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A '''bexiga natatória''', ou '''bexiga de gás''', é um [[órgão]] que auxilia os [[peixe]]s a manterem-se a determinada profundidade através do controle da sua [[densidade]] relativamente à da água. É um saco de paredes flexíveis, e pode expandir-se ou contrair de acordo com a [[pressão]]; tem muito poucos vasos [[sangue|sanguíneos]], mas as paredes estão forradas com [[cristal|cristais]] de [[guanina]], que a tornam [[impermeável]] aos [[gás|gases]].
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[[Ficheiro:Swim bladder.jpg|thumb|Uma bexiga natatória.]]
A '''vesícula gasosa''', também conhecida como '''bexiga natatória''', é um [[Órgão (anatomia)|órgão]] que auxilia os [[peixes ósseos]] a manterem-se a determinada profundidade através do controle da sua [[densidade]] relativamente à da água.<ref>[http://www.infoescola.com/peixes/bexiga-natatoria/ Garcia, José Henrique “Bexiga natatória” no site InfoEscola.com] acessado a 16 de janeiro de 2012 {{en}}</ref>
 
É um saco de paredes flexíveis, e pode expandir-se ou contrair de acordo com a [[pressão]]; tem pouquíssimos vasos [[sangue|sanguíneos]], mas as paredes estão forradas com [[cristal|cristais]] de [[guanina]], que a tornam [[impermeável]] aos [[gás|gases]].


Nem todos os peixes possuem este órgão: os [[Chondrichthyes|tubarões]] controlam a sua posição na água através da quantidade de óleo presente em seus fígados bastante desenvolvidos; outros peixes têm reservas de [[tecido adiposo]] sob a pele para essa finalidade.
Nem todos os peixes possuem este órgão: os [[Chondrichthyes|tubarões]] controlam a sua posição na água através da quantidade de óleo presente em seus fígados bastante desenvolvidos; outros peixes têm reservas de [[tecido adiposo]] sob a pele para essa finalidade.


A presença de bexiga de gás traz uma desvantagem para o seu portador: ela proíbe a subida rápida do animal dentro da coluna de água, sob o risco daquele órgão rebentar.
A presença de vesícula gasosa traz uma desvantagem para o seu portador: ela impede a subida rápida do animal na coluna de água, sob o risco de o órgão arrebentar.
 
atualmente é chamada de bexiga de gás por permitir a troca de gases com os tecidos do animal, servindo como um pulmão rústico.
 
==Como os peixes ficam parados na água sem afundar?==
 
Localizada na região dorsal, essa bexiga é constituída por uma espécie de bolsa cheia de gases, que permite aos peixes mudar de nível dentro da água ou manter-se em equilíbrio.Na verdade funciona como uma pequena bóia.


Os gases da bexiga natatória são os mesmos que compõe o ar.porém em proporções diferentes.Para o peixe subir, por exemplo, a bexiga natatória se enche de gases provenientes de um órgão localizado em sua base.O peixe torna-se então menos denso que a água e flutua.
Nos peixes pulmonados, como é o caso da [[piramboia]], a bexiga funciona como pulmão, podendo ser bilobada.


==Fisiologia da Bexiga de Gás==
== Fisiologia da vesícula gasosa ==
A vesícula gasosa possui uma [[glândula]] que permite a introdução de gases, principalmente [[oxigénio]], neste órgão, para aumentar o seu volume. O mecanismo para a troca de gases é o seguinte: a glândula [[excreção|excreta]] [[ácido láctico]] que provoca a perda de oxigénio pela [[hemoglobina]]. Este [[gás]] [[difusão|difunde-se]] para dentro da vesícula gasosa através de uma complexa estrutura chamada ''"[[rete mirabile]]"''. Noutra região da vesícula, esta encontra-se em contacto com o [[sangue]] através duma estrutura conhecida por ''"[[janela oval]]"'', através da qual o oxigênio pode voltar para a corrente sanguínea, baixando assim a pressão dentro da bexiga natatória e diminuindo o seu tamanho.


