Predefinição:Info/Magistrado Cármen Lúcia Antunes Rocha (Montes Claros,[1] 19 de abril de 1954) é uma jurista, professora e magistrada brasileira, atual ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo sido presidente dessa corte[2] e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2016 a 2018.[3] Exerceu também os cargos de ministra, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) [4] e presidente da segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
É bacharel em direito pela Faculdade Mineira de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1977), especialista em direito de empresa pela Fundação Dom Cabral (1979) e mestre em direito constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (1982). Cursou o programa de doutorado em direito da Universidade de São Paulo (1983), mas não o concluiu. Desde 1983 é professora titular de direito constitucional na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, além de coordenadora do Núcleo de Direito Constitucional.[5]
Foi procuradora do Estado de Minas Gerais de 1983 até 2006, exercendo a função de Procuradora-Geral do Estado de 2001 a 2002, durante o mandato do então governador Itamar Franco.[6] É membro efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros, e foi diretora da revista desta instituição, além de ter sido membro da Comissão de Estudos Constitucionais do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil de 1994 a 2006.[5]
Em 2006, foi indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal, tornando-se a segunda mulher a ocupar esta vaga, sendo a primeira a ocupar esse cargo a ministra Ellen Gracie Northfleet.[7] Assumiu a vice-presidência da Corte em 2014, e a presidência em 2016.[8] Também exerceu a função de ministra do Tribunal Superior Eleitoral de 2009 a 2013, presidindo-o de 2012 a 2013, tornando-se a primeira mulher a fazê-lo.[9][10]
Biografia
Nascida em Montes Claros,[11] é filha de Florival Rocha e Anésia Antunes, de origem portuguesa,[12] Carmen Lúcia Antunes Rocha foi criada em Espinosa. Formou-se em Direito em 1977 pela Faculdade Mineira de Direito da PUC MG, da qual se tornaria professora. É especialista em Direito de Empresa pela Fundação Dom Cabral (1979) e mestre em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Minas Gerais (1982). Cursou doutorado em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo em 1983, sem concluí-lo.
Foi procuradora do Estado de Minas Gerais de 1983 até ser indicada ao STF em 2006, tendo ocupado o cargo de procuradora-geral do Estado entre março de 2001 e dezembro de 2002, no governo de Itamar Franco.[6][13] Foi diretora da Revista do Instituto dos Advogados Brasileiros.[14]
Na décima terceira edição do Prêmio Faz Diferença do jornal O Globo, foi eleita a "Personalidade do Ano" de 2015.[15]
É parente distante de José Paulo Sepúlveda Pertence, que também foi ministro do STF[16] e que recomendou seu nome ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar uma vaga no tribunal.[17]
No dia 3 de outubro de 2016, recebeu a Medalha de Honra da Universidade Federal de Minas Gerais em cerimônia presidia pelo Reitor Jaime Arturo Ramírez no auditório da Reitoria da Universidade.[18]
Serviu como presidente da República em exercício nos dias 13 e 14 de abril de 2018, tendo sido a sexta presidente do STF a assumir a chefia do Poder Executivo,[19][20] bem como a segunda mulher a presidir o Brasil.[21] Na condição de presidente interina do Brasil, assinou um decreto instituindo o dia 2 de abril como o Dia Nacional da Consciência Sobre Autismo.[22] Assumiu novamente como presidente da República em exercício mais quatro vezes durante o ano de 2018: no dia 18 de junho,[23] nos dias 17 e 18 de julho,[24] entre os dias 23 e 28 de julho[25] e no dia 15 de agosto.[26]
Supremo Tribunal Federal
Cármen Lúcia foi indicada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar a vaga do ministro Nelson Jobim, aposentado em 26 de maio de 2006.[27]
Sua indicação foi aprovada pelo senado por 55 votos contra 1 em 24 de maio de 2006.[28] Cármen Lúcia foi empossada em 21 de junho de 2006, tornando-se a segunda mulher nomeada ao cargo de ministra do Supremo Tribunal Federal.
