O Terminal Intermodal Jabaquara é um intercambiador de transportes de São Paulo composto pela Estação Jabaquara, da Linha 1–Azul do Metrô de São Paulo, pelo Terminal Jabaquara, administrado pela EMTU e pela SPTrans, e pelo Terminal Intermunicipal Jabaquara, administrado pela Socicam, que tem como destino a Baixada Santista. Ele também seria o terminal da Linha 17–Ouro do Metrô de São Paulo, porém em agosto de 2015, o governador Geraldo Alckmin já tinha mandado congelar 17 das 36 estações inicialmente previstas da linha na Zona Sul da capital. À época, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos disse que a prioridade era "concluir os trechos que já possuem obras avançadas antes de abrir novas frentes de trabalho".[1]
Estação de metrô
Linha 1 do Metrô de São Paulo
A Estação Jabaquara é a estação terminal da Linha 1–Azul do Metrô de São Paulo, no sentido sul. Inaugurada em 14 de setembro de 1974,[2] é a mais antiga estação de metrô em funcionamento no Brasil.
Desta estação, é feita a ligação com o Pátio de Manutenção da Linha 1. O "Pátio Jabaquara" ou "PAT" está localizado na Rua dos Jequitibás, 80. Nesse mesmo endereço, localiza-se uma das duas saídas da estação, com a outra localizada na Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira, s/n.º, com acesso também para o terminal metropolitano.
Características
A estação é subterrânea, com mezanino de distribuição e plataformas laterais com estrutura em concreto aparente, e possui uma área construída de 6 850 metros quadrados.[2]
Demanda
A média de entrada de passageiros por dia útil foi de 84 mil passageiros em 2009. Ocupa a segunda posição como estação mais movimentada da linha, perdendo apenas para a Estação Luz. Isso se deve ao fato de ela ser um ponto de integração com o terminal de ônibus e trólebus.
Obras de arte
- "Sem título (Mural 1)", Odiléa Toscano, pintura sobre parede (1990), tinta acrílica (2,96 m X 4,85 m – 14,35 m²), instalada acima das escadas rolantes no acesso a plataforma 1.[3]
- "Sem título (Mural 2)", Odiléa Toscano, pintura sobre parede (1990), tinta acrílica (2,96 m X 4,85 m – 14,35 m²), instalada acima das escadas rolantes no acesso a plataforma 2.[3]
- "Sem título (Painel)", Renina Katz, pintura sobre placas de fibrocimento (1991), tinta acrílica (155 m² aproximadamente), instalada no mezanino.[3]
Tabela
Sigla | Estação | Inauguração | Capacidade | Integração | Plataformas | Posição | Notas |
---|---|---|---|---|---|---|---|
JAB | Jabaquara | 14 de setembro de 1974 | 30 mil passageiros hora/pico | Bilhete Único da SPTrans e Corredor Metropolitano da EMTU | Laterais | Subterrânea | Estação com estrutura de concreto aparente |
Linha 17 do Metrô de São Paulo
Sem previsão para inauguração, a Estação Jabaquara da Linha 17–Ouro do Metrô de São Paulo fará parte da terceira etapa da construção do monotrilho, onde seu trecho inicial é da Estação Morumbi da Linha 9–Esmeralda, até a Estação Jardim Aeroporto, que terá ramal até ao Aeroporto de Congonhas.
Terminal Rodoviário Jabaquara
Predefinição:Info/Estação O Terminal Intermunicipal Jabaquara, ou simplesmente Terminal Jabaquara, é um dos três terminais rodoviários intermunicipais de São Paulo, sendo dedicado a linhas rodoviárias com destino à Baixada Santista e ao Litoral Sul do estado.
