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Segunda Guerra Mundial

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A Segunda Guerra Mundial (19391945) opôs os Aliados às Potências do Eixo, tendo sido o conflito que causou mais vítimas em toda a história da Humanidade. As principais potências aliadas eram a China, a França, a Grã-Bretanha, a União Soviética e os Estados Unidos. O Brasil se integrou aos Aliados em 1943. A Alemanha, a Itália e o Japão, por sua vez, perfaziam as forças do Eixo. Muitos outros países participaram na guerra, quer porque se juntaram a um dos lados, quer porque foram invadidos, ou por haver participado de conflitos laterais. Em algumas nações (como a França e a Jugoslávia), a Segunda Guerra Mundial provocou confrontos internos entre partidários de lados distintos.

O líder alemão de origem austríaca Adolf Hitler, Führer do Terceiro Reich, pretendia criar uma "nova ordem" na Europa, baseada nos princípios nazistas da suposta superioridade alemã, na exclusão — e supostamente eliminação física incluída — de algumas minorias étnicas e religiosas, como os judeus e os ciganos, bem como deficientes físicos e homossexuais; na supressão das liberdades e dos direitos individuais e na perseguição de ideologias liberais, socialistas e comunistas.

Tanto a Itália como o Japão entraram na guerra para satisfazer os seus propósitos expansionistas. As nações aliadas (como a França, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos da América) opuseram-se a estes desejos do Eixo. Estas nações, juntamente com a União Soviética, após a invasão desta pela Alemanha, constituíram a base do grupo dos Aliados.

Causas da guerra

Ver artigo principal: Causas da Segunda Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial - "feita para pôr fim a todas as guerras" - transformou-se no ponto de partida de novos e irreconciliáveis conflitos, pois o Tratado de Versalhes (1919) disseminou um forte sentimento nacionalista, que culminou no totalitarismo nazi-facista. As contradições se aguçaram com os efeitos da Grande Depressão. Além disso, a política de apaziguamento, adotada por alguns líderes políticos do período entreguerras e que se caracterizou por concessões para evitar um confronto, não conseguiu garantir a paz internacional. Sua atuação assemelhou-se à da Liga das Nações: um órgão frágil, sem reconhecimento e peso, que deveria cuidar da paz mundial, mas que fracassou totalmente. Assim, consolidaram-se os regimes totalitários, que visavam sobretudo a conquistas territoriais, processo que desencadeou a Segunda Guerra Mundial.

A reação turca

O Tratado de Sèvres foi o primeiro a ter seus termos fundamentalmente alterados. Suas cláusulas haviam consagrado a perda, pela Turquia, não apenas da Palestina, Síria, Líbano e Mesopotâmia, mas também praticamente de todos os territórios turcos na Europa (com exceção de Constantinopla) e da região de Esmirna, ambas entregues à Grécia. Além disso, os estreitos de Bósforo e dos Dardanelos seriam neutralizados e sua travessia permitida, em quaisquer circunstâncias, a todos os navios estrangeiros, mercantes ou de guerra. Finalmente, as tradicionais capitulações, que lhes davam numerosos privilégios, sobretudo comerciais, e que subtraíam seus súditos à jurisdição das autoridades otomanas.

Os termos subscritos em Sèvres suscitaram uma grande comoção nacionalista na Turquia. Irrompeu a guerra e os gregos foram varridos da Anatólia e dos territórios turcos na Europa, sendo forçados a uma paz que as grandes potencias, inquietas com o despertar da Turquia, se apressaram a aconselhar. Pelo Tratado de Lausanne, firmado em 24 de Julho de 1923, os turcos recuperaram suas fronteiras de 1914 na Europa e também a região de Esmirna. Os estreitos voltaram a ser de plena soberania otomana, o que reduziu as facilidades para a passagem de barcos estrangeiros através deles e as capitulações foram abolidas. Como conseqüência do sopro renovador que agitava o antigo Império Otomano, o Sultão Mehmed VI (1861-1926) foi deposto em 1922 e, no ano seguinte, uma assembléia aclamou presidente o Paxá Mustafa Kemal (mais tarde conhecido como Kemal Atatürk, 1881-1938), o construtor da Turquia moderna.

Desta forma, o Tratado de Lausanne, forjado pela vitória militar de um país derrotado em 1918, apontava o caminho às nações que pretendessem uma revisão das imposições que haviam sofrido.

Hitler na rota da Expansão

Logo após o abandono da Sociedade das Nações (que já se ressentia da ausência dos Estados Unidos, URSS e Brasil) pelo Japão, foi a vez da Alemanha retirar-se. Anunciando a saída da representação germânica, Hitler declarou que o não desarmamento das outras nações obrigava a Alemanha àquela forma de protesto. Embora na realidade ele simplesmente desejasse furtar-se às peias que a Sociedade das Nações poderia opor à sua política militarista, o Führer teve o cuidado de reiterar os propósitos pacifistas de seu governo. Aliás, nos anos seguintes, Hitler proclamaria suas intenções conciliatórias em várias oportunidades, como meio de acobertar objetivos expansionistas.

O nazismo fortalecia-se rapidamente na Alemanha. Hitler precisava do apoio de Reichswehr para realizar o rearmamento alemão, mas a maioria dos generais mantivera-se até então numa atitude de expectativa em relação ao novo governo. A pretensão das tropas SA, manifestada por seus chefes em múltiplas ocasiões, de se transformarem em exército nacional, horrorizava os militares profissionais, educados na Escola von Seeckt. Parecia-lhes um absurdo entregar aquela pequena, mas eficientíssima máquina, que era Reichswehr, nas mãos dos turbulentos "camisas pardas", acostumados apenas a combates de rua. Hitler inclinava-se a dar razão aos generais, o que vinha contra os interesses dos SA mais radicais. Em alguns círculos da milícia nazista, já se falava na necessidade de uma segunda revolução que restituísse ao Partido o ímpeto inicial.

As execuções sumárias levadas a cabo na noite de 29 para 30 de Junho de 1934, realizadas por ordem expressa do Führer, passaram à História com o nome de Noite das Facas Longas. Quase todos os lideres das SA, a começar por seu chefe, o Capitão Ernst Röhm, foram passados pelas armas, juntamente com alguns políticos oposicionistas e o General von Schleicher (Kurt, 1882-1934), que era o maior opositor a Hitler no seio da Reichswehr. Nenhuma consideração emocional afetou essa brutal decisão de Hitler, que provocou a morte de algumas centenas de pessoas, muitas das quais eram fiéis do Partido, desde longa data.

Com essas execuções, o Führer atingiu um duplo objetivo: extinguiu os gérmens da rebelião entre os SA, desde então reduzidos a um papel meramente decorativo, e deu aos generais uma sangrenta garantia de que pretendia conservá-los na direção da Reichswehr. O expurgo fora levado a cabo pelas SS, tropas de elite do Partido, ligadas a Hitler por um juramento especial. Esse corpo de homens selecionados, formando uma verdadeira guarda do regime, iniciou naquele dia a ascensão que iria levá-lo, sob a chefia de Heinrich Himmler, ao controle total da vida alemã, em nome de Hitler. Em 1945, quase um milhão de homens tinha envergado o uniforme negro com a insígnia da caveira, partindo de um núcleo que em 1929 contava com apenas 280 elementos.

A Noite das Facas Longas fez a Reichswehr cerrar fileiras em torno de Hitler, que, reforçado por tal sustentáculo, pode então se dedicar a seus planos longamente acalentados.

A primeira tentativa expansionista do III Reich fracassou. Desde sua ascensão ao poder, Hitler vinha incentivando o desenvolvimento de um partido nazista austríaco, como base para uma posterior anexação da Áustria à Alemanha. Nessa época, os austríacos estavam sob o governo ditatorial do chanceler católico Engelbert Dollfuss, inquebrantável defensor da independência de seu país. Em 27 de Julho de 1934, Dollfuss foi assassinado em Viena, por um grupo de nazistas sublevados. Mussolini, temendo que os alemães ocupassem a Áustria, enviou tropas para a fronteira, enquanto a Europa era sacudida por um frêmito de indignação contra a Alemanha. Hitler, porém, recuou, negando qualquer conivência com os conspiradores austríacos. Dollfuss foi sucedido por von Schuschnigg (Kurt Edler, n. 1897), que continuou a política conservadora e nacionalista de seu antecessor.

