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{{Info/Sítio do Patrimônio Mundial
{{Info/Sítio do Patrimônio Mundial
| nome          = Margens do Rio Sena em Paris
| nome          = Margens do Rio Sena em Paris
| imagem        = [[Imagem:Couché de soleil sur Notre Dame, pris depuis l'Institut du Monde Arabe, Paris, France.jpg|260px]]
| imagem        = [[Imagem:Invalides_aerial_view.jpg|250px|centro]]
| imagem_legenda= [[Catedral de Notre-Dame de Paris|Catedral de Notre-Dame]] e [[rio Sena]]
| imagem_legenda= [[Fotografia aérea]] do [[Hôtel des Invalides]] e do [[rio Sena]] ao fundo.
| país          = França
| país          = França
| ano          = 1991
| ano          = 1991
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=== Arquitetura e monumentos ===
=== Arquitetura e monumentos ===


Os monumentos mais célebres de Paris datam de épocas diversas. Eles com frequência se encontram ou no centro ou nas margens do Sena. Os cais do Sena que ficam entre a ''Pont de Sully'' au ''[[Pont de Bir-Hakeim]]'' constituem uma das mais belas paisagens fluviais urbanas e fazem parte do [[patrimônio mundial]] da [[Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura|UNESCO]]. Ali se encontram, a leste e a oeste: a [[Catedral de Notre-Dame de Paris|Notre-Dame]], o [[Palácio do Louvre|Louvre]], os [[Hôtel des Invalides|Invalides]], a [[Ponte Alexandre III]], o [[Grand Palais]], o [[Museu do Quai Branly]], a [[Torre Eiffel]] e o [[Trocadéro]]. Mais para o leste, importantes edifícios importantes foram construídos (o Ministério das Finanças, a seção François Mitterrand da [[Biblioteca Nacional da França]] etc.).
Os monumentos mais célebres de Paris datam de épocas diversas. Eles com frequência se encontram ou no centro ou nas margens do Sena. Os cais do Sena que ficam entre a ''Pont de Sully'' au ''[[Pont de Bir-Hakeim]]'' constituem uma das mais belas paisagens fluviais urbanas e fazem parte do [[patrimônio mundial]] da [[Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura|UNESCO]]. Ali se encontram, a leste e a oeste: a [[Catedral de Notre-Dame de Paris|Notre-Dame]], o [[Palácio do Louvre|Louvre]], os [[Hôtel des Invalides|Invalides]], a [[Ponte Alexandre III]], o [[Grand Palais]], o [[Museu do Quai Branly]], a [[Torre Eiffel]] e o [[Trocadéro]]. Mais para o leste, importantes edifícios importantes foram construídos (o Ministério das Finanças, a seção François Mitterrand da [[Biblioteca Nacional da França]] etc.). Acham-se na [[Ilha da Cidade]] vários monumentos antigos e simbólicos. A Catedral Notre-Dame, de [[Arquitetura gótica|estilo gótico]], cuja construção se deu principalmente do {{séc|XII}} ao XIII, sofreu uma grande restauração no XIX e teve sua fachada ocidental limpa no fim do XX. Ela é o centro simbólico de Paris, a partir do qual medem-se as distâncias das rodovias da França. O antigo palácio da [[Conciergerie]] foi a sede do poder real até o reino de [[Carlos V de França|Carlos V]], na segunda metade do [[século XIV]]. Desde então, uma parte do prédio já foi usada como prisão, e tinha a fama de ser a última morada antes da execução de várias personagens ilustres do [[Antigo Regime]] e da [[Revolução Francesa]]. A [[Sainte-Chapelle]], construída perto da Conciergerie, é considerada uma obra-prima da Arquitetura gótica. A [[Pont Neuf]], na extremidade ocidental da ilha e datando do fim do [[século XVI]], é a mais velha ponte intacta de Paris.
[[imagem:Abondance Louis Petitot Pont Carrousel Paris-CN.jpg|thumb|esquerda|''Abundantia'', estátua de [[Louis-Messidor-Lebon Petitot|Louis Petitot]] em Paris]]


Acham-se na [[Ilha da Cidade]] vários monumentos antigos e simbólicos. A Catedral Notre-Dame, de [[Arquitetura gótica|estilo gótico]], cuja construção se deu principalmente do {{séc|XII}} ao XIII, sofreu uma grande restauração no XIX e teve sua fachada ocidental limpa no fim do XX. Ela é o centro simbólico de Paris, a partir do qual medem-se as distâncias das rodovias da França. O antigo palácio da [[Conciergerie]] foi a sede do poder real até o reino de [[Carlos V de França|Carlos V]], na segunda metade do [[século XIV]]. Desde então, uma parte do prédio já foi usada como prisão, e tinha a fama de ser a última morada antes da execução de várias personagens ilustres do [[Antigo Regime]] e da [[Revolução Francesa]]. A [[Sainte-Chapelle]], construída perto da Conciergerie, é considerada uma obra-prima da Arquitetura gótica. A [[Pont Neuf]], na extremidade ocidental da ilha e datando do fim do [[século XVI]], é a mais velha ponte intacta de Paris.
Vários monumentos de [[Classicismo|estilo clássico]] igualmente deixam sua marca no centro de Paris. A capela da [[Sorbonne]] no coração do [[Quartier Latin]], foi erguida no início do [[século XVII]]. O [[Palácio do Louvre|Louvre]], residência da realeza, foi embelezado no século XVII e retocado muitas vezes mais desde então. O [[Hôtel des Invalides]], com seu famoso domo dourado, foi erigido no fim do século XVII nos subúrbios da cidade por [[Luís XIV de França|Luís XIV]], que estava ansioso por oferecer um hospital para soldados feridos. Ele abriga desde 15 de dezembro de 1840 as cinzas de [[Napoleão Bonaparte]] e também sua sepultura desde [[2 de abril]] de 1861.<ref>{{citar web | url=http://www.invalides.org/pages/dome.html | título=Inhumation de Napoléon aux invalides | publicado=www.invalides.org | acessodata=18 de Maio de 2010 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20111227184145/http://www.invalides.org/pages/dome.html | arquivodata=27 de Dezembro de 2011 | urlmorta=yes }}</ref> O [[Panteão (Paris)|Panteão]], edificado no fim do [[século XVIII]] próximo à Sorbonne, tornou-se sob a [[Revolução Francesa|Revolução]] um templo civil onde franceses ilustres estão enterrados.
[[Imagem:Arc_de_Triomphe,_Paris_21_October_2010.jpg|thumb|esquerda|Vista do [[Arco do Triunfo (França)|Arco do Triunfo]].]]


Vários monumentos de [[Classicismo|estilo clássico]] igualmente deixam sua marca no centro de Paris. A capela da [[Sorbonne]] no coração do [[Quartier Latin]], foi erguida no início do [[século XVII]]. O [[Palácio do Louvre|Louvre]], residência da realeza, foi embelezado no século XVII e retocado muitas vezes mais desde então. O [[Hôtel des Invalides]], com seu famoso domo dourado, foi erigido no fim do século XVII nos subúrbios da cidade por [[Luís XIV de França|Luís XIV]], que estava ansioso por oferecer um hospital para soldados feridos. Ele abriga desde [[15 de dezembro]] de [[1840]] as cinzas de [[Napoleão Bonaparte]] e também sua sepultura desde [[2 de abril]] de [[1861]].<ref>{{citar web | url=http://www.invalides.org/pages/dome.html | título=Inhumation de Napoléon aux invalides | publicado=www.invalides.org | acessodata=18 de Maio de 2010 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20111227184145/http://www.invalides.org/pages/dome.html | arquivodata=27 de Dezembro de 2011 | urlmorta=yes }}</ref> O [[Panteão (Paris)|Panteão]], edificado no fim do [[século XVIII]] próximo à Sorbonne, tornou-se sob a [[Revolução Francesa|Revolução]] um templo civil onde franceses ilustres estão enterrados.
O patrimônio do século XIX é muito abundante em Paris, a saber, o [[Arco do Triunfo (França)|Arco do Triunfo]], os ''passeios cobertos'', o [[Ópera Garnier|Palácio Garnier]] (construído desde o fim do [[Segundo Império Francês|Segundo Império]] até o início da [[Terceira República Francesa|Terceira República]] e que abriga a [[Ópera Nacional de Paris|Ópera de Paris]]) e a [[Torre Eiffel]] (construção "provisória" erguida por [[Gustave Eiffel]] para a [[Exposição Universal de 1889]], mas que nunca chegou a ser desmantelada). A torre virou o emblema de Paris, visível da maioria dos bairros da cidade e até mesmo dos subúrbios próximos. Ao longo do século XX, os melhores arquitetos semearam as ruas de Paris com suas realizações: [[Hector Guimard|Guimard]], Charles Plumet<ref>{{citar web | url=http://paris1900.blogspot.com/2007/05/36-rue-de-tocqueville-17e.html | título=Paris 1900 - Charles Plumet | publicado=paris1900.blogspot.com | acessodata=21 de Maio de 2010 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20110708055959/http://paris1900.blogspot.com/2007/05/36-rue-de-tocqueville-17e.html | arquivodata=8 de Julho de 2011 | urlmorta=yes }}</ref> e Jules Lavirotte, verdadeiras referências da [[Art nouveau]] na França, seguidos pelas realizações de Robert Mallet-Stevens, Michel Roux-Spitz, [[Willem Marinus Dudok|Dudok]], Henri Sauvage, [[Le Corbusier]], [[Auguste Perret]], etc. durante o [[período entre-guerras]].


O patrimônio do [[século XIX]] é muito abundante em Paris, a saber, o [[Arco do Triunfo]], os ''passeios cobertos'', o [[Ópera Garnier|Palácio Garnier]] (construído desde o fim do [[Segundo Império Francês|Segundo Império]] até o início da [[Terceira República Francesa|Terceira República]] e que abriga a [[Ópera Nacional de Paris|Ópera de Paris]]) e a [[Torre Eiffel]] (construção "provisória" erguida por [[Gustave Eiffel]] para a [[Exposição Universal de 1889]], mas que nunca chegou a ser desmantelada). A torre virou o emblema de Paris, visível da maioria dos bairros da cidade e até mesmo dos subúrbios próximos.
A arquitetura contemporânea é representada em Paris pelo [[Centro Georges Pompidou]], edifício dos [[Década de 1970|anos 1970]] que abriga o Museu Nacional de Arte Moderna <ref> {{citar web | url=http://www.centrepompidou.fr/Pompidou/Musee.nsf/0/2986F8A0D35157FBC1256DA40045A27D?OpenDocument&sessionM=3.2&L=1 | título=Museu Nacional de Arte Moderna | publicado=www.centrepompidou.fr | acessodata=15 de Maio de 2010 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20100210052234/http://www.centrepompidou.fr/Pompidou/Musee.nsf/0/2986F8A0D35157FBC1256DA40045A27D?OpenDocument&sessionM=3.2&L=1 | arquivodata=10 de Fevereiro de 2010 | urlmorta=yes }}</ref> assim como a Biblioteca Pública de Informação.<ref>{{citar web | url=http://www.bpi.fr/fr/index.html | título=Biblioteca Pública de Informação | publicado=www.bpi.fr | acessodata=2010-05-21 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20110511084031/http://www.bpi.fr/fr/index.html | arquivodata=2011-05-11 | urlmorta=yes }}</ref> Não menos importantes as realizações idealizadas pelo presidente [[François Mitterrand]]: a [[Biblioteca Nacional da França]],<ref>{{citar web | url=http://www.parisrivegauche.com/ | título= Paris Rive Gauche | publicado=www.parisrivegauche.com }}</ref> a Ópera Bastille e, provavelmente a mais célebre, a [[Pirâmide do Louvre]], obra do arquiteto [[Ieoh Ming Pei]] erigida no pátio principal do [[Museu do Louvre|Louvre]]. Mais recentemente, o [[Museu do Quai Branly]], ou Museu das Artes e Civilizações de África, Ásia, Oceania e Américas desenhado por [[Jean Nouvel]] e inaugurado em [[2006]], veio enriquecer ainda mais a diversidade arquitetural e cultural da capital.


[[imagem:Paris - Passage Jouffroy 01.jpg|thumb|O ''Passeio Jouffroy'']]
=== Cemitérios ===


Ao longo do [[século XX]], os melhores arquitetos semearam as ruas de Paris com suas realizações: [[Hector Guimard|Guimard]], Charles Plumet<ref>{{citar web | url=http://paris1900.blogspot.com/2007/05/36-rue-de-tocqueville-17e.html | título=Paris 1900 - Charles Plumet | publicado=paris1900.blogspot.com | acessodata=21 de Maio de 2010 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20110708055959/http://paris1900.blogspot.com/2007/05/36-rue-de-tocqueville-17e.html | arquivodata=8 de Julho de 2011 | urlmorta=yes }}</ref> e Jules Lavirotte, verdadeiras referências da [[Art nouveau]] na França, seguidos pelas realizações de Robert Mallet-Stevens, Michel Roux-Spitz, [[Willem Marinus Dudok|Dudok]], Henri Sauvage, [[Le Corbusier]], [[Auguste Perret]], etc. durante o [[período entre-guerras]].
[[imagem:Catacombes de Paris.JPG|thumb|Cripta nas [[catacumbas de Paris]].]]
 
A arquitetura contemporânea é representada em Paris pelo [[Centro Georges Pompidou]], edifício dos [[Década de 1970|anos 1970]] que abriga o {{citar web | url=http://www.centrepompidou.fr/Pompidou/Musee.nsf/0/2986F8A0D35157FBC1256DA40045A27D?OpenDocument&sessionM=3.2&L=1 | título=Museu Nacional de Arte Moderna | publicado=www.centrepompidou.fr | acessodata=15 de Maio de 2010 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20100210052234/http://www.centrepompidou.fr/Pompidou/Musee.nsf/0/2986F8A0D35157FBC1256DA40045A27D?OpenDocument&sessionM=3.2&L=1 | arquivodata=10 de Fevereiro de 2010 | urlmorta=yes }} assim como a {{citar web | url=http://www.bpi.fr/fr/index.html | título=Biblioteca Pública de Informação | publicado=www.bpi.fr | acessodata=2010-05-21 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20110511084031/http://www.bpi.fr/fr/index.html | arquivodata=2011-05-11 | urlmorta=yes }}, uma biblioteca pública de acesso livre. Não menos importantes são o {{citar web | url=http://www.imarabe.org/ | título= Instituto do Mundo Árabe | publicado=www.imarabe.org }} aberto em [[1987]] e as importantes realizações idealizadas pelo presidente [[François Mitterrand]]: a [[Biblioteca Nacional da França]] no novo bairro {{citar web | url=http://www.parisrivegauche.com/ | título= Paris Rive Gauche | publicado=www.parisrivegauche.com }} em pleno desenvolvimento, a Ópera Bastille e, provavelmente a mais célebre, a [[Pirâmide do Louvre]], obra do arquiteto [[Ieoh Ming Pei]] erigida no pátio principal do [[Museu do Louvre|Louvre]]. Mais recentemente, o [[Museu do Quai Branly]], ou Museu das Artes e Civilizações de África, Ásia, Oceania e Américas desenhado por [[Jean Nouvel]] e inaugurado em [[2006]], veio enriquecer ainda mais a diversidade arquitetural e cultural da capital.
 
É no pátio do Louvre que se inicia o eixo histórico de Paris: trata-se de um alinhamento monumental de edifícios e de vias de comunicação que partem do coração da cidade para a direção oeste. Ele começa na [[estátua]] de [[Luís XIV de França|Luís XIV]] no pátio principal do Palácio do Louvre e continua através do jardim das [[Tulherias]], da [[Praça da Concórdia]], dos [[Champs-Élysées]] e termina no [[Arco do Triunfo]] no meio da [[Praça Charles de Gaulle]] (antiga Praça de l'Étoile). A partir dos [[Década de 1960|anos 1960]], a perspectiva do eixo foi prolongada mais para oeste pela construção do bairro de negócios de [[La Défense]], onde se situa a maior parte dos [[arranha-céu]]s da área urbana parisiense. A perspectiva recebe o toque final em [[1989]] com a construção do [[Grande Arco de la Défense]].
 
A [[Torre Montparnasse]] e a [[Basílica de Sacré Cœur]] no topo da colina [[Montmartre]] são, por sua altura, importantes pontos de referência no céu parisiense. Essa última é um dos locais emblemáticos de Paris e recebe [[Turismo|visitantes]] em grandes números, em particular, nos arredores da Praça do Tertre onde há várias pinturas e [[Caricatura|caricaturistas]].
 
