Predefinição:Info/Corrida automobilística
Resultados do Grande Prêmio dos Estados Unidos de Fórmula 1 realizado em Watkins Glen em 5 de outubro de 1980.[1] Décima quarta e última etapa da temporada, foi vencido pelo australiano Alan Jones, que subiu ao pódio junto a Carlos Reutemann numa dobradinha da Williams-Ford, com Didier Pironi em terceiro pela Ligier-Ford.[2][3]Predefinição:Nota de rodapé
Resumo
Os perigos de Watkins Glen
"Apesar de algumas providências tomadas pelos organizadores, a verdade é que o piso ainda está muito ruim e a pista acaba ficando bastante perigosa",[4] declarou o brasileiro Nelson Piquet ao avaliar a qualidade da pista em Watkins Glen, não obstante intervenções pontuais visando atenuar as más condições do asfalto. Corroborando as palavras do vice-campeão mundial de 1980, alguns pilotos bateram contra a mureta de proteção ao redor da pista: seis corredores sofreram acidentes sem gravidade, entretanto Alain Prost teve menos sorte, pois saiu inconsciente de sua McLaren devido a um acidente na curva vinte e nove localizada depois da reta dos boxes, resultando numa pancada na cabeça e uma contusão na perna.[5] Levado para o hospital, Prost tornou-se mais um a desfalcar o grid neste fim de temporada, afinal Jean-Pierre Jabouille quebrou as pernas no Grande Prêmio do Canadá,[6] motivo pelo qual a Renault compareceu aos Estados Unidos apenas com René Arnoux.[7][8]
O acidente de Alain Prost ocorreu na manhã de sábado interrompendo o treino por quase uma hora e com o reinício das atividades Keke Rosberg bateu no mesmo local. À tarde Didier Pironi e Eddie Cheever foram de encontro ao guard-rail antes de um novo hiato temporal. Reiniciado o treino, Gilles Villeneuve acerta uma barreira de pneus e seu carro desliza alguns metros antes de parar, sendo que Jacques Laffite e Rupert Keegan também bateram na mureta.[5] Embora sem resultar em nenhuma vítima fatal em 1980, cabe lembrar que Watkins Glen foi palco de duas mortes butais: François Cevert em 1973 e Helmuth Koinigg no ano seguinte.[9][10]
Canadá, um assunto superado
Dias antes da etapa final o australiano Alan Jones fez uma retrospectiva sobre o certame de 1980 onde prevaleceu a sinceridade. Eximindo-se de culpa pelo Grande Prêmio do Canadá, o piloto da Williams não alimentou maiores controvérsias sobre o tema, de imediato reconheceu Nelson Piquet como um "ótimo piloto" e o apontou como campeão mundial de 1981, embora vá esforçar-se para impedir tal conquista pelo brasileiro. Antes da entrevista, a Autosprint divulgou que Alan Jones teria pedido USS̩ 800 mil anuais (Cr$ 48 milhões em valores da época) para assinar com a Alfa Romeo visando a temporada seguinte,[11] mas o piloto decidiu tratar a respeito do futuro somente ao final do ano. "Eu não dirijo um carro que não seja seguro. Quero que ele seja competitivo e eficiente, mas que também dê uma boa segurança ao piloto",[12] enfatizou ele indicando não ser o dinheiro a única variável nessa equação.