Reincorporação do Sarre e criação de uma "Luftwaffe"

Em 13 de janeiro de 1935, o nazismo obteve seu primeiro sucesso internacional. O Sarre era um antigo território alemão que tivera suas jazidas exploradas pelos franceses, durante 15 anos, como parte das reparações de guerra estabelecidas pelo Tratado de Versalhes. Agora, um plebiscito junto à população decidia, por maioria esmagadora, a reincorporação do Sarre ao Reich. Logo em seguida, em março, Hitler abalava a Europa com duas declarações retumbantes: No dia 9, anunciou a criação da Luftwaffe (Força Aérea) e, no dia 16, o restabelecimento do serviço militar obrigatório, elevando imediatamente os efetivos de Wehrmacht (Força de Defesa, novo nome das forças armadas alemãs), de 100.000 para 500.000 homens. Ambas as declarações foram feitas em sábados, para que seu impacto internacional fosse amortecido pelos feriados dos fins-de-semana.

As potências, alarmadas com o rearmamento germânico, decidiram, na Conferência de Stresa (abril de 1935), formar uma frente anti-alemã, condenando o repúdio unilateral de qualquer tratado de fronteiras na Europa e garantindo a independência da Áustria. Observe-se, porém, que a declaração de Stresa, subscrita pela Grã-Bretanha, França e Itália, não proibia a alteração de fronteiras fora da Europa. Mussolini já pensava na conquista da Etiópia ...

Em represália às decisões de Stresa, Hitler denunciou, em 21 de maio de 1935, todas as cláusulas militares do Tratado de Versalhes. Manifestando, como sempre, seus objetivos pacíficos, o Führer restituía à Alemanha a liberdade de ação no campo dos armamentos.

O governo inglês, preocupado com um possível desenvolvimento da marinha de guerra germânica, iniciou negociações secretas com os alemães, sem qualquer consulta à França. Em 18 de junho de 1935, a Europa soube, estarrecida, que Londres permitia aos nazistas a construção de uma frota de alto-mar, equivalente a 1/3 da marinha britânica, com uma proporção ainda maior de submarinos. Tal acordo equiparava a força naval alemã à francesa. A notícia provocou em Paris uma profunda irritação contra os ingleses, que haviam agido em função de seus interesses exclusivos e abandonado a França, diante de uma Alemanha cada vez mais poderosa. Ressentidos com os britânicos, os franceses procuraram então se aproximar da Itália, como um meio de barrar o caminho à Alemanha. O principal propugnador dessa nova orientação política da França foi o Primeiro-Ministro francês Pierre Laval.

Mussolini aceitou com entusiasmo a mão que a França lhe estendia, o que vinha servir seus planos imperialistas. O fascismo consolidara-se internamente, e a população italiana atingira um nível de prosperidade maternal até então jamais alcançado. Fiume fora definitivamente incorporada à Itália, mediante a concordância iugoslava. Satisfaziam-se assim as reivindicações nacionalistas italianas.

Entretanto, a própria psicologia do fascismo obrigava os dirigentes a estimularem constantemente o povo, conservando-o sempre excitado, a fim de manter o prestígio de Mussolini. O Duce queria evitar que a população italiana se habituasse à rotina, diminuindo o apoio ruidoso que lhe prestava e que afagava sua volúpia de poder. Devido a seu temperamento, era um líder que precisava de grandes gestos e de atos igualmente grandiosos, para alimentar sua enorme vaidade. Embora houvesse feito uma administração de incontestável valor na Itália, isso não lhe bastava. Sua concepção histórica impelia-o a imitar Júlio César, fazendo-o entrar, também, para a galeria dos grandes homens, sob o tríplice rótulo de administrador, estadista e conquistador.

Cronologia da Segunda Guerra Mundial

O início da guerra

Não existe um consenso sobre a data precisa em que o conflito foi iniciado, mas duas datas são marcantes: a invasão da China pelo Japão, em 1937, e a invasão da Polónia pela Alemanha em 1939.

Segunda Guerra Sino-japonesa

Soldados chineses fracamente armados, em marcha.

A Guerra Sino-Japonesa pode ser dividida em dois períodos:

Primeiro Período 1937-1941

A guerra sino-japonesa divide-se em dois grandes períodos: o primeiro deles, denominado de período crítico, teve seu início em julho de 1937 quando os nipônicos lançam sua ofensiva-relâmpago sobre as províncias do Norte e Leste (Hopei, Shantung, Shanxi, Chamar e Suyan) com o objetivo de separá-las da China, seguindo os ditames do "Memorial Tanaka". Numa audaciosa operação de desembarque, ocuparam mais ao sul Cantão e em uns anos depois Hong Kong (que era colônia inglesa). Os invasores tiveram seu caminho facilitado por encontrarem pela frente uma China politicamente desorganizada, onde a rivalidade militar entre nacionalistas e comunistas havia sido suspensa a contra gosto, vendo-se ainda subdividida em várias "autoridades locais"" que se mostraram relutantes em oferecer-lhes uma resistência efetiva e coerente.

Mesmo assim Chiang Kai-shek e Mao Tse-tung assinam um acordo em 22 de setembro de 1937, pelo qual os comunistas abandonam seu projeto de um governo revolucionário e passavam a designar sua área de domínio como Governo Autônomo da Região Fronteiriça, enquanto o Exército Vermelho mudou seu nome para ser o Exército Revolucionário Nacional, renunciando a insurgir-se contra o governo de Chiang Kai-shek que, pelo seu lado, comprometeu-se a suspender as operações anticomunistas.

A estratégia japonesa baseava-se em sua mobilidade, fruto do desenvolvimento industrial do país, e na grande motivação da população em formar um império nipônico sobre a Ásia inteira. A ofensiva-relâmpago deles rapidamente ocupou Pequim em 8 de agosto de 1937, seguidas da capitulação de Tientsin e Shangai. Depois de quebrarem a encarniçada resistência das tropas chinesas, que lhes resstiram por três meses numa batalha nas ruas de Shangai, os japoneses marcharam para dentro do continente e, logo depois, em 13 de dezembro de 1937 entram em Nanquim.

O estupro de Nanquim

Nesta antiga capital imperial, e também ex-sede do governo nacionalista de Chiang Kai-shek, os soldados japoneses sob o comando do general Iwane Matsui realizaram a partir de dezembro de 1937 um efeito-demonstração que converteu-se numa das maiores atrocidades da história contemporânea, o "estupro de Nanquim". Visando a humilhação total dos chineses, o Alto Comando japonês permitiu que por três semanas suas tropas submetessem os habitantes da venerável cidade ao saque e a um bárbaro e indiscritível massacre que vitimou (entre torturados, fuzilados e mulheres estupradas) mais de 300 mil civis chineses, um verdadeiro, mas esquecido holocausto oriental.

Um ano depois de terem tomado a ofensiva, os nipônicos controlam amplas margens do Mar da China, ocupando uma boa parte da costa, na tentativa de isolar o país de qualquer auxílio ocidental. Apesar das simpatias americanas e britânicas inclinarem-se para os chineses, devido a rivalidade colonial que tinha com os nipônicos pela hegemonia sobre a Ásia, nada podem fazer de prático para ajudá-los.

Este período de seguidos triunfos japoneses chegou ao seu climax com a invasão de outras partes da Ásia pelo Exército e pela Marinha Imperial (Indochina, Indonésia, Malásia, Filipinas e Birmânia), seguida da desastrosa decisão do Micado de extender a guerra aos Estados Unidos. O surpreendente ataque japonês à base naval americana de Pearl Harbour em 7 de dezembro de 1941, obrigou o império do Sol Nascente a espalhar os seus recursos militares pelo Pacífico Ocidental, declinando como conseqüência disso as atividades bélicas no fronte da China.