Nos anos 1960, o ministro de assuntos culturais [[André Malraux]] lançou uma grande campanha de restauração das fachadas,<ref>Geoffroy de Courcel, {{citar web | url=http://www.charles-de-gaulle.org/dossier/malraux/temoignages/colloque_courcel.htm | título=Introduction du colloque "De Gaulle et Malraux" | publicado=www.charles-de-gaulle.org | acessodata=21 de Maio de 2010 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20090122231053/http://charles-de-gaulle.org/dossier/malraux/temoignages/colloque_courcel.htm | arquivodata=22 de Janeiro de 2009 | urlmorta=yes }}, charles-de-gaulle.org, consulté le 29 juillet 2008</ref> sobre o que comentou o cineasta [[François Truffaut]]: "Desde o branqueamento de Paris, tornou-se dificílimo mostrar como era a Paris de antes."<ref>France culture, {{citar web | url=http://www.radiofrance.fr/chaines/france-culture2/emissions_ete/thema_archives/fiche.php?diffusion_id=62448 | título=Grandes Traversées, François Truffaut, 1/5 : Le temps de la critique | publicado=www.radiofrance.fr | acessodata=21 de Maio de 2010 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20081204111551/http://www.radiofrance.fr/chaines/france-culture2/emissions_ete/thema_archives/fiche.php?diffusion_id=62448 | arquivodata=4 de Dezembro de 2008 | urlmorta=yes }}, émission du lundi 28 juillet 2008 consultée sur internet le 29 juillet 2008</ref>
{{panorama|LaDefense pl.jpg|1000px|Imagem [[Panorama|panorâmica]] de Paris, vista da [[Torre Eiffel]]. No centro da imagem é possível observar o [[centro financeiro]] [[La Défense]].}}
 
==== Cemitérios ====
 
[[imagem:Pere Lachaise looking down the hill.jpg|thumb|O [[Cemitério do Père-Lachaise]]]]


Os principais cemitérios parisienses se situavam na periferia da cidade quando da sua criação em [[1804]] sob [[Napoleão Bonaparte|Napoleão I]]. Muitas igrejas de Paris possuiam igualmente seus próprios cemitérios, mas no fim do [[século XVIII]], decidiu-se fechá-los por razões de salubridade. Todas as ossadas contidas nos cemitérios paroquiais suprimidos em [[1786]] foram transferidas para dentro das antigas pedreiras subterrâneas no exterior das portas meridionais de Paris. A entrada para o ossuário municipal fica na Praça Denfert-Rochereau, no 14° arrondissement. Nos nossos dias, essas pedreiras são conhecidas como as [[catacumbas de Paris]].<ref group="f">p.&nbsp;774-775.</ref>
Os principais cemitérios parisienses se situavam na periferia da cidade quando da sua criação em [[1804]] sob [[Napoleão Bonaparte|Napoleão I]]. Muitas igrejas de Paris possuiam igualmente seus próprios cemitérios, mas no fim do [[século XVIII]], decidiu-se fechá-los por razões de salubridade. Todas as ossadas contidas nos cemitérios paroquiais suprimidos em [[1786]] foram transferidas para dentro das antigas pedreiras subterrâneas no exterior das portas meridionais de Paris. A entrada para o ossuário municipal fica na Praça Denfert-Rochereau, no 14° arrondissement. Nos nossos dias, essas pedreiras são conhecidas como as [[catacumbas de Paris]].<ref group="f">p.&nbsp;774-775.</ref>


Se bem que desde então a extensão de Paris haja englobado todos esses antigos cemitérios, eles se tornaram oásis de tranquilidade muito apreciados cercados por uma cidade vibrante. Numerosas grandes figuras acharam seu descanso final no [[Cemitério do Père-Lachaise]]. Outros cemitérios importantes são o [[Cemitério de Montmartre|de Montmartre]], o [[Cemitério do Montparnasse|do Montparnasse]], o de Passy e as catacumbas de Paris.
Se bem que desde então a extensão de Paris haja englobado todos esses antigos cemitérios, eles se tornaram oásis de tranquilidade muito apreciados cercados por uma cidade vibrante. Numerosas grandes figuras acharam seu descanso final no [[Cemitério do Père-Lachaise]]. Outros cemitérios importantes são o [[Cemitério de Montmartre|de Montmartre]], o [[Cemitério do Montparnasse|do Montparnasse]], o de Passy e as catacumbas de Paris. Novos cemitérios foram criados de fora dos muros no início do [[século XX]], sendo os maiores: o Cemitério Parisiense de Saint-Ouen, o Cemitério Parisiense de Pantin, o Cemitério Parisiense de Ivry e o Cemitério Parisiense de Bagneux.
 
Novos cemitérios foram criados de fora dos muros no início do [[século XX]], sendo os maiores: o Cemitério Parisiense de Saint-Ouen, o Cemitério Parisiense de Pantin, o Cemitério Parisiense de Ivry e o Cemitério Parisiense de Bagneux.


=== Museus ===
=== Museus ===


[[imagem:MuseeOrsay 20070324.jpg|thumb|300px|esquerda|Interior do [[Museu de Orsay]]]]
[[imagem:Musée d'Orsay, Paris 7th 008.JPG|thumb|esquerda|Interior do [[Museu de Orsay]]]]


Paris e a região [[Île-de-France]] possuem a maior oferta museográfica da [[França]]. Há não menos de 100 museus em Paris intra-muros aos quais se deve ajuntar os mais de 110 museus da região. Mas além dos grandes números, é sobretudo na diversidade das coleções que a riqueza se sobressai. O museu mais antigo, de maior área e de maior coleção é o [[Museu do Louvre]]. Com um recorde de frequentação de 8,3 milhões de visitantes em 2006, o Louvre é de longe o museu de arte mais visitado do mundo. Outros de renome mundial são o [https://web.archive.org/web/20100210052234/http://www.centrepompidou.fr/Pompidou/Musee.nsf/0/2986F8A0D35157FBC1256DA40045A27D?OpenDocument&sessionM=3.2&L=1 Museu Nacional de Arte Moderna] (dentro do [[Centro Georges Pompidou]]) e o [[Museu de Orsay]], consagrado essencialmente ao [[impressionismo]]. Na proximidade de Paris, o [[Palácio de Versalhes]], edificado pelo [[Luís XIV de França|Rei-Sol]] e residência dos reis da França ao longo dos séculos XVII e XVIII, atrai igualmente milhões de visitantes ao ano. O palácio e o parque de [[Versalhes]] são classificados na [[Património Mundial|lista dos patrimônios mundiais]] da [[Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura|UNESCO]] desde 1979.<ref>[http://whc.unesco.org/fr/list/83 UNESCO - Palais et parc de Versailles]</ref>
Paris e a região [[Île-de-France]] possuem a maior oferta museográfica da [[França]]. Há não menos de 100 museus em Paris intra-muros aos quais se deve ajuntar os mais de 110 museus da região. Mas além dos grandes números, é sobretudo na diversidade das coleções que a riqueza se sobressai. O museu mais antigo, de maior área e de maior coleção é o [[Museu do Louvre]]. Com um recorde de frequentação de 8,3 milhões de visitantes em 2006, o Louvre é de longe o museu de arte mais visitado do mundo. Outros de renome mundial são o [https://web.archive.org/web/20100210052234/http://www.centrepompidou.fr/Pompidou/Musee.nsf/0/2986F8A0D35157FBC1256DA40045A27D?OpenDocument&sessionM=3.2&L=1 Museu Nacional de Arte Moderna] (dentro do [[Centro Georges Pompidou]]) e o [[Museu de Orsay]], consagrado essencialmente ao [[impressionismo]]. Na proximidade de Paris, o [[Palácio de Versalhes]], edificado pelo [[Luís XIV de França|Rei-Sol]] e residência dos reis da França ao longo dos séculos XVII e XVIII, atrai igualmente milhões de visitantes ao ano. O palácio e o parque de [[Versalhes]] são classificados na [[Património Mundial|lista dos patrimônios mundiais]] da [[Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura|UNESCO]] desde 1979.<ref>[http://whc.unesco.org/fr/list/83 UNESCO - Palais et parc de Versailles]</ref>


Os museus estão sob diversos estatutos administrativos: os mais célebres são museus nacionais, isto é, pertencentes ao [[Estado]] francês. Outros dependem de ministérios, como o Museu do Exército (no [[Hôtel des Invalides]]) e o [http://www.museeairespace.fr/ Museu Aeroespacial] (no [[Aeroporto de Le Bourget]]) que pertencem ao [http://www.defense.gouv.fr/ Ministério da Defesa]. Pode-se também citar o [[Panteão (Paris)|Panteão]], onde repousam os "grandes homens" da nação francesa, como [[Victor Hugo]], [[Voltaire]], [[Jean Moulin]], [[Jean Jaurès]] e [[Marie Curie]]. Outros museus pertencem ao [[Institut de France]] ou ainda a particulares.
Os museus estão sob diversos estatutos administrativos: os mais célebres são museus nacionais, isto é, pertencentes ao [[Estado]] francês. Outros dependem de ministérios, como o Museu do Exército (no [[Hôtel des Invalides]]) e o [http://www.museeairespace.fr/ Museu Aeroespacial] (no [[Aeroporto de Le Bourget]]) que pertencem ao [http://www.defense.gouv.fr/ Ministério da Defesa]. Pode-se também citar o [[Panteão (Paris)|Panteão]], onde repousam os "grandes homens" da nação francesa, como [[Victor Hugo]], [[Voltaire]], [[Jean Moulin]], [[Jean Jaurès]] e [[Marie Curie]]. Outros museus pertencem ao [[Institut de France]] ou ainda a particulares. O município de Paris possui e gerencia por si próprio quatorze museus e sítios, dos quais os mais célebres são o [[Museu Carnavalet]], consagrado à história de Paris, perto da antiga casa de Victor Hugo ou ainda as [[Catacumbas de Paris|catacumbas]]. Também não há falta de exposições temáticas.<ref group="s">{{citar web | url=http://www.paris.fr/portail/Culture/Portal.lut?page_id=144 | título=Musées | publicado=www.paris.fr }}</ref>


O município de Paris possui e gerencia por si próprio quatorze museus e sítios, dos quais os mais célebres são o [[Museu Carnavalet]], consagrado à história de Paris, perto da antiga casa de Victor Hugo ou ainda as [[Catacumbas de Paris|catacumbas]]. Também não há falta de exposições temáticas.<ref group="s">{{citar web | url=http://www.paris.fr/portail/Culture/Portal.lut?page_id=144 | título=Musées | publicado=www.paris.fr }}</ref>
{{panorama|Paris 06 2012 Cour Napoléon (Palais du Louvre) Panorama 3004.jpg|900px|O [[Museu do Louvre]]}}
 
{{panorama|Louvre Museum Wikimedia Commons 2.jpg|800px|O [[Museu do Louvre]]}}


=== Bibliotecas ===
=== Bibliotecas ===
Linha 448: Linha 431:
A maioria das [[biblioteca]]s de Paris são públicas. A [http://www.bibliotheque-mazarine.fr// Biblioteca Mazarine] construída a partir de uma biblioteca particular do cardeal Mazarin, é a mais antiga, funcionando desde [[1643]]. A ''[[Bibliothèque Nationale de France]]'' é repartida em dois locais, um chamado ''Site Richelieu/Louvois'' e outro de ''Site François-Mitterrand'' (''Tolbiac''). É uma das bibliotecas mais importantes do mundo com um acervo estimado em 30 milhões de volumes. Ela serve de [[depósito legal]] da França desde o reino de [[Francisco I de França|Francisco I]].
A maioria das [[biblioteca]]s de Paris são públicas. A [http://www.bibliotheque-mazarine.fr// Biblioteca Mazarine] construída a partir de uma biblioteca particular do cardeal Mazarin, é a mais antiga, funcionando desde [[1643]]. A ''[[Bibliothèque Nationale de France]]'' é repartida em dois locais, um chamado ''Site Richelieu/Louvois'' e outro de ''Site François-Mitterrand'' (''Tolbiac''). É uma das bibliotecas mais importantes do mundo com um acervo estimado em 30 milhões de volumes. Ela serve de [[depósito legal]] da França desde o reino de [[Francisco I de França|Francisco I]].


A cidade gerencia 55 bibliotecas municipais para empréstimos gerais de livros<ref>{{citar web | url=http://www.paris.fr/portail/Culture/Portal.lut?page_id=7973 | título=Les 55 bibliothèques de Paris | publicado=www.paris.fr }}</ref> e uma dezena de bibliotecas municipais temáticas<ref>{{citar web | url=http://www.paris.fr/portail/Culture/Portal.lut?page_id=459Les | título=bibliothèques thématiques de Paris | publicado=www.paris.fr }}</ref> onde é igualmente possível de se emprestar certos documentos. Pode-se citar dentre os mais conhecidos a ''bibliothèque historique de la ville de Paris'', criada em 1871, que possui um milhão de livros e brochuras, fotografias, mapas e planos ligados à história da cidade, e a ''bibliothèque de cinéma [[François Truffaut]]'', que oferece uma importante documentação sobre o cinema.<ref group="s">{{citar web | url=http://www.paris.fr/portail/Culture/Portal.lut?page_id=145 | título=Bibliothèques | publicado=www.paris.fr }}</ref> Em oposição à ''Bibliothèque Nationale de France'' e à Biblioteca Mazarine, o acesso às bibliotecas municipais é inteiramente gratuito, embora o acesso às bibliotecas temáticas possa ser proibido aos menores de idade. O empréstimo de livros, revistas, quadrinhos e partituras é gratuito, enquanto que o de discos e vídeos se faz mediante um pagamento anual.
A cidade gerencia 55 bibliotecas municipais para empréstimos gerais de livros<ref>{{citar web | url=http://www.paris.fr/portail/Culture/Portal.lut?page_id=7973 | título=Les 55 bibliothèques de Paris | publicado=www.paris.fr }}</ref> e uma dezena de bibliotecas municipais temáticas<ref>{{citar web | url=http://www.paris.fr/portail/Culture/Portal.lut?page_id=459Les | título=bibliothèques thématiques de Paris | publicado=www.paris.fr }}</ref> onde é igualmente possível de se emprestar certos documentos. Pode-se citar dentre os mais conhecidos a ''bibliothèque historique de la ville de Paris'', criada em 1871, que possui um milhão de livros e brochuras, fotografias, mapas e planos ligados à história da cidade, e a ''bibliothèque de cinéma [[François Truffaut]]'', que oferece uma importante documentação sobre o cinema.<ref group="s">{{citar web | url=http://www.paris.fr/portail/Culture/Portal.lut?page_id=145 | título=Bibliothèques | publicado=www.paris.fr }}</ref> Em oposição à ''Bibliothèque Nationale de France'' e à Biblioteca Mazarine, o acesso às bibliotecas municipais é inteiramente gratuito, embora o acesso às bibliotecas temáticas possa ser proibido aos menores de idade. O empréstimo de livros, revistas, quadrinhos e partituras é gratuito, enquanto que o de discos e vídeos se faz mediante um pagamento anual. Além das bibliotecas públicas, há também associativas e privadas, por exemplo, a ''Bibliothèque publique d'information'' do [[Centro Georges Pompidou]]. Numerosas bibliotecas universitárias são abertas ao público.
 
Além das bibliotecas públicas, há também associativas e privadas, por exemplo, a ''Bibliothèque publique d'information'' do [[Centro Georges Pompidou]]. Numerosas bibliotecas universitárias são abertas ao público.


=== Óperas, teatros e salas de espetáculo ===
=== Óperas, teatros e salas de espetáculo ===
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[[imagem:Palais Garnier.jpg|thumb|esquerda|A [[Ópera Garnier]]]]
[[imagem:Palais Garnier.jpg|thumb|esquerda|A [[Ópera Garnier]]]]


As maiores óperas de Paris são a [[Ópera Garnier]] e a [[Ópera da Bastilha]]. Elas oferecem um repertório variado de clássico e de moderno.
As maiores óperas de Paris são a [[Ópera Garnier]] e a [[Ópera da Bastilha]]. Elas oferecem um repertório variado de clássico e de moderno. O teatro é tradicionalmente um lugar importante da cultura parisiense. Isso continua a ser verdade, se bem que muitos dos seus atores mais populares sejam também estrelas da televisão francesa. A ''[[Comédie-Française]]'', o ''[[Théâtre de l'Odéon]]'', o ''Théâtre Mogador'' e o ''Théâtre de la Gaîté-Montparnasse'' estão dentre os principais teatros parisienses. Alguns servem igualmente como salas de concerto. Várias lendas do mundo musical francês tais como [[Édith Piaf]], [[Maurice Chevalier]], [[Georges Brassens]] e [[Charles Aznavour]] encontraram a glória em salas de concerto renomadas como ''[https://web.archive.org/web/20070707102206/http://www.bobino.fr/ Bobino]'', ''[[Olympia (teatro)|Olympia]]'', ''[http://www.lacigale.fr/ La Cigale]'' e ''[http://www.lesplendid.com/accueil.aspx Le Splendid]''. A ''[http://www.sallepleyel.fr/francais/accueil.aspx Salle Pleyel]'' oferece numerosos [[Concerto (música erudita)|concertos sinfônicos]]; a ''[http://www.sallegaveau.com/index.html Salle Gaveau]'', [[música de câmara]]; e a ''Maison de Radio France'', concertos de grande variedade musical.
 
O teatro é tradicionalmente um lugar importante da cultura parisiense. Isso continua a ser verdade, se bem que muitos dos seus atores mais populares sejam também estrelas da televisão francesa. A ''[[Comédie-Française]]'', o ''[[Théâtre de l'Odéon]]'', o ''Théâtre Mogador'' e o ''Théâtre de la Gaîté-Montparnasse'' estão dentre os principais teatros parisienses. Alguns servem igualmente como salas de concerto.
 
Várias lendas do mundo musical francês tais como [[Édith Piaf]], [[Maurice Chevalier]], [[Georges Brassens]] e [[Charles Aznavour]] encontraram a glória em salas de concerto renomadas como ''[https://web.archive.org/web/20070707102206/http://www.bobino.fr/ Bobino]'', ''[[Olympia (teatro)|Olympia]]'', ''[http://www.lacigale.fr/ La Cigale]'' e ''[http://www.lesplendid.com/accueil.aspx Le Splendid]''. A ''[http://www.sallepleyel.fr/francais/accueil.aspx Salle Pleyel]'' oferece numerosos [[Concerto (música erudita)|concertos sinfônicos]]; a ''[http://www.sallegaveau.com/index.html Salle Gaveau]'', [[música de câmara]]; e a ''Maison de Radio France'', concertos de grande variedade musical.


O ''[http://www.elyseemontmartre.com/ Élysée Montmartre]'' mencionado mais abaixo, cujo porte claramente se reduziu, tornou-se uma sala de concerto. O ''[http://www.newmorning.com/ New Morning]'' é um dos clubes parisienses onde ainda se oferecem concertos de [[jazz]], mas também fornece música para outros gostos. Mais recentemente, ''[http://www.zenith-paris.com/ Le Zénith]'' no bairro da Villette e o ''[http://www.bercy.fr/ Palais Omnisports]'' no bairro de Bercy, ou até mesmo o ''[[Stade de France]]'' em [[Saint-Denis (Seine-Saint-Denis)|Saint-Denis]] ou o ''[[Estádio Parc des Princes|Parc des Princes]]'' têm proporcionado concertos em larga escala.
O ''[http://www.elyseemontmartre.com/ Élysée Montmartre]'' mencionado mais abaixo, cujo porte claramente se reduziu, tornou-se uma sala de concerto. O ''[http://www.newmorning.com/ New Morning]'' é um dos clubes parisienses onde ainda se oferecem concertos de [[jazz]], mas também fornece música para outros gostos. Mais recentemente, ''[http://www.zenith-paris.com/ Le Zénith]'' no bairro da Villette e o ''[http://www.bercy.fr/ Palais Omnisports]'' no bairro de Bercy, ou até mesmo o ''[[Stade de France]]'' em [[Saint-Denis (Seine-Saint-Denis)|Saint-Denis]] ou o ''[[Estádio Parc des Princes|Parc des Princes]]'' têm proporcionado concertos em larga escala. As ''guinguettes'' ([[cabaré]]s criados nos subúrbios de Paris para escapar dos impostos municipais, frequentemente à beira de cursos de água) e os ''cafés-concerts'' (estabelecimento de consumo de bebidas com música ao vivo) constituíam a espinha dorsal do entretenimento parisiense antes da [[Segunda Guerra Mundial]]. Dentre os pioneiros desse gênero, fundados na primeira metade do [[século XIX]], pode-se citar a ''guinguette'' do ''Moulin de la Galette'' e os ''cafés-concerts'' do ''Élysée Montmartre'' e do ''Château-Rouge''. Hoje em dia, uma grande parte da diversão noturna em Paris se dá em boates mais ou menos seletivas, onde se encontram alguns dos melhores [[DJ]]s do mundo.
 
