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Jaime II de Aragão

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Jaime II de Aragão apelidado de "o Justo" (Valência, 10 de abril de 1267[1]Barcelona, 2 de novembro de 1327) foi rei de Aragão e da Sicília entre 1291 e a sua morte.

Biografia

Segundo filho de Pedro III e da sua esposa Constança de Hohenstaufen, do seu pai herdou o reino da Sicília em 1285. Derrotou o seu rival Carlos de Anjou, cujas forças marítimas foram desfeitas em mais de um confronto pelo almirante aragonês Roger de Lauria. Conquistou a Calabria e as ilhas do golfo de Nápoles.

Em 1291 recebeu também a Coroa de Aragão, ao morrer sem descendência o seu irmão Afonso III. Aliou-se com o rei de Castela.

Em 1296 iniciaria uma contenda com Castela para conquistar o Reino de Múrcia. Alicante seria a primeira cidade a cair no mês de Abril, e depois desta Elche, Orihuela, Guardamar do Segura e Múrcia. Em 1298 tomaria Alhama de Múrcia e Cartagena e a 21 de Dezembro de 1300 finalizou a querela com a tomada de Lorca. Pela Sentença Arbitral de Torrellas (1304) e o Tratado de Elche (1305) assinar-se-ia a paz com Castela devolvendo-lhe a maior parte do Reino de Múrcia, ficando as comarcas de Alicante, Orihuela e Elche no Reino de Valência.

O seu domínio sobre a Sicília havia sido contestado pelo Papado e os Anjou, pelo que Jaime se convenceu finalmente a ceder a ilha ao papa em troca dos direitos sobre a Córsega e a Sardenha e a cessão da ilha de Menorca a Jaime II de Maiorca, pelo Tratado de Anagni (1295). No entanto, o seu irmão Frederico, que tinha sido nomeado governador da Sicília, negou-se a abandonar o domínio da ilha, resistiu eficazmente à campanha militar de Jaime II para lha arrebatar ainda que finalmente tenha sido derrotado em 1299. Nesse mesmo ano reforçou-se o pacto com o casamento de Jaime II com Branca de Anjou, filha de Carlos de Anjou.

Frederico foi reconhecido como rei da Sicília pela paz de Caltabellota (1302).

Terminado esse conflito, Jaime conquistou a Córsega e a Sardenha (1323-1325), que ficaram assim incorporadas à Coroa de Aragão, apesar da oposição de Génova e Calca e de múltiplas rebeliões locais posteriores.

Esta política de expansão no Mediterrâneo completou-se com um acordo com o Reino de Castela para repartir as respectivas zonas de influência no norte de África. Para isso selou uma aliança com Sancho IV, as (Vistas de Monteagudo, 1291), que ajudou Aragão a intensificar a sua presença na Tunísia, Bugia e Tremecém em troca da correspondente ajuda contra os franceses.

Jaime II também organizou uma expedição ao Oriente sob o comando de Rogério de Flor, concebida para livrar o reino da presença das perigosas companhias militares conhecidas como os «almogávares» (1302).

A respeito da sua política peninsular:

  • Consolidou a Coroa de Aragão ao declarar a união indissolúvel entre os reinos de Aragão, Catalunha e Valência (1319).
  • Obteve a vassalagem dos reis de Maiorca (membros da casa real aragonesa).
  • Recuperou o Vale de Arán.
  • Reforçou a posição da Coroa submetendo a nobreza com o apoio das cidades.
  • Fez avançar a fronteira do reino de Valência até à costa de Múrcia, aproveitando a intervenção nas disputas sucessórias castelhanas (1304).
  • Reforçou a defesa do flanco sul frente aos muçulmanos criando para isso a ordem militar de Montesa, aprovada pelo papa João XXII em 1317, tornando-se a herdeira da templários na região, com o fim de lutar contra a passagem de hostes inimigas da fé cristã pelos seus territórios e facilitar o combate aos mesmo no Mediterrâneo.
  • Fundou em 1300 a Universidade de Lérida.
  • No final do seu reinado, em 1325, as Cortes reunidas em Saragoça acordaram a supressão do tormento.

Elaborou uma política de ligações matrimoniais com a família real castelhana, mas que não deram os resultados esperados. A filha de Sancho IV fazia parte do acordo e, apesar dos seus oito anos de idade, foi enviada a Aragão para casar com Jaime II, mas três anos mais tarde foi devolvida a Castela pois o papa Bonifácio VIII não concedeu a dispensa matrimonial.

Faleceu aos sessenta anos e foi sepultado juntamente ao seu pai, Pedro III, no Mosteiro de Santes Creus.

Matrimónio e descendência

Casou-se quatro vezes: com Isabel de Castela, filha do rei Sancho IV de Leão e Castela e de Maria de Molina; com Branca de Anjou em 1 de novembro de 1295, filha de Carlos II de Nápoles e de Maria de Hungría; com Maria do Chipre; e com Elisenda de Moncada. Só teve descendentes de sua segunda esposa, Branca.

Notas

Predefinição:Refbegin Predefinição:Note label2 Pedro IV de Ribagorza recebeu os condados de Ribagorza e Ampúrias e suo irmão Raimundo recebeu o condado de Prades que em 1345 permutou com Pedro IV pelo condado de Ampúrias Cfr. Moxó y Montoliu (1997), p. 68. Predefinição:Refend

Referências

Bibliografia

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  • Arco y Garay, Ricardo del (1945). Sepulcros de la Casa Real de Aragón (em español). Madrid: Instituto Jerónimo Zurita. Consejo Superior de Investigaciones Científicas. OCLC 11818414 
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  • Moxó y de Montoliu, Francisco (1997). Estudios sobre las relaciones entre Aragón y Castilla (SS. XIII-XV) (em español). Zaragoza: Institución "Fernando el Católico". ISBN 84-7820-387-7 
  • Ubieto Arteta, Antonio (1981). «La formación territorial». Historia de Aragón (I). Zaragoza: Anubar. ISBN 984-7013-181-8 Verifique |isbn= (ajuda) 
  • Zurita, Jerónimo. Ángel Canellas López; edición electrónica de José Javier Iso (Coord.), María Isabel Yagüe, y Pilar Rivero (original data de 1562-1580), ed. Anales de Aragón (PDF) (em español). [S.l.]: Exma. Diputación de Zaragoza, «Institución Fernando el Católico» 

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Predefinição:Monarcas de Aragão Predefinição:Reis da Sardenha

Precedido por
Pedro I
Rei da Sicília
1285 — 1296
Sucedido por
Frederico III
Precedido por
Afonso III
Rei de Aragão e Valência
Conde de Barcelona

1291 — 2 de Novembro de 1327
Sucedido por
Afonso IV

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