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A '''religião''' é geralmente definida como um [[Sistema social|sistema sociocultural]] de comportamentos e práticas, [[moralidade]]s, [[crença]]s, visões de mundo, textos considerados sagrados, lugares santificados, [[profecia]]s, [[ética]] ou [[Organização religiosa|organizações]], que geralmente relacionam a [[humanidade]] com elementos [[sobrenaturais]], [[Transcendência (religião)|transcendentais]] e [[espirituais]];<ref>{{citar web|url=https://www.merriam-webster.com/dictionary/religion|título=Religion - Definition of Religion by Merriam-Webster|acessodata=2019-12-16}}</ref> no entanto, não há consenso acadêmico sobre o que precisamente constitui uma religião.<ref>{{citar livro|último1=Morreall |primeiro1=John |último2=Sonn |primeiro2=Tamara |título=50 Great Myths of Religion |capítulo=Myth 1: All Societies Have Religions |data=2013 |publicado=[[John Wiley & Sons|Wiley]]-Blackwell|isbn=978-0-470-67350-8 |páginas=12–17}}</ref><ref name=Nongbri1>{{citar livro|último1=Nongbri |primeiro1=Brent |título=Before Religion: A History of a Modern Concept|página=152|data=2013 |publicado=Yale University Press |isbn=978-0-300-15416-0}}</ref>
[[Ficheiro:Religious syms.svg|thumb|250px|Símbolos que representam diferentes religiões do mundo, da esquerda para a direita:<br />Linha 1: [[cristianismo]], [[judaísmo]], [[hinduísmo]]<br />Linha 2: [[islamismo]], [[budismo]], [[xintoísmo]]</br />Linha 3: [[siquismo]], [[bahai]], [[jainismo]]]]
'''Religião''' (do latim  ''religio, -onis'') é um conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a [[humanidade]] com a [[espiritualidade]] e seus próprios [[Moral|valores morais]].{{nota de rodapé| Embora a religião seja difícil de definir, um modelo padrão de religião, usado em cursos de [[estudos religiosos]], foi proposto por [[Clifford Geertz]], que simplesmente a considerara um "sistema cultural" (Clifford Geertz, ""Religião como Sistema Cultural'', 1973). A crítica do modelo de Geertz por [[Talal Asad]] categorizou a religião como "uma categoria [[antropologia| antropológica]]" (Talal Asad,''A Construção da Religião como uma''categoria antropológica, 1982.)''}} Muitas religiões têm [[Mitologia|narrativas]], [[símbolo]]s, [[Tradição|tradições]] e histórias sagradas que se destinam a dar [[Sentido da vida|sentido à vida]] ou explicar a [[Origem da vida|sua origem]] e do [[universo]]. As religiões tendem a derivar a [[Moral#Religião|moralidade]], a [[ética]], as [[Direito religioso|leis religiosas]] ou um [[estilo de vida]] preferido de suas ideias sobre o [[cosmos]] e a [[natureza humana]].


A palavra religião é muitas vezes usada como sinônimo de ''[[]]'' ou ''[[Sistema de crenças|sistema de crença]]'', mas a religião difere da [[crença]] privada na medida em que tem um aspecto público. A maioria das religiões tem comportamentos organizados, incluindo [[hierarquia]]s [[Clero|clericais]], uma definição do que constitui a adesão ou filiação, congregações de [[leigo]]s, reuniões regulares ou serviços para fins de [[veneração]] ou adoração de uma [[divindade]] ou para a [[oração]], lugares (naturais ou arquitetônicos) e/ou [[Livro sagrado|escrituras]] sagradas para seus praticantes. A prática de uma religião pode também incluir [[Sermão|sermões]], comemoração das atividades de um [[deus]] ou [[deuses]], [[sacrifício]]s, [[Festival|festivais]], [[festa]]s, [[transe]], [[Iniciação|iniciações]], [[Funeral|serviços funerários]], [[Matrimônio|serviços matrimoniais]], [[meditação]], [[música]], [[arte]], [[dança]], ou outros aspectos religiosos da [[cultura]] humana.
Diferentes religiões podem ou não conter vários elementos que vão desde o [[Divindade|divino]],{{sfn|James|1902|p=31}} [[Sagrado|coisas sagradas]],{{sfn|Durkheim|1915|p=}} [[]],<ref name="Tillich, P. 1957 p.1">Tillich, P. (1957) ''Dynamics of faith''. Harper Perennial; (p. 1).</ref> um ser sobrenatural ou seres sobrenaturais<ref name="vergote">Vergote, A. (1996) ''Religion, Belief and Unbelief. A Psychological Study'', Leuven University Press. (p. 16)</ref> ou "algum tipo de ultimidade e [[Transcendência (religião)|transcendência]] que fornecerá normas e poder para o resto da vida".<ref name="Paul James and Peter Mandaville 2010">{{citar livro|último1=James |primeiro1=Paul |último2=Mandaville |primeiro2=Peter |ano=2010 |name-list-style=amp |título=Globalization and Culture, Vol. 2: Globalizing Religions |url=https://www.academia.edu/4416072 |publicado=Sage Publications |local=Londres}}</ref> As práticas religiosas podem incluir [[rituais]], [[sermões]], comemoração ou veneração (de divindades e/ou [[santo]]s), [[sacrifício]]s, festivais, festas, [[transe]]s, iniciações, serviços [[Funerária|funerários]], serviços [[Matrimônio|matrimoniais]], [[meditação]], [[oração]], [[Música religiosa|música]], [[arte]], [[dança]], [[serviço público]] ou outros aspectos da [[cultura humana]]. As religiões têm histórias e narrativas que podem ser preservadas em escrituras, símbolos e lugares sagrados, que visam principalmente dar [[Sentido da vida|sentido à vida]]. As religiões podem conter histórias simbólicas ou metafóricas, que às vezes são consideradas verdadeiras pelos seguidores, que também podem tentar explicar a [[origem da vida]], o [[universo]] e outros fenômenos. Tradicionalmente, a fé, além da [[razão]], tem sido considerada uma fonte de crenças religiosas.<ref name="iep.utm.edu">[http://www.iep.utm.edu/faith-re/ Faith and Reason] by James Swindal, in the ''Internet Encyclopedia of Philosophy''.</ref>


O [[História das religiões|desenvolvimento da religião]] assumiu diferentes formas em diferentes culturas. Algumas religiões colocam a tônica na crença, enquanto outras enfatizam a prática. Algumas religiões focam na experiência religiosa subjetiva do indivíduo, enquanto outras consideram as atividades da comunidade religiosa como mais importantes. Algumas religiões afirmam serem ''[[Religião mundial|universais]]'', acreditando que suas leis e [[cosmologia]] são válidas ou obrigatórias para todas as pessoas, enquanto outras se destinam a serem praticadas apenas por um grupo bem definido ou localizado. Em muitos lugares, a religião tem sido associada com instituições públicas, como [[educação|escolas]] , [[Hospital|hospitais]], [[família]], [[governo]] e hierarquias [[política]]s.
Há uma estimativa de 10 mil religiões diferentes em todo o mundo.<ref>{{citar livro|autor1= African Studies Association|autor2=University of Michigan|título=History in Africa |data=2005 |página=119 |volume= 32}}</ref> Cerca de 84% da [[população mundial]] é afiliada ao [[cristianismo]], [[islã]], [[hinduísmo]], [[budismo]] ou alguma forma de [[religião popular]].<ref name="EB2012">{{citar web |url=http://www.pewforum.org/2012/12/18/global-religious-landscape-exec/ |título=The Global Religious Landscape |acessodata=18 de dezembro de 2012|data=2012-12-18 }}</ref> A demografia religiosamente não afiliada inclui aqueles que [[Irreligião|não se identificam com nenhuma religião em particular]], [[Ateísmo|ateus]] e [[Agnosticismo|agnósticos]]. Embora os religiosos não afiliados tenham crescido globalmente, muitos deles ainda mantêm várias crenças religiosas.<ref name="Pew Global Unaffiliated 12/2012">{{citar web |url=http://www.pewforum.org/global-religious-landscape-unaffiliated.aspx |título=Religiously Unaffiliated |obra=The Global Religious Landscape |publicado=[[Pew Research Center]]: Religion & Public Life |data=18 de dezembro de 2012 }}</ref>


