Constança Manuel (em Predefinição:Língua com nome; Castillo de Garcimuñoz, ca. 1316[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] — Santarém, 13 de novembro de 1345[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]) foi uma nobre castelhana, rainha de Leão e Castela, consorte do infante D. Pedro de Portugal e mãe do rei D. Fernando de Portugal.
Família
Filha de Constança de Aragão, era neta materna de Branca de Anjou, princesa de Nápoles e de Jaime II de Aragão. O seu pai, D. João Manuel de Castela, príncipe de Vilhena e Escalona, duque de Peñafiel, tutor de Afonso XI de Castela, «poderoso e esforçado magnate de Castela»,[1] era bisneto do rei Fernando III de Castela.
Biografia
Com apenas cerca de 7 anos e depois de ter «enviuvado» de um compromisso anterior, D. João Manuel casou Constança com o seu pupilo Afonso XI de Castela, que na época contava com 14 anos de idade e acabara de entrar na maioridade. Ratificada pelas cortes em Valladolid, a 28 de março de 1325, a união não seria consumada. Interessado numa aliança com a coroa portuguesa, Afonso repudiou-a e prendeu-a no Castelo de Toro, desfazendo completamente o projecto em 1327 e casando-se no ano seguinte com Maria de Portugal, filha de D. Afonso IV.
Foi combinado assim novo casamento com o infante D. Pedro, irmão de Maria de Portugal e seu primo afastado (a mãe de Pedro, Beatriz de Castela, era bisneta de Fernando III de Castela). D. João Manuel tinha «um ensejo de compensar o procedimento do seu soberano»,[1] no matrimónio da filha com o infante português.
O rei castelhano teria disfarçado seu descontentamento e consentiu o casamento por procuração, mas não permitiu que Constança saísse de Castela. A cerimónia teve lugar no Convento de São Francisco em Évora, a 6 de fevereiro de 1336. Estavam presentes o infante D. Pedro e os seus pais e, por parte de Constança, Fernão e Lopo Garcia. O dote da noiva, quantia de vulto, foi ajustado em 300 mil dobras.
A resolução de reter Constança deu origem a um conflito entre os dois reinos que, no contexto da Reconquista de então, seria aproveitado pelos inimigos mouros. Percebendo a situação, Afonso IV de Portugal e Afonso XI de Leão e Castela negociaram e assinariam uma paz em Sevilha, em Julho de 1340.
O casamento com a presença dos dois noivos foi então celebrado em Lisboa, a 24 de agosto de 1339. As rainhas de Portugal contaram, desde cedo, com os rendimentos de bens adquiridos, na maioria, por doação. D. Constança recebeu como dote as vilas de Montemor-o-Novo, Alenquer e Viseu.
No séquito de aias de Constança vinha Inês de Castro, jovem galega, filha natural do poderoso fidalgo Pedro Fernandes de Castro. Por ela, o príncipe, «homem arrebatado, brutal e com seu quê de vesânico»,[1] se apaixonaria.
O romance de Pedro e Inês tinha implicações políticas: a influência que os irmãos desta, Álvaro Pires de Castro e Fernando de Castro, passaram a ter sobre o infante. Quando nasceu Luís de Portugal, primeiro varão de D. Pedro, Constança convidou Inês para ser a madrinha. De acordo com os preceitos da Igreja Católica de então, a relação entre os padrinhos e os pais do baptisando era de parentesco moral, e o seu amor seria quase incestuoso.
Mas Luís morreria em uma semana, o que fez aumentar as desconfianças em relação a Inês de Castro. O romance adúltero continuaria, vivido às claras, até que D. Afonso IV exilou a nobre galega em Alburquerque, na fronteira espanhola, em 1344.
No ano seguinte, a 13 de novembro de 1345, a jovem Constança faleceu, de desgosto com a traição do marido, segundo o imaginário popular. Tinha dado à luz ao infante Fernando de Portugal a 31 de Outubro. Não chegaria a ver o seu marido subir ao trono português. Foi sepultada no Convento de São Domingos em Santarém mas em 1376, o rei D. Fernando, seu filho, ordena a trasladação do túmulo para o Convento de São Francisco,[2] onde ficaria no coro alto, junto ao do próprio filho. No final do século XIX ambos os túmulos são trasladados para o Museu do Carmo, em Lisboa.[3]
Casamentos e descendência
O seu primeiro matrimónio (Valladolid, 28 de março de 1325 - anulado em 1327) com Afonso XI de Castela não foi consumado, não gerando descendência.
Casou-se em segundas núpcias com o infante D. Pedro de Portugal em 24 de agosto de 1339. Deste, nasceram:
- D. Luís (27 de fevereiro de 1340 - 6 de março de 1340);
- D. Maria, Infanta de Portugal (6 de abril de 1342 - 137?), casou com D. Fernando, marquês de Tortosa, filho de Afonso IV de Aragão. Ficou viúva aos 21 anos e o seu procedimento em Aragão deu lugar a críticas;
- D. Fernando I de Portugal (Coimbra, 31 de outubro de 1345 - Lisboa, 23 de outubro de 1383), 9.º rei de Portugal.
Ascendência
Afonso IX de Leão | ||||||||||||||||
Fernando III de Castela | ||||||||||||||||
Berengária de Castela | ||||||||||||||||
Manuel de Castela, Senhor de Villena | ||||||||||||||||
Filipe da Suábia | ||||||||||||||||
Beatriz da Suábia | ||||||||||||||||
Irene Angelina de Bizâncio | ||||||||||||||||
João Manuel de Castela | ||||||||||||||||
Tomás I de Saboia | ||||||||||||||||
Amadeu IV de Saboia | ||||||||||||||||
Margarida de Genebra | ||||||||||||||||
Beatriz de Saboia | ||||||||||||||||
Barral de Baux | ||||||||||||||||
Cecília de Baux | ||||||||||||||||
Sibila de Anduze | ||||||||||||||||
Constança Manuel | ||||||||||||||||
Jaime I de Aragão | ||||||||||||||||
Pedro III de Aragão | ||||||||||||||||
Iolanda da Hungria | ||||||||||||||||
Jaime II de Aragão | ||||||||||||||||
Manfredo da Sicília | ||||||||||||||||
Constança da Sicília | ||||||||||||||||
Beatriz de Saboia | ||||||||||||||||
Constança de Aragão | ||||||||||||||||
Carlos I de Nápoles | ||||||||||||||||
Carlos II de Nápoles | ||||||||||||||||
Beatriz da Provença | ||||||||||||||||
Branca de Nápoles | ||||||||||||||||
Estêvão V da Hungria | ||||||||||||||||
Maria da Hungria | ||||||||||||||||
Isabel da Cumânia | ||||||||||||||||
Referências
- RedirecionamentoPredefinição:fim
Precedido por Constança de Portugal |
Rainha consorte de Leão e Castela 1325 — 1327 |
Sucedido por Maria de Portugal |