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Bíblia: mudanças entre as edições

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{{Principal|Autores da Bíblia|Inspiração (teologia)}}
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A Bíblia é um conjunto de muitos livros que foram sendo compilados ao longo de muitos séculos até chegarem à forma canônica conhecida hoje. Há um consenso entre os historiadores que suas origens remontam a cantos, tradições, leis, profecias, poesias, doutrinas, histórias e outras narrativas que em sua origem eram transmitidas oralmente, e que começaram a ser postas por escrito no início do primeiro milênio a.C., num processo que continuou por mais de mil anos. Esses textos, cuja autoria é em sua maciça maioria desconhecida, refletiam uma larga variedade de contextos sociais, culturais, econômicos, políticos e religiosos. Nenhum dos textos originais sobreviveu, e os mais antigos manuscritos conhecidos datam de séculos depois que os textos foram primeiro postos por escrito. Existem muitas versões diferentes dos textos mais antigos, resultado de um longo processo de revisões realizadas por muitos escribas diferentes, que envolviam supressões, correções e acréscimos de variadas passagens.<ref>Riches, pp. 9-18</ref><ref name="Hayes">Hayes, Christine Elizabeth. ''Introduction to the Bible''. Yale University Press, 2012, cap. I</ref><ref name="Carr">Carr, David McLain. ''An introduction to the Old Testament: sacred texts and imperial contexts of the Hebrew Bible''.  Wiley-Blackwell, 2010, pp. 17; 250</ref><ref name="Gravett">Gravett, Sandra L. et al. ''An introduction to the Hebrew Bible: a thematic approach''. Westminster John Knox Press, 2008, pp. 41-54</ref><ref>Harris, Stephen L. & Platzner, Robert Leonard. ''The Old Testament: an introduction to the Hebrew Bible''. McGraw-Hill Higher Education, 2008, 2ª ed., pp. 21-22</ref>  
A Bíblia é um conjunto de muitos livros que foram sendo compilados ao longo de muitos séculos até chegarem à forma canônica conhecida hoje. Há um consenso entre os historiadores que suas origens remontam a cantos, tradições, leis, profecias, poesias, doutrinas, histórias e outras narrativas transmitidas oralmente, e que começaram a ser postas por escrito no início do primeiro milênio a.C., num processo que continuou por mais de mil anos. Esses textos, cuja autoria é em sua maciça maioria desconhecida, refletiam uma larga variedade de contextos sociais, culturais, econômicos, políticos e religiosos. Nenhum dos textos originais sobreviveu, e os mais antigos manuscritos conhecidos datam de séculos depois que os textos foram primeiro postos por escrito. Existem muitas versões diferentes dos textos mais antigos, resultado de um longo processo de revisão e edição realizado por muitos escribas diferentes, que envolviam supressões, correções e acréscimos de variadas passagens.<ref>Riches, pp. 9-18</ref><ref name="Hayes">Hayes, Christine Elizabeth. ''Introduction to the Bible''. Yale University Press, 2012, cap. I</ref><ref name="Carr">Carr, David McLain. ''An introduction to the Old Testament: sacred texts and imperial contexts of the Hebrew Bible''.  Wiley-Blackwell, 2010, pp. 17; 250</ref><ref name="Gravett">Gravett, Sandra L. et al. ''An introduction to the Hebrew Bible: a thematic approach''. Westminster John Knox Press, 2008, pp. 41-54</ref><ref>Harris, Stephen L. & Platzner, Robert Leonard. ''The Old Testament: an introduction to the Hebrew Bible''. McGraw-Hill Higher Education, 2008, 2ª ed., pp. 21-22</ref>  


As versões mais antigas conhecidas dos livros do [[Velho Testamento]] não indicam quem foram seus autores. A autoria que se tornou tradicional (por exemplo, o [[Pentateuco]] como escrito por [[Moisés]], o [[Livro de Josué]] por [[Josué]], os livros dos profetas pelos profetas homônimos, etc) só se fixou tardiamente como produto de atribuição, principalmente porque esses textos passaram a ser considerados sagrados. Em função deste caráter sublime, pareceu natural e mesmo necessário para os antigos atribuir a autoria a líderes [[Inspiração (teologia)|divinamente inspirados]], consolidando a tradição, iniciada pelos eruditos judeus e depois adotada pelos cristãos, de que a Bíblia era a manifestação da palavra de Deus fixada materialmente através de escribas iluminados. Segundo Nelson Kilpp, "conforme toda a tradição judaico-cristã da Antiguidade, um livro era sagrado quando remontava a um autor inspirado. Na verdade, o que geralmente ocorria era o contrário. A tradição, o conteúdo, a relevância ou a popularidade de um livro o haviam tornado, com o tempo, significativo, normativo, canônico, sagrado. Somente num segundo momento, após ser aceito o caráter normativo, se refletia sobre o presumível autor de um livro".<ref>Kilpp, Nelson. "Nomes que se perderam: a questão da autoria da Bíblia". In: Ullmann, Reinholdo Aloysio (org.). ''Consecratio Mundi: festschrift em homenagem a Urbano Zilles''. EDIPUCRS, 1998, pp. 173-177</ref>
As versões mais antigas conhecidas dos livros do [[Velho Testamento]] não indicam quem foram seus autores. A autoria que se tornou tradicional (por exemplo, o [[Pentateuco]] como escrito por [[Moisés]], o [[Livro de Josué]] por [[Josué]], os livros dos profetas pelos profetas homônimos, etc) só se fixou tardiamente como produto de atribuição, principalmente porque esses textos passaram a ser considerados sagrados. Em função deste caráter sublime, pareceu natural e mesmo necessário para os antigos atribuir a autoria a líderes [[Inspiração (teologia)|divinamente inspirados]], consolidando a tradição, iniciada pelos eruditos judeus e depois adotada pelos cristãos, de que a Bíblia era a manifestação da palavra de Deus fixada materialmente através de escribas iluminados. Segundo Nelson Kilpp, "conforme toda a tradição judaico-cristã da Antiguidade, um livro era sagrado quando remontava a um autor inspirado. Na verdade, o que geralmente ocorria era o contrário. A tradição, o conteúdo, a relevância ou a popularidade de um livro o haviam tornado, com o tempo, significativo, normativo, canônico, sagrado. Somente num segundo momento, após ser aceito o caráter normativo, se refletia sobre o presumível autor de um livro".<ref>Kilpp, Nelson. "Nomes que se perderam: a questão da autoria da Bíblia". In: Ullmann, Reinholdo Aloysio (org.). ''Consecratio Mundi: festschrift em homenagem a Urbano Zilles''. EDIPUCRS, 1998, pp. 173-177</ref>