História
Em 1950, o vereador Carlos Fairbanks sugeriu que o Mercado Central fosse transformado em uma estação rodoviária, pois sua localização era ideal para receber ônibus que partissem para a Baixada Santista, o Rio de Janeiro e Minas Gerais.[4] Inicialmente, a sugestão agradou, porém depois surgiram contestações sobre a passagem de ônibus pela região central e foi proposta a construção de quatro terminais nas zonas norte, sul, leste e oeste.[4] Como não tinha verba para investir nisso, a Prefeitura aceitou a proposta da iniciativa particular de uma rodoviária na zona central, o Terminal Rodoviário da Luz.[4]
Quando reassumiu a Prefeitura, Prestes Maia passou a lutar para tirar a rodoviária da Praça Júlio Prestes e recomendar a construção de quatro terminais em bairros mais afastados do Centro, mas esbarrou na falta de recursos.[4] Graças a uma reforma na distribuição das receitas públicas, feita por Castelo Branco em 1965, a Prefeitura passou a arrecadar muito mais e pôde dar atenção a projetos que nunca tinham saído do papel antes, como a construção do Metrô.[4] O projeto das rodoviárias também voltou à pauta, mas com apenas três: a principal, em Santana, uma na Água Funda, para atender a Baixada Santista, e outra perto do Jockey Club, para ônibus que utilizassem as rodovias Castelo Branco, Anhanguera e Régis Bittencourt.[4]
Acabou sendo criado um terminal quase improvisado no Glicério, nos baixos da Ligação Leste-Oeste, para servir a Baixada Santista, em 1973. Em janeiro de 1976, entretanto, o prefeito Olavo Setúbal determinou que fosse instalado um terminal rodoviário para a Baixada Santista no Jabaquara, já no mês seguinte,[5] mas isso só acabaria oficializado um ano depois, quando Setúbal assinou o decreto criando o Terminal Intermunicipal do Jabaquara, em 21 de janeiro de 1977.[6] O decreto estipulava que todas as linhas que demandassem utilização das rodovias Anchieta e Imigrantes teriam seus pontos de embarque e desembarque transferidos para o novo terminal.[6] As empresas que não aceitassem a mudança poderiam ter seus ônibus impedidos de entrar no município e, caso o fizessem, eles poderiam ser apreendidos.[6]
A administração do terminal ficaria a cargo da Companhia do Metropolitano.[6] O investimento na construção foi de 44 milhões de cruzeiros, além de oito milhões de cruzeiros em obras de readequação viária na região.[6] A intenção da Prefeitura era criar terminais descentralizados e integrados ao Metrô, para poder desativar o terminal da Luz.[6] Donos de empresas calculavam que a mudança poderia reduzir em até uma hora o tempo de percurso em cada um dos sentidos.[5]
A inauguração do terminal ocorreu em 2 de maio de 1977, passando a abrigar as linhas com destino à Baixada Santista e ao Litoral Sul, que antes partiam do Terminal Rodoviário da Luz e do Terminal do Glicério. A mudança foi encarada com protestos por moradores da Baixada Santista.[7] "É uma coisa sem lógica essa mudança radical para o Jabaquara", protestou um vereador de Santos em 24 de maio. "Esse tipo de medida tende a ser aplicado somente aos ônibus de Santos, já que vários outros chegam de diversas capitais, como do Rio e Curitiba, além de cidades do interior de São Paulo. Agora o santista que viaja tem de gastar muito mais para poder locomover-se de uma rodoviária a outra, distante vários quilômetros e sem linhas de ônibus à disposição."[7] Pesquisa encomendada pela Prefeitura de Santos mostrava que 92% eram contra a mudança.[8] Em São Paulo, as queixas eram quanto à distância do novo terminal, que obrigava os passageiros a fazer grandes deslocamentos, já que àquela época a única linha do Metrô existente na cidade era a Linha 1-Azul, que ligava Jabaquara até Santana.[9]