Segundo período da guerra sino-japonesa - 1941-1945

O segundo período, que vai de dezembro de 1941 até agosto de 1945, os Estados Unidos assumem a tarefa de derrotar os japoneses, enquanto os exércitos nacionalistas chineses atuam apenas em pequenas escaramuças visando à fixação e ao desgaste do inimigo.

Consciente da sua absoluta inferioridade militar e estratégica, Chiang Kai-shek após sete meses de infrutífera resistência, ordenara a adoção da política de "vender espaço para ganhar tempo", que implicava na renúncia de enormes extensões territoriais chinesas. Ao mesmo tempo em que recuavam as tropas nacionalistas dedicaram-se à tática da destruição sistemática da infra-estrutura rural e urbana das regiões que fatalmente seriam ocupadas pelos invasores, tal como a explosão de diques do Rio Amarelo, que provocou a inundação de milhares de quilômetros quadrados de terras aráveis, arrasando e arruinando por muitos anos as propriedades camponesas, mas que somente atrasou o japoneses em três meses, ou o incêndio precipitado de Changsha, a capital de Hunan (fruto do pânico das tropas chinesas em debandada).

Início da guerra na Europa

A 1 de Setembro de 1939, o exército alemão lançou uma forte ofensiva de surpresa contra a Polónia, com o principal objectivo de reconquistar seus territórios perdidos na Primeira Guerra Mundial e com o objetivo secundário de expandir o território alemão. As tropas alemãs conseguiram derrotar as tropas polacas em apenas um mês. A União Soviética tornou efetivo o acordo (Ribbentrop-Molotov) com a Alemanha nazi e ocupou a parte oriental da Polónia. A Grã-Bretanha e a França, responderam à ocupação declarando guerra à Alemanha, mas não entrando, porém, imediatamente em combate. A Itália, nesta fase, declarou-se "país neutro".

O plano de expansão do governo envolvia uma série de etapas. Em 1938, com o apoio da população austríaca, o governo nazista anexou a Áustria, episódio conhecido como Anschluss.Em seguida, reivindicou a integração das minorias germânicas que habitavam os Sudetas (região montanhosa da Checoslováquia). Como esta não estava disposta a ceder, a guerra parecia iminente, foi então convocada uma conferência internacional em Munique. Na conferência de Munique, em setembro de 1938, ingleses e franceses, seguindo a política de apaziguamento, cederam à vontade de Hitler, concordando com a anexação dos Sudetos.

A guerra relâmpago

A 10 de Maio de 1940, o exército alemão lançou uma ofensiva, também de surpresa, contra os Países Baixos, dando início a Batalha da França. Os alemães visavam contornar as poderosas fortificações francesas da Linha Maginot, construídas anos antes na fronteira da França com a Alemanha. Com os britânicos e franceses julgando que se repetiria a guerra de trincheiras da Primeira Guerra Mundial, e graças à combinação de ofensivas de pára-quedistas com rápidas manobras de blindados em combinação com rápidos deslocamentos de infantaria motorizada (a chamada "guerra-relâmpago" - Blitzkrieg, em alemão), os alemães derrotaram sem grande dificuldade as forças franco-britânicas, destacadas para a defesa da França. Nesta fase, ocorre a famosa retirada das forças aliadas para a Inglaterra por Dunquerque. O Marechal Pétain assumiu então a chefia do governo em França, que ficou conhecido como o governo de Vichy, assinou um armistício com Adolf Hitler e começou a colaborar com os alemães.

A guerra na África e Afrika Korps

Ver artigo principal: Afrika Korps
O 39º Grupo de Panzerjäger avança pelo deserto.

A Setembro de 1940, após a tomada da França pelas forças alemãs, as tropas italianas destacadas na Líbia sob o comando do Marechal Graziani, uma vez livres da ameaça das forças francesas estacionadas na Tunísia iniciaram uma série de ofensivas contra o Egito, então colônia da Grã-Bretanha, com vistas a dominar o canal de Suez e depois atingir as reservas petrolíferas do Iraque, também sob domínio britânico.

Os efetivos ingleses destacados no norte da África e que compunham o então designado XIII Corpo de Exército, comandado pelo General Wavell, após alguns reveses iniciais realizaram uma espetacular contra-ofensiva contra as forças italianas que, apesar de sua superioridade numérica foram empurradas por 1200 km de volta à Líbia, perdendo todos os territórios anteriormente conquistados. Esta derrota custou aos italianos a destruição de 10 divisões, a perda de 130.000 homens feitos prisioneiros, além de 390 tanques e 845 canhões.

Como a situação que surgia na África era crítica para as forças do Eixo, Adolf Hitler e o Oberkommando der Wehrmacht (OKW) decidiram enviar tropas alemãs a fim de não permitir a completa desagregação das forças italianas. Cria-se dessa forma em Janeiro de 1941 o Afrika Korps (Corpo Expedicionário Alemão na África), cujo comando foi passado ao então Leutenantgeneral (Tenente-General) Erwin Rommel, que posteriormente se tornaria uma figura legendária sob a alcunha de "A Raposa do Deserto". Foram enviadas à Africa duas divisões alemãs em auxílio aos Italianos, a 5a. Divisão Ligeira e a 15a. Divisão Panzer. Os Alemães, sob o hábil comando de Rommel, conseguiram reverter a iminente derrota italiana e empreenderam uma ofensiva esmagadora contra as forças britânicas enfraquecidas (muitos efetivos britânicos haviam sido desviados para a campanha da Grécia, então sob pressão do Eixo) empurrando-as de volta à fronteira egípcia. Após uma sucessão de batalhas memoráveis como El Agheila, El Mechili, Sollum, Gazala, Tobruk e Marsa Matruh os alemães e italianos são detidos por falta de combustível e provisões na linha fortificada de El Alamein, uma vez que o Mediterrâneo encontrava-se sob domínio da marinha britânica. Finalmente, a Outubro de 1942, após 4 meses de preparação os Britânicos contra-atacaram na Segunda Batalha de El Alamein, sob o comando do General Montgomery. Rechaçadas pelas bem supridas forças britânicas, as tropas ítalo-alemãs iniciaram um grande recuo de volta à Líbia de forma a encurtar suas linhas de suprimento e ocupar posições defensivas mais favoráveis. Entretanto, dias depois, a 8 de Novembro, as forças do Eixo recebem a notícia de que estão sendo cercadas pelo oeste por forças norte-americanas do 1o. Exército Aliado que haviam desembarcado em Marrocos através da Operação Tocha. Pelo leste, o 8o. Exército Britânico continua o seu avanço, empurrando as forças ítalo-alemãs para a Tunísia. Finalmente, cercado pelos exércitos americano e britânico e sem a guia de seu audacioso comandante, pois Rommel havia sido hospitalizado na Alemanha, o "Afrika Korps" e o restante do contingente italiano na África do Norte, totalizando mais de 250 mil homens e reduzidos à inatividade pela falta de suprimentos e de apoio aéreo, se rendem aos aliados na Tunísia em maio de 1943, dando fim à guerra na África.

A invasão da URSS

Em 22 de Junho de 1941, os exércitos do eixo lançaram-se à conquista do território soviético, com a chamada Operação Barbarossa. Os exércitos do eixo contavam com 180 divisões, entre tropas alemãs, italianas, húngaras, romenas e finlandesas, num total de mais de três milhões e meio de soldados. A estes se opunham 320 divisões soviéticas, num total de mais de seis milhões de homens; porém apenas 160 destas divisões estavam situadas na região de fronteira com a Alemanha Nazi. Grande parte das tropas soviéticas estavam estacionadas na região leste do país, na fronteira com a China ocupada, antecipando a possibilidade de mais um ataque japonês contra a União Soviética, conforme acontecera em março de 1939.

