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Dons do Espírito Santo

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Dons do Espírito Santo ou Carismas conforme algumas denominações cristãs, nomeadamente as pentecostais e as católicas, são diversos dons que o Espírito Santo dota os cristãos, concedendo-lhes determinadas graças para além das suas aptidões naturais e dando-lhes a oportunidade de se tornarem instrumentos especiais de Deus neste mundo,[1] para se fortalecerem junto da Igreja e a ajudar a edificá-la. Esses dons são descritos no Novo Testamento, principalmente em I Coríntios 12, Romanos 12 e Efésios 4.

Completam e intensificam as virtudes de quem os recebe. Tornam os fiéis cristãos dóceis, na obediência pronta, às inspirações divinas,[2] apresentadas por esta acção de Deus em nós, pela qual Ele nos leva à perfeição. Realizam uma união íntima de Caridade, na nossa alma, que nos leva direto a ver e a praticar o bem.[3]

Alguns acreditam que a sua operação limitou-se a igreja primitiva. Conforme algumas denominações protestantes alguns dons espirituais, por exemplo como falar em línguas e interpretação de línguas, só foram usados por um tempo curto até a Igreja sair de sua infância, e não mais depois. Essa visão é conhecida como cessacionismo. Essa opinião é mantida por John F. MacArthur, Jr., Robert L. Thomas e muitos outras denominações cristãs de linha central. Em contraste, alguns outros estudiosos cristãos como Wayne Grudem e Gordon Fee sustentam o continuacionismo.

Enumeração dos Dons

Sete Dons

O profeta Isaías enumera sete dons admiráveis do Espírito Santo ao chamar-Lhe "Espírito da sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor a Deus" ( Is 11, 2s).[4] Simbolizam a plenitude de Vida a que o Espírito nos conduz por puro dom[5] e pertencem em plenitude a Cristo.[2] A Vulgata de São Jerónimo e a Tradução Grega da Bíblia dos 70 (Septuaginta) eliminaram a dupla menção do temor de Deus e acrescentaram a piedade, mantendo assim o número de sete, considerado o número da perfeição.[5]

Em 1Jo 4, 1 é dito: “Caríssimos, não deis fé a qualquer espírito, mas examinai se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas se levantaram no mundo.” É por isso que cristãos sábios sempre dizem: deixe-me rezar e pensar sobre isso por uma noite, então poderei fazer meu julgamento.[1]

O dom da sabedoria nos revela o diagnóstico, a causa, a raiz do problema.[6] Nos leva a distinguir entre o que é essencial e o que não é; entre o que realmente importa e o que é meramente secundário. É a capacidade singela de enxergar ou intuir o bom, o belo e o verdadeiro a partir da referência do Absoluto, não do relativo.[7]

Tal dom não pode ser resumido na sabedoria humana em organizar sua vida, mas sim na capacidade de se relacionar intimamente com Deus, ao ponto de sentir e ver o mundo com a óptica de Deus.[8]

E a raiz de um novo conhecimento impregnado de caridade, graças ao qual a alma adquire familiaridade com as coisas divinas.[9]

Faz o cristão esforçar-se por encontrar Deus em todas as coisas,[4] assim como, perceber, intuir e gostar das coisas espirituais. Sente deleite nas coisas de Deus e por isso começa a temer a Deus, a respeitá-Lo mais.[10]

Este conhecimento sapiencial dá-nos uma capacidade especial para julgar as coisas humanas segunda a medida de Deus, à luz de Deus. Iluminado por este dom, o cristão sabe aperceber interiormente as realidades do mundo: ninguém melhor que ele é capaz de apreciar os valores autênticos da criação, olhando-os com os próprios olhos de Deus.[9]

Graças a este dom, toda a vida do cristão, com os seus acontecimentos, projectos, realizações, é alcançada pelo sopro do Espírito, que a impregna com a luz "que vem do Alto".[9]

Segundo Josemaría Escrivá, este dom é de especial necessidade, que, fazendo-nos conhecer a Deus e tomar-Lhe o sabor, nos coloca em condições de poder julgar com verdade as situações e as coisas da vida presente.[11]

São Tomás de Aquino fala precisamente de "um certo sabor de Deus" (Summa Theol. II-II, q.45, a. 2, ad. 1), pelo que o verdadeiro Sábio não é o que sabe as coisas de Deus mas sim o que as experimenta e as vive.[9]

