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Trindade e Martim Vaz

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Trindade e Martim VazPredefinição:LangIfPredefinição:LangIf
Predefinição:Info/AuxMapa
Coordenadas: 20° 31' 29" S 29° 19' 29" O
Location Trindade and Martim Vaz Archipelago.png
Geografia física
País  Brasil
Localização Oceano Atlântico
Arquipélago Trindade e Martim Vaz
Altitude média Predefinição:Formatnumif
Ponto culminante Pico do Desejado, 600 m
Área Predefinição:Formatnumif
Perímetro Predefinição:Formatnumif
Largura Predefinição:Formatnumif
Comprimento Predefinição:Formatnumif
Geografia humana
População Predefinição:Formatnumif
Simone Marinho - Trindade - 2010 05 08 edited.jpg
Vista parcial da ilha da Trindade

Trindade e Martim Vaz é um arquipélago brasileiro localizado no Oceano Atlântico, a cerca de 1 200 km a leste da sede do município de Vitória, do qual faz parte,[1] no estado do Espírito Santo. De todas as ilhas desse arquipélago, apenas Trindade é habitada e a única localidade existente na ilha é o Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT), uma guarnição militar mantida pela Marinha do Brasil.

O POIT é o local habitado mais remoto do Brasil, estando situado a 1025 km de distância da localidade mais próxima, que é a guarnição mantida pela Marinha na Ilha Santa Bárbara, no Arquipélago dos Abrolhos. Já as Ilhas Martim Vaz, são conhecidas por serem o ponto extremo leste de todo o território brasileiro, sendo juntamente com o Arquipélago de São Pedro e São Paulo, um dos dois primeiros locais onde acontecem o nascer e o pôr do sol no Brasil.

O arquipélago é constituído por duas ilhas principais (Trindade e Martim Vaz), separadas por 48 km, que somam uma área total de 10,4 km². As ilhas são consideradas, pelos navegadores, como um imenso paredão no meio do Atlântico.

Características

Ilhas de Martim Vaz

É um conjunto de ilhas formado pela ilha principal (Martim Vaz, com altitude máxima de 175 metros), duas ilhotas íngremes e inacessíveis (a Ilha do Norte, com altitude máxima 65 metros e a Ilha do Sul, com 122 metros de altitude máxima) e vários rochedos menores, como o Rochedo Agulha, espalhados a 48 km a leste de Trindade, perfazendo uma área total de 0,3 km² (30 hectares).

A vegetação é predominantemente rasteira, com a presença de raros arbustos no topo, que são impiedosamente açoitados pelo vento. A fauna é formada apenas por caranguejos, aranhas endêmicas e centenas de aves migratórias.

Como lajes e alto-fundos cercam as ilhas, mostrando um campo minado nem sempre emerso, desconhecido e pouco registrado nas cartas náuticas, a área apresenta altas probabilidades de naufrágio para embarcações desavisadas de qualquer porte. A única maneira segura de desembarque nas ilhas é através de helicóptero, pelo fato de as ilhas serem literalmente verticais mas planas na parte superior, como um chapadão.

Ilha da Trindade

Trindade é uma ilha vulcânica na costa do estado do Espírito Santo, Brasil, que, junto com Martim Vaz, forma um arquipélago. Com 9,2 km2 de área, encontra-se a 1167 km de distância do continente.

História

No reinado de D. Manuel I de Portugal, a ilha de Martim Vaz foi descoberta em 1501 pelo navegador galego João da Nova. No ano seguinte, o navegador português Estêvão da Gama visitou a ilha vizinha e chamou-a Ilha da Trindade.[2] As ilhas permaneceram na posse de Portugal até a independência do Brasil, altura em que passaram a ser brasileiras. Em 1890, o Reino Unido ocupou Trindade, mas os ingleses abandonaram as ilhas em 1896, depois de um acordo entre os dois países, que contou com mediação portuguesa.

Trindade

Mapa da Ilha da Trindade na obra The Cruise of the Alerte de E. F. Knight.
Batalha de Trindade, em setembro de 1914

A frota de Estêvão da Gama, a caminho da Índia, na latitude de 20º S, descobriu, a 18 de maio de 1502, uma ilha que denominou de Ilha da Trindade.[3]

Vários foram os visitantes ilustres que lá estiveram, sendo o mais conhecido o astrônomo inglês Edmund Halley, que chegou a tomar posse da ilha em nome da monarquia britânica (1700). Em 1895, mais uma vez, tentaram os ingleses obter a posse dessa estratégica posição no Atlântico Sul, porém os esforços diplomáticos brasileiros, aliados ao apoio da diplomacia portuguesa, reintegraram a posse da Ilha da Trindade ao Brasil. Para afirmar, de uma vez por todas, a soberania brasileira sobre a ilha, foi erigido um marco na data de 24 de janeiro de 1897.

