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  |imagem_legenda      = Casal dançando forró se apresenta na [[Virada Cultural]] de [[São Paulo]] em 2008.
  |imagem_legenda      = Casal dançando forró se apresenta na [[Virada Cultural]] de [[São Paulo]] em 2008.
  |contexto cultural    = Final do [[século XIX]], no [[Sertão nordestino]]
  |contexto cultural    = Final do [[século XIX]], em [[Pernambuco]]
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  |popularidade        = Em todo o [[Brasil]], especialmente nas regiões [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]] e [[Região Norte do Brasil|Norte do Brasil]]<ref>{{citar web|url=http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2016/02/16/interna_diversao_arte,517887/invasao-do-forro-genero-popular-no-nordeste-conquista-espaco-no-brasi.shtml|titulo=Invasão do forró: Gênero popular no Nordeste conquista espaço no Brasil|data=16 de fevereiro de 2016|acessodata=12 de abril de 2017|publicado=[[Correio Braziliense]]|ultimo=Izel|primeiro=Adriana|arquivourl=http://archive.is/RD4cA|arquivodata=12 de abril de 2017}}</ref>
  |popularidade        = Em todo o [[Brasil]], especialmente nas regiões [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]] e [[Região Norte do Brasil|Norte do Brasil]]<ref>{{citar web|url=http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2016/02/16/interna_diversao_arte,517887/invasao-do-forro-genero-popular-no-nordeste-conquista-espaco-no-brasi.shtml|titulo=Invasão do forró: Gênero popular no Nordeste conquista espaço no Brasil|data=16 de fevereiro de 2016|acessodata=12 de abril de 2017|publicado=[[Correio Braziliense]]|ultimo=Izel|primeiro=Adriana|arquivourl=http://archive.is/RD4cA|arquivodata=12 de abril de 2017}}</ref>
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O '''Forró''' é uma festa originária da [[Região Nordeste do Brasil]],<ref>{{citar web|url=https://www.priberam.pt/dlpo/forr%C3%B3|titulo="forró", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.aulete.com.br/forr%C3%B3|titulo=Signficado de Forró no Dicionário online  Aulete Digital|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> bastante popular e comum, especialmente nas [[festas juninas]]. O nome da festa forró é usado para nomear distintos gêneros musicais como o [[xote]], [[Baião (música)|baião]], [[arrasta-pé]] e o [[xaxado]], por isso quem não conhece suas histórias, as confundem com um gênero único.<ref name=":0" /><ref>{{citar web|url=https://ofoleroncouolivro.wordpress.com/tag/origem-da-palavra-forro/|titulo=Origem da Palavra Forró|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=|citacao=... o forró é o espaço onde se dança, não a música que se canta. Alguém se aproveitou de Jackson, de Gonzaga, de Marinês… E tudo virou forró – garante Marinês.}}</ref> As músicas são executadas tradicionalmente por trios instrumentais com [[acordeão]] ("sanfona"), [[zabumbeiro|zabumba]] e [[Triângulo (instrumento musical)|triângulo]].<ref>{{citar web|url=http://michaelis.uol.com.br/busca?id=ey37|titulo=Significados de Forró no Dicionário Michaelis|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
'''Forró''' é uma festa originária do estado de [[Pernambuco]]<ref name="Não-nomeado-xX9q-1">Enciclopédia da Música Brasileira: p. 301.</ref><ref>{{citar web|url=https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/historia-do-forro|titulo="forró"|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> e disseminada na [[Região Nordeste do Brasil]], bastante popular e comum, especialmente nas [[festas juninas]].<ref>{{citar web|url=https://www.priberam.pt/dlpo/forr%C3%B3|titulo="forró", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.aulete.com.br/forr%C3%B3|titulo=Signficado de Forró no Dicionário online  Aulete Digital|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> O nome da festa forró é usado para nomear distintos gêneros musicais como o [[xote]], [[Baião (música)|baião]], [[arrasta-pé]] e o [[xaxado]], por isso quem não conhece suas histórias, as confundem com um gênero único.<ref name=":0" /><ref>{{citar web|url=https://ofoleroncouolivro.wordpress.com/tag/origem-da-palavra-forro/|titulo=Origem da Palavra Forró|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=|citacao=... o forró é o espaço onde se dança, não a música que se canta. Alguém se aproveitou de Jackson, de Gonzaga, de Marinês… E tudo virou forró – garante Marinês.}}</ref> As músicas são executadas tradicionalmente por trios instrumentais com [[acordeão]] ("sanfona"), [[zabumbeiro|zabumba]] e [[Triângulo (instrumento musical)|triângulo]].<ref>{{citar web|url=http://michaelis.uol.com.br/busca?id=ey37|titulo=Significados de Forró no Dicionário Michaelis|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>


Forró também é um dos gêneros musicais da festa forró, o qual foi criado por [[Luiz Gonzaga]] em 1958.<ref>{{citar web|url=http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2015/06/23/internas_viver,582635/chamego-baiao-xote-as-varias-facetas-do-genero-que-imortalizou-luiz-gonzaga.shtml|titulo=Chamego, baião, xote: as várias facetas do gênero que imortalizou Luiz Gonzaga|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> A dança do xote (dois pra lá e dois pra cá) passou a acompanhar as músicas desse novo gênero e a ser chamada de dança do forró.
Forró também é um dos gêneros musicais da festa forró, o qual foi criado por [[Luiz Gonzaga]] em 1958.<ref>{{citar web|url=http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2015/06/23/internas_viver,582635/chamego-baiao-xote-as-varias-facetas-do-genero-que-imortalizou-luiz-gonzaga.shtml|titulo=Chamego, baião, xote: as várias facetas do gênero que imortalizou Luiz Gonzaga|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref> A dança do xote (dois pra lá e dois pra cá) passou a acompanhar as músicas desse novo gênero e a ser chamada de dança do forró.
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Os gêneros musicais executados nos forrós, desde a década de 90 também são chamados agrupadamente de [[forró pé-de-serra]].
Os gêneros musicais executados nos forrós, desde a década de 90 também são chamados agrupadamente de [[forró pé-de-serra]].


Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de [[São João de Caruaru|Caruaru]] e [[O Maior São João do Mundo|Campina Grande]], que sediam as maiores [[Festa junina no Brasil|festas juninas do país]]. Já nas capitais [[Aracaju]], [[Fortaleza]], [[João Pessoa]], [[Natal (Rio Grande do Norte)|Natal]], [[Maceió]], [[Recife]], [[Teresina]] e [[Salvador (Bahia)|Salvador]], são tradicionais as festas e apresentações de bandas de forró em eventos privados que atraem especialmente os jovens.
Conhecido e praticado em todo o Brasil,<ref>[http://revistapress.com.br/jornal-da-capital/porto-alegre-recebe-o-5o-encontro-de-forro-brasil/ Forró em Porto Alegre]</ref> o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de [[Campina Grande]] e [[Caruaru]], que sediam as maiores [[Festa junina no Brasil|festas juninas do país]]. Já nas capitais [[Aracaju]], [[Fortaleza]], [[João Pessoa]], [[Natal (Rio Grande do Norte)|Natal]], [[Maceió]], [[Recife]], [[Teresina]], [[São Luís (Maranhão)|São Luís]] e [[Salvador (Bahia)|Salvador]] são tradicionais as festas e apresentações de bandas de forró em eventos privados que atraem especialmente os jovens.


== Origem do nome ==
== Origem do nome ==
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== História ==
== História ==


Os bailes populares eram conhecidos em [[Pernambuco]] por "forrobodó" ou "forrobodança" ou ainda "forrobodão" já em fins do [[século XIX]].<ref>Enciclopédia da Música Brasileira: p. 301.</ref>
Os bailes populares eram conhecidos em [[Pernambuco]] por "forrobodó" ou "forrobodança" ou ainda "forrobodão" já em fins do [[século XIX]].<ref name="Não-nomeado-xX9q-1"/>


O forró tornou-se um fenômeno ''pop'' em princípios da década de 1950. Em 1949, [[Luiz Gonzaga]] gravou "Forró de Mané Vito", de sua autoria em parceria com [[Zé Dantas]] e em 1958, "Forró no escuro". No entanto, o forró popularizou-se em todo o Brasil com a intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do país, especialmente, para as capitais: [[Brasília]], [[Rio de Janeiro]] e [[São Paulo]]. Nos anos 60, além de [[Luiz Gonzaga]], destacaram-se artistas como [[Marinês]], [[Ary Lobo]], [[Zito Borborema]], [[Luiz Wanderley]], [[Sebastião do Rojão]], [[Jacinto Silva]] e muitos outros.
O forró tornou-se um fenômeno ''pop'' em princípios da década de 1950. Em 1949, [[Luiz Gonzaga]] gravou "Forró de Mané Vito", de sua autoria em parceria com [[Zé Dantas]] e em 1958, "Forró no escuro". No entanto, o forró popularizou-se em todo o Brasil com a intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do país, especialmente, para as capitais: [[Brasília]], [[Rio de Janeiro]] e [[São Paulo]]. Nos anos 60, além de [[Luiz Gonzaga]], destacaram-se artistas como [[Marinês]], [[Ary Lobo]], [[Zito Borborema]], [[Luiz Wanderley]], [[Sebastião do Rojão]], [[Jacinto Silva]] e muitos outros.