A ofensiva era amplamente esperada, pois a invasão da União Soviética fazia parte do discurso nazista desde o surgimento do partido, tendo sido fortemente pregada por Adolf Hitler em seu livro "Mein Kampf" e estado presente em diversos de seus pronuciamentos políticos anteriores até mesmo ao início da guerra. Relatórios de serviços secretos davam conta da iminência da invasão, partindo não somente da espionagem soviética mas também de informações obtidas pelos ingleses e norte-americanos. A mobilização de grande número de tropas alemãs para a região de fronteira também foi percebida. Os soviéticos já vinham tomando medidas contra a invasão desde a década de 30, aumentando exponencialmente o contingente de seu exército.

Apesar de tudo isto, a invasão começa a 22 de junho de 1941 veio como uma surpresa, pois não se esperava que a Alemanha atacasse a URSS antes que a Inglaterra se retirasse da guerra, conforme se previa. O resultado disto foi uma enorme vantagem tática para as tropas alemãs nos primeiros dias da guerra, o que permitiu o envolvimento de grande número de divisões do exército vermelho e a destruição de grande parte dos aviões soviéticos ainda nas suas bases, antes mesmo que conseguissem levantar vôo.

As tropas do eixo foram divididas em três grupos de exércitos: norte, central e sul. O grupo norte atravessou os países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) e marchou contra Leningrado , que foi atacada ao mesmo tempo pelos finlandeses, mais ao norte. A cidade foi completamente cercada a 8 de setembro de 1941; a partir de então só foi possível abastecê-la pela rota que atravessava o lago Ladoga, constantemente vigiada pelos aviões alemães. O resultado foi uma grave crise de fome, que segundo as estimativas teria vitimado por volta de um milhão de civis. A partir de 20 de novembro de 1941, foi possível estabelecer uma rota segura para Leningrado através do lago congelado, devido à recaptura do eixo ferroviário na cidade de Tikhvin, o que permitiu a evacuação de civis, melhorando a situação da cidade. O cerco de Leningrado só foi completamente levantado em Janeiro de 1944.

O exército central foi o que progrediu mais rapidamente, tendo conquistado completamente a cidade de Minsk a 29 de junho de 1941, operação que resultou na captura de 420 mil soldados do exército vermelho. A ofensiva prosseguiu com o grupo central marchando através da Bielorússia até atingir a cidade de Smolensk, penetrando finalmente no território da Rússia propriamente dita. Aqui o avanço das tropas alemãs foi interrompido pela primeira vez, dada a forte resistência oposta pelas tropas soviéticas, porém a cidade foi conquistada a 16 de julho.

O exército sul prosseguiu mais vagarosamente do que os outros dois, sendo forçado a combater no terreno dos pântanos Pripet, o que reduzia a velocidade dos avanços. Apesar disso, conseguiu empurrar o grupo sul do exército vermelho até a cidade de Kiev, onde seu avanço foi interrompido. Aproveitando-se do fato de que o exército central havia avançado muito mais adiante, os alemães deslocaram boa parte desse segundo grupo de exércitos para o sul, conseguindo assim envolver um enorme grupo de divisões no que ficou conhecido como o bolsão de Kiev. O resultado foi a captura de 700 mil soldados soviéticos, o que resultou praticamente na destruição do grupo sul do exército vermelho. A luta pela captura da capital da Ucrânia prosseguiu até 26 de setembro.

Após esta operação, o grupo sul do exército lançou-se à captura da península da Criméia. Esta operação seria concluída a 30 de outubro, com o cerco da cidade de Sebastopol que, no entanto, só foi capturada em Julho de 1942. A cidade de Odessa, sitiada por tropas romenas desde os primeiros dias da guerra, só foi tomada em setembro. Após capturar o território da Criméia, os alemães voltaram-se para o Cáucaso, chegando a tomar Rostov a 21 de novembro. Entretanto, a cidade foi retomada pelos soviéticos poucos dias depois, a 27 de novembro.

As tropas do exército central uniram-se a várias unidades do grupo norte e iniciaram a operação que tinha por objetivo envolver a cidade de Moscou, a 30 de setembro de 1941. Inicialmente as tropas do eixo prosseguiram com velocidade, capturando Bryansk, Orel e Vyazma, numa batalha em que foram cercados e capturados 650.000 homens, no que seria o último grande envolvimento em 1941. As tropas alemãs continuaram avançando até capturarem a cidade de Tula, a 165 quilômetros da capital russa, que passou a sofrer bombardeamentos aéreos. Entretanto, o avanço do exército alemão foi barrado, e as pinças norte e sul do ataque não puderam se encontrar, fechando o cerco. Apesar das gigantescas perdas que o exército vermelho havia sofrido, os soviéticos conseguiram formar novas divisões de conscritos, trazendo também para o front oeste tropas anteriormente localizadas na região leste do país, repondo suas perdas e conseguindo dar combate aos alemães.

No dia 6 de dezembro, em pleno inverno, começou a contra-ofensiva dos russos, chefiada pelo general Georgy Zhukov. Utilizando equipamentos novos como os tanques T-34 e os morteiros foguetes Katyusha, o exército vermelho conseguiu retomar uma quantidade significativa de território, afastando definitivamente a ameaça que pairava sobre sua capital.

Em 1942, o exército alemão já não se encontrava em condições de tentar uma nova ofensiva contra Moscou, que também seria demasiadamente previsível. A Wehrmacht voltou-se então contra a região do Cáucaso, de grande importância econômica e militar devido a seus recursos petrolíferos (reservas de petróleo soviéticas no Mar Cáspio, industriais e agrícolas. Além disso, a conquista da região permitiria bloquear o rio Volga. A operação de captura do Cáucaso foi chamada de operação Azul e teve início em 28 de junho de 1942. No final do mês de julho os alemães já haviam avançado até a linha do rio Don e começaram os preparativos para o envolvimento da cidade de Stalingrado, defendida pelas tropas do General Chuikov. A cidade sofreu pesados bombardeamentos aéreos.

No fim de Agosto, a cidade foi cercada ao norte e no 1º de setembro as comunições ao sul também foram interrompidas. A partir de então, as tropas que combatiam na cidade só puderam ser abastecidas através do rio Volga, constantemente bombardeado pelos alemães. A batalha pela cidade durou três meses, conhecendo avanços e recuos de ambas as partes, com lutas sangrentas pela conquista de simples casas, prédios ou fábricas. O tipo de terreno resultante das ruínas da cidade arrasada favorecia o combate de infantaria, impedindo a utilização eficiente de tanques. Milhares de civis aprisionados no interior da cidade foram vitimados, principalmente em conseqüência dos bombardeamentos. Em novembro, os alemães haviam alcançado a margem do rio Volga, impedindo o abastecimento das tropas soviéticas.