Martim Vaz

Descoberta em 1512 por João da Nova, foram visitadas em 1514 por Juan de la Cosa, que denominou a ilha principal de Santa Maria Esmeralda. Em 1768, o francês La Pérouse tentou subir as rochas, mas dois de seus marinheiros acabaram morrendo na tentativa. Em homenagem aos mortos, denominou as ilhas do grupo como Martim Vaz. Em 1951, a Marinha do Brasil quis tomar formalmente posse das ilhas e uma guarnição militar tentou hastear a bandeira na ilha principal, contudo a embarcação naufragou ao bater de frente com um rochedo e doze marinheiros perderam suas vidas.

Em 1960, uma expedição científica inglesa com o navio HMS Owen achou uma enseada segura e conseguiu explorar a ilha maior. A primeira aterrissagem na Ilhota do Sul foi feita em 1962 por uma equipe militar a bordo de um helicóptero. Mais recentemente, em 2007, houve outros pousos por helicóptero da aviação naval para a substituição da bandeira nacional lá hasteada. O pesquisador Evaristo Scorza encontrou, nas ilhas, algumas provas de um mineral extremamente raro, a hauynita, apenas encontrado em tempos antigos na China e na Eslováquia.

Séculos XX e XXI

Embora não tenha população permanente, desde 1957 o arquipélago sedia o Posto Oceanográfico da Ilha da Trindade (POIT), guarnecido por 32 homens da Marinha do Brasil, metade dos quais revezados a cada bimestre. Além da guarda desse território insular brasileiro, esses homens executam a coleta de dados maregráficos e meteorológicos daquela região do Atlântico Sul.

Em 14 de setembro de 1914 aconteceu a Batalha de Trindade; uma ação entre navios durante a Primeira Guerra Mundial. A batalha ocorreu ao largo da costa do Brasil na ilha da Trindade entre a Kaiserliche Marine alemã e a Royal Navy britânica.

Geografia

Foto de satélite da NASA de Martim Vaz em falsa cor.
Vista parcial do arquipélago

A ilhas Trindade e Martim Vaz se localizam a 1 200 km da costa de Vitória, no centro do Atlântico Sul. O arquipélago é formado por duas ilhas principais (Trindade e Martim Vaz), duas ilhotas íngremes e inacessíveis (a Ilha do Norte e a Ilha do Sul) e vários rochedos menores (como o Rochedo Agulha) espalhados a 48 km a leste de Trindade, perfazendo uma área total de 10,4 km². As ilhas alcançam uma altitude máxima de seiscentos metros acima do nível do mar em Trindade.

As duas grandes ilhas principais compõem a maior parte da área terrestre: Ilha da Trindade (9,2 km²), ao sul e a Ilha Martim Vaz (0,3 km²) ao norte.

As outras ilhas são muito menores e de difícil acesso. Trata-se das ilhotas de Martim Vaz, que são a Ilha do Norte e a Ilha do Sul e rochedos localizados a 48 km a leste da Ilha da Trindade.

Geologia

A ilha da Trindade tem numerosos centros vulcânicos. A atividade vulcânica mais recente aconteceu há aproximadamente 50 000 anos no Vulcão Paredão no ponto mais ao sudeste da ilha. Essa atividade consistiu em fluxo piroclástico que acumulou um cone de cinzas.

Em Trindade ocorreram cinco vulcões acima do nível do mar. O vulcão denominado Complexo de Trindade é o mais antigo dos cinco e caracteriza-se por possuir rochas intrusivas e piroclásticas. Na Enseada da Cachoeira, podem-se reconhecer as rochas mais antigas da ilha. Há, também, a formação Morro Vermelho, resultada de uma erupção explosiva com derrames de lava denominada ankaratrica.[4]

Outras formações que se destacam são a Formação Valado, onde ocorre rochas piroclásticas; o Morro do Paredão, que representa as ruínas de um vulcão. O Morro do Paredão corre o risco de desaparecer devido à ação erosiva das águas oceânicas. É o único resto reconhecível de um vulcão no Brasil.[4]

Trindade possui uma série vulcânica que se caracteriza por ser altamente subsaturada em sílica. Juntamente com a série vulcânica de Fernando de Noronha, é a série vulcânica oceânica mais subsaturadas em sílica do Atlântico.[4]

Clima

A ilha da Trindade possui um clima que varia entre o tropical semiúmido e o semiárido. Apresenta baixa pluviosidade média anual e duas estações bem definidas, sendo a seca entre janeiro e março. O mês mais quente é março e julho é o mais frio.[5]

Flora e fauna

A pesquisa ambiental acerca do ecossistema da ilha encontra-se a cargo da equipe de pesquisas do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro desde 1916. De acordo com estudos da instituição, existem 124 espécies botânicas vasculares na ilha, catorze das quais endêmicas. A principal espécie vegetal é a samambaia gigante.[6] A principal espécie animal terrestre na ilha é o caranguejo-amarelo (Gecarcinus lagostoma),[7] que ocorre até mesmo nos picos mais altos. No passado, foram deixados para trás cabras, porcos e outros animais domesticados. Como eles perturbavam o ambiente natural, a Marinha, com base em relatórios do Museu Nacional, erradicou as espécies exóticas.[8] Existem também aves marinhas, sendo predominante a presença de fragatas e uma variação de petréis.