O Pentateuco só se tornou canônico em torno do século V a.C.; os Profetas em torno do século III a.C., e uma coleção de salmos, provérbios e histórias narrativas se fixou no cânone entre o século II a.C. e o século II d.C. O conjunto desses livros é conhecido como a [[Bíblia Hebraica]], que é a base do Velho Testamento. A partir do século III a.C. judeus falantes do grego incluíram outros textos na Bíblia Hebraica, numa versão ampliada que se tornou conhecida como a [[Septuaginta]]. Durante o século I d.C. com o surgimento do cristianismo, novas escrituras foram produzidas narrando a vida de [[Jesus]] e as atividades dos seus apóstolos. O resultado foi a compilação do [[Novo Testamento]], que se tornou canônico em torno do século II d.C. Entre 385 e 405 d.C. os cristãos traduziram os textos hebreus, gregos e aramaicos considerados por eles canônicos em uma versão latina, conhecida como a [[Vulgata]], que se tornou o texto mais autorizado. Livros que originalmente pertenciam ao cânone foram mais tarde descartados, e versões significativamente diferentes do Velho Testamento foram adotadas pelas correntes católicas, ortodoxas e protestantes.<ref name="Hayes"/><ref name="Carr"/><ref name="Gravett"/><ref>Lim, Timothy H. ''The Dead Sea Scrolls: a very short introduction''. Oxford University Press, 2017, 2ª ed., pp. 40–58</ref><ref>Bandstra, Barry L. ''Reading the Old Testament: an introduction to the Hebrew Bible''. Wadsworth Cengage Learning, 2009, 4ª ed., pp. 7-8, 480-484</ref>
O Pentateuco só se tornou canônico em torno do século V a.C.; os Profetas em torno do século III a.C., e uma coleção de salmos, provérbios e histórias narrativas se fixou no cânone entre o século II a.C. e o século II d.C. O conjunto desses livros é conhecido como a [[Bíblia Hebraica]], que é a base do Velho Testamento. A partir do século III a.C. judeus falantes do grego incluíram outros textos na Bíblia Hebraica, numa versão revista que se tornou conhecida como a [[Septuaginta]]. Durante o século I d.C. com o surgimento do cristianismo, novas escrituras foram produzidas narrando a vida de [[Jesus]] e as atividades dos seus discípulos. O resultado foi a compilação do [[Novo Testamento]], que se tornou canônico em torno do século II d.C. Entre 385 e 405 d.C. os cristãos traduziram os textos hebreus, gregos e aramaicos considerados por eles canônicos em uma versão latina, conhecida como a [[Vulgata]], que se tornou o texto mais autorizado. A composição da Bíblia moderna não é homogênea, e versões significativamente diferentes foram adotadas pelas correntes judaicas, católicas, ortodoxas e protestantes, que divergem no número de livros considerados canônicos e disputam a canonicidade de determinados trechos de alguns livros.<ref name="Hayes"/><ref name="Carr"/><ref name="Gravett"/><ref>Lim, Timothy H. ''The Dead Sea Scrolls: a very short introduction''. Oxford University Press, 2017, 2ª ed., pp. 40–58</ref><ref>Bandstra, Barry L. ''Reading the Old Testament: an introduction to the Hebrew Bible''. Wadsworth Cengage Learning, 2009, 4ª ed., pp. 7-8, 480-484</ref>


A autoria divinamente inspirada se tornou universalmente aceita durante muitos séculos, dando origem ao fundamentalismo ou [[literalismo bíblico]] e à teoria da [[inerrância bíblica]]. Considerando-se Deus como seu autor, imaginou-se que a Bíblia devia ser interpretada literalmente e não podia conter erros.<ref name="Mendes"/> Correntes radicais de inerrância bíblica não apenas alegam que o conteúdo é inspirado "em seu sentido geral", mas também que cada palavra, cada letra, cada vírgula, cada ponto do texto, mesmo em suas versões traduzidas, é um ditado direto da divindade.<ref>Folarin, George O. [http://www.scielo.org.za/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0259-94222018000100008 "Theology and practice of Christ Apostolic Church on Bible inspiration and its authority in the context of Evangelical theology"]. In: ''HTS Theological Studies'', 2018. 74 (1)</ref> A partir do século XVI começaram a aparecer algumas dúvidas sérias contra a autoria divina, que se disseminaram e ampliaram com a progressiva ascensão do [[racionalismo]] e do [[cientificismo]], que levantaram evidências sólidas capazes de refutar, por exemplo, as narrativas bíblicas sobre a criação do mundo e sobre a origem do homem.<ref name="Mendes"/> Com os progressos na [[arqueologia]], na [[filologia]], na [[crítica textual]], na [[hermenêutica]] e outras ciências, foram encontradas muitas inconsistências e anacronismos no texto, e muitas afirmações sobre eventos e personagens históricos que os livros contêm não puderam ser confirmadas por evidências externas ao texto ou foram inteiramente derrubadas, erodindo ainda mais a tese da inerrância bíblica e boa parte da sua credibilidade como documento histórico confiável.<ref>Gunkel, Hermann. ''Genesis''. Mercer University Press, 1997, p. lxviii</ref><ref>Moore, Megan Bishop & Kelle, Brad E. ''Biblical History and Israel's Past''. Eerdmans, 2011, p. 62</ref><ref>Dever, William. "What Remains of the House That Albright Built?" In: ''The Biblical Archaeologist'', 1993; 56 (1): 25-35</ref><ref>Kenyon, K. M. & Moorey, P. R. S. ''The Bible and recent archaeology''. Knox Press, 1987, p. 35</ref><ref>Thompson, Thomas L. ''The Mythic Past: Biblical Archaeology And The Myth Of Israel''. Basic Books, 2008, s/pp.</ref><ref>Redford, Donald B. ''Egypt, Canaan, and Israel in ancient times''. Princeton University Press, 1992, p. 305</ref> A crença na autoria divina é de natureza doutrinal e teológica e não é um argumento válido para os estudos historiográficos modernos, embora os historiadores a estudem como um aspecto central de uma tradição plurissecular e como um produto de um contexto cultural, social e religioso específico. Por outro lado, permanece como um artigo de fé para muitas comunidades religiosas, embora mesmo nestes círculos seja um tópico hoje em dia cercado de enorme controvérsia, com variadas correntes propondo diferentes graus de inspiração.<ref name="Mendes">Mendes, Jones Talai & Santos, Eduardo da Silva. "Considerações sobre a inspiração bíblica". In: ''Teocomunicação'', 2007; 37 (158): 537-551</ref>
A autoria divinamente inspirada se tornou universalmente aceita durante muitos séculos, dando origem ao fundamentalismo ou [[literalismo bíblico]] e à teoria da [[inerrância bíblica]]. Considerando-se Deus como seu autor, imaginou-se que a Bíblia devia ser interpretada literalmente e não podia conter erros.<ref name="Mendes"/> Correntes radicais de inerrância bíblica não apenas alegam que o conteúdo é inspirado "em seu sentido geral", mas também que cada palavra, cada letra, cada vírgula, cada ponto do texto, mesmo em suas versões traduzidas, é um ditado direto da divindade.<ref>Folarin, George O. [http://www.scielo.org.za/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0259-94222018000100008 "Theology and practice of Christ Apostolic Church on Bible inspiration and its authority in the context of Evangelical theology"]. In: ''HTS Theological Studies'', 2018. 74 (1)</ref> A partir do século XVI começaram a aparecer algumas dúvidas sérias contra a autoria divina, que se disseminaram e ampliaram com a progressiva ascensão do [[racionalismo]] e do [[cientificismo]], que levantaram evidências sólidas capazes de refutar, por exemplo, as narrativas bíblicas sobre a criação do mundo e sobre a origem do homem.<ref name="Mendes"/> Com os progressos na [[arqueologia]], na [[filologia]], na [[crítica textual]], na [[hermenêutica]] e outras ciências, foram encontradas muitas inconsistências e anacronismos no texto, e muitas afirmações sobre eventos e personagens históricos que os livros contêm não puderam ser confirmadas por evidências externas ao texto ou foram inteiramente derrubadas, erodindo ainda mais a tese da inerrância bíblica e boa parte da sua credibilidade como documento histórico confiável.<ref>Gunkel, Hermann. ''Genesis''. Mercer University Press, 1997, p. lxviii</ref><ref>Moore, Megan Bishop & Kelle, Brad E. ''Biblical History and Israel's Past''. Eerdmans, 2011, p. 62</ref><ref>Dever, William. "What Remains of the House That Albright Built?" In: ''The Biblical Archaeologist'', 1993; 56 (1): 25-35</ref><ref>Kenyon, K. M. & Moorey, P. R. S. ''The Bible and recent archaeology''. Knox Press, 1987, p. 35</ref><ref>Thompson, Thomas L. ''The Mythic Past: Biblical Archaeology And The Myth Of Israel''. Basic Books, 2008, s/pp.</ref><ref>Redford, Donald B. ''Egypt, Canaan, and Israel in ancient times''. Princeton University Press, 1992, p. 305</ref> A crença na autoria divina é de natureza doutrinal e teológica e não é um argumento válido para os estudos historiográficos modernos, embora os historiadores a estudem como um aspecto central de uma tradição plurissecular e como um produto de um contexto cultural, social e religioso específico. Por outro lado, permanece como um artigo de fé para muitas comunidades religiosas, embora mesmo nestes círculos seja um tópico hoje em dia cercado de enorme controvérsia, com variadas correntes propondo diferentes graus de inspiração.<ref name="Mendes">Mendes, Jones Talai & Santos, Eduardo da Silva. "Considerações sobre a inspiração bíblica". In: ''Teocomunicação'', 2007; 37 (158): 537-551</ref>