Alguns acadêmicos que [[ciência da religião|estudam o assunto]] têm dividido as religiões em três categorias amplas: [[Religião mundial|religiões mundiais]], um termo que se refere à crenças transculturais e internacionais, [[religiões indígenas]], que se refere a grupos religiosos menores, oriundos de uma cultura ou nação específica e o [[novo movimento religioso]], que refere-se a crenças recentemente desenvolvidas.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=V_3xpSutyboC&printsec=frontcover&dq=Indigenous+Religions:+A+Companion.&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjIn9q77_rTAhWJGpAKHfqWB88Q6AEIIzAA|título=Indigenous Religions: A Companion|ultimo=Harvey|primeiro=Graham|data=2000-11-01|editora=Bloomsbury Publishing|lingua=en|isbn=9780826426567}}</ref> Uma teoria acadêmica moderna sobre a religião, o [[construtivismo social]], diz que a religião é um conceito moderno que sugere que toda a prática espiritual e adoração segue um modelo semelhante ao das [[religiões abraâmicas]], como um sistema de orientação que ajuda a interpretar a realidade e definir os [[seres humanos]]<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=sRO34nfz04QC&printsec=frontcover&dq=Religion,+belief+and+unbelief:+a+psychological+study&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiFkIzK7_rTAhXGC5AKHZqbAogQ6AEIIzAA#v=onepage&q=Religion,%20belief%20and%20unbelief:%20a%20psychological%20study&f=false|título=Religion, Belief and Unbelief: A Psychological Study|ultimo=Vergote|primeiro=Antoine|data=1997|editora=Leuven University Press|lingua=en|isbn=9789061867517}}</ref> e, assim, a religião, como um conceito, tem sido aplicado de forma inadequada para culturas não [[Mundo ocidental|ocidentais]] que não são baseadas em tais sistemas ou em que estes sistemas são uma construção substancialmente mais comum.
O [[estudo da religião]] compreende uma ampla variedade de disciplinas acadêmicas, como [[teologia]], [[religião comparada]] e estudos científicos sociais. As [[teorias da religião]] oferecem várias explicações para as origens e o funcionamento da religião, incluindo os fundamentos [[ontológico]]s do ser e da crença religiosos.<ref>{{citar livro|ano= 2018 |último1= James |primeiro1= Paul | author-link1= Paul James (academic) |capítulo= What Does It Mean Ontologically to Be Religious? |título= Religion in a Secular Age: The Struggle for Meaning in an Abstracted World |editor=Stephen Ames |editor2=Ian Barns |editor3=John Hinkson |editor4=Paul James |editor5=Gordon Preece |editor6=Geoff Sharp|capítulourl= https://www.academia.edu/37278937 |publicado= Arena Publications |páginas= 56–100}}</ref>


== Etimologia ==
== Etimologia ==
{{Religião por país}}
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Historicamente foram propostas várias etimologias para a origem de ''religio''. [[Cícero]], na sua obra ''De natura deorum'', ([[45]] a.C.) afirma que o termo se refere a ''relegere'', reler, sendo característico das pessoas religiosas prestarem muita atenção a tudo o que se relacionava com os deuses, relendo as escrituras. Esta proposta etimológica sublinha o carácter repetitivo do fenómeno religioso, bem como o aspecto intelectual. Mais tarde, [[Lactâncio]] ([[século III]] e [[século IV|IV]] d.C.) rejeita a interpretação de Cícero e afirma que o termo vem de ''religare'', 'religar', argumentando que a religião é um laço de piedade que serve para religar os seres humanos a Deus.
Historicamente foram propostas várias etimologias para a origem de ''religio''. [[Cícero]], na sua obra ''De natura deorum'', ([[45]] a.C.) afirma que o termo se refere a ''relegere'', reler, sendo característico das pessoas religiosas prestarem muita atenção a tudo o que se relacionava com os deuses, relendo as escrituras. Esta proposta etimológica sublinha o carácter repetitivo do fenómeno religioso, bem como o aspecto intelectual. Mais tarde, [[Lactâncio]] ([[século III]] e [[século IV|IV]] d.C.) rejeita a interpretação de Cícero e afirma que o termo vem de ''religare'', 'religar', argumentando que a religião é um laço de piedade que serve para religar os seres humanos a Deus.
No livro "A Cidade de Deus" [[Agostinho de Hipona]] ([[século IV]] d.C.) afirma que ''religio'' deriva de ''religere'', "reeleger". Através da religião a humanidade reelegia de novo a [[Deus]], do qual se tinha separado. Mais tarde, na obra ''De vera religione'', Agostinho retoma a interpretação de Lactâncio, que via em ''religio'' uma relação com "religar".<ref>{{citar web |url=http://www.etymonline.com/index.php?term=religion |título= religion etymology|publicado=''Online Etymology Dictionary''|língua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.etimo.it/?term=religione&find=Cerca|titulo=Etimologia: religione;|data=|acessodata=2017-05-19|obra=www.etimo.it|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=italiano}}</ref>


[[Macróbio]] ([[século V]] d.C.) considera que ''religio'' deriva de ''relinquere'', 'deixar para trás'.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=1swUAAAAIAAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false|título=Calvin's commentary on Seneca's De clementia / with introd., transl., and notes|ultimo=Battles|primeiro=Ford Lewis|ultimo2=Battles|primeiro2=Lucius Annaeus Seneca, Ford Lewis|data=1969|editora=Brill Archive|ano=|local=|páginas=|lingua=en|acessodata=}}</ref>
No livro "A Cidade de Deus" [[Agostinho de Hipona]] ([[século IV]] d.C.) afirma que ''religio'' deriva de ''religere'', "reeleger". Através da religião a humanidade reelegia de novo a [[Deus]], do qual se tinha separado. Mais tarde, na obra ''De vera religione'', Agostinho retoma a interpretação de Lactâncio, que via em ''religio'' uma relação com "religar".<ref>{{citar web |url=http://www.etymonline.com/index.php?term=religion |título= religion etymology|publicado=''Online Etymology Dictionary''|língua=en}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.etimo.it/?term=religione&find=Cerca|titulo=Etimologia: religione;|data=|acessodata=2017-05-19|obra=www.etimo.it|publicado=|ultimo=|primeiro=|lingua=italiano}}</ref> [[Macróbio]] ([[século V]] d.C.) considera que ''religio'' deriva de ''relinquere'', 'deixar para trás'.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=1swUAAAAIAAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false|título=Calvin's commentary on Seneca's De clementia / with introd., transl., and notes|ultimo=Battles|primeiro=Ford Lewis|ultimo2=Battles|primeiro2=Lucius Annaeus Seneca, Ford Lewis|data=1969|editora=Brill Archive|local=|páginas=|lingua=en|acessodata=}}</ref> Segundo outras fontes, a raiz da palavra ''religião'' tem ligações com o ''-lig-'', de 'diligente' ou 'inteligente', ou com ''le-, lec-, -lei, -leg-'' de "ler", "lecionar", "eleitor" e "eleger" respectivamente. o ''re-'' inicial é um prefixo que vem de red(i) "vir", "voltar" como em "reditivo" ou "relíquia"<ref>{{Citar web|url=https://archive.org/stream/DictionnaireEtymologiqueDeLaLangueLatine/Dictionnaire%20etymologique%20de%20la%20langue%20latine#page/n291/mode/2up|titulo=Dictionnaire Etymologique De La Langue Latine, Ernout - Meillet|acessodata=2017-05-19|obra=archive.org}}</ref>
 
Segundo outras fontes, a raiz da palavra ''religião'' tem ligações com o ''-lig-'', de 'diligente' ou 'inteligente', ou com ''le-, lec-, -lei, -leg-'' de "ler", "lecionar", "eleitor" e "eleger" respectivamente. o ''re-'' inicial é um prefixo que vem de red(i) "vir", "voltar" como em "reditivo" ou "relíquia" <ref>{{Citar web|url=https://archive.org/stream/DictionnaireEtymologiqueDeLaLangueLatine/Dictionnaire%20etymologique%20de%20la%20langue%20latine#page/n291/mode/2up|titulo=Dictionnaire Etymologique De La Langue Latine, Ernout - Meillet|acessodata=2017-05-19|obra=archive.org}}</ref>
 
A palavra "religião" foi usada durante séculos no contexto cultural da [[Europa]], marcado pela presença do cristianismo que se apropriou do termo latino ''religio''. Em outras civilizações não existe uma palavra equivalente. O hinduísmo antigo utilizava a palavra ''rita'' que apontava para a ordem cósmica do mundo, com a qual todos os seres deveriam estar harmonizados e que também se referia à correta execução dos ritos pelos [[brâmane]]s. Mais tarde, o termo foi substituído por ''dharma'', termo que atualmente é também usado pelo budismo e que exprime a ideia de uma lei divina e eterna.
 
== Primeiras manifestações religiosas ==
Há muito tempo se discute, qual teria sido a primeira religião da humanidade, do ponto de vista histórico, os primeiros registros de manifestações religiosas datam da antiguidade, na Mesopotâmia, pois estes foram os primeiros povos a registrar sua historia através da escrita, porem as manifestações religiosas são muito mais antigas, e eram praticadas por diversos povos ao redor do mundo antes mesmo dos mesopotâmios registrarem as suas, como atesta a arqueologia.
 