A Viação Santa Rosa, que havia vinte anos tinha uma linha rumo a Santos e São Vicente saindo do bairro da Penha, na zona leste da capital, passando por cidades do ABC, optou por não se mudar para o novo terminal.[9] A empresa tinha como público pessoas que moravam na Baixada Santista e trabalhavam na zona leste de São Paulo e preferiu passar a fazer a ligação apenas entre a Baixada e as cidades de ABC.[9] "Não interessa ao passageiro sair do Jabaquara, passar pelo ABC e ir até a Baixada, gastando o dobro do horário que levaria se fosse direto", explicou um diretor da empresa.[9] Já a Expresso Luxo, que trabalhava com carros de passeio, manifestava desde mais de um ano antes a preocupação com a mudança. "Meu mercado é constituído pela classe média-alta", explicou o presidente da empresa em janeiro de 1976. "Deputados, senadores, desembargadores, juízes, delegados, advogados, engenheiros. É óbvio que essas pessoas não vão até o Jabaquara tomar um expressinho. Uma coisa que eu não compreendo é que tipo de concorrência eu faço aos ônibus, se a passagem deles custa dez cruzeiros e a minha, trinta cruzeiros. Se essa medida for definitiva, minha empresa vai acabar."[10] Os veículos da Expresso Luxo não saíam de nenhum dos terminais rodoviários, mas da Avenida Ipiranga.[10]
Outra empresa, a Rápido Zefir, impetrou mandado de segurança para seguir operando na Luz e no Glicério.[11] "Não se trata de um deslocamento puro e simples no espaço, de sorte que possa a impetrante, no exíguo prazo de cinco dias, cumprir exigências que demandaria, para cumpri-las, não menos de um ano", argumentava a empresa no mandado, citando ainda que havia investido na compra de um imóvel próprio para sede nas imediações do terminal da Júlio Prestes.[11] As empresas concorrentes protestaram. "Enquanto os ônibus da Rápido Zefir partiam para Santos e São Vicente e voltavam à capital, lotados, as minhas 170 unidades faziam o percurso, nos dois sentidos, praticamente vazias", lamentou o superintendente da Ultra, que teve ônibus apreendidos na Luz e no Glicério por estar operando ali sem ordem judicial. "Em Santos, a Zefir tem divulgado ser ela a única empresa que traz o passageiro até o centro da cidade, evitando baldeações. Assim que os usuários tomaram conhecimento dessa informação, logicamente passaram a preterir a Ultra, cujo itinerário é igual ao da Zefir."[11] O mandado da Zefir levou alguns meses para ser cassado.
Desde então, por sua fácil acessibilidade por todas as regiões da cidade (através do metrô) e por estar situado na região sul (mais próximo, assim, da costa), o terminal mantém a tradição de realizar apenas viagens curtas para o litoral sul paulista. A viagem mais longa atualmente é a com destino a Peruíbe, em um trajeto de 147,5 quilômetros. O terminal não atende a nenhum outro estado, assim como não faz viagens ao interior paulista. Ocupando 13,6 mil metros quadrados (12,1 mil metros quadrados de área construída), o terminal é utilizado por cinco empresas que realizam viagens com destino a Santos, São Vicente, Guarujá, Praia Grande, Bertioga, Vicente de Carvalho, Cubatão, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe. As viagens são distribuídas por dezenove plataformas de embarque e cinco de desembarque, utilizadas pelas empresas Piracicabana, Cometa, Expresso Luxo, Rápido Brasil e Ultra.
Dados
- 19 bilheterias
- 10 linhas de ônibus
- 10 relógios
- 34 telefones públicos
- 44 bancos de espera
- 50 táxis
- 8 lojas
- 1 praça de alimentação
- 1 elevador
- 4 escadas rolantes
- 1 500 lâmpadas
- 10 tipos diferentes de árvores
- 2 470 m² de jardins
- 13 600 m² de área total
- 12 100 m² de área construída
Terminal Metropolitano Jabaquara
O Terminal Metropolitano Jabaquara é administrado pela EMTU e tem parte operada pela SPTrans. Faz parte do Corredor Metropolitano São Mateus - Jabaquara, que interliga a capital aos municípios do ABD.
O projeto do Terminal de Ônibus Metropolitano Jabaquara surgiu em 1976, durante o Plano de Trólebus Sistran, da Prefeitura de São Paulo. Posteriormente, partes do Sistran (intermunicipais) foram absorvidas pela recém-criada EMTU, quando foi criado o primeiro projeto do Corredor Viário ABD de Trólebus, com um de seus terminais ao lado da Estação Jabaquara do Metrô, aproveitando parte das áreas ociosas desapropriadas para as obras do metrô.[12][13]
O projeto do Terminal Jabaquara foi atrasado por causa da extinção da EMTU, na gestão Maluf. O projeto foi retomado na gestão seguinte de Franco Montoro, utilizando-se do Metrô para geri-lo. Com um redesenho, novas desapropriações tornaram-se necessárias para a construção do novo terminal de trólebus, realizadas por meio do decreto estadual número 23 763, de 6 de agosto de 1985.[14]
