Lusofonia[1][2] é a comunidade formada pelos povos e nações que compartilham a língua e cultura portuguesas, como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Goa, Damão e Diu e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo. O Dia da Lusofonia é comemorado em 5 de maio, dia esse dedicado à língua, cultura e expressão portuguesa. É consagrada a Nossa Senhora da Conceição.
Características
Firmado o espaço continental português com a conquista do Algarve, os últimos reis da primeira dinastia dedicaram-se ao ordenamento do território nacional : promoveram o povoamento, a exploração agrícola, a criação de estruturas de comércio, a criação de defesas, já não tanto a sul como a leste, etc. Deste modo, a dinastia de Avis pôde empenhar-se em novo processo de expansão territorial, que teve início em 1415 com a tomada de Ceuta.[3][4]
Seguiu-se a gesta dos Descobrimentos, que implicou a descoberta dos arquipélagos da Madeira e dos Açores, a exploração de ambas as costas de África, a chegada à América do Sul (Brasil) e a várias paragens da Ásia, como Goa, Malaca e Timor.
Ao processo de formação do Império Colonial Português foram motivos de ordem económica e político-estratégica que presidiram, aliados a uma certa curiosidade cultural e científica e a um intento de evangelização. Neste contexto, nem sempre o respeito pela identidade do indígena prevaleceu, mas deve, em todo o caso, reconhecer-se a coragem necessária ao enfrentar do desconhecido, que permitiu aos "descobridores", exploradores e colonos a criação de alianças e fraternidades, transformando e deixando-se transformar. Do contacto com os povos encontrados resultou um forte intercâmbio de produtos, costumes, técnicas, conhecimentos (de medicina, náutica, biologia, etc.), bem como uma interpenetração mais profunda através da miscigenação.
Este longo processo histórico tem como consequência, na atualidade, uma identidade cultural partilhada por oito países, unidos por um passado vivido em comum e por uma língua que, enriquecida na sua diversidade, se reconhece como una. Estes países - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste -, com os respectivos núcleos de emigrantes, fazem do idioma português uma das línguas mais faladas do mundo, constituindo uma comunidade de mais de duzentos e quarenta milhões de pessoas.[5][6] A Lusofonia pode ser também a plataforma a partir da qual os povos que hoje falam português se poderão aproximar e ampliar o âmbito e a acção da CPLP.
No passado, salientaram-se grandes vultos do diálogo intercultural como o Padre António Vieira, da aventura entre povos estranhos como Fernão Mendes Pinto, da exploração do espaço desconhecido como Gil Eanes, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Serpa Pinto. Hoje em dia, entre os países lusófonos mantêm-se relações privilegiadas - na cooperação política e económica, na educação e nas artes - e os grandes criadores da lusofonia não são apenas personalidades portuguesas mas também (para darmos exemplos da área das Letras) um Pepetela, um José Craveirinha, um Jorge Amado ou um Luandino Vieira.
Membros
- REDIRECIONAMENTO Predefinição:VT
País | População (2014)[7] | IDH (2018)[8] |
---|---|---|
Brasil | 202 656 788 | 0,761 (alto) |
Moçambique | 24 692 144 | 0,446 (baixo) |
Angola | 24 300 000 | 0,574 (médio) |
Portugal | 10 813 834 | 0,850 (Predefinição:Muito elevado) |
Guiné-Bissau | 1 693 398 | 0,461 (baixo) |
Timor-Leste | 1 201 542 | 0,626 (médio) |
Macau | 587 914 | 0,914 (Predefinição:Muito elevado) |
Cabo Verde | 538 535 | 0,651 (médio) |
São Tomé e Príncipe | 190 428 | 0,609 (médio) |
Total | 267 396 837 | - |
Nota: Alguns linguistas argumentam que o galego, falado na Galiza, é na verdade apenas um dialeto do português;[9][10][11] o que naturalmente também tornaria o noroeste da Espanha uma parte do mundo lusófono.
Mapa
Ver também
- Geografia da língua portuguesa
- Língua galega
- Lista de países onde o português é língua oficial
- Acordo Ortográfico de 1990
- Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
- Jogos da Lusofonia
- Relações entre Brasil e Portugal
- Wikipédia em português
- Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira
Referências
- ↑ Moisés de Lemos Martins (2014). «Língua portuguesa, globalização e lusofonia». RepositoriUM da Universidade do Minho. Consultado em 14 de março de 2017. Cópia arquivada em 14 de março de 2017
- ↑ Moisés de Lemos Martins (com Helena Sousa e Rosa Cabecinhas) (2006). «A lusofonia como promessa e o seu equívoco lusocêntrico». RepositoriUM da Universidade do Minho. Consultado em 14 de março de 2017. Cópia arquivada em 14 de março de 2017
- ↑ «Revolução de Avis: importância, causas e consequências». Escola Kids (em português). Consultado em 19 de junho de 2020
- ↑ «Conquista de Ceuta: o começo das grandes navegações». Toda Matéria (em português). Consultado em 19 de junho de 2020
- ↑ Babbel.com; GmbH, Lesson Nine. «Os 10 idiomas mais falados no mundo». A revista da Babbel (em português). Consultado em 19 de junho de 2020
- ↑ Lusa. «Há 244 milhões de falantes de português em todo o mundo». PÚBLICO (em português). Consultado em 19 de junho de 2020
- ↑ «The World Factbook – Field Listing – Population - CIA». Central Intelligence Agency. Consultado em 6 de novembro de 2014
- ↑ «2019 Human Development Report» (PDF). United Nations Development Programme. 2019. Consultado em 26 de fevereiro de 2020
- ↑ ncultura. «Porque é que o Galego é tão idêntico ao Português?». ncultura (em português). Consultado em 19 de junho de 2020
- ↑ Neves, Marco (25 de novembro de 2017). «O galego e o português são a mesma língua?». Certas Palavras (em português). Consultado em 19 de junho de 2020
- ↑ «Galego-Português». InfoEscola (em português). Consultado em 19 de junho de 2020
Ligações externas
- “www.BomDia.lu - O Portal da Comunidade Lusófona do Luxemburgo”
- “Portugal em Linha - O Portal da Comunidade Lusófona”
- LUSOFONIA - Plataforma de apoio ao estudo da língua portuguesa no mundo
- MIL - Movimento Internacional Lusófono
- O difícil percurso da lusofonia pelos trilhos da ‘portugalidade’, por Vítor de Sousa, Epistemologias do Sul: Contextos de Investigação, 2013, p. 89-104