Edição das 17h34min de 29 de novembro de 2021

Predefinição:Formatar referências Predefinição:Sidebar with collapsible lists A Bíblia (do grego βιβλία, plural de βιβλίον, transl. bíblion, "rolo" ou "livro", diminutivo de "byblos", “papiro egípcio”, provavelmente do nome da cidade de onde esse material era exportado para a Grécia, Biblos, atual Jbeil, no Líbano),[1][2][3][4] formalmente chamada de Bíblia Sagrada, é uma coleção de textos religiosos de valor sagrado para o cristianismo e parcialmente para o judaísmo e islamismo.[5][6][7][8][9] Surgiu a partir da compilação de narrativas da tradição oral, que com o tempo se fixaram num cânone escrito. É considerada pelos cristãos como divinamente inspirada,[2] tratando-se de importante documento doutrinário.

Seu conteúdo é de largo escopo, mostrando a criação do mundo, a origem do homem e o plano de Deus para a humanidade, traçando a milenar história do povo hebreu e descrevendo suas leis, doutrinas, costumes e sociedade, os atos e pensamentos dos seus personagens e líderes mais destacados, e traz também um panorama sobre o surgimento, a doutrina e a primeira difusão do cristianismo.

Segundo a tradição aceita pela maioria dos cristãos, a Bíblia foi escrita por cerca de 40 autores, entre 1500 AEC e 450 AEC para protestantes e 100 AEC, para os católicos (livros do Antigo Testamento) e entre 45 EC e 110 EC (livros do Novo Testamento), totalizando um período de quase 1 600 anos.[10] A maioria dos historiadores considera que a data dos primeiros escritos acreditados como sagrados é bem mais recente: por exemplo, enquanto a tradição cristã coloca Moisés como o autor dos primeiros cinco livros da Bíblia (Pentateuco), muitos estudiosos aceitam que foram compilados pela primeira vez apenas após o exílio babilônico, a partir de outros textos datados entre o décimo e o quarto século antes de Cristo.[11] Muitos estudiosos também afirmam que ela foi escrita por dezenas de pessoas oriundas de diferentes regiões e nações.[12][13]

A Bíblia tem sido lida e interpretada de maneiras as mais variadas, que vão do literalismo rigoroso a uma postura liberal e crítica,[14] muitas vezes chegando-se a conclusões diametralmente opostas, e as controvérsias doutrinais, teológicas e morais que ela desencadeou ao longo dos séculos são incontáveis, em cuja esteira foram travadas muitas gerras e cometidos muitos abusos, massacres e violências.[15] Por outro lado, ela tem sido uma inesgotável fonte de inspiração, direção, consolo e fortalecimento para milhões de pessoas, além de ser um tesouro de modelos e imagens de referência para a criatividade artística e literária.[16] Sua influência sobre a construção da civilização e da cultura ocidental não tem paralelos.[17] É o livro mais estudado, o mais comentado, o mais traduzido[18][19] e o mais vendido de todos os tempos[20] com mais de seis bilhões de cópias em todo o mundo, uma quantidade sete vezes maior que o número de cópias do 2º colocado da lista dos livros mais vendidos, O Livro Vermelho.[21]

Nos Estados Unidos, o único presidente que não fez o juramento de posse com a mão em uma Bíblia foi Theodore Roosevelt (1901-1909), de acordo com os registros oficiais do Arquiteto do Capitólio.[22] John Quincy Adams (1825-1829), em sua posse, de acordo com cartas de sua própria autoria, colocou a mão em um volume de direito constitucional em vez da Bíblia para indicar a quem pertencia sua lealdade.[22] Não há registros para presidentes anteriores a John Tyler (1841-1845).[22]

Origens e autoria

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A Bíblia é um conjunto de muitos livros que foram sendo compilados ao longo de muitos séculos até chegarem à forma canônica conhecida hoje. Há um consenso entre os historiadores que suas origens remontam a cantos, tradições, leis, profecias, poesias, doutrinas, histórias e outras narrativas transmitidas oralmente, e que começaram a ser postas por escrito no início do primeiro milênio a.C., num processo que continuou por mais de mil anos. Esses textos, cuja autoria é em sua maciça maioria desconhecida, refletiam uma larga variedade de contextos sociais, culturais, econômicos, políticos e religiosos. Nenhum dos textos originais sobreviveu, e os mais antigos manuscritos conhecidos datam de séculos depois que os textos foram primeiro postos por escrito. Existem muitas versões diferentes dos textos mais antigos, resultado de um longo processo de revisão e edição realizado por muitos escribas diferentes, que envolviam supressões, correções e acréscimos de variadas passagens.[23][24][25][26][27]

