, até atingir seu ponto alto com a obra Ressurreição de Cristo, de Rafael. A coleção mantém seu vigor no que tange aos Quinhentos e ao Maneirismo, com obras representativas de Piero di Cosimo, Giampietrino, Francesco Francia, Paris Bordon, Tiziano (Retrato de Cardeal Cristoforo Madruzzo), Tintoretto, Paolo Veronese e Jacopo Bassano. Os movimentos artísticos posteriores (Barroco, Rococó e Neoclassicismo) encontram-se representados de forma mais modesta na coleção, embora verifique-se a presença de grandes expoentes, tais como Carlo Saraceni, Jacopo Palma, Panfilo Nuvolone, Guercino, Guido Reni, Ciro Ferri, Alessandro Magnasco, Michele Rocca, Pellegrini, Pompeo Batoni, Pittoni e Francesco Zugno. Giovanni Boldini e Gaetano Previati são os grandes nomes da arte oitocentista italiana, ao passo que Modigliani, de quem o museu possui seis telas (entre as quais merece especial destaque Retrato de Diego Rivera), é o maior expoente do modernismo.

Outro destaque da coleção italiana é o importante conjunto de 246 maiólicas (cerâmicas porosas e coloridas, de revestimento transparente ou opaco decorado com reflexos metálicos). Provenientes da famosa Coleção Imbert, o acervo de maiólicas cobre um arco temporal que vai do período arcaico (século XIV) ao Storiato (séculos XVI-XVII), abrangendo diversos centros de produção, entre os quais, Florença, Siena, Cafaggiolo, Veneza, Faenza Urbino, Gubbio, Deruta, etc. Trata-se uma coleção de extrema relevância histórica e científica, pela quantidade de peças assinadas, datadas ou marcadas com armas e brasões de importantes proprietários, como os Médicis, os Piccolomini, entre outros.

Arte Francesa e Escola de Paris

Renoir (francês, 1841-1919). Rosa e Azul , 1881. Óleo sobre tela, 119 x 74 cm.

A coleção de arte francesa representa o núcleo mais numeroso do acervo, e é conhecida por sua densidade e homogeneidade, especialmente no que se refere aos movimentos artísticos dos séculos XVIII e XIX. A produção artística referente ao período gótico e à Renascença (séculos XIII ao XV) encontra-se representada por estatuetas e bustos relicários de temática sacra, finamente adornados com filigranas e pedras semi-preciosas. Os séculos XVI e XVII, embora escassos na coleção, emergem nas figuras de François Clouet e Nicolas Poussin. Entre os destaques dos Setecentos, estão os quatro retratos das filhas de Luís XV, pintados por Jean-Marc Nattier, Piquenique Durante a Caçada, de François Lemoyne, e outras obras de Pater, Chardin, Boucher, Drouais, Fragonard, Jean-Baptiste Greuze e Vestier.

Monet (francês, 1840-1927). A Canoa sobre o Epte, c. 1890. Óleo sobre tela, 133 x 145 cm.

Entre os representantes das diversas correntes pictóricas do século XIX, encontram-se Ingres, Corot, Daumier, Courbet e as alegorias das Quatro Estações de Delacroix. Do movimento impressionista, é possível apreciar várias obras-primas de Manet, Degas, Cézanne, Monet e Renoir. Dos pós-impressionistas, há quadros de Gauguin, Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Bonnard e Vuillard. O modernismo francês se faz presente com Matisse, Marquet, Othon Friesz, Vlaminck, Léger, Utrillo, Marie Laurencin, André Lhote e Marcel Duchamp. Complementando a coleção de artistas modernos, há obras de Picasso, Chagall, Max Ernst, Larionov, Soutine e Wols na chamada Escola de Paris. A escultura francesa tem seu ponto alto na coleção completa de 73 bronzes de Degas  uma rara coleção que só pode ser apreciada em sua totalidade, além do MASP, no Metropolitan de Nova York e no Musée D´Orsay de Paris. Há ainda um mármore de Houdon, um relevo de Daumier, bronzes de Rodin e Renoir e peças contemporâneas de Jacques Lipchitz e César Baldaccini.

