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Luxemburgo

Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Luxemburgo (desambiguação).

Grão-Ducado do Luxemburgo
Groussherzogtum Lëtzebuerg
(luxemburguês)
Grand-Duché de Luxembourg
(francês)
Großherzogtum Luxemburg
(alemão)
stylePredefinição:="width:50%; text-align:center; vertical-align:middle" | Bandeira do Luxemburgo stylePredefinição:="width:50%; text-align:center; text-align:center; vertical-align:middle;text-align:center;" |
Brasão de armas do Luxemburgo
stylePredefinição:="border:0; text-align:center"| Bandeira stylePredefinição:="border:0; text-align:center"| Brasão de armas
Lema: Mir wëlle bleiwe wat mir sin (do luxemburguês: Queremos permanecer o que somos)
Hino nacional: Ons Hémécht Arquivo:Luxembourg National Anthem.ogg
Gentílico: luxemburguês

Localização de Luxemburgo

Localização de Luxemburgo (em vermelho)
Localização na União Europeia (em branco)
Localização na Europa (em cinza)
Capital Luxemburgo
49°36 N 6°8 E
Cidade mais populosa Luxemburgo
Língua oficial Língua nacional: Luxemburguês
Línguas administrativas: Luxemburguês, francês, alemão
Governo Monarquia constitucional unitária parlamentarista
• Grão-duque Henrique
• Primeiro-ministro Xavier Bettel
• Vice primeiro-ministro Etienne Schneider
Independência História 
• do Império Francês (Tratado de Paris) 9 de junho de 1815 
• 1.º tratado de Londres 19 de abril de 1839 
• 2.º tratado de Londres 11 de maio de 1867 
• União pessoal 23 de novembro de 1890 
Entrada na UE 25 de março de 1957 (membro co-fundador)
Área  
 • Total 2 586 km² (166.º)
• Água (%) desprezível
População  
 • Estimativa para 2018 602 005[1] hab. (164.º)
• Densidade 186 hab./km² (45.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2018
• Total US$ 67 bilhões (94.º)
• Per capita US$ 110,870 (1.º)
IDH (2019) 0,916 (23.º) – Predefinição:Muito elevado[2]
Moeda Euro¹ (EUR)
Fuso horário (UTC+1)
• Verão (DST) (UTC+2)
Cód. ISO LUX
Cód. Internet .lu
Cód. telef. +352
Website governamental gouvernement.lu
¹ antes de 1999: franco luxemburguês

Luxemburgo, oficialmente Grão-Ducado do Luxemburgo[3][4] ou de Luxemburgo[Nota 1][5][6][7] (em luxemburguês: Groussherzogtum Lëtzebuerg, em francês: Grand-Duché de Luxembourg, em alemão: Großherzogtum Luxemburg), é um pequeno Estado soberano situado na Europa Ocidental, limitado pela Bélgica, França e Alemanha. Luxemburgo tem uma população de pouco mais de meio milhão de pessoas[8] e uma área de aproximadamente 2 586 km².[9]

A Monarquia Luxemburguesa é considerada um dos melhores países do mundo para viver. Sendo uma democracia representativa parlamentar com um grão-duque como monarca constitucional, Luxemburgo é o único grão-ducado ainda existente. O país tem uma economia altamente desenvolvida, com um dos maiores PIB per capita do mundo.[9] A sua importância histórica e estratégica remonta aos tempos da sua fundação, como uma fortaleza romana, no início da Idade Média. No final da Idade Média, quatro nobres da Casa de Luxemburgo governaram o Sacro Império Romano-Germanico como imperadores alemães e foram considerados uma das dinastias mais influentes da Europa.[10] Foi tambem um importante bastião espanhol enquanto a Espanha foi a principal potência europeia, influenciando todo o hemisfério ocidental e para além dos séculos XVI e XVII.

Luxemburgo é um membro fundador da União Europeia, NATO, OCDE, ONU, Benelux e da União da Europa Ocidental, o que reflete o consenso político em favor da coesão econômica, política e integração militar. A Cidade de Luxemburgo, a capital e maior cidade, é sede de várias instituições e da União Europeia.

Luxemburgo está no ponto de encontro entre a Europa Românica e a Europa Germânica, empregando costumes de cada uma das diferentes tradições. O luxemburguês é a única língua nacional do país e também a língua do povo luxemburguês.[11] No entanto, além do luxemburguês, o francês e o alemão são tambem usados ​​em questões administrativas e judiciais, tornando os três idiomas administrativos do Luxemburgo.[11] Embora seja um Estado laico, a religião predominante no país é o catolicismo.

