Oiá[1] (em iorubá: Oyá),[2] também chamado Iansã, provém do nome do rio na Nigéria, onde seu culto é realizado, atualmente chamado de rio Níger. É uma divindade do fogo, como Xangô, mas também é relacionada ao elemento ar, regendo os raios. É uma das divindades que, ao lado de Airá e Afefê Icu, [3] (o vento da morte), domina os ventos.
Costuma ser reverenciada antes de Xangô, como o vento personificado que precede a tempestade. Assim como a Orixá Obá, Oiá também está relacionada ao culto dos mortos, onde recebeu de Xangô a incumbência de guiá-los a um dos nove céus de acordo com suas ações. Para assumir tal cargo recebeu do feiticeiro Oxóssi uma espécie de eruquerê especial, chamado de Eruexim, com o qual estaria protegida dos Eguns. Oiá/Iansã é a primeira orixá de temperamento mais agressivo, sendo que a segunda é Obá e a terceira é Oxum.
O nome Iansã trata-se de um título que Oiá recebeu de Xangô, que faz referência ao entardecer. Iansã quer dizer A mãe do céu rosado ou A mãe do entardecer. Era como ele a chamava pois dizia que ela era radiante como o entardecer.
Os africanos costumam saudá-la antes das tempestades, pedindo a ela que apazigue a fúria de seu marido Xangô, o Orixá dos trovões e da lava, pedindo clemência. Sua saudação "Iyá-mésàn-òrun/Mãe dos nove Oruns"[4]
Brasil
Os devotos costumam lhe oferecer sua comida favorita, o àkàrà (acarajé), ekuru e abará.
No candomblé a cor utilizada para representá-la é o marrom, ainda que seja mais identificada com a cor rosa. No Brasil houve uma grande distorção com relação as suas regências e origens.
Inhansã ou Oiá, como é também chamada no Brasil, é uma divindade da Mitologia iorubá associada aos ventos e às águas, sendo companheira de Xangô, o senhor dos raios e tempestades.
É saudada como "Iya mesan lorun", título referente à incumbência recebida como guia dos mortos. Iansã é associada a sensualidade, dos Orixás femininos é uma das mais guerreiras e imponentes.
Símbolos |
Sete folhas mais usadas para Oiá |
Arquétipo
Suas filhas, ou mulheres que tenham Iansã próximo de si na Terra, são mulheres sensuais, ousadas, falam o que pensam e sofrem muito, seja por qualquer motivo, especialmente no amor. São mulheres que batalham, trabalham incansavelmente, são guerreiras, lutam como peões. Geralmente essas mulheres cuidam de tudo sozinhas, até dos filhos.
Cultura afro-brasileira
Em Salvador, Oiá ou Iansã é sincretizada com Santa Bárbara que é madrinha do Corpo de Bombeiros e padroeira dos mercados. É homenageada no dia 4 de dezembro na Festa de Santa Bárbara da Igreja Católica. É um grande evento sincrético, composto de missa, procissão feita por católicos e praticantes do Candomblé,[5] além das festas nos terreiros, o caruru de Iansã, samba de roda e apresentação de grupos de capoeira e maculelê.
Cuba
Oiá é sincretizada na Santeria cubana com imagens católicas de Nossa Senhora da Candelária ou Nossa Senhora da Anunciação e Santa Teresa.
Haiti
Na Santeria Obaluaiê e Oiá são os patronos da loucura. [6]
Referências
- ↑ «Oiá». Michaeli
- ↑ Notas sobre o culto aos orixás e voduns na Bahia de Todos os Santos, no ... Por Pierre Verger, pag.407
- ↑ Agadá: dinâmica da civilização africano-brasileira, Por Marco Aurélio Luz, pag. 71
- ↑ Performance e Ritual, Por Denise Mancebo Zenicola citação de (Santos, 2008, p. 122).
- ↑ «A Bahia de Santa Bárbara». Consultado em 22 de julho de 2007. Arquivado do original em 22 de novembro de 2005
- ↑ Oya: In Praise of an African Goddess, Judith Illsley Gleason, HarperSanFrancisco, 1992, pag.101(em inglês)