As versões mais antigas conhecidas dos livros do Velho Testamento não indicam quem foram seus autores. A autoria que se tornou tradicional (por exemplo, o Pentateuco como escrito por Moisés, o Livro de Josué por Josué, os livros dos profetas pelos profetas homônimos, etc) só se fixou tardiamente como produto de atribuição, principalmente porque esses textos passaram a ser considerados sagrados. Em função deste caráter sublime, pareceu natural e mesmo necessário para os antigos atribuir a autoria a líderes divinamente inspirados, consolidando a tradição, iniciada pelos eruditos judeus e depois adotada pelos cristãos, de que a Bíblia era a manifestação da palavra de Deus fixada materialmente através de escribas iluminados. Segundo Nelson Kilpp, "conforme toda a tradição judaico-cristã da Antiguidade, um livro era sagrado quando remontava a um autor inspirado. Na verdade, o que geralmente ocorria era o contrário. A tradição, o conteúdo, a relevância ou a popularidade de um livro o haviam tornado, com o tempo, significativo, normativo, canônico, sagrado. Somente num segundo momento, após ser aceito o caráter normativo, se refletia sobre o presumível autor de um livro".[28]

O Pentateuco só se tornou canônico em torno do século V a.C.; os Profetas em torno do século III a.C., e uma coleção de salmos, provérbios e histórias narrativas se fixou no cânone entre o século II a.C. e o século II d.C. O conjunto desses livros é conhecido como a Bíblia Hebraica, que é a base do Velho Testamento. A partir do século III a.C. judeus falantes do grego incluíram outros textos na Bíblia Hebraica, numa versão revista que se tornou conhecida como a Septuaginta. Durante o século I d.C. com o surgimento do cristianismo, novas escrituras foram produzidas narrando a vida de Jesus e as atividades dos seus discípulos. O resultado foi a compilação do Novo Testamento, que se tornou canônico em torno do século II d.C. Entre 385 e 405 d.C. os cristãos traduziram os textos hebreus, gregos e aramaicos considerados por eles canônicos em uma versão latina, conhecida como a Vulgata, que se tornou o texto mais autorizado. A composição da Bíblia moderna não é homogênea, e versões significativamente diferentes foram adotadas pelas correntes judaicas, católicas, ortodoxas e protestantes, que divergem no número de livros considerados canônicos e disputam a canonicidade de determinados trechos de alguns livros.[24][25][26][29][30]

A autoria divinamente inspirada se tornou universalmente aceita durante muitos séculos, dando origem ao fundamentalismo ou literalismo bíblico e à teoria da inerrância bíblica. Considerando-se Deus como seu autor, imaginou-se que a Bíblia devia ser interpretada literalmente e não podia conter erros.[31] Correntes radicais de inerrância bíblica não apenas alegam que o conteúdo é inspirado "em seu sentido geral", mas também que cada palavra, cada letra, cada vírgula, cada ponto do texto, mesmo em suas versões traduzidas, é um ditado direto da divindade.[32] A partir do século XVI começaram a aparecer algumas dúvidas sérias contra a autoria divina, que se disseminaram e ampliaram com a progressiva ascensão do racionalismo e do cientificismo, que levantaram evidências sólidas capazes de refutar, por exemplo, as narrativas bíblicas sobre a criação do mundo e sobre a origem do homem.[31] Com os progressos na arqueologia, na filologia, na crítica textual, na hermenêutica e outras ciências, foram encontradas muitas inconsistências e anacronismos no texto, e muitas afirmações sobre eventos e personagens históricos que os livros contêm não puderam ser confirmadas por evidências externas ao texto ou foram inteiramente derrubadas, erodindo ainda mais a tese da inerrância bíblica e boa parte da sua credibilidade como documento histórico confiável.[33][34][35][36][37][38] A crença na autoria divina é de natureza doutrinal e teológica e não é um argumento válido para os estudos historiográficos modernos, embora os historiadores a estudem como um aspecto central de uma tradição plurissecular e como um produto de um contexto cultural, social e religioso específico. Por outro lado, permanece como um artigo de fé para muitas comunidades religiosas, embora mesmo nestes círculos seja um tópico hoje em dia cercado de enorme controvérsia, com variadas correntes propondo diferentes graus de inspiração.[31]

Interpretação

Segundo o jornalista David Plotz, da revista eletrônica Slate, até um século atrás, a maioria dos estadunidenses bem instruídos conheciam a Bíblia a fundo.[39] Ele também afirma que atualmente, o desconhecimento bíblico é praticamente total entre pessoas não religiosas.[39] Ainda segundo Plotz, mesmo entre os fiéis, a leitura da Bíblia é irregular: a Igreja Católica inclui somente uma pequena parcela do Antigo Testamento nas leituras oficiais; os judeus estudam bastante os cinco primeiros livros da Bíblia, mas não se importam muito com o restante; os judeus ortodoxos normalmente passam mais tempo lendo o Talmude ou outra coisa que a Bíblia em si; muitos protestantes e/ou evangélicos leem a Bíblia frequentemente, mas geralmente dão mais ênfase ao Novo Testamento.[39]

A inacessibilidade da Bíblia[40] entre a Antiguidade e a Idade Média resultou na criação de diversas narrativas sobre os personagens bíblicos, criando acréscimos e distorções.[41] A Igreja Católica não podia entregar muitos exemplares da Bíblia, por causa da dificuldades da época que não existia impressão, tendo a Igreja, alegando que nem todos teriam a capacidade necessária para interpretá-la, devido à sua complexidade, tanto que a Igreja justificava essa dificuldade de entendê-la, mostrando aos seus fiéis às grandes heresias que até desbalancear a sociedade, desbalanceava, como o catarismo.[42] Assim, afirmava que a responsabilidade de ensinar as orientações de Deus era exclusivamente sua.[42]

Os conflitos entre ciência e religião foram, em parte, ajudados pela interpretação literal da Bíblia.[43] Esta não deve ser interpretada como um relato preciso da história da humanidade ou uma descrição perfeita da natureza.[43] Galileu Galilei considerava que a Bíblia deveria ser interpretada a partir do estudo da natureza.[44]

Os escravocratas basearam-se na parte da Bíblia que conta sobre Noé ter condenado seu filho Cam e seus descendentes à escravidão para justificar religiosamente a escravidão.[45]

Martinho Lutero considerava que o amor de Cristo era alcançável gratuitamente por meio da Bíblia.[42] Foi um dos primeiros teólogos a sugerir que as pessoas deveriam ler e interpretar a Bíblia por si mesmas.[40] A maioria das pessoas interpreta a Bíblia por intermédio de seu líder religioso.[46]

As Testemunhas de Jeová consideram 66 livros como componentes da Bíblia, interpretando-a de forma literal exceto quando o texto evidencia estar em sentido figurado.[47] Chamam o Novo Testamento de Escrituras Gregas Cristãs e o Antigo Testamento de Escrituras Hebraicas.[47] Usam o método de comparação de textos bíblicos com outros textos bíblicos, encontrando, por temas, o que a Bíblia ensina como um todo. Suas conclusões são registradas por escrito, sendo utilizadas para outras pesquisas bíblicas.