História

Ver artigo principal: História de Luxemburgo

A história de Luxemburgo começa com a aquisição de Lucilinburhuc[12] (hoje Castelo de Luxemburgo) por Siegfried, conde de Ardenas, em 963. Em torno desta fortaleza, localizada num promontório, uma cidade foi desenvolvida gradualmente, que se tornou o centro de um pequeno estado de grande valor estratégico. Nos séculos XIV e XV os três primeiros membros da Casa de Luxemburgo reinaram sucessivamente como Imperador Romano-Germânico. Em 1437, a Casa de Luxemburgo sofreu uma crise sucessória, precipitada pela falta de um herdeiro masculino para assumir o trono, que levou a venda do território para Predefinição:Lknb.[13] Nos séculos seguintes, a fortaleza de Luxemburgo foi continuamente ampliada e reforçada pelos seus sucessivos ocupantes, das casas dos Bourbons, Habsburgo, Hohenzollern e da França, entre outros. Após a derrota de Napoleão em 1815, Luxemburgo foi disputada entre o Reino da Prússia e os Países Baixos. O Congresso de Viena formou o Grão-Ducado de Luxemburgo, em sua união com a Holanda. Luxemburgo também se tornou um membro da Confederação Germânica, como uma fortaleza confederada ocupada por tropas prussianas.[14]

A Revolução Belga de 1830-1839 reduziu o território de Luxemburgo por mais da metade, enquanto os predominantemente francófonos da parte ocidental do país foram transferidos para a Bélgica. A independência de Luxemburgo foi reafirmada em 1839 pelo Primeiro Tratado de Londres. No mesmo ano, Luxemburgo juntou-se a Zollverein.[15] A independência e neutralidade de Luxemburgo foram novamente afirmadas pelo Segundo Tratado de Londres em 1867, após a Crise de Luxemburgo, que quase levou à guerra entre a Prússia e a França.[16] Depois do último conflito, a fortaleza da confederação foi desmantelada.[17] O Rei dos Países Baixos se manteve Chefe de Estado, bem como Grão-Duque do Luxemburgo, mantendo sua união entre os dois países até 1890. Com a morte de Guilherme III, o trono holandês passou para a sua filha Guilhermina, enquanto em Luxemburgo (tempo em que o trono era restrito aos herdeiros do sexo masculino pelo Pacto da Família Nassau) passou a Adolfo de Nassau-Weilburg.[18]

Luxemburgo foi invadido e ocupado pela Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial, mas foi autorizado a manter a sua independência e mecanismos políticos. Foi novamente invadido e sujeito à ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial em 1940, e foi formalmente anexado ao Terceiro Reich, em 1942.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Luxemburgo abandonou sua política de neutralidade, quando se juntou aos Aliados na luta contra a Alemanha. Seu governo, exilado em Londres, criou um pequeno grupo de voluntários que participaram na invasão da Normandia. Tornou-se um membro fundador da Organização das Nações Unidas em 1946 e da NATO em 1949. Em 1957, Luxemburgo tornou-se um dos seis países fundadores da Comunidade Econômica Europeia (mais tarde União Europeia), e em 1999, aderiu ao euro. Em 2005, um referendo sobre o tratado da UE, que estabelece uma constituição para a Europa, teve lugar em Luxemburgo.[19]

Geografia

Clima

Noite de inverno em Luxemburgo

Luxemburgo tem um clima moderadamente continental, com invernos frios e verões moderados.[20][21] A influência do Oceano Atlântico é evidente, mas devido a altitude do país, que varia entre 250 e 500 metros de altitude, não é tão óbvia quanto nas planícies. Precipitação é frequente e relativamente abundante, chegando a 700 mm anualmente no sudeste, 900 mm no sudoeste e 1 000 mm no norte.[22] A classificação climática de acordo com Köppen-Geiger é de clima oceânico temperado.[23]

O inverno é frio, com a média de temperatura em janeiro e fevereiro sendo aproximadamente 0°C.[20] Quando as correntes atlânticas prevalecem, podem haver dias mais temperados, embora nublados e ventosos, e quando as correntes do leste europeu prevalecem podem haver dias mais frios.[20] Na capital, a temperatura mínima recorde é de -20,2 °C, registrada em fevereiro de 1956, enquanto que de 2001 a 2020 a temperatura mínima recorde foi de -15 °C, registrada em fevereiro de 2012.[20]

