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Desenvolvimento sustentável

Esquema representativo dos vários componentes do desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento sustentável é um conceito sistêmico que se traduz num modelo de desenvolvimento global que incorpora os aspectos de um sistema de consumo em massa no qual a preocupação com a natureza, via de extração da matéria-prima, é máxima.[1] Foi usado pela primeira vez em 1987, no Relatório Brundtland, um relatório elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1983 pela Assembleia das Nações Unidas.[2]

A definição mais usada para o desenvolvimento sustentável é:

O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceptualmente dividido em três componentes: a sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica.[4]

História

Ao longo das ultimas décadas, vários têm sido os acontecimentos que marcam a evolução do conceito de desenvolvimento sustentável, de acordo com os progressos tecnológicos, assim como do aumento da consciencialização das populações para o mesmo.

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at:1968 fontsize:S text:Criação do clube de Roma
at:1972 fontsize:S text:The Limits to Growth (Os limites do crescimento) ~ ~ Conferência de Estocolmo sobre o Ambiente Humano das Nações Unidas.
at:1979 fontsize:S text:Princípio responsabilidade, do filósofo Hans Jonas.
at:1980 fontsize:S text:Estratégia Global para a conservação da Natureza
at:1987 fontsize:S text:Relatório Brundtland (Our Common Future)
at:1992 fontsize:S text:Segunda Cimeira da Terra ~ Nascimento da (Agenda 21)
at:1993 fontsize:S text:V Programa Acção Ambiente da União Europeia
at:1994 fontsize:S text:Primeira Conferência sobre Cidades Europeias Sustentáveis
at:1996 fontsize:S text:Segunda Conferência sobre Cidades Europeias Sustentáveis
at:1997 fontsize:S text:Terceira Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas ~ Procotolo de Quito
at:2000 fontsize:S text:Declaração do Milênio ~ Terceira Conferência Europeia sobre Cidades Sustentáveis
at:2002 fontsize:S text:Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio +10)
at:2004 fontsize:S text:Conferência sobre Diversidade Biológica e Declaração Kuala Lumpur ~ ~ Conferência Aalborg +10
at:2006 fontsize:S text:Sexto Programa de Acção Ambiental para o Ambiente da União Europeia
at:2007 fontsize:S text:Carta de Leipzig ~ ~ Cimeira de Bali
at:2009 fontsize:S text:Declaração de Gaia

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A criação do Clube de Roma, em 1968, reuniu pessoas em cargos de relativa importância em seus respectivos países e visa a promover um crescimento económico estável e sustentável da humanidade. O Clube de Roma tem, entre seus membros, os principais cientistas, inclusive alguns ganhadores de prémios Nobel, economistas, políticos, chefes de estado e até mesmo associações internacionais.[5]

O Clube de Roma publicou o relatório "Os limites do crescimento", preparado a seu pedido por uma equipa de pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology. Este relatório apresenta os resultados da simulação em computador, da evolução da população humana com base na exploração dos recursos naturais, com projecções para 2100. Mostra que, devido à prossecução do crescimento económico durante o século XXI, é de se prever uma redução drástica da população devido à poluição, a perda de terras aráveis e a escassez de recursos energéticos.[6]

Em 16 de Junho de 1972, inicia-se a Conferência sobre o Ambiente Humano das Nações Unidas (Estocolmo). É a primeira Cimeira da Terra. Ocorre pela primeira vez a nível mundial a preocupação com as questões ambientais globais.[7]

Em 1979, o filósofo Hans Jonas exprime a sua preocupação no livro Princípio responsabilidade.

Em 1980, a União Internacional para a Conservação da Natureza publicou um relatório intitulado "A Estratégia Global para a conservação", onde surge pela primeira vez o conceito de" desenvolvimento sustentável ".[8]

O Relatório Brundtland, Our Common Future, preparado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1987, onde foi pela primeira vez formalizado o conceito de desenvolvimento sustentável.[8][9]

De 3 a 14 de Junho de 1992, realizou-se a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e Desenvolvimento (segunda "Cimeira da Terra"), onde nasce a Agenda 21, e são aprovadas a Convenção sobre Alterações Climáticas, Convenção sobre Diversidade Biológica (Declaração do Rio), bem como a Declaração de Princípios sobre Florestas.[7][10]

Em 1994, acontece o V Programa Acção Ambiente da União Europeia: Rumo a um desenvolvimento sustentável. Apresentação da nova estratégia da UE em matéria de ambiente e as acções a serem tomadas para alcançar um desenvolvimento sustentável para o período 1992-2000.[11]

27 de maio de 1994 - Primeira Conferência sobre Cidades Europeias Sustentáveis. Aalborg (Dinamarca), de onde surgiu a Carta de Aalborg.[12][13]