Significa: não permanecer meramente na superfície! Olhar para o profundo! Reconhecer o que Deus quer dizer ou mostrar a você. O “coração sábio” (1Rs 3, 9).[1]

Torna nossa inteligência capaz de entender intuitivamente as verdades reveladas e naturais, de acordo com o fim sobrenatural que possuem.[12]

Através deste dom, o Espírito Santo, que "penetra as profundidades de Deus" (1 Co 2, 10), comunica ao crente uma centelha dessa capacidade penetrante que lhe abre o coração à gozosa percepção do desígnio amoroso de Deus.[9]

Não se trata de uma inteligência humana apenas, pelo contrário é a graça que só o Espírito Santo pode infundir e suscitar no coração do cristão, que leva a ir além das realidades externas e perscrutar as profundidades do pensamento de Deus e do seu desígnio de salvação cristã.[8]

Sem a inteligência, nunca saberíamos “coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Todavia, Deus no-las revelou pelo seu Espírito, porque o Espírito penetra tudo, mesmo as profundezas de Deus.” (1Cor 2, 9-10).[1]

Abre os olhos da alma para contemplar as verdades divinas à sua luz própria; que lhe revela com clareza como são vãs e transitórias todas as honrarias deste século, as riquezas, os prazeres, e a convence assim de que nada é mais verdadeiramente digno de sua afeição do que os bens eternos.[4]

É o dom que permite à alma o reto discernimento sobre como responder às circunstâncias da existência, tanto no tocante às próprias decisões quanto na hora de orientar os homens a trilharem o caminho do bem.[7]

Permite-nos assim descobrir os ardis dos inimigos e conduzir-nos sãos e salvos por todos os perigos.[4]

Segundo ensina o Papa Francisco, o dom do conselho torna os católicos capazes de fazer a escolha certa no dia-a-dia seguindo a lógica de Jesus e do seu evangelho.[8] É-nos dado para iluminar a consciência nas opções morais que a vida diariamente impõe.[9]

Nos inspira a maneira correta de agir no momento oportuno. “Todas as coisas têm o seu tempo, e tudo o que existe debaixo dos céus tem a sua hora […]” (Ecl 3, 1-8).[13]

Frequentemente ficamos perdidos – e nossa perplexidade nos causa um “curto-circuito”. Nós causamos isso – não Deus. Ser um cristão significa viver com confiança e paciência, esperando pela mão de Deus. Quando a hora chegar, ficará claro o que é correto. Podemos pensar na palavra que Jesus deu a seus discípulos para a hora em que eles seriam levados a julgamento: “Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer. Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós.” (Mt 10, 19-20)[1]

O cristão, ajudado por este dom, penetra no verdadeiro sentido dos valores evangélicos, especialmente nos manifestados no Sermão da Montanha (cf. Mt 5-7).[9]

É sob a influência deste ideal que a mãe ensina o filhinho a rezar, a praticar os primeiros actos das virtudes cristãs, da caridade, da obediência, da penitência, do amor ao próximo.[12]

A fortaleza é uma das quatro virtudes cardeais sobre as quais se apoia todo o edifício da vida moral: a fortaleza é a virtude de quem cumpre o seu dever sem olhar a (outros) compromissos.[9]

Surge para animar-nos a enfrentar as oposições mundanas,[4] a não cair nas tentações e ciladas do demónio.[12]

É um impulso sobrenatural, que dá vigor à alma não apenas em momentos dramáticos como no caso do martírio, mas também nas situações normais de dificuldade: na luta por permanecermos coerentes com os nossos princípios; no suportar ofensas e ataques injustos; na perseverança valente no caminho da verdade e honradez, mesmo que por entre incompreensões e hostilidades.[9]

Com o dom da fortaleza, Deus nos dá a coragem necessária para a luta diária contra nós mesmos, nossas paixões e problemas, com paciência, perseverança, coragem e silencio. Assim como nos dá forças, além das naturais[13] e firmeza de caráter,[12] para suportarmos as perseguições e tribulações decorrentes do nosso testemunho cristão, rejeitado e combatido pelo mundo.[7]

Assegura, no meio das dificuldades, a firmeza e a constância na prossecução do bem.[2]

Dá uma confiança indestrutível na fidelidade de Deus e na bondade humana, capaz de superar os medos, vencer as angústias, ultrapassar as limitações e lutar por causas difíceis que até podem, em alguns casos, exigir-me a própria Vida.[5]