Para o espiritismo a Bíblia é uma das várias referências de compreensão do mundo espiritual (não é a principal), para eles, tem um sentido um pouco espiritual, outras, contrárias às suas doutrinas dos espíritos.[48]

Estrutura interna

A Bíblia é dividida em duas partes: o Antigo e o Novo Testamentos. O primeiro, na versão aceita de forma geral por protestantes e judeus, apresenta a história do mundo desde sua criação até os acontecimentos após a volta dos judeus do exílio babilônico, no Predefinição:-séc Os católicos e ortodoxos, por outro lado, têm um cânon mais extenso, cobrindo até os asmoneus do Predefinição:-séc

O Novo Testamento apresenta a história de Jesus Cristo e a pregação de seus ensinamentos, durante sua vida e após sua morte e ressurreição, no século I. (ver: Vida de Cristo) A Bíblia não era dividida em capítulos até 1 227, quando o cardeal Sthepen Langton os criou, e não apresentava versículos até ser assim dividida em 1 551 por Robert Stephanus.[2]

Livros do Antigo Testamento

Ver artigo principal: Antigo Testamento

A quantidade de livros do Antigo Testamento varia de acordo com a religião ou denominação cristã que o adota: a Bíblia dos cristãos protestantes e o Tanakh judaico incluem apenas 39 livros, enquanto a Igreja Católica possui 46 e a Igreja Ortodoxa em geral aceita 51. Os sete livros existentes na Bíblia católica, ausentes da judaica e da protestante são conhecidos como deuterocanônicos para os católicos e apócrifos para os protestantes. O mesmo se aplica aos livros da Bíblia ortodoxa, que por sua vez pode vir a ter mais livros.[49]

Os livros do Antigo Testamento aceitos por todos os cristãos como sagrados (chamados protocanônicos pela Igreja Católica) são: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, Rute, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis, I Crônicas, II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, , Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cânticos dos Cânticos, Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.[50]

Os deuterocanônicos, aceitos pela Igreja Católica como sagrados são: Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruque. Estes estão disponíveis na tradução grega do Antigo Testamento, datada do Século I AEC, a Septuaginta.

Segundo a visão protestante, os textos deuterocanônicos (chamados "Livros apócrifos" pelos protestantes) foram, supostamente, escritos entre Malaquias e o Novo Testamento, numa época em que segundo o historiador judeu Flávio Josefo, a Revelação Divina havia cessado porque a sucessão dos profetas era inexistente ou imprecisa (ver: Testimonium Flavianum). O parecer de Josefo não é aceito pelos cristãos católicos, ortodoxos e por alguns protestantes, e igualmente pensam assim uma maioria judaica não farisaica, porque Jesus afirma que durou até João Batista, "A lei e os profetas duraram até João" (cf. [[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Lucas/

  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#16:16|Lucas 16:16]]; [[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Mateus/
  2. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#11:13|Mateus 11:13]]).[50]

Livros do Novo Testamento

Ver artigo principal: Novo Testamento

O Novo Testamento é composto de 27 livros: Evangelho de Mateus, Evangelho de Marcos, Evangelho de Lucas, Evangelho de João, Atos dos Apóstolos, Romanos, I Coríntios, II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I Tessalonicenses, II Tessalonicenses, I Timóteo, II Timóteo, Tito, Filémon, Hebreus, Epístola de Tiago, Primeira Epístola de Pedro, Segunda Epístola de Pedro, Primeira Epístola de João, Segunda Epístola de João, Terceira Epístola de João, Epístola de Judas e Apocalipse.[50]

As traduções do Novo Testamento foram feitas a partir de mais de 5 000 manuscritos, que podem ser divididos em duas categorias: Texto-Tipo Bizantino e Texto-Tipo Alexandrino.[51] Os pergaminhos do Texto-Tipo Bizantino (também chamado Textus Receptus) são representados pela maioria (cerca de 95%) dos manuscritos existentes.[52]

Através dos séculos, desde o começo da era cristã, e inclusive em alguns contextos, como na Reforma Protestante do século XVI, os textos deuterocanônicos do Novo Testamento foram tão debatidos como os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento. Finalmente, os reformistas protestantes decidiram rejeitar todos os textos deuterocanônicos do Antigo Testamento, e aceitar todos os textos deuterocanônicos do Novo Testamento, embora houvesse em Lutero, no processo da Reforma Protestante, a intenção de remover determinados livros do Novo Testamento por considerá-los apócrifos ou dolosos, como a Epístola de Tiago.[53] (ver: Apócrifos do Novo Testamento).

Origem do termo "testamento"

Este vocábulo não se encontra na Bíblia como designação de uma de suas partes. A palavra portuguesa "testamento" corresponde à palavra hebraica berith (que significa aliança, pacto, convênio, contrato), e designa a aliança que Deus fez com o povo de Israel no monte Sinai, tal como descrito no livro de Êxodo ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Êxodo/

  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#24:1|Êxodo 24:1-8]] e [[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Êxodo/
  2. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#34:10|Êxodo 34:10-28]]). Segundo a própria Bíblia, tendo sido esta aliança quebrada pela infidelidade do povo, Deus prometeu uma nova aliança ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Jeremias/
  3. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#31:31|Jeremias 31:31-34]]) que deveria ser ratificada com o sangue de Cristo ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Mateus/
  4. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#26:28|Mateus 26:28]]). Os escritores do Novo Testamento denominam a primeira aliança de antiga ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Hebreus/
  5. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#8:13|Hebreus 8:13]]), em contraposição à nova ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/2 Coríntios/
  6. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#3:6|2 Coríntios 3:6-14]]).