Em novembro de 1942, os soviéticos iniciaram seu contra-ataque, batizado de Operação Urano, que tinha o objetivo de envolver as divisões alemãs em Stalingrado. Em 19 de novembro, as tropas do general Vatutin, que formavam a pinça norte do ataque, irromperam contra o flanco dos exércitos do Eixo, enquanto ao sul as tropas de Rokossovsky faziam o mesmo. Os alemães foram cercados pelo Exército Vermelho e as tentativas de abastecê-los através de uma ponta aérea não tiveram sucesso. Uma tentativa de romper o cerco foi feita pelas tropas do General Manstein, numa operação chamada de Tempestade de Inverno, porém as tropas cercadas no interior da cidade já estavam sem abastecimento há um bom tempo e não tiveram condições de colaborar com as demais tropas alemãs. Os soviéticos continuavam seu contra-ataque (agora a Operação Saturno), ameaçando envolver os exércitos de Manstein, que foi forçado a abandonar sua tentativa de salvamento e retirar-se. A 2 de fevereiro de 1943, os alemães remanescentes na cidade rendem-se. Mais de 800 mil soldados do eixo, entre alemães, húngaros, romenos e italianos, além de dois milhões de soviéticos, morreram nas operações que envolveram Stalingrado e todo o restante do 6º Exército alemão, comandado pelo Generalfieldmarschall (Marechal-de-Campo)Friedrich Von Paulus, que obedeceu até o fim as ordens de Hitler de não romper o cerco, sendo feito prisioneiro junto com o seu exército. A batalha de Stalingrado dura cinco meses. Dos trezentos mil soldados alemães encurralados no cerco, noventa mil morrem de frio e fome e mais de cem mil são mortos nas três semanas anteriores à rendição. Devido às rigorosas dificuldades do inverno nesse ano, que dificultava a subsistência até da população local, um grande número dos soldados alemães, sem proteção contra o frio nos campos de prisioneiros, não sobreviveu, sendo que poucos retornaram a sua terra natal após a guerra. Após a tomada de Stalingrado, as tropas soviéticas continuaram avançando e em fevereiro de 1943 retomaram Kursk, Kharkov e Rostov, retomando completamente a região do Cáucaso. A 20 de fevereiro, os alemães retomaram Kharkov, formando uma saliência no front soviético em Kursk, o que teria importantes conseqüências nos meses seguintes. Os generais alemães e o próprio Hitler, após a queda de Stalingrado, tinham noção que esse quadro de desestabilização geral estava ocorrendo, e começaram a planejar medidas para reduzir seus efeitos. Muitos oficiais preferiam esperar uma ofensiva soviética e contra-atacar – a “ação de retaguarda” proposta por Manstein – buscando paralisar os russos com contra-ataques locais; outros militares defendiam que uma ofensiva deveria ser desfechada o quanto antes para incapacitar os soviéticos e depois esperar pelos ataques dos aliados ocidentais. Essa tática acabou sendo a escolhida por Hitler, resultando na “Operação Cidadela”, codinome do ataque contra a cidade de Kursk, onde estavam concentradas grandes forças russas que deveriam ser cercadas e destruídas. Foi uma operação perdida desde o início para os alemães, pois os soviéticos tinham superioridade em artilharia, tanques, homens e aviões, o que talvez não fizesse tanta diferença se também não tivessem as informações sobre os planos de ataque alemães – obtidas através da rede de espiões comunistas “Orquestra Vermelha” na Alemanha – e contassem com defesas em profundidade largamente preparadas na região. A culminância dessa malfadada operação foi a Batalha de Kursk, em julho de 1943, onde os alemães sofreram uma grande derrota e foram recuando até saírem da URSS e as forças soviéticas avançando em direção a Alemanha.

Embora o significado das batalhas entre Alemanha e URSS tenha sido enormemente relativizado no mundo capitalista pós-guerra, por conta de questões ideológicas próprias da Guerra Fria (quando não era mais conveniente ressaltar qualidades positivas do antigo aliado soviético...), o chamado fronte oriental foi onde aconteceram as mais ferozes batalhas, com as maiores perdas civis e militares da história, e mostrou excepcionais tenacidade e capacidade de reorganização e aprendizado do Exército Vermelho frente à Wehrmacht. Apesar de imensas perdas humanas e matérias, a URSS foi a única nação da guerra a ser invadida territorialmente pela Werhmacht (então o maior, melhor treinado, mais bem equipado, e mais eficiente exército do mundo, cujos vários feitos em eficiência e versatilidade em campo permancem inigualados até hoje) a ser capaz de se reorganizar, e, sem rendição ou acordos colaboracionistas (como o do “Governo de Vichy”, na França), resistir, combater, e efetivamente rechaçar as forças alemãs para fora de seu território sem tropas externas atuando em seu território (como na recuperação da França, por exemplo, precisou da ajuda maciça de tropas americanas e britânicas), e, mais importante, seguir um curso de vitórias até a capital da Alemanha - terminando, na prática, a guerra: poucos dias depois do suicídio de Hitler na Berlim já completamente ocupada pelo Exército Vermelho, as forças alemãs assinaram sua rendição incondicional.

A reconquista da Europa

Ver artigo principal: Dia D
Desembarque na costa da Normandia

A partir de 1943, os exércitos aliados foram recuperando território passo a passo. Os soviéticos obrigaram os alemães a retroceder e os norte-americanos ocuparam parte da Itália.

A 6 Junho de 1944, no chamado Dia D (D-Day), os Aliados efectuaram um desembarque nas praias da Normandia (Operação Overlord), em que participaram o Exército Britânico (lutando nas praias de Gold e Sword), o Exército Americano (lutando em Omaha e Utah) e o Exército Canadense (lutando em Juno). Os americanos sofreram por volta de duas mil baixas, pois os tanques Sherman, (disfarçados de Chatas pelo Exército Americano para os esconder, e torná-los um fator surpresa) afundaram. Já o Exército britânico não teve muitas baixas em Gold e Sword, pois seus tanques blindados e especializados (em cortar trincheiras e explodir minas) conseguiram ultrapassar. Era o início da Batalha da Normandia. A Wehrmacht, não conseguiu responder ao ataque devidamente, pois o comandante da área (à época, General Erwin Rommel) não estava presente, pois seu carro havia sido bombardeado durante uma viagem à Alemanha e, encontrava-se internado num hospital da Luftwaffe.

A juntar a este facto, a Wehrmacht era naquela zona principalmente constituída por homens recrutados à força, em países invadidos pelos alemães. Especula-se também que, à hora da invasão, Hitler estaria a dormir, e nenhum dos seus subalternos se atreveu a acordá-lo, ou a dar ordem para que as divisões blindadas estacionadas no interior se dirigissem para a costa, a fim de deter a invasão. Outro factor que também atrasou a movimentação das divisões blindadas para a zona costeira foi a sabotagem, principalmente dos caminhos de ferro, por parte da resistência francesa. Na madrugada do dia 6, antes do desembarque, pára-quedistas haviam já saltado atrás das linhas alemãs, embora de forma desorganizada, tendo por isso a maioria destes falhado os locais de aterragem. O objectivo destes pára-quedistas era neutralizar as peças de artilharia alemãs colocadas no interior, que naturalmente iriam bombardear as tropas aliadas assim que estas chegassem às praias.

Após o desembarque na Normandia, seguiu-se a operação Market Garden em Setembro de 1944, que tinha como um dos objectivos libertar os Países Baixos. Esta operação foi superior à Overlord no que respeita ao número de soldados envolvidos (apenas pára-quedistas), mas resultou num enorme fracasso, contando-se cerca de 20 mil mortos, só entre os americanos, e 6500 britânicos foram feitos prisioneiros. O objectivo dos Aliados era conquistar uma série de pontes nos Países Baixos, o que lhes permitiria atravessar o rio Reno.

A derrota do Eixo

Apesar da evidente superioridade militar aliada, as tropas alemãs resistiram durante meses, até que, em Dezembro de 1944, Hitler ordenou uma contra-ofensiva na Bélgica, nas Ardenas. Os exércitos aliados, desgastados devido a problemas logísticos, sustiveram com grande dificuldade o avanço das tropas alemãs. Várias unidades aliadas foram cercadas pelo avanço alemão, privando estes soldados de receberem mantimentos e outros equipamentos, pelo que tiveram de sobreviver a um inverno rigoroso sem roupa adequada e com poucas munições. Eram frequentes as incursões de soldados alemães, disfarçados de soldados americanos, em áreas controladas pelos aliados para causar sérios transtornos, como mudança de caminhos de divisões inteiras, mudanças de placas, implantações de minas, emboscadas. Estes soldados alemães, os primeiros comandos, estavam sob o comando do Oberst (Coronel) Otto Skorzeny, que já libertara Mussolini, entretanto aprisionado em Itália. Finalmente, a ofensiva alemã acabou por fracassar, e o custo em termos militares acabou por fragilizar a posterior defesa do território alemão. Na Itália, foi tomada a abertura ao Reno, com participação de forças francesas, americanas e a Força Expedicionária Brasileira, fato que facilitou o avanço aliado pelo sul.

