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Jugoslávia

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A Jugoslávia (português europeu) ou Iugoslávia (português brasileiro) foi um país que existiu na região dos Bálcãs na Europa durante a maior parte do século XX. Surgiu após a Primeira Guerra Mundial, em 1918,[1] sob o nome de Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos através da fusão do provisório Estado dos Eslovenos, Croatas e Sérvios (ele próprio formado por territórios do antigo Império Austro-Húngaro) com o Reino da Sérvia, anteriormente independente. A casa real sérvia de Karađorđević tornou-se a dinastia real iugoslava. A Iugoslávia ganhou reconhecimento internacional em 13 de julho de 1922 na Conferência dos Embaixadores em Paris.[2] O país recebeu o nome dos povos eslavos meridionais e constituiu a sua primeira união, após séculos em que tais territórios tinham sido parte do Império Otomano e da Áustria-Hungria.

Renomeado para Reino da Iugoslávia em 3 de outubro de 1929, o país foi invadido pelas Potências do Eixo em 6 de abril de 1941. Em 1943, uma Iugoslávia democrática e federal é proclamada pela resistência de partisan. Em 1944, o rei o reconheceu como o governo legítimo da nação, mas em novembro de 1945 a monarquia foi abolida. A Iugoslávia foi renomeada para República Popular Federativa da Iugoslávia em 1946, quando um governo comunista foi estabelecido. O país adquiriu os territórios de Istria, de Rijeka e de Zadar da Itália. O líder partidário Josip Broz Tito governou o país como presidente até sua morte em 1980. Em 1963, o país foi rebatizado novamente para República Socialista Federal da Iugoslávia (RSFI).

As seis repúblicas socialistas que constituíram o país eram a RS da Bósnia e Herzegovina, RS da Croácia, RS da Macedônia, RS de Montenegro, RS da Eslovênia e a RS da Sérvia. A Sérvia continha ainda duas províncias socialistas autônomas, Vojvodina e Kosovo, que depois de 1974 eram em grande parte iguais aos outros membros da federação.[3][4] Depois de uma crise econômica e política na década de 1980 e do surgimento do nacionalismo, a Iugoslávia foi desintegrada ao longo das fronteiras de suas repúblicas, inicialmente em cinco países, levando à Guerra da Iugoslávia.

Depois da dissolução, as repúblicas da Sérvia e Montenegro formaram uma federação reduzida, a República Federal da Iugoslávia (RFI), que aspirava ao estatuto de único sucessor legal da RFSI, mas essas reivindicações eram negadas pelas outras ex-repúblicas. Finalmente a Sérvia e Montenegro aceitaram a opinião do Comitê de Arbitragem de Badinter sobre a sucessão compartilhada.[5] A própria Sérvia e Montenegro se separaram em 2006 e tornaram-se Estados independentes, enquanto o Kosovo proclamou a sua independência em 2008.

História

Ver artigo principal: História da Iugoslávia

Reino

Ver artigo principal: Reino da Iugoslávia

O primeiro Estado propriamente iugoslavo foi formado em 1918, o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, que passou a chamar-se Reino da Jugoslávia em 1929, existindo sob esta denominação até ser invadido em 1941 pelas potências do Eixo, com a emergência da Segunda Guerra Mundial.[carece de fontes?]

Durante a guerra, a Iugoslávia foi libertada do domínio nazi-fascista pelos chamados Partisans, liderados pelo guerrilheiro comunista Josip Broz Tito, que se tornaria o líder de uma nova Iugoslávia, desta vez um Estado comunista com o nome de "República Popular Federal da Iugoslávia". Em 7 de abril de 1963, o país passaria a se chamar República Socialista Federativa da Iugoslávia. O Estado existiu desta forma até 1992, quando quatro das seis repúblicas que a compunham — Eslovénia, Croácia, Macedônia (atual Macedônia do Norte) e Bósnia e Herzegovina — deixaram a federação para formar novos estados completamente independentes.[carece de fontes?]