Os tradutores da Septuaginta traduziram berith para diatheke, embora não haja perfeita correspondência entre as palavras, já que berith designa "aliança" (compromisso bilateral) e diatheke tem o sentido de "última disposição dos próprios bens", "testamento" (compromisso unilateral).[54]

As respectivas expressões "antiga aliança" e "nova aliança" passaram a designar a coleção dos escritos que contém os documentos respectivamente da primeira e da segunda aliança. As denominações "Antigo Testamento" e "Novo Testamento", para as duas coleções dos livros sagrados, começaram a ser usadas no final do século II, quando os evangelhos e outros escritos apostólicos foram considerados como parte do cânon sagrado. O termo "testamento" surgiu através do latim, quando a primeira versão latina do Antigo Testamento grego traduziu diatheke por testamentum . Jerônimo de Estridão, revisando esta versão latina, manteve a palavra testamentum, equivalendo ao hebraico berith — "aliança", "concerto", quando a palavra não tinha essa significação no grego (ver: Vulgata). Afirmam alguns pesquisadores que a palavra grega para "contrato", "aliança" deveria ser suntheke, por traduzir melhor o hebraico berith.[54][55]

Traduções

Ver artigo principal: Tradução da Bíblia
Livro do Gênesis, Bíblia em tâmil de 1723

Eusébio Sofrônio Jerônimo (conhecido como São Jerônimo pelos católicos) traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim, criando a Vulgata.[56][57] No Concílio de Trento em 1542, essa tradução foi estabelecida como versão oficial da Bíblia para a Igreja Católica (vide Cânone de Trento).[58][57]

Em meados do século XIV o teólogo John Wyclif realizou a tradução da Bíblia para o inglês.[59] Após a Reforma Protestante a Bíblia recebeu traduções para diversas línguas e passou a ser distribuída sem restrições para as pessoas.[60]

Martinho Lutero traduziu a Bíblia para a língua alemã[61] enquanto estava escondido em Wittenberg do papa Leão X, que queria fazer um "julgamento" após a publicação das 95 Teses.[42]

A grande fonte hebraica para o Antigo Testamento é o chamado Texto Massorético. Trata-se do texto hebraico fixado ao longo dos séculos por escolas de copistas, chamados massoretas, que tinham como particularidade um escrúpulo rigoroso na fidelidade da cópia ao original. O trabalho dos massoretas, de cópia e também de vocalização do texto hebraico (que não tem vogais, e que, por esse motivo, ao tornar-se língua morta, necessitou de as indicar por meio de sinais), prolongou-se até ao Século VIII d.C. Pela grande seriedade deste trabalho, e por ter sido feito ao longo de séculos, o texto massorético (sigla TM) é considerado a fonte mais autorizada para o texto hebraico bíblico original.[62]

No entanto, outras versões do Antigo Testamento têm importância, e permitem suprir as deficiências do Texto Massorético. É o caso do Pentateuco Samaritano (os samaritanos que eram uma comunidade étnica e religiosa separada dos judeus, que tinham culto e templo próprios, e que só aceitavam como livros sagrados os do Pentateuco), e principalmente a Septuaginta grega (sigla LXX).[63]

A Versão dos Setenta ou Septuaginta grega, designa a tradução grega do Antigo Testamento, elaborada entre os séculos IV e I AEC, feita em Alexandria, no Egito. O seu nome deve-se à lenda que dizia ter sido essa tradução um resultado milagroso do trabalho de 70 eruditos judeus, e que pretende exprimir que não só o texto, mas também a tradução, fora inspirada por Deus. A Septuaginta grega é a mais antiga versão do Antigo Testamento que conhecemos. A sua grande importância provém também do facto de ter sido essa a versão da Bíblia utilizada entre os cristãos, desde o início, versão que continha os deuterocanônicos, e a que é de maior citação do Novo Testamento, mais do que o Texto Massorético.[64][65]

A Igreja Católica considera como oficiais 73 livros bíblicos (46 do Antigo Testamento e 27 do Novo), sendo 7 livros a mais no Antigo Testamento do que das demais religiões cristãs e pelo judaísmo.[2] Já a Bíblia usada pela Igreja Ortodoxa contém 78 livros, 5 a mais que a católica e 12 a mais que a protestante.[66]

Número de traduções

De acordo com as Sociedades Bíblicas Unidas, a Bíblia já foi traduzida, até 31 de dezembro de 2007, para pelo menos 2 454 línguas e dialetos.[67] (ver: Traduções da Bíblia em línguas indígenas do Brasil).

Mundo lusófono

A primeira versão portuguesa da Bíblia surgiu em 1681, a partir das línguas originais, traduzida para o português por João Ferreira de Almeida. Almeida faleceu antes de concluir o trabalho, que foi finalizado por colaboradores da Igreja Reformada holandesa, e a versão completa com o Antigo Testamento foi publicada no início de 1750.[68]

Versões

As diversas igrejas cristãs possuem algumas divergências quanto aos seus cânones sagrados,[nota 1] inclusive entre protestantes.[nota 1]

A Igreja Católica possui 46 livros no Antigo Testamento como parte de seu cânone bíblico.[69] Os livros de Livro de Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, I Macabeus e II Macabeus e as chamadas Adições em Ester e Adições em Daniel) são considerados "deuterocanônicos" (ou "do segundo cânon") pela Igreja Católica.[70] Além disso, existem 27 livros no Novo Testamento.[69]

As igrejas cristãs ortodoxas e as outras igrejas orientais, aceitam, além de todos estes já citados, outros dois livros de Esdras, outros dois dos Macabeus, a Oração de Manassés, e alguns capítulos a mais no final do livro dos Salmos (um nas Bíblias das igrejas de tradição grega, cóptica, eslava e bizantina, e cinco nas Bíblias das igrejas de tradição siríaca).[nota 2]

Religiões

Os judeus têm o Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio) como seu mais importante livro sagrado, o qual chamam de Torá. O restante do Antigo Testamento de acordo com a tradição protestante são chamados de Nevi'im e Ketuvim, coletivamente com a Torá chamados de Tanakh.[71] Os samaritanos, cuja fé se originou em uma antiga divisão no seio de Israel, usam apenas a Torá. A fé bahá'i tem tanto a Bíblia quanto o Alcorão como livros sagrados, além de seu livro particular, o Kitáb-i-Aqdas.

O Alcorão, livro sagrado do Islã, possui várias passagens em coincidência com a Bíblia, o que leva alguns estudiosos islâmicos a estudarem-na em busca de informações adicionais. As visões dentro do Islã sobre esta Escritura, no entanto, são variadas, com o próprio Alcorão denunciando-a como corrupta e estudiosos como Abzeme denunciando os supostos textos subjacentes à Bíblia condizentes à ortodoxia islâmica como irrecuperáveis.[72] [73]

Os Espíritas consideram a Primeira Aliança como um livro histórico, e têm sua doutrina, seus princípios morais, fundamentada em O Evangelho segundo o Espiritismo, que alegam ser uma terceira revelação, superando o Antigo e o Novo Testamentos, que creem ser, respectivamente, a revelação da lei por Moisés e a da graça por Jesus Cristo.[74]

Erros e adulterações

No século XIII, diversos estudiosos, especialmente de ordens dominicanas e franciscanas, como Roger Bacon, denunciavam erros e buscavam corrigir (através de pesquisas em textos hebraicos e gregos) as traduções usadas nas cópias em latim mais populares da época, chamadas "Bíblias de Paris".[75] Com as descobertas da biblioteca de Nag Hammadi e dos Manuscritos do Mar Morto (ou Qumram), no século XX, essas dúvidas dissiparam-se e, com o advento das técnicas de crítica textual, hoje a Bíblia está disponível com pelo menos 99% de fidelidade aos originais; sendo que a maioria das discrepâncias presentes nos outros 1% dos trechos são de natureza trivial, i. e., sem relevância.[76]