O verão é moderadamente quente, com noites frias e manhãs temperadas.[20] Às vezes podem haver períodos curtos de calor intenso, que estão a ficar mais comuns devido ao aquecimento global.[20] A temperatura máxima recorde foi registrada em julho de 2019, sendo de 39 °C, com o mês de agosto de 2003 tendo uma temperatura máxima de 38 °C.[20] A estação está repleta de dias chuvosos, quando as correntes do Atlântico prevalecem, dias esses que alternam-se com dias ensolarados e mais quentes.[20]

Mapa topográfico de Luxemburgo

Topografia

O país é dividido em duas áreas geográficas distintas: Oesling e Gutland. Oesling, no norte, é a área de maior altitude e cobertura florestal do país.[24] É um platô de arenito, com uma altitude média de 450 metros de altidude, cortado por vales e rios que estão organizados em volta do rio Sûre, que corre pelo centro-norte de Luxemburgo antes de fluir ao rio Mosel.[24] As colinas florestadas e vales da região têm numerosos castelos, que atraem turistas.[24] O solo infértil da região foi melhorado imensamente depois de 1890, devido a um fertilizador obtido como um subproduto da indústria do aço.[24] O ponto mais alto do país localiza-se nessa região, o Kneiff, a 560 metros de altitude.[25]

O centro-sul do país, conhecido como Gutland em alemão e Bon Pays em francês (que significa "Boa terra" em ambas as línguas), é caracterizado por planícies e terras férteis, com uma altidude média mais baixa de que na Oesling, a 245 metros.[24][26] A região é muito mais densamente povoada que o norte, tendo a capital, Luxemburgo, e outras pequenas cidades industriais como Esch-sur-Alzette.[24] Uma região mineradora de ferro encontra-se no sudoeste, próximo a fronteira francesa, e no centro-leste há uma floresta de fais conhecida como Müllerthal.[26]

Demografia

Predefinição:Nacionalidades em Luxemburgo Em janeiro de 2020, a população de Luxemburgo era de 626 108 habitantes, em comparação com 314 900 em 1961 e estimados 127 000 em 1800.[27][28] Enquanto em 1961 a porcentagem de estrangeiros em relação a população era de 13,2%, em 2020 era de 47,4%, com portugueses consistindo o maior grupo de não-luxemburgueses vivendo em Luxemburgo.[28] Três línguas principais são faladas em Luxemburgo: luxemburguês, francês e alemão, com o inglês também sendo uma língua popular e o português, devido à imigração portuguesa.[29][30] A maioria da população luxemburguesa identifica-se com a Igreja Católica Romana, com outras religiões populares incluindo protestantismo, judaísmo e islamismo e liberdade religiosa assegurada na Constituição Luxemburguesa.[31]

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Estudos Econômicos (STATEC), a população de Luxemburgo em 1° de janeiro de 2020 era de 626 108 habitantes.[32] A população vem aumentando nos últimos trinta anos, tendo uma população de 372 mil habitantes em 1988. Esse aumentando dá-se principalmente devido a imigração, com 47,35% da população formada por estrangeiros, a maioria destes vindos de outros países europeus (88,08%), dos quais 94,93% vinham de países da União Europeia. Portugueses somavam 15,6% da população, franceses 7,6%, italianos 3,7%, belgas 3,3% e alemães 2,1%.[30] A densidade demográfica de Luxemburgo em 2020 era de 242,1 habitantes por quilômetro quadrado, sendo mais alta nos cantões de Luxemburgo e Esch, e as cidades mais densas sendo as capitais dos respectivos cantões (Luxemburgo e Esch-sur-Alzette). Pessoas entre 0 e 14 anos são 15,98% da população, de 15 a 64 formam 69,52% e mais de 65 anos somam 14,50%. O número de pessoas idosas vem subindo nos últimos anos, contudo a uma velocidade moderada, devido a imigração de grupos mais jovens ao país.[32] Predefinição:Línguas de Luxemburgo A língua nacional é o luxemburguês, uma língua moselle-franconiana. Em 2017 o governo definiu uma estratégia para promoção do luxemburguês, com a língua tornando-se mais popular devido ao conhecimento da mesma ser um requisito para obter a nacionalidade luxemburguesa. A língua legislativa é o francês, e as línguas oficiais administrativas e judiciais são as línguas supracitadas, além do alemão. Alemão e francês também são usados em jornais impressos e para comunicação oficial. Além das três línguas oficiais, as faladas pelos imigrantes também são populares, principalmente o inglês, português e italiano. O sistema educacional é multilíngue, utilizando o luxemburguês como língua primária e adicionando francês, alemão e inglês no currículo, progressivamente.[32]

