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Henrique I de Portugal: mudanças entre as edições

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{{Info/Monarca
{{Mais notas|data=setembro de 2019}}
|nome   = Dom Henrique I
{{Info/Nobre
|título = [[Imagem:Ornamented Royal Coat of Arms of Cardinal Henry I of Portugal.svg|90px]]<br />[[Rei de Portugal]]
| nome = Henrique I
|imagem  = [[File:Henrique o Rei.jpg|225px]]
| título =  
|legenda =
| imagem = Henrique o Rei.jpg
|reinado = {{dtlink|04|08|1578}} <br />{{dtlink|31|01|1580}}
| imgw = 245px
|coroação= [[28 de agosto]] de [[1578]], [[Lisboa]]
| legenda = Detalhe de um retrato de Dom Henrique na [[Universidade de Évora]] (c. 1591), fundada por ele em 1559
|outrostítulos= ''O Casto''
| sucessão = [[Lista de monarcas de Portugal|Rei de Portugal e Algarves]]
|nome completo =
| reinado = {{dtlink|4|8|1578}}<br/>a {{dtlink|31|1|1580}}
|antecessor = [[Sebastião I de Portugal|D. Sebastião I]]
| coroação = {{dtlink|28|8|1578}}
|sucessor   = [[Conselho de Governadores do Reino de Portugal]]
| tipo-cor = Coroação
|herdeiro  = Reivindicaram: [[Catarina de Portugal, Duquesa de Bragança|Catarina de Portugal]], [[António de Portugal, Prior do Crato|António de Portugal]] e [[Filipe II de Espanha]]
| predecessor = [[Sebastião de Portugal|Sebastião]]
|consorte  =
| sucessor = [[Filipe II de Espanha|Filipe I]] (com disputa com seu primo [[António I de Portugal|Antônio I]])
|filhos    =
| sucessão1              = Príncipe Regente de Portugal
|casa real  =
| tipo-reinado1          = Período
|dinastia  = [[Dinastia de Avis|Avis]]
| reinado1              = {{dtlink|||1562}}<br/>a {{dtlink|||1568}}
|hino real  =
| tipo-reg1              = Monarca
|pai       = [[Manuel I de Portugal|Manuel I]]
| regente1              = [[Sebastião de Portugal|Sebastião]]
|mãe       = [[Maria de Aragão e Castela, Rainha de Portugal|Maria de Aragão]]
| casa = [[Dinastia de Avis|Avis]]
|nascimento = {{dni|31|1|1512|si}}
| pai = [[Manuel I de Portugal]]
|cidadenatal= [[Lisboa]], [[Portugal]]
| mãe = [[Maria de Aragão e Castela, Rainha de Portugal|Maria de Aragão e Castela]]
|morte     = {{nowrap|{{morte|31|1|1580|31|1|1512|lang=pt}}}}
| data de nascimento = {{dni|31|1|1512|si}}
|cidademorte = [[Almeirim (Portugal)|Almeirim]], [[Portugal]]
| local de nascimento = [[Lisboa]], [[Reino de Portugal|Portugal]]
|sepultamento= [[Mosteiro dos Jerónimos]], [[Lisboa]]
| data da morte = {{nowrap|{{morte|31|1|1580|31|1|1512}}}}
|assinatura  =
| local da morte = [[Almeirim (Portugal)|Almeirim]], [[Reino de Portugal|Portugal]]
| local de enterro = [[Mosteiro dos Jerónimos]], [[Belém (Lisboa)|Belém]], [[Portugal]]
| religião = [[Igreja Católica|Catolicismo]]
}}
}}
'''Henrique I de Portugal''' ([[Lisboa]], [[31 de janeiro]] de [[1512]] — [[Almeirim (Portugal)|Almeirim]], [[31 de janeiro]] de [[1580]]) foi o décimo-sétimo [[Lista de reis de Portugal|Rei de Portugal]], tendo governado entre [[1578]] e a sua morte, 1580.
'''Henrique I''' ([[Lisboa]], {{dtlink|31|1|1512}} – [[Almeirim (Portugal)|Almeirim]], {{dtlink|31|1|1580}}), apelidado de "o Casto" e "o Cardeal-Rei", foi o [[Lista de monarcas de Portugal|Rei de Portugal e Algarves]] de 1578 até sua morte, além de [[cardeal]] da [[Igreja católica]] desde 1545. Era o quinto filho do rei [[Manuel I de Portugal|Manuel I]] e sua segunda esposa [[Maria de Aragão e Castela, Rainha de Portugal|Maria de Aragão e Castela]], tendo servido entre 1562 e 1568 como regente de seu sobrinho neto o rei [[Sebastião de Portugal|Sebastião]].


