João Carlos de Oliveira | ||||||||||||||||||||||||||||
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JoaodoPulo.jpg João do Pulo quebrando o recorde mundial do salto triplo nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, em 1975. | ||||||||||||||||||||||||||||
Atletismo | ||||||||||||||||||||||||||||
Apelido | João do Pulo | |||||||||||||||||||||||||||
Modalidade | salto triplo e salto em distância | |||||||||||||||||||||||||||
Nascimento | 28 de maio de 1954[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Pindamonhangaba, Brasil | |||||||||||||||||||||||||||
Nacionalidade | brasileiro | |||||||||||||||||||||||||||
Morte | 29 de maio de 1999 (45 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] São Paulo, Brasil | |||||||||||||||||||||||||||
Compleição | Peso: 76 kg • Altura: 1,86 m | |||||||||||||||||||||||||||
Clube | EC Pinheiros | |||||||||||||||||||||||||||
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João Carlos de Oliveira, conhecido como João do Pulo (Pindamonhangaba, 28 de maio de 1954 — São Paulo, 29 de maio de 1999), foi um atleta, especializado em saltos, sendo ex-recordista mundial do salto triplo, medalhista olímpico e tetracampeão panamericano no triplo e no salto em distância, militar e político brasileiro.
Militar por formação profissional, após abandonar o atletismo em virtude de um desastre automobilístico em que perdeu uma perna, tornou-se político, sendo eleito para dois mandatos como deputado estadual em seu estado natal, São Paulo.[1][2][3]
Carreira de João do Pulo
Órfão de mãe, começou a trabalhar aos sete anos de idade, como lavador de carros. Em 1973, treinado pelo então professor da USP Pedro Henrique de Toledo, o Pedrão, quebrou o recorde mundial júnior de salto triplo no Campeonato Sul-Americano de Atletismo com a marca de 14,75 m. Em 1975, já como atleta adulto nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, o cabo do Exército Brasileiro conquistou a medalha de ouro no salto em distância com a marca de 8,19 m e, em 15 de outubro, também a medalha de ouro no salto triplo, com a incrível marca de 17,89 m, quebrando o recorde mundial desta modalidade em 45 cm, e que pertencia ao soviético Viktor Saneyev.
Era o favorito à medalha de ouro no salto triplo nos Olimpíada de Montreal mas, convalescendo de uma cirurgia na barriga, saltou apenas 16,90 m e foi superado por Saneyev (17,29 m) e pelo norte-americano James Butts (17,18 m), ficando com a medalha de bronze. Além disso, foi quarto colocado no salto em distância. Nos Jogos Pan-americanos de Porto Rico, tornou-se bicampeão tanto do salto triplo como do salto em distância, acumulando um tetracampeonato panamericano em duas provas. Neste último, derrotou ninguém menos que o futuro tetracampeão olímpico da prova, Carl Lewis.[4]
Controvérsia em Moscou
A disputa do salto triplo em Moscou 1980 foi coberta de controvérsias com relação ao favorecimento aos atletas da casa pelos juízes soviéticos. O tricampeão olímpico Viktor Saneyev e seu compatriota Jaak Uudmae eram os atletas do país na prova. João, recordista mundial com a marca até então inatingível de 17,89 m, conquistada em 1975 nos Jogos Panamericanos da Cidade do México era o maior adversário dos dois atletas da casa. João teve dois saltos anulados durante a disputa pelos fiscais soviéticos e um deles considerado por analistas internacionais como um novo recorde mundial, acima dos 18 metros; os mesmos observadores consideraram os dois saltos perfeitamente válidos. A intenção, segundo os críticos, era dar um quarto e inédito título olímpico a Saneyev, então tricampeão olímpico da modalidade. Mesmo assim, Saneyev ficou apenas com a prata – 17,24 m – sendo superado por Uudmae – 17,35 m – e João ficou com o bronze de um de seus saltos menores validados, 17,22 m.[2][3]
