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Subúrbio

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No subúrbio de Rio Rancho, Novo México, Estados Unidos, é possível observar as cul-de-sac, características dos subúrbios anglófonos.

Subúrbio (do latim suburbium, literalmente «subcidade») ou periferia (literalmente «por fora», num sentido genérico, quer dizer "tudo o que está ao redor") designam as áreas em redor das áreas centrais de um dado aglomerado urbano, seja ele um município, distrito ou outra qualquer instância política; porém o termo também é usado para descrever cidades circunscritas a um núcleo metropolitano central. Eventualmente pode ser considerado sinônimo de periferia urbana, embora tal definição encontre alguma polêmica nos estudos de urbanismo e planejamento urbano.

O termo é bastante utilizado em termos de geografia, para designar toda a área urbana que está ao redor do centro urbano. A periferia pode ser intramunicipal (bairros afastados do centro do município) ou extramunicipal (municípios da região metropolitana).

No mundo

Nas grandes cidades da América Latina e de outros países, a palavra subúrbio é comumente utilizada para se referir a áreas que não possuem todos os recursos das regiões nobres, como as favelas — principalmente no que diz respeito a infraestrutura urbana (como energia elétrica, água encanada, esgoto, coleta de lixo, etc.) e equipamentos sociais (como instituições culturais, de saúde, assim como órgãos públicos) — ou até possuem, mas em escala inferior. A palavra também é associada a regiões periféricas de perfil de renda baixa. Estas são mais aparentes nas grandes cidades, onde vários fatores como especulação imobiliária, exploração, e alienação da força de trabalho, entre outros, levam a ocupação de áreas mais distantes pela população mais pobre, num processo paralelo ao da segregação voluntária das elites, que se apropriam das melhores regiões da cidade e impedem seu uso pelas classes mais pobres. Tal processo foi descrito principalmente por Flávio Villaça.[1]

Existem regiões, no entanto, que atraem os interesses de camadas ricas da população e se encontram em áreas também periféricas, em processo semelhante ao dos subúrbios ricos norte-americanos, mas com peculiaridades locais. Tais regiões normalmente são caracterizadas principalmente pela forte presença de condomínios fechados. Exemplos típicos destas áreas periféricas ricas no Brasil são a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro; Interlagos, e os condomínios da Serra da Cantareira, em São Paulo e Mairiporã. Alguns condomínios existentes em cidades das regiões metropolitanas, como acontece com Alphaville, e Granja Viana, ambos na Grande São Paulo, também são considerados subúrbios ricos. Isso ocorre pois a conurbação entre as cidades faz com que as cidades ao redor da cidade central se tornem subúrbios e a maior parte da população da região trabalhe mais perto do centro da metrópole.

Diversos conjuntos habitacionais formam os subúrbios de Madrid, Espanha.
Vista de Alphaville, um dos mais nobres e famosos subúrbios de São Paulo, Brasil.

Estados Unidos e Canadá

Subúrbio de San Jose, Estados Unidos.
Subúrbio em Cincinnati, Estados Unidos.

No mundo de língua inglesa, mais especificamente nos Estados Unidos e no Canadá, um subúrbio é um núcleo urbano localizado nos arredores de um núcleo metropolitano central, onde geralmente vivem famílias de classe média ou alta, com variáveis índices de qualidade de vida e segurança mas em geral maiores que os das áreas residenciais centrais. Em geral, caracterizam-se como áreas de baixa densidade populacional, e habitação baseada em tipologias arquitetônicas de baixo gabarito (normalmente casas unifamiliares ao invés de edifícios multifamiliares) e com baixo coeficiente de aproveitamento dos terrenos (i.e., normalmente as edificações localizam-se isoladas em meio aos seus lotes amplos). Recentemente, porém, diversas destas cidades passaram a industrializar-se rapidamente, como Mississauga (subúrbio de Toronto), Laval (subúrbio de Montreal) e Long Beach (subúrbio de Los Angeles).

Vista aérea de um subúrbio perto de Markham, Ontário, Canadá.
Uma típica casa suburbana na Califórnia, Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, a partir da década de 1950 até os dias atuais, grandes números de habitantes das classes média e alta da maioria dos grandes núcleos metropolitanos dos Estados Unidos passaram a migrar dos núcleos metropolitanos para os subúrbios, em busca de segurança. Como consequência, a população de diversos núcleos metropolitanos passou a cair drasticamente e a ser composta primariamente pela população de mais baixa renda. Desta forma, constituíram-se verdadeiros guetos urbanos em meio aos distritos centrais, como Baltimore, Atlanta e especialmente em Detroit.

A grande maioria das grandes e médias regiões metropolitanas americanas possuem subúrbios ricos, bem como diversas cidades localizados em países de língua inglesa, embora subúrbios pobres também existam nestes países. O termo suburbia, nos países de língua inglesa, se refere ainda a um estilo de vida tipicamente monótono, fútil e consumista.

Processos

Gentrificação

Ver artigo principal: Gentrificação

Um fenômeno relativamente recente tem sido notado nas últimas décadas nos países cuja organização urbana está estruturada pelos subúrbios: nota-se um relativo novo interesse das classes de renda alta por áreas residenciais centrais antes consideradas degradadas por elas mesmas nas grandes cidades, em processo oposto ao da suburbanização. A tal processo deu-se o nome de gentrificação e ele tem sido estudado principalmente por nomes como Neil Smith e Sharon Zukin (cuja obra Landscapes of Power explora os efeitos desta nova cultura urbana). Exemplos de bairros que normalmente são apontados como resultado de um fenômeno de gentrificação são o SoHo em Nova Iorque e as Docklands em Londres.

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Subúrbios do sudoeste da Grande Londres mostrando as linhas de habitação geminada em estradas locais de ramificação das estradas nacionais.

Suburbanização

Ver artigo principal: Suburbanização

Ver também

Referências

  1. Espaço intraurbano no Brasil. Flávio Villaça. Acessado em 2 de junho de 2019

Bibliografia

  • VILLAÇA, Flávio (1998). Espaço intra-urbano no Brasil. São Paulo: Studio Nobel 

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