𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Grande Prêmio da África do Sul de 1982

Predefinição:Info/Corrida automobilística

Resultados do Grande Prêmio da África do Sul de Fórmula 1 realizado em Kyalami em 23 de janeiro de 1982. Foi a primeira etapa da temporada e também a última vez que uma prova da categoria aconteceu em janeiro.[1] A vitória coube ao francês Alain Prost, da Renault.[2] Em segundo lugar chegou Carlos Reutemann, da Williams-Ford, (no último pódio argentino até os dias atuais, marca ainda vigente em 2021) enquanto René Arnoux, também da Renault, chegou em terceiro.[3][nota 1]

Resumo

O retorno de Niki Lauda

Esta prova marcou o retorno da categoria ao continente africano após a exclusão da edição anterior do campeonato de 1981 por conta da guerra entre a Federação Internacional de Automobilismo Esportivo (FISA) e a Associação dos Construtores da Fórmula 1 (FOCA) pelo controle da categoria.[4] Não obstante o passado rumoroso, a abertura da temporada de 1982 esteve sob ameaça quando Jean-Marie Balestre coagiu os pilotos a assinarem um novo e desvantajoso contrato relativo à outorga da superlicença, manobra que tensionou o ambiente e fomentou uma greve sob a liderança de Didier Pironi, presidente da Grand Prix Drivers' Association, e de Niki Lauda, bicampeão mundial que retomou sua carreira após abandonar as pistas nos treinos oficiais para o Grande Prêmio do Canadá de 1979.[5][6][7]

Balestre e os grevistas

Na quarta-feira anterior à corrida sul-africana os pilotos de Fórmula 1 foram instados a assinar um novo contrato acerca da superlicença, documento que os habilita a participar do campeonato,[8] porém o que seria apenas uma formalidade ganhou contornos abusivos quando os signatários perceberam o conteúdo leonino de algumas cláusulas, a saber: organizadores, equipes e autoridades ligadas ao automobilismo estariam livres de quaisquer responsabilidade em caso de acidentes, proibição da rescisão contratual e cassação da superlicença mediante críticas às todo-poderosas FISA e FOCA.[5] Aturdidos, os pilotos ouviram de Jean-Marie Balestre que os termos não mudariam. Criado o impasse, restou-lhes embarcar num ônibus rumo ao Sunnyside Hotel, a 30Km de Kyalami, e lá foram entretidos por brincadeiras de Gilles Villeneuve e apresentações de Elio de Angelis ao piano.[9][10] Em determinado momento cogitou-se substituir os corredores rebeldes por outros favoráveis aos termos de Balestre e mesmo adiar o evento para 30 de janeiro, mas a enrascada cessou apenas quando a FISA garantiu que os amotinados não seriam punidos e adiou a discussão sobre as cláusulas da cizânia, aliás redigidas por Max Mosley, assistente de Bernie Ecclestone.[11]

De volta à pista, os carros turbocomprimidos conquistaram a seis melhores posições no grid com René Arnoux à frente de Nelson Piquet.[12] No dia seguinte, Arnoux ponteou por treze voltas até que Alain Prost, seu companheiro na Renault, tomou-lhe o primeiro lugar. A essa altura o brasileiro Nelson Piquet, décimo colocado após uma largada ruim, já abandonara a prova ao bater sua Brabham num guard rail na terceira volta e para facilitar ainda mais a vida dos franceses, a Ferrari viu estourar o motor de Gilles Villeneuve e Didier Pironi foi obrigado a trocar pneus caindo do terceiro para o décimo primeiro lugar, embora tenha ascendido ao segundo posto antes de abandonar a seis voltas do fim. Na volta 41 Arnoux voltou a liderar quando Prost teve um pneu furado, mas após uma recuperação meritória derrotou seu colega de equipe no sexagésimo quarto giro quando reassumiu a dianteira para não mais perdê-la. Vencedor da etapa inaugural, Alain Prost assumiu pela primeira vez a liderança do mundial de Fórmula 1 tendo ao seu lado Carlos Reutemann, da Williams, naquele que seria o último pódio argentino na história com René Arnoux em terceiro vindo a seguir o quarto lugar de Niki Lauda, o quinto de Keke Rosberg e o sexto de John Watson.[13][nota 2]

