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Assembleia Geral das Nações Unidas

Small Flag of the United Nations ZP.svg Assembleia Geral das Nações Unidas
United Nations General Assembly
Emblema
UN General Assembly hall.jpg
Assembleia Geral na sede da ONU em Nova Iorque
Acrônimo AGNU, UNGA
Comando Desde 14 de setembro de 2011
Status ativa
Fundação 1945
Website www.un.org/ga
Commons Commons:Category:United Nations General Assembly United Nations General Assembly

Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) é um dos seis principais órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU) e o único em que todos os países membros têm representação igualitária. Seus poderes são para supervisionar o orçamento da ONU, nomear os membros não permanentes do Conselho de Segurança, receber relatórios de outras instituições da ONU e fazer recomendações sob a forma de resoluções[1] e também mantém vários órgãos subsidiários.[2]

A Assembleia Geral se reúne sob o comando de seu presidente ou secretário-geral em sessões anuais regulares, de setembro a dezembro e depois de janeiro até que todas as questões sejam abordadas (o que muitas vezes é um pouco antes do início da sessão seguinte). Ela também pode se reunir para sessões especiais e de emergência. Sua composição, funções, poderes, votos e procedimentos são estabelecidos no Capítulo IV da Carta das Nações Unidas.

A votação na Assembleia Geral sobre questões importantes - principalmente recomendações sobre a paz e segurança, preocupações orçamentais e eleição, admissão, suspensão ou expulsão de membros - é por maioria de dois terços dos membros presentes e votantes. Outras questões são decididas por maioria simples. Cada país membro tem um voto. Além da aprovação da matéria orçamental, o que inclui a adoção de uma escala de avaliação, as resoluções da Assembleia não são vinculativas para os membros. A Assembleia pode fazer recomendações sobre quaisquer matérias no âmbito das Nações Unidas, exceto sobre questões de paz e segurança, que são responsabilidade do Conselho de Segurança.[3] O sistema de representação política da instituição permite que países que compreendem apenas 5% da população mundial passem uma resolução pelo voto de dois terços.[4]

Durante a década de 1980, a Assembleia tornou-se um fórum para o "diálogo Norte-Sul": a discussão de questões entre países industrializados e países em desenvolvimento. Essas questões vieram à tona por causa do crescimento fenomenal e das mudanças de composição de seus Estados-membros. Em 1945, a ONU tinha 51 membros, enquanto em 2015 havia 193 países que faziam parte da organização, dos quais mais de dois terços são países em desenvolvimento. Por causa de seus números, os países em desenvolvimento são capazes de determinar a agenda da Assembleia (usando grupos de coordenação, como o G77), o caráter de seus debates, bem como a natureza das suas decisões. Para muitos países em desenvolvimento, a ONU é a fonte de grande parte de sua influência diplomática e a principal saída para as suas iniciativas de relações internacionais.

História

Visão externa da sede da Assembleia Geral
Visão interna.

A primeira sessão da Assembleia Geral da ONU foi convocada em 10 de janeiro de 1946 no Westminster Central Hall, em Londres, e contou com representantes de 51 nações. As próximas sessões anuais realizaram-se em cidades diferentes: a segunda sessão em Nova York e a terceira sessão em Paris. Ela mudou-se para a sede das Nações Unidas em Nova Iorque permanentemente no início de sua sétima sessão ordinária anual, em 14 de outubro de 1952. Em dezembro de 1988, a fim de ouvir Yasser Arafat, a Assembleia Geral organizou a sua 29ª sessão no Palácio das Nações, em Genebra, Suíça.[5]

Ordem dos Discursos

Historicamente, o Brasil sempre faz o primeiro discurso nas Assembleias. A ordem tradicional dos discursos – Brasil primeiro, Estados Unidos em segundo, e depois os demais países, de acordo com um sistema que leva em conta, entre outros critérios, o nível de representação (se é o chefe de Estado quem vai falar, ou um ministro, ou um embaixador) só começou, de fato, em 1955, na Décima Assembleia.[6] Antes disso, México, Estados Unidos, Canadá, Cuba e Filipinas também já haviam feito a abertura.

Fato é que esse "privilégio" dado ao Brasil não é uma regra escrita. Nenhum texto ou norma da ONU determina que os brasileiros sempre façam o discurso inaugural da assembleia.[7] É por isso que, depois do estabelecimento da tradição da ordem dos discursos, a partir de 1955, o Brasil não falou primeiro somente em duas oportunidades: nos anos de 1983 e 1984, o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, discursou antes do representante do Brasil, o então ministro das Relações Exteriores do governo João Figueiredo, Ramiro Saraiva Guerreiro.

