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Bexiga natatória

A bexiga natatória é um órgão que auxilia os peixes a manterem-se a determinada profundidade através do controlo da sua densidade relativamente à da água. É um saco de paredes flexíveis, e pode expandir-se ou contrair de acordo com a pressão; tem muito poucos vasos sanguíneos, mas as paredes estão forradas com cristais de guanina, que a tornam impermeável aos gases.

Nem todos os peixes possuem este órgão: os tubarões controlam a sua posição na água apenas com a locomoção; outros peixes têm reservas de tecido adiposo para essa finalidade.

A presença de bexiga natatória traz uma desvantagem para o seu portador: ela proíbe a subida rápida do animal dentro da coluna de água, sob o risco daquele órgão rebentar.

Fisiologia da Bexiga Nataória

A bexiga natatória possui uma glândula que permite a introdução de gases, principalmente oxigénio, na bexiga, para aumentar o seu volume. Noutra região da bexiga, esta encontra-se em contacto com o sangue através doutra estrutura conhecida por "janela oval", através da qual o oxigénio pode voltar para a corrente sanguínea, baixando assim a pressão dentro da bexiga natatória e diminuindo o seu tamanho.

O mecanismo para a troca de gases é o seguinte: a glândula excreta ácido láctico que a perda de oxigénio pela hemoglobina. Este gás difunde-se para dentro da bexiga natatória através duma complexa estrutura chamada "rete mirabile". Noutra região da bexiga, esta encontra-se em contacto com o sangue através doutra estrutura conhecida por janela oval, através da qual o oxigénio pode voltar para a corrente sanguínea.

A proporção de gases dentro da bexiga natatória varia: em águas pouco profundas, a composição é muito próxima da da atmosfera, enquanto que em águas profundas tem a tendência para ter uma maior percentagem de oxigénio. Observou-se, por exemplo, na enguia Synaphobranchus (que já foi encontrada a uma profundidade de 5440 m) a seguinte composição do gás da sua bexiga nataória: 75.1% de oxigénio, 20.5% de nitrogénio, 3.1% de dioxido de carbono e 0.4% de argon.

Em algumas espécies de peixes, principalmente de água doce, a bexiga natatória encontra-se ligada com o labrinto do ouvido interno, onde o animal obtém um sentido preciso da pressão da água (e portanto, da profundidade). Pensa-se que esta ligação também auxilia o sentido da audição dos peixes.

Ontogenia e relações filogenéticas entre a bexiga natatória e o pulmão dos animais terrestres

A bexiga natatória está relacionada evolutivamente com o pulmão dos animais terrestres. Pensa-se que os primeiros pulmões eram simples sacos onde o peixe podia armazenar ar da atmosfera quando a água tinha muito pouco oxigénio (hipóxia) e que evoluiram, por um lado, como pulmões e, por outro, como bexiga natatória. Durante o desenvolvimento embrionário, tanto o pulmão como a bexiga natatória têm origem numa evaginação do tubo digestivo e, em algumas espécies actuais, a bexiga natatória continua a ter uma ligação pneumática com aquele órgão. Este é um exemplo de correlação entre ontogenia e filogenia. Não existe qualquer espécie que possua ao mesmo tempo pulmões e bexiga natatória.

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