Ocasionalmente é chamado de '''[[Dom (título)|Dom]] Henrique II''' por alguns autores, em virtude de ser o segundo chefe de Estado de Portugal chamado Henrique, tendo-se em linha de conta o conde [[Henrique de Borgonha, Conde de Portugal|D. Henrique]], por aqueles chamado de D. Henrique I. É conhecido pelos cognomes de ''O Casto'' (devido à sua função eclesiástica, que o impediu de ter descendência legítima), ''O Cardeal-Rei'' (igualmente por ser eclesiástico) ou ''O Eborense'' / ''O de Évora'' (por ter sido também arcebispo [[Évora|daquela cidade]] e aí ter passado muito tempo, e inclusivamente fundado a primeira [[Universidade de Évora]], entregue à guarda dos [[Jesuítas]]), transformando Évora num pólo cultural importante, acolhendo alguns vultos da cultura de então: [[Nicolaus Clenardus]], [[André de Resende]], [[Pedro Nunes (matemático)|Pedro Nunes]], [[António Barbosa]], entre outros.
== Biografia ==
{{Info/Prelado da Igreja Católica |type=Cardeal
  |nome            = Henrique I <br /><small>Henrique de Portugal</small>
|função           = [[Arcebispo emérito|Arcebispo-emérito]] de [[Arquidiocese de Évora|Évora]]
|imagem          =File:Cardeal dhenrique.jpg
|tamanho          = 240px


==Biografia==
{{Info/Prelado da Igreja Católica |type=Cardeal
|type            = Cardeal
|nome            = D. Henrique I <br /><small>D. Henrique de Portugal</small>
|título          = [[Cardeal-presbítero]] dos [[Santos Quatro Mártires Coroados (título cardinalício)|Santos Quatro Coroados]]
|função          = Arcebispo de Évora
|imagem          =
|imagem_tamanho  = 200px
|imagem_legenda  =
  |diocese          = [[Arquidiocese de Évora]]
  |diocese          = [[Arquidiocese de Évora]]
  |nascimento_data  ={{dni|31|1|1512|si}}
|nomeação        = {{dtlink|15|12|1574}} 
  |nascimento_local =
|predecessor      = [[João de Melo|Dom João de Melo]]
  |morte_data      ={{nowrap|{{morte|31|1|1580|31|1|1512|lang=pt}}}}
|sucessor        = [[Teotónio de Bragança|Dom Teotónio de Bragança]], [[Companhia de Jesus|S.J.]]
  |morte_local      =
|mandato          = {{dtlink|||1574}} - {{dtlink|||1578}}
  |padre_data         =
 
  |bispo_data      =
|bispo_nom        = {{dtlink|30|4|1533}}
  |arcebispo_nom          = [[13 de abril]] de [[1539]]
|bispo_data      = {{dtlink|13|4|1539}}
|nomeado          =
|bispo_ord        = [[Afonso de Portugal|Dom Afonso ''Cardeal'' de Portugal]]
|bispo            =
|arcebispo_nom    = {{dtlink|30|4|1533}}
|cardeal_data      = [[16 de dezembro]] de [[1545]]
 
  |cardeal_ord      =[[Papa Paulo III]]
|cardeal_data    = {{dtlink|16|12|1545}}
  |cardeal_brasão          = Ornamented Royal Coat of Arms of Cardinal Henry I of Portugal.svg
|cardeal_ord      = [[Papa Paulo III]]
|cardeal_lema            = Festina lente
|cardeal_rank    = [[Cardeal-presbítero]]
|cardeal_título  = [[Santos Quatro Mártires Coroados (título cardinalício)|Santos Quatro Coroados]]
|cardeal_brasão  = Ornamented Royal Coat of Arms of Cardinal Henry I of Portugal.svg
|cardeal_lema    = Festina lente
 