As repúblicas remanescentes — Sérvia e Montenegro — formariam a República Federal da Iugoslávia. Em 2003, o nome Iugoslávia foi oficialmente abolido quando o Estado foi transformado numa comunidade pouco sólida chamada Sérvia e Montenegro. Em 21 de maio de 2006, realizou-se um referendo para determinar a vontade do povo acerca da independência de Montenegro. Os resultados indicaram que 55.5% dos eleitores haviam escolhido a independência, pouco mais que os 55% requeridos pelo referendo. Em 3 de junho de 2006, o parlamento montenegrino declarou oficialmente a independência do novo país. Já em 17 de fevereiro de 2008, o parlamento de Kosovo aprovou, unilateralmente, a declaração da independência da província feita pelo primeiro-ministro Hashim Thaçi durante uma sessão especial na capital, Pristina. A sessão contou com a presença de 104 parlamentares.[carece de fontes?]

Segunda Guerra Mundial

Partisan Stjepan Filipović grita "Morte ao fascismo, liberdade ao povo!" pouco antes de sua execução

Predefinição:Vertambém A Sérvia estava sob domínio do Império Otomano desde 1463. Foi submetida ao domínio turco até 1830, quando começou a ter autonomia, e só em 1882 foi declarada independente com ajuda dos países da Europa. Em 1912 e 1913, Sérvia e Montenegro uniram-se em lutas contra os turcos, e juntos conseguiram territórios. Em 1914, ocorreu o assassinato de Sarajevo, que foi o estopim para a Primeira Guerra Mundial, quando o Império Austro-Húngaro, aliado da Alemanha e com o apoio do Império Otomano, que eram conhecidos como Tríplice Aliança, declarou guerra aos sérvios, que eram aliados do Império Russo, França e Reino Unido, em uma coligação conhecida como Tríplice Entente.[carece de fontes?]

Com a vitória da Tríplice Entente, foi fundado o Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos, que era a união dos territórios eslavos do sul: Sérvia, com Voivodina e Kosovo; Montenegro; Croácia, com Dalmácia e Eslavônia; Bósnia - Herzegovina; Macedônia; Eslovênia.[carece de fontes?]

Em todas estas regiões, os povos eram eslavos, falavam línguas eslavas, com predominância do servo-croata, porém com religiões diferentes. Os sérvios representavam a maior parte da população, com maioria na Sérvia e minorias nas demais regiões do reino. Em 1929, o rei Alexandre mudou o nome do país para Reino da Jugoslávia, que significa "terra dos eslavos do sul".[carece de fontes?]

De 1941 a 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, italianos e alemães ocuparam a Jugoslávia, e Hitler e Mussolini impuseram regimes fascistas que resultaram em matanças e atrocidades. Assim surgiram movimentos de resistência, nos quais os Partisans — guerrilheiros comunistas liderados pelo croata Josip Broz Tito — e soldados monarquistas conhecidos como chetniks lutaram contra a ocupação e conseguiram se libertar sem a ajuda do Exército Vermelho da União Soviética.[carece de fontes?]

República Socialista Federativa

Com a vitória política, Tito estabeleceu a República Socialista Federativa da Jugoslávia, que agrupava seis repúblicas: Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro e Macedônia. Ele criou também um sistema rotativo para o governo, que para evitar a insatisfação de qualquer uma das repúblicas, consistia na indicação do presidente por parte de cada uma das repúblicas. O regime iugoslavo sob Tito ficou conhecido como Titoísmo.[carece de fontes?]

Uma anedota que sintetizava o sistema político-étnico da Jugoslávia sob Tito era: "Seis repúblicas, cinco etnias, quatro línguas, três religiões, dois alfabetos e um Partido". Tito seguiu uma linha de independência em relação às orientações de Moscovo, enfurecendo as autoridades soviéticas. Em 1948, os dois países romperam oficialmente, e a Jugoslávia foi expulsa do Comintern, dando início ao período conhecido como Informbiro nos Bálcãs. Durante a Guerra Fria, a Jugoslávia procurou ser neutra e não se alinhou a nenhum dos lados, apesar de ter um governo socialista. Ela foi uma das nações fundadoras do Movimento dos Países Não Alinhados, encaixando-se no grupo do chamado Terceiro Mundo.[carece de fontes?]

