O dialeto alentejano é um dialeto do português europeu conforme falado na região do Alentejo, incluindo nos municípios "espanhois" de Olivença e Táliga (onde existe um subdialeto), e que até meados do Sec. XX, foi falado pela generalidade da população, passando de geração em geração. Hoje o português nesses dois municípios vive uma fase de declínio.
Características
- Anteposição do artigo antes do pronome possessivo (traço comum em Portugal)
- Utilização regular do gerúndio no tempo presente (à semelhança do português brasileiro)
- Preferência pelo grupo vocálico oi (sendo ou no padrão). Ex: oiro (português padrão: ouro)Predefinição:Contraditório
- Paragoge em i, nos verbos no infinitivo. Ex: fazêri (português: fazer)
- Ausência do ditongo ei, que passa a ser ê. Ex: galinhêro (português: galinheiro), com exceções: seis, rei, reino, etc.
Gramaticais
Com várias semelhanças com os dialetos do Algarve, Madeira e Açores e o português brasileiro, a nível gramatical há uma preferência para o uso do gerúndio[1] e do pronome a gente ao invés de nós. Já o pronome vós (2ª pessoa do plural), tal como na maioria do país, não é utilizado e em vez deste utiliza-se o vocês.
Situação do português em Olivença
O relatório de 2005 do grupo de peritos do Conselho da Europa sobre a implementação, na Espanha, da Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias, em 2005[2] pediu ao governo espanhol que fornecesse informações sobre a situação do português oliventino, e das medidas para a proteção e promoção da língua, nos termos do artigo 7 º da Carta.[3] No entanto, no relatório apresentado pela Espanha em 2006, não existem referências ao português oliventino.[4]
No relatório de 2008 os seguintes parágrafos foram listados:[5]
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48. O Comité de Peritos não recebeu nenhuma informação sobre o uso do português na Estremadura, nomeadamente em Olivença.49. De acordo com informações recolhidas durante a visita ao local, a língua portuguesa (a Oliventina) é tradicionalmente falada em Olivença e Táliga, desde o século XIII. No entanto, as informações recebidas sobre a atual utilização desta linguagem é inconclusiva, mas indica que o português é ensinado como língua estrangeira no campo da educação.
50. O Comité de Peritos não pode avaliar a situação do português na Estremadura, e insta as autoridades para esclarecer esta questão no próximo ciclo de monitorização, designadamente em colaboração com a associação "Além Guadiana", recentemente criada para promover a língua portuguesa.
Referências
- ↑ Ciberdúvidas. «A diferença entre «fiquei sabendo» e soube» (em português). Consultado em 22 de Novembro de 2010.
A construção ficar/estar + gerúndio é mais usada no Brasil e nos países africanos de expressão portuguesa. No que diz respeito ao português europeu, essa construção é dialectal, reservando-se, principalmente, ao Sul e às ilhas. A construção equivalente preferida é ficar/estar a + infinitivo.
- ↑ Carta Europeia das Línguas Minoritárias ou Regionais
- ↑ Aplicação da Carta na Espanha. Ciclo inicial de controle Arquivado em 1 de abril de 2009, no Wayback Machine., 21 de setembro de 2005, pg. 13.
- ↑ «Segundo informe sobre a aplicação na Espanha da Carta Europeia das Línguas Minoritárias ou Regionais (2006)» (PDF). Consultado em 1 de março de 2010. Arquivado do original (PDF) em 12 de junho de 2007
- ↑ Carta Europeia das Línguas Regionais ou Minoritárias. Aplicação da Carta na Espanha. Estrasburgo, 11 de dezembro de 2008; p. 9.