Nos anos 1970, surgiram, nessas e em outras cidades brasileiras, "casas de forró". Foi nessa década que surgiu a moda do [[forró de duplo sentido]], consagrada pelas composições e interpretações de [[João Gonçalves]]. Outros grandes cantores do período foram [[Zenilton]] e [[Messias Holanda]]. No fim desta década, intrumentos como a [[bateria]], o [[baixo elétrico]] e a [[guitarra elétrica]] já eram introduzidos nas gravações de discos de vários artistas, como [[Dominguinhos]] e o [[Trio Nordestino]].
Nos anos 1970, surgiram, nessas e em outras cidades brasileiras, "casas de forró". Foi nessa década que surgiu a moda do [[forró de duplo sentido]], consagrada pelas composições e interpretações de [[João Gonçalves]]. Outros grandes cantores do período foram [[Zenilton]] e [[Messias Holanda]]. No fim desta década, intrumentos como a [[Bateria (instrumento musical)|bateria]], o [[baixo elétrico]] e a [[guitarra elétrica]] já eram introduzidos nas gravações de discos de vários artistas, como [[Dominguinhos]], Jackson do Pandeiro, [[Trio Nordestino]], [[Genival Lacerda]] e [[Alcymar Monteiro]].


A década de 1980 foi de crise para o forró, o que fez com que grandes nomes do gênero aderissem ao duplo sentido das letras para atrair a atenção do público. Foi a década do chamado "forró malícia" representado por nomes como [[Genival Lacerda]], [[Clemilda]], [[Sandro Becker]], [[Marivalda]] entre outros. Foi nessa década que a bateria (esporadicamente utilizada nos anos 70) foi inserida oficialmente na instrumentação do gênero, assim como a [[guitarra]], o [[baixo elétrico]] e, mais raramento, os metais.  
A década de 1980 foi de crise para o forró, o que fez com que grandes nomes do gênero aderissem ao duplo sentido das letras para atrair a atenção do público. Foi a década do chamado "forró malícia" representado por nomes como [[Genival Lacerda]], [[Clemilda]], [[Sandro Becker]], [[Marivalda]] entre outros. Foi nessa década que a bateria (esporadicamente utilizada nos anos 70) foi inserida oficialmente na instrumentação do gênero, assim como a [[guitarra]], o [[baixo elétrico]] e, mais raramente, os metais.


Em 1989, o forró ganhou destaque internacional através da coletânea [[Brazil: Forró - Music for Maids and Taxi Drivers]], que foi indicada a um [[Grammy Awards]] na categoria [https://en.wikipedia.org/wiki/Grammy_Award_for_Best_Traditional_Folk_Album Best Traditional Folk Album].<ref name="grammy">[https://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/musica/noticia/2012/06/10/o-dia-em-que-o-forro-foi-indicado-ao-grammy-44817.php jconline.ne10.uol.com.br/] ''O dia em que o forró foi indicado ao Grammy''</ref>
Em 1989, o forró ganhou destaque internacional através da coletânea [[Brazil: Forró - Music for Maids and Taxi Drivers]], que foi indicada a um [[Grammy Awards]] na categoria [https://en.wikipedia.org/wiki/Grammy_Award_for_Best_Traditional_Folk_Album Best Traditional Folk Album].<ref name="grammy">[https://jconline.ne10.uol.com.br/canal/cultura/musica/noticia/2012/06/10/o-dia-em-que-o-forro-foi-indicado-ao-grammy-44817.php jconline.ne10.uol.com.br/] ''O dia em que o forró foi indicado ao Grammy''</ref>


Ainda assim, a década de 1980 terminou sem que o gênero conseguisse recuperar o prestígio e, nos anos 1990, surgia um movimento que procurou dar novo fôlego ao forró, adaptando-o ao público jovem: era o nascimento das bandas de "forró eletrônico", surgidas no Ceará, cuja pioneira foi a [[Mastruz com Leite]]. Outros grandes nomes desse movimento são [[Calcinha Preta]] (que impulsionou o crescimento do forró pelo Brasil e pelo mundo a fora), [[Cavalo de Pau]], [[Magníficos]] e [[Limão com Mel]].
Ainda assim, na década de 1980 terminou com o falecimento do Rei do Baião (Luiz Gonzaga) e fazendo com que o gênero não conseguisse recuperar o prestígio consolidado. Nos anos 1990, surgia um movimento que procurou dar novo fôlego ao forró, adaptando-o ao público jovem (porém perdendo a originalidade do gênero): era o nascimento das bandas de "forró eletrônico", surgidas no Ceará, cuja pioneira foi a [[Mastruz com Leite]]. Outros grandes nomes desse movimento são [[Calcinha Preta]] , [[Cavalo de Pau]], [[Magníficos]] e [[Limão com Mel]].


=== Modernização ===
=== Modernização ===
{{Artigo principal|Forró eletrônico}}
{{Artigo principal|Forró eletrônico}}
A modernização musical do forró iniciou no final da década de 1970, quando a bateria passou a ser utilizada de forma sutil em disco de artistas como [[Trio Nordestino]], [[Os 3 do Nordeste]], [[Genival Lacerda]] e outros. Na década de 1980, a bateria, guitarra elétrica e baixo elétrico faziam parte oficialmente da instrumentação dos discos de forró. [[Luiz Gonzaga]] passou a fazer uso constante desses instrumentos a partir do seu álbum de 1980, "O homem da terra".
A modernização musical do forró iniciou no final da década de 1970, quando a bateria passou a ser utilizada de forma sutil em disco de artistas como [[Trio Nordestino]], [[Os 3 do Nordeste]], [[Genival Lacerda]], [[Alcymar Monteiro]] e outros. Na década de 1980, a bateria, guitarra elétrica e baixo elétrico faziam parte oficialmente da instrumentação dos discos de forró. [[Luiz Gonzaga]] passou a fazer uso constante desses instrumentos a partir do seu álbum de 1980, "O homem da terra".


No início da década de 1990, surgiu no Ceará um novo meio de produzir músicas de forró, com a introdução de instrumentos como o [[teclado]] e o [[sax]] e a retirada da zabumba, mesclando com elementos da [[lambada]], [[música pop]] e [[axé music]], o movimento ficou conhecido como '''forró eletrônico''' ou '''estilizado'''. Seu precursor foi o [[produtor musical]] e [[empresário]] Emanuel Gurgel, responsável pelas bandas [[Mastruz com Leite]], [[Forró Cavalo de Pau]], [[Mel com Terra]] e [[Catuaba com Amendoim]]. O principal meio de divulgação foi a rádio Som Zoom Sat e a gravadora Som Zoom Estúdio pertencentes a Gurgel. Tal pioneirismo recebeu críticas por transformar o forró num produto.<ref name="lvr" />
No início da década de 1990, surgiu no Ceará um novo meio de produzir músicas de forró, com a introdução de instrumentos como o [[Teclado (instrumento musical)|teclado]] e o [[sax]] e a retirada da zabumba, mesclando com elementos da [[lambada]], [[música pop]] e [[axé music]], o movimento ficou conhecido como '''forró eletrônico''' ou '''estilizado'''. Seu precursor foi o [[produtor musical]] e [[empresário]] Emanuel Gurgel, responsável pelas bandas [[Mastruz com Leite]], [[Forró Cavalo de Pau]], [[Mel com Terra]] e [[Catuaba com Amendoim]]. O principal meio de divulgação foi a rádio Som Zoom Sat e a gravadora Som Zoom Estúdio, pertencentes a Gurgel. Tal pioneirismo recebeu críticas por transformar o forró num produto.<ref name="lvr" />


Várias bandas de forró notabilizaram-se por fazer versões de clássicos do rock e do pop internacional.
Várias bandas de forró notabilizaram-se por fazer versões de clássicos do rock e do pop internacional.


