Predefinição:Info/Evento histórico Revolução Industrial foi a transição para novos processos de manufatura no período entre 1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescente da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão. A revolução teve início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados Unidos.
A Revolução Industrial é um divisor de águas na história e quase todos os aspectos da vida cotidiana da época foram influenciados de alguma forma por esse processo. A população começou a experimentar um crescimento sustentado sem precedentes históricos, com uma boa renda média. Nas palavras de Robert E. Lucas Jr., ganhador do Prêmio Nobel: "Pela primeira vez na história o padrão de vida das pessoas comuns começou a se submeter a um crescimento sustentado … Nada remotamente parecido com este comportamento econômico é mencionado por economistas clássicos, até mesmo como uma possibilidade teórica."[1]
O início e a duração da Revolução Industrial variam de acordo com diferentes historiadores. Eric Hobsbawm considera que a revolução "explodiu" na Grã-Bretanha na década de 1780 e não foi totalmente percebida até a década de 1830 ou de 1840,[2] enquanto T. S. Ashton considera que ela ocorreu aproximadamente entre 1760 e 1830.[3] Alguns historiadores do século XX, como John Clapham e Nicholas Crafts, têm argumentado que o processo de mudança econômica e social ocorreu de forma gradual e que o termo "revolução" é equivocado. Este ainda é um assunto que está em debate entre os historiadores.[4][5]
O PIB per capita manteve-se praticamente estável antes da Revolução Industrial e do surgimento da economia capitalista moderna.[6] A revolução impulsionou uma era de forte crescimento econômico nas economias capitalistas[7] e existe um consenso entre historiadores econômicos de que o início da Revolução Industrial é o evento mais importante na história da humanidade desde a domesticação de animais e a agricultura.[8] A Primeira Revolução Industrial evoluiu para a Segunda Revolução Industrial, nos anos de transição entre 1840 e 1870, quando o progresso tecnológico e econômico ganhou força com a adoção crescente de barcos a vapor, navios, ferrovias, fabricação em larga escala de máquinas e o aumento do uso de fábricas que utilizavam a energia a vapor.[9][10]
Contexto histórico
Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo manufatura),[11] no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da escala, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) etapas do processo produtivo. Era o sistema doméstico, ou putting-out.
Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo, uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operários),[12] perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido por maquinofatura.[13]
Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução tecnológica, econômica e social que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com ênfase nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Católica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países fiéis ao catolicismo, a Revolução Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço declarado de copiar aquilo que se fazia nos países mais avançados tecnologicamente: os países protestantes.
De acordo com a teoria de Karl Marx, a Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha, integrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime,[14] na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea. Para Marx, o capitalismo seria um produto da Revolução Industrial e não sua causa.
Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi marcado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tecnológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores. Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela rainha Vitória (1837-1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Ao final do período, a busca por novas áreas para colonizar e descarregar os produtos maciçamente produzidos pela Europa produziu uma acirrada disputa entre as potências industrializadas, causando diversos conflitos e um crescente espírito armamentista que culminou, mais tarde, na eclosão, da Primeira Guerra Mundial (1914).
A Revolução Industrial ocorreu primeiramente na Europa devido a três fatores: 1) os comerciantes e os mercadores europeus eram vistos como os principais manufaturadores e comerciantes do mundo, detendo ainda a confiança e reciprocidade dos governantes quanto à manutenção da economia em seus estados; 2) a existência de um mercado em expansão para seus produtos, tendo a Índia, a África, a América do Norte e a América do Sul sido integradas ao esquema da expansão econômica europeia; e 3) o contínuo crescimento de sua população, que oferecia um mercado sempre crescente de bens manufaturados, além de uma reserva adequada (e posteriormente excedente) de mão de obra.[15]
O pioneirismo britânico
O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revolução Industrial por diversos fatores:
- Pela aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII. Antes da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo rígido sistema de guildas, razão pela qual a entrada de novos competidores e a inovação tecnológica eram muito limitados. Com a liberação da indústria e do comércio ocorreu um enorme progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo;
- O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso após a Revolução Inglesa, que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os investimentos e ampliar os lucros;
- A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um desses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos no mercado português;
- A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo, principais matérias-primas utilizadas neste período. Dispunha de mão de obra em abundância, desde o cercamento das terras comuns, que provocou o êxodo rural: camponeses sem terra deslocaram-se, em massa, para os centros urbanos, em busca de trabalho na indústria nascente;
- A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-primas e máquinas e contratar empregados. Para ilustrar a relativa abundância de capital existente na Inglaterra, pode-se constatar que a taxa de juros, no final do século XVIII, era de cerca de 5% ao ano; já na China, que, na época, era a maior economia do mundo, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano.