No mar, é grande a variedade de espécies, mas a mais famosa é o cangulo preto, conhecido entre a guarnição da Marinha do Brasil como "pufa", que ataca em cardume ao menor sinal de sangue, com comportamento e agressividade similar às piranhas. A ilha é local de desova de grande contingente da tartaruga-verde (Chelonia mydas) e área de alimentação da tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata). Dentre os Chondrichthyes, é comum a presença do Cação-Lixa, Tubarão Galha-Preta, Tubarão Galha-Branca e Tubarão-Limão (Negaprion brevirostris).

Ver também

Referências

  1. «Vitória em Dados - Dados Geográficos». legado.vitoria.es.gov.br. Consultado em 19 de outubro de 2016 
  2. Lucas Cembranelli. «Ilha da Trindade - História». Folha Online. Folha de S.Paulo 
  3. Barão do Rio Branco. Efemérides Brasileiras. Ver também LEITE, Duarte. A exploração do litoral do Brasil na cartografia da primeira década do século XVI. In: DIAS, Carlos Malheiros (coord.). História da Colonização Portuguesa do Brasil (v. 2). Porto (Portugal): Litografia Nacional, 1923. p. 425. A frota de João da Nova, a caminho da Índia, havia descoberto a 13 de Maio de 1501, mas na latitude de 8º S, uma ilha que denominou como Ilha da Conceição, a atual Ilha de Ascensão (LEITE, Duarte. O mais antigo mapa do Brasil. In: DIAS, Carlos Malheiros (coord.). História da Colonização Portuguesa do Brasil (v. 2). p. 252-253 e il. à p. 249.)
  4. 4,0 4,1 4,2 Almeida, Fernando F. M. de; C. Schobbenhaus (23 de janeiro de 2000). «A Ilha de Trindade». Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil - 092. Universidade Nacional de Brasília. Consultado em 30 de outubro de 2009. Arquivado do original (htm) em 25 de março de 2009 
  5. ALMEIDA, Fernando. A Ilha de Trindade. In: Schobbenhaus,C.; Campos,D.A.; Queiroz,E.T.; Winge,M.; Berbert-Born,M. (Edit.) Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil. Publicado na Internet em 23/01/2000. Disponível em [1]. Acesso em Maio de 2014
  6. Alves, Ruy José Válka (1998). Ilha da Trindade & Arquipélago Martin Vaz: Um Ensaio Geobotânico (PDF). [S.l.]: Marinha do Brasil. 144 páginas. ISBN 8570470549 Verifique |isbn= (ajuda). Consultado em 6 de junho de 2016 
  7. http://www.flickr.com/photos/ilhadatrindade/4409921566/in/photostream
  8. Silva, N.G. & Alves, R.J.V. 2011. The eradication of feral goats and its impact on plant biodiversity - a milestone on the history of Trindade Island. Rodriguesia 62(3):717-719.

Bibliografia

  • ALVES, R. J. V. 1998. Ilha da Trindade e Arquipélago Martin Vaz - Um Ensaio Geobotânico. Niterói: Serviço de Documentação, Marinha do Brasil, DHN. 144 pp.
  • MARINHO, Antônio; JANSEN, Roberta. Ilhas do Brasil: O Brasil além das 200 milhas. O Globo, 12 de Outubro de 2008. p. 59-60.
  • JANSEN, Roberta. Ilhas do Brasil: Desafio para os navegantes. O Globo, 13 de Outubro de 2008. p. 23-24.
  • MARINHO, Antônio; JANSEN, Roberta. Ilhas do Brasil: Os donos das ilhas. O Globo, 14 de Outubro de 2008. p. 35-36.
  • MARINHO, António; JANSEN, Roberta. Ilhas do Brasil: Onde o Brasil é mais jovem. O Globo, 15 de Outubro de 2008. p. 33.
  • SILVA, N.G. & ALVES, R.J.V. 2011. The eradication of feral goats and its impact on plant biodiversity - a milestone on the history of Trindade Island. Rodriguesia 62(3):717-719.
  • SOUSA, Manuel de Faria e Ásia Portuguesa. 1675

Ligações externas

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