Arquivo:Ww2 allied axis.gif
Este mapa mostra a batalha entre o Eixo e os Aliados, desde 1939 até 1945: Países de cor azul são os que aderiram aos aliados, de cor preta são os países que fazem parte do Eixo e os que foram dominados pelos alemães ou japoneses, os de vermelho são os territórios que pertencem à União Soviética.

Antes mesmo de findar a guerra, as grandes potências firmaram acordos sobre seu encerramento, além de definirem partilhas, inaugurando novos confrontos com potencial de desencadear uma hecatombe nuclear. O primeiro dos acordos foi a Conferência de Teerã, no Irã, em 1943.

Em Janeiro de 1945, Winston Churchill, Franklin D. Roosevelt e Josef Stalin reúnem-se novamente em Ialta, Ucrânia, já sabendo da inevitabilidade da derrota alemã, para decidir sobre o futuro da Europa pós-guerra. Nesta conferência, fica decidido que todos os países libertados deveriam realizar eleições livres e democráticas - o que não se veio a verificar, nos países controlados pelo Exército Vermelho - e que a Alemanha teria de compensar os países que invadiu. Discutiu-se também a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em bases diferentes das da Liga das Nações. Definiu-se, ademais, a partilha mundial, deixando à União Soviética o predomínio sobre a Europa Oriental, incorporando os territórios alemães a leste e definindo a participação da URSS na rendição do Japão, com a divisão da Coréia em áreas de influência soviética e norte-americana. Assim, lançavam-se as bases para a Guerra Fria.

Entretanto, o avanço das tropas aliadas e soviéticas chegou ao território alemão. Previamente, havia já sido estabelecido o avanço dos dois exércitos, ficando a tomada de Berlim a cargo do Exército Vermelho. Esta decisão, tomada pelas esferas militares, foi encarada com apreensão pela população, pois era conhecido o rasto de pilhagens, execuções e violações (estupro), que os soldados soviéticos deixavam atrás de si, em grande parte como retaliação pela mortes causadas pelos soldados alemães na União Soviética (o país com o maior número de baixas civis e militares de toda a guerra, cerca de 20 milhões). A 30 de Abril de 1945, Adolf Hitler suicidou-se, quando as tropas soviéticas estavam a exatamente dois quarteirões de seu bunker.

A 7 de Maio, o seu sucessor, o almirante Dönitz, assinou a capitulação alemã. A 14 de Agosto de 1945, o general Tojo do Japão rendeu-se incondicionalmente.

A guerra no Pacífico

Pilotos kamikaze japoneses levaram a cabo corajosas missões suicidas contra os navios de guerra inimigos - em especial à armada dos Estados Unidos - inspirados pelas ideias do xintoísmo nacional. Estas missões suicidas levadas a cabo eram muito eficazes.

Por volta de 1940, o Japão, tinha já ocupado vários territórios no Pacífico, e tentava agora aumentar a sua influência no Sudoeste Asiático e no Pacífico.

A Junho de 1941, o Japão, invade a Indochina. O governo dos Estados Unidos da América, indignado, impõe sanções económicas ao Japão. Como represália, a 7 de Dezembro de 1941, a aviação japonesa atacou Pearl Harbor, a maior base norte-americana do Pacífico. Em apenas duas horas, os pilotos japoneses conseguiram inutilizar todos os navios ancorados no porto. cinco navios de guerra e outros 15 foram afundados ou destruidos.

No dia seguinte os EUA declaram guerra ao Japão, dando início à guerra do Pacífico.

Apenas duas horas após o ataque que deu início oficial à guerra do Pacífico, o ataque a Pearl Harbor, os japoneses iniciaram a invasão de vários territórios da Ásia e do Pacífico. Em Abril de 1942, o Japão, tinha já conquistado esses vastos territórios; controlando Hong Kong, a Malásia, Singapura — a qual a Grã-Bretanha abandonou a 15 de Fevereiro de 1942, a Indonésia, as Filipinas, a Birmânia e outras ilhas no Pacífico.

O sucesso dos japoneses, devia-se à utilização de um pequeno número de tropas, mas altamente treinadas e protegidas por uma força aérea. Todos os seus conflitos durante a Campanha do Sul foram combatidas por algumas divisões apenas, praticamente sem tanques ou armas sofisticadas.

O fim da guerra

Ver artigo principal: Hiroshima e Nagasaki
Nuvem em formato de cogumelo resultado da explosão nuclear sobre Nagasaki em 9 de agosto de 1945, que subiu 18 km

Já em 1944 a guerra na Ásia começava a progredir devagar, já não mantendo o ritmo inicial da guerra. Em Março de 1944, as forças japonesas ocuparam a Birmânia e deram início a um ataque contra a Índia, mas acabaram por ser derrotadas em Impanhal. No Norte da China, as forças japonesas, começaram a enfrentar as forças comunistas de Mao Zedong. A Guerra Sino-Japonesa, que mobilizava mais de um milhão de homens, gastava mais recursos que a Campanha do Sul. Em 1944, depois de lançada a última ofensiva em Ichi Go, o Império japonês, tomou grande parte do Sul da China Central, estabelecendo uma ligação terrestre com a Indochina.

A quando a vitória japonesa na China, as forças Aliadas do Pacífico haviam chegado perto do arquipélago nipónico. Em 1945, a captura das ilhas de Iwo Jima (em Fevereiro) e Okinawa (em Abril), pelos Aliados, trouxeram o Japão para dentro do alcance de ataques aéreos e navais, começando assim os bombardeamentos a fábricas e instalações militares na ilha principal. Esses bombardeamentos, executados por bombardeiros norte-americanos B-29 entre Março e Junho, acabaram por destruir 58 cidades japonesas, matando mais de 393 000 civis.

Em inícios de Agosto o Imperador Hirohito, verificando as elevadas perdas nos últimos conflitos, autorizou que o embaixador japonês na União Soviética contactasse Estaline para apresentar uma rendição do Japão. Estaline recebeu a mensagem algumas horas antes da conferência dos Aliados na Alemanha, apresentando assim a rendição japonesa a Harry Truman. Os Aliados pediam ao Japão uma rendição incondicional, contudo o Japão decidiu não responder devido aos termos de rendição dos Aliados não especificarem o futuro do Imperador — visto como um deus para o povo japonês — tal como o sistema imperial. Harry Truman, após a sua chegada à conferência, recebeu uma mensagem que indicava que o teste da bomba atómica "Trinity" tinha sido bem sucedido; decidido a ganhar a guerra utilizando o projecto Manhattan deu indicações a Estaline para ignorar a mensagem japonesa e Estaline também com a idéia de ganhar territórios no Pacífico, ilhas conquistadas pelo Japão, concordou com Truman.

A 6 de Agosto, a bomba atómica "Little Boy", foi lançada sobre Hiroshima do B-29 "Enola Gay", pelo "esquadrão Atómico", contudo esta bomba não teve o efeito esperado, não tendo qualquer reacção no Imperador Hirohito e do Gabinete de Guerra japonês. Muito do povo japonês desconhecia ainda o ataque a Hiroshima, pois as estações de rádio e jornais não relataram nada sobre o ataque, apenas sobre um novo tipo de bomba desenvolvido.

Arquivo:WW2 Japonese Surrender USS-Missouri.jpg
Diplomata japonês assina a rendição a bordo do couraçado USS Missouri.

A 8 de Agosto de 1945 a União Soviética declarou guerra ao Japão, como tinha concordado na conferência, e lançou uma invasão (Operação Tempestade de Agosto, August Storm) em grande escala à Manchúria, que se encontrava ocupada pelo Japão — tal invasão é reconhecida pelos japoneses como o que teve mais efeito para o fim da guerra.

Truman decidiu não esperar por uma resposta do Japão, ordenando assim o lançamento de uma segunda bomba atómica, a "Fat Man" que foi lançada pelo B-29 "Bock's Car" sobre Nagasaki a 9 de Agosto.