Por esta virtude, a alma se fortalece para praticar toda a classe de actos heroicos, com invencível confiança em superar os maiores perigos e dificuldades.[12]

Esta força divina transforma os obstáculos em meios e nos dá a paz mesmo nas horas mais difíceis. Foi o que levou São Francisco de Assis a dizer: “a perfeita alegria consiste em padecer por Cristo, que tanto quis padecer por nós”.[13]

Por meio desse dom o espírito de Deus faz com que nos tornemos capazes de olhar o nosso mundo a partir de um novo olhar, a partir de um novo ponto de vista, com o olhar de Deus, ou seja, é um dom através do qual o Senhor faz com que o homem entenda as coisas da maneira como Ele as entende.[8]

Aperfeiçoa as nossas faculdades intelectivas e nos ajuda a compreender a realidade como obra do Criador, iluminados, simultânea e harmoniosamente, pela fé e pela razão.[7] Onde as verdades reveladas e as ciências humanas perdem a sua inerente complexidade. Nossas habilidades com as coisas acentuam-se progressivamente em determinadas áreas, conforme nossas inclinações culturais e científicas, sempre segundo os desígnios divinos.[12]

Permite ao homem perceber e sentir, através da natureza e dos acontecimentos do dia-a-dia a presença e a linguagem de Deus. Quem possui o dom da ciência consegue louvar a Deus, olhando para a grandiosidade do cosmos e para as belezas naturais,[14] para a beleza de um jardim, das montanhas, da água do mar, do céu azul, das estrelas. Através da natureza, a alma lê e louva o seu Deus, agradecendo-Lhe enquanto observa uma linda flor. Em vez de ficar fixo apenas na beleza da flor, louva o autor da criação, louva o Criador.[10] Tudo isto suscita um grandioso enlevo e um profundo sentido de gratidão: tudo aquilo que temos e somos é um dom inestimável de Deus e um sinal do seu amor infinito pela humanidade.[14]

Graças ao dom da ciência, os santos, por exemplo, souberam ver Deus atrás das criaturas como que através de um espelho. São Francisco de Assis compôs o «cântico das criaturas» ao Senhor porque todos os seres criados, desde as flores até as aves, desde a água até o fogo e o sol, lhe eram ocasião para contemplar e amar a Deus, Criador de tudo o que há.[7]

É esta que ajuda a valorar correctamente as coisas na sua dependência essencial em relação ao Criador. Graças a ela - como escreve o referido São Tomás - "o homem não estima as criaturas mais do que elas valem e não as transforma na finalidade da sua vida em detrimento de Deus" (cf. S. Th., II-II, q. 9, a. 4). O homem, iluminado pela Ciência, descobre ainda a infinita distância que separa o criador da criação, a sua intrínseca limitação, a insídia que pode constituir quando, pelo pecado, dela (criação) é feito mau uso.[9]

Por este dom o cristão reconhece o sentido do sofrimento e das humilhações no plano de Deus, que liberta e purifica o homem.[13]

Educa e instrui em toda virtude, "à alma que habita", em todo dever, em cada passo que deve dar em direção a Deus e à vida eterna.[4]

Na Igreja geralmente encontramos esse dom do conhecimento em confessores sábios e pessoas que acompanham outras espiritualmente[1]

Piedade é outra palavra para devoção a Deus (Tito 2, 11-12).[1]

É a graça de Deus, que é própria das pessoas humildes de coração,[14] que proporciona o relacionamento filial e profundo com Deus, mediante a oração e as práticas piedosas ensinadas pela Igreja.[7]

O cristão piedoso sempre consegue ver os outros como filhos do mesmo pai, chamados a tomar parte na família de Deus que é a Igreja. Por isto, sente-se impelido a tratá-los com a gentileza e amabilidade próprias de uma genuína relação fraterna. Acresce que o dom da piedade extingue no coração os focos de tensão e de divisão como a amargura, a cólera, a impaciência e alimenta-o com sentimentos de compreensão, tolerância e perdão.[9]

Através deste, o Espírito cura o nosso coração de todo o tipo de dureza e abre-o à ternura para com Deus e com os Irmãos.[9]