8 de Outubro de 1996 - Segunda Conferência sobre Cidades Europeias Sustentáveis. Plano de Acção de Lisboa: da Carta à acção.[12][14]

1997 - 3 ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, em Quioto, onde se estabelece o Protocolo de Quioto.[15]

8 de Setembro de 2000 - Após os três dias da Cimeira do Milénio de líderes mundiais na sede das Nações Unidas, a Assembleia Geral aprovou a Declaração do Milênio.[16]

2000 - Terceira Conferência Europeia sobre Cidades Sustentáveis.[3][17]

De 26 a 4 de Setembro de 2002 - Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio + 10), em Joanesburgo, onde reafirmou o desenvolvimento sustentável como o elemento central da agenda internacional e se deu um novo impulso à acção mundial para combater a pobreza assim como a protecção do ambiente.[18]

Fevereiro de 2004 - A sétima reunião ministerial da Conferência sobre Diversidade Biológica foi celebrado com a Declaração Kuala Lumpur, que gerou descontentamento entre os países pobres e não satisfez plenamente as nações ricas.

2004 - Conferência Aalborg +10 - Inspiração para o futuro. Apelo a todos os governos locais e regionais da Europa para participar na assinatura do compromisso de Aalborg e fazerem parte da Campanha Europeia das Cidades Sustentáveis e Cidades.[19]

11 de Janeiro de 2006 - Comunicação da Comissão Europeia ao Parlamento Europeu sobre a Estratégia temática sobre o ambiente urbano. É uma das sete estratégias do Sexto Programa de Acção Ambiental para o Ambiente da União Europeia, desenvolvido com o objectivo de contribuir para uma melhor qualidade de vida através de uma abordagem integrada e centrada nas zonas urbanas e para tornar possível um elevado nível de qualidade de vida e bem-estar social para os cidadãos, proporcionando um ambiente em que níveis da poluição não têm efeitos adversos sobre a saúde humana e o ambiente assim como promover o desenvolvimento urbano sustentável.[20]

2007 - Carta de Leipzig sobre as cidades europeias sustentáveis.[3][21]

2007 - Cimeira de Bali, com o intuito de criar um sucessor do Protocolo de Quioto, com metas mais ambiciosas e mais exigente no que diz respeito às alterações climáticas.[22]

Julho de 2009 - Declaração de Gaia, que implanta o Condomínio da Terra no I Fórum Internacional do Condomínio da Terra.[23][24]

Âmbito e definições de aplicação

A Terra como um planeta frágil, a ser protegido pela Humanidade.

O conceito de desenvolvimento sustentável é um conceito que abrange várias áreas, assentando essencialmente num ponto de equilíbrio entre o crescimento económico, equidade social e a protecção do ambiente.[25][26]

A Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural adiciona um novo enfoque na questão social, ao afirmar que "... a diversidade cultural é tão necessária para a humanidade como a biodiversidade é para a natureza" e torna "as raízes do desenvolvimento entendidas não só em termos de crescimento económico mas também como um meio para alcançar um mais satisfatório nível intelectual, emocional, moral e espiritual". Nessa visão, a diversidade cultural é a quarta área política do desenvolvimento sustentável.[27]

A Divisão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável enumera as seguintes áreas como incluídas no âmbito do desenvolvimento sustentável:[28]

O conceito inclui noções de sustentabilidade fraca, de sustentabilidade e ecologia profunda. Diferentes concepções revelam também uma forte tensão entre ecocentrismo e o antropocentrismo. O conceito permanece mal definido e contém uma grande quantidade de debates a respeito de sua definição.

Durante os últimos dez anos, diversas organizações têm tentado medir e monitorizar a proximidade com o que consideram a sustentabilidade através da aplicação do que tem sido chamado de métricas e indicadores de sustentabilidade.[29]

O desenvolvimento sustentável é dito para definir limites para o mundo em desenvolvimento. Enquanto os actuais países de primeiro mundo, poluído significativamente durante o seu desenvolvimento, os mesmos países incentivam os países do terceiro mundo a reduzir a poluição, o que, por vezes, impede o crescimento. Alguns consideram que a implementação do desenvolvimento sustentável implica um retorno à estilos de vida pré-modernos.[30]

Indicadores de desenvolvimento sustentável

Em 1995, a Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável aprovou um conjunto de indicadores de desenvolvimento sustentável, com o intuito de servirem como referência para os países em desenvolvimento ou revisão de indicadores nacionais de desenvolvimento sustentável, tendo sido aprovados em 1996, e revistos em 2001 e 2007.[31][32]

O quadro actual contém 14 temas, que são ligeiramente modificados a partir da edição anterior:[33]

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