As ''guinguettes'' ([[cabaré]]s criados nos subúrbios de Paris para escapar dos impostos municipais, frequentemente à beira de cursos de água) e os ''cafés-concerts'' (estabelecimento de consumo de bebidas com música ao vivo) constituíam a espinha dorsal do entretenimento parisiense antes da [[Segunda Guerra Mundial]]. Dentre os pioneiros desse gênero, fundados na primeira metade do [[século XIX]], pode-se citar a ''guinguette'' do ''Moulin de la Galette'' e os ''cafés-concerts'' do ''Élysée Montmartre'' e do ''Château-Rouge''. Hoje em dia, uma grande parte da diversão noturna em Paris se dá em boates mais ou menos seletivas, onde se encontram alguns dos melhores [[DJ]]s do mundo.


=== Cinema ===
=== Cinema ===
[[Imagem:Legrandrexfacade.jpg|thumb|[[Grand Rex]], a maior sala de cinema da Europa.<ref>{{cite web|url=http://cinematreasures.org/theater/6785/|title=Grand Rex|publisher=}}</ref>]]


Paris conta com 376 salas de cinema (a maior concentração per capita do mundo), das quais 150 são independentes, e 89 são subsidiadas. Elas se distinguem pela variedade do que oferecem, cerca de 450 a 500 filmes diferentes em cartaz por semana<ref group="s">{{citar web | url=http://www.paris.fr/portail/Culture/Portal.lut?page_id=8358 | título=Cinéma en chiffres | publicado=www.paris.fr }}</ref> e são frequentados por mais de 27 milhões de espectadores por ano (números de [[2006]]).
Paris conta com 376 salas de cinema (a maior concentração per capita do mundo), das quais 150 são independentes, e 89 são subsidiadas. Elas se distinguem pela variedade do que oferecem, cerca de 450 a 500 filmes diferentes em cartaz por semana e são frequentados por mais de 27 milhões de espectadores por ano (números de 2006).<ref group="s">{{citar web | url=http://www.paris.fr/portail/Culture/Portal.lut?page_id=8358 | título=Cinéma en chiffres | publicado=www.paris.fr }}</ref>  
 
Alguns grandes grupos são cada vez mais dominantes, enquanto que o cinema independente está fragilizado. Desde os [[Década de 1990|anos 1990]], grandes multiplexos de dez ou vinte salas tem sido abertos.<ref>{{citar web | url=http://www.apur.org/images/bdu/cine_pc_adr99.pdf | título=APUR - Salles de cinéma à Paris et en petite couronne (2000) | publicado=www.apur.org | acessodata=9 de Julho de 2012 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20090624113249/http://www.apur.org/images/bdu/cine_pc_adr99.pdf | arquivodata=24 de Junho de 2009 | urlmorta=yes }}</ref>


A maior sala de cinema em Paris hoje é [http://www.legrandrex.com/home.php Le Grand Rex] com 2&nbsp;800 assentos, desde que o [http://www.gaumont-le-musee.fr/ Gaumont Palace] da praça de Clichy foi destruído em 1973. Todas as demais salas parisienses possuem menos de 1&nbsp;000 lugares. O antigo ''American Center'' do arquiteto [[Frank Gehry]] abriga atualmente a [http://www.cinematheque.fr/ Cinémathèque française].
Alguns grandes grupos são cada vez mais dominantes, enquanto que o cinema independente está fragilizado. Desde os [[Década de 1990|anos 1990]], grandes multiplexos de dez ou vinte salas tem sido abertos.<ref>{{citar web | url=http://www.apur.org/images/bdu/cine_pc_adr99.pdf | título=APUR - Salles de cinéma à Paris et en petite couronne (2000) | publicado=www.apur.org | acessodata=9 de Julho de 2012 | arquivourl=https://web.archive.org/web/20090624113249/http://www.apur.org/images/bdu/cine_pc_adr99.pdf | arquivodata=24 de Junho de 2009 | urlmorta=yes }}</ref> A maior sala de cinema em Paris hoje é [http://www.legrandrex.com/home.php Le Grand Rex] com 2&nbsp;800 assentos,<ref>{{cite web|url=http://cinematreasures.org/theater/6785/|title=Grand Rex|publisher=}}</ref> desde que o [http://www.gaumont-le-musee.fr/ Gaumont Palace] da praça de Clichy foi destruído em 1973. Todas as demais salas parisienses possuem menos de 1&nbsp;000 lugares. O antigo ''American Center'' do arquiteto [[Frank Gehry]] abriga atualmente a Cinémathèque française.<ref>[http://www.cinematheque.fr/ Cinémathèque française]. Acessado em 29 de março de 2020.</ref>


=== Cafés, restaurantes e hotéis ===
=== Cafés, restaurantes e hotéis ===
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O primeiro estabelecimento a anunciar a venda de "restauração" parece ter sido em Paris [[La Tour d'Argent]], fundado em [[1582]] por um certo Rourtaud, e esse local teria contribuído para a utilização do "garfo" na França. O primeiro restaurante, na acepção moderna da palavra, foi aberto em Paris na Rue des Poulies (hoje, Rue du Louvre), em [[1765]], por um comerciante de caldo de carne, chamado Boulanger (apelidado de Champ d'Oiseau) que inventou o "cardápio" e a palavra "restaurante". Em [[1782]], Antoine Beauvilliers, cozinheiro do Príncipe de Condé e ''officier de bouche'' (criado de mesa) do [[Luís XVIII de França|Conde de Provença]], retomou a fórmula e abriu, em um quadro mais refinado, a ''Grande Taverne de Londres'', no número 26 da Rue de Richelieu. Foi o primeiro verdadeiro "grande restaurante" de Paris, o qual ficará por mais de vinte anos sem rival. Mas é a partir da [[Revolução Francesa]] que o fenômeno toma amplitude, pois a fuga dos nobres deixou seus cozinheiros desempregados, ao mesmo tempo em que chegavam muitas pessoas do interior a Paris, onde não podiam contar com a família para alimentá-los. Em [[1789]], Paris somava uma centena de restaurantes frequentados pela alta sociedade, agrupados ao redor do Palais-Royal. Trinta anos depois, já somavam 3&nbsp;000.
O primeiro estabelecimento a anunciar a venda de "restauração" parece ter sido em Paris [[La Tour d'Argent]], fundado em [[1582]] por um certo Rourtaud, e esse local teria contribuído para a utilização do "garfo" na França. O primeiro restaurante, na acepção moderna da palavra, foi aberto em Paris na Rue des Poulies (hoje, Rue du Louvre), em [[1765]], por um comerciante de caldo de carne, chamado Boulanger (apelidado de Champ d'Oiseau) que inventou o "cardápio" e a palavra "restaurante". Em [[1782]], Antoine Beauvilliers, cozinheiro do Príncipe de Condé e ''officier de bouche'' (criado de mesa) do [[Luís XVIII de França|Conde de Provença]], retomou a fórmula e abriu, em um quadro mais refinado, a ''Grande Taverne de Londres'', no número 26 da Rue de Richelieu. Foi o primeiro verdadeiro "grande restaurante" de Paris, o qual ficará por mais de vinte anos sem rival. Mas é a partir da [[Revolução Francesa]] que o fenômeno toma amplitude, pois a fuga dos nobres deixou seus cozinheiros desempregados, ao mesmo tempo em que chegavam muitas pessoas do interior a Paris, onde não podiam contar com a família para alimentá-los. Em [[1789]], Paris somava uma centena de restaurantes frequentados pela alta sociedade, agrupados ao redor do Palais-Royal. Trinta anos depois, já somavam 3&nbsp;000.


A reputação culinária de Paris tem suas fundações nas origens diversas de seus habitantes. Com a chegada da [[ferrovia]] em meados do [[século XIX]] e a [[Revolução Industrial]] que se seguiu, muita gente de toda a França veio à capital, trazendo consigo toda a diversidade gastronômica das diferentes regiões do país e criando vários restaurantes de especialidades regionais, como "Chez Jenny" para a cozinha [[Alsácia|alsaciana]] e "Aux Lyonnais" para a cozinha de [[Lyon]]. A imigração proveniente do estrangeiro trouxe consigo uma diversidade culinária ainda maior e hoje se acham em Paris, não só um grande número de estabelecimentos especializados nas cozinhas do [[Magrebe]] e da [[Ásia]], mas também aqueles que oferecem pratos vindos dos cinco continentes.
A reputação culinária de Paris tem suas fundações nas origens diversas de seus habitantes. Com a chegada da [[ferrovia]] em meados do [[século XIX]] e a [[Revolução Industrial]] que se seguiu, muita gente de toda a França veio à capital, trazendo consigo toda a diversidade gastronômica das diferentes regiões do país e criando vários restaurantes de especialidades regionais, como "Chez Jenny" para a cozinha [[Alsácia|alsaciana]] e "Aux Lyonnais" para a cozinha de [[Lyon]]. A imigração proveniente do estrangeiro trouxe consigo uma diversidade culinária ainda maior e hoje se acham em Paris, não só um grande número de estabelecimentos especializados nas cozinhas do [[Magrebe]] e da [[Ásia]], mas também aqueles que oferecem pratos vindos dos cinco continentes. Uma outra consequência do aumento do número de viajantes e de [[Turismo|turistas]] na capital é, desde o fim do [[século XIX]], a presença de numerosos [[Hotel|hotéis]], em parte devido às [[Exposição mundial|exposições universais]]. Dentre os mais luxuosos, o [[Hôtel Ritz Paris|Hôtel Ritz]] apareceu na [[Place Vendôme|Praça Vendôme]] em [[1898]] e o [http://www.crillon.com/ Hôtel de Crillon] abriu suas portas no lado norte da [[Praça da Concórdia]] em [[1909]].
 
Uma outra consequência do aumento do número de viajantes e de [[Turismo|turistas]] na capital é, desde o fim do [[século XIX]], a presença de numerosos [[Hotel|hotéis]], em parte devido às [[Exposição mundial|exposições universais]]. Dentre os mais luxuosos, o [[Hôtel Ritz Paris|Hôtel Ritz]] apareceu na [[Place Vendôme|Praça Vendôme]] em [[1898]] e o [http://www.crillon.com/ Hôtel de Crillon] abriu suas portas no lado norte da [[Praça da Concórdia]] em [[1909]].
 
=== Esportes ===
 
Paris foi sede duas vezes dos [[Jogos Olímpicos]], em [[Jogos Olímpicos de Verão de 1900|1900]] e [[Jogos Olímpicos de Verão de 1924|1924]]. A cidade viu ainda duas finais de [[Copa do Mundo]] de [[futebol]], em [[Copa do Mundo FIFA de 1938|1938]] e [[Copa do Mundo FIFA de 1998|1998]]. Embora o tradicional [[Tour de France]] nem sempre comece em Paris, é nela que se encerra sempre a prova. E desde [[1975]], seu encerramento sempre acontece na [[Champs-Élysées]]. Paris também é sede do [[Torneio de Roland-Garros]], um dos quatro torneios mais importantes de tênis do mundo.


=== Manifestações culturais e festividades ===
[[Imagem:French Republican Guard Bastille Day 2007 n1.jpg|thumb|upright|Membro da [[Guarda Republicana (França)|Guarda Republicana]] no [[Queda da Bastilha|Dia da Bastilha]]]]
[[Imagem:French Republican Guard Bastille Day 2007 n1.jpg|thumb|upright|Membro da [[Guarda Republicana (França)|Guarda Republicana]] no [[Queda da Bastilha|Dia da Bastilha]]]]
Os principais clubes desportivos de Paris são o [[Paris Saint-Germain Football Club]] ([[futebol]]) e o [[Stade Français Club Athlétique des Sports Généraux|Stade Français]] ([[rugby]]).
=== Manifestações culturais e festividades ===


O caráter festivo da cidade é marcado desde 2002 pelas operações de [http://www.paris-plages.fr/ Paris Plages], organizadas entre julho e agosto, e que consiste em transformar uma parte dos cais do [[Rio Sena|Sena]] em praias com cadeiras-de-praia e atividades diversas. Também há a [http://www.nuitblanche.paris.fr/ Nuit Blanche], que permite ao público assistir gratuitamente a diferentes expressões da [[arte contemporânea]] através da cidade durante a noite do primeiro sábado para o primeiro domingo de outubro.
O caráter festivo da cidade é marcado desde 2002 pelas operações de [http://www.paris-plages.fr/ Paris Plages], organizadas entre julho e agosto, e que consiste em transformar uma parte dos cais do [[Rio Sena|Sena]] em praias com cadeiras-de-praia e atividades diversas. Também há a [http://www.nuitblanche.paris.fr/ Nuit Blanche], que permite ao público assistir gratuitamente a diferentes expressões da [[arte contemporânea]] através da cidade durante a noite do primeiro sábado para o primeiro domingo de outubro.
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Outubro é o mês do [[Mundial do Automóvel]] nos anos pares, alternando com o mundial de duas-rodas nos anos ímpares. No mesmo mês, há a [http://www.fiac.com/ Feira Internacional de Arte Contemporânea] (FIAC). No segundo sábado de outubro, o bairro [[Montmartre]] se reata com seu passado vitícola na [http://www.fetedesvendangesdemontmartre.com/ Festa da Colheita de Montmartre]. Uma das mais antigas manifestações de arte em Paris é a [http://www.biennaledeparis.org/ Bienal de Paris], fundada em 1959 por [[André Malraux]].
Outubro é o mês do [[Mundial do Automóvel]] nos anos pares, alternando com o mundial de duas-rodas nos anos ímpares. No mesmo mês, há a [http://www.fiac.com/ Feira Internacional de Arte Contemporânea] (FIAC). No segundo sábado de outubro, o bairro [[Montmartre]] se reata com seu passado vitícola na [http://www.fetedesvendangesdemontmartre.com/ Festa da Colheita de Montmartre]. Uma das mais antigas manifestações de arte em Paris é a [http://www.biennaledeparis.org/ Bienal de Paris], fundada em 1959 por [[André Malraux]].
=== Esportes ===
[[Imagem:StadeFranceNationsLeague2018.jpg|thumb|esquerda|[[Stade de France]]]]
[[Imagem:Tour_de_france_2010_-_Champs_Elysées_n10.jpg|thumb|esquerda|[[Tour de France]] 2010, [[Champs Élysées]].]]
Os clubes esportivos mais populares de Paris são o clube de futebol  [[Paris Saint-Germain F.C.]] e os clubes da união de [[rugby]] [[Stade Français]] e [[Racing 92]], o último dos quais está localizado nos arredores da cidade. O [[Stade de France]], com 80.000 lugares, construído para a [[Copa do Mundo FIFA de 1998]], está localizado ao norte de Paris, na comuna de [[Saint-Denis]].{{sfn|Lawrence|Gondrand|2010|pp=300–01}} É usado para futebol, [[rugby union]] e [[atletismo]]. Ele hospeda a [[Seleção Francesa de Futebol]] para amistosos e eliminatórias para grandes torneios, anualmente organiza os jogos em casa da [[Seleção Francesa de Rugby Union]] no campeonato das [[Seis Nações]] e hospeda vários jogos importantes da equipe de rugby do Stade Français. Além do Paris Saint-Germain F.C., a cidade possui vários outros clubes de futebol profissional e amador: [[Paris FC]], [[Red Star Football Club|Red Star]], entre outros.<ref name = "placar">BETTINE, Lucas (outubro de 2012). '''PSG: Paris sem grana'''. [[Revista Placar|Placar]] n. 1371. Editora Abril, p. 80</ref>
Paris sediou os [[Jogos Olímpicos de Verão de 1900]] e [[Jogos Olímpicos de Verão de 1924|1924]] e sediará os [[Jogos Olímpicos de Verão de 2024|Jogos Olímpicos de Verão de 2024]] e os Jogos Paraolímpicos de 2024. A cidade também sediou as finais da [[Copa do Mundo FIFA de 1938]] (no [[Stade Olympique Yves-du-Manoir|Stade Olympique de Colombes]]), bem como a [[Copa do Mundo FIFA de 1998]] e a final da [[Copa do Mundo de Rugby de 2007]] (ambas no [[Stade de France]]). Duas finais da [[Liga dos Campeões]] da [[UEFA]] no século atual também foram disputadas no Stade de France: as edições de 2000 e 2006.<ref>{{cite news|url=http://news.bbc.co.uk/sport1/hi/football/europe/4750383.stm|accessdate=21 de abril de 2013|date=16 de junho de 2006|title=Arsenal aim to upset the odds|work=BBC Sport|location=London|archive-url=https://web.archive.org/web/20170912155904/http://news.bbc.co.uk/sport1/hi/football/europe/4750383.stm|archive-date=12 de setembro de 2017}}</ref> Mais recentemente, Paris foi anfitriã do [[UEFA Euro 2016]], tanto no [[Parc des Princes]], na cidade propriamente dita quanto no Stade de France, e este último sediou a partida de abertura e a final.<ref>[http://news.bbc.co.uk/sport1/hi/football/europe/8711016.stm "France beat Turkey and Italy to stage Euro 2016"]. BBC Sport (British Broadcasting Corporation). 28 de maio de 2010.</ref>
A etapa final das corridas de bicicleta mais famosas do mundo, o [[Tour de France]], sempre termina em Paris. Desde 1975, a corrida terminou nos [[Champs-Elysées]].<ref>{{cite web|url=http://www.letour.fr/le-tour/2013/us/overall-route.html|title=2013 route|work=Le Tour|accessdate=21 de abrio de 2013|archive-url=https://web.archive.org/web/20130517063542/http://www.letour.fr/le-tour/2013/us/overall-route.html|archive-date=17 de maio de 2013|df=dmy-all}}</ref> O [[tênis]] é outro esporte popular em Paris e em toda a França; o [[Aberto da França]], realizado todos os anos na argila vermelha do Centro Nacional de Tênis de [[Roland Garros]], é um dos quatro eventos de [[Grand Slam]] da turnê mundial de tênis profissional.<ref>{{cite web|title=Roland-Garros|url=http://www.rolandgarros.com/en_FR/|publisher=Roland Garros|access-date=21 de abril de 2013|archive-url=https://web.archive.org/web/20130415075857/http://www.rolandgarros.com/en_FR/|archive-date=15 de abril de 2013}}</ref>