A banda de ''rock'' [[Raimundos]] fez muito sucesso nos anos 1990 com o gênero, [[forrocore]], um misto de forró com o ''[[hardcore punk|hardcore]]'', desde a composição musical até as letras.<ref>{{citar web|url=http://super.abril.com.br/cultura/raimundos-corrida-ouro-445257.shtml|titulo=Raimundos: A corrida do ouro|autor=Ricardo Schott|data=Janeiro de [[1995]]|publicado=[[Super Interessante]]|acessodata=}}</ref>
A banda de ''rock'' [[Raimundos]] fez muito sucesso nos anos 1990 com o gênero, [[forrocore]], um misto de forró com o ''[[hardcore punk|hardcore]]'', desde a composição musical até as letras.<ref>{{citar web|url=http://super.abril.com.br/cultura/raimundos-corrida-ouro-445257.shtml|titulo=Raimundos: A corrida do ouro|autor=Ricardo Schott|data=Janeiro de 1995|publicado=[[Super Interessante]]|acessodata=}}</ref>
 
Na década de 2010 o cantor [[Wesley Safadão]] se tornou um dos nomes mais conhecidos do "forró estilizado" em nível nacional no Brasil.


=== Revitalização ===
=== Revitalização ===
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No fim da década de 1990 e início da de 2000 em [[São Paulo (estado)|São Paulo]], as músicas do [[forró pé-de-serra]] foram revitalizadas na grande mídia com o surgimento de grupos e artistas solo como o [[Rastapé]], [[Bicho de Pé (banda)|Bicho-de-pé]] e o [[Falamansa]]. O estilo desses artistas ficou conhecido como "forró universitário", o nome é devido a se apresentarem em festas universitárias paulistanas. Ele executa gêneros musicais do forró original com acréscimos ou mudanças instrumentais.<ref>{{citar web|url=https://veja.abril.com.br/entretenimento/o-velho-forro-conquista-seguidores-entre-a-classe-media-urbana/|titulo=O velho Forró conquista seguidores entre a classe média urbana|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
No fim da década de 1990 e início da de 2000 em [[São Paulo (estado)|São Paulo]], as músicas do [[forró pé-de-serra]] foram revitalizadas na grande mídia com o surgimento de grupos e artistas solo como o [[Rastapé]], [[Bicho de Pé (banda)|Bicho-de-pé]] e o [[Falamansa]]. O estilo desses artistas ficou conhecido como "forró universitário", o nome é devido a se apresentarem em festas universitárias paulistanas. Ele executa gêneros musicais do forró original com acréscimos ou mudanças instrumentais.<ref>{{citar web|url=https://veja.abril.com.br/entretenimento/o-velho-forro-conquista-seguidores-entre-a-classe-media-urbana/|titulo=O velho Forró conquista seguidores entre a classe média urbana|data=|acessodata=|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>


O estilo musical pé-de-serra e universitário são na prática muito parecidos e são geralmente diferenciados pela localização geográfica dos artistas e pelo período histórico.<ref>{{citar web|url=http://www.oocities.org/br/candeeirinhoaceso/fpds_fu.html|titulo=Diferença: forró-pé-serra x forró universitário}}</ref> '''Forró pé-de-serra''', também conhecido como '''forró tradicional,''' é a expressão utilizada para designar os estilos mais tradicionais ([[xote]], [[Baião (música)|baião]] e [[arrasta-pé]]), que possuem como instrumentos característicos o [[sanfona]], [[zabumba]] e [[Triângulo (instrumento musical)|triângulo]], diferentemente dos estilos mais estilizados que usam instrumentos elétricos, como o [[forró eletrônico]].<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/06/conheca-origens-e-evolucao-do-forro-o-ritmo-da-festa-de-sao-joao.html|titulo=Conheça as origens e a evolução do forró, o ritmo da festa de São João|data=2011-06-20|acessodata=2017-03-07|publicado=[[G1]]|ultimo=|primeiro=|autor=Daniel Buarque}}</ref><ref>{{citar tese |título=Forró pé-de-serra: descompasso entre letra e música |nome=Ibrantina |último=Lopes |ano=2007 |tipo=Monografia |grau=Especialização |editora=Faculdade Frassinetti |local=[[Recife]] |url=http://www.ladjanebandeira.org/cultura-pernambuco/pub/m2007n04.pdf}}</ref><ref>{{citar web|url=http://correiodaparaiba.com.br/cultura/musica/atencao-ao-pe-de-serra-carlinhos-brown-sente-falta-do-forro-tradicional/|titulo=Atenção ao pé-de-serra: Carlinhos Brown sente falta do forró tradicional|data=2016-05-22|acessodata=2017-03-07|publicado=[[Correio da Paraíba]]|ultimo=|primeiro=|autor=José Carlos dos Anjos Wallach}}</ref>
O estilo musical pé-de-serra e universitário são na prática muito parecidos e são geralmente diferenciados pela localização geográfica dos artistas e pelo período histórico.<ref>{{citar web|url=http://www.oocities.org/br/candeeirinhoaceso/fpds_fu.html|titulo=Diferença: forró-pé-serra x forró universitário}}</ref> '''Forró pé-de-serra''', também conhecido como '''forró tradicional,''' é a expressão utilizada para designar os estilos mais tradicionais ([[xote]], [[Baião (música)|baião]] e [[arrasta-pé]]), que possuem como instrumentos característicos o [[sanfona]], [[zabumba]] e [[Triângulo (instrumento musical)|triângulo]], diferentemente dos estilos mais estilizados que usam instrumentos elétricos, como o [[forró eletrônico]].<ref>{{citar web|url=http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/06/conheca-origens-e-evolucao-do-forro-o-ritmo-da-festa-de-sao-joao.html|titulo=Conheça as origens e a evolução do forró, o ritmo da festa de São João|data=2011-06-20|acessodata=2017-03-07|publicado=[[G1]]|primeiro=|autor=Daniel Buarque}}</ref><ref>{{citar tese |título=Forró pé-de-serra: descompasso entre letra e música |nome=Ibrantina |último=Lopes |ano=2007 |tipo=Monografia |grau=Especialização |editora=Faculdade Frassinetti |local=[[Recife]] |url=http://www.ladjanebandeira.org/cultura-pernambuco/pub/m2007n04.pdf}}</ref><ref>{{citar web|url=http://correiodaparaiba.com.br/cultura/musica/atencao-ao-pe-de-serra-carlinhos-brown-sente-falta-do-forro-tradicional/|titulo=Atenção ao pé-de-serra: Carlinhos Brown sente falta do forró tradicional|data=2016-05-22|acessodata=2017-03-07|publicado=[[Correio da Paraíba]]|primeiro=|autor=José Carlos dos Anjos Wallach}}</ref>


O forró pé-de-serra designa um estilo com sonoridade de músicos tradicionais do interior do [[Região Nordeste do Brasil|nordeste]] [[brasil]]eiro e principais representantes de sua música, como [[Luiz Gonzaga]], [[Dominguinhos]], [[Jackson do Pandeiro]] e [[Sivuca]].<ref>{{citar web|url=http://atarde.uol.com.br/cultura/noticias/1778579-forro-tradicional-xote-e-baiao-animam-noites-de-salvador|titulo=Forró tradicional, xote e baião animam noites de Salvador|data=2016-06-14|acessodata=2017-03-07|publicado=[[A Tarde]]|ultimo=|primeiro=|autor=Gabriel Serravale}}</ref>
O Forró Pé-de-serra ou Forró Tradicional designa de um estilo do original de sua criação tendo os principais representantes de sua música, como [[Luiz Gonzaga]], [[Dominguinhos]], [[Jackson do Pandeiro]], [[Marinês]], [[Alcymar Monteiro]] e [[Sivuca]].<ref>{{citar web|url=http://atarde.uol.com.br/cultura/noticias/1778579-forro-tradicional-xote-e-baiao-animam-noites-de-salvador|titulo=Forró tradicional, xote e baião animam noites de Salvador|data=2016-06-14|acessodata=2017-03-07|publicado=[[A Tarde]]|primeiro=|autor=Gabriel Serravale}}</ref>


Em comparação com o forró pé-de-serra, a dança no universitário sofreu muitas alterações e tornando-se completamente diferente no nordeste (pé-de-serra) e no sudeste (universitário).
Em comparação com o forró pé-de-serra, a dança no universitário sofreu muitas alterações e tornando-se completamente diferente no nordeste (pé-de-serra) e no sudeste (universitário).
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=== O "forró de favela" e o novo forró romântico da década de 2010 ===
=== O "forró de favela" e o novo forró romântico da década de 2010 ===


Na década de 2010 surgiu uma nova geração de bandas de forró que apostaram em um ritmo mais lento do que o que se conhecia no forró até então, e em letras que falavam de romantismo e de temas considerados mais populares entre as populações das periferias das cidades do [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]] [[brasil]]eiro.  
Na década de 2010 surgiu uma nova geração de bandas de forró que apostaram em um ritmo mais lento do que o que se conhecia no forró até então, ( o xote) e em letras que falavam de romantismo e de temas considerados mais populares entre as populações das periferias das cidades do [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]] [[brasil]]eiro.