Muitas teorias têm tentado explicar qual seria a primeira religião, até o [[século XVIII]], incentivado pelo [[cristianismo]] era comum a ideia de que a primeira religião do mundo era [[Monoteísmo|monoteísta]], centrada em um único [[Javé|Deus]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=iEtZAAAAMAAJ&q=primeira+religi%C3%A3o+monoteismo+s%C3%A9culo+XVIII&dq=primeira+religi%C3%A3o+monoteismo+s%C3%A9culo+XVIII&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwitmeCisprgAhX8FLkGHTqzCRwQ6AEIMDAB|título=Introdução à história das religiões|data=1970|editora=Imprensa Metodista|lingua=pt}}</ref><ref name=":1">{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=dN8FAAAAQAAJ&pg=PA77&dq=primeira+religi%C3%A3o&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwj8icLBtprgAhVtD7kGHSkoAR0Q6AEIKTAA#v=onepage&q=primeira%20religi%C3%A3o&f=false|título=A religião da razão|ultimo=Cunha|primeiro=J. de Carvalho e|data=1837|lingua=pt}}</ref> Outros pesquisadores no entanto argumentam que o politeísmo já era praticado desde a pré-história, pelo mais diversos povos, antes do monoteísmo.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=aahsAAAAQBAJ&pg=PA23&dq=primeira+religi%C3%A3o&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjw1e6Ap5rgAhVOHbkGHWzPD4sQ6AEIMzAC#v=onepage&q=primeira%20religi%C3%A3o&f=false|título=História natural da religião|ultimo=Hume|primeiro=David|data=2005-01-01|editora=SciELO - Editora UNESP|lingua=pt-BR|isbn=9788539303120}}</ref><ref name=":1" /><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&id=ALdPAQAAMAAJ&q=religi%C3%A3o#v=snippet&q=primeira%20religi%C3%A3o&f=false|título=Historia universal: desde a creação do mundo atè 1862 : com a noticia dos factos mais notaveis relativos a Portugal e ao Brazil|data=1875|editora=F. A. da Silva|lingua=pt}}</ref> A partir da década de 70, surgiu a teoria do [[Religião matriarcal|matriarcado]] pré-histórico, segundo essa teoria, os povos primitivos do [[neolítico]], cultuavam uma deusa, ou grupo de deusas. Embora essa teoria tenha ganhado espaço  entre grupos ideológicos feministas e na mídia, ela não encontra respaldo e não é mais aceita entre os pesquisadores modernos, pois a maioria absoluta das evidências arqueológicas, apontam para a inexistência de um matriarcado pré-histórico.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=FAQwBCrrypkC&pg=PA226&lpg=PA226&dq=matriarcado+nunca+existiu&source=bl&ots=X6_6dlOPKt&sig=ACfU3U0JCteELfg_ISgTpzGBn7Sos2rh-Q&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwiu8Prz9_TfAhX3FLkGHVwVAPo4FBDoATADegQIBhAB#v=onepage&q=matriarcado%20nunca%20existiu&f=false|título=Cena incestuosa: abuso e violência sexual|ultimo=Cromberg|primeiro=Renata Udler|data=2001|editora=Casa do Psicólogo|lingua=pt|isbn=9788573961614}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=El matriarcado no existe, son los padres|url=https://pareceamorperonoloes.com/el-matriarcado-no-existe-son-los-padres/|obra=Parece amor pero no lo es|data=2016-10-06|acessodata=2019-02-01|lingua=es-ES}}</ref> Atualmente acredita-se que a crença na vida após a morte, e o culto aos animais e as forças da natureza, foram as primeiras formas de manifestações religiosas, realizadas pelos seres humanos, e que cada povo com o passar do tempo foi desenvolvendo sua própria religião, adequando as sua próprias necessidades.
 
== Conceitos ==
 
Existem termos que são ditos/escritos frequentemente no discurso religioso grego, romano, judeu e cristão. Entre eles estão: ''[[sacro]]'' e seus derivados (sacrar, sagrar, sacralizar, sacramentar, execrar), [[profano]] (profanar) e [[deus]](es).<ref name="InfoEscola">{{citar web |url=http://www.infoescola.com/filosofia/filosofia-da-religiao/ |título=Filosofia da Religião |acessodata=6 de agosto de 2012 |autor=Ana Lucia Santana |coautores= |data=8 de março de 2009 |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=InfoEscola |páginas= |língua= |citação= }}</ref> O conceito desses termos varia bastante conforme a época e a religião de quem os emprega. Contudo, é possível ressaltar um mínimo comum à grande parte dos conceitos atribuídos aos termos.<ref name="Conceito">{{citar web |url=http://conceito.de/religiao |título=Conceito de Religião |acessodata=6 de setembro de 2012 |autor= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=Conceito.de |páginas= |língua= |citação= }}</ref>
 
Os religiosos gregos e romanos criam na existência de vários deuses; os judeus, muçulmanos e cristãos acreditam que há apenas uma divindade, um ser impossível de ser sentido pelos sensores humanos e que é capaz de provocar acontecimentos improváveis/impossíveis que podem favorecer ou prejudicar os homens.<ref name="Conceito"/> Para grande parte das religiões,<ref name="InfoEscola"/> as coisas e as ações se dividem entre sacras e profanas. [[Sacro]] é aquilo que mantém uma ligação/relação com o(s) deus(es). Frequentemente está relacionado ao conceito de moralidade.<ref name="InfoEscola"/> [[Profano]] é aquilo que não mantém nenhuma ligação com o(s) deus(es). Da mesma forma, para grande parte das religiões a imoralidade e o profano são correspondentes. Já o verbo "profanar" (tornar algo profano) é sempre tido como uma ação má pelos religiosos.<ref name="Conceito"/>


== Definição ==
== Definição ==
{{mais notas|data=junho de 2017}}
Dentro do que se define como ''religião'' podem-se encontrar muitas crenças e filosofias diferentes. As diversas religiões do mundo são de facto muito diferentes entre si. Porém ainda assim é possível estabelecer uma característica em comum entre todas elas. É facto que toda religião possui um sistema de crenças no sobrenatural, geralmente envolvendo divindades, deuses e demónios.<ref name="Grupo Escolar"/> As religiões costumam também possuir relatos sobre a origem do [[Universo]], da [[Terra]] e do [[Homem]], e o que acontece após a [[morte]]. A maior parte crê na [[vida após a morte]].<ref name="Grupo Escolar">{{citar web |url=http://www.grupoescolar.com/pesquisa/o-que-e-religiao.html |título=O que é religião |acessodata=6 de setembro de 2012 |autor= |data=25 de junho de 2008 |mes= |formato= |obra= |publicado=Grupo Escolar |páginas= |língua= |citação= }}</ref>


Dentro do que se define como ''religião'' podem-se encontrar muitas crenças e filosofias diferentes. As diversas religiões do mundo são de facto muito diferentes entre si. Porém ainda assim é possível estabelecer uma característica em comum entre todas elas. É facto que toda religião possui um sistema de crenças no sobrenatural, geralmente envolvendo divindades, deuses e demónios.<ref name="Grupo Escolar"/> As religiões costumam também possuir relatos sobre a origem do [[Universo]], da [[Terra]] e do [[Homem]], e o que acontece após a [[morte]]. A maior parte crê na [[vida após a morte]].<ref name="Grupo Escolar">{{citar web |url=http://www.grupoescolar.com/pesquisa/o-que-e-religiao.html |título=O que é religião |acessodata=6 de setembro de 2012 |autor= |coautores= |data=25 de junho de 2008 |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=Grupo Escolar |páginas= |língua= |citação= }}</ref>
Existem termos que são ditos/escritos frequentemente no discurso religioso grego, romano, judeu e cristão. Entre eles estão: ''[[sacro]]'' e seus derivados (sacrar, sagrar, sacralizar, sacramentar, execrar), [[Profanação|profano]] (profanar) e [[deus]](es).<ref name="InfoEscola">{{citar web |url=http://www.infoescola.com/filosofia/filosofia-da-religiao/ |título=Filosofia da Religião |acessodata=6 de agosto de 2012 |autor=Ana Lucia Santana |data=8 de março de 2009 |mes= |formato= |obra= |publicado=InfoEscola |páginas= |língua= |citação= }}</ref> O conceito desses termos varia bastante conforme a época e a religião de quem os emprega. Contudo, é possível ressaltar um mínimo comum à grande parte dos conceitos atribuídos aos termos.<ref name="Conceito">{{citar web |url=http://conceito.de/religiao |título=Conceito de Religião |acessodata=6 de setembro de 2012 |autor= |data= |mes= |formato= |obra= |publicado=Conceito.de |páginas= |língua= |citação= }}</ref>


A religião não é apenas um fenômeno individual, mas também um fenômeno social. Exemplos de doutrinas que exigem não só uma fé individual, mas também adesão a um certo grupo social, são as doutrinas da [[Igreja Católica]], do [[judaísmo]], dos ''[[amish]]''.
Os religiosos gregos e romanos criam na existência de vários deuses; os judeus, muçulmanos e cristãos acreditam que há apenas uma divindade, um ser impossível de ser sentido pelos sensores humanos e que é capaz de provocar acontecimentos improváveis/impossíveis que podem favorecer ou prejudicar os homens.<ref name="Conceito"/> Para grande parte das religiões,<ref name="InfoEscola"/> as coisas e as ações se dividem entre sacras e profanas. [[Sacro]] é aquilo que mantém uma ligação/relação com o(s) deus(es). Frequentemente está relacionado ao conceito de moralidade.<ref name="InfoEscola"/> Profano é aquilo que não mantém nenhuma ligação com o(s) deus(es). Da mesma forma, para grande parte das religiões a imoralidade e o profano são correspondentes. Já o verbo "profanar" (tornar algo profano) é sempre tido como uma ação má pelos religiosos.<ref name="Conceito"/>