Enquanto os pilotos celebravam seus resultados uma atitude traiçoeira de Jean-Marie Balestre cassou a licença dos pilotos grevistas por conta da insurreição de quinta-feira por conta dos prejuízos causados à imagem da Fórmula 1 e aos organizadores da prova, além de estipular uma multa entre cinco e dez mil dólares aos vinte e nove grevistas e a possibilidade de suspendê-los de duas a cinco corridas nos próximos dois anos caso voltem a apoiar um novo boicote.[14][nota 3] O ambiente conflituoso e a inexistência de garantias financeiras levou ao cancelamento do Grande Prêmio da Argentina marcado para 7 de março.[15]

Transmissão para o Brasil

Esta edição do Grande Prêmio da África do Sul marcou a estreia de Galvão Bueno como narrador da Fórmula 1 pela Rede Globo, função que desempenhou até o Grande Prêmio de Abu Dhabi de 2019, pois no ano seguinte o mesmo foi afastado das transmissões por integrar o grupo de risco da Pandemia de COVID-19.[16][nota 4] Também foi na corrida sul-africana que ele iniciou a parceria com o comentarista Reginaldo Leme, algo que durou, salvo interrupções, até o Grande Prêmio do Brasil de 2019.[17]Predefinição:Nota de rodapé

Classificação da prova

Pos. Piloto Construtor Voltas Tempo/Diferença Grid Pontos
1 15 Predefinição:Country data France Alain Prost Renault 77 1:32'08"401 5 9
2 5 Argentina Carlos Reutemann Williams-Ford 77 + 14"946 8 6
3 16 Predefinição:Country data France René Arnoux Renault 77 + 27"900 1 4
4 8 Predefinição:Country data Austria Niki Lauda McLaren-Ford 77 + 32"113 13 3
5 6 Predefinição:Country data Finland Keke Rosberg Williams-Ford 77 + 43"139 7 2
6 7 Predefinição:Country data UK John Watson McLaren-Ford 77 + 50"993 9 1
7 3 Predefinição:Country data Italy Michele Alboreto Tyrrell-Ford 76 + 1 volta 10
8 11 Predefinição:Country data Italy Elio de Angelis Lotus-Ford 76 + 1 volta 15
9 10 Chile Eliseo Salazar ATS-Ford 75 + 2 voltas 12
10 9 Predefinição:Country data West Germany Manfred Winkelhock ATS-Ford 75 + 2 voltas 20
11 23 Predefinição:Country data Italy Bruno Giacomelli Alfa Romeo 74 + 3 voltas 19
12 17 Predefinição:Country data West Germany Jochen Mass March-Ford 74 + 3 voltas 22
13 22 Predefinição:Country data Italy Andrea de Cesaris Alfa Romeo 73 + 4 voltas 16
14 33 Predefinição:Country data Ireland Derek Daly Theodore-Ford 73 + 4 voltas 24
15 18 Brasil Raul Boesel March-Ford 72 + 5 voltas 21
16 4 Predefinição:Country data Sweden Slim Borgudd Tyrrell-Ford 72 + 5 voltas 23
17 20 Brasil Chico Serra Fittipaldi-Ford 72 + 5 voltas 25
18 28 Predefinição:Country data France Didier Pironi Ferrari 71 + 6 voltas 6
Ret 26 Predefinição:Country data France Jacques Laffite Ligier-Matra 54 Sistema de combustível 11
Ret 35 Predefinição:Country data UK Derek Warwick Toleman-Hart 43 Acidente 14
Ret 2 Predefinição:Country data Italy Riccardo Patrese Brabham-BMW 18 Turbo 4
Ret 25 Estados Unidos Eddie Cheever Ligier-Matra 11 Sistema de combustível 17
Ret 27 Canadá Gilles Villeneuve Ferrari 6 Turbo 3
Ret 1 Brasil Nelson Piquet Brabham-BMW 3 Acidente 2
Ret 12 Predefinição:Country data UK Nigel Mansell Lotus-Ford 0 Pane elétrica 18
Ret 31 Predefinição:Country data France Jean-Pierre Jarier Osella-Ford 0 Colisão 26
DNQ 30 Predefinição:Country data Italy Mauro Baldi Arrows-Ford
DNQ 32 Predefinição:Country data Italy Riccardo Paletti Osella-Ford
DNQ 29 Predefinição:Country data UK Brian Henton Arrows-Ford
DNQ 36 Predefinição:Country data Italy Teo Fabi Toleman-Hart
DNQ 14 Colômbia Roberto Guerrero Ensign-Ford
Fonte:[1]

Tabela do campeonato após a corrida


Erro de citação: Existem marcas <ref> para um grupo chamado "nota", mas nenhuma marca <references group="nota"/> correspondente foi encontrada

talvez você goste