Predefinição:Info/Corrida automobilística
Resultados do Grande Prêmio do México de Fórmula 1 realizado na Cidade do México em 22 de março de 1992. Segunda etapa da temporada, teve como vencedor o britânico Nigel Mansell, que subiu ao pódio junto a Riccardo Patrese numa dobradinha da Williams-Renault, com Michael Schumacher em terceiro pela Benetton-Ford.[1]Predefinição:Nota de rodapé
Em meio ao furor da competição anunciaram a renovação do contrato da etapa mexicana por mais cinco anos[2] mediante um acordo entre José Abed, presidente do comitê organizador, e a Federação Internacional de Automobilismo Esportivo, mas o calendário da temporada de 1993 divulgado pelo conselho mundial da FISA em 7 de outubro de 1992 excluiu o Grande Prêmio do México, o qual voltaria ao anuário da categoria apenas em 2015.[3]
Resumo
Prognósticos de Ayrton Senna
"Acho difícil lutar pela pole". Pouco antes de embarcar para a Cidade do México, Ayrton Senna foi sincero ao comentar o momento vivido por sua equipe e ao falar sobre a etapa mexicana, completou: "O importante nesta corrida é chegar entre os primeiros, marcar pontos e ganhar tempo até a estreia do novo carro".[4] Habituado a largar na primeira posição, o brasileiro parecia resignado ao confirmar a impressão tida na África do Sul quando sofreu para subir ao pódio em terceiro lugar: o McLaren MP4/6B concebido por Neil Oatley não era páreo para as Williams FW14B com suspensão ativa desenvolvidas por Adrian Newey, conforme o próprio Senna admitiria algum tempo depois no Grande Prêmio do Brasil.[5][6]
Diante de tal realidade restava ao tricampeão mundial torcer para que o asfalto ondulado do Autódromo Hermanos Rodríguez reduzisse a eficiência dos carros de Frank Williams e a nova gasolina desenvolvida pela Shell impulsione o motor Honda RA122E V12 da McLaren de modo compensar a perda de potência causada pelos 2.400 metros de altitude do circuito em relação ao nível do mar[7] a fim de trazer algum equilíbrio à disputa enquanto o piloto de testes, Mark Blundell, ajuda a desenvolver o novo bólido do time de Woking. O referido carro terá uma nova aerodinâmica, acelerador eletrônico e câmbio semiautomático. Por ironia, os comandados de Ron Dennis recorreram à tecnologia para melhorar seu carro, artifícios que, segundo Senna, nivelam os pilotos por baixo compensando a pouca aptidão de alguns e transfere para os engenheiros e técnicos a responsabilidade pelo acerto das máquinas.[4]
Reformas na Peraltada
Palco de acidentes envolvendo Ayrton Senna, a curva Peraltada foi recapeada e teve sua inclinação reduzida em 35 graus. Em 1987 o brasileiro guiava para a Lotus e sofreu um acidente durante o treino oficial quando seu carro atingiu a barreira de pneus a 150km/h, resultando em dores no pescoço e incômodo na hora da prova. Em junho do ano passado ele passou sobre uma ondulação da pista, girou, bateu na barreira de pneus, capotou e ficou de cabeça para baixo numa área de terra batida durante o primeiro treino oficial para a corrida, mas esgueirou-se e saiu da McLaren sem maiores consequências.[8][9]
Sobre as reformas na Peraltada, Senna foi incisivo: "A curva está até mais perigosa, pois a inclinação foi reduzida na parte externa, e não na interna, onde passam os carros". Irônico, o italiano Riccardo Patrese sentenciou: "Está quase igual. Passei por ela e nem notei a diferença".[2]
Senna sofre outro acidente
Aos dezoito minutos da primeira sessão de treinos oficiais, o bólido de Ayrton Senna passou em cima de uma ondulação rodou na entrada dos esses e bateu no guard-rail a 220km/h numa colisão que destruiu a parte dianteira da McLaren e causou numa forte contusão na perna esquerda.[10] Sofrendo dores intensas, o tricampeão sinalizou para um comissário de pista. Quando o resgate chegou, imobilizaram-lhe o pescoço com um colete ortopédico e puseram uma máscara de oxigênio para facilitar sua respiração. Removido do local após oito minutos, o piloto foi levado ao hospital do circuito e ao examiná-lo constataram alguns hematomas na perna machucada e aplicaram-lhe um sedativo.[11] Alquebrado na véspera de seu aniversário de 32 anos, o piloto afirmou: "Eu nunca senti essa dor antes", segundo artigo publicado no Jornal do Brasil.[12]
Por conta das dores sofridas, a McLaren deixou a critério de Senna a decisão de participar do segundo treino oficial sendo que o piloto estaria fora da corrida mexicana caso não participasse, afinal o tempo que assinalou antes do acidente não o colocou entre os vinte e seis aptos a largar.[12] Apesar de certo suspense, o brasileiro marcou o sexto tempo e explicou sua decisão: "Por razões humanitárias eu jamais sentaria em um carro aqui, mas, em respeito ao público em geral e a meus fãs, eu tenho que correr".[13] No tocante ao resto do grid tivemos uma primeira fila da Williams com Nigel Mansell à frente de Riccardo Patrese enquanto a Benetton expôs o mau momento vivido pela McLaren ao colocar Michael Schumacher e Martin Brundle na segunda fila adiante de Gerhard Berger e um fadigado Ayrton Senna.[14]
Novo passeio da Williams
Nigel Mansell conservou o primeiro lugar após a largada sendo que Riccardo Patrese manteve-se próximo ao companheiro de equipe durante vinte voltas enquanto Ayrton Senna surgiu em terceiro lugar num arranque vigoroso e sem o incômodo da perna machucada no acidente de sexta-feira graças a um forro de espuma inserido no cockpit por seus mecânicos. Chegar a essa posição foi possível porque o brasileiro soube combinar oportunidade e experiência, pois aproveitou a freada no fim da reta, inseriu-se no lado externo da pista e ultrapassou os carros à sua frente.[15] No sentido inverso, três pilotos abandonaram a porfia antes de completada a primeira volta: Karl Wendlinger bateu sua March na Ferrari de Ivan Capelli, ao passo que o motor da Jordan deixou Maurício Gugelmin a pé.[16] Graças à suspensão ativa, os carros da Williams mal sofriam com as ondulações da pista mexicana dada a sua altura constante em relação ao solo por conta da impulsão hidráulica dos amortecedores e assim Mansell ampliou sua vantagem e cruzou a linha de chegada em primeiro lugar, quase treze segundos adiante de Patrese.[1]
Mais veloz que a Benetton de Michael Schumacher nas retas, Ayrton Senna manteve o terceiro posto até a volta onze quando quebrou a transmissão da McLaren. Contudo, o duelo entre as equipes rivais continuou graças a Gerhard Berger e Martin Brundle: na 41ª volta Berger superou o rival, mas tomou o troco logo depois; somente duas voltas mais tarde o austríaco da McLaren garantiu o quarto lugar enquanto o motor de Brundle foi pelos ares na volta 47. Graças ao surpreendente ritmo de sua Tyrrell, Andrea de Cesaris assegurou o quinto lugar mesmo a uma volta de Mansell, o vencedor, enquanto Mika Häkkinen terminou em sexto lugar com a Lotus.[17]
Invicta graças à segunda dobradinha entre Nigel Mansell e Riccardo Patrese em duas provas disputadas, a Williams liderava com folga os mundiais de pilotos e construtores enquanto Michael Schumacher saboreava seu primeiro pódio.
Treinos classificatórios
Classificação da prova
Tabela do campeonato após a corrida
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Referências
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