Embora a existência de letras românticas não fosse nenhuma novidade no forró moderno, remontando a bandas da década de 1990 como [[Limão com Mel]], [[Mastruz com Leite]] e [[Calcinha Preta]], entre outras, esta nova geração de bandas se destacou por representar uma "retomada" do romantismo após um período em que esta temática esteve em baixa entre as bandas de forró de maior sucesso entre o público, e principalmente pela inovação do ritmo mais lento.  
Embora a existência de letras românticas não fosse nenhuma novidade no forró desde a sua criação, e nas bandas da década de 1990 como [[Limão com Mel]], [[Mastruz com Leite]] e [[Calcinha Preta]], entre outras, esta nova geração de bandas se destacou por representar uma "retomada" do romantismo após um período em que esta temática esteve em baixa entre as bandas de forró de maior sucesso entre o público, e principalmente pela inovação do ritmo mais lento.


A [[Banda Encantu's]], da cidade de [[João Pessoa]], capital da  [[Paraíba]], foi uma das precursoras deste ritmo mais lento, que se popularizou em todo o Nordeste a partir de 2015 com o sucesso da banda [[Conde do Forró]], surgida em [[Maceió]] e posteriormente radicada em [[Fortaleza]], cidade considerada polo na "indústria musical do forró" brasileira. Na segunda metade da década surgiram muitas bandas na região que seguiram estilo semelhante, alternando as letras românticas com letras que apresentavam temáticas consideradas mais voltadas para o "povão" das periferias, como traições em relacionamentos e exames de paternidade, razão pela qual este movimento musical foi apelidado de '''''forró de favela''''', do qual entre as bandas consideradas simbólicas incluem-se a Banda A Loba e a dupla Joyce Tayná & Igor Guerra.<ref>{{citar web|url=https://tribunadoceara.com.br/diversao/musica-2/novo-estilo-musical-desponta-em-fortaleza-e-o-forro-de-favela/|titulo=Novo estilo musical desponta em Fortaleza: é o Forró de Favela|data=2017-12-08|acessodata=2019-09-30|publicado=[[Tribuna do Ceará]]|autor=Daniel Rocha}}</ref><ref>{{citar web|url=http://blogs.diariodonordeste.com.br/puxaofole/forro/o-conde-cantores-retornam-como-dupla-com-versao-de-shallow/11092|titulo=O Conde: cantores retornam como dupla com versão de “Shallow”|data=2019-04-20|acessodata=2019-09-30|publicado=[[Diário do Nordeste]]|autor=João Lima Neto}}</ref>
Foi aí que surgiram muitas bandas que seguiram estilo semelhante, alternando as letras românticas com letras que apresentavam temáticas consideradas mais voltadas para o "povão" como amor a primeira vista , sexo, bebida alcoólica,  traições, adultério, como traições em relacionamentos e exames de paternidade, razão pela qual este movimento musical foi apelidado de '''''forró de favela.'''''<ref>{{citar web|url=https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:faFLgkd678cJ:https://tribunadoceara.com.br/diversao/musica-2/novo-estilo-musical-desponta-em-fortaleza-e-o-forro-de-favela/+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br/|titulo=Novo estilo musical desponta em Fortaleza: é o Forró de Favela|data=2017-12-08|acessodata=2019-09-30|publicado=[[Tribuna do Ceará]]|autor=Daniel Rocha}}</ref><ref>{{citar web|url=http://blogs.diariodonordeste.com.br/puxaofole/forro/o-conde-cantores-retornam-como-dupla-com-versao-de-shallow/11092|titulo=O Conde: cantores retornam como dupla com versão de “Shallow”|data=2019-04-20|acessodata=2019-09-30|publicado=[[Diário do Nordeste]]|autor=João Lima Neto}}</ref>


O forró de favela apresenta elementos de semelhança com o estilo musical contemporâneo chamado de "brega romântico do [[Recife]]", inclusive com a produção de versões das mesmas músicas estrangeiras.
O forró de favela apresenta elementos de semelhança com o estilo musical contemporâneo chamado de "brega romântico do [[Recife]]", inclusive com a produção de versões das mesmas músicas estrangeiras.


=== A pisadinha e o piseiro ===
=== A Pisadinha e o Piseiro ===
 
No começo dos anos 2000 também surge no interior do Nordeste brasileiro uma nova vertente do forró conhecida como '''"[[pisadinha]]"'''. A pisadinha é inicialmente um fenômeno inerente às zonas rurais e às pequenas cidades do interior nordestino, em contraste com o forró de favela, o qual nasceu e se desenvolveu nas grandes capitais. Rapidamente, no entanto, a pisadinha começa a alcançar sucesso comercial e a chegar às grandes metrópoles da região tendo como pioneiros nessa vertente os cantores: Nelson [[Nelson Nascimento (Rei da Pisadinha)|Nascimento (Rei da Pisadinha)]], [[Forró 100 Preconceito]] e [[Cintura de Mola]].
 
Já no fim dos anos 2010 surge mais uma modernização e acréscimo de equipamentos e tecnologia nas produções , composições , shows e eventos. Com uma nova coreografia e jeito de dançar surge o "[[Pisadinha|Piseiro]]". Com artistas na linha de frente como: [[Os Barões da Pisadinha|Barões da Pisadinha]] , Eric Land e [[Zé Vaqueiro]].
 
 
 
=== O rótulo "forró das antigas" ===
 
Em meados da década de 2010, a partir da realização de festivais com o nome comercial de "Forró das Antigas",<ref>{{citar web|url=https://www.ibahia.com/mapasjuninos/detalhe/noticia/forro-das-antigas-reunira-bandas-dos-anos-90-em-salvador-confira/|titulo='Forró das Antigas' reunirá bandas dos anos 90 em Salvador|data=2014-05-01|acessodata=2020-09-21|publicado=[[iBahia]]}}</ref><ref>{{citar web|url=https://blogs.opovo.com.br/forronejo/2016/09/22/festival-de-forro-das-antigas-acontece-em-10-horas-de-festa-com-seis-atracoes|titulo=Festival de Forró das Antigas acontece em 10 horas de festa com seis atrações|data=2016-09-22|acessodata=2020-09-21|publicado=Jornal [[O Povo (Ceará)|O Povo]]}}</ref> tornou-se comum o uso do rótulo "forró das antigas", inclusive em várias coletâneas postadas no [[YouTube]], para se referir a bandas de forró romântico que já faziam sucesso comercial antes do ano de 2010, entre elas [[Limão com Mel]], [[Mastruz com Leite]], [[Calcinha Preta]], [[Magníficos]], Cavalo de Pau, Banda Aquários,
 
[[Desejo de Menina]], [[Cavaleiros do Forró]], [[Moleca 100 Vergonha]], [[Banda Styllus]], [[Forró da Brucelose|Brucelose]], entre várias outras.
 