O liberalismo de Adam Smith
As novidades da Revolução Industrial trouxeram muitas dúvidas. O pensador escocês Adam Smith procurou responder racionalmente às perguntas da época. Seu livro A Riqueza das Nações (1776) é considerado uma das obras fundadoras da ciência econômica. Ele dizia que o individualismo é útil para a sociedade. Seu raciocínio era este: quando uma pessoa busca o melhor para si, toda a sociedade é beneficiada. Exemplo: quando uma cozinheira prepara uma deliciosa carne assada, você saberia explicar quais os motivos dela? Será porque ama o seu patrão e quer vê-lo feliz ou porque está pensando, em primeiro lugar, nela mesma ou no pagamento que receberá no final do mês? De qualquer maneira, se a cozinheira pensa no salário dela, seu individualismo será benéfico para ela e para seu patrão. E por que um açougueiro vende uma carne muito boa para uma pessoa que nunca viu antes? Porque deseja que ela se alimente bem ou porque está olhando para o lucro que terá com futuras vendas? Graças ao individualismo dele o freguês pode comprar boa carne. Do mesmo jeito, os trabalhadores pensam neles mesmos. Trabalham bem para poder garantir seu salário e emprego.
Nesta perspectiva, portanto, é correto afirmar que os capitalistas só pensam em seus lucros. No entanto, como para lucrar precisariam vender produtos bons e baratos, no fim, acabaria contribuindo com a sociedade. Como o individualismo seria bom para toda a sociedade, as pessoas deveriam viver de modo que pudessem atender livremente a seus interesses individuais.
Para Adam Smith, o Estado é quem atrapalhava a liberdade dos indivíduos. Para o autor escocês, "o Estado deveria intervir o mínimo possível sobre a economia". Se as forças do mercado agissem livremente, a economia poderia crescer com vigor. Desse modo, cada empresário faria o que bem entendesse com seu capital, sem ter de obedecer a nenhum regulamento criado pelo governo. Os investimentos e o comércio seriam totalmente liberados. Sem a intervenção do Estado, o mercado funcionaria automaticamente, como se houvesse uma "mão invisível" ajeitando tudo. Ou seja, o capitalismo e a liberdade individual promoveriam o progresso de forma harmoniosa.
Avanços tecnológicos
O início da Revolução Industrial está intimamente ligado a um pequeno número de inovações,[16] a partir da segunda metade do século XVIII. Na década de 1830, os seguintes ganhos foram obtidos em tecnologias importantes:
- Têxteis - a fiação mecanizada de algodão alimentada por vapor ou água aumentou a produção de um trabalhador por um fator de cerca de 500. O tear elétrico aumentou a produção de um trabalhador em um fator de mais de 40.[17] O descaroçador de algodão aumentou a produtividade de remover sementes de algodão por um fator de 50.[18][19] Grandes ganhos de produtividade também ocorreram na fiação e tecelagem de lã e linho, mas não eram tão grandes quanto no algodão;[20]
- Máquina a vapor - a eficiência dos motores a vapor aumentou, de modo que eles usaram entre um quinto e um décimo do combustível. A adaptação de motores a vapor estacionários ao movimento rotativo os tornou adequados para usos industriais.[20]Predefinição:Rp O motor de alta pressão tinha uma alta relação potência / peso, tornando-o adequado para o transporte.[10] A energia do vapor sofreu uma rápida expansão após 1800;
- Fabricação de ferro - a substituição de coque por carvão reduziu bastante o custo de combustível da produção de ferro gusa e ferro forjado.[20]Predefinição:Rp O uso de coque também permitiu a produção de altos fornos,[21][22] resultando em economias de escala. O motor a vapor começou a ser usado para bombear água e para propulsionar o ar de combustão em meados da década de 1750, permitindo um grande aumento na produção de ferro, superando a limitação da potência da água.[23] O cilindro de sopro de ferro fundido foi usado pela primeira vez em 1760. Mais tarde foi aprimorado, tornando-o de dupla ação, o que permitiu temperaturas mais altas do alto-forno. O processo de formação de poças produziu um ferro de qualidade estrutural a um custo menor do que a forno de fundição.[24] O laminador era quinze vezes mais rápido que martelar ferro forjado. O sopro quente (1828) aumentou consideravelmente a eficiência de combustível na produção de ferro nas décadas seguintes;
- Invenção de máquinas-ferramentas - As primeiras máquinas-ferramentas foram inventadas. Estas incluíam o torno de corte de parafuso, a máquina de perfuração de cilindros e a máquina de fresagem. As máquinas-ferramentas possibilitaram a fabricação econômica de peças metálicas de precisão, embora tenham sido necessárias várias décadas para desenvolver técnicas eficazes.[25]
Motor a vapor
As primeiras máquinas a vapor foram construídas na Inglaterra durante o século XVIII. Retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão e fabricavam tecidos. Graças a essas máquinas, a produção de mercadorias aumentou muito. E os lucros dos burgueses donos de fábricas cresceram na mesma proporção. Por isso, os empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústrias.[26]
As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram mudanças tão profundas que os historiadores atuais chamam aquele período de Revolução Industrial. O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas se transformaram, numa velocidade espantosa. O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança incessante triunfou. As máquinas a vapor bombeavam a água para fora das minas de carvão. Eram tão importantes quanto as máquinas que produziam tecidos.