Luxemburgo é um Estado secular, com a constituição definindo liberdade de prática religiosa e de expressão de crenças religiosas. O Estado contribui financeiramente às maiores religiões estabelecidas no país, incluindo cristianismo, judaísmo e islamismo.[32] A vasta maioria da população (90%) identifica-se com a Igreja Católica, outras religiões populares incluem protestantismo, judaísmo e islamismo.[31] Valores étnicos são transmitidos na educação por meio de um curso chamado vie et société (vida e sociedade). Esse curso aborda a diversidade cultural, filosófica e religiosa.[32]

Política

O Luxemburgo é uma democracia parlamentar, liderada por um monarca constitucional. Nos termos da constituição de 1868, o poder executivo é exercido pelo grão-duque e pelo gabinete, que é composto de vários outros ministros. O governador tem o poder de dissolver o legislativo e restabelecer um novo, enquanto o grão-duque tem aprovação judicial. No entanto, desde 1919, a soberania tem residido na corte suprema.[33]

O poder legislativo é investido na Câmara dos Deputados, uma legislatura unicameral de sessenta membros, que são eleitos diretamente para cinco anos a partir de quatro círculos eleitorais. Um segundo corpo, o Conselho de Estado (Conseil d'Etat), composto por vinte e um cidadãos nomeados pelo grão-duque, assessora a Câmara dos Deputados na elaboração da legislação.[34]

O grão-ducado tem três tribunais inferiores (juízes de paz, em Esch-sur-Alzette, a cidade do Luxemburgo e Diekirch), dois tribunais distritais (Luxemburgo e Diekirch) e um tribunal superior de justiça (Luxemburgo), que inclui corte de justiça e a corte de cassação. Há também um tribunal administrativo e uma corte administrativa, bem como um tribunal constitucional, todos os quais estão localizados na capital. O atual chefe do Estado é o grão-duque Henrique de Luxemburgo.

Política externa

Luxemburgo sedia o Tribunal de Justiça da União Europeia, o Tribunal de Contas Europeu, o Serviço de Estatística das Comunidades Europeias (Eurostat) e outros órgãos fundamentais da União Europeia. O Secretariado do Parlamento Europeu está localizado no Luxemburgo, mas o Parlamento reúne-se normalmente em Bruxelas e, por vezes, em Estrasburgo.[35]

Subdivisões

Distritos do Luxemburgo

O Luxemburgo é dividido em três distritos que, por sua vez, estão subdivididos em 12 cantões, cada um com 116 comunas.

Os distritos são:

  1. Diekirch
  2. Grevenmacher
  3. Luxemburgo

Economia

Campo em Alscheid
Principais produtos de exportação de Luxemburgo em 2019 (em inglês).

Luxemburgo caracteriza-se por uma economia de boa renda e crescimento contínuo; tem o maior Produto Nacional Bruto per capita do mundo com 61 220 dólares, além de baixos índices de inflação e desemprego. Em 2011, de acordo com o FMI, o Luxemburgo foi o segundo país mais rico do mundo, com um PIB per capita numa base de paridade de poder de compra (PPC) de 80 119 dólares.[36] Luxemburgo é o 13º no Índice de Liberdade Econômica da The Heritage Foundation,[37] 26º no Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, e 4º no índice de qualidade de vida da Economist Intelligence Unit.[38]

O setor industrial era dominado inicialmente pelo aço, mas tornou-se diversificado ao incluir os ramos químico e de borracha. O crescimento no setor financeiro corresponde a aproximadamente 22% do PIB e compensou o declínio do aço. A maioria de bancos tem amplas transações estrangeiras.

A agricultura é baseada em pequenas fazendas de familiares. Boa parte da economia de Luxemburgo depende dos trabalhadores estrangeiros. Embora Luxemburgo, como todos os membros da União Europeia, tenha sofrido influência das dificuldades da economia mundial, o país manteve uma taxa de crescimento razoavelmente forte e usufrui de um alto padrão de vida.[39]

No segmento do comercio exterior, seus maiores parceiros são os países vizinhos, Bélgica e Holanda que juntos fazem parte do Benelux, uma organização econômica que estabelece uma área de livre comercio e circulação de pessoas entre esses três países.