=== Forró e religiosidade popular ===
Estudiosos tem apontado para a importância do gênero no âmbito religioso.<ref name=":1">{{citar periódico |titulo=O forró como gênero transversal entre umbanda, catolicismo e pentecostalismo |data=5 de junho de 2016 |acessodata=31 de outubro de 2021 |jornal=Anais do IV SIMPOM |publicado=[[Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro]] (UNIRIO) |ultimo=LOPES |primeiro=Artur Costa}}</ref> Observa-se uma [[transversal]]idade religiosa quando o forró passa a utilizado de forma mais ou menos intensa na [[Religiosidade popular|religiosidade popular brasileira]], principalmente no [[Igreja Católica|Catolicismo]], no [[Pentecostalismo]] e na [[Umbanda]].<ref name=":1" />
 
==== No catolicismo romano ====
No catolicismo, o forró é muito comum em [[quermesse]]s, festas populares como as [[Festa junina|festas juninas]], bem como é utilizado nas missas, através de grupos de músicas que fazem adaptações dos cânticos de [[missa]] para o gênero.<ref name=":1" />


No final dos anos 2010 surge no interior do Nordeste brasileiro uma nova vertente do forró conhecida como '''"pisadinha"'''. A pisadinha é inicialmente um fenômeno inerente às zonas rurais e às pequenas cidades do interior nordestino, em contraste com o forró de favela, o qual nasceu e se desenvolveu nas grandes capitais. Rapidamente, no entanto, a pisadinha começa a alcançar sucesso comercial e a chegar às grandes metrópoles da região. No ano de 2019 aparece um estilo derivado da '''"pisadinha"''' que é batizado de '''"piseiro"''', e que alcança grande projeção em todo o Nordeste e começa a ultrapassar os limites da região, chegando a outras partes do Brasil.<ref>{{citar web|url=https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2020/01/15/interna_diversao_arte,820465/piseiro-ou-pisadinha-vertente-do-forro.shtml|titulo=Piseiro ou pisadinha, vertente do forró que tem chamado atenção na música|data=2020-01-15|acessodata=2020-08-04|publicado=[[Correio Braziliense]]}}</ref>
==== No pentecostalismo ====
Observa-se uma presença muito forte do gênero nas comunidades pentecostais.<ref name=":1" /><ref name=":2">{{citar livro|título=Festa de crente: o forró gospel como reafirmação da doutrina pentecostal|ultimo=CAMILO|primeiro=Cassiene Raissa da Silva|editora=Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Sociais Aplicadas|ano=2019|local=[[Campina Grande]]}}</ref> O forró está presente desde os primórdios da religião no Brasil. Como expressão de fé de uma parcela marginalizada da população, o forró passou a ser para os pentecostais uma forma de [[Evangelização|afirmação e disseminação de suas doutrinas]].<ref name=":2" /> Atualmente, os pentecostais chamam o ritmo de ''"corinho de fogo".<ref name=":1" /><ref name=":2" />''
 
==== Na umbanda ====
Os cânticos são entoados em um ritmo impulsionado pelo toque dos [[atabaque]]s, contudo nota-se a presença de ritmos como o baião e o coco em muitos pontos.<ref name=":1" /> Pode-se citar aqui também os pontos ligados às [[Linhas de Trabalho na Umbanda|entidades baianas]] ou oriundas de regiões do Nordeste brasileiro. Um ponto famoso com forte influência dos dois ritmos citados é ''"Mamãe Oxum"''.<ref name=":1" />
 
=== A violência de gênero no forró ===
O forró, um gênero musical que vem do nordeste do Brasil, tem sido uma grande parte da identidade cultural dos nordestinos. Recentemente, há um foco nas letras de forró que perpetuam um tipo de senso superior dos homens nordestinos contra as mulheres. Não somente as mulheres sofrem com os estereótipos criados nas letras de forró mas também, os da comunidade LGBT+, de acordo com pesquisadores da [[Universidade de Fortaleza]] e a [[:en:Universidade_Estadual_de_Campinas|UNICAMP]], “... o Nordeste é a região que concentra maior número de mortes homoafetivas, com 43% do total, demonstrando o [a falta de] reconhecimento das masculinidades alternativas.<ref>{{citar periódico|url=http://www.scielo.br/j/icse/a/cbQqb3MFcsVW6dDxy3M3shC/?lang=pt |título=Construção do estereótipo do “macho nordestino” nas letras de forró no Nordeste brasileiro |data=2017-05-18 |último=Brilhante |primeiro=Aline Veras Morais |último2=Silva |primeiro2=Juliana Guimarães e ||página=13–28 |língua=pt |doi=10.1590/1807-57622016.0286 |issn=1414-3283 |último3=Vieira |primeiro3=Luiza Jane Eyre de Souza |último4=Barros |primeiro4=Nelson Filice de |último5=Catrib |primeiro5=Ana Maria Fontenelle |volume=22 |periódico=Interface - Comunicação, Saúde, Educação}}</ref> Também, o forró é conhecido por sua sexualização do corpo feminino através das letras das canções. De acordo com um estudo da [[:en:Universidade_Federal_do_Piauí|Universidade Federal de Piauí]], as duas canções: “[[Gustavo Mioto|Hoje eu tô solteiro]]" e “[[Calcinha Preta|Banda Calcinha Preta]]”, ambos geram-se alguns sentidos de um sistema patriarcal e reforçam-se&nbsp; “...a submissão feminina em relação ao homem<nowiki>''</nowiki>.<ref>{{citar periódico|url=https://www.revistas.usp.br/extraprensa/article/view/EPX14-PM3 |título=Representações simbólicas do corpo feminino no forró contemporâneo |data=2014-06-01 |número=2 |último=Costa |primeiro=Fábio Soares da |último2=Silva |primeiro2=Francisca Islândia Cardoso da ||página=85–90 |língua=pt |doi=10.11606/extraprensa2014.85155 |issn=2236-3467 |último3=Rodrigues |primeiro3=Janete de Páscola |volume=7 |periódico=Revista Extraprensa}}</ref>
 
Além da música, as letras machistas se manifestam em violência contra as mulheres nas festas de forró e pelo país inteiro.<ref>{{citar livro|título=A violência contra a mulher e o forró nosso de cada dia|último=Aline Veras Morais Brilhante|primeiro=Ana Maria Fontenelle Catrib|publicado=Editora da Universidade Estadual do Ceará|isbn=978-85-7826-333-1|ano=2016|local=Brazil|língua=pt}}</ref> Pesquisadoras da [[Universidade de Fortaleza]] concluíram que as letras moldam as opiniões dos homens em relação às mulheres de maneiras negativas. Os quatro sentimentos que eles identificam que os homens aprendem são: a desmoralização da vítima, a justificação do estupro pelo álcool, a desqualificação da negativa feminina e a banalização da violência contra a mulher.<ref>{{citar periódico|url=http://www.scielo.br/j/csp/a/ypxPgChvnBkxYby7KVbckCS/?lang=pt |título=“Taca cachaça que ela libera”: violência de gênero nas letras e festas de forró no Nordeste do Brasil |data=2018-03-08 |último=Brilhante |primeiro=Aline Veras Morais |último2=Nations |primeiro2=Marilyn Kay |língua=pt |doi=10.1590/0102-311X00009317 |issn=0102-311X |último3=Catrib |primeiro3=Ana Maria Fontenelle |volume=34 |periódico=Cadernos de Saúde Pública}}</ref> Pesquisadores argumentam que o resultado desses sentimentos é violência de gênero em todo o país, onde 43% das mulheres sofreram violência sexual ao longo da vida.<ref>Venturi G, Recamân M, Oliveira S. A mulher brasileira nos espaços público e privado. São Paulo: Fundação Perseu Abramo; 2004.</ref> Os problemas têm persistido nos últimos tempos.


== Tipos de danças ==
== Tipos de danças ==
[[Ficheiro:Forrozeiros (9290035008).jpg|miniaturadaimagem|Típico grupo de forró com [[acordeão]], [[Triângulo (instrumento musical)|triângulo]] e [[zabumba]].]]
O forró é dançado em pares, e evoluiu para vários estilos que têm raízes em diversos outras danças, adaptadas para o molde e a estética que a cultura e a música do forró apresenta. O estilo de música, bastante abrangente dentro do forró, também irá variar com as danças.
O forró é dançado em pares, e evoluiu para vários estilos que têm raízes em diversos outras danças, adaptadas para o molde e a estética que a cultura e a música do forró apresenta. O estilo de música, bastante abrangente dentro do forró, também irá variar com as danças.