== Ver também ==
== Ver também ==

Edição das 09h04min de 29 de março de 2020

Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Paris (desambiguação).
Paris
Do topo, em sentido horário: Montmartre; Pirâmide do Louvre; Opéra Garnier e Palácio de Versalhes; panorama urbano de Paris com o rio Sena, a Ponte das Artes e a Torre Eiffel; Arco do Triunfo; placa do metrô de Paris; Catedral de Notre-Dame.
Do topo, em sentido horário: Montmartre; Pirâmide do Louvre; Opéra Garnier e Palácio de Versalhes; panorama urbano de Paris com o rio Sena, a Ponte das Artes e a Torre Eiffel; Arco do Triunfo; placa do metrô de Paris; Catedral de Notre-Dame.
Símbolos
Bandeira de Paris
Bandeira
Brasão de armas de Paris
Brasão de armas
Lema Fluctuat nec mergitur
"É sacudida pelas ondas, mas não afunda"
Gentílico parisiense
Localização
Paris está localizado em: França
Paris
Mapa de Paris
Coordenadas 48° 51' 24" N 2° 21' 03" E
País França
Região Île-de-France
Região metropolitana Paris
Administração
Prefeita Anne Hidalgo (PS)
Características geográficas
Área total 105,40 km²
População total 2 148 271 hab.
 • População metropolitana 12 532 901
Sítio www.paris.fr

Paris (Predefinição:IPA-fr) é a capital e a mais populosa cidade da França, com uma população estimada em 2020 de 2 148 271 habitantes em uma área de 105 quilômetros quadrados.[1] Desde o século XVII, Paris é um dos principais centros de finanças, diplomacia, comércio, moda, ciência e artes da Europa. A cidade de Paris é o centro e sede de governo da região administrativa de Ilha de França, que tem uma população estimada em 2020 de 12 278 210 habitantes, ou cerca de 18% da população da França.[1] Em 2017, a região de Paris teve um PIB de €709 bilhões.[2] De acordo com a Pesquisa de Custo de Vida da Economist Intelligence Unit em 2018, Paris era a segunda cidade mais cara do mundo, atrás apenas da Singapura e à frente de Zurique, Honguecongue, Oslo e Genebra.[3]

Abrangendo numerosos monumentos e por conta de seu considerável papel político e econômico, Paris é também uma importante cidade na história do mundo.[4] Sua posição numa encruzilhada entre os itinerários comerciais terrestres e fluviais no coração de uma rica região agrícola a tornou uma das principais cidades francesas ao longo do século X, beneficiada com palácios reais, ricas abadias e uma catedral.[5] Ao longo do século XII, se tornou um dos primeiros focos europeus do ensino e da arte.[6] A importância econômica e política de Paris foi reforçada quando os Reis de França e a corte fixaram-se na cidade.[7][5] Assim, Paris se converteu em uma das mais importantes cidades de todo o mundo ocidental, na capital da maior potência política europeia (século XVII), no centro cultural da Europa (século XVIII) e na capital da arte e do lazer (século XIX).[5]

Paris é a capital econômica e comercial da França, onde os negócios da Bolsa e das finanças se concentram. A densidade da sua rede ferroviária, rodoviária e da sua estrutura aeroportuária — um hub da rede aérea francesa e europeia — fazem-na um ponto de convergência para os transportes internacionais. A cidade abriga dois aeroportos internacionais: o Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle, o segundo aeroporto mais movimentado da Europa, e o Aeroporto de Paris-Orly.[8][9] Inaugurado em 1900, o metrô da cidade, o Metropolitano de Paris, atende 5,23 milhões de passageiros diariamente;[10] é o segundo sistema de metrô mais movimentado da Europa, superado pelo Metro de Moscovo.[11] A Gare du Nord é a 24.ª estação ferroviária mais movimentada do mundo, porém a primeira localizada fora do Japão, com 262 milhões de passageiros em 2015.[12][13]

Em 2018, Paris recebeu 16,8 milhões de turistas, sendo a oitava cidade mais visitada do mundo naquele ano, assim como a segunda cidade da Europa, depois de Londres.[14] O clube de futebol Paris Saint-Germain e o clube de rugby Stade Français estão sediados em Paris. O Stade de France, com 80 000 lugares, construído para a Copa do Mundo FIFA de 1998, está localizado ao norte da cidade, na comuna vizinha de Saint-Denis.[15] Paris organiza anualmente o torneio Grand Slam de tênis. Sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 1900 e 1924, devendo sediar o de 2024.[16] Paris também foi a cidade-sede das Copas do Mundo FIFA de 1938 e 1998, a Copa do Mundo de Rugby Union de 2007 e o Campeonato Europeu de Futebol de 1960, 1984 e 2016.[17] A competição de ciclismo de estrada Tour de France finaliza-se em Paris em todo mês de julho.[18]

Etimologia

Paris deve seu nome aos Parísios, um povo gaulês que habitava a região antes da chegada dos romanos.[19] Após conquistá-los, os romanos rebatizaram seu assentamento como "Lutécia dos Parísios" (em latim: Lutetia Parisiorum). Ao longo do século IX, essa denominação, aos poucos, deu lugar ao nome atual.[20] Os Parísios também emprestaram seu nome a algumas outras vilas da região, tais como Villeparisis, Cormeilles-en-Parisis, e Fontenay-en-Parisis.[21]

Paris é frequentemente chamada de "Cidade Luz" (La Ville Lumière),[22] tanto por conta de seu papel de liderança durante a Era do Iluminismo quanto mais literalmente porque Paris foi uma das primeiras grandes cidades europeias a usar a iluminação pública a gás em grande escala em seus bulevares e monumentos. Em 1829, luzes de gás foram instaladas na Place du Carrousel, Rue de Rivoli e Place Vendôme. Em 1857, as grandes avenidas foram acesas.[23] Na década de 1860, as avenidas e ruas de Paris eram iluminadas por 56 000 lâmpadas de gás.[24]

História

Predefinição:VT

Origens

Moedas de ouro cunhadas pelos parísios (Predefinição:-séc)
Modelo do fórum de Lutécia.

Os parísios, uma sub-tribo dos Sênones celtas, habitavam a área atualmente compreendida como Paris por volta de meados do Predefinição:-séc.[25][26] Uma das principais rotas comerciais norte-sul da região atravessava o Sena na Ilha da Cidade; este local de encontro de rotas comerciais tornou-se gradualmente um importante centro comercial.[27] Os Parísios negociaram com muitas cidades fluviais (algumas tão distantes quanto a Península Ibérica) e cunharam suas próprias moedas para esse propósito.[28]

Os romanos conquistaram a Bacia de Paris em 52 a.C. e começaram seu assentamento na margem esquerda de Paris.[29] A cidade romana era originalmente chamada de Lutécia ou Lutécia dos Parísios (em latim: Lutetia Parisiorum). Tornou-se uma cidade próspera com um fórum, banheiros, templos, teatros e um anfiteatro.[30]

No final do Império Romano do Ocidente, a cidade era conhecida como Parísio, um nome latino que mais tarde se tornaria Paris em francês.[31] O cristianismo foi introduzido em meados do século III por São Dionísio, o primeiro bispo de Paris: segundo a lenda, quando Dionísio se recusou a renunciar à sua fé diante dos ocupantes romanos, ele foi decapitado na colina que ficou conhecida como Monte do Martírio (Mons Martyrum), mais tarde Montmartre, de onde andou sem sua cabeça para o norte da cidade; o local onde ele caiu e foi enterrado se tornou um importante santuário religioso, a Basílica de São Dionísio, onde muitos reis franceses estão enterrados.[32]

Clóvis, o primeiro rei da Dinastia merovíngia, fez da cidade sua capital a partir de 508. Quando o domínio franco da Gália começou, houve uma imigração gradual dos francos para Paris e nasceram os dialetos francófonos parisienses. A fortificação da Ilha da Cidade não conseguiu evitar o saque pelos viquingues em 845, mas a importância estratégica de Paris—com suas pontes que impediam a passagem de navios—foi estabelecida por uma defesa bem-sucedida no cerco de Paris (885-86), pelo qual o então conde de Paris, Eudo de França, foi eleito rei da Frância Ocidental.[33] Da dinastia capetiana iniciada com a eleição de 987 de Hugo Capeto, conde de Paris e duque dos francos, como rei de uma Frância unificada, Paris gradualmente se tornou a maior e mais próspera cidade da França.[32]

Idade Média a Luís XIV

No final do século XII, Paris havia se tornado a capital política, econômica, religiosa e cultural da França.[34] O Palais de la Cité, a residência real, ficava no extremo oeste da Ilha da Cidade.[35] Em 1163, durante o reinado de Predefinição:Lknb, Maurício de Sully, bispo de Paris, empreendeu a construção da Catedral de Notre Dame na extremidade oriental da cidade.[36]

Depois que o pântano entre o rio Sena e o seu mais lento "braço morto" ao norte foi preenchido por volta do século X,[37] o centro cultural de Paris começou a se mudar para a margem direita. Em 1137, um novo mercado da cidade (hoje Les Halles de Paris) substituiu os dois menores na Ilha da Cidade e na Place de la Grève (Hotel de Ville).[38]

No final do século XII, Filipe II de França estendeu a fortaleza do Louvre para defender a cidade contra invasões de rios do oeste, deu à cidade suas primeiras muralhas entre 1190 e 1215, reconstruiu suas pontes para ambos os lados da ilha central e pavimentou suas principais vias.[39] Em 1190, ele transformou a antiga escola catedral de Paris no que se tornaria a Universidade de Paris e atrairia estudantes de toda a Europa.[40][34]

Com 200 000 habitantes em 1328, Paris, à época já capital da França, era a cidade mais populosa da Europa. Londres, em comparação, tinha 80 000 em 1300.[41] Durante a Guerra dos Cem Anos, Paris foi ocupada pelas forças da Borgonha, aliada da Inglaterra, a partir de 1418, antes de ser ocupada pelos ingleses quando Henrique V de Inglaterra entrou na capital francesa em 1420;[42] apesar de um esforço em 1429 por Joana d'Arc para libertar a cidade,[43] esta permaneceu sob ocupação inglesa até 1436.[44]

O Hôtel de Sens, um dos muitos prédios remanescentes da Idade Média em Paris

Nas Guerras religiosas na França do final do século XVI, Paris era uma fortaleza da Liga Católica, responsável por organizar o Massacre da noite de São Bartolomeu em 24 de agosto de 1572, no qual milhares de protestantes franceses foram mortos.[45][46] Os conflitos terminaram quando o pretendente ao trono Henrique IV, depois de se converter ao catolicismo e conseguir entrar na cidade em 1594, reivindicou a coroa francesa. Henrique fez várias melhorias na capital durante seu reinado: concluiu a construção da primeira ponte descoberta e revestida de calçada de Paris, a Pont Neuf, construiu uma extensão do Louvre, conectando-o ao Palácio das Tulherias, e criou a primeira praça residencial de Paris, a Place Royale, agora Place des Vosges. Apesar dos esforços de Henrique para melhorar a circulação da cidade, a estreiteza das ruas de Paris foi um fator que contribuiu para seu assassinato perto do mercado Les Halles em 1610.[47]

Durante o século XVII, o Cardeal de Richelieu, ministro-chefe de Luís XIII, estava determinado a fazer de Paris a cidade mais bonita da Europa. Ele construiu cinco novas pontes, uma nova capela para o Colégio de Sorbonne e um palácio para si, o Cardeal Palais, que legou a Luís XIII. Após a morte de Richelieu em 1642, o palácio foi renomeado para Palais-Royal.[48]

Devido às revoltas parisienses durante a guerra civil de Fronda, Luís XIV mudou sua corte para um novo palácio, Versalhes, em 1682. Embora não fosse mais a capital da França, as artes e as ciências da cidade floresceram com a Comédie-Française, a Academia de Pintura e a Academia Francesa de Ciências. Para demonstrar que a cidade estava a salvo de ataques, o rei demoliu as muralhas da cidade e as substituiu por bulevares arborizados que se tornariam os atuais Grands Boulevards.[49] Outras marcas de seu reinado foram o Collège des Quatre-Nations, o Place Vendôme, o Place des Victoires e o Hôtel des Invalides.[50]

Séculos XVIII e XIX

A população de Paris cresceu de cerca de 400 000 habitantes em 1640 para 650 000 em 1780.[51] Uma nova avenida, a Champs-Élysées, estendeu a cidade a oeste de Étoile,[52] enquanto o bairro Faubourg Saint-Antoine, no leste da cidade e habitado pela classe trabalhadora, ficava cada vez mais lotado de trabalhadores pobres que migravam de outras regiões da França.[53]

A tomada da Bastilha em 14 de julho de 1789, por Jean-Pierre Houël

Paris foi o centro de uma explosão de atividades filosófica e científica conhecida como Era do Iluminismo. Diderot e d'Alembert publicaram sua Encyclopédie em 1751, e os Irmãos Montgolfier lançaram o primeiro voo tripulado em um balão de ar quente em 1783, dos jardins do Castelo de la Muette. Paris era a capital financeira da Europa continental, o principal centro europeu de publicação de livros, de moda e de fabricação de móveis finos e artigos de luxo.[54]

No verão de 1789, Paris se tornou o palco central da Revolução Francesa. Em 14 de julho, uma multidão apreendeu o arsenal de Invalides, adquirindo milhares de armas, e invadiu a Bastilha, um símbolo da autoridade real. A primeira Comuna de Paris independente, ou conselho da cidade, reuniu-se no Hôtel de Ville e, em 15 de julho, elegeu um prefeito, o astrônomo Jean Sylvain Bailly.[55]

Luís XVI e a família real foram trazidos para Paris e feitos prisioneiros no Palácio das Tulherias. Em 1793, quando a revolução se tornou cada vez mais radical, o rei, a rainha e o prefeito foram guilhotinados (executados) no Reino do Terror, juntamente com mais de 16 000 em toda a França.[56] A propriedade da aristocracia e da igreja foi nacionalizada, e as igrejas da cidade foram fechadas, vendidas ou demolidas.[57] Uma sucessão de facções revolucionárias governou Paris até 9 de novembro de 1799, quando Napoleão Bonaparte tomou o poder como primeiro cônsul.[58]

O mercado de flores, a Torre do Relógio, a Pont au Change e a Pont Neuf, por Giuseppe Canella, em 1832

A população de Paris havia reduzido em 100 000 habitantes durante a Revolução, mas entre 1799 e 1815 aumentou em 160 000 novos residentes, chegando a 660 000.[59] Napoleão substituiu o governo eleito de Paris por um prefeito que se reportava apenas a ele. Também passou a erguer monumentos para a glorificação militar, incluindo o Arco do Triunfo, e melhorou a infra-estrutura negligenciada da cidade com novas fontes, o Canal de l'Ourcq, o Cemitério do Père-Lachaise e a primeira ponte metálica da cidade, a Pont des Arts.[59]

Durante a Restauração, as pontes e praças de Paris foram devolvidas aos seus nomes pré-Revolução, mas a Revolução de Julho de 1830 em Paris trouxe um monarca constitucional, Luís Filipe I, ao poder. A primeira linha ferroviária para Paris foi inaugurada em 1837, iniciando um novo período de migração maciça das províncias para a cidade.[59] Luís Filipe foi derrubado por uma revolta popular nas ruas de Paris em 1848. Seu sucessor, Napoleão III, e o recém-nomeado prefeito do Sena, Georges-Eugène Haussmann, lançaram um gigantesco projeto de obras públicas para construir novas avenidas, uma nova casa de ópera, um mercado central, novos aquedutos, canos de esgoto e parques, incluindo o Bois de Boulogne e o Bois de Vincennes.[60] Em 1860, Napoleão III também anexou as cidades vizinhas e criou oito novos arrondissements, expandindo Paris aos seus limites atuais.[60]

Durante a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871), Paris foi sitiada pelo exército prussiano. Após meses de bloqueio, fome e bombardeio pelos prussianos, a cidade foi forçada a se render em 28 de janeiro de 1871. Em 28 de março, um governo revolucionário chamado Comuna de Paris tomou o poder em Paris. A Comuna manteve o poder por dois meses, até que foi severamente reprimida pelo exército francês durante a "Semana Sangrenta", no final de maio de 1871.[61]

A Torre Eiffel, em construção em novembro de 1888, surpreendeu os parisienses – e o mundo – com sua modernidade

No final do século XIX, Paris sediou duas grandes exposições internacionais: a Exposição Universal de 1889, realizada para marcar o centenário da Revolução Francesa e apresentar a nova Torre Eiffel; e a Exposição Universal de 1900, que deu a Paris a Ponte Alexandre III, o Grand Palais, o Petit Palais e a primeira linha do Metropolitano de Paris.[62] Na mesma época, Paris tornou-se o laboratório do naturalismo (Émile Zola) e do simbolismo (Charles Baudelaire e Paul Verlaine), assim como do impressionismo na arte (Courbet, Manet, Monet e Renoir).[63]

Séculos XX e XXI

Em 1901, a população de Paris havia crescido para 2 715 000.[64] No início do século, artistas de todo o mundo, incluindo Pablo Picasso, Modigliani e Henri Matisse, fizeram de Paris sua casa. Foi o berço do fauvismo, cubismo e da arte abstrata,[65][66] e autores como Marcel Proust estavam explorando novas abordagens para a literatura.[67]

Durante a Primeira Guerra Mundial, Paris às vezes se encontrou na linha de frente do conflito; entre 600 a 1 000 táxis de Paris tiveram um pequeno papel, mas altamente importante do ponto de vista simbólico, ao transportarem 6 000 soldados para a linha de frente na Primeira Batalha do Marne. A cidade também foi bombardeada por zepelins e por armas de longo alcance alemãs.[68] Nos anos após a guerra, conhecidos como Les Années Folles, Paris continuou sendo uma meca para escritores, músicos e artistas de todo o mundo, incluindo Ernest Hemingway, Igor Stravinsky, James Joyce, Josephine Baker, Allen Ginsberg[69] e o surrealista Salvador Dalí.[70]

Nos anos seguintes à Conferência de Paz de Paris, a cidade agricou um número crescente de estudantes e ativistas de colônias francesas e outros países asiáticos e africanos, que mais tarde se tornaram líderes de seus países de origem, como Ho Chi Minh, Zhou Enlai e Léopold Sédar Senghor.[71]