O mercado de trabalho luxemburguês representa 445 000 empregos ocupados por 120 000 luxemburgueses, 120 000 residentes estrangeiros e 205 000 trabalhadores fronteiriços (na sua maioria franceses). Estes últimos pagam os seus impostos no Luxemburgo, mas a sua formação e direitos sociais são pagos pelo seu país de residência. O mesmo se aplica aos pensionistas. O governo luxemburguês sempre se recusou a partilhar parte das suas receitas fiscais com as colectividades territoriais fronteiriças francesas. Este sistema é visto como uma das chaves para o crescimento económico do Luxemburgo, mas em detrimento dos países fronteiriços.[40]

Infraestrutura

Transporte

Estação de Luxemburgo

Luxemburgo possui sistemas eficientes de transporte rodoviário, ferroviário e aéreo, além de facilidades de transportes públicos e serviços. A rede rodoviária tem passado por uma significativa modernização nos últimos anos, com 147 km de estradas ligando a capital aos países limítrofes. O advento da ligação de alta velocidade TGV até Paris levou à renovação da estação ferroviária da cidade, e um novo terminal de passageiros do Aeroporto de Luxemburgo foi recentemente inaugurado. Há ainda planos para introduzir bondes na capital e linhas de trens leves nas zonas adjacentes, nos próximos anos.

Educação

O sistema educativo do Luxemburgo é trilingue: os primeiros anos da escola primária são ministrados em luxemburguês, antes de passarem para o alemão; enquanto na escola secundária, a língua de instrução muda para o francês.[41] A proficiência nas três línguas é exigida para a conclusão do ensino secundário, mas metade dos alunos abandona a escola sem uma qualificação certificada, sendo os filhos de imigrantes particularmente desfavorecidos.[42] Além das três línguas nacionais, o inglês é ensinado na escolaridade obrigatória e grande parte da população do Luxemburgo fala inglês. As últimas duas décadas destacaram a crescente importância do inglês em diversos setores, em particular no setor financeiro. O português, a língua da maior comunidade imigrante, também é falado por grandes segmentos da população.[43]

A Universidade de Luxemburgo é a única universidade sediada no Luxemburgo. Em 2014, a Escola de Negócios de Luxemburgo, uma instituição voltada para negócios de pós-graduação, foi criada pela iniciativa privada e recebeu o credenciamento do Ministério do Ensino Superior e Pesquisa de Luxemburgo em 2017.[44][45] Duas universidades americanas mantêm campi satélites em do país, sendo estas a Universidade de Miami e a Sacred Heart University.[46]

Cultura

Edward Steichen, fotógrafo e pintor luxemburguês

A produção cultural de Luxemburgo foi ensombrada pela de seus vizinhos, mas continua viva e vibrante, sobretudo por ter sido durante a maior parte de sua história um país profundamente rural e, portanto, capaz de manter uma série de tradições populares que deram lastro à produção atual. Existem vários museus notáveis, localizados principalmente na capital, entre eles o Museu Nacional de História e Arte (MNHA), o Museu Histórico da Cidade de Luxemburgo e o novo Grão-Duque Jean Museu de Arte Moderna (Mudam). O Museu Nacional de História Militar (MNHM), em Diekirch, é especialmente conhecido por suas representações da Batalha do Bulge. A própria cidade do Luxemburgo é um bem a ser preservado: está na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO, em função da importância histórica de suas fortificações.

O país tem dado ao mundo alguns artistas de renome internacional, incluindo os pintores Joseph Kutter e Michel Majerus, bem como o fotógrafo Edward Steichen. A exposição de Steichen The Family of Man (A Família do Homem) está agora instalada em caráter permanente em Clervaux e foi registrada no Programa Memória do Mundo da UNESCO.

Judd mat Gaardebounen, servido com batatas cozidas e cerveja Diekirch.

Luxemburgo foi a primeira cidade a ser designada Capital Europeia da Cultura duas vezes. A primeira vez foi em 1995. Em 2007, a Capital Europeia da Cultura foi estabelecida em uma imensa zona transfronteiriça, constituída pelo Grão-Ducado de Luxemburgo; o Sarre e a Renânia-Palatinado, na Alemanha; a região da Valónia e da parte de língua alemã da Bélgica; e a região de Lorena, na França. O evento foi uma tentativa de promover a mobilidade e o intercâmbio de ideias atravessando fronteiras em todos os domínios: físico, psicológico, artístico e emocional.