A ideia de "religião", com muita frequência, contempla a existência de seres superiores que teriam influência ou poder de determinação no destino humano. Esses seres são principalmente deuses, que ficam no topo de um sistema que pode [[wikt:pt:Incluir|incluir]] várias categorias: [[anjo]]s, [[demônio]]s, [[Elemental|elementais]], [[semideus]]es, etc.
== História ==
{{AP|História das religiões}}


Outras definições mais amplas de religião dispensam a ideia de divindades e focalizam os papéis de desenvolvimento de [[Valor (filosofia)|valores]] [[Moral|morais]], códigos de conduta e senso cooperativo em uma comunidade.<ref name="Grupo Escolar"/>
Muitas teorias têm tentado explicar qual seria a primeira religião, até o [[século XVIII]], incentivado pelo [[cristianismo]] era comum a ideia de que a primeira religião do mundo era [[Monoteísmo|monoteísta]], centrada em um único [[Javé|Deus]].<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=iEtZAAAAMAAJ&q=primeira+religi%C3%A3o+monoteismo+s%C3%A9culo+XVIII&dq=primeira+religi%C3%A3o+monoteismo+s%C3%A9culo+XVIII&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwitmeCisprgAhX8FLkGHTqzCRwQ6AEIMDAB|título=Introdução à história das religiões|data=1970|editora=Imprensa Metodista|lingua=pt}}</ref><ref name=":1">{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=dN8FAAAAQAAJ&pg=PA77&dq=primeira+religi%C3%A3o&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwj8icLBtprgAhVtD7kGHSkoAR0Q6AEIKTAA#v=onepage&q=primeira%20religi%C3%A3o&f=false|título=A religião da razão|ultimo=Cunha|primeiro=J. de Carvalho e|data=1837|lingua=pt}}</ref> Outros pesquisadores no entanto argumentam que o politeísmo já era praticado desde a pré-história, pelo mais diversos povos, antes do monoteísmo.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=aahsAAAAQBAJ&pg=PA23&dq=primeira+religi%C3%A3o&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjw1e6Ap5rgAhVOHbkGHWzPD4sQ6AEIMzAC#v=onepage&q=primeira%20religi%C3%A3o&f=false|título=História natural da religião|ultimo=Hume|primeiro=David|data=2005-01-01|editora=SciELO - Editora UNESP|lingua=pt-BR|isbn=9788539303120}}</ref><ref name=":1" /><ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&id=ALdPAQAAMAAJ&q=religi%C3%A3o#v=snippet&q=primeira%20religi%C3%A3o&f=false|título=Historia universal: desde a creação do mundo atè 1862 : com a noticia dos factos mais notaveis relativos a Portugal e ao Brazil|data=1875|editora=F. A. da Silva|lingua=pt}}</ref> A partir da década de 70, surgiu a teoria do [[Religião matriarcal|matriarcado]] pré-histórico, segundo essa teoria, os povos primitivos do [[neolítico]], cultuavam uma deusa, ou grupo de deusas. Embora essa teoria tenha ganhado espaço  entre grupos ideológicos feministas e na mídia, ela não encontra respaldo e não é mais aceita entre os pesquisadores modernos, pois a maioria absoluta das evidências arqueológicas, apontam para a inexistência de um matriarcado pré-histórico.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=FAQwBCrrypkC&pg=PA226&lpg=PA226&dq=matriarcado+nunca+existiu&source=bl&ots=X6_6dlOPKt&sig=ACfU3U0JCteELfg_ISgTpzGBn7Sos2rh-Q&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwiu8Prz9_TfAhX3FLkGHVwVAPo4FBDoATADegQIBhAB#v=onepage&q=matriarcado%20nunca%20existiu&f=false|título=Cena incestuosa: abuso e violência sexual|ultimo=Cromberg|primeiro=Renata Udler|data=2001|editora=Casa do Psicólogo|lingua=pt|isbn=9788573961614}}</ref><ref>{{Citar web|titulo=El matriarcado no existe, son los padres|url=https://pareceamorperonoloes.com/el-matriarcado-no-existe-son-los-padres/|obra=Parece amor pero no lo es|data=2016-10-06|acessodata=2019-02-01|lingua=es-ES}}</ref>
 
[[Ateísmo]] é a ausência de crença em qualquer tipo de deus, muitas vezes se contrapondo às religiões teístas. [[Agnosticismo]] é a postura filosófica que afirma ser impossível saber racionalmente sobre a existência ou inexistência de deuses e sobre a veracidade de qualquer religião teísta, por falta de provas favoráveis ou contrárias.<ref name="InfoEscola"/> [[Deísmo]] é a crença na existência de um Deus criador, mas questiona a ideia de revelação divina.
 
Algumas religiões não consideram deidades, e podem ser consideradas como ateístas (apesar do ateísmo não ser uma religião, ele pode ser uma ''característica'' de uma religião). É o caso do [[budismo]], do [[confucionismo]] e do [[taoísmo]]. Recentemente surgiram movimentos especificamente voltados para uma prática religiosa (ou similar) da parte de deístas, agnósticos e ateus - como exemplo podem ser citados o [[Humanismo Laico]] e o Unitário-Universalismo. Outros criaram sistemas filosóficos alternativos como [[August Comte]], fundador da [[Religião da Humanidade]].
 
As religiões que afirmam a existência de [[deus]]es podem ser classificadas em dois tipos: monoteísta ou politeísta. As religiões monoteístas ([[monoteísmo]]) admitem somente a existência de um único deus, um ser supremo. As religiões politeístas ([[politeísmo]]) admitem a existência de mais de um deus.
 
Atualmente, as religiões monoteístas são dominantes no mundo: [[judaísmo]], [[cristianismo]] e [[Islão|islamismo]], juntos, agregam mais da metade dos seres humanos e quase a totalidade do [[Ocidente|mundo ocidental]]. Além destas, o [[zoroastrismo]], a [[Fé Bahá'í|fé bahá'i]], o [[espiritismo]] e [[Bnei Noah|bnei noah]] são religiões monoteístas.


== Movimentos religiosos ==
== Movimentos religiosos ==
{{AP|Principais grupos religiosos|Demografia das populações por religião|Lista de países por principais grupos religiosos}}
{{AP|Principais grupos religiosos}}
{{mais notas|data=junho de 2017}}
{{VT|Demografia das populações por religião|Lista de países por principais grupos religiosos}}
 
[[Imagem:Religion distribution.png|thumb|upright=1.8|Distribuição geográfica das religiões mundiais ao redor do mundo.]]
[[Ficheiro:Religion distribution.png|thumb|450px|Religiões predominantes no mundo.]]
 
Esta classificação procura agrupar as religiões com base em critérios geográficos, como a concentração numa determinada região ou o facto de certas religiões terem nascido na mesma região do mundo. As categorias mais empregues são as seguintes:
* ''[[Religiões abraâmicas]]'': [[judaísmo]], [[cristianismo]], [[islamismo]], [[Fé Bahá'í|fé bahá'í]];
* ''[[Religiões da Ásia Oriental]]'': [[confucionismo]], [[taoismo]], [[budismo]] [[mahayana]] e [[xintoísmo]];
* ''[[Religiões da Índia]]'': [[hinduísmo]], [[jainismo]], [[budismo]] e [[siquismo]];
* ''[[Religiões africanas]]'': religiões dos povos tribais da [[África Negra]];
* Religiões da [[Oceania]]: religiões dos povos das ilhas do Pacífico, da [[Austrália]] e da [[Nova Zelândia]];
* Religiões da Antiga [[Grécia]] e [[Roma]].
* [[zoroastrismo]]
 
Esta classificação não se refere à forma como tais religiões estão distribuídas hoje pela Terra, mas às regiões onde elas surgiram. Fundamenta-se no fato de que as religiões nascidas em regiões próximas mantém também proximidades em relação aos seus credos, por exemplo: as religiões nascidas no Oriente Médio em geral são monoteístas e submetem seus crédulos a forte regime de proibições e obrigações, sempre se utilizando de ameaças pós-morte como a do inferno cristão. Já as religiões nascidas no Oriente Distante são politeístas ou espiritualistas (não pregam a existência de nenhum deus, mas acreditam em forças espirituais) e são mais flexíveis quanto suas normas morais.
 
A distribuição atual das religiões não corresponde às suas origens, já que algumas perderam força em suas regiões nativas e ganharam participação em outras partes do planeta, um exemplo básico é o cristianismo, que é minoritário no Oriente Médio (onde surgiu) e majoritário em todo o Ocidente e na Oceania (para onde migrou).
 
=== Mundo contemporâneo ===
[[Ficheiro:Religion importance (2002).png|thumb|450px|Percentagem de cidadãos por país que consideram a religião ''"muito importante"'']]
Desde os finais do [[século XIX]], e em particular desde a segunda metade do [[século XX]], o papel da religião, bem como seu número de aderentes, tem se alterado profundamente.