O general Charles de Gaulle nos Champs-Élysées comemorando a libertação de Paris, em 26 de agosto de 1944

Em 14 de junho de 1940, o exército alemão marchou para Paris, que foi declarada como uma "cidade aberta".[72] De 16 a 17 de julho de 1942, seguindo ordens alemãs, a polícia e os gendarmes franceses prenderam 12 884 judeus, incluindo 4 115 crianças, e os confinaram durante cinco dias no Rafle du Vélodrome d'Hiver, de onde foram transportados de trem para o campo de concentração de Auschwitz; nenhuma das crianças voltou.[73][74] Em 25 de agosto de 1944, a cidade foi libertada pela 2.ª Divisão Blindada Francesa e pela 4.ª Divisão de Infantaria do Exército dos Estados Unidos. O general Charles de Gaulle liderou uma enorme e emotiva multidão pelos Campos Elísios em direção a Notre Dame de Paris e proferiu um inflamado discurso do Hôtel de Ville.[75]

Nas décadas de 1950 e 1960, Paris se tornou uma frente da Guerra de Independência Argelina; em agosto de 1961, a FLN, pró-independência, atacou e matou 11 policiais de Paris, levando à imposição de um toque de recolher aos muçulmanos da Argélia (que na época eram cidadãos franceses). Em 17 de outubro de 1961, uma manifestação não autorizada, mas pacífica, de argelinos contra o toque de recolher levou a violentos confrontos entre a polícia e manifestantes, nos quais pelo menos 40 pessoas foram mortas, incluindo algumas jogadas no Sena. A anti-independência Organisation Armée Secrète, por sua vez, realizou uma série de atentados em Paris ao longo de 1961 e 1962.[76][77]

Em maio de 1968, estudantes ocuparam a Sorbonne e colocaram barricadas no Quartier Latin. Milhares de trabalhadores parisienses de colarinho azul se juntaram aos estudantes, e o movimento se transformou em uma greve geral de duas semanas. Os eventos de maio de 1968 no país resultaram na divisão da Universidade de Paris em 13 campi independentes.[78] Em 1975, a Assembleia Nacional mudou o status de Paris para o de outras cidades francesas e, em 25 de março de 1977, Jacques Chirac se tornou o primeiro prefeito eleito da cidade desde 1793.[79] A população de Paris caiu de 2 850 000 em 1954 para 2 152 000 em 1990, quando famílias da classe média se mudaram para os subúrbios.[80] Uma rede ferroviária suburbana, o RER, foi construída para complementar o metrô, e a via expressa Périphérique que circunda a cidade foi concluída em 1973.[81]

Em 2015, cerca de 1,5 milhão de pessoas participaram da Marcha pela República em Paris

A maioria dos presidentes do pós-guerra, período conhecido como Quinta República, buscaram deixar suas marcas em Paris; Georges Pompidou iniciou o Centre Georges Pompidou (1977), Valéry Giscard d'Estaing deu início ao Musée d'Orsay (1986); President François Mitterrand, no poder por 14 anos, construiu a Ópera da Bastilha (1985–1989), o novo local da Biblioteca Nacional da França (1996), o Arche de la Défense (1985–1989), e a pirâmide do Louvre, com seu pátio subterrâneo (1983–1989); Jacques Chirac (2006), o Museu do Quai Branly.[82]

No início do século XXI, a população de Paris começou a aumentar lentamente novamente, à medida que mais jovens se mudaram para a cidade; em 2012 atingiu cerca de 2,2 milhões de habitantes.[83] Em 2001, Bertrand Delanoë se tornou o primeiro prefeito socialista. Em 2007, em um esforço para reduzir o tráfego de carros na cidade, Delanoë lançou o Vélib', um sistema de aluguel de bicicletas para o uso de moradores e visitantes.[84] Nos anos 2010, Paris vivenciou ataques terroristas que resultaram em centenas de mortes.[85] Em 2015, cerca de 1,5 milhão de pessoas participaram da Marcha pela República em Paris como resposta ao Massacre do Charlie Hebdo.[86]

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Manifestação antiterrorismo na Place de la République após o Massacre do Charlie Hebdo em 2015.

Geografia

Topografia

No coração da bacia parisiense, Paris está implantada sobre o Sena, onde se situam as duas ilhas as quais constituem o centro histórico da cidade: a Ilha da Cidade ao oeste e a île Saint-Louis ao leste. De lá, se estende de forma desigual dum lado e doutro do rio, sendo a superfície ocupada ao norte sobre a margem direita claramente superior (cerca do dobro de área) àquela sobre a margem esquerda ao sul. A Paris intramuros foi delimitada de fato em 1844 pelo Muro de Thiers, anexando, em 1860, as comunas e os bairros encerrados por essa muralha.[87] Ela é hoje separada do subúrbio pelo bulevar periférico. Os acessos viários se fazem pelos portões de Paris ou pelas autoestradas e rodovias nacionais que ali se entroncam. O bulevar periférico, uma via expressa urbana de 35 quilómetros, constitui uma fronteira artificial entre a cidade e as comunas limítrofes; a sua cobertura gradual permite à Paris melhor ligar-se à sua periferia.[88] No exterior do limite do rodoanel, Paris também inclui as zonas onde ficam o heliporto (15º arrondissement) sobretudo as duas zonas arborizadas por Haussmann nas comunas vizinhas antes que fossem anexadas à Paris em 1929: ao oeste, o Bois de Boulogne (846 hectares, 16º arrondissement) e ao leste, o Bois de Vincennes (995 hectares, 12º arrondissement), que trazem o perímetro da cidade a 54,74 quilómetros.

Dum e doutro lado do rio, o relevo apresenta várias formações isoladas de gipsita que formam pequenas colinas.[s 1] Na margem direita: Montmartre (131 metros de altitude), com ponto culminante no Cimetière du Calvaire;[s 2] Belleville (128,5 metros), com ponto culminante na Rue du Télégraphe; Ménilmontant (108 metros); Buttes-Chaumont (103 metros); Passy (71 metros); e Chaillot (67 metros). Sobre a margem esquerda: Montparnasse (66 metros); Butte-aux-Cailles (63 metros); e Montagne Sainte-Geneviève (61 metros). A cidade de Paris com 105 km² ocupa o 113º lugar dentre as comunas da França metropolitana em área. Por outro lado, a unidade urbana de Paris, como se diz da própria cidade mais a sua aglomeração urbana periférica, cobre uma superfície de 2723 km² reunindo 9 644 507 habitantes repartidos, em 1999, dentre 396 comunas da Île-de-France.[89]

Hidrografia

Ver artigo principal: Rio Sena
Imagem aérea do rio Sena em Paris.

O Sena corta a cidade formando um arco, entrando pelo sudeste e saindo pelo sudoeste. Mais de trinta pontes permitem a travessia do curso fluvial. Ela é igualmente atravessada por dois outros cursos d'água: o Bièvre, que vem do sul de Paris, hoje em dia inteiramente subterrâneo; e o canal Saint-Martin, inaugurado em 1825, com comprimento de 4,5 quilómetros. Ele é parcialmente subterrâneo desde a rue du Faubourg-du-Temple até a Bastille e constitui a parte terminal do canal de l'Ourcq, de 108 quilómetros de comprimento, que entra na cidade pelo nordeste. Ele alimenta a bacia de Villette, passa sob a Place de la Bastille antes de se juntar ao Sena num curso acima da île Saint-Louis, após o porto do Arsenal. Um canal dele se divide na bacia de Villette na direção de Saint-Denis, o canal Saint-Denis, de 4,5 quilómetros de comprimento, aberto em 1821. O canal Saint-Denis desagua no Sena rio abaixo, evitando cortar a cidade.[f 1]

Geologia

A Bacia parisiense forma um grande conjunto de estratos sedimentares sucessivos. É um dos primeiros lugares que serviram de objeto duma carta geológica, inspirando homens como Georges Cuvier que firmaram as bases de numerosas teorias em geologia tais como a paleontologia e a anatomia comparada.[90] Constituída há 41 milhões de anos, ela é uma bacia marinha epicontinental em repouso sobre um maciço datando do Paleozoico, nomeadamente, o Maciço de Vosges, o Maciço Central e o Maciço Armoricano. Com a formação dos Alpes, a bacia se deformou mas continuou aberta para o Canal da Mancha e para o Oceano Atlântico. Assim se prefiguraram as futuras bacias fluviais do Loire e do Sena. Ao final do Oligoceno, a bacia parisiense se torna continental.[90]

Mapa topográfico e hidrográfico de Paris.

Em 1911, Paul Lemoine mostra que a bacia é composta de estratos dispostos em depressões concêntricas.[91][92] Mais tarde, os estudos se aprofundaram na coleta de dados sísmicos; perfurações e poços permitiram desenhar cartas sísmicas precisas. Estes mesmos confirmam a disposição dos estratos em depressões concêntricas mas com objetos complexos, como as falhas. As formações do relevo parisiense se situam nos estratos do Mesozoico e do Paleogeno (era terciária) e foram elaboradas pela erosão. O primeiro estrato datando da era terciária é constituído de aluviões do Sena de época moderna. Os depósitos mais antigos são de areia e de argila datando do estágio do Ypresiano presentes no 16º arrondissement de Auteuil até Trocadéro. Mas o estágio mais conhecido é o Lutetiano, rico em gipsita e em calcário.[93]

O subsolo parisiense se caracteriza pela presença de numerosas pedreiras de calcário, gipsita e pedra de mó. Algumas foram usadas como catacumbas e formam o ossário do conselho, do qual uma parte está aberta ao público. O calcário foi explorado até o século XIV sobre a margem esquerda, da Place d'Italie até Vaugirard. Hoje em dia, a sua extração está deslocada mais para o Oise, em Saint-Maximin por exemplo.[94] A exploração da gipsita era muito ativa em Montmartre e em Bagneux. A hidrogeologia é muito influenciada pela urbalização. O Rio Bièvre, pequeno afluente do Sena que um dia modelou toda a margem esquerda, foi coberto no século XIX por razões higiênicas. Numerosos riachos subterrâneos estão presentes no subsolo parisiense, como os de Auteuil, os quais fornecem uma fonte de água subterrânea para a cidade. O riacho albienne é o mais conhecido da região e tem sido explorado por Paris desde 1841 pelos poços artesianos de Grenelle.[95]

Parques

Bosque de Vincennes, o maior parque de Paris.

Hoje, Paris possui mais de 421 parques e jardins municipais, cobrindo mais de 3.000 hectares e contendo mais de 250.000 árvores.[96] Dois dos jardins mais antigos e famosos de Paris são o Jardim das Tulherias (criado em 1564 para o Palácio das Tulherias e refeito por André Le Nôtre entre 1664 e 1672)[97] e o Jardim de Luxemburgo, para o Palácio de Luxemburgo, construído para Maria de Médici em 1612, que hoje abriga o Senado.[98] O Jardin des plantes foi o primeiro jardim botânico de Paris, criado em 1626 pelo médico de Luís XIII, Guy de La Brosse, para o cultivo de plantas medicinais.[99]

Entre 1853 e 1870, o imperador Napoleão III e o primeiro diretor de parques e jardins da cidade, Jean-Charles Alphand, criaram os Bois de Boulogne, Bois de Vincennes, Parc Montsouris e Parc des Buttes-Chaumont, localizados nos quatro pontos cardeais pela cidade, bem como muitos parques, praças e jardins menores nos bairros de Paris.[100] Desde 1977, a cidade criou 166 novos parques, principalmente o Parc de la Villette (1987), Parc André Citroën (1992), Parc de Bercy (1997) e Parc Clichy-Batignolles (2007).[101] Um dos mais novos parques, a Promenade des Berges de la Seine (2013), construída em uma antiga rodovia na margem esquerda do Sena, entre a Ponte de l'Alma e o Musée d'Orsay, possui jardins flutuantes e oferece vistas dos marcos da cidade. Corridas semanais ocorrem no Bois de Boulogne e no Parc Montsouris.[102][103]

Meio ambiente e clima

Como todas as grandes metrópoles do planeta, Paris sofre as consequências ambientais ligadas à escalada da sua população e da sua atividade económica.[s 3] Paris é a capital de maior densidade populacional da Europa. Os espaços verdes são poucos e de baixa biodiversidade, apesar dos parques e jardins que tem sido criados no curso das duas últimas décadas a fim de paliar essa carência.[104] A poluição atmosférica e a poluição sonora constituem problemas de saúde pública; por esse motivo, criaram-se redes de monitoramento de poluição. Para melhorar a qualidade do ar, a cidade decidiu proibir automóveis com matrícula anterior a outubro de 1997 de circular nos finais de semana.[105]

Outono na avenue Raphaël.

Entrando no domínio das anedotas, Paris possui uma reputação pouco gloriosa em matéria de dejetos caninos. Esses dejetos são considerados como a causa primária da sujeira da cidade pelos habitantes.[s 4] Um estudo do Institut d'aménagement et d'urbanisme (IAU) publicado em 2019 sublinha que os preços da habitação levam os modestos a abandonar Paris e a instalar-se em departamentos vizinhos, como Seine-Saint-Denis, o que tende a provocar uma "gentrificação" da capital e uma pauperização dos departamentos vizinhos.[106]

Paris tem um clima de tipo oceânico de transição: a influência oceânica é preponderante sobre a influência continental e se traduz em verões relativamente frios (18 °C em média) e invernos amenos (6 °C em média). Há chuvas frequentes em todas as estações e um tempo difícil de prever, mas a influência continental faz com que as chuvas sejam bem mais fracas (641 milímetros) do que na costa, independentemente das temperaturas, seja no coração do inverno ou no mais estafante verão. O desenvolvimento urbano provoca uma alta da temperatura assim como uma baixa do número de dias encobertos.[107]

Predefinição:Tabela climática de Paris

Demografia

Ver artigo principal: Demografia de Paris
Crescimento da população parisiense após o primeiro recenseamento em 1801
Imagem de satélite de Paris e seus subúrbios.

Segundo o INSEE, a população da cidade de Paris é de 2 193 031 habitantes em 1 de janeiro de 2007 por uma superfície de 10 540 hectares, ou seja, uma densidade de 20 807 habitantes por km2, uma das maiores da Europa. Em 2007, a aglomeração definida pelo INSEE compreende 396 comunas e totaliza 42 124 221 habitantes.[108] Ainda em 2007, a sua área urbana, incluindo comunas sob forte influência de Paris, atinge 11 836 970 habitantes o que a põe entre as maiores metrópoles do mundo. A demografia de Paris não pode ser vista por si só; ela é totalmente ligada àquela da sua aglomeração. Esse fenômeno deriva da pequena cunha administrativa de Paris, a qual implica que o uso do espaço não se faz mais tanto à escala do conselho quanto à regional.[109]

Após os anos 1950-1960, a população de Paris sofreu um declínio considerável, apesar do aumento do número de moradias; mas desde 1999, cessou esse declínio.[110] O último recenseamento mostra um acréscimo de + 2.5 % entre 1999 e 2006, elevando a população intra-muros desde então a 2 181 371 pessoas. A primeira explicação reside na evolução sociocultural comum às sociedades ocidentais, implicando num recuo do número de matrimônios e de nascimentos. Todavia, no caso de Paris, a evolução demográfica se explica melhor com as migrações que com o crescimento vegetativo. Assim, em 1999, a capital registra 70 200 imigrantes contra 30 500 nascimentos, e 85 000 emigrados contra 18 700 mortos.[111] Abundam outras explicações. Primeiramente, a capital teve uma baixa do número de residentes verdadeiros: em 1999, 10,3 % das moradias estavam vagas, e 5,7 % são residências secundárias ou ocasionais, contra respectivamente 1,6 % e 1,9 % em 1962.[109] A proporção média de famílias parisienses também caiu muito: a redução do número de casais e do número de crianças por casal tem há muito sido as principais explicações. Porém, havendo a taxa de fecundidade se mantido constante, a diminuição da proporção de famílias parisienses se explica hoje em dia essencialmente pela atração à cidade de jovens adultos que, sem ter filhos, podem se aproveitar dos lazeres e dos empregos da capital e fazer frente aos altos custos habitacionais ao se contentar com moradias menores. Em perspectiva oposta, os casais com novos filhos tendem a migrar aos subúrbios onde há residências de maior espaço e de melhor preço.[109][112]

Em 1999, 22 % das famílias parisienses são constituídas de um casal com pelo menos um filho de menos de 25 anos, o que representa 865 000 pessoas vivendo em família, ou seja, 40,7 % da população, à frente de solteiros (27 %) e de casais (19 %). 47 % das pessoas vivem sozinhas, contra 35 % em média na França, e somente 37 % dos parisienses são casados, contra mais de 50 % dos franceses. As células familiares nela se caracterizam pela sobre-representação de famílias monoparentais (26 % em 1999 contra 17 % na França), em consequência da alta taxa de divórcio de 55 divórcios para cada 100 casamentos e 7,7 % dos parisienses. É também em Paris que se assinam a maior parte dos PaCS na França. A proporção de jovens adultos explica a taxa de natalidade elevada de 14,8 nascimentos para cada 1 000 habitantes contra 13,2 ao nível nacional. Por outro lado, a taxa de fecundidade de 1,75 filhos por família é inferior à média regional (1,87) e à nacional (1,86). O número de filhos por casal é insignificante: 50 % dos casais não tem mais do que um filho e a fração das famílias mais numerosas é bem inferior à média regional e nacional (17 % das famílias com três ou mais filhos), essencialmente por causa da pequena área das moradias e do alto custo imobiliário.[113]

Desigualdade social

As famílias abastadas vivem essencialmente a oeste da cidade, enquanto que, no nordeste, há a concentração das populações mais pobres e de origem imigrante
Uma pequena favela (bidonville) na Pont des Poissonniers, no 18.º arrondissement.

A alta contínua dos preços imobiliários explica a substituição progressiva das populações modestas ou intermediárias por uma nova classe mais abastada. Constata-se tal processo de gentrificação em numerosas outras metrópoles como Londres ou Nova Iorque. Em Paris, essa evolução vulgarizou o termo bobos (a partir de burguês-boêmio, termo ambíguo porém muito usado ao qual os sociólogos raramente fazem referência) antes de provocar uma mutação social de bairros ainda recentemente considerados como populares, tais como o 10º arrondissement ou certas comunas suburbanas próximas (e.g., Montreuil em Seine-Saint-Denis). Paris é a 12ª cidade francesa de mais de 20 000 habitantes em proporção de pessoas submetidas ao imposto solidário sobre a fortuna (ISF, um imposto sobre fortunas superiores a €790 000), isto é, há 34,5 famílias contribuintes fiscais para cada 1 000 habitantes. 73 362 contribuintes declaravam um patrimônio médio de 1 961 667 euros em 2006. O 16º arrondissement encabeça a lista em número de contribuintes, somando 17 356 contribuintes.[114][115] Com 27 400 euros de receita média por contribuinte em 2001, as famílias parisienses são as mais abastadas da França. Os quatro outros departamentos do topo da lista são todos da mesma região de Paris, a Île-de-France: Hauts-de-Seine, Yvelines, Essonne e Val-de-Marne, o que reflete a concentração de profissões mais qualificadas e de alto salário nessa região.

