Predefinição:Info/Evento multiesportivo Jogos Olímpicos de Verão de 1976 (em francês: Les XXIes olympiques d'été), conhecidos oficialmente como os Jogos da XXI Olimpíada, foram os Jogos Olímpicos realizados em Montreal, a maior cidade da província de Quebec, no Canadá, entre 17 de julho e 1 de agosto de 1976. Montreal é a segunda cidade francófona a sediar os Jogos de Verão depois de Paris. Com a participação de 6 804 atletas de 92 nações competindo em 21 esportes, estes foram os primeiros Jogos marcados por um grande boicote. Lideradas pela República do Congo, 26 nações africanas, o Iraque e a Guiana se recusaram a participar deles, em protesto pelo COI não suspender a Nova Zelândia, que havia autorizado sua seleção nacional de rugby a excursionar pela África do Sul, que se encontrava suspensa da comunidade internacional por causa da política racista do Apartheid.[1]
A escolha de Montreal como sede dos Jogos, contra a candidatura de cidades importantes como Los Angeles e Moscou, não foi feliz no resultado final, apesar da boa organização e total segurança – reflexos dos ocorridos nos Jogos de Munique em 1972.
Financeiramente os Jogos foram um fracasso, causando o maior prejuízo econômico da história do evento até Atenas 2004, totalizando mais de 2 bilhões de dólares americanos em dívidas, levando a cidade a demorar mais de 40 anos para conseguir quitar as dívidas relacionadas ao evento. Seu ousado, caríssimo e problemático Estádio Olímpico até hoje permanece como um símbolo do fracasso desta edição. No campo esportivo, mais uma grande decepção. Pela primeira e única vez na história dos Jogos de Verão, o país anfitrião terminou a competição sem conseguir conquistar uma única medalha de ouro.[2]
Processo de candidatura
Resultados da eleição da cidade-sede dos Jogos da XXI Olimpíada[3] | |||
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Cidade | CON | Rodada 1 | Rodada 2 |
Montreal | Canadá | 25 | 41 |
Moscou | Predefinição:Country data União Soviética | 28 | 28 |
Los Angeles | Estados Unidos | 17 | - |
Fatos e destaques
- Os Jogos foram abertos pela Rainha Elizabeth II e toda a família real britânica compareceu à cerimônia de abertura. A chama olímpica foi “eletronicamente” transmitida por ondas elétricas de Atenas até Ottawa, capital do país, através de sinais de satélites, de onde foi levada em revezamento até Montreal, entrando no estádio conduzida por um casal de jovens, um de origem francesa e a outra de origem britânica, Stéphane Préfontaine e Sandra Henderson, representando as duas culturas que formaram o país. Além disso, durante uma forte chuva a Pira Olímpica simplesmente apagou. Numa atitude desesperada ela foi acesa de novo por um funcionário do estádio com um isqueiro. Como o protocolo manda, a pira teve que ser reacendida com o fogo de reserva.[4]
- A ginasta romena Nadia Comăneci, de apenas 14 anos, foi a grande estrela de Montreal, sendo a primeira atleta da história a receber a nota perfeita de 10,0 neste esporte, nas barras assimétricas. A nota teve que ser apresentada nos placares eletrônicos do ginásio como 1,00, pois até então os placares da ginástica não eram fabricados com dois dígitos antes da divisão da fração, já que a nota 10 era considerada impossível. Comăneci conquistaria três medalhas de ouro e receberia nada mais nada menos que outras seis notas 10 da equipe de jurados durante a competição.[1]
- A ginasta soviética de ascendência mongol Nellie Kim também conquistou três medalhas de ouro.[1]
- Foram introduzidas nesses Jogos as modalidades femininas do basquetebol, handebol e remo.[5]
- O soviético Viktor Saneyev sagrou-se tricampeão olímpico do salto triplo, derrotando o então recordista mundial, o brasileiro João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, bronze na prova.[1]
- Ainda no Atletismo, o cubano Alberto Juantorena tornou-se o primeiro atleta a vencer os 400 e os 800 m na mesma Olimpíada e o finlandês Lasse Virén completou seu double-double iniciado em Munique, ganhando novamente os 5 000 e 10 000 m. Virén ainda participaria da maratona, na tentativa de se igualar ao lendário tcheco Emil Zátopek, único a conquistar as três provas longas do atletismo nos mesmos Jogos, em Helsinque 1952, mas conseguiu apenas um 5º lugar.