Segundo dados recentes de seu gabinete, dentre os ministros, é a que mais se encontra em dia cumprindo as metas de julgamento e celeridade.[29]
Escândalo do Mensalão
Em outubro de 2012, votou pela absolvição de 13 acusados de formação de quadrilha envolvidos no Escândalo do mensalão.[30] Seu voto pela absolvição foi criticado pelo então ministro do STF, Joaquim Barbosa.[31]
Prisões
Natan Donadon
Em junho de 2013, a ministra expediu mandado de prisão ao deputado federal Natan Donadon (PMDB-RO), condenado a 13 anos, 4 meses e 10 dias, em regime inicialmente fechado, pelos crimes de formação de quadrilha e peculato. A ministra Cármen Lúcia foi a relatora do processo. Com a decisão do STF, o deputado Donadon foi condenado não só à prisão mas também à perda dos direitos políticos.[32]
Delcídio do Amaral
Em novembro de 2015, Cármen Lúcia votou a favor da prisão do então Senador Delcídio do Amaral, a época líder do governo da ex-presidente Dilma Rousseff.[33] Foi primeira vez na história que um senador em exercício foi preso no Brasil, e a leitura do voto da ministra tornou-se símbolo do fato. Nele, Cármen Lúcia faz pronunciamento em favor da prisão de Delcídio do Amaral, num pronunciamento onde compara a superação da esperança sobre o medo,[34] um mote da campanha política do PT para eleição de Luiz Inácio Lula da Silva[35] para presidente da república, e o Mensalão,[36] e o escárnio em achar que imunidade é sinônimo de impunidade.[37]
"Houve um momento que a maioria de nós brasileiros, acreditou, num mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois deparamos com a Ação Penal 470 e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: Criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da conclusão que imunidade, impunidade e corrupção... (Carmen Lúcia, Ministra do STF)[38][39]
O voto da ministra ao dizer que o "crime não vencerá a justiça", gerou diversas reações favoráveis, mas também contrárias. O economista Carlos Fernando, do site Diário do Centro do Mundo, criticou a ministra alegando uso político do voto quando o cargo demanda isenção.[40]
Segunda instância
Em fevereiro de 2016, a ministra Cármen Lúcia votou a favor da prisão para condenados em segunda instância.[41] Em outubro de 2016, Carmen Lúcia novamente votou favorável a aplicação da prisão. O projeto de lei foi defendido também pela Associação dos Juízes Federais do Brasil,[42] pela Associação Nacional dos Procuradores da República, pela Associação dos Magistrados do Brasil, pela Procuradoria-Geral da República, pelo juiz federal Sergio Moro[41] e pelos procuradores da Operação Lava Jato como uma importante decisão contra impunidade.[43][44]
Censura a biografia
Em junho de 2015, em seu voto se posicionou em defesa da liberdade de expressão e ao direito à informação, contrária a censura de biografia. A ministra disse que a publicação independe de autorização prévia, e disse ainda que eventuais danos causados à imagem dos biografados poderão levar o biógrafo a indenizá-lo.[45]
Atuação no Tribunal Superior Eleitoral
Atuando como ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi empossada como ministra titular em 19 de novembro de 2009, tendo em vista a renúncia do ministro Joaquim Barbosa.[46] Em 6 de março de 2012 foi nomeada presidente do Tribunal Superior Eleitoral, sucedendo ao ministro Ricardo Lewandowski.[47] Ela tomou posse em 18 de abril, tornando-se a primeira mulher a presidir o tribunal. A ministra deixou a presidência do TSE em 2013, dando lugar ao ministro Marco Aurélio Mello.[48]
Posicionamentos
Em 30 de novembro de 2016 divulgou uma nota oficial lamentando a inclusão no projeto anticorrupção aprovado pela Câmara de medidas incluído no projeto original do MPF, das 10 Medidas contra corrupção que, segundo Cármen, podem afetar a independência do Judiciário. A presidente do STF disse que magistrados já foram cassados "em tempos mais tristes" e que se pode "calar o juiz", mas não se conseguirá "calar a Justiça".[49][50][51][52]
Livros
- O serviço público de saúde no direito brasileiro. Número 7 da Série Desenvolvimento de serviços de saúde. Editor Organização Pan-americana de Saúde, Oficina Regional Brasília, 85 pp. 1998
- O Princípio Constitucional da Igualdade, Publicado pela Editora Lê 1990;
- Constituição e Constitucionalidade, Publicado pela Editora Lê 1991;
- Princípios Constitucionais da Administração Pública, Publicado pela Editora Del Rey 1994;
- Estudo sobre Concessão e Permissão do Serviço Público no Brasil, Publicado pela Editora Saraiva 1996;
- República e Federação no Brasil, Publicado pela Editora Del Rey 1997;
- Princípios constitucionais dos servidores públicos, Publicado pela Editora Saraiva 2000;
- Direito de/para Todos, Publicado pela Editora Fórum 2004.
Referências
- ↑ Erro de citação: Marca
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- ↑ Ramalho, Renan; G1, Laís Lis e Gustavo GarciaDo; Brasília, em (12 de setembro de 2016). «Cármen Lúcia assume presidência do Supremo para mandato de dois anos». Política (em português). Consultado em 10 de junho de 2019
- ↑ «Confira a íntegra do dircurso de Cármen Lúcia na posse como presidente do STF». O Globo (em português). 12 de setembro de 2016
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- ↑ «Ricardo Lewandowski é empossado como novo presidente do STF». brasil.gov.br. 10 de setembro de 2014. Consultado em 5 de agosto de 2016.
A cerimônia também empossou o ministro como presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a ministra Carmen Lúcia como vice-presidente do tribunal.
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- ↑ Mariana Oliveira. «Cármen Lúcia critica versão aprovada pela Câmara de projeto anticorrupção». G1. Globo.com. Consultado em 1 de dezembro de 2016
- ↑ Reynaldo de Turollo Jr. «'Não se pode calar a Justiça', diz Cármen Lúcia sobre projeto aprovado». Folha de S.Paulo. Uol. Consultado em 1 de dezembro de 2016
- ↑ «"Calam-se juízes, mas não, a Justiça", diz Cármen Lúcia sobre proposta da Câmara». iG. Consultado em 1 de dezembro de 2016
- ↑ Felipe Pontes. «"Não se calará a Justiça", diz Cármen Lúcia sobre medida aprovada na Câmara». Agência Brasil. EBC. Consultado em 1 de dezembro de 2016
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