Zomadonu era um torroçu, filho do arroçu do Reino de Daomé Acabá Predefinição:Nwrap.[1] Conta a lenda que Zomadonu, junto de Pelu, torroçu nascido de Agajá Predefinição:Nwrap e Adomu, torroçu filho de Tebessú Predefinição:Nwrap invadiram Abomei liderando um exército de torroçus matando indiscriminadamente os cidadãos que fugiram apavorados, ficando apenas um homem chamado Abadá Homedovó, que sofria de elefantíase. A vida do homem foi poupada, graças à amizade que ele tinha com Azacá, um torroçu da cidade de Savalu.
Ele foi curado por Zomadonu, e ensinado por ele nos mistérios para se propiciar a boa vontade dos torroçus reais. Após isso, o exército dos temíveis pigmeus monstruosos abandona Abomei, entrando no rio. E com Abadá Homedov começa o culto dos torroçus reais de Abomei, com Zomadonu sendo o principal deles.
Ele é considerado o guardião do bairro real de Abomei e seu humpame principal fica no bairro de Legó.
Na Diáspora, o nome de Zomadonu é conhecido tanto no vodu haitiano, como no Tambor de Mina de Nação Jeje, onde é o patrono do terreiro Casa das Minas, também chamado de Querebentã de Zomadonu (Kwerebentan to Zomadonu) em São Luís Maranhão.
No culto dos voduns praticado no Maranhão, Zomadonu é chamado de Tói Zomadonu. Curiosamente, nesse estado ele não possui características de torroçu, ou seja, deformação física mas manteve a característica de ser o mais importante vodum do Reino do Daomé. No culto dos voduns praticado no Maranhão, Zomadonu ou Tói Zomadonu é considerado "nobre" e pertencente a família de Davice, também chamada de família real, que é chefiada por Nochê Naê, que seria a mãe ancestral e a rainha. Tói Zomadonu também é pai dos voduns Tói Jagorobossú, Tói Apoji e os gêmeos Tói Nagono Toçá e Tói Nagono Tocé. Tói Zomadonu é o primeiro vodum a ser homenageado nos toques de tambor da Casa das Minas.[2]
Referências
- ↑ Ferretti 1995, p. 102.
- ↑ Júlia Morim. «Casa das Minas / Querebendã de Zomadônu». basilio.fundaj.gov.br. Consultado em 27 de setembro de 2019
Bibliografia
- Ferretti, Sérgio Figueiredo (1995). Querebentã de Zomadônu: etnografia da Casa das Minas do Maranhão. São Luís: EDUFMA