Alguns países cuja tradição religiosa esteve historicamente ligada ao cristianismo, em concreto os países da Europa, experimentaram um significativo declínio da religião. Este declínio manifestou-se na diminuição do número de pessoas que frequenta serviços religiosos ou do número de pessoas que desejam abraçar uma vida [[monasticismo|monástica]] ou ligada ao [[sacerdócio]].
Os principais [[religião|sistemas religiosos]] e tradições espirituais do mundo podem ser classificadas em um pequeno grupo de '''religiões mundiais''', mas não há um critério definido para o termo. A busca por uma definição começou no século XVIII, quando tentou-se observar o nível de [[civilidade]] das sociedades humanas ao redor do mundo.<ref>{{citar livro|primeiro =Tomoko |último =Masuzawa |título=The Invention of World Religions |local=Chicago [[University of Chicago Press]] |ano=2005 |isbn=978-0-226-50989-1|lingua=Inglês}}</ref>


Em contraste, nos [[Estados Unidos]], na [[América Latina]] e na [[África subsariana]], o cristianismo cresce significativamente; para alguns estudiosos{{quem?}} estes locais serão num futuro próximo os novos centros desta religião. O islão é actualmente a religião que mais cresce em número de adeptos, que não se circunscrevem ao mundo árabe, mas também ao sudeste asiático, e a comunidades na Europa e no continente americano. O hinduísmo, o budismo e o xintoísmo têm a sua grande área de influência no [[Extremo Oriente]], embora as duas primeiras tradições influenciem cada vez mais a espiritualidade dos habitantes do mundo ocidental. A [[Índia]], onde cerca de 80 por cento da população é hindu, é um dos países mais religiosos do mundo, ficando em segundo lugar, após os [[Estados Unidos]]. As explicações para o crescimento das religiões nestas regiões incluem a desilusão com as grandes [[ideologia]]s do século XIX e XX, como o [[nacionalismo]] e o [[socialismo]]. O [[protestantismo]], que vem crescendo nos países da [[América Latina]], iniciou-se com [[Martinho Lutero]], na [[reforma protestante]] do século XVI.
De acordo com ''[[The World Factbook]]'', elaborado pela [[CIA]] com dados de 2012, os sistemas religiosos e espirituais com maior número de adeptos em relação a [[população mundial]] são: [[cristianismo]] (28%); [[islamismo]] (22%); [[hinduísmo]] (15%); [[budismo]] (8,5%); [[Irreligião|pessoas sem religião]] (12%) e outros (14,5%).<ref>{{citar web|url=https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/xx.html |título=People and Society |obra=[[The World Factbook]] |publicado=[[Central Intelligence Agency|CIA]] |ano=2012}}</ref> Estudos conduzidos pela [[Pew Research Center]] em 2009 mostram que, geralmente, [[País em desenvolvimento|nações mais pobres]] têm maior proporção de cidadãos que consideram a religião muito importante do que em [[País desenvolvido|nações ricas]], com exceção aos [[Estados Unidos]] e [[Kuwait]].<ref>{{citar web|título= Income and Religiosity |acessodata= 14 de setembro de 2009 |autor = Pew Research Center | url = http://benmuse.typepad.com/ben_muse/2008/01/wealth-and-reli.html |data= 1 de janeiro de 2008}}</ref>


Por outro lado, o [[mundo ocidental]] é marcado por práticas religiosas sincréticas, ligadas a uma "religião individual" de cada um faz para si e ao surgimento dos chamados "novos movimentos religiosos". Embora nem todos esses movimentos sejam assim tão recentes, o termo é usado para se referir a movimentos neocristãos (Movimento de Jesus), judaico-cristãos (Judeus por Jesus), movimentos de inspiração oriental ([[Movimento Hare Krishna]]) e a grupos que apelam ao desenvolvimento do potencial humano através por exemplo de técnicas de meditação ([[Meditação Transcendental]]). Também presente na Europa e nos Estados Unidos da América é aquilo que os investigadores designam como uma "nebulosa místico-esotérica", que apela a práticas como o [[xamanismo]], o [[tarot]], a [[astrologia]], os mistérios e cuja actividades giram em torno da organização de conferências, estágios, revistas e livros. Algumas das características desta nebulosa místico-esotérica são as centralidades do indivíduo que deve percorrer um caminho pessoal de aperfeiçoamento através da utilização de práticas como o [[ioga]], a [[meditação]], a ideia de que todas as religiões podem convergir, o desejo de paz mundial e do surgimento de uma nova era marcada por um nível superior de consciência.
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==Mídia==
== Estudo da religião ==
 
{{AP|Ciência da religião}}
Em [[23 de dezembro]] de [[1999]] em seu número especial por ocasião da mudança do milênio, a revista [[The Economist]] publicou uma nota necrológica de Deus,<ref>{{citar web|url=http://www.economist.com/specialreports/displaystory.cfm?story_id=347578|data=23 de dezembro de 1999|acessodata=21 de novembro de 2008|publicado=|ultimo=|primeiro=|autor=|título=After a lengthy career, the Almighty recently passed into history. Or did he?|trabalho=The Economist}}</ref> e afirmou mais tarde ter agido precipitadamente. Num longo noticiário de [[3 de novembro]] de [[2007]], reconhece que apesar do prognóstico laicista ou secularista, a fé sobrevive. O noticiário concluiu que para um político ou estadista seria um erro muito perigoso ignorar ou legar a um segundo plano a religião.<ref>{{citar web|url=http://www.economist.com/specialreports/displaystory.cfm?story_id=10015255|data=1 de Novembro de 2007|acessodata=21 de novembro de 2008|publicado=|ultimo=|primeiro=|autor=|título=In God's name|trabalho=The Economist}}</ref> A temática em torno de religião e sobre [[Deus]] também tomou conta do debate político na [[África]] em [[2010]] e ganhou espaço na campanha eleitoral, candidatos são obrigados a responder perguntas sobre religião e se veem compelidos a participar de cultos.<ref>{{citar web|url=http://www.lemonde.fr/web/article/0,1-0@2-3222,36-993663,0.html|data=26 de Dezembro de 2007|acessodata=21 de novembro de 2008|publicado=|ultimo=|primeiro=|autor=|título=Deus domina o debate político|trabalho=Le Monde}}</ref>
O estudo científico da religião é, atualmente, realizado por várias disciplinas das ciências sociais e humanas. A [[história das religiões]], nascida na segunda metade do século XIX, estuda a religião recorrendo aos métodos da investigação histórica. Ela estuda o contexto cultural e político em que determinada tradição religiosa emergiu. A [[sociologia da religião]] analisa as religiões como fenómenos sociais, procurando desvendar a influência dela na vida do indivíduo e da comunidade. A Sociologia da Religião tem como principais nomes [[Emile Durkheim]], [[Karl Marx]], [[Ernst Troeltsch]], [[Max Weber]] e [[Peter Berger]].
[[Imagem:Carlo Crivelli 007.jpg|thumb|[[Tomás de Aquino]]]]


== Características ==
A [[antropologia]], tradicionalmente centrada no estudo dos povos sem escrita (embora os seus campos de estudo possam ser também as modernas sociedades capitalistas), desenvolveu igualmente uma área de estudo da religião, na qual se especulou sobre as origens e funções da religião. [[John Lubbock]], no livro ''The Origin of Civilization and the Primitive Condition of Man'' apresentou um esquema evolutivo da religião: do ateísmo (entendido como ausência de ideias religiosas), passa-se para o xamanismo, o antropomorfismo, o monoteísmo e finalmente para o monoteísmo ético. Esta visão evolucionista foi colocada em questão por outros investigadores, como E.B. Taylor que considerava o [[animismo]] como a primitiva forma de religião. Na diáspora negra, o animismo acabou por tornar-se uma forma sincrética com o cristianismo católico, sobretudo, na América Latina onde encontramos formas como o candomblé do Brasil, a umbanda, a santaria em Cuba e Caribe etc.<ref>{{Citar periódico |url=https://www.revistas.uneb.br/index.php/abatira/article/view/13036 |titulo=O Candomblé e a desconstrução da noção de sincretismo religioso: |data=2021-12-15 |acessodata=2021-12-17 |jornal=Abatirá - Revista de Ciências Humanas e Linguagens |número=4 |ultimo=Araújo |primeiro=Alex Pereira de |paginas=357–388 |lingua=pt |issn=2675-6781}}</ref>


Embora cada religião apresente elementos próprios, é também possível estabelecer uma série de elementos comuns às várias religiões e que podem permitir uma melhor compreensão do fenômeno religioso.
A [[filosofia da religião]] como uma disciplina distinta é uma inovação dos últimos 200 anos, mas seus temas centrais como a existência e a natureza do divino, a humanidade da relação do homem para com ele, a natureza da religião, e o lugar da religião na vida humana, tem estado com o ser humano desde o início da [[filosofia]]. Os filósofos têm examinado tempo a verdade e a justificação racional para as alegações, e têm explorado tais fenômenos filosoficamente interessantes como a fé, a experiência religiosa, e os traços distintivos do discurso religioso. A segunda metade do século XX foi um período especialmente frutífero, com os filósofos que utilizam novos desenvolvimentos em lógica e da epistemologia para montar as duas defesas sofisticadas, e ou os ataques às afirmações religiosas.<ref name=filos>{{Citar livro
 
As religiões possuem grandes narrativas, que explicam o começo do mundo ou que legitimam a sua existência. O exemplo mais conhecido é talvez a narrativa do [[Génesis]] na tradição judaica e cristã. Quanto à legitimação da existência e da validade de um sistema religioso, este costuma apelar a uma revelação ou à obtenção de uma sabedoria por parte de um fundador, como sucede no [[budismo]], onde o [[Buda]] alcançou a iluminação enquanto meditava debaixo de uma figueira ou no [[Islão]], em que [[Muhammad]] recebeu a revelação do [[Alcorão|Corão]] de [[Deus]].
 