A 14 de Agosto o Japão rende-se incondicionalmente, após aquelas cidades terem sido atingidas pelos engenhos nucleares, que causaram cerca de 300 mil mortos instantaneamente, e um número indeterminado de vítimas posteriormente, devido à contaminação pela radiação. As chefias militares norte-americanas justificaram esta acção afirmando que uma invasão do Japão teria custos elevados em termos de vidas de soldados americanos.

O Japão assinou a rendição a bordo do USS Missouri, na baía de Tóquio, no dia 15 de Agosto, sendo celebrada a vitória nesse dia, conhecido como Dia V-J.

Brasil na Guerra

Ver artigo principal: FEB na segunda guerra mundial
Arquivo:FEB Monte Castelo01.jpg
Soldados brasileiros após a batalha de Monte Castelo di Vibio, Itália no dia (ou pouco depois de) 22 de Fevereiro de 1945.

Embora estivesse sendo comandado por uma ditadura de direita (o Estado novo getulista), o Brasil acabou participando da Guerra, junto aos Aliados (junto às nações democráticas). O motivo foi que em Fevereiro de 1942, submarinos supostamente alemães iniciaram o torpedeamento de embarcações brasileiras no oceano Atlântico. Em apenas cinco dias, seis navios foram a pique.

Durante 239 dias, entre Setembro de 1944 e Maio de 1945, 25445 soldados e oficiais brasileiros combateram na Itália. Tais confrontos resultaram em 456 mortos e 2722 feridos. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) capturou 14779 soldados inimigos, oitenta canhões, 1500 viaturas e 4 mil cavalos, saindo vitoriosa em oito batalhas.

A participação do Brasil na guerra contribuiu para o fim do regime do Estado Novo, já que não fazia sentido um país combater dois regimes ditatoriais e viver sob um, como foi denunciado pelo Manifesto dos Mineiros de 1943.

Em troca do apoio brasileiro, Roosevelt financiou a construção de uma gigantesca siderúrgica, a CSN (Compania Siderúrgica Nacional), para incentivar a economia brasileira e fornecer aço à frente aliada (porém o término da siderúrgica só aconteceu em 1946). Além disso, foi instalada uma base militar no Rio Grande do Norte, encarregada de treinamento militar e produção de armamentos. Essa base, de tão importante que foi para o sucesso no desembarque na Normândia, foi apelidada na época de "Trampolim da Vitória", devido ao grande "salto" que ela proporcionou para a frente aliada.

Por mais que, comparada a atuação de potências como a URSS, os EUA e a Inglaterra, a atuação do Brasil tenha sido pequena, devemos considerar o enorme auxílio da FEB, da produção de aço e do "trampolim da vitória", que foram de grande importância no resultado geral. Além do que, se as relações internacionais continuassem da maneira que estavam, Getúlio Vargas provavelmente se aliaria a Hitler e este, com uma base na América, conseguiria pelo menos adiar muito o fim da guerra, se não vencê-la.

Portugal na Guerra

Durante a Segunda Grande Guerra, Portugal era governado sobre uma ditadura de direita, designada por Estado Novo e chefiado por Salazar. Oficialmente Portugal declarou em 1939 a neutralidade, apesar da Aliança Luso-Britânica de 1373, sendo mantido o estado de neutralidade até ao final das hostilidades.

O Estado Português, em Março de 1939, assina um Tratado de Amizade e Não Agressão com a Espanha nacionalista, representada pela Junta de Burgos e pelo Nuevo Estado dirigido por Franco, recusando o convite do embaixador italiano, em Abril do mesmo ano, para aderir ao Pacto Anti-Komintern, aliança da Alemanha, Itália e Japão contra a ameaça comunista.

Em Agosto de 1939, a Grã-Bretanha assina um acordo de cooperação militar com Portugal, aceitando apoiar directamente o esforço de rearmamento e modernização das forças armadas portuguesas. Todavia, o acordo só começará a ser cumprido a partir de Setembro de 1943.

O embaixador Aristides de Sousa Mendes em França (1939-1940) ajudou dezenas de milhares de refugiados, nomeadamente judeus a fugir via Lisboa, para os Estados Unidos, emitindo vistos à revelia do Governo de Salazar. Após a queda da França em Julho de 1940, foi detido em Lisboa, e proibido de exercer Advocacia, nunca foi perdoado por Salazar. Em 1966, Israel dá-lhe o título de "Justo entre as nações". Após a revolução de Abril foi-lhe atribuída a título póstumo a Ordem da Liberdade em 1987, e a Cruz de Mérito em 1998.

No dia 29 de Junho de 1940, Espanha e Portugal assinam um protocolo adicional ao Tratado de Amizade e Não Agressão.

Em 1941, o Japão invade Timor-Leste, e ocupa as ilhas de Lapa, Dom João e Montanha pertencentes ao território de Macau, exercendo fortes influências, e pressões sobre o território. Macau chegaria a ser bombardeado alegadamente por erro pelos aliados. Os territórios voltariam após o fim da guerra à soberania portuguesa.

Com o virar da guerra, Portugal assina um Acordo Luso-Britânico, em Agosto de 1943, concedendo à Grã-Bretanha, a base das Lajes nos Açores, e em 1944 aos Estados Unidos até actualmente.

Comercialmente, Portugal exportava produtos para os países em conflito, como açúcar, tabaco, e tungsténio. O tungsténio cujo preço subiu em flecha desde o início das exportações, sendo que para a Alemanha, a exportação foi interrompida em 1944 por imposição dos Aliados. Até ao final da guerra as exportações para a Alemanha foram pagas com ouro canalizado via Suiça.

Com o final da guerra, o governo de Salazar decretou luto oficial de três dias pela morte de Hitler aquando da sua morte, em 1945. Salazar iniciou então uma série de reformas políticas de fachada após a derrota das ditaduras, para se manter no poder.

Tecnologias

A tecnologia bélica evoluiu rapidamente durante a Segunda Guerra Mundial e sendo crucial para determinar o rumo da guerra. Algumas das principais tecnologias foram usadas pela primeira vez, como as bomba nucleares, radar, fuzil mais rápido, misséis balísticos, e processadores analógicos de dados (computadores primitivos). Enormes avanços foram feitos em aeronaves, navios, submarinos e tanques. Muitos dos modelos usados no início da guerra se tornaram obsoletos quando a guerra acabou. Um novo tipo de navio foi adicionado aos avanços: navio de desembarque anfíbio (usado no Dia D).

Consequências da Segunda Guerra Mundial

Materiais

Os Aliados determinaram pagamentos de guerra às nações derrotadas para a reconstrução e indemnização dos países vencedores, assinado no Tratado de Paz de Paris. A Hungria, Finlândia e Romênia foi ordenado o pagamento de 300 milhões de dólares (valor baseado no valor do dólar em 1938) para a União Soviética. A Itália foi obrigada a pagar o correspondente a 360 milhões de dólares de indenizações cobrado pela Grécia, Iugoslávia e União Soviética. No fim da guerra cerca de 70% da infra-estrutura européia estava destruída. Os países membros do Eixo tiveram que indenizar os países Aliados em mais de 2 bilhões de dólares. Com a derrota do Eixo, a Alemanha teve todos os recursos financeiros e materiais transferidos para os Estados Unidos e a União Soviética, além de ter todas as indústrias desmanteladas para evitar um novo rearmamento como forma de vingança.