A bexiga de gás possui uma [[glândula]] que permite a introdução de gases, principalmente [[oxigénio]], neste órgão, para aumentar o seu volume. O mecanismo para a troca de gases é o seguinte: a [[glândula]] [[excreção|excreta]] [[ácido]] [[láctico]] que provoca a perda de oxigénio pela [[hemoglobina]]. Este [[gás]] [[difusão|difunde-se]] para dentro da bexiga natatória através de uma complexa estrutura chamada ''"[[rete mirabile]]"''. Noutra região da bexiga, esta encontra-se em contacto com o [[sangue]] através duma estrutura conhecida por ''"[[janela oval]]"'', através da qual o oxigénio pode voltar para a corrente sanguínea, baixando assim a pressão dentro da bexiga natatória e diminuindo o seu tamanho.
A [[proporção]] de gases dentro da vesícula gasosa varia: em águas pouco profundas, a composição é muito próxima da da [[atmosfera]], enquanto que em águas profundas tem a tendência para ter uma maior [[percentagem]] de oxigênio. Observou-se, por exemplo, na [[Anguilliformes|enguia]] ''Synaphobranchus'' (que já foi encontrada a uma profundidade de 5440 metros) a seguinte composição do gás da sua bexiga natatória: 75,1% de oxigênio, 20,5% de [[nitrogênio]], 3,1% de [[dióxido de carbono]] e 0,4% de [[argon]].


A [[proporção]] de gases dentro da bexiga natatória varia: em águas pouco profundas, a composição é muito próxima da da [[atmosfera]], enquanto que em águas profundas tem a tendência para ter uma maior [[percentagem]] de oxigénio. Observou-se, por exemplo, na [[Anguilliformes|enguia]] ''Synaphobranchus'' (que já foi encontrada a uma profundidade de 5440 metros) a seguinte composição do gás da sua bexiga nataória: 75.1% de oxigénio, 20.5% de [[nitrogénio]], 3.1% de [[dioxido de carbono]] e 0.4% de [[argon]].
Em algumas [[espécie]]s de [[peixe]]s, principalmente de [[água doce]], a bexiga natatória encontra-se ligada com o [[labirinto (ouvido)|labirinto]] do [[ouvido]] interno, onde o [[animalia|animal]] obtém um [[sentido]] preciso da [[pressão]] da água (e portanto, da profundidade). Pensa-se que esta ligação também auxilia o sentido da [[audição]] dos peixes.


Em algumas [[espécie]]s de [[peixe]]s, principalmente de [[água doce]], a bexiga natatória encontra-se ligada com o [[labrinto]] do [[ouvido]] interno, onde o [[animalia|animal]] obtém um [[sentido]] preciso da [[pressão]] da água (e portanto, da profundidade). Pensa-se que esta ligação também auxilia o sentido da [[audição]] dos peixes.
== Ontogenia e relações filogenéticas entre a bexiga natatória e o pulmão dos animais terrestres ==
A vesícula gasosa está relacionada [[evolução|evolutivamente]] com o [[pulmão]] dos animais terrestres. Pensa-se que os primeiros pulmões eram simples sacos onde o peixe podia armazenar ar da atmosfera quando a água tinha muito pouco oxigénio ([[hipóxia]]) e que evoluiram como pulmões, nos animais terrestres, e como vesícula gasosa nos peixes. Durante o desenvolvimento [[embrião|embrionário]], tanto o pulmão como a vesícula gasosa têm origem numa [[evaginação]] do [[tubo digestivo]] e, em algumas espécies actuais, a bexiga natatória continua a ter uma ligação [[osso pneumático|pneumática]] com aquele órgão. Este é um exemplo de [[correlação]] entre [[ontogenia]] e [[filogenia]]. Não existe qualquer espécie que possua ao mesmo tempo pulmões e bexiga natatória.
{{Referências}}


==Ontogenia e relações filogenéticas entre a bexiga natatória e o pulmão dos animais terrestres==
{{esboço-peixe}}
 
{{Portal3|Biologia}}
A bexiga de gás está relacionada [[evolução|evolutivamente]] com o [[pulmão]] dos animais terrestres. Pensa-se que os primeiros pulmões eram simples sacos onde o peixe podia armazenar ar da atmosfera quando a água tinha muito pouco oxigénio ([[hipóxia]]) e que evoluiram, por um lado, como pulmões e, por outro, como bexiga natatória. Durante o desenvolvimento [[embrião|embrionário]], tanto o pulmão como a bexiga natatória têm origem numa [[evaginação]] do [[tubo digestivo]] e, em algumas espécies actuais, a bexiga natatória continua a ter uma ligação [[osso pneumático|pneumática]] com aquele órgão. Este é um exemplo de [[correlação]] entre [[ontogenia]] e [[filogenia]]. Não existe qualquer espécie que possua ao mesmo tempo pulmões e bexiga natatória.