Mas se Paris tem uma imagem de "cidades dos ricos", com uma proporção de classes sociais elevadas do que alhures, a sociologia do intra-muros permanece uma realidade de contrastes. Deve-se primeiro ressaltar que, segundo o índice de paridade de poder de compra (PPC), as receitas reais dos parisienses são muito inferiores às suas receitas nominais: de facto, o custo de vida no intra-muros (a começar pelo de moradia) é particularmente elevado, e os mesmos produtos custam geralmente mais caro em Paris que no interior. Além disso, as estatísticas de receitas médias frequentemente iludem o observador (como o ressaltou Joseph Stiglitz) pois qualquer receita muito alta (em jargão estatístico, outlier) pode aumentar exponencialmente a receita média da maioria da população. No caso parisiense, o limiar dos 10% de receitas mais altas (o 9º decil) explica em grande parte o alto nível de "receitas médias" da capital: a receita média desse limiar é de 50 961 euros anuais.[116] É por essa mesma razão que a receita mensal mediana dos parisienses é muito inferior à receita média.[116]

As diferenças sociais são tradicionalmente marcadas entre os habitantes do oeste de Paris (essencialmente abastados) e os do leste. Assim, a receita média declarada no 7º arrondissement, a mais elevada, era de 31 521 euros por contribuinte em 2001, isto é, mais do dobro da do 19º arrondissement que não passa de 13 759 euros, valor próximo da mediana das receitas de Seine-Saint-Denis de 13 155 euros. Os 6º, 7º, 8º e 16º arrondissements são classificados ao nível das dez comunas de Île-de-France em receita média mais elevada, enquanto que os 10º, 18º, 19º e 20º arrondissements estão ao nível das comunas mais pobres de Île-de-France.[117] Nota-se enfim fortíssimas disparidades de receita no seio mesmo de todos arrondissements: a razão inter-decil (os 10% das receitas mais elevadas sobre os 10% das receitas mais baixas) menos significante é de 6,7 no 12º arrondissement, contra 13,0 no 2º arrondissement (que apresenta a mais forte dispersão de receitas).[116] Numa perspectiva ampliada, Paris se classifica entre os departamentos da França metropolitana onde as famílias mais pobres têm as menores receitas (81º lugar[116]), e apresenta uma razão interdecil de 10,5 o que a torna o departamento francês com as maiores disparidades sociais.[116]

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Foto panorâmica de Paris à noite, vista da Torre Montparnasse.

Habitação

Bairro de Beaugrenelle, no 15º arrondissement

Em 1999, 55,4 % das moradias haviam sido construídas antes de 1949 contra somente 3,8 % edificados após 1990, sendo que 10,3 % das moradias parisienses se declaram vagas, ou 136 554 das 1 322 540 moradias da cidade.[118] As habitações sociais representam um pouco acima de 17% do parque imobiliário urbano, mas essa média esconde as fortes disparidades da sua distribuição espacial: os dez primeiros arrondissements do centro histórico não totalizam mais que 6 % das moradias sociais da cidade, embora tenham 23 % do parque total. O 13º, o 19º e o 20º contavam 96 000 moradias sociais em 1999, ou seja, 47 % do parque social parisiense concentrados em somente três arrondissements. Se forem incluídos a eles o 12º, o 14º, o 15º e o 18º arrondissements, atinge-se uma taxa de 81 % concentrados numa crescente periférica do sul ao nordeste da cidade.[119]

A proporção de moradias sociais contabilizadas segundo a lei SRU (lei n° 2000-1208 de 13 de dezembro de 2000 relativa à solidariedade e à renovação urbanas) em 2006 varia de 1,2 % no 7º arrondissement (357 moradias) a 34,1 % no 19º arrondissement (28 147 moradias). Entre 2001 e 2006, 23 851 habitações sociais foram aprovadas na cidade, mas a demanda só em 2006 era de 88 131 parisienses assim como 21 266 não parisienses. A rotação dos locatários é fraca em razão do nível elevado dos preços dos imóveis. A taxa de rotação é de 10 % por ano na França, 7,5 % em Île-de-France, mas de somente 5 % em Paris intra-muros.[120] Paris é a nona cidade mais cara do mundo,[121] no que concerne os preços imobiliários de luxo: 12 600 euros por metro quadrado em 2007 (contra 36 800 em Londres, a mais cara).[122][123]

Religião

Os dados do censo francês não contêm informações sobre afiliação religiosa.[124] De acordo com uma pesquisa realizada em 2011 pela IFOP, uma organização francesa de pesquisa de opinião pública, 61% dos residentes da região de Paris (Ilha de França) se identificaram como católicos romanos, apesar de 46% deles serem não praticantes. Na mesma pesquisa, 7% dos residentes se identificaram como muçulmanos, 4% como protestantes, 2% como judeus e 25% como sem religião. Segundo o INSEE, entre 4 e 5 milhões de residentes franceses nasceram ou tiveram pelo menos um dos pais nascidos em um país predominantemente muçulmano, principalmente na Argélia, no Marrocos e na Tunísia. Uma pesquisa do IFOP em 2008 relatou que, dos imigrantes desses países predominantemente muçulmanos, 25% iam à mesquita regularmente; 41% praticavam a religião e 34% eram não praticantes.[125][126] Em 2012 e 2013, estimou-se que havia quase 500.000 muçulmanos na cidade de Paris, 1,5 milhão de muçulmanos na região da Ilha de França e 4 a 5 milhões de muçulmanos na França.[127][128] A população judaica da região de Paris foi estimada em 2014 em 282.000, a maior concentração de judeus no mundo fora de Israel e dos Estados Unidos.[129]

Imigração

Os recenseamentos franceses, como impõe a legislação, não questionam sobre afiliação étnica ou religiosa, mas recolhem informações sobre o país natal. É assim possível determinar que a zona metropolitana de Paris é uma das mais multiculturais da Europa: no recenseamento de 1999, 19,4 % da sua população total era de nascidos no exterior da França metropolitana.[130] Segundo esse mesmo recenseamento, 4,2 % da população da zona metropolitana de Paris era de imigrados recentes (os que chegaram à França entre os recenseamentos de 1990 e 1999), dos quais a maioria era de chineses e de africanos.[131] Além disso, a zona metropolitana de Paris se compõe em 15 % de muçulmanos.[132][133]

A primeira onda maciça de imigração a Paris começa em 1820 com a chegada de camponeses alemães em fuga da crise agrícola e « permitidos » à entrar na França desde a presença além-do-Reno dos exércitos revolucionários e napoleônicos. Várias outras ondas migratórias se seguiram sem interrupção até os nossos dias: italianos e judeus da Europa central durante o século XIX, russos após a Revolução de 1917, habitantes das colônias durante a Primeira Guerra Mundial, poloneses entre as duas guerras mundiais, espanhóis, italianos, portugueses e norte-africanos dos anos 1950 aos anos 1970, judeus sefarditas após a independência dos países do norte de África, africanos e asiáticos desde então.[134]

A localização dos imigrantes na cidade varia em função da afiliação comunitária: os 18º e 19º arrondissements concentram uma grande parte dos originários da África subsaariana, em particular no bairro de Château Rouge, enquanto que em Belleville reúnem-se importantes comunidades magrebinas e chinesas. No 13º arrondissement se situa o bairro asiático, a maior "chinatown" da Europa.[135] <div class="thumb tnone" style="margin-left: auto; margin-right:auto; width:100%; max-width:Erro de expressão: Caractere de pontuação "[" não reconhecido.px;">

Panorama de 270º da cidade Paris a partir da Torre Eiffel.

Política

Administração local

Ver artigo principal: Arrondissements de Paris
Esquema de Paris decomposto nos seus diferentes arrondissements

Desde a lei de 10 de julho de 1964[136] sobre a reorganização da região parisiense, que entrou completamente em vigor em 1 de janeiro de 1968, a cidade de Paris é a um só tempo um departamento e uma comuna. De 1790 até a lei de 1964, Paris era a sede do departamento de Seine. Contrariamente às outras metrópoles francesas, o Fisco considera Paris e o subúrbio como unidades totalmente separadas.[137]

O departamento de Paris não tem nenhuma subdivisão senão a única comuna da qual se compõe. A comuna é dividida em 20 arrondissements de freguesia criados quando da extensão territorial de 1860, em substituição aos 12 antigos arrondissements que existiam de 11 de outubro de 1795 até 1860. A comuna (ou conselho - município não é um termo muito apropriado devido as diferenças) também se divide em 21 freguesias (distritos não é um termo muito apropriado por haver algumas diferenças) eleitorais. Os arrondissements de Paris correspondem a uma divisão administrativa que decompõe a comuna de Paris em vinte arrondissements de freguesias. Estes vinte arrondissements estão distribuídos segundo uma espiral que se desenvolve no sentido dos ponteiros do relógio a partir de um ponto central da cidade localizado no Louvre (1º arrondissement).É assim que os números mais baixos correspondem a arrondissements mais centrais e números maiores a arrondissements mais distantes do centro. Cada arrondissement é gerido por um conselho de arrondissement com funcionamento semelhante ao conselho municipal mas com poderes mais limitados.[138]

O orçamento inicial 2009 (comuna e departamento) subiu a 7 301 000 000 de euros, dos quais 5 701 000 000 de euros se destinam ao funcionamento do aparelho público e cerca de 1 600 000 000 a investimentos.[139] Após um período de estabilidade entre 2000 e 2008,[140] as taxas de impostos foram aumentadas em 2009 a 9,59 % para a taxa de habitação, 7,75 % para a taxa sobre área construída, 14,72 % para a taxa sobre área não construída, e 13,46 % para a taxa profissional.[139][141] O fisco representa 55 % das receitas da cidade.[139] Paris é uma das quinze maiores cidades francesas (com mais de 100 000 habitantes) não tendo aumentado a sua taxa de imposto territorial por cinco anos.[142] Essa estabilidade não diz respeito senão às taxas de impostos. A bolha imobiliária que cresceu durante todo o primeiro mandato do sr. Delanoë permitiu um fortíssimo aumento das coletas fiscais sobre bens imobiliários. O número de transações imobiliárias assim como os valores envolvidos aumentaram consideravelmente. Essa bolha fiscal permitiu o acréscimo de servidores da Prefeitura de Paris de 40 a 49 000 agentes. A explosão da bolha imobiliária deixou à prefeitura um legado de despesas excedentes de longo prazo para as quais alguma outra fonte fiscal deveria ser achada. É por isso que o sr. Delanoë anunciou a criação duma nova taxa de 3 % sobre o uso territorial urbano e um aumento significativo das taxas territoriais já existentes.[143]

Justiça

Portão principal do Palácio da Justiça.

O Tribunal de Instância Superior (casos de difícil solução e crimes mais sérios) de Paris se situa no Palácio da Justiça, sobre a Ilha da Cidade. É a jurisdição que trata do maior número de casos na França.[144] Em cada arrondissement se acha um Tribunal de Primeira Instância (pequenas causas). Além dos outros tribunais municipais, os tribunais de vários departamentos dirigem suas apelações à Corte de Apelação de Paris: Sena e Marne, Essonne, Seine-Saint-Denis, Val-de-Marne e Yonne. A jurisdição dessa corte concerne 12,6 % da população francesa, ou seja, 7 605 603 pessoas em 2004.[145]

Os demais departamentos de Île-de-France assim como Eure-et-Loir dependem da Corte de Apelação de Versalhes. Dentro da ordem administrativa da França, Paris está sob a competência do Tribunal Administrativo (casos contra o governo) de Paris. Os apelos são levados à Corte Administrativa de Apelo de Paris, sob a alçada da qual estão também os tribunais administrativos de Mata-Utu, Melun, da Nova Caledónia e da Polinésia Francesa. Em Paris sediam-se igualmente as jurisdições nacionais supremas: o Conselho Constitucional (última instância em matéria constitucional), a Corte de Cassação (última instância para casos civis e criminais) e o Conselho de Estado (última instância para casos contra o governo).[146]

Segurança pública

A região Île-de-France totaliza ela própria mais de um quarto dos crimes e delitos cometidos na França metropolitana. No seio dessa região, a grande periferia, a pequena periferia e Paris intra-muros contabilizam cerca de um terço das ocorrências constatadas. A tipologia da criminalidade parisiense continua a ser dominada por furtos, que representam dois terços dos crimes e delitos. Em 2006, 255 238 ocorrências foram registradas, isto é, uma taxa criminal de 118,58 ocorrências para cada 1 000 habitantes, o que representa mais que o dobro da média nacional (61,03 ‰), mas se situa dentre as médias das maiores cidades francesas (Lyon: 109,22, Lille: 118,93, Nice: 119,52, Marselha: 120,62). A proporção de mulheres sob acusação é inferior a 15 % (ligeiramente abaixo da média nacional) a proporção de menores-de-idade é de 11,02 %, estando sete pontos abaixo da média nacional de 18,33 %. Na direção contrária, a proporção de estrangeiros (residentes na França titulares dum visto de residência é superior à média francesa de 20,73 %.[147][148]

A centralização parisiense explica igualmente que a cidade seja às vezes vítima de atentados. Tanto sob Napoleão I (atentado da Rue Saint-Nicaise), quanto mais recentemente (atentado à bomba contra o metrô de Paris em 1995), a história parisiense é pontuada de tais eventos de alto valor simbólico. Isto não deixou de ter consequências sobre a vida quotidiana, particularmente com a vigência do Plano Vigipirate (segurança e alerta contra-terrorista)[149] que trouxe uma presença reforçada de policiais civis e militares e de soldados próximos aos pontos turísticos e estratégicos da capital.[150]

Relações exteriores

Paris tem uma cidade gémea(português europeu)/cidade-irmã(português brasileiro) e cidades parceiras:[151]

Cidade-irmã
Cidades parceiras
Outro

Economia

Ver artigo principal: Economia de Paris

Paris, como o resto da Île-de-France mas de maneira ainda mais marcada, é mais rica e mais terceirizada que a média francesa. A aglomeração parisiense é todavia claramente menos especializada economicamente que outros grandes centros econômicos mundiais, notadamente Londres, sua grande rival na Europa, que é particularmente dinâmica no setor financeiro. Todavia, segundo Éric Le Boucher, a Île-de-France conhece um declínio econômico e perdas de emprego: "nenhuma região-capital do mundo perde tantos empregos como Paris, obscurecida por seu passado brilhante, mal governada, fragmentada em seus egoísmos, anêmica, sem haver se inscrito resolutamente na competição mundial entre as metrópoles do século XXI[155] ». O arquiteto Jean Nouvel mostra as mesmas inquietudes e estima que seja imperativo que Paris evolua, "sob pena de se transformar em cidade-museu[156] ".

Ao se tratar da rivalidade entre Paris e Londres, John Ross, conselheiro econômico do prefeito de Londres, estima em 2008 no The Economist que Paris perdeu há muito tempo a competição econômica com Londres: "Nós não nos consideramos como em competição com Paris, nós já ganhamos esse combate. Nós nos medimos contra Nova Iorque[157] ". Essa afirmação é testemunha da agudeza da rivalidade entre as grandes metrópoles mundiais e especialmente entre Londres e Paris, assim como das disputas de comunicação que rodeiam essa concorrência para atrair para atrair as perspectivas de investimentos associados. The Economist ajunta que Londres ultrapassa desde então Paris em quase todos os grandes indicadores econômicos. Todavia, Paris dispõe de mais m² de escritório que a capital londrina (nisto se inclui o espaço requerido pelos bancos[158]), um número maior de grupos do Fortune 500 nela tem suas sedes,[159] a Île-de-France se impõe como a primeira região europeia, à frente da Grande Londres, em número de empregos criados pelas implantações internacionais em 2007[160] e por fim a capital francesa emite a cada ano mais patentes que a capital inglesa e dispõe de uma maior proporção de pesquisadores na sua mão-de-obra.[161] Neste momento, o PIB por paridade do poder de compra da aglomeração parisiense, estimada em 460 mil milhõesPE/bilhõesPB de dólares, é comparável, ou até mesmo superior ao de Londres.[162]

Loja de departamento Galeries Lafayette decorada para o natal

Paris continua sendo de longe o departamento que agrupa mais empregos na região com cerca de 1 650 600 em 2004, ou seja, 31 % dos empregos privados da região, à frente de Hauts-de-Seine com 848 200 empregos (16 %[163]). Os salários parisienses (19 euros por hora por ano, em 2002) são ligeiramente superiores à média regional (18,2 euros) e largamente superiores à média nacional (13,1 euros). Entretanto, essa diferença se explica essencialmente pela forte sobre-representação dos quadros gerenciais que constituem 25 % dos assalariados. A cidade se caracteriza sobretudo por sua forte desigualdade social: os 10 % dos assalariados mais bem pagos ganha quatro vezes mais que os 10 % menos bem pagos, o que está um pouco acima da média regional (3,7), mas é bastante superior à disparidade constatada no resto da França (2,6). Semelhantemente, as desigualdades geográficas aparecem no próprio seio da cidade: o salário horário médio oferecido no 8° arrondissement (24,2 euros) é superior em 82 % ao do 20° arrondissement (13,3 euros). Contrariamente, as disparidades salariais homem-mulher que ocupam idênticas posições profissionais não passa de 6 % em Paris contra 10 % no resto da França.[164]

O grande bairro "Paris-La Défense", assim nomeado pela Câmara do Comércio e da Indústria de Paris, domina o mundo dos negócios na Île-de-France. Ele reúne a parte oeste da margem direita parisiense e uma dezena de comunas dos Hauts-de-Seine.[165] Lá se acha a maior parte das sedes de grandes empresas e dos empregos de alto nível. Duas zonas são dignas de nota: o centro de Paris e o bairro de La Défense,[166] nos subúrbios do oeste. O bairro de negócios no centro de Paris se estende sobre um perímetro bastante grande em torno da casa de ópera e da estação de Saint-Lazare.[167] Ele mantém um papel importante mas os preços imobiliários dos seus escritórios são muito elevados e a área que pode ser ocupada é limitada pelas regras de urbanismo. Entre 1994 e 2005, o seu número de empregos privados claramente diminuiu em benefício dos subúrbios vizinhos no oeste[168] principalmente La Défense.