As desapropriações foram turbulentas, com moradores da região tentando alterar (sem sucesso) a localização do terminal. A disputa sobre o local do novo terminal envolveu até mesmo deputados estaduais. A reivindicação dos moradores atingidos pelas desapropriações era de que o novo terminal fosse construído ao lado do Terminal Rodoviário Jabaquara, em um terreno público alugado para o Grupo Pão de Açúcar (que ali mantinha uma unidade do Jumbo Eletro). O Estado não acatou a sugestão dos moradores e manteve a desapropriação do quadrilátero formado pela Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira e pelas ruas Nelson Fernandes, Anita Costa e dos Comerciários.[15][16]
Lançadas em 1986, as obras do novo terminal tinham previsão de conclusão para maio de 1987,[17] mas em julho de 1990 as obras ainda não haviam sido concluídas, e a nova previsão de abertura era setembro daquele ano.[18]
Referências
- ↑ Santiago, Tatiana (22 de junho de 2016). «Linha 6-Laranja do Metrô de SP será entregue com um ano de atraso». Linha-6 ligará Brasilândia (Zona Norte) à região central. Secretário atribui atraso para 2021 por falta de repasses federais. Portal G1. Consultado em 12 de agosto de 2016
- ↑ 2,0 2,1 Metrô de São Paulo. «Estação Jabaquara». Consultado em 30 de março de 2019
- ↑ 3,0 3,1 3,2 «Roteiro de Arte do Metrô de São Paulo»
- ↑ 4,0 4,1 4,2 4,3 4,4 4,5 Barros Ferreira (24 de março de 1977). «O terminal intermunicipal do Jabaquara». São Paulo: Diário Popular. Diário Popular (30 040): 15
- ↑ 5,0 5,1 «O Terminal do Jabaquara em Discussão (sic)». São Paulo: Empresa Folha da Manhã S.A. Folha de S.Paulo (17 099). 20 páginas 4 de janeiro de 1976
- ↑ 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 6,5 «Uma estação rodoviária na Zona Sul». São Paulo: Empresa Folha da Manhã S.A. Folha de S.Paulo (17 460). 8 páginas 22 de janeiro de 1977
- ↑ 7,0 7,1 «Abaixo-assinado em Santos para volta à Rodoviária». São Paulo: Empresa Folha da Manhã S.A. Folha de S.Paulo (17 583). 13 páginas 24 de maio de 1977
- ↑ «Setúbal diz não: ônibus mudam». São Paulo: Empresa Folha da Manhã S.A. Folha de S.Paulo (17 527). 14 páginas 30 de março de 1977
- ↑ 9,0 9,1 9,2 9,3 «Empresa não aceita o novo terminal e tem prejuízos». São Paulo: Empresa Folha da Manhã S.A. Folha de S.Paulo (17 567). 21 páginas 8 de maio de 1977
- ↑ 10,0 10,1 «Expresso Luxo avisa: irá à falência». São Paulo: Empresa Folha da Manhã S.A. Folha de S.Paulo (17 099). 20 páginas 4 de janeiro de 1976
- ↑ 11,0 11,1 11,2 «Empresas consideram-se prejudicadas». São Paulo: Empresa Folha da Manhã S.A. Folha de S.Paulo (17 562). 16 páginas 3 de maio de 1977
- ↑ Renato Lobo (14 de outubro de 2014). «São Paulo teria 280 km de corredores de trólebus». Via Trólebus. Consultado em 2 de junho de 2019
- ↑ Secretaria dos Negócios Metropolitanos do estado de São Paulo (1979). «Diretrizes dos Corredores Viários Metropolitanos» (PDF). Governo Paulo Egydio-Relatório Setorial 1975-1979/Acervo Paulo Egydio. Consultado em 2 de junho de 2019
- ↑ «Decreto Estadual nº 23.763» (PDF). Diário Oficial do estado de São Paulo. 6 de agosto de 1985. Consultado em 2 de junho de 2019
- ↑ Assembléia Legislativa de São Paulo (10 de setembro de 1986). «Debates» (PDF). Diário Oficial do estado de São Paulo. Consultado em 2 de junho de 2019
- ↑ «Metrô insiste em desapropriar no Jabaquara». Folha de S.Paulo, ano 66, edição 20898, página 13. 21 de junho de 1986. Consultado em 2 de junho de 2019
- ↑ Adamo Bazani (26 de maio de 2017). «HISTÓRIA: Metra completa 20 anos de Corredor ABD e investe para aprimorar os serviços». Diário do Transporte
- ↑ Milton Abruccio Jr (22 de julho de 1990). «"Corredor de trólebus" usa ônibus a diesel». Folha de S.Paulo, Ano 70, edição 22390, Caderno Cidades, página C7. Consultado em 2 de junho de 2019
Ligações externas
- Site oficial do Metrô de São Paulo
- Terminal Jabaquara no site da SOCICAM, empresa que o administra, com informações sobre as empresas, horários, viagens e passagens.
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