Arte da Península Ibérica

Goya (francês, 1840-1927). Jogam cachorros ao touro (da série "Tauromaquia") 1815-16. Água-forte, 32,7 x 44,5 cm.

O segmento referente à arte espanhola no acervo do MASP cobre um arco de mais de oito séculos, sendo Virgem sobre o Trono, obra da escola castelhana do século XII, a mais remota cronologicamente. É imperioso citar ainda o retábulo O Juízo Final, do Mestre da Família Artés, único representante do renascimento ibérico na coleção. El Greco comparece com duas obras, Anunciação e São Francisco. Entre os expoentes do chamado Século de Ouro da pintura espanhola, encontram-se Francisco de Zurbarán, Juan Carreño de Miranda, Murillo e Velázquez (Retrato do Conde-Duque de Olivares). Goya comparece com quatro retratos de importantes figuras eclesiásticas e aristocratas da corte espanhola e com um conjunto de gravuras da série Tauromaquia. O Costume do Ano 2045 de Salvador Dalí é uma das peças emblemáticas na coleção de modernos. Entre os artistas portugueses presentes no acervo, merecem destaque Siqueira, Malhoa, Souza Pinto e Columbano.

Arte Flamenga e Holandesa

Hieronymus Bosch (flamengo, 1450/60-1516). As Tentações de Santo Antão, c. 1500. Óleo sobre tela, 127 x 101 cm.

Este núcleo do acervo, embora pequeno, reúne algumas preciosidades do Renascimento e do Maneirismo em Flandres e na Holanda. Destacam-se Hans Memling (Virgem em Lamentação), Hieronymus Bosch (As Tentações de Santo Antão), Jan Van Dornicke (Tríptico da Crucificação), Quentin Metsys, Lucas Cranach, o Velho e Hans Holbein, o Jovem. No século XVII, os destaques são os retratos e paisagens, como Alberto VII, de Rubens, o Auto-retrato de Rembrandt e outras obras de Frans Hals, Van Dyck, Salomon Van Ruysdael e Jan de Baen, além das cinco paisagens pernambucanas de Frans Post. Há ainda um relevante conjunto de tapeçarias das manufaturas de Maelsaeck e dos Gobelins (cinco peças da Série das Pequenas Índias). As tendências pictóricas modernas manifestam-se a partir do impressionismo do belga Émile Claus, e se consolidam nas obras de Ferdinand Hodler, Käthe Kollwitz, Paul Klee, Max Pechstein, Max Beckmann, Oscar Kokoschka, Willy Baumeister e Karel Appel.

Arte Inglesa e do Norte da Europa

O segmento referente à arte do norte da Europa no acervo do MASP caracteriza-se por uma profunda ênfase na retratística do chamado Século de Ouro da pintura inglesa. Estão presentes artistas como Joshua Reynolds, William Hogarth, Thomas Gainsborough, George Romney e Henry Raeburn. O período romântico também se encontra bem representado por meio de trabalhos magistrais de Thomas Lawrence (Os Filhos de Sir Fludyer), Turner (O Castelo de Carnaevon) e John Constable (A Catedral de Salisbury). O modernismo inglês se faz presente nas obras de Nadia Benois, Henry Moore, Piper, Graham Sutherland, Wiig Hansen, Eduardo Paolozzi, Joe Tilson, Peter Blake e Kitaj. Há ainda trabalhos inusitados, como um interior de Winston Churchill, adquirida por Chateaubriand em um leilão de obras do estadista, na Inglaterra.