A rigor, o clima entre Alan Jones e Nelson Piquet não era beligerante. Numa entrevista em São Paulo após o fim do campeonato, o brasileiro disse que sua rivalidade com Jones restringia-se às pistas, não havendo ojeriza entre eles, tanto que, embora frisasse a fechada de Alan Jones em Montreal, atribuiu o desfecho do certame às circunstâncias inatas do automobilismoː "Eu saí certo e fui pressionado por Jones. Depois procurei desenvolver o máximo. Livrei 12 segundos, mas o motor fundiu. Foi mais falta de sorte, mas isso acontece a qualquer piloto".[13]
Bruno Giacomelli faz história
Quando a teoria indicava um novo embate de Alan Jones contra Nelson Piquet eis que o italiano Bruno Giacomelli surpreende e confirma o bom desempenho de sexta-feira conquistando não apenas a única pole position de sua carreira, mas a primeira da Alfa Romeo desde Juan Manuel Fangio no longínquo Grande Prêmio da Itália de 1951 num intervalo recorde de 29 anos e 19 dias.[14][15] Dividindo a primeira fila com a Brabham de Nelson Piquet, o jactancioso Giacomelli ponteava um grid onde a Williams de Alan Jones ficou na quinta posição e o outro piloto da Alfa Romeo, Andrea de Cesaris, não foi além do décimo lugar, uma posição adiante da Lotus de Mario Andretti, o herói local. Vencedor no ano passado, Gilles Villeneuve estacionou sua Ferrari apenas em décimo oitavo.[7]
Vitória eloquente de Alan Jones
No domingo, Bruno Giacomelli manteve sua posição no momento da largada e o mesmo aconteceu com Nelson Piquet e Carlos Reutemann, entretanto o brasileiro teve um pouco mais de trabalho ao ser ultrapassado por Alan Jones no lado interno da pista, mas foi uma manobra efêmera e Piquet reassumiu sua posição original já na curva seguinte enquanto Jones rodou pouco depois e caiu para décimo segundo fazendo com que Didier Pironi, Elio de Angelis e Hector Rebaque formassem a nata da competição nas primeiras voltas da corrida,[7] mas o mexicano da Brabham foi superado pela McLaren de John Watson no nono giro, entretanto o que mais chamou a atenção do público foi a ascensão de Alan Jones ao sexto lugar ao desbancar Watson na volta onze.[16]
A dinâmica da corrida mostrava Bruno Giacomelli em primeiro expandindo sua vantagem sobre Nelson Piquet, mas este estava ao alcance de Carlos Reutemann e tamanha foi a pressão do argentino da Williams que o brasileiro derrapou na vigésima quinta volta devido a baixa aderênciade seu carro, saiu da pista e foi de encontro às grades de proteção, entregando a vice-liderança a Reutemann enquanto Pironi estava em terceiro. Fora de combate, ele explicou o ocorridoː "Giacomelli ia se adiantando cada vez mais e eu forçava para tentar diminuir a diferença sem conseguir".[17] Competidor indômito, Piquet admitiu dificuldades para segurar a Williams de Reutemann por tanto tempo e cogitou regressar ao asfalto empurrando sua Brabham antes de desistir ao perceber que a suspensão do carro não estava em boas condições.[17]
Um ciclo de tédio e previsibilidade poderia determinar o final da contenda, mas não foi esse o casoː acelerando ao máximo, Alan Jones driblou Pironi e subiu para terceiro na vigésima oitava volta. Pouco tempo depois a Williams viu seus pilotos inverterem sua posições e nisso Jones assumiu a liderança na volta trinta e um quando o excelente desempenho de Bruno Giacomelli chegou ao fim por uma falha elétrica na Alfa Romeo e assim a prova dos Estados Unidos ganhou um novo líder.[18] A partir de então a corrida tornou-se apática e somente quatro pilotos terminaram na mesma volta. Alan Jones venceu seguido por Carlos Reutemann em mais uma dobradinha da Williams com Didier Pironi em terceiro via Ligier repetindo o mesmo pódio do Canadá na semana anterior. Em quarto lugar cruzou Elio de Angelis em sua Lotus, Jacques Laffite em quinto pela equipe de Guy Ligier e por fim Mario Andretti em sexto lugar marcando seu único ponto na temporada em sua derradeira corrida para a Lotus, alentando as 100 mil pessoas presentes no circuito.[7][19] Ressalte-se o nono lugar de Rupert Keegan pela RAM Racing, time usuário de chassis da Williams em 1980 e mais uma vez fora da categoria para o ano subsequente.
Esta foi a última corrida de Jody Scheckter, que finalizou em décimo primeiro. Campeão mundial de 1979, o sul-africano encerrou a carreira após um ano terrível com sua Ferrari 312T.[20] Também deixou a Fórmula 1 neste dia o brasileiro Emerson Fittipaldi, justamente na mesma pista onde conquistou sua primeira vitória em 1970[21] e onde sagrou-se bicampeão mundial em 1974.[22] Aliás foi a última prova de Fórmula 1 realizada em Watkins Glen.[2]
Rede Bandeirantes
Esta foi a última transmissão de Fórmula 1 realizada pela Rede Bandeirantes visto que a Rede Globo readquiriu os direitos comerciais sobre a categoria a partir de 1981[23] e os manteve consigo até a Liberty Media assinar com o Grupo Bandeirantes de Comunicação, motivo pelo qual a emissora do Morumbi transmitirá os campeonatos de 2021 e 2022.[24]
Classificação da prova
Treino oficial
Corrida
Tabela do campeonato após a corrida
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Referências
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