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== Ver também ==
== Ver também ==
* [[Cultura Nordestina]]
* [[Cultura da região Nordeste do Brasil]]
* [[Música do Brasil]]


== Bibliografia ==
== Bibliografia ==
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{{commons|Forró}}
{{commons|Forró}}
* [http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/11n2/12JAC.pdf Artigo - Forró Universitário: a tradução do forró nordestino no Sudeste brasileiro]
* [http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/11n2/12JAC.pdf Artigo - Forró Universitário: a tradução do forró nordestino no Sudeste brasileiro]
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Edição atual tal como às 12h20min de 22 de agosto de 2022

Disambig grey.svg Nota: Este artigo é sobre a festa popular. Para o tipo de música, veja Forró (gênero musical).

Predefinição:Info/Gênero musical Forró é uma festa originária do estado de Pernambuco[1][2] e disseminada na Região Nordeste do Brasil, bastante popular e comum, especialmente nas festas juninas.[3][4] O nome da festa forró é usado para nomear distintos gêneros musicais como o xote, baião, arrasta-pé e o xaxado, por isso quem não conhece suas histórias, as confundem com um gênero único.[5][6] As músicas são executadas tradicionalmente por trios instrumentais com acordeão ("sanfona"), zabumba e triângulo.[7]

Forró também é um dos gêneros musicais da festa forró, o qual foi criado por Luiz Gonzaga em 1958.[8] A dança do xote (dois pra lá e dois pra cá) passou a acompanhar as músicas desse novo gênero e a ser chamada de dança do forró.

Os gêneros musicais executados nos forrós, desde a década de 90 também são chamados agrupadamente de forró pé-de-serra.

Conhecido e praticado em todo o Brasil,[9] o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de Campina Grande e Caruaru, que sediam as maiores festas juninas do país. Já nas capitais Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Maceió, Recife, Teresina, São Luís e Salvador são tradicionais as festas e apresentações de bandas de forró em eventos privados que atraem especialmente os jovens.

Origem do nome

O termo "forró", segundo o filólogo pernambucano Evanildo Bechara, é uma redução de forrobodó, que por sua vez é uma variante do antigo vocábulo galego-português forbodó,[10] corruptela do francês faux-bourdon, que teria a conotação de desentoação.[11] O elo semântico entre forbodó e forrobodó tem origem, segundo Fermín Bouza-Brey, na região noroeste da Península Ibérica (Galiza e norte de Portugal), onde "a gente dança a golpe de bumbo, com pontos monorrítmicos monótonos desse baile que se chama forbodó".[12][13][14]

Escultura em barro pintado de um sanfoneiro, um dos músicos que integram as bandas de forró. Caruaru, Pernambuco.

Na etimologia popular (ou pseudoetimologia) é frequente associar a origem da palavra "forró" à expressão da língua inglesa for all (para todos).[12] Para essa versão foi inventada uma engenhosa história: no início do século XX, os engenheiros britânicos, instalados em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, o termo passaria a ser pronunciado "forró" pelos nordestinos. Outra versão da mesma história substitui os ingleses pelos estadunidenses e Pernambuco por Parnamirim (Rio Grande do Norte) do período da Segunda Guerra Mundial, quando uma base militar dos Estados Unidos foi instalada nessa cidade.[15][10]

Apesar da versão bem-humorada, não há nenhuma sustentação para tal etimologia do termo. Em 1912, estreou a peça teatral "Forrobodó", escrita por Carlos Bettencourt (1890-1941) e Luís Peixoto (1889-1973), musicada por Chiquinha Gonzaga[16] e em 1937, cinco anos antes da instalação da referida base militar em território potiguar, a palavra "forró" já se encontrava registrada na história musical na gravação fonográfica de “Forró na roça”, canção composta por Manuel Queirós e Xerém.[13]

História

Os bailes populares eram conhecidos em Pernambuco por "forrobodó" ou "forrobodança" ou ainda "forrobodão" já em fins do século XIX.[1]

O forró tornou-se um fenômeno pop em princípios da década de 1950. Em 1949, Luiz Gonzaga gravou "Forró de Mané Vito", de sua autoria em parceria com Zé Dantas e em 1958, "Forró no escuro". No entanto, o forró popularizou-se em todo o Brasil com a intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do país, especialmente, para as capitais: Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Nos anos 60, além de Luiz Gonzaga, destacaram-se artistas como Marinês, Ary Lobo, Zito Borborema, Luiz Wanderley, Sebastião do Rojão, Jacinto Silva e muitos outros.

Nos anos 1970, surgiram, nessas e em outras cidades brasileiras, "casas de forró". Foi nessa década que surgiu a moda do forró de duplo sentido, consagrada pelas composições e interpretações de João Gonçalves. Outros grandes cantores do período foram Zenilton e Messias Holanda. No fim desta década, intrumentos como a bateria, o baixo elétrico e a guitarra elétrica já eram introduzidos nas gravações de discos de vários artistas, como Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Trio Nordestino, Genival Lacerda e Alcymar Monteiro.

A década de 1980 foi de crise para o forró, o que fez com que grandes nomes do gênero aderissem ao duplo sentido das letras para atrair a atenção do público. Foi a década do chamado "forró malícia" representado por nomes como Genival Lacerda, Clemilda, Sandro Becker, Marivalda entre outros. Foi nessa década que a bateria (esporadicamente utilizada nos anos 70) foi inserida oficialmente na instrumentação do gênero, assim como a guitarra, o baixo elétrico e, mais raramente, os metais.

Em 1989, o forró ganhou destaque internacional através da coletânea Brazil: Forró - Music for Maids and Taxi Drivers, que foi indicada a um Grammy Awards na categoria Best Traditional Folk Album.[17]

Ainda assim, na década de 1980 terminou com o falecimento do Rei do Baião (Luiz Gonzaga) e fazendo com que o gênero não conseguisse recuperar o prestígio consolidado. Nos anos 1990, surgia um movimento que procurou dar novo fôlego ao forró, adaptando-o ao público jovem (porém perdendo a originalidade do gênero): era o nascimento das bandas de "forró eletrônico", surgidas no Ceará, cuja pioneira foi a Mastruz com Leite. Outros grandes nomes desse movimento são Calcinha Preta , Cavalo de Pau, Magníficos e Limão com Mel.

Modernização

Ver artigo principal: Forró eletrônico

A modernização musical do forró iniciou no final da década de 1970, quando a bateria passou a ser utilizada de forma sutil em disco de artistas como Trio Nordestino, Os 3 do Nordeste, Genival Lacerda, Alcymar Monteiro e outros. Na década de 1980, a bateria, guitarra elétrica e baixo elétrico faziam parte oficialmente da instrumentação dos discos de forró. Luiz Gonzaga passou a fazer uso constante desses instrumentos a partir do seu álbum de 1980, "O homem da terra".

No início da década de 1990, surgiu no Ceará um novo meio de produzir músicas de forró, com a introdução de instrumentos como o teclado e o sax e a retirada da zabumba, mesclando com elementos da lambada, música pop e axé music, o movimento ficou conhecido como forró eletrônico ou estilizado. Seu precursor foi o produtor musical e empresário Emanuel Gurgel, responsável pelas bandas Mastruz com Leite, Forró Cavalo de Pau, Mel com Terra e Catuaba com Amendoim. O principal meio de divulgação foi a rádio Som Zoom Sat e a gravadora Som Zoom Estúdio, pertencentes a Gurgel. Tal pioneirismo recebeu críticas por transformar o forró num produto.[15]

Várias bandas de forró notabilizaram-se por fazer versões de clássicos do rock e do pop internacional.

A banda de rock Raimundos fez muito sucesso nos anos 1990 com o gênero, forrocore, um misto de forró com o hardcore, desde a composição musical até as letras.[18]

Na década de 2010 o cantor Wesley Safadão se tornou um dos nomes mais conhecidos do "forró estilizado" em nível nacional no Brasil.