As carruagens viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham de ser trocados durante o percurso. Um trem da época alcançava 45 km/h e podia seguir centenas de quilômetros. Assim, a Revolução Industrial tornou o mundo mais veloz. Como essas máquinas substituíam a força dos cavalos, convencionou-se em medir a potência desses motores em HP (do inglês horse power ou cavalo-força).
Expansão pelo mundo
Até 1850, a Inglaterra continuou dominando o primeiro lugar entre os países industrializados. Estima-se que o país, enquanto pioneiro, chegou a produzir 75% da energia produzida por máquinas a vapor a nível mundial.[27] Embora outros países já contassem com fábricas e equipamentos modernos, esses eram considerados uma "miniatura de Inglaterra", como por exemplo os vales de Ruhr e Wupper na Alemanha, que eram bem desenvolvidos, porém não possuíam a tecnologia das fábricas inglesas.
Europa continental
Na Europa, os maiores centros de desenvolvimento industrial, na época, eram as regiões mineradoras de carvão; lugares como o norte da França, nos vales do Rio Sambre e Meuse, na Alemanha, no vale de Ruhr, e também em algumas regiões da Bélgica. A Alemanha nessa época ainda não havia sido unificada. Eram 39 pequenos reinos e dentre esses a Prússia, que liderava a Revolução Industrial. A Alemanha se unificou em 1871, quando a Prússia venceu a Guerra Franco-Prussiana.
Fora estes lugares, a industrialização ficou presa às principais cidades, como Paris e Berlim; aos centro de interligação viária, como Lyon, Colônia, Frankfurt am Main, Cracóvia e Varsóvia; aos principais portos, como Hamburgo, Bremen, Roterdã, Le Havre, Marselha; a polos têxteis, como Lille, Região do Ruhr, Roubaix, Barmen-Elberfeld (Wuppertal), Chemmitz, Lodz e Moscou; e a distritos siderúrgicos e indústria pesada, na bacia do rio Loire, do Sarre, e da Silésia.
Após 1830, a produção industrial se descentralizou da Inglaterra e se expandiu rapidamente pelo mundo, principalmente para o noroeste europeu, e para o leste dos Estados Unidos. Porém, cada país se desenvolveu em um ritmo diferente baseado nas condições econômicas, sociais e culturais de cada lugar.
Na Alemanha com o resultado da Guerra Franco-prussiana em 1870, houve a Unificação Alemã que, liderada por Bismarck, impulsionou a Revolução Industrial no país que já estava ocorrendo desde 1815. Foi a partir dessa época que a produção de ferro fundido começou a aumentar de forma exponencial. Na Itália a unificação política realizada em 1870, à semelhança do que ocorreu na Alemanha, impulsionou, mesmo que atrasada, a industrialização do país. Essa só atingiu ao norte da Itália, pois o sul continuou basicamente agrário. Muito mais tarde, começou a industrialização na Rússia, nas últimas décadas do século XIX. Os principais fatores para que ela acontecesse foram a grande disponibilidade de mão de obra, intervenção governamental na economia através de subsídios e investimentos estrangeiros à indústria.
Japão e Estados Unidos
A modernização do Japão data do início da era Meiji, em 1867, quando a superação do feudalismo unificou o país. A propriedade privada foi estabelecida. A autoridade política foi centralizada possibilitando a intervenção estatal do governo central na economia, o que resultou no subsidio a indústria. E como a mão de obra ficou livre dos senhores feudais, ocorreu assimilação da tecnologia ocidental e o Japão passou de um dos países mais atrasados do mundo a um país industrializado.
Nos Estados Unidos a industrialização começou no final do século XVIII, e foi somente após a Guerra da Secessão que todo o país se tornou industrializado. A industrialização relativamente tardia dos Estados Unidos em relação à Inglaterra pode ser explicada pelo fato de que nos EUA existia muita terra per capita, já na Inglaterra existia pouca terra per capita, assim os EUA tinham uma vantagem comparativa na agricultura em relação à Inglaterra e consequentemente demorou bastante tempo para que a indústria ficasse mais importante que a agricultura. Outro fator é que os Estados do sul eram escravagistas o que retardava a acumulação de capital, como tinham muita terra eram essencialmente agrários, impedindo a total industrialização do país que até a segunda metade do século XIX era constituído só pelos Estados da faixa leste do atual Estados Unidos. O término do conflito resultou na abolição da escravatura o que elevou a produtividade da mão de obra. aumentando assim a velocidade de acumulação de capital, e também muitas riquezas naturais foram encontradas no período incentivando a industrialização.