Segundo alguns estudiosos, em maioria de origem nas Testemunhas de Jeová, um erro de tradução da Bíblia seria o de tomar σταυρός (transliterado stavrós) como cruz, e baseando-se nisto, dizer que Jesus foi pregado em uma cruz ao invés de uma estaca de tortura que significa simplesmente um madeiro,[77] pois na época da morte de Jesus, o significado da palavra abrangia apenas uma só estaca ou madeiro.[77] Este posicionamento, no entanto, é rechaçado por outras denominações, que apontam a polissemia da palavra σταυρός e o antigo testemunho de patrísticos como Justino Mártir,[78] Irineu de Lyon[79] e Hipólito de Roma.[80]

Crítica

A Bíblia tem conteúdos que são considerados injustos, imorais ou ofensivos por diferentes grupos sociais, produzindo grandes controvérsias. Por exemplo, são criticadas a condenação da homossexualidade como um pecado e uma abominação;[81][82][83] sua orientação patriarcal e muitas passagens em que a mulher é colocada em posição subalterna, oprimida e submissa;[84][85][86][87] e o uso de trechos selecionados do texto para justificar violência, intolerância religiosa, discursos de ódio, racismo, teorias supremacistas, privilégios de classe, manipulação política, campanhas colonialistas, genocídios, escravidão e proselitismo religioso.[83][88][89][90]

Segundo o jornalista David Plotz, da revista online Slate Magazine, a Bíblia tem muitas passagens "difíceis, repulsivas, confusas e entediantes",[39] enquanto especialistas em literatura discordam e abordam a beleza da literatura bíblica em artigos acadêmicos.[91][92][93][94]

Mark Twain tinha uma visão ambígua da Bíblia. Por um lado entendia que ela continha muitas passagens inspiradoras, belas e grandiosas, muitas ideias interessantes e imaginativas, mas de modo geral mantinha uma opinião negativa, verificando que a Bíblia estava cheia de mentiras, hipocrisia, indecências e carnificinas e apresentava um Deus injusto, mesquinho, impiedoso, cruel e vingativo, punindo crianças inocentes pelos erros de seus pais; punindo pessoas pelos pecados de seus governantes; descarregando sua ira em ovelhas e bezerros inofensivos como punição por ofensas insignificantes cometidas por seus proprietários. Também criticava as leituras literais e interpretações errôneas do conteúdo e a influência perniciosa do livro sobre a humanidade, por ter doutrinas contrárias à natureza e à justiça e por fazer o planeta ser coberto de sangue em seu nome.[95]

Para John Riches, professor de teologia na Universidade de Glasgow, a Bíblia "inspirou alguns dos grandes monumentos do pensamento humano, da literatura e da arte; também alimentou alguns dos piores excessos da selvageria humana, do egoísmo e da mesquinhez. Inspirou homens e mulheres a atos de grande serviço e coragem, a lutar pela libertação e o desenvolvimento humano; e forneceu o combustível ideológico para sociedades que escravizaram seus semelhantes e os reduziram à pobreza abjeta. [...] Talvez, acima de tudo, forneceu uma fonte de normas religiosas e morais que permitiram às comunidades manterem-se unidas, cuidar e proteger umas às outras; no entanto, precisamente esse forte sentimento de pertencimento alimentou, por sua vez, tensões e conflitos étnicos, raciais e internacionais".[15]

Entre os historiadores não ligados a círculos religiosos, é opinião corrente que a Bíblia em sua maior parte não é um documento histórico confiável. Grande parte do seu conteúdo histórico é considerado mítico, lendário ou alegórico, e não pôde ser comprovado por evidências indisputadas externas ao texto, e para muitas passagens foram descobertas evidências que as contradizem frontalmente.[96][97][98][99][100][101] Além disso, seu texto contém muitas incongruências, contradições, anacronismos, interpolações tardias, que têm gerado intensas controvérsias e trazido problemas para a interpretação do texto, afirmação de doutrinas e determinação da historicidade.[102][103][104][105][106]

Ver também

Bibliografia

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  • LIMA, Alessandro. O Cânon Bíblico - A Origem da Lista dos Livros Sagrados. São José dos Campos-SP: Editora COMDEUS, 2007.
  • Gibert, Pierre (2003). A Bíblia: o Livro, os livros. Col: «Descobrir», série Religiões. Lisboa: Quimera Editores. ISBN 9789725890929 
  • PASQUERO, Fedele. O Mundo da Bíblia, Autores Vários. São Paulo: Paulinas, 1986.
  • ROST, Leonard. Introdução aos Livros Apócrifos e Pseudo-Epígrafos do Antigo Testamento. São Paulo: Paulinas, 1980.