Revitalização

Ver artigo principal: Forró universitário

No fim da década de 1990 e início da de 2000 em São Paulo, as músicas do forró pé-de-serra foram revitalizadas na grande mídia com o surgimento de grupos e artistas solo como o Rastapé, Bicho-de-pé e o Falamansa. O estilo desses artistas ficou conhecido como "forró universitário", o nome é devido a se apresentarem em festas universitárias paulistanas. Ele executa gêneros musicais do forró original com acréscimos ou mudanças instrumentais.[19]

O estilo musical pé-de-serra e universitário são na prática muito parecidos e são geralmente diferenciados pela localização geográfica dos artistas e pelo período histórico.[20] Forró pé-de-serra, também conhecido como forró tradicional, é a expressão utilizada para designar os estilos mais tradicionais (xote, baião e arrasta-pé), que possuem como instrumentos característicos o sanfona, zabumba e triângulo, diferentemente dos estilos mais estilizados que usam instrumentos elétricos, como o forró eletrônico.[21][22][23]

O Forró Pé-de-serra ou Forró Tradicional designa de um estilo do original de sua criação tendo os principais representantes de sua música, como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Marinês, Alcymar Monteiro e Sivuca.[24]

Em comparação com o forró pé-de-serra, a dança no universitário sofreu muitas alterações e tornando-se completamente diferente no nordeste (pé-de-serra) e no sudeste (universitário).

O "forró de favela" e o novo forró romântico da década de 2010

Na década de 2010 surgiu uma nova geração de bandas de forró que apostaram em um ritmo mais lento do que o que se conhecia no forró até então, ( o xote) e em letras que falavam de romantismo e de temas considerados mais populares entre as populações das periferias das cidades do Nordeste brasileiro.

Embora a existência de letras românticas não fosse nenhuma novidade no forró desde a sua criação, e nas bandas da década de 1990 como Limão com Mel, Mastruz com Leite e Calcinha Preta, entre outras, esta nova geração de bandas se destacou por representar uma "retomada" do romantismo após um período em que esta temática esteve em baixa entre as bandas de forró de maior sucesso entre o público, e principalmente pela inovação do ritmo mais lento.

Foi aí que surgiram muitas bandas que seguiram estilo semelhante, alternando as letras românticas com letras que apresentavam temáticas consideradas mais voltadas para o "povão" como amor a primeira vista , sexo, bebida alcoólica, traições, adultério, como traições em relacionamentos e exames de paternidade, razão pela qual este movimento musical foi apelidado de forró de favela.[25][26]

O forró de favela apresenta elementos de semelhança com o estilo musical contemporâneo chamado de "brega romântico do Recife", inclusive com a produção de versões das mesmas músicas estrangeiras.

A Pisadinha e o Piseiro

No começo dos anos 2000 também surge no interior do Nordeste brasileiro uma nova vertente do forró conhecida como "pisadinha". A pisadinha é inicialmente um fenômeno inerente às zonas rurais e às pequenas cidades do interior nordestino, em contraste com o forró de favela, o qual nasceu e se desenvolveu nas grandes capitais. Rapidamente, no entanto, a pisadinha começa a alcançar sucesso comercial e a chegar às grandes metrópoles da região tendo como pioneiros nessa vertente os cantores: Nelson Nascimento (Rei da Pisadinha), Forró 100 Preconceito e Cintura de Mola.

Já no fim dos anos 2010 surge mais uma modernização e acréscimo de equipamentos e tecnologia nas produções , composições , shows e eventos. Com uma nova coreografia e jeito de dançar surge o "Piseiro". Com artistas na linha de frente como: Barões da Pisadinha , Eric Land e Zé Vaqueiro.


O rótulo "forró das antigas"

Em meados da década de 2010, a partir da realização de festivais com o nome comercial de "Forró das Antigas",[27][28] tornou-se comum o uso do rótulo "forró das antigas", inclusive em várias coletâneas postadas no YouTube, para se referir a bandas de forró romântico que já faziam sucesso comercial antes do ano de 2010, entre elas Limão com Mel, Mastruz com Leite, Calcinha Preta, Magníficos, Cavalo de Pau, Banda Aquários,

Desejo de Menina, Cavaleiros do Forró, Moleca 100 Vergonha, Banda Styllus, Brucelose, entre várias outras.

Forró e religiosidade popular

Estudiosos tem apontado para a importância do gênero no âmbito religioso.[29] Observa-se uma transversalidade religiosa quando o forró passa a utilizado de forma mais ou menos intensa na religiosidade popular brasileira, principalmente no Catolicismo, no Pentecostalismo e na Umbanda.[29]

No catolicismo romano

No catolicismo, o forró é muito comum em quermesses, festas populares como as festas juninas, bem como é utilizado nas missas, através de grupos de músicas que fazem adaptações dos cânticos de missa para o gênero.[29]

No pentecostalismo

Observa-se uma presença muito forte do gênero nas comunidades pentecostais.[29][30] O forró está presente desde os primórdios da religião no Brasil. Como expressão de fé de uma parcela marginalizada da população, o forró passou a ser para os pentecostais uma forma de afirmação e disseminação de suas doutrinas.[30] Atualmente, os pentecostais chamam o ritmo de "corinho de fogo".[29][30]

Na umbanda

Os cânticos são entoados em um ritmo impulsionado pelo toque dos atabaques, contudo nota-se a presença de ritmos como o baião e o coco em muitos pontos.[29] Pode-se citar aqui também os pontos ligados às entidades baianas ou oriundas de regiões do Nordeste brasileiro. Um ponto famoso com forte influência dos dois ritmos citados é "Mamãe Oxum".[29]

A violência de gênero no forró

O forró, um gênero musical que vem do nordeste do Brasil, tem sido uma grande parte da identidade cultural dos nordestinos. Recentemente, há um foco nas letras de forró que perpetuam um tipo de senso superior dos homens nordestinos contra as mulheres. Não somente as mulheres sofrem com os estereótipos criados nas letras de forró mas também, os da comunidade LGBT+, de acordo com pesquisadores da Universidade de Fortaleza e a UNICAMP, “... o Nordeste é a região que concentra maior número de mortes homoafetivas, com 43% do total, demonstrando o [a falta de] reconhecimento das masculinidades alternativas.”[31] Também, o forró é conhecido por sua sexualização do corpo feminino através das letras das canções. De acordo com um estudo da Universidade Federal de Piauí, as duas canções: “Hoje eu tô solteiro" e “Banda Calcinha Preta”, ambos geram-se alguns sentidos de um sistema patriarcal e reforçam-se  “...a submissão feminina em relação ao homem''.[32]

Além da música, as letras machistas se manifestam em violência contra as mulheres nas festas de forró e pelo país inteiro.[33] Pesquisadoras da Universidade de Fortaleza concluíram que as letras moldam as opiniões dos homens em relação às mulheres de maneiras negativas. Os quatro sentimentos que eles identificam que os homens aprendem são: a desmoralização da vítima, a justificação do estupro pelo álcool, a desqualificação da negativa feminina e a banalização da violência contra a mulher.[34] Pesquisadores argumentam que o resultado desses sentimentos é violência de gênero em todo o país, onde 43% das mulheres sofreram violência sexual ao longo da vida.[35] Os problemas têm persistido nos últimos tempos.

Tipos de danças

Típico grupo de forró com acordeão, triângulo e zabumba.

O forró é dançado em pares, e evoluiu para vários estilos que têm raízes em diversos outras danças, adaptadas para o molde e a estética que a cultura e a música do forró apresenta. O estilo de música, bastante abrangente dentro do forró, também irá variar com as danças.

O forró é dançado ao som de vários gêneros musicais brasileiros tipicamente nordestinos, além do gênero musical forró, entre os quais destacam-se: o xote, o baião, o arrasta-pé, o xaxado, a marcha (estilo tradicionalmente adotado em quadrilhas) e coco, e algumas vezes, o maracatu. Todos esses gêneros musicais são próximos, mas não são o mesmo que música forró. [5]

Danças tradicionais ou populares:

  • Dança em casais. A característica em comum e clássica entre elas é o abraço fechado:
    • Xote: conhecida também como dança (tradicional) do forró. O passo original é chamado de dois para lá de dois para cá. Também são executados outros passos na mesma marcação. Ela acompanha músicas do xote e de outros gêneros como baião, coco, forró (gênero musical), rojão e toada. É a dança mais praticada nos forrós.
    • Baião: Tem passo de marcação binária, uma troca de pé de apoio, seguido de um quique de sola do outro pé. Ela acompanha as músicas do baião.
    • Arrasta-pé: executada no passo de marcha. Ela acompanha músicas do arrasta-pé/polca e frevos executados por grupos de forró.
  • Danças individuais, menos frequente nos forrós:
    • Xaxado: dança trocando o pé de apoio marcando o tempo e contratempo das músicas do xaxado. Há versão estilizadas que não marca o contratempo.
    • Coco: passos com soladas no chão marcando o ritmo. Ela acompanha músicas do coco.