Lusofonia
Em Portugal, as reformas de Mouzinho da Silveira liquidam os resquícios das estruturas feudais e consolidam a burguesia no poder, modernizando o país. Na segunda metade do século XIX, implanta-se a malha ferroviária no país em paralelo a um desenvolvimento industrial e do comércio, à dinâmica do colonialismo, e a uma grande emigração, principalmente em direção ao Brasil e aos Estados Unidos.[carece de fontes]
A industrialização no Brasil pode ser dividida em quatro períodos principais: o primeiro período, de 1500 a 1808, chamado de "Proibição"; o segundo período, de 1808 a 1930, chamado de "Implantação"; o terceiro período, de 1930 a 1956, conhecido como fase da Revolução Industrial Brasileira, e o quarto período, após 1956, chamado de fase da internacionalização da economia brasileira. Ao final da Segunda Guerra Mundial o Brasil dispunha de grandes reservas de moeda estrangeira, divisas, fruto de ter exportado mais do que importado e houve um crescimento de 8,9% de 1946 a 1978. Enquanto nas décadas anteriores houve predominância da indústria de bens de consumo, na década de 40 outros tipos de atividade industrial começam a se desenvolver como no setor de minerais, metalurgia, siderurgia, ou seja setores mais sofisticados tecnologicamente. Em 1946 teve início a produção de aço da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Volta Redonda, que abriu perspectivas para o desenvolvimento industrial do pais, já que o aço constitui a base ou a "matriz" para vários ramos ou tipos de indústria.[28]
Impacto
Social
Na esfera social, o principal desdobramento da Revolução Industrial foi a transformação nas condições de vida nos países industriais em relação aos outros países da época, havendo uma mudança progressiva das necessidades de consumo da população, à medida que novas mercadorias foram sendo produzidas. A Revolução Industrial alterou profundamente as condições de vida do trabalhador, provocando inicialmente um intenso deslocamento da população rural para as cidades, criando enormes concentrações urbanas.[29] A população de Londres passou de 800 000 habitantes em 1780 para mais de 5 milhões em 1880, por exemplo. No início da Revolução Industrial, os operários viviam em péssimas condições de vida e trabalho. O ambiente das fábricas era insalubre, assim como os cortiços onde muitos trabalhadores viviam. A jornadas de trabalho chegava a 80 horas semanais, e os salários variavam em torno de 2,5 vezes o nível de subsistência. Para mulheres e crianças, submetidos ao mesmo número de horas e às mesmas condições de trabalho, os salários eram ainda mais baixos.[carece de fontes]
A produção em larga escala e dividida em etapas iria distanciar cada vez mais o trabalhador do produto final, já que cada grupo de trabalhadores passava a dominar apenas uma etapa da produção, mas sua produtividade ficava maior. Como a produtividade do trabalho aumentava os salários reais dos trabalhadores ingleses aumentaram em mais de 300% entre 1800 até 1870.[carece de fontes] Devido ao progresso ocorrido nos primeiros 90 anos de industrialização, em 1860 a jornada de trabalho na Inglaterra já se reduzia para cerca de 50 horas semanais (10 horas diárias em cinco dias de trabalho por semana). Segundo a teoria marxista, o salário corresponde ao custo de reprodução da força de trabalho, ou seja, ao valor mínimo necessário para que o trabalhador sobreviva. Esse nível mínimo de subsistência varia historicamente. Os trabalhadores, notadamente a partir do século XIX, passaram a pressionar os seus patrões, reivindicando melhores condições de trabalho, maiores salários e crescentes reduções da jornada de trabalho. Com maiores salários, o conjunto dos trabalhadores pôde também elevar o seu nível de consumo, tornando possível a produção em massa de bens de consumo.[carece de fontes]
Sindicalismo
Os primeiros sindicatos nasceram na Inglaterra, após a Revolução Industrial, no século XVIII e se expandiram pelo século XIX. O capitalismo se consolidou e se tornou o modo de produção predominante. As mudanças tecnológicas causaram impacto no processo produtivo pela substituição da mão de obra. Para aumentar e manter o lucro máximo, a chamada mais-valia, os donos do capital, ou seja, a classe da burguesia impunha um ritmo de trabalho de 16 horas diárias, o trabalho infantil e das mulheres, sem direitos e péssimas condições nos locais. Para combater essa exploração, a classe operária criou os sindicatos, que atuaram de forma clandestina – Trade-unions (uniões de ofícios).[30] Os empregados das fábricas formaram associações e sindicatos, a princípio proibidos e duramente reprimidos, durante a Primeira Revolução Industrial. Na segunda metade do século XIX, a organização dos trabalhadores assume um considerável nível de ideologização. O sindicalismo na virada do século XX é caracterizado por veleidades revolucionárias e de independência em relação aos partidos políticos.[carece de fontes]
Em 1837, os operários reivindicaram pelo direito a liberdade de atuação, inclusive pelo direito de voto para todos. Em 1864 é criada em Londres a Associação Internacional de Trabalhadores, a Internacional, primeira central sindical mundial da classe trabalhadora. No mesmo ano, na França, é reconhecido o direito de greve. As mobilizações continuaram e, em 1871, os trabalhadores conquistaram o poder político na França, por alguns dias, a ação ficou conhecida como a Comuna de Paris. Após a Primeira Guerra Mundial, uma parte dos sindicatos se alinha ao ideário socialista e comunista, enquanto outra parte se inclina para o reformismo ou para a tradição cristã. Em 1919 é criada a Organização Internacional do Trabalho, um dos mais antigos organismos internacionais, com direção tripartite, composta por representantes dos governos, dos trabalhadores e dos empregadores.[carece de fontes]
Ludismo e Cartismo
Reclamações contra as máquinas inventadas após a revolução para poupar a mão de obra já eram normais. Mas foi em 1811 que o estopim estourou e surgiu o movimento ludista, "uma forma mais radical de protesto". O nome deriva de Ned Ludd, um dos líderes do movimento. Os luditas chamaram muita atenção pelos seus atos. Invadiram fábricas e destruíram máquinas, que, segundo os luditas, por serem mais eficientes que os homens, tiravam seus trabalhos, requerendo, contudo, duras horas de jornada de trabalho. Os manifestantes sofreram uma violenta repressão, foram condenados à prisão, à deportação e até à forca. Os luditas ficaram lembrados como "os quebradores de máquinas".[31][32] Anos depois os operários ingleses mais experientes adotaram métodos mais eficientes de luta, como a greve e o movimento sindical.