Com a desestalinização, Nikita Khruschov restaurou e normalizou as relações entre os dois países, mas os iugoslavos mantiveram sua autonomia geopolítica. Isso permitiu a Tito liderar o Movimento Não Alinhado, que se tornou uma força expressiva no Terceiro Mundo da década de 1950 até os anos 1980.[carece de fontes?]

Predefinição:Repúblicas da Iugoslávia

Desintegração

Ver artigo principal: Desintegração da Iugoslávia
O processo de cisão da Jugoslávia.
  Sérvia (desde 2006)
  Croácia (desde 1991)
  Eslovénia (desde 1991)
  Macedônia (desde 1991)
  República Sérvia (desde 1992)
  Herzeg-Bósnia (1992-1994)
  Bósnia e Herzegovina (desde 1998)
  Montenegro (desde 2006)
  Kosovo (independência não reconhecida desde 2008)

As repúblicas que formavam a antiga Iugoslávia começaram a demonstrar um desejo de maior autonomia, fim do partido único e a instalação de uma democracia. Em junho de 1991, Eslovênia e Croácia declararam independência e fizeram eleições presidenciais. Em 18 de setembro, seguindo o exemplo desses países, a Macedônia (atual Macedônia do Norte) também declarou sua independência. Quase um mês depois, em 15 de outubro, a Bósnia e Herzegovina fez o mesmo, mas, neste último caso, ocorreu um grave conflito.[1]

O governo da Bósnia foi entregue a um governante muçulmano, enquanto que um 1/3 da população do país era cristã-ortodoxa. A Organização das Nações Unidas tentou intervir, mas de nada adiantou. O conflito só teve fim em 1995, quando os Estados Unidos intervieram, exigindo que Milosevic desse um fim ao maior conflito étnico-religioso ocorrido na região, com mais de 250 mil mortos.[2]

No ano de 1992, a União Europeia reconheceu todas as nações como independentes. No restante da Iugoslávia, através de um plebiscito, foi decidido que o país passaria a se chamar República Federal da Iugoslávia. Na província do Kosovo, aproximadamente 90% da população era albanesa, e 10% era sérvia. Em 1998, os albaneses do Kosovo fizeram um movimento para que fossem separados da Iugoslávia, mas o exército reagiu violentamente. A Organização do Tratado do Atlântico Norte pressionou Milosevic para pôr fim aos ataques. Por 78 dias, a OTAN, liderada pelos Estados Unidos, lançou ataques que causaram muita destruição. Milosevic foi submetido a julgamento em tribunal internacional. Por essa altura, toda a região estava com uma difícil situação econômica e Kosovo passou a ser administrado pela ONU.[3]

De toda a Iugoslávia, só restaram Sérvia e Montenegro, que em 2003 fundaram o Estado da Sérvia e Montenegro. Em 21 de maio de 2006, um plebiscito, no qual 55,5% dos montenegrinos expressaram o desejo de separação. Em 3 de junho de 2006, Montenegro declarou-se independente, e com isso a Iugoslávia foi formal e definitivamente extinta. Dois dias após a independência de Montenegro, a Sérvia declarou-se também independente.[4][5]

Países sucessores

Após ser dividida em 1991, a antiga Jugoslávia deu origem aos seguintes Estados:

Linha do tempo:

Ver também

Referências

  1. Spencer Tucker. Encyclopedia of World War I: A Political, Social, and Military History. Santa Barbara, California, USA: ABC-CLIO, 2005. Pp. 1189.
  2. «orderofdanilo.org». Consultado em 27 de novembro de 2016. Arquivado do original em 16 de maio de 2009 
  3. Huntington, Samuel P. (1996). The clash of civilizations and the remaking of world order. [S.l.]: Simon & Schuster. p. 260. ISBN 0-684-84441-9 
  4. «History, bloody history». BBC News. 24 de março de 1999. Consultado em 29 de dezembro de 2010 
  5. «FR Yugoslavia Investment Profile 2001» (PDF). EBRD Country Promotion Programme. p. 3. Consultado em 27 de novembro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 28 de setembro de 2011 

Ligações externas

Predefinição:Grupos étnicos eslavos

Predefinição:Authority control

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