Arte do Brasil

Embora seja um museu especializado na história da arte internacional, o acervo do MASP conserva momentos de grande intensidade das artes no Brasil, desde os registros pictóricos de Frans Post no século XVII, passando pela estatuária barroca de Aleijadinho, até as mais recentes manifestações artísticas contemporâneas. No período oitocentista, destacam-se Facchinetti, Vítor Meireles (Moema), Pedro Américo, Almeida Júnior (Moça com Livro), João Batista Castagneto, Benedito Calixto, Pedro Weingärtner, Rodolfo Amoedo, Henrique Bernardelli, Belmiro de Almeida, Alfred Andersen, Pedro Alexandrino, Antônio Parreiras, João Batista da Costa, Eliseu Visconti, Oscar Pereira da Silva e Artur Timótheo da Costa. Do período modernista, o museu conserva importantes registros dos principais artistas e fases, como Ernesto De Fiori, Vicente do Rego Monteiro, John Graz, Lasar Segall, Oswaldo Goeldi, Guignard, Anita Malfatti (A Estudante), Alfredo Volpi, Brecheret, Bruno Giorgi, Di Cavalcanti (Cinco Moças de Guaratinguetá), Flávio de Carvalho e um amplo conjunto da obra de Cândido Portinari (as séries Bíblica e Retirantes, O Lavrador de Café e vários retratos). Estão presentes ainda Samson Flexor, Pancetti, Tomie Ohtake, Arcângelo Ianelli e Manabu Mabe, entre outros.

Arte das Américas

No segmento referente à arte das Américas, cabe citar a existência de um pequeno núcleo de artefatos pré-colombianos, doados em sua maioria por William Daghlian, dentre os quais merecem destaque um Busto Feminino (c. 500 d.C.), proveniente da Cultura Chone (Equador) e uma Cabeça de Animal, produzida em Honduras entre 700 e 1100 d.C. Além destas, há outras obras isoladas representativos das diferentes correntes artísticas americanas, como uma madona equatoriana do século XVIII, e o retrato de Mrs. Franck Rolleston, pintura de teor acadêmico do conceituado artista norte-americano Gilbert Stuart. Não obstante, a maior parte do acervo permite vislumbrar aspectos importantes da produção modernista latino-americana, com obras do uruguaio Joaquín Torres-García, dos muralistas mexicanos Diego Rivera e David Alfaro Siqueiros, e da contemporânea Mari Carmen Hernandéz (Meta). Outro destaque deste núcleo é o conjunto de trabalhos contemporâneos norte-americanos, formado por artistas como Andy Warhol, Charles Ephraim Burchfield, Alexander Calder, Lee Menichetti, Patrick Geraghty, David Traub, Christian Haub, Rinaldo Fratolillo, Thom Somervilles, entre outros.

Arqueologia

O MASP possui um acervo de antigüidades egípcias, gregas, itálicas, italiotas e romanas que se destaca no Brasil por sua raridade e qualidade. São objetos provenientes das mais importantes civilizações que floresceram no mediterrâneo oriental e ocidental. A maioria provém da Doação Lina Bo e Pietro Maria Bardi, feita ao museu em 1976. O acervo egípcio é constituído por artefatos datados do Antigo Império (2575 a.C.) ao Período Romano (50 d.C.). O essencial do grupo é formado por objetos religiosos de variadas temáticas, como estatuetas divinas (Deus Thot, Hórus, Osíris etc.), fragmentos de pinturas tumulares, amuletos, ushabtis (figuras mumiformes) e estelas votivas. O grande destaque da coleção é a peça Ísis Lactante com Hórus, uma estatueta de bronze do período ptolomaico (332 – 31 a.C.). Dentre os objetos representativos das culturas clássicas, destaca-se um conjunto de 19 vasos de cerâmica, provenientes da Grécia, da Magna-Grécia, da Etrúria e do mundo romano, datados do século VII ao século II a.C.; além de estatuetas em terracota (Tanagras), bronzes itálicos e romanos (22 peças, entre ornatos, armas e objetos de uso cotidiano), enócoas e vidros romanos, todos produzidos entre os séculos VIII a.C. e I d.C. Além destes, são dignos de menção dois exemplares excepcionais da arte grega (Estátua da Deusa Higéia, séc. IV a.C.) e romana (Sarcófago, 140-200 d.C.).