O movimento cartista foi organizado pela Associação dos Operários, exigindo melhores condições de trabalho, incluindo: a limitação de oito horas para a jornada de trabalho; a regulamentação do trabalho feminino; a extinção do trabalho infantil; a folga semanal e o salário mínimo.[33] Este movimento lutou ainda pela instituição de novos direitos políticos, como o estabelecimento do sufrágio universal (nesta época, o voto era um direito dos homens, apenas), a extinção da exigência de ter propriedades para que se pudesse ser eleito para o parlamento e o fim do voto censitário. Esse movimento se destacou por sua organização e por sua forma de atuação, chegando a conquistar diversos direitos políticos para os trabalhadores.[33]
Econômico
A partir da Revolução Industrial, o volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção de bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de um salário. Outra das consequências da Revolução Industrial foi o rápido crescimento econômico. Antes dela, o progresso econômico era sempre lento (levavam séculos para que a renda per capita aumentasse sensivelmente), e após, a renda per capita e a população começaram a crescer de forma acelerada nunca antes vista na história. Por exemplo, entre 1500 e 1780 a população da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5, já entre 1780 e 1880 ela saltou para 36 milhões, devido à drástica redução da mortalidade infantil.[carece de fontes]
Para E. P. Thompson, o incremento da população nesse período se sustentou principalmente por uma longa série de boas colheitas e numa melhora do padrão de vida desenvolvido nos primeiros momentos da Revolução Industrial; com o avanço da industrialização na primeira metade do século, no entanto, a saúde da população urbana começou a deteriorar, principalmente devido à imensa concentração populacional nas cidades que sofreria com as epidemias, péssimas condições de habitação, deformações e estafa causadas pelo trabalho e a alimentação insuficiente e inadequada. A medicina, nesse momento, parece ter sido pouco eficaz no combate a esses problemas.[34]
A Revolução Industrial alterou completamente a maneira de viver das populações dos países que se industrializaram. As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez maiores e mais importantes. Na Inglaterra, por volta de 1850, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo em cidades do que no campo. Nas cidades, as pessoas mais pobres se aglomeravam em subúrbios de casas velhas e desconfortáveis, com condições horríveis de higiene e salubridade. Conviviam com a falta de água encanada, com os ratos, o esgoto formando riachos nas ruas esburacadas. Engels realizou um relato impressionantemente detalhado de cada região da Inglaterra em seu "A Situação da Classe Trabalhadora na Inglaterra". Apesar das especificidades de cada cidade, é possível encontrar diversos aspectos em comum. Em geral, os operários moravam em cortiços de um ou dois andares dispostos em fila, e quase sempre construídos irregularmente. As casas mais sofisticadas, ascottages, pertenciam aos setores superiores do operariado, e possuíam até quatro cômodos e cozinha. No entanto, os locais, geralmente, eram extremamente sujos, com ruas não pavimentadas, sem esgotos ou calçadas, repletos de detritos humanos e animais e poças lamacentas, que às vezes chegam a cobrir até os joelhos. As habitações quase sempre não possuíam ventilação, e a falta de espaços livres fazia com que a secagem das roupas fosse feita no meio das próprias ruas. O mau cheiro era praticamente insuportável; os muros dos bairros estavam destruídos, os vidros, inexistentes, as portas das casas eram feitas com pedaços de plantas. As casas não possuíam móveis: as mesas e cadeiras, quando existiam, eram feitas com caixas; aquelas se constituem, assim como as fábricas, como domicílios escuros, úmidos e apertados (algumas delas chegam a ser subterrâneas, em condições muito piores do que as similares encontradas no campo).[35]
O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas. Estudos sobre as variações na altura média dos homens no norte da Europa, sugerem que o progresso econômico gerado pela industrialização demorou varias décadas até beneficiar a população como um todo. Eles indicam que, em média, os homens do norte europeu durante o início da Revolução Industrial eram 7,6 centímetros mais baixos que os que viveram 700 anos antes, na Alta Idade Média. É estranho que a altura média dos ingleses tenha caído continuamente durante os anos de 1100 até o início da revolução industrial em 1780, quando a altura média começou a subir. Foi apenas no início do século XX que essas populações voltaram a ter altura semelhante às registradas entre os séculos IX e XI.[36] A variação da altura média de uma população ao longo do tempo é considerada um indicador de saúde e bem-estar econômico. Apesar destes dados à longo prazo, a afirmação de que a condição de vida dos trabalhadores melhorara é polêmica, principalmente se considerarmos as condições de moradia e trabalho, que inclusive incluía o trabalho infantil. Do mesmo modo, não se pode dizer que essa possível melhora da saúde e do bem-estar sejam frutos diretos da Revolução Industrial, também envolvendo a consolidação do Estado e dos serviços públicos prestados à população, como o saneamento básico, bem como a melhora das condições de alimentação.