A ternura, como atitude sinceramente filial para com Deus, exprime-se na oração. A experiência da própria pobreza existencial, do vazio que tantas coisas terrenas deixam na alma, suscita no homem a necessidade de recorrer a Deus para obter graça, ajuda, perdão. O dom da piedade orienta e alimenta essa necessidade, enriquecendo-a com sentimentos de profunda confiança em Deus, experimentado como pai providente e bom.[9]

Torna a pessoa fervorosa no serviço de Deus, de maneira que ela cresça em vigor e presteza no cumprimento de seus divinos Mandamentos.[1]

É este o dom que leva os santos a desejar, acima de tudo, a honra e a glória de Deus. “Para que em tudo seja Deus glorificado”, diz São Bento. E Santo Inácio de Loiola exclama: “Para a maior glória de Deus”.[13] Já os templários, retirado do Salmo de David, tinham como lema e grito de guerra "Non nobis, domine, sed nomini tuo da gloriam" (locução latina que significa "não a nós, senhor, mas dá glória ao teu nome").[15]

O nome deste dom pode causar estranheza e confusão, pois muitos o entendem em sentido negativo, como se devêssemos ter medo de Deus. No entanto, esse temor não significa medo irracional mas sim sentido de responsabilidade e de fidelidade à Sua lei. Certamente ele não exclui a inquietação que nasce da consciência das faltas cometidas e da perspectiva do castigo divino, mas suaviza com a fé na misericórdia divina e com a certeza da solicitude paterna de Deus, que quer a salvação eterna de todos.[9]

Na verdade, trata-se do dom divino que nos leva a “temer” por Deus no sentido de não querer que Ele seja desprezado e deixado de lado, nem pelos outros, nem por nós mesmos. É ele que nos ajuda, assim, a evitar tudo o que nos afasta d’Ele – ou seja, o pecado; e não por medo de castigo, mas pela justa consciência de que, ao nos afastarmos d’Ele, nós próprios O perdemos voluntariamente.[7]

Deste santo e justo temor, conjugado na alma com o amor a Deus, depende toda a prática das virtudes cristãs.[9]

Está ligado à virtude da humildade, que nos faz conhecer nossa miséria, impede a presunção e a vã glória. Ele se liga também à virtude da temperança; combate a concupiscência e os impulsos desordenados do coração, para não ofender e magoar a Deus.[13]

É o sentimento sincero que o homem experimenta frente à tremenda majestade de Deus, especialmente quando reflecte sobre as próprias infidelidades e sobre o perigo de ser "pesado na balança ou encontrado muito leve" (Dn 5, 27) no juízo final ao qual ninguém pode escapar.[9]

É a consciência de que Deus é maior que os simples humanos e que não pertence ao mundo das coisas pequenas e passageiras em que muitas vezes o querem prender.[5]

Nos leva a amar Deus tão profundamente que tenhamos receio de ofendê-Lo,[13] fazendo-a temer mais o desagradá-lO do que qualquer outro mal.[1]

O homem temente a Deus coloca a vontade de Deus sobre todos seus planos particulares; ele faz de tudo para viver conforme os Mandamentos de Deus e não os transgredir.[1]

Leva-nos a fugir do pecado com receio de ofender e de perder Quem amamos – o nosso Deus. Este dom está, em certa medida, associado ao dom da fé porque nos faz sentir e perceber que estamos na presença de Deus e, se estou na Sua presença, não quero pecar.

O temor de Deus é um grande dom pois faz com que o homem faça tudo para não perder a graça de Deus, o Seu amor e a Sua presença. Por isso, o temor de Deus é o princípio da sabedoria.[10]

Refere-se antes de mais nada, ao respeito pelos desígnios de Deus.[8]

Nove Dons

Nos versículos 8 a 10 do capítulo 12 da Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios são enumerados nove dons do Espírito e no versículo 28 mais alguns.[5]

Capacita não de uma pessoa operar milagres mas de o próprio receber milagres de Deus.[16]

Permanece naquele que não pecou contra ela. Mas, «sem obras, a fé está morta»: privada da esperança e do amor, a fé não une plenamente o fiel a Cristo, nem faz dele um membro vivo do seu corpo.[17]

Todos que aceitaram Jesus como seu salvador têm esse dom, a fé é a base de todo Cristão, mas algumas pessoas têm uma fé especialmente forte e pode ser desenvolvida. Através do crescimento da nossa fé gerar grandes frutos espirituais (Lucas 17:6, Efésios 2:8-9).[18]