Prisioneiros de guerra

Ver artigo principal: Gulag e campos de concentração
Arquivo:Belomorkanal.png
Prisioneiros de guerra do Gulag, na construção do campo de trabalho forçado de Belomorkanal

Com a derrota e posterior separação da Alemanha, cerca de 3 mil civis alemães viraram prisioneiros de guerra tendo que trabalhar em campos de trabalhos forçados no Gulag, na Rússia. Apenas em 1950, os civis poderam ter a sua liberdade e voltar para a Alemanha. Muitos dos prisioneiros de guerra alemão e italiano foram trabalhar na reconstrução da Grã-Bretanha e da França. Cerca de 100 mil prisioneiros foram enviados para a Grã-Bretanha e cerca de 700 mil para a França. além disso, os milhares de soldados presos pelos soviéticos continuaram em cativeiro, diferentemente dos prisioneiros pelos aliados, que foram libertados entre 1945 e 1948. No início dos anos 50, alguns prisioneiros alemães foram libertados pelos russos, mas somente em 1955, após a visita de Konrad Adenauer à URSS é que o restante dos prisioneiros ainda vivos foram libertados e retornaram a sua terra natal após até 14 anos de cativeiro. Todas as pesquisas e patentes dos prisioneiros alemães foram apropriadas pelo governo americano, como sendo patentes e inventos americanos.

Perdas humanas. O Holocausto

Ver artigo principal: Holocausto
Campo de concentração de Buchenwald. Fotografia tirada no dia da libertação do campo pelas tropas aliadas em Abril de 1945.

Avalia-se em 50 ou 60 milhões o número de pessoas que morreram em consequência da guerra. As perdas foram superiores na Europa Oriental: estimam-se 17 milhões de mortes civis e 12 milhões de mortes militares para a União Soviética, 6 a 7 milhões para a Polónia (primariamente civis), enquanto que na França o número rondaria os 600 000.

O Holocausto comandado pelas autoridades nazis, como parte da "solução final" para o "problema judeu", levaria ao genocídio de cerca de seis milhões de judeus nos campos de concentração, para além de outras pessoas consideradas indesejáveis, como membros da etnia cigana, eslavos, homossexuais, portadores de deficiência, Testemunhas de Jeová e dissidentes políticos. Milhares de judeus eram usados como cobaias em diversas experiências, o que acarretou a propagação de doenças como tifo e tuberculose. Após a guerra cresceram as pressões sobre a Grã-Bretanha para o estabelecimento de um estado judaico na Palestina; a fundação do estado de Israel em 1948 resolveria a questão dos judeus sobreviventes na Europa, já que parte considerável deles migrou para o novo estado.

Territoriais

Divisão da Alemanha pelas quatro potências vencedoras (1945-1949)

As transformações territoriais provocadas pela Segunda Guerra começaram a ser delineadas pouco antes do fim desta. A Conferência de Ialta (4-12 de Fevereiro de 1945) teria como resultado a partilha entre os Estados Unidos e a União Soviética de zonas de influência na Europa. Alguns meses depois a Conferência de Potsdam, realizada já com a derrota da Alemanha, consagra a divisão deste país em quatro zonas administradas pelas potências vencedoras. No lado Oriental, ficaria a administração sob incumbência da União Soviética e, no lado Ocidental, a administração ficaria sob incumbência dos Estados Unidos, França e Inglaterra, tendo estas duas últimas desistido da incumbência.

A Itália perderia todas as suas colónias; a Ístria acabaria por ser integrada na Jugoslávia, tendo também sofrido pequenas alterações fronteiriças a favor da França.

O território da nação polaca desloca-se para oeste, integrando províncias alemãs (Pomerânia, Brandemburgo, Silésia), colocando a sua fronteira ocidental até aos cursos do Oder e do Neisse. A URSS progrediu igualmente para oeste, graças principalmente à reversão das perdas territoriais sofridas pelo Pacto de Brest-Litovsk: houve a criação da República Socialista Soviétida da Bielorússia (numa área de maioria étnica bielorussa, mas que havia sido concedida à Polônia), e também a ampliação da Ucrânia, que também havia perdido território, duas décadas antes, para a Polônia.

O Japão teve que abandonar, de acordo com o estabelecido no acordo de paz de 1951 com os Estados Unidos, a Manchúria e a Coreia, além dos territórios que havia conquistado durante o conflito. Nos anos 70, os Estados Unidos devolvem Okinawa ao Japão.

Políticas

Ver artigo principal: ONU
Instalações da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York. A fundação da ONU foi uma das consequências da guerra.

No plano das relações internacionais, o fracasso da Sociedade das Nações em evitar a guerra levaria à criação de uma nova instituição, a Organização das Nações Unidas. Fundada em Junho de 1945, apresentou como objectivos assegurar a paz e a cooperação internacional. Uma das razões apontadas para o fracasso da Liga das Nações foi a igualdade entre países pequenos e grandes, que bloqueava o processo de tomada de decisões. A ONU vai distinguir na sua organização interna cinco grandes países, tidos como detentores de maiores responsabilidades, e os restantes; estes cinco países possuem assento permanente no Conselho de Segurança, principal órgão da ONU, onde possuem direito de veto. Os outros membros do Conselho de Segurança são seis países eleitos rotativamente.

As principais potências imperialistas (França e Inglaterra) saíram da Guerra completamente arrasadas, tornado insustentável a manutenção de seus vastos territórios coloniais. Foi durante essa época que iniciou-se o movimento de descolonização afro-asiática.

A Segunda Guerra Mundial provocou igualmente o fim da hegemonia mundial da Europa e a ascenção de duas superpotências, os Estados Unidos da América e a União Soviética, que seriam os protagonistas da cena internacional durante o período conhecido como a Guerra Fria.

Bibliografia

1989, Portugal na segunda Guerra Mundial, Publicações Dom Quixote, Lisboa

Documentários

  • The World at War (em inglês)
  • Hitler's Plan to Bomb N.Y. (em inglês)
  • Tales Of The Gun: US Guns of WWII (em inglês)
  • Tales Of The Gun: German Small Arms Of WWII (em inglês)
  • Tales Of The Gun: Japanese Guns of WWII (em inglês)
  • Hollywood and the Holocaust (HBO) (em inglês)
  • Senta a Pua! (em português)

Filmes

Título Realização Ano
Roma cidade aberta (Roma città aperta) Roberto Rosselini 1945
Inferno No. 17 (Stalag 17) Billy Wilder 1953
Os Canhões de Navarone (The Guns of Navarone) J. Lee Thompson 1961
O Mais Longo dos Dias (The Longest Day) Ken Annakin, Andrew Marton, Bernhard Wicki e Darryl F. Zanuck 1962
Morituri Bernhard Wicki 1965
The Dirty Dozen Robert Aldrich 1967
Tora! Tora! Tora! Richard Fleischer, Kinji Fukasaku, Toshio Masuda 1970
A Batalha de Midway (Midway) Charlton Heston e Henry Fonda - Universal Studios 1976
A Escolha de Sofia (Sophie's Choice) Alan J. Pakula 1982
O Império do Sol (Empire of the Sun) Steven Spielberg 1987
Memphis Belle Michael Caton-Jones 1990
A Lista de Schindler (Schindler's List) Steven Spielberg 1993
Stalingrado - A Batalha Final (Stalingrad) Joseph Vilsmaier 1993
A Vida é Bela (La Vita è Bella) Roberto Benigni 1997
Além da Linha Vermelha (The Thin Red Line) Terrence Malick 1998
O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan) Steven Spielberg 1998
Inferno na Floresta (When Trumpets Fade) John Irwin 1998
Anne Frank Jon Blair 2001
Círculo de Fogo (Enemy at the Gates) Jean-Jacques Annaud 2001
O Bandolim do Capitão Corelli (Captain Corelli's Mandolin) John Madden 2001
Pearl Harbor Michael Bay 2001
A Guerra de Hart (Hart's War) Gregory Hoblit 2002
Códigos de Guerra (Windtalkers) John Woo 2002
O Pianista (The Pianist) Roman Polanski 2002
Olga (filme) Jayme Monjardim e Camila Morgado 2004
A Queda - As Últimas Horas de Hitler Oliver Hirschbiegel 2004
A Conquista da Honra (Flags of our Fathers) Clint Eastwood 2006
Cartas de Iwo Jima (Letters from Iwo Jima) Clint Eastwood 2006

Séries de TV

Jornais

Jogos

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