Apesar do evidente desenvolvimento tecnológico e da relativa melhora de condições de vida, muitas críticas são realizadas ao tipo de produção que passou a ser desenvolvida a partir da Revolução Industrial -- àquela da produção em massa e em benefício do enriquecimento individual.[37] Alguns desses críticos defendem uma modificação da produção e do consumo de forma a se conquistar um desenvolvimento sustentável, afirmando que essa forma de produção é danosa ao meio ambiente.[38] Outros, questionam a associação entre a vida urbana e industrializada com uma vida mais saudável e superior a do campo, denunciando os altos índices de depressão e suicídio na sociedade contemporânea. É o caso do filósofo Serge Latouche, que busca romper com a ideologia do "crescimento pelo crescimento" e do desenvolvimento tecnológico sem reflexão.[39]
Ver também
- Segunda Revolução Industrial
- Terceira Revolução Industrial
- Quarta Revolução Industrial
- Revolução digital
- Automação
- Capitalismo industrial
Referências
- ↑ Lucas, Robert E., Jr. (2002). Lectures on Economic Growth (em Inglês). Cambridge: Harvard University Press. pp. 109–10. ISBN 978-0-674-01601-9
- ↑ Eric Hobsbawm, The Age of Revolution: Europe 1789–1848, Weidenfeld & Nicolson Ltd. ISBN 0-349-10484-0
- ↑ Joseph E Inikori. Africans and the Industrial Revolution in England, Cambridge University Press. ISBN 0-521-01079-9 Read it
- ↑ Berg, Maxine; Hudson, Pat (1992). «Rehabilitating the Industrial Revolution». The Economic History Review, Vol. 45, No. 1. The Economic History Review. 45 (1): 24–50. JSTOR 2598327. doi:10.2307/2598327
- ↑ Rehabilitating the Industrial Revolution Arquivado em 9 de novembro de 2006, no Wayback Machine. by Julie Lorenzen, Central Michigan University. Acessado em 15 de julho de 2013.
- ↑ Robert Lucas, Jr. (2003). «The Industrial Revolution». Federal Reserve Bank of Minneapolis. Consultado em 14 de novembro de 2007. Arquivado do original em 16 de maio de 2008
- ↑ Lucas, Robert (2003). «The Industrial Revolution Past and Future». Consultado em 15 de julho de 2013. Arquivado do original em 16 de maio de 2008
- ↑ McCloskey, Deidre (2004). «Review of The Cambridge Economic History of Modern Britain (edited by Roderick Floud and Paul Johnson), Times Higher Education Supplement, 15 de janeiro de 2004»
- ↑ Taylor, George Rogers. The Transportation Revolution, 1815-1860. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0873321013
- ↑ 10,0 10,1 Predefinição:Harvnb
- ↑ Risatti, Howard. Theory of Craft: Function and Aesthetic Expression: Function and Aesthetic Expression. Univ of North Carolina Press, 2009. pp. 152. ISBN 0807889075
- ↑ Berge, Bjorn. The Ecology of Building Materials. 2ª edi. Routledge, 2009. pp. 50. ISBN 1136434615
- ↑ Santos Souza, José dos. Trabalho, educação e sindicalismo no Brasil: anos 90. Editora Autores Associados, 2002. ISBN 8574960403
- ↑ Bulletin of the Atomic Scientists (fev. 1969). 88 pp. Vol. 25, Nº 2. ISSN 0096-3402. Educational Foundation for Nuclear Science, Inc.
- ↑ BURNS, Edward McNall. História da Civilização Ocidental. 36. ed. São Paulo: Globo, 1995, p. 513-514
- ↑ Eric Bond; Sheena Gingerich; Oliver Archer-Antonsen; Liam Purcell; Elizabeth Macklem (17 de fevereiro de 2003). «The Industrial Revolution – Innovations». Industrialrevolution.sea.ca. Consultado em 30 de janeiro de 2011
- ↑ Predefinição:Harvnb
- ↑ Roe, Joseph Wickham (1916), English and American Tool Builders, New Haven, Connecticut: Yale University Press, LCCN 16011753. Reprinted by McGraw-Hill, New York and London, 1926 (Predefinição:LCCN/prepare); and by Lindsay Publications, Inc., Bradley, Illinois, (ISBN 978-0-917914-73-7).