Capacidade sobrenatural de curar todos os tipos de enfermidade.[16] Deus dá o poder para curar doentes milagrosamente. O dom da cura não atua somente na parte física, mas também na área psicológica e espiritual como na libertação (Mateus 10:8).[18]

  • Operar milagres (o termo “operação” no grego implica numa ação, atitude, operação, em fazer um a atividade buscando um resultado, trabalhar visando um fim[16])

Surge em ocasiões necessárias como uma intervenção sobrenatural no decurso normal da Natureza.[16]

Aí o Espírito Santo capacita a fazer sinais e maravilhas. Vale lembrar que milagres acontecem para que o nome do Senhor seja engrandecido, um milagre não é apenas material (Salmos 77:14).[18]

Profetizar é transmitir uma mensagem por inspiração de Deus. Profetizar não é adivinhar o futuro, a profecia surge da vontade de Deus em revelar algo a igreja ou a uma pessoa.[18]

É a capacidade sobrenatural de receber e comunicar uma mensagem diretamente advinda do Espírito para alguém pelo poder do Espírito, esta comunicação se dá como uma inspiração, como acontece no falar em línguas e na interpretação. Serve para edificar, exortar e consolar (1 Co 14:3). Não é necessariamente de caráter preditivo, porém algumas profecias contém revelações (1 Co 14:24-25; At 11:27-29; 13:1-4).[16]

  • Falar em línguas, falar em variedade de línguas ou línguas estranhas (está diretamente ligado ao o dom de interpretação de línguas[18]).
Ver artigo principal: Glossolalia

É a capacidade sobrenatural de falar em línguas que o próprio não conhece.[18] Pode-se falar línguas inteligíveis (At 2:3-11) ou incompreensíveis (1 Co 14:2). Pode ser usado para oração e cântico (1Co 14:4-5), visando a edificação pessoal quando bem desejarmos. Pode também, segundo o querer do Espírito, ser usado para trazer uma mensagem (profecia) em língua conhecida pelo ouvinte da mensagem (At 2: 4-11); ou em língua desconhecida, mas que através da operação do Dom de interpretação ser interpretada (1 Co 14:5).[16]

O objetivo principal do dom é edificar a igreja e não edificar a si mesmo (1 Coríntios 14:4, 1 Coríntios 14:18-19).[18]

Entender e transmitir a mensagem de alguém que está falando em línguas (1 Coríntios 12:10).[18]

É interpretar a mensagem em língua não conhecida, pelo poder do Espírito Santo. Pode ser interpretada pelo que está falando em outras línguas ou por outrém (1Co 14:13, 27). Uma mensagem em línguas seguida de interpretação equivale a uma profecia (1 Co 14:5).[16]

Outros Dons

Hermeneutas e exegetas da Bíblia entendem que essas listas de enumerações são exemplificativas, que os dons do Espírito são de infinita diversidade, pois "há diversidade de dons e cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para o que for útil para todos" (cf. 1Cor 12, 4-7).[5]

  • Servir, ou prestar ajuda

Ajudar a igreja e outras pessoas quando precisam; quem tem o dom de servir é sensível para as necessidades dos outros e sabe quando ajudar.

  • Ensinar

A capacidade para explicar bem a Palavra de Deus, ajudando as pessoas a crescer espiritualmente. Algumas pessoas são usadas para instruir e equipar pessoas de acordo com a Bíblia.

  • Dar ânimo

Encorajar outras pessoas na hora certa com as palavras certas, pela inspiração do Espírito Santo (2 Timóteo 1:7).

  • Contribuir

Deus dá a algumas pessoas, muitos recursos e generosidade para poderem contribuir para a comunidade e a igreja. A generosidade é um dom que combate a avareza e a ganância (Atos dos Apóstolos 20:35).

  • Liderança

Pela graça do Espírito Santo, os pastores, mestres e outros líderes têm a sabedoria e autoridade para guiar outros crentes e ajudá-los a crescer sendo o primeiro a servir(Mateus 23:10-11).

  • Misericórdia

Ter compaixão de outras pessoas, compreendendo sua dor. Todo cristão deve ter empatia e se colocar no lugar dos que sofrem. Leia aqui: o que é misericórdia?

  • Administração

O poder para organizar diversos grupos e atividades da igreja de forma eficiente, mantendo a ordem, a disciplina e o bom testemunho.