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Panorama de La Défense, em Paris, o maior centro financeiro da Europa.[169]

Setores

O setor industrial contava com cerca de 25 000 estabelecimentos em 2003 e empregava 110 000 assalariados em 2000. As empresas de publicação, imprensa e edição eram responsáveis pela maior parte da atividade com 40 % dos empregos industriais parisienses, seguidas das de vestimentos e couro com 23 %. O setor do artesanato totalizava 36 237 empresas (concentradas no norte e no leste da cidade), ou seja, 28 % dos artesãos da região, e reunia 123 000 assalariados em 2003. Desde os anos 1980, a municipalidade organizou a implantação do artesanato e da indústria pela criação de "hotéis de negócios", em particular nos bairros mais distantes do leste da cidade.[170] Os serviços reúnem 35 % dos efetivos salariais das empresas artesanais, seguidos da fabricação com 28,9 %, alojamento com 22,4 % e por fim alimentação com 13,7 %.

O parque de escritórios Paris-Nord II e, ao fundo, a vila de Roissy-en-France (à esquerda) e o Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle (à direita)

O comércio parisiense, permanece muito atrativo, acessando um público muito além dos limites da cidade com cerca de 80 000 pontos de comércio e 30 000 lojas de retalho. Ele se caracteriza por sua extrema diversidade e sua repartição geográfica relativamente equilibrada. Porém, a implantação de supermercados na periferia e o aumento dos aluguéis levaram a importantes mudanças pelo fim do século XX. A monoatividade comercial progressivamente substituiu os pequenos comércios alimentícios por butiques de informática muito concentradas (na Rue Montgallet e na Rue de Charenton em especial, no 12° arrondissement) ou por comércios têxteis por atacado (no bairro do Sentier e em uma parte do 11° arrondissement). A chegada maciça de cadeias internacionais de grandes lojas de roupas (Celio, Zara, etc.), agravou esse fenômeno a tal ponto que faz crer aos parisienses que desapareceram rapidamente todas as lojas de esquina (comércios alimentícios e livrarias de bairro principalmente), que é o que se passa em vários bairros de Londres por exemplo. A municipalidade finalmente fez uso de seu direito de preempção a fim de lutar contra esse fenômeno; o plano local de urbanismo tenta limitar o impacto dessa evolução no futuro ao interditar por exemplo a mudança de ramo de um ponto comercial revendido.[171]

O setor de serviços terceirizados para empresas é o mais importante e corresponde a um terço dos estabelecimentos parisienses.[172] Em 31 de dezembro de 2001, cerca de 122 300 empresas empregavam ao menos um assalariado. Em efeito, uma das características da economia parisiense é a forte presença, apoiando-se sobre a atividade de grandes sedes empresariais, de pequenas empresas de um a dez funcionários que compõe mais de um quarto dos empregos. Esse setor agrupa as atividades de conselho e auxílio especializado, serviços operacionais, serviços de correio e de entrega e telecomunicações, assim como pesquisa e desenvolvimento.

Turismo

O "turismo", no senso moderno do termo, não atingiu um amplo número até que surgiu a ferrovia, no curso dos anos 1840. Uma das primeiras atrações foi, desde 1855, uma série de exposições universais, ocasiões que serviram à edificação de numerosos monumentos novos em Paris, dos quais o mais célebre é a Torre Eiffel, erigida para a exposição de 1889. Estes monumentos, adicionados aos embelezamentos trazidos à capital durante o Segundo Império, largamente contribuíram para fazer da própria cidade a atração na qual ela se tornou. Mas se Paris é hoje em dia a capital mais visitada do mundo, ela é julgada como uma das menos acolhedoras e das mais caras: segundo uma enquete[173] realizada em sessenta cidades com cerca de 14 000 pessoas através do mundo,[174] ela se situa em primeiro lugar em beleza e dinamismo, mas uma das piores qualificadas no que concerne a qualidade do acolhimento (52° dentre 60) e os preços praticados (somente 55°[175]). Em 2006, ela chegou só até o terceiro lugar como destino de viajantes internacionais.[176] <div class="thumb tnone" style="margin-left: auto; margin-right:auto; width:100%; max-width:Erro de expressão: Caractere de pontuação "[" não reconhecido.px;">

Panorama da Disneyland Paris (também conhecida como Eurodisney).

Infraestrutura

Educação

A capela da Sorbonne na Universidade de Paris

Paris é o departamento com a maior proporção de pessoas altamente educadas. Em 2009, cerca de 40% dos parisienses possuíam diploma de nível superior, a maior proporção na França,[177] enquanto 13% não possuem diploma, a terceira menor porcentagem na França. A educação em Paris e na região de Île-de-France emprega aproximadamente 330.000 pessoas, 170.000 das quais são professores ensinando aproximadamente 2,9 milhões de crianças e estudantes em cerca de 9.000 escolas e instituições de ensino fundamental, médio e superior.[178]

A Universidade de Paris, fundada no século XII, é frequentemente chamada de Sorbonne por causa de uma de suas faculdades medievais originais. Foi dividido em treze universidades autônomas em 1970, após as manifestações estudantis em 1968. Atualmente, muitos dos campi estão no Quartier Latin, onde a antiga universidade estava localizada, enquanto outros estão espalhados pela cidade e pelos subúrbios.[179]

A região de Paris abriga a maior concentração francesa das grandes écoles - 55 centros especializados de ensino superior fora da estrutura da universidade pública. As prestigiadas universidades públicas são geralmente consideradas grandes instituições. A maioria das grandes écoles foi transferida para os subúrbios de Paris nas décadas de 1960 e 1970, em novos campi muito maiores que os antigos campi da movimentada cidade de Paris, embora a École Normale Supérieure tenha permanecido na rue d'Ulm no 5º arrondissement.[180] Há um grande número de escolas de engenharia, lideradas pelo Instituto de Tecnologia de Paris, que compreende várias faculdades, como a École Polytechnique, a École des Mines, a AgroParisTech, a Télécom Paris, a Arts et Métiers e a École des Ponts et Chaussées. Existem também muitas escolas de negócios, incluindo HEC, INSEAD, ESSEC e ESCP. A escola administrativa, como a Escola Nacional de Administração, foi transferida para Estrasburgo, a escola de ciências políticas Sciences-Po ainda está localizada no 7º arrondissement de Paris e a mais prestigiada universidade de economia e finanças, Paris-Dauphine, está localizada no 16º de Paris. O departamento CELSA da escola parisiense de jornalismo da Universidade Paris-Sorbonne está localizado em Neuilly-sur-Seine.[181]

Saúde

Hôtel-Dieu de Paris, o mais antigo hospital da cidade.[182]

Os serviços de saúde e serviços médicos de emergência na cidade de Paris e nos seus subúrbios são fornecidos pela Assistance Publique – Hôpitaux de Paris (AP-HP), um sistema público que emprega mais de 90.000 pessoas (incluindo profissionais, pessoal de apoio e administradores) em 44 hospitais.[183] É o maior sistema hospitalar da Europa. Ele fornece assistência médica, ensino, pesquisa, prevenção, educação e serviços médicos de emergência em 52 ramos da medicina. Os hospitais recebem mais de 5,8 milhões de visitas anuais de pacientes.[183]

Um dos hospitais mais notáveis ​​é o Hôtel-Dieu, fundado em 651, o hospital mais antigo da cidade,[182] embora o edifício atual seja o produto de uma reconstrução de 1877. Outros hospitais incluem o Hospital Pitié-Salpêtrière (um dos maiores da Europa), o Instituto Curie, o Hôpital Lariboisière e o Hospital Americano de Paris.[183]

Eletricidade

A eletricidade é fornecida a Paris através de uma rede periférica alimentada por várias fontes. Até 2012, cerca de 50% da eletricidade gerada na Ilha de França vem de usinas de cogeração localizadas próximas aos limites externos da região; outras fontes de energia incluem a Usina Nuclear de Nogent (35%), incineração de lixo (9% - com usinas de cogeração, estas também fornecem a cidade no calor), gás metano (5%), hidráulica (1%), energia solar (0,1%) e uma quantidade insignificante de energia eólica (0,034 GWh).[184] Um quarto do aquecimento urbano da cidade é proveniente de uma fábrica em Saint-Ouen-sur-Seine, queimando uma mistura 50/50 de carvão e 140.000 toneladas de pellet de madeira vindas dos Estados Unidos por ano.[185]

Mídia

Paris e seus subúrbios próximos abrigam inúmeros jornais, revistas e publicações, como Le Monde, Le Figaro, Libération, Le Nouvel Observateur, Le Canard enchaîné, La Croix, Pariscope, Le Parisien (em Saint-Ouen), Les Échos, Paris Match (Neuilly-sur-Seine), Réseaux & Télécoms, Reuters e L'Officiel des Spectacles.[186] Os dois jornais de maior prestígio da França, Le Monde e Le Figaro, são as peças centrais da indústria editorial parisiense.[187] A Agence France-Presse (AFP) é a agência de notícias mais antiga da França e uma das mais antigas do mundo, operando continuamente. A AFP, como é abreviada coloquialmente, mantém sua sede em Paris, como desde 1835.[188] France 24 é um canal de notícias de televisão pertencente e operado pelo governo francês e está sediado em Paris.[189] Outra agência de notícias é a France Diplomatie, de propriedade e operada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, e refere-se apenas a notícias e ocorrências diplomáticas.[190]

A rede mais vista em França, a TF1, fica nas proximidades de Boulogne-Billancourt. France 2, France 3, Canal+, France 5, M6 (Neuilly-sur-Seine), Arte, D8, W9, TFX, NRJ 12, La Chaîne parlementaire, France 4, BFM TV e Gulli são outras estações localizadas nos arredores a capital.[191] A Radio France, emissora pública de rádio da França e seus diversos canais, está sediada no 16º arrondissement de Paris. A Rádio França Internacional, outra emissora pública também está sediada na cidade.[192] Paris também possui a sede da La Poste, a transportadora postal nacional da França.[193]

Transportes

O metrô de Paris é o mais movimentado da União Europeia.
Thalys na estação Gare du Nord.
Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle, um dos mais movimentados do mundo.

Paris é um importante centro de transporte ferroviário, rodoviário e aéreo. A Île-de-France Mobilités (IDFM), anteriormente o Syndicat des transports d'Île-de-France (STIF) e antes disso Syndicat des transports parisiens (STP), supervisiona a rede de trânsito na região.[194] O sindicato coordena o transporte público e o contrata para o RATP (que opera 347 linhas de ônibus, o metrô, oito linhas de bondes e seções do RER), o SNCF (que opera trilhos suburbanos, uma linha de bondes e as demais seções do RER) e o consórcio Optile de operadores privados que gerenciam 1.176 linhas de ônibus.[195]

Desde a inauguração de sua primeira linha em 1900, a rede do metrô de Paris cresceu e se tornou o sistema de transporte local mais usado da cidade; hoje, transporta cerca de 5,23 milhões de passageiros diariamente[196] através de 16 linhas, 303 estações (385 paradas) e 220 km de trilhos. Sobreposta a isso está uma 'rede expressa regional', a RER, cujas cinco linhas (A, B, C, D e E), 257 paradas e 587 km de trilhos conectam Paris a partes mais distantes da cidade.[197] Mais de 26,5 bilhões de euros serão investidos nos próximos 15 anos para estender a rede metrô aos subúrbios,[197] com destaque para o projeto Grand Paris Express. Além disso, a região de Paris é servida por uma rede ferroviária de nove linhas de tramway.[198] Atualmente, cinco novas linhas ferroviárias leves estão em vários estágios de desenvolvimento.[199]

Paris é um importante centro de transporte aéreo internacional, com o quinto sistema aeroportuário mais movimentado do mundo. A cidade é servida por três aeroportos internacionais comerciais: Paris-Charles de Gaulle, Paris-Orly e Beauvais-Tillé. Juntos, esses três aeroportos registraram tráfego de 96,5 milhões de passageiros em 2014.[200] Há também um aeroporto de aviação geral, Paris-Le Bourget, historicamente o aeroporto parisiense mais antigo e mais próximo do centro da cidade, que agora é usado apenas para voos comerciais particulares e shows aéreos. O aeroporto de Orly, localizado nos subúrbios do sul de Paris, substituiu o Le Bourget como o principal aeroporto de Paris entre as décadas de 1950 e 1980.[201] O aeroporto Charles de Gaulle, localizado na periferia dos subúrbios ao norte de Paris, foi aberto ao tráfego comercial em 1974 e se tornou o aeroporto parisiense mais movimentado em 1993.[202] Para o ano de 2017, foi o quinto aeroporto mais movimentado do mundo por tráfego internacional e é o centro da transportadora aérea francesa, a Air France.[197]

A cidade também é o centro mais importante da rede de rodovias nacionais e é cercada por três rodovias orbitais: a Périphérique,[203] que segue o caminho aproximado das fortificações do século XIX ao redor de Paris, a rodovia A86 nos subúrbios e, finalmente, a autoestrada Francilienne nos subúrbios. Paris possui uma extensa rede de estradas com mais de 2.000 km (1.243 milhas) de rodovias e rodovias.[204]

A municipalidade promove uma política de transporte coletivo e de ciclismo. Assim, a cidade dispõe desde o fim dos anos 1990 de uma rede de ciclovias que aumenta constantemente. Pelo fim de 2006, há 371 quilômetros de vias alternativas em Paris, incluindo as faixas e pistas de ciclismo assim como os corredores de ônibus estendidos.[s 5][205] Seguindo o exemplo de Rennes e Lyon, a Prefeitura de Paris lança em 15 de julho de 2007 um sistema de aluguel de bicicletas, batizado Vélib', a rede de compartilhamento de bicicletas mais densa da Europa, tendo 20 000 bicicletas pelo fim de 2007, 1 400 estações de aluguel em Paris, gerida por JCDecaux.[206] A cidade conta além disso com 15 500 táxis lançados em 2007.[s 6]

Água e saneamento

Vista do Sena, a Île de la Cité e um bateau-mouche.

Paris em sua história inicial tinha apenas os rios Sena e Bièvre para o abastecimento de água. Desde 1809, o Canal de l'Ourcq forneceu a Paris água de rios menos poluídos para o nordeste da capital.[207] Desde 1857, o engenheiro civil Eugène Belgrand, sob Napoleão III, supervisionou a construção de uma série de novos aquedutos que traziam água de locais por toda a cidade para vários reservatórios construídos no topo dos pontos mais altos da capital.[208]

A partir de então, o novo sistema de reservatórios tornou-se a principal fonte de água potável de Paris, e os restos do antigo sistema, bombeados para níveis mais baixos dos mesmos reservatórios, passaram a ser usados ​​para a limpeza das ruas de Paris. Este sistema ainda é uma parte importante da moderna rede de abastecimento de água de Paris. Atualmente, Paris tem mais de 2.400 km de passagens subterrâneas dedicadas à evacuação dos resíduos líquidos de Paris.[209]

Planejamento urbano

Rue de Rivoli, uma das ruas mais famosas de Paris.

A maioria dos soberanos franceses desde a Idade Média se empenharam em deixar sua marca sobre uma cidade que não fora jamais destruída como foram Londres (pelo grande incêndio de 1666) e Lisboa (pelo terremoto de 1755). Paris soube elaborar um estilo homogêneo, no qual marcas do passado remoto no traçado de certas ruas convivem lado a lado com uma infraestrutura moderna. A atual organização da cidade muito deve às obras de Haussmann, durante o Segundo Império. Foi ele quem abriu a maioria das vias de maior circulação hoje em dia (Boulevard Saint-Germain, Boulevard de Sébastopol etc.). Costuma-se associar Paris ao alinhamento de imóveis de mesma altura ao longo de avenidas ladeadas de árvores, às fachadas ritmadas pelos ornamentos do segundo andar e pelos balcões contíguos do quinto andar. O centro de Paris se distingue dos centros de muitas grandes cidades ocidentais por sua alta densidade populacional.[210]

Existem desde muito tempo atrás regras estritas de urbanismo, em particular, limites à altura dos imóveis. Atualmente, novos prédios com mais de 37 metros não são autorizados senão sob título excepcional. Em numerosos bairros, o limite de altura é ainda mais estrito.[211] Paris contava com 6 088 vias públicas ou privadas em 1997. Dentre as mais notáveis, pode-se citar a Avenue Foch (16º arrondissement), a mais larga avenida de Paris com 120 metros, enquanto que a Avenue de Selves (8º arrondissement) é a avenida mais curta com 110 metros de comprimento. A rua mais longa de Paris é a Rue de Vaugirard (6º e 15º arrondissements) com 4 360 metros. A Rue des Degrés (2º arrondissement) é a rua mais curta, com somente 5,75 metros, enquanto que a Rue du Chat-qui-Pêche (5º arrondissement) é oficialmente a mais estreita com uma largura mínima de 1,80 metro (porém, algumas fontes mencionam o Sentier des Merisiers, no 12º arrondissement, que mede menos de um metro, ou ainda a Passage de la Duée no 20º arrondissement, que, se bem que seu lado direito haja sido destruído e ladeado por uma paliçada, mede somente 80 cm de largura). Por fim, a via mais inclinada é a Rue Gasnier-Guy (20º arrondissement) com uma inclinação de 17 %.[212]

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Vista panorâmica de Paris, do topo do Arco do Triunfo.

Cultura

Predefinição:Info/Sítio do Patrimônio Mundial Paris tem um lugar privilegiado no âmbito artístico e cultural a nível mundial nos últimos séculos. Nasceram na cidade movimentos artísticos como o expressionismo, o surrealismo e o fauvismo e importantes figuras da arte e pensamento como René Descartes, Voltaire, Victor Hugo, Émile Zola, Alexandre Dumas (filho), Edgar Degas, Claude Monet, Jean-Paul Sartre, Jean Renoir, Louis Malle, Henri Cartier Bresson, Simone de Beauvoir, Edith Piaf.

Também acolheu a numerosos artistas estrangeiros como Luis Buñuel, Leonardo da Vinci, Vincent van Gogh, Pablo Picasso e a escritores como Ernest Hemingway, Gabriel García Márquez, Mario Vargas Llosa, Samuel Beckett, Julio Cortázar, Francis Scott Fitzgerald, Joyce, Oscar Wilde e outras.

