𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Medos

Disambig grey.svg Nota: Se procura o estado psiquiátrico, veja Medo.
Território do Império Medo

Os medos foram uma das tribos de origem ariana que migraram da Ásia Central para o planalto Iraniano durante a Antiguidade. No final do Predefinição:-séc, fundaram o Império Medo centrado na cidade de Ecbátana. Sua língua pertencia ao tronco indo-europeu. Em termos de etnia, raça, língua e religião, estavam relacionados com os persas.[1] Devido à sua proximidade com os persas, os autores gregos às vezes achavam difícil diferenciá-los deles, como evidenciado pela expressão “Guerras Médicas”.

De acordo com estudiosos, os medos têm relação com um personagem de Gênesis 10:2 chamado de Madai, já que o mesmo nome é utilizado pelos assírios para designar o país dos medos. Os babilônios os designavam como Ummān-manda. Os medos destacaram-se pela administração de seu reino, especialmente organizada em comparação aos grandes reinos da época, como a Assíria, a Lídia e a Fenícia. Também mantinham um exército baseado em infantaria armada com espadas de ferro e escudos, arqueiros e cavaleiros com lanças. As demais tribos arianas, como os persas e os partas, permaneceram tributários dos medos por séculos. Atualmente, os curdos declaram ser os atuais descendentes dos medos.[2]

Geografia

Os medos habitavam na antiga região da Média, localizada ao oeste e ao sul do mar Cáspio, separada da costa daquele mar pela cordilheira do Elburz. No noroeste, se estendia além do lago Úrmia até o vale do rio Araques, ao passo que no seu termo oeste os montes Zagros serviam de barreira entre a Média e a terra da Assíria, e as baixadas do rio Tigre; ao leste ficava uma grande região desértica, e ao sul o país de Elão.

A terra dos medos era um planalto montanhoso com a altitude média de 900 a 1 500 metros acima do nível do mar. Uma parte considerável desta terra é uma estepe árida, onde há pouca precipitação pluvial, embora haja planícies férteis muito produtivas. A maioria dos rios flui para o grande deserto central, onde suas águas se dissipam em brejos e pântanos que secam no verão quente e deixam depósitos de sal. As barreiras naturais tornavam a defesa relativamente fácil. A cordilheira ocidental é a mais elevada, com numerosos picos de mais de 4 270 m de altitude, mas o cume mais elevado, o monte Demavend (5 771 m) se encontra na cordilheira do Elburz, perto do mar Cáspio.

Economia

A maioria das pessoas viviam em pequenas aldeias ou eram nômades, e a principal ocupação era a criação de gado. A excelente raça de cavalos criada pelos medos era um dos principais prêmios procurados pelos invasores. Rebanhos e manadas de ovelhas, cabras, jumentos, mulas e vacas também pastavam nos pastos dos altos vales. Em relevos assírios, os medos são às vezes representados usando o que parece serem capas de pele de ovelhas sobre as suas túnicas, e com botas altas com cordões. Esse era o equipamento necessário para o trabalho pastoril nos planaltos, onde os invernos traziam neves e intenso frio. A evidência arqueológica mostra que os medos possuíam hábeis trabalhadores em bronze e ouro.[1]

História

Ver artigo principal: Império Medo

Os medos não deixaram fontes escritas, razão pela qual a sua língua e as suas estruturas sociais, econômicas e políticas são desconhecidas. O que se sabe deles deriva do registro bíblico, de textos assírios e também dos historiadores gregos. As informações disponíveis acerca dos medos são, por vezes, contraditórias. Heródoto, por exemplo, não faz diferença entre os medos e os persas, chamando as guerras entre gregos e persas de Guerras Médicas, como se os dois povos fossem apenas um.

Os medos parecem ter-se constituído em numerosos pequenos reinos sob chefes tribais, e os jactanciosos relatos dos imperadores assírios Samsiadade V, Tiglate-Pileser III e Sargão II referem-se às suas vitórias sobre certos chefes de cidade da distante terra dos medos. Depois da vitória sobre o Reino de Israel, em 722 a.C., os israelitas foram enviados ao exílio em lugares na Assíria e "nas cidades dos medos", algumas delas sendo então vassalas da Assíria.