- ↑ Angela Lakwete (2005). [[[:Predefinição:Google books]] Inventing the Cotton Gin: Machine and Myth in Antebellum America] Verifique valor
|url=
(ajuda). [S.l.]: Johns Hopkins University Press. ISBN 978-0-8018-8272-2 - ↑ 20,0 20,1 20,2 David S. Landes (1969). The Unbound Prometheus. [S.l.]: Press Syndicate of the University of Cambridge. ISBN 978-0-521-09418-4
- ↑ David S. Landes (1969). The Unbound Prometheus. [S.l.]: Press Syndicate of the University of Cambridge. p. 218. ISBN 978-0-521-09418-4
- ↑ Rosen, William (2012). The Most Powerful Idea in the World: A Story of Steam, Industry and Invention. [S.l.]: University Of Chicago Press. p. 149. ISBN 978-0-226-72634-2
- ↑ Tylecote, R. F. (1992). A History of Metallurgy, Second Edition. London: Maney Publishing, for the Institute of Materials. ISBN 978-0-901462-88-6
- ↑ David S. Landes (1969). The Unbound Prometheus. [S.l.]: Press Syndicate of the University of Cambridge. p. 91. ISBN 978-0-521-09418-4
- ↑ Hounshell, 1984
- ↑ David S. Landes (1969). The Unbound Prometheus. [S.l.]: Press Syndicate of the University of Cambridge. p. 104. ISBN 978-0-521-09418-4
- ↑ «Como Tudo Funciona». Consultado em 11 de maio de 2014. Arquivado do original em 12 de maio de 2014
- ↑ «Página da Companhia Siderúrgica Nacional»[ligação inativa]
- ↑ Knapp, Brian; Ross, Simon; McCrae, Duncan (1989). Challenge of the human environment (em inglês). [S.l.]: Longman. p. 77. ISBN 0582016371
- ↑ «Movimento Sindical». Regional Campinas. Consultado em 12 de junho de 2014
- ↑ «Hobsbawm, Eric, 'The Machine Breakers', Past and Present 1 (1952), 57-70». Libcom.org. 4 de julho de 2009. Consultado em 4 de outubro de 2013
- ↑ Autor, Frank; Levy, David and Murnane, Richard J. "The Skill Content of Recent Technological Change: An Empirical Exploration" Arquivado em 15 de março de 2010, no Wayback Machine. Quarterly Journal of Economics (2003)
- ↑ Thompson, E. P. (1987). A Formação da Classe Operária Inglesa. São Paulo: Paz e Terra. p. 192-3
- ↑ Sérgio Roberto Guedes Reis (11 de setembro de 2008). «Condições e Modos de Vida do Operariado Inglês da Primeira Revolução Industrial (1780-1840)». Chá com Bolachas. Consultado em 5 de junho de 2014
- ↑ Steckel, Richard H. 2001. Health and Nutrition in the Preindustrial Era: Insights from a Millennium of Average Heights in Northern Europe. NBER Working Paper No. 8542 (em inglês)
- ↑ Júlia Braga (Dezembro de 2012). «Obsolescência programada: o consumo exacerbado e o esgotamento de fontes naturais». Ghoete Institut. Consultado em 5 de junho de 2014
- ↑ Cândido Grzybowski (8 de abril de 2004). «A PREDATÓRIA RACIONALIDADE ECONÔMICA». Geografia para todos. Consultado em 5 de junho de 2014
- ↑ Unisinos (3 de setembro de 2013). «Serge Latouche, o precursor da teoria do decrescimento, defende uma sociedade que produza menos e consuma menos». Instituto Humanitas Unisinos. Consultado em 6 de junho de 2014
Bibliografia
- Ashton, Thomas S. (1948). «The Industrial Revolution (1760–1830)». Oxford University Press. Arquivado do original em 12 de março de 2017
- Artzrouni, Marc (1990). «Mathematical Investigations of the Escape from the Malthusian Trap». Mathematical Population Studies. 2 (4): 269–87. PMID 12283330. doi:10.1080/08898489009525313
- Berlanstein, Lenard R., ed. (1992). The Industrial Revolution and work in nineteenth-century Europe. London and New York: Routledge
- Clapham, J.H. (1926). «An Economic History of Modern Britain: The Early Railway Age, 1820–1850». Cambridge University Press
- Clapham, J.H. The Economic Development of France and Germany: 1815–1914 (1921) online, a famous classic, filled with details.
- Clark, Gregory (2007). A Farewell to Alms: A Brief Economic History of the World. [S.l.]: Princeton University Press. ISBN 978-0-691-12135-2
- Daunton, M.J. (1995). «Progress and Poverty: An Economic and Social History of Britain, 1700–1850». Oxford University Press
- Dunham, Arthur Louis (1955). «The Industrial Revolution in France, 1815–1848». New York: Exposition Press
- Gatrell, Peter (2004). «Farm to factory: a reinterpretation of the Soviet industrial revolution». The Economic History Review. 57 (4): 794. doi:10.1111/j.1468-0289.2004.00295_21.x
- Griffin, Emma (2010). Short History of the British Industrial Revolution. [S.l.]: Palgrave
- Haber, Ludwig Fritz (1958). The Chemical Industry During the Nineteenth Century: A Study of the Economic Aspect of Applied Chemistry in Europe and North America. [S.l.: s.n.]