As religiões tendem igualmente a sacralizar determinados locais. Os motivos para essa sacralização são variados, podendo estar relacionados com determinado evento na história da religião (por exemplo, a importância do [[Muro das Lamentações]] no judaísmo ou da [[Igreja do Santo Sepulcro]] no cristianismo) ou porque a esses locais são associados acontecimentos miraculosos (santuários católicos de Fátima ou de Lourdes) ou porque são marcos de eventos religiosos relacionados à mitologia da própria religião (monumentos megalíticos, como [[Stonehenge]], no caso das [[Paganismo|religiões pagãs]]). Na [[Religião na Grécia Antiga|antiga religião grega]], os templos não eram locais para a prática religiosa, mas sim locais onde se acreditava que habitava a divindade, sendo, por isso, sagrados.
 
As religiões estabelecem que certos períodos temporais são especiais e dedicados a uma interacção com o divino. Esses períodos podem ser anuais, mensais, semanais ou podem mesmo se desenrolar ao longo de um dia. Algumas religiões consideram que certos dias da semana são sagrados ([[Shabat]] para os judeus, sábado para os adventistas e alguns batistas do sétimo dia, ou o domingo para a maioria das outras religiões ligadas ao [[cristianismo]]), outras marcam esses dias sagrados de acordo com fenômenos da natureza, como as fases da lua, na religião [[Wicca]], em que todo primeiro dia de lua cheia (''[[esbat]]'') é considerado sagrado. As religiões propõem festas ou períodos de [[jejum]] e [[meditação]] que se desenvolvem ao longo do ano.
 
== O estudo da religião ==
 
=== História do estudo da religião ===
{{AP|[[História das religiões]]}}
 
As primeiras reflexões sobre a religião foram feitas pelos antigos Gregos e Romanos. [[Xenofonte]] relativizou o fenómeno religioso, argumentando que cada cultura criava deuses à sua semelhança. O historiador grego [[Heródoto]] descreveu nas suas ''Histórias'' as várias práticas religiosas dos povos que encontrou durante as viagens que efetuou. Confrontado com as diferenças existentes entre a religião grega e a religião dos outros povos, tentou identificar alguns deuses das culturas estrangeiras com os deuses gregos. O [[sofista]] [[Protágoras]] declarou desconhecer se os deuses existiam ou não, posição que teve como consequências a sua expulsão de [[Atenas]] e o queimar de toda a sua obra. [[Crítias]] defendeu que a religião servia para disciplinar os seres humanos e fazer com que estes aderissem aos ideais da virtude e da justiça. [[Júlio César]] e o historiador [[Tácito]] descreveram nas suas obras as práticas religiosas dos povos que encontraram durante as suas conquistas militares.
 
Nos primeiros séculos da era atual, os autores cristãos produziram reflexões em torno da religião fruto dos ataques que experimentaram por parte dos autores pagãos. Estes criticavam o facto desta religião ser recente quando comparada com a antiguidade dos cultos pagãos. Como resposta a esta alegação, [[Eusébio de Cesareia]] e Agostinho de Hipona mostraram que o cristianismo se inseria na tradição das escrituras hebraicas, que relatavam a origem do mundo. Para os primeiros autores cristãos, a humanidade era de início monoteísta, mas tinha sido corrompida pelos cultos politeístas que identificavam como obra de [[Satanás]].
 
Durante a [[Idade Média]], os pensadores do mundo muçulmano revelaram um conhecimento mais profundo das religiões que os autores cristãos. Na Europa, as viagens de Marco Polo permitiram conhecer alguns aspectos das religiões da [[Ásia]], porém a visão sobre as outras religiões era limitada: o judaísmo era condenado pelo facto dos judeus terem rejeitado Jesus como messias e o [[islão]] era visto como uma [[heresia]].
 
O [[Renascimento]] foi um movimento cultural e artístico que procurava reviver os moldes da Antiguidade. Assim sendo, os antigos deuses dos gregos e dos romanos deixaram de ser vistos pela elite intelectual e artística como demónios, sendo representados e estudados pelos artistas que os representavam. [[Nicolau de Cusa]] realizou um estudo comparado entre o cristianismo e o islão em obras como ''De pace fidei'' e ''Cribatio Alcorani''. Em [[Marsílio Ficino]] encontra-se um interesse em estudar as fontes das diferentes religiões; este autor via também uma continuidade no pensamento religioso. [[Giovanni Pico della Mirandola]] interessou-se pela tradição mística do judaísmo, a [[Cabala]].
 
As descobertas e a expansão europeia pelos continentes, tiveram como consequência a exposição dos europeus a culturas e religiões que eram muito diferentes das suas. Os missionários cristãos realizaram descrições das várias religiões, entre as quais se encontram as de [[Roberto de Nobili]] e [[Matteo Ricci]], jesuítas que conheceram bem as culturas da [[Índia]] e da [[China]], onde viveram durante anos.
 
Em [[1724]], [[Joseph-François Lafitau|Joseph François Lafitau]], um padre [[jesuíta]], publicou a obra ''Moeurs des sauvages amériquains comparées aux moeurs des premiers temps'', na qual comparava as religiões dos [[Povos ameríndios|índios]], a religião da [[Antiguidade Clássica]] e o [[catolicismo]], tendo chegado à conclusão de que estas religiões derivavam de uma religião primordial.
 
Nos finais do [[século XVIII]] e no início do [[século XIX]] parte importante dos textos sagrados das religiões tinham já sido traduzidos nas principais línguas européias. No [[século XIX]] ocorre também a estruturação da [[antropologia]] como ciência, tendo vários antropólogos se dedicado ao estudo das religiões dos povos tribais. Nesta época os investigadores refletiram sobre as origens da religião, tendo alguns defendido um esquema evolutivo, no qual o [[animismo]] era a forma religiosa primordial, que depois evoluía para o [[politeísmo]] e mais tarde para o [[monoteísmo]].
 
=== Abordagens disciplinares ===
O estudo científico da religião é, atualmente, realizado por várias disciplinas das ciências sociais e humanas. A [[história das religiões]], nascida na segunda metade do século XIX, estuda a religião recorrendo aos métodos da investigação histórica. Ela estuda o contexto cultural e político em que determinada tradição religiosa emergiu.
 
A [[sociologia da religião]] analisa as religiões como fenómenos sociais, procurando desvendar a influência dela na vida do indivíduo e da comunidade. A Sociologia da Religião tem como principais nomes [[Emile Durkheim]], [[Karl Marx]], [[Ernst Troeltsch]], [[Max Weber]] e [[Peter Berger]].
 
A [[antropologia]], tradicionalmente centrada no estudo dos povos sem escrita (embora os seus campos de estudo possam ser também as modernas sociedades capitalistas), desenvolveu igualmente uma área de estudo da religião, na qual se especulou sobre as origens e funções da religião. [[John Lubbock]], no livro ''The Origin of Civilization and the Primitive Condition of Man'' apresentou um esquema evolutivo da religião: do ateísmo (entendido como ausência de ideias religiosas), passa-se para o xamanismo, o antropomorfismo, o monoteísmo e finalmente para o monoteísmo ético. Esta visão evolucionista foi colocada em questão por outros investigadores, como E.B. Taylor que considerava o [[animismo]] como a primitiva forma de religião.
 