- Cinco boxeadores americanos conquistaram medalhas de ouro em Montreal, naquela que para muitos foi a maior equipe de boxe olímpico já formada nos Estados Unidos, composta de Sugar Ray Leonard, Leon Spinks, Michael Spinks, Leo Randolph e Howard Davies Jr. A exceção de Davis, todos se tornariam campeões mundiais profissionais em suas categorias nos anos seguintes.[1]
- A princesa Anne da Grã Bretanha foi a única participante feminina dos Jogos a não ser submetida a teste de confirmação de sexo. Anne fez parte da equipe britânica de equitação.[1]
- O ginasta japonês Shun Fujimoto decidiu continuar competindo no evento por equipes logo após quebrar o joelho durante o exercício no solo. Ele conseguiu a nota 9,5 no cavalo com alças e 9,7 nas argolas, saltando de uma altura de 2,5 metros acima do solo e mantendo o equilíbrio depois de pousar em pé. Os jornais da época relatam a cena da seguinte forma "levantou os braços em um acabamento perfeito antes de desmoronar em agonia".[6] A aterrissagem piorou sua lesão, deslocando o joelho quebrado e imediatamente rompendo os ligamentos de sua perna direita.[7] A cena é considerada uma das mais marcantes da história dos Jogos.[8] Antes da prova, Fujimoto não quis contar sobre sua lesão porque sabia que a notícia poderia atrapalhar os outros integrantes da equipe. O fato de ter competido tanto no cavalo com alças e nas argolas foi necessário para que o time japonês conseguisse ser pentacampeão olímpico na prova. O título veio exatamente em cima da União Soviética pela margem mínima.[9]
- O italiano Klaus Dibiasi conseguiu o inédito tricampeonato olímpico nos saltos ornamentais, tornando-se o ídolo e modelo de toda uma geração de atletas, entre eles o jovem que o igualaria anos mais tarde, o norte-americano Greg Louganis.
- Os Jogos de Montreal assistiram ao primeiro atleta filho de campeão olímpico tornar-se também campeão olímpico.[5] Com um lenço encharcado de lágrimas de um choro convulsivo, um homem no meio da multidão na arquibancada do estádio olímpico, o húngaro Imre Németh, campeão olímpico de lançamento do martelo nos Jogos de Londres em 1948, acenava para o filho Miklos Németh que, ali na sua frente, no gramado do estádio, acabava de se sagrar campeão olímpico do lançamento do dardo, 28 anos depois.
- Clarence Hill, das Bermudas, conquistou a medalha de bronze na categoria super-pesados do boxe, dando a seu pequeno país a honra de se tornar a nação de menor população do mundo (53 500 habitantes na época) a ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos.[1]
- O Canadá é, até hoje, o único país-sede dos Jogos Olímpicos que não ganhou nenhuma medalha de ouro em seus próprios Jogos. Fato igual viera a se repetir nos Jogos Olímpicos de Verão da Juventude de 2010, já que o país anfitrião também terminou os jogos sem a conquista de uma única medalha de ouro.[10]
Modalidades disputadas
Quadro de medalhas
Ordem | País |
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Referências
- ↑ 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 «Montreal 1976». Terra. Consultado em 12 de agosto de 2012
- ↑ Britânicos sofrem escassez de ouros e pedem calma
- ↑ aldaver.com. «INTERNATIONAL OLYMPIC COMMITTEE VOTE HISTORY» (em inglês). Consultado em 5 de outubro de 2009
- ↑ «Guia interativo mostra a história das tochas olímpicas». BBC Brasil. Consultado em 12 de agosto de 2012
- ↑ 5,0 5,1 «MONTREAL 1976». olympic.org. Consultado em 12 de agosto de 2012
- ↑ "Shun Fujimoto - a pioneer in taking one for the team" Arquivado 2008-08-01 no Wayback Machine Website oficial dos Jogos Olímpicos de 2008
- ↑ "A bad break for a courageous athlete", CNN
- ↑ "If Perspiration Could Be Quantified", Time, 15 de agosto de 1988
- ↑ The Joy of Six: great Olympians The Guardian, 7 de agosto de 2008
- ↑ «Canada: Olympic Tradition». nbcolympics.com. Consultado em 12 de agosto de 2012
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