  • Evangelizar

A capacidade para transmitir a mensagem da salvação e trazer pessoas para Deus. Compete a todo cristão anunciar as boas novas Senhor (Mateus 28:19-20).[18]

Buscar os dons

Por ser entendimento comum que os dons eram distribuídos segundo a vontade do Espírito, houve debates teológicos para refletir se era bíblico a petição e a busca por obter os dons. Algumas denominações religiosas cristãs exercitavam reuniões em que determinavam que o religioso deveria repetir muitas vezes um louvor ou clamor e, nessa altura, o Espírito “enrolaria” sua língua para a glossolalia, o que foi muito criticado por outras denominações religiosas. Chegou-se então ao entendimento em que as reuniões de orações poderiam invocar a petição do dom, contudo a tentativa de induzir o Espírito Santo com tais práticas era condução ao engano pelo poder do espírito do mal e pelo poder do espírito da carne, visto que a alma do homem poderia ser induzida por uma mensagem subliminar.

A sustentação para a permissão para a petição de tais dons estariam firmadas em [[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/I Coríntios/

  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#14:1|I Coríntios 14:1]]: “Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.”

Muito estudiosos entendem que estariam limitados a tais dons a distribuição do Espírito, contudo pensam outros que o Espírito Santo é livre e não se restringe à relação deixada pelo apóstolo; novas formas de ações surgem no decorrer da história do povo eleito. Essas novas formas foram criticadas por conservadores por dar vazão ao surgimento de heresias.

Essa linha entende que os dons do Espírito não ficaram restritos ao Pentecostes, visto esta tese contraria todas as cartas Paulinas, pois, foram escritas em datas posteriores ao Pentecostes. A conversão de São Paulo, onde o mesmo ou semelhante fenómeno terá acontecido, surgiu por volta do ano 37 d.C., sete anos após a descida do Espírito Santo no Pentecostes (30 d.C.).

Segundo as traduções da Epístola aos Hebreus ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Hebreus/

  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#2:4|Hebreus 2:4]]), os dons espirituais seriam distribuídos segundo a vontade de Deus, confirmando a pregação com sinais e prodígios, sendo o seu recebedor apenas um despenseiro a cuidar desses dons, administrando aos demais ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/I Pedro/
  2. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#4:10|I Pedro 4:10]]) por intermédio de um canal humano que não seria o dono do dom, pois seria pertencente ao Espírito.

Há uma linha teológica que entende que a manifestação dos dons na vida do cristão é a confirmação do “Batismo do Espírito Santo”, já outra linha ensina que o “Batismo do Espírito Santo” é “automático” e consecutivo ao arrependimento e aceitação de Jesus Cristo como Senhor e Salvador.

Assim pensam os católicos que recebemos a graça santificante com todo o cortejo de virtudes sobrenaturais no baptismo, inclusive com os dons do Espírito Santo. Mas que na Crisma, recebem de um modo especial, para as lutas interiores e exteriores, pelas quais guardam intacta a sua fé.[3]

Jesus Cristo e os dons

O Senhor Jesus, possuía os dons e os usava para a edificação da multidão que o seguia:

«Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Mateus/
  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#12:28|Mateus 12:28]])
«Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto[12]» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Mateus/
  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#7:7s|Mateus 7:7s]])

Segundo os que entendem que o cristão receptor é apenas um despenseiro do dom, este exemplo precisa ser observado pelos que foram agraciados, os talentos espirituais não são para a glória do homem, sim, para a edificação do povo de Deus, através da manifestação do poder e autoridade.

Pentecostes

Nessa celebração, também são invocados os dons do Espírito Santo.

Neste dia, cinquenta dias após a Ressurreição de Jesus Cristo,[14] o Espírito Santo desceu sobre todos os apóstolos que lhes permitiu começarem a falar em outras línguas (Língua dos Anjos/ Língua como que de fogo), sendo Discernidos por pessoas que tivessem o dom de interpretá-las.