A [[Fenomenologia da Religião|fenomenologia da religião]], que deriva da [[filosofia]] fenomenológica de [[Edmund Husserl]], tenta captar o lado único da experiência religiosa. Utiliza como principal método científico a observação, explicando os [[mito]]s, os [[símbolo]]s e os rituais. Ela procura compreender a religião do ponto de vista do crente, bem como o valor dessas crenças na vida do mesmo. Por estas razões evita os juízos de valores (conceito de ''epoje'' ou abandono de qualquer juízo de valor). Os principais nomes ligados à Fenomenologia da Religião são [[Nathan Söderblom|Nathan Soderblom]], [[Garardus van der Leeuw]], [[Rudolf Otto]], [[Friedrich Heiler]] e [[Mircea Eliade]].
====Filosofia da Religião====
[[Imagem:Carlo Crivelli 007.jpg|thumb|342x342px|Tomás de Aquino|alt=]]
A [[filosofia da religião]] como uma disciplina distinta é uma inovação dos últimos 200 anos, mas seus temas centrais como a existência e a natureza do divino, a humanidade da relação do homem para com ele, a natureza da religião, e o lugar da religião na vida humana, tem estado com o ser humano desde o início da [[filosofia]]. Os filósofos têm examinado tempo a verdade e a justificação racional para as alegações, e têm explorado tais fenômenos filosoficamente interessantes como a fé, a experiência religiosa, e os traços distintivos do discurso religioso. A segunda metade do século XX foi um período especialmente frutífero, com os filósofos que utilizam novos desenvolvimentos em lógica e da epistemologia para montar as duas defesas sofisticadas, e ou os ataques às afirmações religiosas.<ref name=filos>
{{Citar livro
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|nome=William
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|sobrenome=J. Wainwright|seção=|editor=William J. Wainwright|url=http://www.ntslibrary.com/PDF%20Books/The%20Oxford%20Handbook%20of%20Philosophy%20of%20Religion.pdf|título=Filosofia da Religião de Oxford|língua=inglês|edição=1|local=|editora=University of Wisconsin, Milwaukee|ano=2013|páginas=1|volume=|isbn=}}</ref>
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A expressão "filosofia da religião" não entrou em uso geral até o século XIX, quando foi empregada para se referir à articulação e crítica da consciência religiosa da humanidade e suas expressões culturais em pensamento, linguagem, sentindo, e prática. Historicamente, a reflexão filosófica sobre temas religiosos teve dois focos:, atitudes, sentimentos e práticas que se acreditava em primeiro lugar, [[Deus]] ou [[Brahma]] ou [[Nirvana]] ou qualquer outra coisa que seria o objeto do pensamento religioso , e, em segundo lugar, o tema religioso humano, isto é, os pensamentos, atitudes, sentimentos e a prática. O primeiro tipo de reflexão filosófica tem uma longa história. No Ocidente, por exemplo, as discussões da natureza de Deus (se ele é imutável, digamos, ou conhece o futuro, se a sua existência pode ser racionalmente demonstrada, e afins) são incorporadas em tratados teológicos tais como ''Proslogion'' de [[Anselmo de Cantuária|Anselmo]] ''e Monologion'', ''Summas'' de [[Tomás de Aquino]], ''o Guia'' de [[Maimônides]], e ''Incoerência dos Filósofos'' de [[al-Ghazali]]. Também fazem parte de sistemas metafísicos influentes como [[Platão]], [[René Descartes]] e [[Leibniz]].{{Referências|col=2}}
 
{{notas}}
 
== Bibliografia ==
* FILORAMO, Giovanni; PRANDI, Carlo. ''As Ciências das Religiões''. São Paulo: Paulus, 1999. ISBN 85-349-1460-5
* DELUMEAU, Jean (dir.). ''As Grandes Religiões do Mundo''. Lisboa: Editorial Presença, 1997. ISBN 972-23-2241-9
* MARQUES, Leonado A. ''História das Religiões e a Dialética do Sagrado''. Madras, 2005. ISBN 85-7374-952-0
 
== Ligações externas ==
{{Correlatos|
|commons      = Category:Religion
|wikisource  =
|wikiquote    = Religião
|wikilivros  =
|wikinoticias = Categoria:Religião|Religião
|wikcionario  = Religião
|wikispecies  =
}}
* {{Link|en|http://www.religioustolerance.org/rel_defn.htm|Possíveis definições de religião propostas pelos estudiosos}}
* {{Link|en|http://www.religionfacts.com/|Fatos de religião do mundo}}
* {{Link|en|http://www.law.harvard.edu/students/orgs/hrj/iss16/gunn.shtml|As dificuldades da definição de religião no direito internacional}}
* {{Link|en|http://atheism.about.com/od/religiondefinition/a/definition.htm|A definição de religião segundo Austin Cline}}
* {{Link|en|http://mongoluls.net/shashin/religiondef.shtml|Para uma definição antropológica de religião}}
* {{Link|en|http://www.darc.org/connelly/religion1.html|Mais discussão sobre o assunto}}
* {{Link|en|http://progressiveliving.org/definition_of_defined/definition_of_religion_defined.htm|Religião, orientação de vida e propósito}}
* {{Link|en|http://www.sacred-texts.com/|Textos sagrados de diversas religiões}}


== Ver também ==
== Ver também ==
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* [[Irreligião]]
* [[Irreligião]]
* [[Lista de religiões e tradições espirituais]]
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* [[Liturgia]]
* [[Metafísica]]
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* [[Mitologia]]
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* [[Milagre]]
* [[Profecia]]
* [[Principais grupos religiosos]]
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* [[Relação entre religião e ciência]]
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=== Bibliografia ===
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* Barzilai, Gad; ''Law and Religion''; The International Library of Essays in Law and Society; Ashgate (2007), {{ISBN|978-0-7546-2494-3}}
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* {{citar livro|último=Brodd |primeiro=Jeffrey |título=World Religions |publicado=Saint Mary's Press |ano=2003 |local=Winona, MN |isbn=978-0-88489-725-5}}
* Yves Coppens, ''Origines de l'homme – De la matière à la conscience'', De Vive Voix, Paris, 2010
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* Durant, Will (& Ariel (uncredited)); ''Our Oriental Heritage''; MJF Books (1997), {{ISBN|1-56731-012-5}}.
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* {{citar livro|último=Geertz|primeiro=Clifford|data=1993|capítulo=Religion as a cultural system|título=The interpretation of cultures: selected essays, Geertz, Clifford|local=London|publicado=Fontana Press|páginas=87–125}}
* [[Marija Gimbutas]] 1989. ''The Language of the Goddess''. Thames and Hudson New York
* Gonick, Larry; ''The Cartoon History of the Universe''; Doubleday, vol. 1 (1978) {{ISBN|0-385-26520-4}}, vol. II (1994) {{ISBN|0-385-42093-5}}, W.W. Norton, vol. III (2002) {{ISBN|0-393-05184-6}}.
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* {{citar livro|último=James|primeiro=William|data=1902|url=https://archive.org/details/varietiesreligi02jamegoog|título=The Varieties of Religious Experience. A Study in Human Nature|publicado=Longmans, Green, and Co.}}
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* {{citar periódico|último2=Harvey |primeiro2=John |último3=Nyborg |primeiro3=Helmuth |último1=Lynn |primeiro1=Richard |autorlink=Richard Lynn |ano=2009 |título=Average intelligence predicts atheism rates across 137 nations |periódico=[[Intelligence (journal)|Intelligence]] |volume=37 |páginas=11–15 |doi=10.1016/j.intell.2008.03.004 }}
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* [[Wilfred Cantwell Smith|Smith, Wilfred Cantwell]] (1962), ''The Meaning and End of Religion''
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* {{Link|en|http://www.religioustolerance.org/rel_defn.htm|Possíveis definições de religião propostas pelos estudiosos}}
* {{Link|en|http://www.law.harvard.edu/students/orgs/hrj/iss16/gunn.shtml|As dificuldades da definição de religião no direito internacional}}
* {{Link|en|http://atheism.about.com/od/religiondefinition/a/definition.htm|A definição de religião segundo Austin Cline}}
* [http://sites.ecclesia.pt/catolicopedia/artigo.php?id_entrada=1659 Religião - Enciclopédia Católica Popular (ecclesia.pt)]
 
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Predefinição:Religião por país A religião é geralmente definida como um sistema sociocultural de comportamentos e práticas, moralidades, crenças, visões de mundo, textos considerados sagrados, lugares santificados, profecias, ética ou organizações, que geralmente relacionam a humanidade com elementos sobrenaturais, transcendentais e espirituais;[1] no entanto, não há consenso acadêmico sobre o que precisamente constitui uma religião.[2][3]

Diferentes religiões podem ou não conter vários elementos que vão desde o divino,[4] coisas sagradas,[5] ,[6] um ser sobrenatural ou seres sobrenaturais[7] ou "algum tipo de ultimidade e transcendência que fornecerá normas e poder para o resto da vida".[8] As práticas religiosas podem incluir rituais, sermões, comemoração ou veneração (de divindades e/ou santos), sacrifícios, festivais, festas, transes, iniciações, serviços funerários, serviços matrimoniais, meditação, oração, música, arte, dança, serviço público ou outros aspectos da cultura humana. As religiões têm histórias e narrativas que podem ser preservadas em escrituras, símbolos e lugares sagrados, que visam principalmente dar sentido à vida. As religiões podem conter histórias simbólicas ou metafóricas, que às vezes são consideradas verdadeiras pelos seguidores, que também podem tentar explicar a origem da vida, o universo e outros fenômenos. Tradicionalmente, a fé, além da razão, tem sido considerada uma fonte de crenças religiosas.[9]

Há uma estimativa de 10 mil religiões diferentes em todo o mundo.[10] Cerca de 84% da população mundial é afiliada ao cristianismo, islã, hinduísmo, budismo ou alguma forma de religião popular.[11] A demografia religiosamente não afiliada inclui aqueles que não se identificam com nenhuma religião em particular, ateus e agnósticos. Embora os religiosos não afiliados tenham crescido globalmente, muitos deles ainda mantêm várias crenças religiosas.[12]

O estudo da religião compreende uma ampla variedade de disciplinas acadêmicas, como teologia, religião comparada e estudos científicos sociais. As teorias da religião oferecem várias explicações para as origens e o funcionamento da religião, incluindo os fundamentos ontológicos do ser e da crença religiosos.[13]

Etimologia

Predefinição:Religião por país

Historicamente foram propostas várias etimologias para a origem de religio. Cícero, na sua obra De natura deorum, (45 a.C.) afirma que o termo se refere a relegere, reler, sendo característico das pessoas religiosas prestarem muita atenção a tudo o que se relacionava com os deuses, relendo as escrituras. Esta proposta etimológica sublinha o carácter repetitivo do fenómeno religioso, bem como o aspecto intelectual. Mais tarde, Lactâncio (século III e IV d.C.) rejeita a interpretação de Cícero e afirma que o termo vem de religare, 'religar', argumentando que a religião é um laço de piedade que serve para religar os seres humanos a Deus.