Dilma Rousseff, a então presidente do Brasil, faz o discurso de abertura na 66ª Assembleia Geral em 2011, sendo a primeira mulher a abrir uma sessão da ONU.[8]

Mas, por que este privilégio foi dado ao Brasil? A página oficial da ONU sobre o protocolo da Assembleia Geral diz apenas que “certas tradições emergiram ao longo do tempo”, incluindo a ordem dos dois primeiros países a falar, Brasil e Estados Unidos. A explicação usual é que os EUA falam em segundo lugar por serem o anfitrião da Assembleia, e o Brasil, em primeiro, em reconhecimento ao papel desempenhado pelo brasileiro Oswaldo Aranha (1894-1960) nos primórdios da Organização das Nações Unidas.[6] Ele presidiu a Primeira Assembleia Geral Especial das Nações Unidas, realizada em 1947, e a Segunda Assembleia Geral Ordinária, no mesmo ano. Essas duas reuniões tiveram o papel histórico de determinar – por meio da resolução 181 da Assembleia Geral – a partição da Palestina entre árabes e judeus, abrindo caminho para a criação do Estado de Israel.[6]

Em 2012, porém, o colunista do New York Times, Michael Pollack ofereceu uma interpretação alternativa para a ordem dos discursos. Segundo ele “o astro principal geralmente tem um show de abertura. A Assembleia Geral é um lugar lotado, com delegados de 193 Estados-membros ainda chegando e procurando seus lugares durante os pronunciamentos iniciais. O discurso do Brasil oferece um modo diplomático de todo mundo se ajeitar para o que costuma ser a atração principal: o presidente dos Estados Unidos”.[9]

Organização

Divisão da AGNU:
  Grupo África
  Grupo Ásia-Pacífico
  Grupo Europa Oriental
  Grupo América Latina e Caribe
  Grupo Europa Ocidental e Outros

Eleições

A Assembleia Geral vota em eleições para os dez membros não permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Estas eleições ocorrem a cada ano e os Estados-membros têm mandato de dois anos, sendo que a cada ano cinco são substituídos. Os candidatos são selecionados por seus grupos regionais.[10]

A Assembleia Geral também elege os membros do Conselho Econômico e Social, da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial e alguns dos membros do Conselho de Administração Fiduciária. A Assembleia Geral nomeia o Secretário-Geral das Nações Unidas sobre a recomendação do Conselho de Segurança, e adota normas que regem a administração da Secretaria. Juntamente com o Conselho de Segurança, a Assembleia Geral elege juízes para o Tribunal Internacional de Justiça em Haia.[10]

Sessões especiais

As sessões especiais podem ser convocadas a pedido do Conselho de Segurança das Nações Unidas, pela maioria dos Estados-membros das Nações Unidas, ou, se a maioria concordar, de um único membro. Uma sessão especial foi realizada em outubro de 1995 para comemorar o 50º aniversário da ONU. Outra sessão especial foi realizada em setembro de 2000 para comemorar o milênio; ela apresentou uma sessão especial sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Outra reunião foi novamente realizada para discutir e admitir propostas para a crise do HIV/AIDS em 2001.[11]

Mikhail Gorbachev discursa na Assembleia Geral em 1988.

Uma outra sessão especial (Cúpula Mundial de 2005) foi realizada em setembro de 2005 para comemorar o 60º aniversário da ONU. A sessão avaliou o progresso sobre dos Objetivos do Milênio e discutiu as propostas de Kofi Annan. Outra sessão especial foi realizada em 2014 para discutir a População e o Desenvolvimento, na sequência da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento de Ação.[12] Uma outra sessão especial será realizada em 2016, desta vez sobre a discussão da guerra contra as drogas e propostas para reconsiderar os tratados internacionais sobre narcóticos, como a Convenção Única sobre Entorpecentes, bem como a forma de lidar com o tratamento medicamentoso, reabilitação, etc.[13]

Na primeira Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em 1947, Osvaldo Aranha, então presidente da Sessão Especial, começou uma tradição que se manteve até hoje em que o primeiro orador neste importante fórum internacional é sempre um brasileiro.[14]

Ver também

Referências

  1. CHARTER OF THE UNITED NATIONS: Chapter IV. UN.org.
  2. General Assembly: Subsidiary organs at UN.org.
  3. General Assembly of the United Nations. Un.org. Acessado em 13 de julho de 2013.
  4. Population, total | Data | Table. Data.worldbank.org. Acessado em 12 de julho de 2013.
  5. (em francês) "Genève renoue avec sa tradition de ville de paix", Le Temps, Thursday 16 January 2014.
  6. 6,0 6,1 6,2 Orsi, Carlos. «Por que o Brasil sempre abre a Assembleia Geral da ONU?». Gazeta do Povo (em português). Consultado em 10 de abril de 2022 
  7. revistagalileu.globo.com/ Por que o Brasil sempre discursa primeiro na ONU?
  8. «Brazil's President Rousseff to be First Woman to Open United Nations». Fox News. 20 de setembro de 2011. Consultado em 29 de setembro de 2015 
  9. Pollak, Michael (3 de novembro de 2012). «Answers to Questions About New York». The New York Times (em English). ISSN 0362-4331. Consultado em 10 de abril de 2022 
  10. 10,0 10,1 Grolier: The New Book of Knowledge (Encyclopedia), book U/V, Article: United Nations (pg. 65), article by Leland Goodrich
  11. «UN GA Special Session on HIV/AIDS». www.un.org. Consultado em 16 de dezembro de 2015 
  12. «Event: Special Session of the General Assembly on the Follow-Up to the Programme of Action of the ICPD | Sustainable Development Policy & Practice | IISD Reporting Services». sd.iisd.org. Consultado em 16 de dezembro de 2015 
  13. «Special Session of the General Assembly UNGASS 2016». www.unodc.org. Consultado em 16 de dezembro de 2015 
  14. «Historical Personalities and Diplomats: Oswaldo Aranha». Brazilian Ministry of External Relations 

Ligações externas

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