  |nascimento_data  = {{dni|31|1|1512|si}}
  |nascimento_local = [[Lisboa]], [[Reino de Portugal|Portugal]]
  |morte_data      = {{nowrap|{{morte|31|1|1580|31|1|1512}}}}
  |morte_local      = [[Almeirim (Portugal)|Almeirim]], [[Reino de Portugal|Portugal]]
  |nome_mãe         = [[Maria de Aragão e Castela, Rainha de Portugal|Maria de Aragão e Castela]]
  |nome_pai        = [[Manuel I de Portugal]]
  |exercidas        = {{nowrap|-[[Arcebispo]] de [[Arquidiocese de Braga|Braga]] {{small|(1533-1540)}}<br/>-[[Arcebispo]] de [[Arquidiocese de Évora|Évora]] {{small|(1540-1564)}}<br/>-[[Arcebispo]] de [[Patriarcado de Lisboa|Lisboa]] {{small|(1564-1574)}}}}
  |sepultado        = [[Mosteiro dos Jerónimos]]
  |ch              = portglh
}}
}}
===Nascimento e infância===
 
D. Henrique nasceu a [[31 de Janeiro]] de [[1512]], quinto filho varão de [[Manuel I de Portugal|D. Manuel I]] (com quem se parecia nas feições<ref name="Chronica">{{Citar livro |nome=Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis |autorlink= |coautor= |título=Chronica do Cardeal Rei D. Henrique, e Vida de Miguel de Moura |url=https://books.google.pt/books?id=td4FAAAAQAAJ&printsec=frontcover&hl=pt-PT#v=onepage&q&f=false |edição=1.ª |local=Lisboa |editora=Typographia da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis |ano=1840 }}</ref> ) e sua segunda mulher [[Maria de Aragão e Castela, Rainha de Portugal|D. Maria de Aragão e Castela]].<ref>Levi Mortera 1988, pp. 1190.</ref> Era, portanto, irmão mais novo daquele que viria a ser o rei [[João III de Portugal|D. João III]].<ref>Lobo & de Moura 1840, pp. 2.</ref>
=== Nascimento e infância ===
D. Henrique nasceu a [[31 de Janeiro]] de [[1512]], quinto filho varão de [[Manuel I de Portugal|D. Manuel I]] (com quem se parecia nas feições<ref name="Chronica">{{Citar livro |autor=Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis |autorlink= |coautor= |título=Chronica do Cardeal Rei D. Henrique, e Vida de Miguel de Moura |url=https://books.google.pt/books?id=td4FAAAAQAAJ&printsec=frontcover&hl=pt-PT#v=onepage&q&f=false |edição=1.ª |local=Lisboa |editora=Typographia da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis |ano=1840}}</ref>) e sua segunda mulher [[Maria de Aragão e Castela, Rainha de Portugal|D. Maria de Aragão e Castela]].<ref>Levi Mortera 1988, pp. 1190</ref> Era, portanto, irmão mais novo daquele que viria a ser o rei [[João III de Portugal|D. João III]].<ref>Lobo & de Moura 1840, pp. 2</ref>


No dia em que nasceu, apesar de tal não acontecer habitualmente, caiu em [[Lisboa]] muita [[neve]], facto que serviu aos "''investigadores dos futuros''" para traçarem [[horóscopo]]s preconizando um temperamento virtuoso e candura de espírito.<ref>{{Citar livro |sobrenome=Castro |nome=Damião António de Lemos Faria e |título=Historia Geral de Portugal, e suas Conquistas |url=https://books.google.pt/books?id=LLBPAAAAcAAJ&printsec=frontcover&hl=pt-PT#v=onepage&q&f=false |edição=1.ª |local=Lisboa |editora=Typografia Rollandiana |ano=1788 |página=239 |volume=X |ref= |notas=}}</ref> Foi [[baptismo|baptizado]] pelo [[Diocese de Coimbra|Bispo de Coimbra]], D. [[Jorge de Almeida]].<ref name="Chronica"/>
No dia em que nasceu, apesar de tal não acontecer habitualmente, caiu em [[Lisboa]] muita [[neve]], facto que serviu aos "''investigadores dos futuros''" para traçarem [[horóscopo]]s preconizando um temperamento virtuoso e candura de espírito.<ref>{{Citar livro |sobrenome=Castro |nome=Damião António de Lemos Faria e |título=Historia Geral de Portugal, e suas Conquistas |url=https://books.google.pt/books?id=LLBPAAAAcAAJ&printsec=frontcover&hl=pt-PT#v=onepage&q&f=false |edição=1.ª |local=Lisboa |editora=Typografia Rollandiana |ano=1788 |página=239 |volume=X |ref= |notas=}}</ref> Foi [[baptismo|baptizado]] pelo [[Diocese de Coimbra|Bispo de Coimbra]], D. [[Jorge de Almeida]].<ref name="Chronica"/>


