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Caráter

Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Caráter (desambiguação).

Caráter (ou carácter em português europeu antes do Acordo Ortográfico de 1990[1]) é um termo usado em psicologia como sinônimo de personalidade.[2] Em linguagem comum o termo descreve os traços morais da personalidade.[3] Muitas pessoas associam o caráter a uma característica relacionada à Genética, o que não ocorre. O caráter de uma pessoa é algo independente de sua referência genética.

As escolas da caracterologia alemã e franco-holandesa esforçaram-se por dar aos dois termos (personalidade e caráter) um significado diferente, sem que, no entanto, se chegasse a um consenso.[2] René Le Senne, por exemplo, propõe a seguinte distinção[4]: Caráter refere-se ao conjunto de disposições congênitas, ou seja, que o indivíduo possui desde seu nascimento e compõe, assim, o esqueleto mental do indivíduo; já personalidade, é definida como o conjunto de disposições mais "externas", como que a "musculatura mental" - todos os elementos constitutivos do ser humano que foram adquiridos no correr da vida, incluindo todos os tipos de processos mentais.

O caráter na psicologia

É o termo que designa o aspecto da personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir peculiar a cada indivíduo; esta qualidade é inerente somente a uma pessoa, pois é o conjunto dos traços particulares, o modo de ser desta; sua índole, sua natureza e temperamento. O conjunto das qualidades, boas ou más, de um indivíduo lhe determinam a conduta e a concepção moral; seu gênio, humor, temperamento; este sendo resultado de progressiva adaptação constitucional do sujeito às condições ambientais, familiares, pedagógicas e sociais.

Caráter é a soma de nossos hábitos, virtudes e vícios.

Caráter, em sua definição mais simples, resume-se em índole ou firmeza de vontade.

O caráter de uma pessoa pode ser dramático, religioso, especulativo, desafiador, covarde, inconstante. Tais variações podem ser inúmeras.

Mas não é o caráter que sofre as influências pelo meio em que é submetido, pois o ser humano demonstra sua característica pessoal desde os primeiros dias. O caráter é inerente do próprio espírito, e os moldes de educação, adaptação às diferentes condições e fases da vida humana apenas levam o ser às escolhas que deve fazer, obedecendo elas a esse princípio.

As culturas antigas costumavam declarar quando de uma pessoa de índole confiável: "Pessoa de caráter forte". Quando o caráter - presença inerente no ser - é forte, significa que por mais maravilhosos ou recompensadores os caminhos possam parecer, há sempre um sentimento de alerta dentro, que indica aquele como um caminho errado, mesmo que no momento possa parecer o correto.

O caráter faz ver além, nas consequências dos atos de hoje, e não pode ser adquirido ou estudado ou mesmo aprendido.

A educação e a cultura se diferem nesses valores, assim como o caráter se interfere a uma coisa e pessoa se difere das boas maneiras ou do estilo de vida que se leva. Ambos, a cultura e o estilo de vida, são transformados, adquiridos e estudados e podem ser esquecidos ou aprimorados. Mas o caráter faz desses todos seus caminhos. Escolher qual deles seguir e quais consequências irão advir só o caráter pode identificar, no momento que as decisões - de trabalho, amor, relações sociais, escolares, de amizade etc - são tomadas.

C. Robert Cloninger afirma que o bem estar pessoal máximo é atingido quando um indivíduo possui bem desenvolvidos os três traços formadores do caráter segundo seu Inventário de Temperamento e Caráter: autodirecionamento, cooperatividade e autotranscendência.[5][6]

Ver também

Referências

  1. «carácter (nome masculino)». ILTEC. Portal da Língua Portuguesa. Consultado em 18 de fevereiro de 2011 
  2. 2,0 2,1 Fiedler, Peter (2007). Persönlichkeitsstörungen 6. Aufl. Weinheim: Beltz PVU.
  3. verbete "caráter" em Houaiss, Antônio; Villar, Mauro de Salles & Franco, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva.
  4. Le Senne (1963). Traité de caractérologie. Paris: Presses universitaires de France.
  5. Cloninger, C. R. Feeling good: The science of well-being. New York: Oxford University Press, 2004.
  6. Cloninger, Claude Robert (2013). «A importância da consciência ternária para superar as inadequações da psiquiatria contemporânea» (PDF). Revista de Psiquiatria Clínica. Série mente-cérebro. 40 (3) 
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