Predefinição:Notas

Referências

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  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 «Bíblia». Infoescola. 26 de fevereiro de 2008. Consultado em 15 de abril de 2011. A Bíblia é um dos livros sagrados da Humanidade, a interpretação religiosa da jornada humana pela Terra, do ponto de vista do povo judeu, narrada pelo próprio Homem, mas segundo a Igreja inspirada diretamente por Deus. [...] Ela deriva do grego Bíblos ou bíblion, significando ‘rolo’ ou ‘livro’. [...] A palavra ‘Bíblia’ foi adotada pelo cristianismo a partir do ano 200 d.C. [...] A Igreja Católica Apostólica Romana determinou como oficiais 73 livros bíblicos, 46 integrantes do Antigo Testamento e 27 do Novo. A Bíblia Católica tem sete livros a mais no Velho Testamento do que as versões adotadas por outras religiões cristãs e pelo Judaísmo [...] Originalmente a Bíblia não era dividida em capítulos e versículos. Os capítulos foram criados pelo Professor Stephen Langton, em 1227 d.C [...]. Em 1551 Robert Stephanus percebeu que era fundamental implementar subdivisões nesta obra, e assim elaborou os versículos. [...] Somente em 1748 d.C. surgiu uma edição bíblica na língua portuguesa, a partir da Vulgata Latina. 
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  6. Tiago Dantas. «Cristianismo». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. O livro sagrado dos cristãos é a Bíblia Sagrada, composta pelo Antigo e pelo Novo Testamento. A primeira parte conta a história da criação do mundo, das leis, tradições judaicas, etc. Já o Novo Testamento conta a vida de Jesus, como os cristãos primitivos viviam, etc. 
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  43. 43,0 43,1 «É possível a convivência pacífica entre ciência e religião?». Ciência Hoje. 10 de janeiro de 2003. Consultado em 18 de maio de 2011. A interpretação literal da Bíblia também ajudou a criar os conflitos entre ciência e religião. A crença de que um deus criou a Terra para nos abrigar e todas as outras espécies para nos servir pode ser muito alentadora, embora contrarie consensos científicos que poucos ousam desafiar. Mas a Bíblia, inspirada em tantas fontes diferentes, não pode ser entendida como um relato preciso da história humana ou uma descrição perfeita da natureza, apesar de estar repleta de verdades morais valiosas e incontestáveis. 
  44. «Com os pés na terra e os olhos no céu». Ciência Hoje. 27 de outubro de 2009. Consultado em 18 de maio de 2011. Para o astrônomo e filósofo, as escrituras deveriam ser interpretadas a partir do estudo da natureza. 
  45. «O DNA do racismo». Ciência Hoje. 11 de julho de 2008. Mas a conciliação do inconciliável precisava ser racionalizada com argumentos da própria religião. Isso envolveu duas vertentes principais. A primeira consistiu em substituir a ênfase da unidade da humanidade a partir da Adão e Eva por uma divisão tricotômica baseada nos filhos de Noé: Cam, Sem e Jafé. Segundo o livro do Gênese na Bíblia, Cam viu Noé nu e bêbado e contou para seus irmãos, zombando do pai. Ao saber disso, Noé amaldiçoou Cam e o condenou, assim como toda a sua descendência, à servidão. Os escravocratas avidamente adotaram uma identificação dos africanos com os descendentes de Cam, uma cômoda justificativa religiosa para a escravidão, embora na própria Bíblia não haja nenhuma referência à cor de Cam ou qualquer descrição de seus descendentes. 
  46. "Chatting the Bible". Slate, 13/04/2007
  47. 47,0 47,1 Patrícia Lopes. «Testemunhas de Jeová». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. As Testemunhas de Jeová acreditam que a Bíblia é a palavra de Deus, tendo-a como base para suas crenças. O Novo Testamento é chamado de Escrituras Gregas Cristãs e o Velho Testamento, de Escrituras Hebraicas. Consideram os 66 livros que compõem a Bíblia, interpretando-a de forma literal, salvo quando as expressões ou o contexto revelam que o sentido é figurado ou simbólico. 
  48. Rainer Sousa. «Espiritismo». Brasil Escola. Consultado em 5 de abril de 2011. Abrindo portas para a doutrina cristã, o espiritismo tem um elo relativo com o texto bíblico e os evangelhos. Sem ocupar a posição fundamental da obra de Kardec, a Bíblia é utilizada como uma das várias referências de compreensão do mundo espiritual. Concomitantemente, a vida de Jesus Cristo é considerada um modelo de evolução espiritual também obtido na história de vida de outros indivíduos iluminados. 
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  53. Um dos livros que Martinho Lutero tinha intenção de remover era a Epístola de Tiago.
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  57. 57,0 57,1 «A Igreja na Idade Média». HistoriaNet. Consultado em 4 de junho de 2011. Os principais Padres do Ocidente são: [...] Eusébio Jerônimo, dálmata, conhecido como São Jerônimo que traduziu a Bíblia diretamente do hebraico, aramaico e grego para o latim. Esta versão é a célebre Vulgata, cuja autenticidade foi declara pelo Concílio de Trento. 
  58. «Reforma Protestante - Contra-reforma». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. Em 1542, o Concílio de Trento, uma reunião dos principais líderes da Igreja organizada pelo papa Paulo III, [...] . No Concílio de Trento estabeleceu-se [...] . Além disso, a Vulgata foi estabelecida como versão oficial da Bíblia Sagrada, [...]. 
  59. «Reforma Protestante - Anglicanismo». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. Desde meados do século XIV, o teólogo John Wyclif realizou duras críticas ao poder material da Igreja e fez a tradução da Bíblia para o inglês. 
  60. «Protestantismo». Brasil escola. Consultado em 31 de março de 2011. Por esse motivo, a partir da Reforma Protestante, a Bíblia foi traduzida para diversas línguas e distribuída sem restrições para as pessoas. 
  61. «Reforma Religiosa». HistoriaNet. Consultado em 5 de junho de 2011. Lutero foi excomungado em 1520. Ele queima publicamente a carta do papa (Bula papal), traduz a Bíblia para o Alemão, [...]. 
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  76. «É possível acreditar em Deus usando a razão». Consultado em 24 de julho de 2012. Os textos da Bíblia passaram por diversas revisões ao longo do tempo. Como podemos ter certeza de que as informações às quais temos acesso hoje são as mesmas escritas há 2.000 anos? Além disso, como lidar com o fato de que informações podem ser perdidas durante a tradução? Você tem razão quanto a variedade de revisões e traduções. Por isso, é imperativo voltar às línguas originais nas quais esses textos foram escritos. Hoje, os críticos textuais comparam diferentes manuscritos antigos de modo a reconstruir o que os originais diziam. O Novo Testamento é o livro mais atestado da história antiga, seja em termos de manuscritos encontrados ou em termos de quão próximos eles estão da data original de escrita. Os textos já foram reconstruídos com 99% de precisão em relação aos originais. As incertezas que restam são trivialidades. Por exemplo, na Primeira Epístola de João, ele diz: “Estas coisas vos escrevemos, para que o vosso gozo se cumpra”. Mas alguns manuscritos dizem: “Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo se cumpra”. Não temos certeza se o texto original diz ‘vosso’ ou ‘nosso’. Isso ilustra como esse 1% de incerteza é trivial. Alguém que realmente queira entender os textos deverá aprender grego, a língua original em que o Novo Testamento foi escrito. Contudo, as pessoas também podem comprar diferentes traduções e compará-las para perceber como o texto se comporta em diferentes versões. 
  77. 77,0 77,1 «A cruz de Cristo». O Nortão. 4 de novembro de 2011. Consultado em 11 de novembro de 2011. Outro erro refere-se à cruz. Afirma-se que a cruz é um símbolo pagão e que Jesus teria sido pregado em uma estaca e com as mãos transpassadas por um só prego, por isto escolhendo traduzir σταυρός como "estaca". Originalmente, “staurós” significava poste, conforme se pode ver em Homero, Hesíquio de Alexandria e outros. Porém, passou a significar duas traves (uma vertical e outra horizontal) atravessada uma na outra. E tanto os escritores pagãos como os cristãos nos apresentam a cruz no tempo de Cristo usada para punir os criminosos: havia uma trave vertical chamada “stipes” ou “staticulum”, e uma outra dita “patibulum”, que era fixada à anterior em sentido horizontal. O réu era preso à trave horizontal com os braços abertos e depois fixo ao poste vertical. 
  78. Diálogo com Trifão, 40: That lamb which was commanded to be wholly roasted was a symbol of the suffering of the cross which Christ would undergo. For the lamb, which is roasted, is roasted and dressed up in the form of the cross. For one spit is transfixed right through from the lower parts up to the head, and one across the back, to which are attached the legs of the lamb.
  79. Contra as Heresias 2:14:4: The very form of the cross, too, has five extremities, two in length, two in breadth, and one in the middle, on which [last] the person rests who is fixed by the nails.
  80. Ad Damasum, 18
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