No livro "A Cidade de Deus" Agostinho de Hipona (século IV d.C.) afirma que religio deriva de religere, "reeleger". Através da religião a humanidade reelegia de novo a Deus, do qual se tinha separado. Mais tarde, na obra De vera religione, Agostinho retoma a interpretação de Lactâncio, que via em religio uma relação com "religar".[14][15] Macróbio (século V d.C.) considera que religio deriva de relinquere, 'deixar para trás'.[16] Segundo outras fontes, a raiz da palavra religião tem ligações com o -lig-, de 'diligente' ou 'inteligente', ou com le-, lec-, -lei, -leg- de "ler", "lecionar", "eleitor" e "eleger" respectivamente. o re- inicial é um prefixo que vem de red(i) "vir", "voltar" como em "reditivo" ou "relíquia"[17]

Definição

Dentro do que se define como religião podem-se encontrar muitas crenças e filosofias diferentes. As diversas religiões do mundo são de facto muito diferentes entre si. Porém ainda assim é possível estabelecer uma característica em comum entre todas elas. É facto que toda religião possui um sistema de crenças no sobrenatural, geralmente envolvendo divindades, deuses e demónios.[18] As religiões costumam também possuir relatos sobre a origem do Universo, da Terra e do Homem, e o que acontece após a morte. A maior parte crê na vida após a morte.[18]

Existem termos que são ditos/escritos frequentemente no discurso religioso grego, romano, judeu e cristão. Entre eles estão: sacro e seus derivados (sacrar, sagrar, sacralizar, sacramentar, execrar), profano (profanar) e deus(es).[19] O conceito desses termos varia bastante conforme a época e a religião de quem os emprega. Contudo, é possível ressaltar um mínimo comum à grande parte dos conceitos atribuídos aos termos.[20]

Os religiosos gregos e romanos criam na existência de vários deuses; os judeus, muçulmanos e cristãos acreditam que há apenas uma divindade, um ser impossível de ser sentido pelos sensores humanos e que é capaz de provocar acontecimentos improváveis/impossíveis que podem favorecer ou prejudicar os homens.[20] Para grande parte das religiões,[19] as coisas e as ações se dividem entre sacras e profanas. Sacro é aquilo que mantém uma ligação/relação com o(s) deus(es). Frequentemente está relacionado ao conceito de moralidade.[19] Profano é aquilo que não mantém nenhuma ligação com o(s) deus(es). Da mesma forma, para grande parte das religiões a imoralidade e o profano são correspondentes. Já o verbo "profanar" (tornar algo profano) é sempre tido como uma ação má pelos religiosos.[20]

História

Ver artigo principal: História das religiões

Muitas teorias têm tentado explicar qual seria a primeira religião, até o século XVIII, incentivado pelo cristianismo era comum a ideia de que a primeira religião do mundo era monoteísta, centrada em um único Deus.[21][22] Outros pesquisadores no entanto argumentam que o politeísmo já era praticado desde a pré-história, pelo mais diversos povos, antes do monoteísmo.[23][22][24] A partir da década de 70, surgiu a teoria do matriarcado pré-histórico, segundo essa teoria, os povos primitivos do neolítico, cultuavam uma deusa, ou grupo de deusas. Embora essa teoria tenha ganhado espaço entre grupos ideológicos feministas e na mídia, ela não encontra respaldo e não é mais aceita entre os pesquisadores modernos, pois a maioria absoluta das evidências arqueológicas, apontam para a inexistência de um matriarcado pré-histórico.[25][26]

Movimentos religiosos

Ver artigo principal: Principais grupos religiosos

Predefinição:VT

Distribuição geográfica das religiões mundiais ao redor do mundo.

Os principais sistemas religiosos e tradições espirituais do mundo podem ser classificadas em um pequeno grupo de religiões mundiais, mas não há um critério definido para o termo. A busca por uma definição começou no século XVIII, quando tentou-se observar o nível de civilidade das sociedades humanas ao redor do mundo.[27]

De acordo com The World Factbook, elaborado pela CIA com dados de 2012, os sistemas religiosos e espirituais com maior número de adeptos em relação a população mundial são: cristianismo (28%); islamismo (22%); hinduísmo (15%); budismo (8,5%); pessoas sem religião (12%) e outros (14,5%).[28] Estudos conduzidos pela Pew Research Center em 2009 mostram que, geralmente, nações mais pobres têm maior proporção de cidadãos que consideram a religião muito importante do que em nações ricas, com exceção aos Estados Unidos e Kuwait.[29]

Quatro maiores religiões Seguidores[carece de fontes?] % da população mundial Artigo
População mundial 6,8 bilhões[30][31] Dados extraídos de artigos individuais:
Cristianismo 1,9 bilhão – 2,1 bilhões[32] 29% – 32% Cristianismo por país
Islã 1,3 bilhão – 1,57 bilhão[32][33] 19% – 21% Islão por país
Budismo 500 milhões – 1,5 bilhão[34][35] 7% – 21% Budismo por país
Hinduísmo 950 milhões – 1 bilhão 14% – 20% Hinduísmo por país
Total 4,65 bilhões – 6,17 bilhões 68,38% – 90,73%

Estudo da religião

Ver artigo principal: Ciência da religião

O estudo científico da religião é, atualmente, realizado por várias disciplinas das ciências sociais e humanas. A história das religiões, nascida na segunda metade do século XIX, estuda a religião recorrendo aos métodos da investigação histórica. Ela estuda o contexto cultural e político em que determinada tradição religiosa emergiu. A sociologia da religião analisa as religiões como fenómenos sociais, procurando desvendar a influência dela na vida do indivíduo e da comunidade. A Sociologia da Religião tem como principais nomes Emile Durkheim, Karl Marx, Ernst Troeltsch, Max Weber e Peter Berger.

A antropologia, tradicionalmente centrada no estudo dos povos sem escrita (embora os seus campos de estudo possam ser também as modernas sociedades capitalistas), desenvolveu igualmente uma área de estudo da religião, na qual se especulou sobre as origens e funções da religião. John Lubbock, no livro The Origin of Civilization and the Primitive Condition of Man apresentou um esquema evolutivo da religião: do ateísmo (entendido como ausência de ideias religiosas), passa-se para o xamanismo, o antropomorfismo, o monoteísmo e finalmente para o monoteísmo ético. Esta visão evolucionista foi colocada em questão por outros investigadores, como E.B. Taylor que considerava o animismo como a primitiva forma de religião. Na diáspora negra, o animismo acabou por tornar-se uma forma sincrética com o cristianismo católico, sobretudo, na América Latina onde encontramos formas como o candomblé do Brasil, a umbanda, a santaria em Cuba e Caribe etc.[36]

A filosofia da religião como uma disciplina distinta é uma inovação dos últimos 200 anos, mas seus temas centrais como a existência e a natureza do divino, a humanidade da relação do homem para com ele, a natureza da religião, e o lugar da religião na vida humana, tem estado com o ser humano desde o início da filosofia. Os filósofos têm examinado tempo a verdade e a justificação racional para as alegações, e têm explorado tais fenômenos filosoficamente interessantes como a fé, a experiência religiosa, e os traços distintivos do discurso religioso. A segunda metade do século XX foi um período especialmente frutífero, com os filósofos que utilizam novos desenvolvimentos em lógica e da epistemologia para montar as duas defesas sofisticadas, e ou os ataques às afirmações religiosas.[37]

Ver também

Referências

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  17. «Dictionnaire Etymologique De La Langue Latine, Ernout - Meillet». archive.org. Consultado em 19 de maio de 2017 
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  19. 19,0 19,1 19,2 Ana Lucia Santana (8 de março de 2009). «Filosofia da Religião». InfoEscola. Consultado em 6 de agosto de 2012 
  20. 20,0 20,1 20,2 «Conceito de Religião». Conceito.de. Consultado em 6 de setembro de 2012 
  21. Introdução à história das religiões (em português). [S.l.]: Imprensa Metodista. 1970 
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  23. Hume, David (1 de janeiro de 2005). História natural da religião (em português). [S.l.]: SciELO - Editora UNESP. ISBN 9788539303120 
  24. Historia universal: desde a creação do mundo atè 1862 : com a noticia dos factos mais notaveis relativos a Portugal e ao Brazil (em português). [S.l.]: F. A. da Silva. 1875 
  25. Cromberg, Renata Udler (2001). Cena incestuosa: abuso e violência sexual (em português). [S.l.]: Casa do Psicólogo. ISBN 9788573961614 
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Bibliografia

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