Na época, o técnico letão de Uudmae, Harry Seinberg, chegou a confessar, em conversas informais, que as marcas de João haviam sido alteradas para favorecer os atletas da casa, mas nunca confirmou sua afirmação à IAAF nem ao COI. Apenas em 2000, vinte anos após os Jogos de Moscou, o jornal australiano The Sydney Morning Herald, o maior da Austrália, fez uma grande reportagem demonstrando que os saltos anulados do brasileiro faziam parte de uma operação soviética para dar o tetracampeonato olímpico a Saneyev. O plano acabou não dando certo por causa do melhor salto de Uudmae mas mesmo assim a medalha de ouro ficou com a URSS.[2]
Títulos mundiais de João do Pulo
Em contraponto à falta de sorte em Olimpíadas, na era pré-Campeonato Mundial de Atletismo João do Pulo foi tricampeão mundial do salto triplo em 1977 (em Düsseldorf), 1979 (em Montreal) e 1981 (em Roma, com 17,37 m, vencendo Jack Uudmae, um ano depois dos Jogos Olímpicos, e o futuro recordista mundial Willie Banks, dos Estados Unidos).[5] Porta-bandeira do Brasil no desfile de abertura em Montreal 1976 e em Moscou 1980, João foi o principal ídolo do esporte dito amador brasileiro entre 1975 e 1981.[2]
Acidente e morte
João Carlos de Oliveira teve a carreira de atleta brutalmente interrompida em 22 de dezembro de 1981, quando sofreu um grave acidente automobilístico na Via Anhanguera, no sentido Campinas-São Paulo. Após quase um ano de internação na UTI, sua perna direita teve de ser amputada, no que significou o encerramento de sua carreira de atleta. Nos seguintes, estudou Educação Física e entrou na vida política, tendo sido eleito deputado estadual em São Paulo pelo Partido da Frente Liberal, em 1986, e reeleito em 1990. Não conseguiu se reeleger em 1994 e 1998.[2]
João do Pulo morreu em 1999 devido a cirrose hepática e infecção generalizada; passou os últimos anos de vida solitário, sofrendo de depressão, alcoolismo e com problemas financeiros — chegou a ser preso por não pagar pensão alimentícia a um de seus dois filhos. Sua única fonte de renda era o soldo de segundo tenente reformado do Exército.[2]
Seu recorde mundial somente foi batido quase dez anos depois, pelo norte-americano Willie Banks, com 17,90 m, em Indianápolis, em 16 de junho de 1985. Seu recorde brasileiro e sul-americano só foi batido mais de vinte e um anos depois, por Jadel Gregório, com 17,90 m, em Belém, em 20 de maio de 2007 (que coincidentemente também foi atleta do antigo técnico de João do Pulo, Pedrão).[2] Eleito pela Federação Mundial de Atletismo como o 4.º maior triplista da história, João também teve seu nome marcado na MPB: foi homenageado pelos compositores Aldir Blanc e João Bosco com a canção "João do Pulo".[6]
O atleta recebeu uma homenagem póstuma dos Correios em 15 de outubro de 2016, pelos 41 anos do recorde estabelecido no Pan de 1975, com um selo postal.[7]
Referências
- ↑ Predefinição:Citar sports-reference
- ↑ 2,0 2,1 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 «Há dez anos, o Brasil perdia João do Pulo». globoesporte.com. Consultado em 29 de novembro de 2014
- ↑ 3,0 3,1 «João Carlos de Oliveira». IAAF. Consultado em 29 de novembro de 2014
- ↑ «PAN AMERICAN GAMES - 1979 - Long jump». gbrathletics.com. Consultado em 29 de novembro de 2014
- ↑ «IAAF WORLD CUP IN ATHLETICS». gbrathletics.com. Consultado em 29 de novembro de 2014
- ↑ «João Do Pulo». UOL. Consultado em 29 de novembro de 2014
- ↑ GloboEsporte.com (13 de outubro de 2016). «João do Pulo vira tema de selo dos Correios por recorde no salto triplo». Globo.com. Consultado em 29 de maio de 2020