A primeira referência do derramamento do Espírito sobre a igreja está em Atos dos Apóstolos:

«Quando chegou o dia de Pentecostes, todos os seguidores de Jesus estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho que parecia o de um vento soprando muito forte e esse barulho encheu toda a casa onde estavam sentados. Então todos viram umas coisas parecidas com chamas, que se espalharam como línguas de fogo; e cada pessoa foi tocada por uma dessas línguas. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito dava a cada pessoa.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Atos/
  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#2:1|Atos 2:1-4]])

Informação complementar

A profecia, palavra da sabedoria, palavra do conhecimento e discernimento de espíritos podem vir através de: sonhos, visões, convicção interior, voz interior (Nm 12:6).[16]

Toda manifestação pública de um Dom espiritual deve visar a edificação coletiva (1Co 14:26), caso contrário apenas servirá erradamente para chamar a atenção para si.[16]

Ver também

Referências

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  2. 2,0 2,1 2,2 A Vocação do Homem: A Vida no Espírito, Catecismo da Igreja Católica, Terceira Parte - Primeira Secção - Nº 1831, A Santa Sé
  3. 3,0 3,1 Dons do Espírito Santo.doc, 29/09/2010
  4. 4,0 4,1 4,2 4,3 4,4 4,5 Por que os dons do Espírito Santo são importantes?, por Dom Richard Challoner, CNP, tradução: Equipe Christo Nihil Praeponere, 6 de Junho de 2017
  5. 5,0 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 Os Dons do Espirito Santoː Origem Bíblica, Catequistas em Formação, 4 de Setembro de 2019
  6. 6,0 6,1 Dons do Espírito Santo: Dom de Sabedoria, Comshalom
  7. 7,0 7,1 7,2 7,3 7,4 7,5 7,6 O significado dos 7 dons do Espírito Santo, por Francisco Vêneto, Aleiteia, 27/01/17
  8. 8,0 8,1 8,2 8,3 8,4 Você conhece os sete dons do Espírito Santo? Seminaristas explicam, por Giuliana Olivieri, Brasil Campinas, 21/05/2020
  9. 9,00 9,01 9,02 9,03 9,04 9,05 9,06 9,07 9,08 9,09 9,10 9,11 9,12 9,13 9,14 9,15 Os dons do Espírito Santo, Paroquia de Queijas, in S. João Paulo II, Vaticano, Audiências papais de 9 de Abril a 18 de Junho de 1989
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  11. Quem é o Espírito Santo?, Opus Dei, 19/05/2021
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Bibliografia

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  • Dusing, Michael L. Systematic Theology. Ed. Stanley M. Horton. Springfield, MI: Logion P, 2007. 525-66. Section was used for discussing the post-Acts church
  • Grudem, Wayne. Electronic Systematic Theology: An Introduction to Biblical Doctrine. Whitefish, MT, Bits & Bytes Computer Resources, 2000. Used for the questions on initial physical evidence and Christ’s return
  • Horton, Stanley M., ed. Systematic Theology, A Pentecostal Perspective, rev. Springfield, MO: Logion Press, 1994. Used in for the question of Christ’s immanent return
  • Klaus, Byron D. Systematic Theology. Ed. Stanley M. Horton. Springfield, MI: Logion P, 2007. 567-96. Used for the question of the governmental structure of the church
  • Limm, David. Systematic Theology. Ed. Stanley M. Horton. Springfield, MI: Logion P, 2007. 457-88. Used on the question of spiritual gifts
  • Marino, Bruce R. A Theology 3 Enchiridion. Phoenixville, PA: VFCC, 19460. Used for the questions of spiritual gifts
  • McLean, Mark D. Systematic Theology. Ed. Stanley M. Horton. Springfield, MI: Logion P, 2007. 375-96. Used as further reference and guidance when talking about gifts and tongues
  • Wyckoff, John W. Systematic Theology. Ed. Stanley M. Horton. Springfield, MI: Logion P, 2007. 423-56. Used for discussion on regeneration

Ligações externas

Fontes adicionais

  • Jack Deere, Surprised by the Power of the Spirit. Grand Rapids: Zondervan, 1993
  • Surprised by the Voice of God. Grand Rapids: Zondervan, 1996.
  • Gary Greig and Kevin Springer (eds.)The Kingdom and the Power: Are Healing and the Spiritual Gifts Used By Jesus and the Early Church Meant for the Church Today? Ventura, CA: Gospel Light, 1993 (thorough and practical).
  • «Jon Ruthven, On the Cessation of the Charismata: The Protestant Polemic on Post-Biblical Miracles» (PDF). Deo Press, 1993, rev. 2007. (Often identified as the definitive study, it examines the historical, philosophical and exegetical issues, focusing on Warfield.). 

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