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[[Categoria:Anatomia dos peixes]]
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Edição atual tal como às 22h41min de 10 de setembro de 2020

Uma bexiga natatória.

A vesícula gasosa, também conhecida como bexiga natatória, é um órgão que auxilia os peixes ósseos a manterem-se a determinada profundidade através do controle da sua densidade relativamente à da água.[1]

É um saco de paredes flexíveis, e pode expandir-se ou contrair de acordo com a pressão; tem pouquíssimos vasos sanguíneos, mas as paredes estão forradas com cristais de guanina, que a tornam impermeável aos gases.

Nem todos os peixes possuem este órgão: os tubarões controlam a sua posição na água através da quantidade de óleo presente em seus fígados bastante desenvolvidos; outros peixes têm reservas de tecido adiposo sob a pele para essa finalidade.

A presença de vesícula gasosa traz uma desvantagem para o seu portador: ela impede a subida rápida do animal na coluna de água, sob o risco de o órgão arrebentar.

Nos peixes pulmonados, como é o caso da piramboia, a bexiga funciona como pulmão, podendo ser bilobada.

Fisiologia da vesícula gasosa

A vesícula gasosa possui uma glândula que permite a introdução de gases, principalmente oxigénio, neste órgão, para aumentar o seu volume. O mecanismo para a troca de gases é o seguinte: a glândula excreta ácido láctico que provoca a perda de oxigénio pela hemoglobina. Este gás difunde-se para dentro da vesícula gasosa através de uma complexa estrutura chamada "rete mirabile". Noutra região da vesícula, esta encontra-se em contacto com o sangue através duma estrutura conhecida por "janela oval", através da qual o oxigênio pode voltar para a corrente sanguínea, baixando assim a pressão dentro da bexiga natatória e diminuindo o seu tamanho.

A proporção de gases dentro da vesícula gasosa varia: em águas pouco profundas, a composição é muito próxima da da atmosfera, enquanto que em águas profundas tem a tendência para ter uma maior percentagem de oxigênio. Observou-se, por exemplo, na enguia Synaphobranchus (que já foi encontrada a uma profundidade de 5440 metros) a seguinte composição do gás da sua bexiga natatória: 75,1% de oxigênio, 20,5% de nitrogênio, 3,1% de dióxido de carbono e 0,4% de argon.

Em algumas espécies de peixes, principalmente de água doce, a bexiga natatória encontra-se ligada com o labirinto do ouvido interno, onde o animal obtém um sentido preciso da pressão da água (e portanto, da profundidade). Pensa-se que esta ligação também auxilia o sentido da audição dos peixes.

Ontogenia e relações filogenéticas entre a bexiga natatória e o pulmão dos animais terrestres

A vesícula gasosa está relacionada evolutivamente com o pulmão dos animais terrestres. Pensa-se que os primeiros pulmões eram simples sacos onde o peixe podia armazenar ar da atmosfera quando a água tinha muito pouco oxigénio (hipóxia) e que evoluiram como pulmões, nos animais terrestres, e como vesícula gasosa nos peixes. Durante o desenvolvimento embrionário, tanto o pulmão como a vesícula gasosa têm origem numa evaginação do tubo digestivo e, em algumas espécies actuais, a bexiga natatória continua a ter uma ligação pneumática com aquele órgão. Este é um exemplo de correlação entre ontogenia e filogenia. Não existe qualquer espécie que possua ao mesmo tempo pulmões e bexiga natatória.

Referências

  1. Garcia, José Henrique “Bexiga natatória” no site InfoEscola.com acessado a 16 de janeiro de 2012 (em inglês)
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