Arte Africana

O MASP possui uma importante coleção de artefatos africanos de uso ritual e cotidiano, que se destacam por sua qualidade artística. São, em sua grande maioria, objetos cerimoniais usados nas sociedades tribais do Centro-Oeste Africano, situadas em países como Mali, Serra Leoa, Guiné, Alto Volta, Libéria, Costa do Marfim, Nigéria (Nação Ioruba), Camarões, Gabão e Zaire. Em 1995, a coleção do museu foi bastante enriquecida por intermédio de doação de 35 peças feita pelo Banco de Boston. Outro núcleo de obras de arte africanas foi incorporado ao acervo por intermédio da Coleção William Daghlian, doada ao museu na década de oitenta, acrescentando ao corpus do acervo peças artesanais e objetos de culto produzidas por grupos étnicos do Congo e de Gana (Nação Ashanti).

Arte Asiática

A coleção de arte asiática do MASP, embora pequena numericamente, cobre um amplo período histórico, abrangendo desde o século III a.C. até o século XX. Estão representadas, majoritariamente, as escolas chinesa, japonesa e hindu. A maior parte delas provém da doação de William Daghlian, feita ao museu na década de oitenta. No que tange à arte chinesa, merecem destaque uma belíssima estatueta de Dançarina da Dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.), e outras quatro peças datadas da Dinastia Tang (618 - 907 d.C.): dois guerreiros e dois pequenos cavalos, todos moldados em terracota. No segmento referente à arte japonesa, predominam as pinturas e desenhos em variados suportes, com destaque para o Retrato do poeta Hitomaro, de um pintor da Escola Kano (século XVIII), um desenho sobre papel para leque, de autoria do famoso colorista Utagawa Toyoharu (século XIX) e outras duas pinturas sobre tecido representando acólitos da divindade Fudo Myo-o, datadas do século XVII. Por fim, a arte da Índia se faz presente com estatuetas em pedra e estuque representando divindades budistas e hindus. Merecem destaque um Buda de Gandara (século VI), uma cabeça de Bhairava (século XI) e uma magnífica representação de Gada-Devi, do Período Pala Tardio (século XII).

Fotografias

O MASP conserva em seu acervo uma coleção de aproximadamente 900 fotografias de 245 autores consagrados no meio artístico brasileiro. São provenientes de um projeto desenvolvido desde 1990 conjuntamente, pelo museu e pela Pirelli S.A., e deve sua relevância à multiplicidade de questões histórico-sociais, estéticas e formais. Dentre os fotógrafos presentes na coleção, merecem destaque Sebastião Salgado, Pierre Verger, Araquém Alcântara, Nair Benedicto, Adenor Gondim, Flavya Mutran, Juca Martins, Klaus Mitteldorf, Arthur Omar e muitos outros.

Moda e Vestuário

Por iniciativa de Pietro Maria Bardi, existe no museu uma coleção de 140 vestidos apresentados nos desfiles da Rhodia. O projeto executado entre o final dos anos 60 e o começo dos anos 70 era pioneiro e reuniu pela primeira vez artistas, designers de moda e a indústria de tecidos. Os desfiles ocorreram em várias cidades do Brasil e foram o produto final da interação de artistas como Roberto Sambonet, Francisco Brenand, Aldemir Martins, Carlos Vergara, Manabu Mabe, Hercules Barsotti, Wyllis de Castro entre outros, que participaram criando padrões de tecidos com temática nacional e contemporânea, além designers famosos na época como Ugo Castellana, Alceu Penna e Denner.

Biblioteca

A Biblioteca e Centro de Documentação do MASP tem como finalidade guardar, preservar, organizar e divulgar todo o material bibliográfico, iconográfico e histórico existente na instituição. O valioso acervo especializado em artes plásticas, arquitetura, história da arte, design, fotografia e eventos afins, é composto de aproximadamente 60.000 volumes entre livros, livros raros, catálogos de exposições, periódicos, teses e boletins de museu. Trata-se da principal fonte de pesquisa para o estudo da História da Arte em São Paulo e é uma das maiores bibliotecas especializadas em arte do país. Entre os livros raros, encontram-se preciosidades como "Trattato della Pittura”, de Leonardo da Vinci (1792), "Le Fabbriche e I Disegni”, de Andrea Palladio (1796), "Vita Del Cavaliere Gio. Lorenzo Bernino" (1682) e "Ragionamenti Del Sig. Cavaliere Giorgio Vasari" (1588), entre outros.

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