Danças de salão

Surgiram no fim dos anos 90 em escolas de dança profissional. A partir de misturas da dança do xote/forró com outras danças. Elas acompanham alguns gêneros musicais como o xote, baião, forró (gênero musical), coco, rojão e toada. As principais danças são:

  • O forró roots (ou de raiz, "pé-de-serra"), no modo raiz, ela é dançada em abraço fechado e contato corporal total, característica identitária da dança (tradicional) do forró, sem fazer movimentos em posições abertas. Sua criação começou nos eventos de forró de Itaúnas/ES, que introduziu principalmente movimentos intrínsecos e complexos de pernas, em sua maioria originados e modificados do tango e samba de gafieira.
  • O forró eletrônico, dançado com mais malícia e com um apelo maior para a sexualização dos pares, tem grande influência da lambada, salsa e até mesmo a bachata dominicana.
  • O forró universitário a maioria das figuras são em posições abertas com movimentos de braços de salsa cubana e/ou salsa L.A.(Los Angeles). Há movimentos de outras danças, como zouk e lambada em posição aberta ou no abraço do xote/forró.

Ver também

Bibliografia

  • Enciclopédia da Música Brasileira: Erudita, folclórica, popular. 2ª. ed. rev. e atual. Art Editora/Itaú Cultural, 1998.
  • Alvarenga, Oneyda. Música Popular Brasileira. São Paulo. "Lundu e Danças Afins". P.177. 2ª Edição. Livraria Duas Cidades, 1942.
  • Carvalho, Rodrigues de. Cancioneiro do Norte. Paraíba do Norte. 71. 2º Edição, 1928.
  • Câmara Cascudo, Luís da. Vaqueiros e Cantadores. p. 143 (em Almeida RJ, José Alberto de. 1997. Os Cantadores de Cordel do Nordeste Brasileiro: Relentara de Uma Prática Medieval. p. 6. Universidade Estadual do Ceará. CNPq - PIBIC).
  • Câmara Cascudo, Luís da. Dicionário do Folclore Brasileiro. 2ª ED. Rio de .Janeiro. Instituto Nacional do Livro. Ministério da Educação e Cultura, 1962.
  • Câmara Cascudo, Luís da. Dicionário do Folclore Brasileiro. 6ª Edição. Belo Horizonte, Itatiaia - São Paulo. p. 95. Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
  • Enciclopédia Brasileira Globo. Vol.II - 14ª. Porto Alegre. Edição. Editora Globo, 1975.
  • Buarque de Holanda Ferreira, Aurélio. Minidicionário da Língua Portuguesa. 1ª Ed. 5ª Impressão. Rio de Janeiro. p. 207. Editora Nova Fronteira, 1977.
  • Phaelante, Renato. Forró: Identidade Nordestina. Fundação Joaquim Nabuco (Instituto de Pesquisas Sociais, Departamento de Antropologia). Recife, 1995.

Referências

  1. 1,0 1,1 Enciclopédia da Música Brasileira: p. 301.
  2. «"forró"» 
  3. «"forró", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013» 
  4. «Signficado de Forró no Dicionário online Aulete Digital» 
  5. 5,0 5,1 «Dominguinhos apresenta as diferenças entre forró de pé de serra, baião, arrasta-pé, xote, xaxado» 
  6. «Origem da Palavra Forró». ... o forró é o espaço onde se dança, não a música que se canta. Alguém se aproveitou de Jackson, de Gonzaga, de Marinês… E tudo virou forró – garante Marinês. 
  7. «Significados de Forró no Dicionário Michaelis» 
  8. «Chamego, baião, xote: as várias facetas do gênero que imortalizou Luiz Gonzaga» 
  9. Forró em Porto Alegre
  10. 10,0 10,1 Iphan quer forró como patrimônio imaterial
  11. BECHARA, Evanildo (2009). Minidicionário da Língua Portuguesa. [S.l.]: Nova Fronteira. 957 páginas. ISBN 9788520921852 
  12. 12,0 12,1 Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, verbete "forrobodó"
  13. 13,0 13,1 Sobre Palavras - Forró vem de "for all"? Conta outra! Arquivado em 21 de fevereiro de 2014, no Wayback Machine., Sérgio Rodrigues, Revista Veja, 4 de agosto de 2011
  14. José Augusto Carvalho. «A origem forrobodó». Editora Escala. Conhecimento Prático Língua Portuguesa (53). Arquivado do original em 11 de junho de 2016 
  15. 15,0 15,1 Mvirtual. «Forró - Origens e Manifestações atuais». Consultado em 13 de janeiro de 2012 
  16. ChiquinhaGonzaga.com - peças teatrais
  17. jconline.ne10.uol.com.br/ O dia em que o forró foi indicado ao Grammy
  18. Ricardo Schott (Janeiro de 1995). «Raimundos: A corrida do ouro». Super Interessante 
  19. «O velho Forró conquista seguidores entre a classe média urbana» 
  20. «Diferença: forró-pé-serra x forró universitário» 
  21. Daniel Buarque (20 de junho de 2011). «Conheça as origens e a evolução do forró, o ritmo da festa de São João». G1. Consultado em 7 de março de 2017 
  22. Predefinição:Citar tese
  23. José Carlos dos Anjos Wallach (22 de maio de 2016). «Atenção ao pé-de-serra: Carlinhos Brown sente falta do forró tradicional». Correio da Paraíba. Consultado em 7 de março de 2017 
  24. Gabriel Serravale (14 de junho de 2016). «Forró tradicional, xote e baião animam noites de Salvador». A Tarde. Consultado em 7 de março de 2017 
  25. Daniel Rocha (8 de dezembro de 2017). «Novo estilo musical desponta em Fortaleza: é o Forró de Favela». Tribuna do Ceará. Consultado em 30 de setembro de 2019 
  26. João Lima Neto (20 de abril de 2019). «O Conde: cantores retornam como dupla com versão de "Shallow"». Diário do Nordeste. Consultado em 30 de setembro de 2019 
  27. «'Forró das Antigas' reunirá bandas dos anos 90 em Salvador». iBahia. 1 de maio de 2014. Consultado em 21 de setembro de 2020 
  28. «Festival de Forró das Antigas acontece em 10 horas de festa com seis atrações». Jornal O Povo. 22 de setembro de 2016. Consultado em 21 de setembro de 2020 
  29. 29,0 29,1 29,2 29,3 29,4 29,5 29,6 LOPES, Artur Costa (5 de junho de 2016). «O forró como gênero transversal entre umbanda, catolicismo e pentecostalismo». Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Anais do IV SIMPOM 
  30. 30,0 30,1 30,2 CAMILO, Cassiene Raissa da Silva (2019). Festa de crente: o forró gospel como reafirmação da doutrina pentecostal. Campina Grande: Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Ciências Sociais Aplicadas 
  31. Brilhante, Aline Veras Morais; Silva, Juliana Guimarães e; Vieira, Luiza Jane Eyre de Souza; Barros, Nelson Filice de; Catrib, Ana Maria Fontenelle (18 de maio de 2017). «Construção do estereótipo do "macho nordestino" nas letras de forró no Nordeste brasileiro». Interface - Comunicação, Saúde, Educação (em português). 22: 13–28. ISSN 1414-3283. doi:10.1590/1807-57622016.0286 
  32. Costa, Fábio Soares da; Silva, Francisca Islândia Cardoso da; Rodrigues, Janete de Páscola (1 de junho de 2014). «Representações simbólicas do corpo feminino no forró contemporâneo». Revista Extraprensa (em português). 7 (2): 85–90. ISSN 2236-3467. doi:10.11606/extraprensa2014.85155 
  33. Aline Veras Morais Brilhante, Ana Maria Fontenelle Catrib (2016). A violência contra a mulher e o forró nosso de cada dia (em português). Brazil: Editora da Universidade Estadual do Ceará. ISBN 978-85-7826-333-1 
  34. Brilhante, Aline Veras Morais; Nations, Marilyn Kay; Catrib, Ana Maria Fontenelle (8 de março de 2018). «"Taca cachaça que ela libera": violência de gênero nas letras e festas de forró no Nordeste do Brasil». Cadernos de Saúde Pública (em português). 34. ISSN 0102-311X. doi:10.1590/0102-311X00009317 
  35. Venturi G, Recamân M, Oliveira S. A mulher brasileira nos espaços público e privado. São Paulo: Fundação Perseu Abramo; 2004.

Ligações externas

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