Arquitetura e monumentos

Os monumentos mais célebres de Paris datam de épocas diversas. Eles com frequência se encontram ou no centro ou nas margens do Sena. Os cais do Sena que ficam entre a Pont de Sully au Pont de Bir-Hakeim constituem uma das mais belas paisagens fluviais urbanas e fazem parte do patrimônio mundial da UNESCO. Ali se encontram, a leste e a oeste: a Notre-Dame, o Louvre, os Invalides, a Ponte Alexandre III, o Grand Palais, o Museu do Quai Branly, a Torre Eiffel e o Trocadéro. Mais para o leste, importantes edifícios importantes foram construídos (o Ministério das Finanças, a seção François Mitterrand da Biblioteca Nacional da França etc.). Acham-se na Ilha da Cidade vários monumentos antigos e simbólicos. A Catedral Notre-Dame, de estilo gótico, cuja construção se deu principalmente do século XII ao XIII, sofreu uma grande restauração no XIX e teve sua fachada ocidental limpa no fim do XX. Ela é o centro simbólico de Paris, a partir do qual medem-se as distâncias das rodovias da França. O antigo palácio da Conciergerie foi a sede do poder real até o reino de Carlos V, na segunda metade do século XIV. Desde então, uma parte do prédio já foi usada como prisão, e tinha a fama de ser a última morada antes da execução de várias personagens ilustres do Antigo Regime e da Revolução Francesa. A Sainte-Chapelle, construída perto da Conciergerie, é considerada uma obra-prima da Arquitetura gótica. A Pont Neuf, na extremidade ocidental da ilha e datando do fim do século XVI, é a mais velha ponte intacta de Paris.

Vários monumentos de estilo clássico igualmente deixam sua marca no centro de Paris. A capela da Sorbonne no coração do Quartier Latin, foi erguida no início do século XVII. O Louvre, residência da realeza, foi embelezado no século XVII e retocado muitas vezes mais desde então. O Hôtel des Invalides, com seu famoso domo dourado, foi erigido no fim do século XVII nos subúrbios da cidade por Luís XIV, que estava ansioso por oferecer um hospital para soldados feridos. Ele abriga desde 15 de dezembro de 1840 as cinzas de Napoleão Bonaparte e também sua sepultura desde 2 de abril de 1861.[213] O Panteão, edificado no fim do século XVIII próximo à Sorbonne, tornou-se sob a Revolução um templo civil onde franceses ilustres estão enterrados.

Vista do Arco do Triunfo.

O patrimônio do século XIX é muito abundante em Paris, a saber, o Arco do Triunfo, os passeios cobertos, o Palácio Garnier (construído desde o fim do Segundo Império até o início da Terceira República e que abriga a Ópera de Paris) e a Torre Eiffel (construção "provisória" erguida por Gustave Eiffel para a Exposição Universal de 1889, mas que nunca chegou a ser desmantelada). A torre virou o emblema de Paris, visível da maioria dos bairros da cidade e até mesmo dos subúrbios próximos. Ao longo do século XX, os melhores arquitetos semearam as ruas de Paris com suas realizações: Guimard, Charles Plumet[214] e Jules Lavirotte, verdadeiras referências da Art nouveau na França, seguidos pelas realizações de Robert Mallet-Stevens, Michel Roux-Spitz, Dudok, Henri Sauvage, Le Corbusier, Auguste Perret, etc. durante o período entre-guerras.

A arquitetura contemporânea é representada em Paris pelo Centro Georges Pompidou, edifício dos anos 1970 que abriga o Museu Nacional de Arte Moderna [215] assim como a Biblioteca Pública de Informação.[216] Não menos importantes as realizações idealizadas pelo presidente François Mitterrand: a Biblioteca Nacional da França,[217] a Ópera Bastille e, provavelmente a mais célebre, a Pirâmide do Louvre, obra do arquiteto Ieoh Ming Pei erigida no pátio principal do Louvre. Mais recentemente, o Museu do Quai Branly, ou Museu das Artes e Civilizações de África, Ásia, Oceania e Américas desenhado por Jean Nouvel e inaugurado em 2006, veio enriquecer ainda mais a diversidade arquitetural e cultural da capital.

Cemitérios

Os principais cemitérios parisienses se situavam na periferia da cidade quando da sua criação em 1804 sob Napoleão I. Muitas igrejas de Paris possuiam igualmente seus próprios cemitérios, mas no fim do século XVIII, decidiu-se fechá-los por razões de salubridade. Todas as ossadas contidas nos cemitérios paroquiais suprimidos em 1786 foram transferidas para dentro das antigas pedreiras subterrâneas no exterior das portas meridionais de Paris. A entrada para o ossuário municipal fica na Praça Denfert-Rochereau, no 14° arrondissement. Nos nossos dias, essas pedreiras são conhecidas como as catacumbas de Paris.[f 2]

Se bem que desde então a extensão de Paris haja englobado todos esses antigos cemitérios, eles se tornaram oásis de tranquilidade muito apreciados cercados por uma cidade vibrante. Numerosas grandes figuras acharam seu descanso final no Cemitério do Père-Lachaise. Outros cemitérios importantes são o de Montmartre, o do Montparnasse, o de Passy e as catacumbas de Paris. Novos cemitérios foram criados de fora dos muros no início do século XX, sendo os maiores: o Cemitério Parisiense de Saint-Ouen, o Cemitério Parisiense de Pantin, o Cemitério Parisiense de Ivry e o Cemitério Parisiense de Bagneux.

Museus

Interior do Museu de Orsay

Paris e a região Île-de-France possuem a maior oferta museográfica da França. Há não menos de 100 museus em Paris intra-muros aos quais se deve ajuntar os mais de 110 museus da região. Mas além dos grandes números, é sobretudo na diversidade das coleções que a riqueza se sobressai. O museu mais antigo, de maior área e de maior coleção é o Museu do Louvre. Com um recorde de frequentação de 8,3 milhões de visitantes em 2006, o Louvre é de longe o museu de arte mais visitado do mundo. Outros de renome mundial são o Museu Nacional de Arte Moderna (dentro do Centro Georges Pompidou) e o Museu de Orsay, consagrado essencialmente ao impressionismo. Na proximidade de Paris, o Palácio de Versalhes, edificado pelo Rei-Sol e residência dos reis da França ao longo dos séculos XVII e XVIII, atrai igualmente milhões de visitantes ao ano. O palácio e o parque de Versalhes são classificados na lista dos patrimônios mundiais da UNESCO desde 1979.[218]

Os museus estão sob diversos estatutos administrativos: os mais célebres são museus nacionais, isto é, pertencentes ao Estado francês. Outros dependem de ministérios, como o Museu do Exército (no Hôtel des Invalides) e o Museu Aeroespacial (no Aeroporto de Le Bourget) que pertencem ao Ministério da Defesa. Pode-se também citar o Panteão, onde repousam os "grandes homens" da nação francesa, como Victor Hugo, Voltaire, Jean Moulin, Jean Jaurès e Marie Curie. Outros museus pertencem ao Institut de France ou ainda a particulares. O município de Paris possui e gerencia por si próprio quatorze museus e sítios, dos quais os mais célebres são o Museu Carnavalet, consagrado à história de Paris, perto da antiga casa de Victor Hugo ou ainda as catacumbas. Também não há falta de exposições temáticas.[s 7]

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Bibliotecas

A maioria das bibliotecas de Paris são públicas. A Biblioteca Mazarine construída a partir de uma biblioteca particular do cardeal Mazarin, é a mais antiga, funcionando desde 1643. A Bibliothèque Nationale de France é repartida em dois locais, um chamado Site Richelieu/Louvois e outro de Site François-Mitterrand (Tolbiac). É uma das bibliotecas mais importantes do mundo com um acervo estimado em 30 milhões de volumes. Ela serve de depósito legal da França desde o reino de Francisco I.

A cidade gerencia 55 bibliotecas municipais para empréstimos gerais de livros[219] e uma dezena de bibliotecas municipais temáticas[220] onde é igualmente possível de se emprestar certos documentos. Pode-se citar dentre os mais conhecidos a bibliothèque historique de la ville de Paris, criada em 1871, que possui um milhão de livros e brochuras, fotografias, mapas e planos ligados à história da cidade, e a bibliothèque de cinéma François Truffaut, que oferece uma importante documentação sobre o cinema.[s 8] Em oposição à Bibliothèque Nationale de France e à Biblioteca Mazarine, o acesso às bibliotecas municipais é inteiramente gratuito, embora o acesso às bibliotecas temáticas possa ser proibido aos menores de idade. O empréstimo de livros, revistas, quadrinhos e partituras é gratuito, enquanto que o de discos e vídeos se faz mediante um pagamento anual. Além das bibliotecas públicas, há também associativas e privadas, por exemplo, a Bibliothèque publique d'information do Centro Georges Pompidou. Numerosas bibliotecas universitárias são abertas ao público.

Óperas, teatros e salas de espetáculo

As maiores óperas de Paris são a Ópera Garnier e a Ópera da Bastilha. Elas oferecem um repertório variado de clássico e de moderno. O teatro é tradicionalmente um lugar importante da cultura parisiense. Isso continua a ser verdade, se bem que muitos dos seus atores mais populares sejam também estrelas da televisão francesa. A Comédie-Française, o Théâtre de l'Odéon, o Théâtre Mogador e o Théâtre de la Gaîté-Montparnasse estão dentre os principais teatros parisienses. Alguns servem igualmente como salas de concerto. Várias lendas do mundo musical francês tais como Édith Piaf, Maurice Chevalier, Georges Brassens e Charles Aznavour encontraram a glória em salas de concerto renomadas como Bobino, Olympia, La Cigale e Le Splendid. A Salle Pleyel oferece numerosos concertos sinfônicos; a Salle Gaveau, música de câmara; e a Maison de Radio France, concertos de grande variedade musical.

O Élysée Montmartre mencionado mais abaixo, cujo porte claramente se reduziu, tornou-se uma sala de concerto. O New Morning é um dos clubes parisienses onde ainda se oferecem concertos de jazz, mas também fornece música para outros gostos. Mais recentemente, Le Zénith no bairro da Villette e o Palais Omnisports no bairro de Bercy, ou até mesmo o Stade de France em Saint-Denis ou o Parc des Princes têm proporcionado concertos em larga escala. As guinguettes (cabarés criados nos subúrbios de Paris para escapar dos impostos municipais, frequentemente à beira de cursos de água) e os cafés-concerts (estabelecimento de consumo de bebidas com música ao vivo) constituíam a espinha dorsal do entretenimento parisiense antes da Segunda Guerra Mundial. Dentre os pioneiros desse gênero, fundados na primeira metade do século XIX, pode-se citar a guinguette do Moulin de la Galette e os cafés-concerts do Élysée Montmartre e do Château-Rouge. Hoje em dia, uma grande parte da diversão noturna em Paris se dá em boates mais ou menos seletivas, onde se encontram alguns dos melhores DJs do mundo.

Cinema

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Grand Rex, a maior sala de cinema da Europa.[221]

Paris conta com 376 salas de cinema (a maior concentração per capita do mundo), das quais 150 são independentes, e 89 são subsidiadas. Elas se distinguem pela variedade do que oferecem, cerca de 450 a 500 filmes diferentes em cartaz por semana e são frequentados por mais de 27 milhões de espectadores por ano (números de 2006).[s 9]

Alguns grandes grupos são cada vez mais dominantes, enquanto que o cinema independente está fragilizado. Desde os anos 1990, grandes multiplexos de dez ou vinte salas tem sido abertos.[222] A maior sala de cinema em Paris hoje é Le Grand Rex com 2 800 assentos,[223] desde que o Gaumont Palace da praça de Clichy foi destruído em 1973. Todas as demais salas parisienses possuem menos de 1 000 lugares. O antigo American Center do arquiteto Frank Gehry abriga atualmente a Cinémathèque française.[224]

Cafés, restaurantes e hotéis

Os cafés rapidamente se tornaram uma parte integrante da cultura francesa por causa de sua atmosfera, em particular a partir da abertura do café Régence no Palais Royal em 1688 e a seguir, um ano mais tarde, do café Procope sobre a margem esquerda. Os cafés nos jardins do Palais-Royal ficaram muito populares ao longo do século XVIII e podem ser considerados como os primeiros "terraços de café" de Paris. Esses últimos não chegaram a se expandir até que começaram a aparecer calçadas e bulevares em meados do século XIX. Durante a Revolução, os cozinheiros dos príncipes e dos nobres criaram o conceito de restaurante.

O café Des Deux Magots, um café parisiense célebre de Saint-Germain-des-Prés

O primeiro estabelecimento a anunciar a venda de "restauração" parece ter sido em Paris La Tour d'Argent, fundado em 1582 por um certo Rourtaud, e esse local teria contribuído para a utilização do "garfo" na França. O primeiro restaurante, na acepção moderna da palavra, foi aberto em Paris na Rue des Poulies (hoje, Rue du Louvre), em 1765, por um comerciante de caldo de carne, chamado Boulanger (apelidado de Champ d'Oiseau) que inventou o "cardápio" e a palavra "restaurante". Em 1782, Antoine Beauvilliers, cozinheiro do Príncipe de Condé e officier de bouche (criado de mesa) do Conde de Provença, retomou a fórmula e abriu, em um quadro mais refinado, a Grande Taverne de Londres, no número 26 da Rue de Richelieu. Foi o primeiro verdadeiro "grande restaurante" de Paris, o qual ficará por mais de vinte anos sem rival. Mas é a partir da Revolução Francesa que o fenômeno toma amplitude, pois a fuga dos nobres deixou seus cozinheiros desempregados, ao mesmo tempo em que chegavam muitas pessoas do interior a Paris, onde não podiam contar com a família para alimentá-los. Em 1789, Paris somava uma centena de restaurantes frequentados pela alta sociedade, agrupados ao redor do Palais-Royal. Trinta anos depois, já somavam 3 000.

A reputação culinária de Paris tem suas fundações nas origens diversas de seus habitantes. Com a chegada da ferrovia em meados do século XIX e a Revolução Industrial que se seguiu, muita gente de toda a França veio à capital, trazendo consigo toda a diversidade gastronômica das diferentes regiões do país e criando vários restaurantes de especialidades regionais, como "Chez Jenny" para a cozinha alsaciana e "Aux Lyonnais" para a cozinha de Lyon. A imigração proveniente do estrangeiro trouxe consigo uma diversidade culinária ainda maior e hoje se acham em Paris, não só um grande número de estabelecimentos especializados nas cozinhas do Magrebe e da Ásia, mas também aqueles que oferecem pratos vindos dos cinco continentes. Uma outra consequência do aumento do número de viajantes e de turistas na capital é, desde o fim do século XIX, a presença de numerosos hotéis, em parte devido às exposições universais. Dentre os mais luxuosos, o Hôtel Ritz apareceu na Praça Vendôme em 1898 e o Hôtel de Crillon abriu suas portas no lado norte da Praça da Concórdia em 1909.

Manifestações culturais e festividades

O caráter festivo da cidade é marcado desde 2002 pelas operações de Paris Plages, organizadas entre julho e agosto, e que consiste em transformar uma parte dos cais do Sena em praias com cadeiras-de-praia e atividades diversas. Também há a Nuit Blanche, que permite ao público assistir gratuitamente a diferentes expressões da arte contemporânea através da cidade durante a noite do primeiro sábado para o primeiro domingo de outubro.

Paris acolhe ao longo de todo o ano várias festividades: ao fim de janeiro, as ruas do 13º arrondissement se animam com as celebrações do ano novo chinês; o cortejo tradicional do Carnaval de Paris desfila no mês de fevereiro; ao fim de fevereiro, ocorre o Salão Internacional da Agricultura; em março, vê-se o Salão do Livro; ao fim de abril ou início de maio, a Feira de Paris relembra as grandes multidões dos tempos medievais; a Maratona de Paris se dá ao longo de abril nas ruas da cidade, a Parada Gay em junho, e a Parada Techno em setembro.

O dia 14 de julho é a ocasião do tradicional desfile militar em Champs-Élysées e dos fogos-de-artifício lançados dos jardins do Trocadéro.[225]

Outubro é o mês do Mundial do Automóvel nos anos pares, alternando com o mundial de duas-rodas nos anos ímpares. No mesmo mês, há a Feira Internacional de Arte Contemporânea (FIAC). No segundo sábado de outubro, o bairro Montmartre se reata com seu passado vitícola na Festa da Colheita de Montmartre. Uma das mais antigas manifestações de arte em Paris é a Bienal de Paris, fundada em 1959 por André Malraux.

Esportes

Os clubes esportivos mais populares de Paris são o clube de futebol Paris Saint-Germain F.C. e os clubes da união de rugby Stade Français e Racing 92, o último dos quais está localizado nos arredores da cidade. O Stade de France, com 80.000 lugares, construído para a Copa do Mundo FIFA de 1998, está localizado ao norte de Paris, na comuna de Saint-Denis.[226] É usado para futebol, rugby union e atletismo. Ele hospeda a Seleção Francesa de Futebol para amistosos e eliminatórias para grandes torneios, anualmente organiza os jogos em casa da Seleção Francesa de Rugby Union no campeonato das Seis Nações e hospeda vários jogos importantes da equipe de rugby do Stade Français. Além do Paris Saint-Germain F.C., a cidade possui vários outros clubes de futebol profissional e amador: Paris FC, Red Star, entre outros.[227]

Paris sediou os Jogos Olímpicos de Verão de 1900 e 1924 e sediará os Jogos Olímpicos de Verão de 2024 e os Jogos Paraolímpicos de 2024. A cidade também sediou as finais da Copa do Mundo FIFA de 1938 (no Stade Olympique de Colombes), bem como a Copa do Mundo FIFA de 1998 e a final da Copa do Mundo de Rugby de 2007 (ambas no Stade de France). Duas finais da Liga dos Campeões da UEFA no século atual também foram disputadas no Stade de France: as edições de 2000 e 2006.[228] Mais recentemente, Paris foi anfitriã do UEFA Euro 2016, tanto no Parc des Princes, na cidade propriamente dita quanto no Stade de France, e este último sediou a partida de abertura e a final.[229]

A etapa final das corridas de bicicleta mais famosas do mundo, o Tour de France, sempre termina em Paris. Desde 1975, a corrida terminou nos Champs-Elysées.[230] O tênis é outro esporte popular em Paris e em toda a França; o Aberto da França, realizado todos os anos na argila vermelha do Centro Nacional de Tênis de Roland Garros, é um dos quatro eventos de Grand Slam da turnê mundial de tênis profissional.[231]

Ver também

Referências

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Bibliografia

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Sources

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