- Haber, Ludwig Fritz (1971). The Chemical Industry: 1900–1930: International Growth and Technological Change. [S.l.: s.n.]
- Hunter, Louis C.; Bryant, Lynwood (1991). A History of Industrial Power in the United States, 1730–1930, Vol. 3: The Transmission of Power. Cambridge, Massachusetts: MIT Press. ISBN 978-0-262-08198-6
- Jacob, Margaret C. (1997). «Scientific Culture and the Making of the Industrial West». Oxford: Oxford University Press
- Kindleberger, Charles Poor (1993). A Financial History of Western Europe. [S.l.]: Oxford University Press US. ISBN 978-0-19-507738-4
- Kisch, Herbert (1989). «From Domestic Manufacture to Industrial Revolution The Case of the Rhineland Textile Districts». Oxford University Press
- Kornblith, Gary. The Industrial Revolution in America (1997)
- Landes, David S. (1969). The Unbound Prometheus: Technological Change and Industrial Development in Western Europe from 1750 to the Present. Cambridge; New York: Press Syndicate of the University of Cambridge. ISBN 978-0-521-09418-4
- McNeil, Ian, ed. (1990). An Encyclopedia of the History of Technology. London: Routledge. ISBN 978-0-415-14792-7
- Maddison, Angus (2003). «The World Economy: Historical Statistics». Paris: Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD)
- Mantoux, Paul (1961) [1928]. «The Industrial Revolution in the Eighteenth Century» First English translation 1928 ed.
- McLaughlin Green, Constance (1939). «Holyoke, Massachusetts: A Case History of the Industrial Revolution in America». New Haven, CT: Yale University Press
- Milward, Alan S. and S.B. Saul. The Development of the Economies of Continental Europe: 1850–1914 (1977)
- Milward, Alan S. and S.B. Saul. The Economic Development of Continental Europe 1780–1870 (1973)
- Mokyr, Joel (1999). «The British Industrial Revolution: An Economic Perspective»
- More, Charles (2000). «Understanding the Industrial Revolution». London: Routledge
- Olson, James S. Encyclopedia of the Industrial Revolution in America (2001)
- Pollard, Sidney (1981). «Peaceful Conquest: The Industrialization of Europe, 1760–1970». Oxford University Press
- Rider, Christine, ed. Encyclopedia of the Age of the Industrial Revolution, 1700–1920 (2 vol. 2007)
- Roe, Joseph Wickham (1916). English and American Tool Builders. New Haven, Connecticut: Yale University Press. LCCN 16011753. Reprinted by McGraw-Hill, New York and London, 1926 (Predefinição:LCCN/prepare); and by Lindsay Publications, Inc., Bradley, Illinois, (ISBN 978-0-917914-73-7).
- Smelser, Neil J. (1959). «Social Change in the Industrial Revolution: An Application of Theory to the British Cotton Industry». University of Chicago Press
- Staley, David J. ed. Encyclopedia of the History of Invention and Technology (3 vol 2011), 2000pp
- Stearns, Peter N. (1998). «The Industrial Revolution in World History». Westview Press
- Smil, Vaclav (1994). «Energy in World History». Westview Press. Arquivado do original em 18 de julho de 2007
- Snooks, G.D. (2000). «Was the Industrial Revolution Necessary?». London: Routledge
- Szostak, Rick (1991). «The Role of Transportation in the Industrial Revolution: A Comparison of England and France». Montreal: McGill-Queen's University Press
- Timbs, John (1860). Stories of Inventors and Discoverers in Science and the Useful Arts: A Book for Old and Young. [S.l.]: Harper & Brothers
- Toynbee, Arnold (1884). Lectures on the Industrial Revolution of the Eighteenth Century in England. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-4191-2952-0. Consultado em 12 de fevereiro de 2016. Arquivado do original em 3 de março de 2016
- Uglow, Jenny (2002). «The Lunar Men: The Friends who made the Future 1730–1810». London: Faber and Faber
- Usher, Abbott Payson (1920). «An Introduction to the Industrial History of England». University of Michigan Press
- Chambliss, William J. (editor), Problems of Industrial Society, Reading, Massachusetts: Addison-Wesley Publishing Co, 1973. ISBN 978-0-201-00958-3
- Hawke, Gary. "Reinterpretations of the Industrial Revolution" in Patrick O'Brien and Roland Quinault, eds. The Industrial Revolution and British Society (1993) pp. 54–78
- McCloskey, Deirdre (2004). «Review of The Cambridge Economic History of Britain (edited by Roderick Floud and Paul Johnson)». Times Higher Education Supplement. 15 (janeiro). Consultado em 12 de fevereiro de 2016
- Wrigley, E. Anthony. "Reconsidering the Industrial Revolution: England and Wales." Journal of Interdisciplinary History 49.01 (2018): 9–42.
Ligações externas
- «A Revolução Industrial» (em português)
- «Cultura Brasil» (em português)