Culinária

Ver artigo principal: Culinária de Luxemburgo

A cozinha luxemburguesa é diversificada, recebendo influências da culinária francesa e alemã. Possui vários pratos nacionais, a exemplo da bouneschlupp, tradicional sopa de feijão verde com batatas, cebolas e toucinho.[47][48] É comum encontrar massas com molho de toucinho, como o kniddelen mat speck; e o judd mat gaardenbounen, que leva carne suína defumada com feijão-fava.[49] Além de pães, doces e tortas.[50] Entre as bebidas mais consumidas, está o café, as cervejas, os vinhos brancos e os espumantes.[47] A cerveja é uma bebida popular, sendo a Diekirch do tipo lager a mais conhecida.[51]

Feriados

Data Nome em português Local Observações
23 de junho Feriado nacional Todo o país A festa nacional luxemburguesa celebra o aniversário do soberano. Em 1961, um decreto grão-ducal fixa o dia da festa nacional a 23 de junho, independentemente do dia-aniversário do soberano. Embora a soberana da altura, a grã-duquesa Charlotte, festejasse o seu aniversário a 23 de janeiro, foi decidido celebrar o aniversário a 23 de junho, quando a meteorologia mais se apropria às festividades nacionais. O seus sucessores, os grão-duques Jean (aniversário a 5 de Janeiro, reinou entre 1964 e 2000) e Henri (aniversário a 16 de abril), não alteraram a data, que já entrou nos costumes da população.

Ver também

Notas

  1. O uso de artigo no nome próprio Luxemburgo é mais comum no português europeu, sendo mais raro no português brasileiro, como afirma o linguista Carlos Rocha no Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Existem exceções à regra, como o caso do Dicionário Michaelis (brasileiro) que usa Luxemburgo com artigo.

Referências

  1. «Population» (PDF). Consultado em 14 de julho de 2018 
  2. «Human Development Report 2019» (PDF) (em inglês). Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. Consultado em 17 de dezembro de 2020 
  3. Serviço das Publicações da União Europeia. «Anexo A5: Lista dos Estados, territórios e moedas». Código de Redacção Interinstitucional. Consultado em 19 de dezembro de 2012 
  4. «Substituição do Representante Permanente do Grão Ducado do Luxemburgo junto da UE». europa.eu. 18 de dezembro de 2012. Consultado em 18 de dezembro de 2012 
  5. Rocha, Carlos (18 de dezembro de 2012). «O uso de artigo definido com Mónaco e outros nomes de países». Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Consultado em 18 de dezembro de 2012. No português do Brasil todos os nomes em questão [onde se inclui Luxemburgo] se usam efetivamente sem artigo, pelo que se infere das definições dos gentílicos correspondentes que estão disponíveis em dicionários elaborados nesse país. 
  6. «Verbete "luxemburguês"». iDicionário Aulete. Lexikon Editora Digital. Consultado em 19 de dezembro de 2012. Arquivado do original em 1 de março de 2014. (lu.xem.bur.guês) sm. 1. Pessoa nascida no grão-ducado de Luxemburgo a. 2. De Luxemburgo; típico dessa grão-ducado ou de seu povo. 
  7. «Verbete "luxemburguês"». Dicionário de Português Online Michaelis. Editora Melhoramentos / UOL. Consultado em 19 de dezembro de 2012. lu.xem.bur.guês adj (top Luxemburgo+ês) 1 Que diz respeito ao Luxemburgo, grão-ducado entre a Alemanha, a França e a Bélgica. 2 Natural do Luxemburgo. sm Habitante ou natural do Luxemburgo. 
  8. «World Bank» (em inglês). World Bank. 2012. Consultado em 14 de setembro de 2013 
  9. 9,0 9,1 «Luxembourg» (em inglês). CIA World Factbook. 24 de junho de 2010. Consultado em 10 de julho de 2010 
  10. Jörg K. Hoensch (2000). Die Luxemburger. Kohlhammer Urban Taschenbücher: [s.n.] p. 5 
  11. 11,0 11,1 «Loi du 24 février 1984 sur le régime des langues. - Legilux». legilux.public.lu. Consultado em 13 de setembro de 2021 
  12. Kreins 2003, p. 20.
  13. Kreins 2003, p. 39.
  14. Kreins 2003, p. 70.
  15. Kreins 2003, p. 76.
  16. Kreins 2003, pp. 80–81.
  17. Kreins 2003, p. 81.
  18. Kreins 2003, p. 84.
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Bibliografia

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Ligações externas

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