Os esforços dos assírios de subjugar "os insubmissos medos" continuaram sob o rei assírio Assaradão, filho de Senaqueribe, e evidentemente contemporâneo do Rei Manassés, de Judá Predefinição:-nwrap. Numa das suas inscrições, Assaradão fala de:

Segundo o historiador grego Heródoto (I, 96), os medos tornaram-se um reino unido sob um governante chamado Déjoces. Alguns historiadores modernos acreditam que Déjoces seja o governante chamado Daiaukku nas inscrições. Ele foi capturado e deportado para Hamate, por Sargão II, em resultado duma incursão assíria na região da Média. Todavia, a maioria dos peritos acha que foi só no tempo de Ciaxares (neto de Déjoces, segundo Heródoto [I, 102, 103]) que os reis da Média começaram a se unir sob determinado governante. Mesmo então talvez fossem apenas como os pequenos reis de Canaã, que às vezes lutavam sob a direção de determinado rei, embora ainda mantivessem um considerável grau de independência.[1]

Os medos haviam aumentado em força apesar das incursões assírias, e começaram a ser então os rivais mais perigosos da Assíria. Quando Nabopolassar, de Babilônia, pai de Nabucodonosor II, se rebelou contra a Assíria, Ciaxares, o medo, juntou suas forças às dos babilônios. Depois de os medos capturarem Assur, no décimo-segundo ano de Nabopolassar (634 a.C.), Ciaxares (chamado Umakistar nos registros babilônicos) reuniu-se com Nabopolassar junto à cidade capturada, e eles “estabeleceram uma entente cordiale [entendimento cordial],[4]" Beroso (conhecido através de Polistor e Abideno, ambos citados por Eusébio) diz que o filho de Nabopolassar, Nabucodonosor, casou-se com a filha do rei medo, o nome dela sendo Amitis.[5] Os historiadores discordam, porém, quanto a se Amitis era filha de Ciaxares, ou do filho deste, Astíages.

Os medos exerceram pressão sobre a Assíria, com ataques e invasões às terras ao norte da Mesopotâmia. Alguns arqueólogos concordam que o desgaste causado pelas disputas de terras com os medos tenha contribuído para a rápida dissolução do império assírio e a ascensão do Império Neobabilônico de Predefinição:Lknb. Os medos ainda travaram um longo conflito com a Lídia pelo controle da Anatólia, até que, em meados do Predefinição:-séc, Ciro, o Grande, rei dos persas, rebelou-se contra o seu avô, o rei medo Astíages, derrotando-o e capturando-o. Os medos viram-se então sujeitos a seus parentes próximos, os persas. No novo império que se seguiu à derrocada dos medos, estes mantiveram-se em posição proeminente, considerados como iguais aos persas na guerra e nas honrarias. O cerimonial da corte meda foi adotado pelos novos soberanos persas, os quais residiam em Ecbátana nos meses de verão. Muitos nobres medos eram empregados como funcionários, sátrapas e generais.

Em 334 a.C., Alexandre, o Grande obteve suas primeiras vitórias decisivas sobre as forças persas, e em 330 a.C. ocupou a Média. Após a sua morte, a parte meridional da Média passou a fazer parte do Império Selêucida, ao passo que a parte setentrional tornou-se um reino independente. Embora a Média fosse dominada ora pelos partas, ora pelo Império Selêucida. Estrabão, geógrafo grego, indicou que uma dinastia dos medos continuou no Predefinição:+séc[6]

Na Bíblia

De acordo com a Tabela das Nações esposada por intérpretes literalistas da Bíblia, Madai foi o terceiro filho de Jafé, filho de Noé.[7] Madai foi o ancestral dos Medos;[8] a palavra Madai [Nota 1] é utilizada em monumentos assírios para designar os medos.[9] Em Jerusalém, em Pentecostes do ano Predefinição:DC, estavam presentes medos, junto com partas, elamitas e pessoas de outras nacionalidades. Visto que são chamados de "judeus, homens reverentes, de toda nação", talvez fossem descendentes dos judeus exilados em cidades dos medos, após a conquista assíria de Israel, ou talvez alguns fossem prosélitos da crença judaica.

Predefinição:Notas e referências

  1. 1,0 1,1 1,2 «Medos, Média — BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia». wol.jw.org (em português). Consultado em 13 de junho de 2017 
  2. http://www.espada.eti.br/n2150.asp
  3. Ancient Records of Assyria and Babylonia (Registros Antigos da Assíria e de Babilônia), de D. D. Luckenbill, 1927, Vol. II, pp. 215, 216
  4. Assyrian and Babylonian Chronicles [Crônicas Assírias e Babilônicas], de A. K. Grayson, 1975, p. 93
  5. Eusébio, Chronicorum liber prior, editado por A. Schoene, Berlim, 1875, col. 29, linhas 16-19, col. 37, linhas 5-7
  6. Geografia, 11, XIII, 1
  7. [[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Gênesis/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#10:2|Gênesis 10:2]]
  8. Salomão, Bispo de Baçorá, Livro da Abelha, Capítulo XXII, Sobre as gerações de Noé [em linha]
  9. Easton's Bible Dictionary, Madai [em linha]


Erro de citação: Existem marcas <ref> para um grupo chamado "Nota", mas nenhuma marca <references group="Nota"/> correspondente foi encontrada

talvez você goste