Estudou, com esmero, Latim, Grego, Hebraico, Matemática, Filosofia e Teologia, e cavalgava bem.<ref name="Chronica"/>
Estudou, com esmero, [[Latim]], [[Língua Grega|Grego]], [[Hebraico]], [[Matemática]], [[Filosofia]] e [[Teologia]], e [[Equitação|cavalgava]] bem.<ref name="Chronica"/>


===Vida religiosa===
=== Vida religiosa ===
Como se compreende, enquanto [[Infante de Portugal]], não era esperado de D. Henrique que subisse ao trono.
Como se compreende, enquanto [[Infante de Portugal]], não era esperado de D. Henrique que subisse ao trono.


Aos catorze anos, Henrique recebeu o sacramento da ordenação, para promover os interesses portugueses na [[Igreja Católica]], na altura dominada pela [[Espanha]]. Ocupando primeiramente a dignidade de [[Mosteiro de Santa Cruz|Prior de Santa Cruz]],<ref name="Chronica"/> subiu cedo na hierarquia da Igreja, tendo sido rapidamente [[Arquidiocese de Braga|Arcebispo de Braga]], primeiro [[Arquidiocese de Évora|Arcebispo de Évora]], [[Patriarcado de Lisboa|Arcebispo de Lisboa]] e ainda [[Inquisidor-mor]] antes de receber o título de [[Cardeal]] (sendo portanto um [[cardeal-infante]]),<ref>''O panorama: jornal litterario e instructivo de Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis, Volumes 9-10''. Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis, Lisboa. pp. 315. Na Typ. da Sociedade, 1852.</ref> com o título dos ''[[Santos Quatro Mártires Coroados (título cardinalício)|Santos Quatro Coroados]]'' ([[1546]]).
Aos catorze anos, Henrique recebeu o sacramento da ordenação, para promover os interesses portugueses na [[Igreja Católica]], na altura dominada pela [[Espanha]]. Ocupando primeiramente a dignidade de Dom Prior do [[Mosteiro de Santa Cruz]] de [[Coimbra]],<ref name="Chronica"/> subiu cedo na hierarquia da Igreja, tendo sido rapidamente [[Arquidiocese de Braga|Arcebispo de Braga]], primeiro [[Arquidiocese de Évora|Arcebispo de Évora]], [[Patriarcado de Lisboa|Arcebispo de Lisboa]] e ainda [[Inquisidor-mor]] – nomeado pelo rei D.&nbsp;João&nbsp;III em 1539, aos 27 anos de idade{{sfn|Saraiva|2001|p=33}} – antes de receber o título de [[Cardeal]] (sendo portanto um [[cardeal-infante]]),<ref>''O panorama: jornal litterario e instructivo de Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis, Volumes 9–10''. Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis, Lisboa. pp. 315. Na Typ. da Sociedade, 1852</ref> com o título dos ''[[Santos Quatro Mártires Coroados (título cardinalício)|Santos Quatro Coroados]]'' ([[1546]]).


Não pelas suas mãos, mas com sua autorização dada ao frei [[Luís de Granada]] ([[Ordem dos Pregadores|dominicano]]) que editou em português uma obra sua, intitulada "Meditações e homilias sobre alguns mysterios da vida de nosso Redemptor, e sobre alguns logares do Santo Evangelho, que fez o Serenissimo e Reverendissimo Cardeal Infante D. Henrique por sua particular devoção" em [[Lisboa]],<ref>''Grande enciclopédia portuguesa e brasileira''. Editorial Enciclopédia, 195?. pp. 64.</ref> editada por Antonio Ribeyro, em [[1574]]. Esta obra, em português, visava substituir a palavra oral pela escrita, num esforço de chegar às recuadas aldeias onde dificilmente chegava, pela escassez de religiosos conhecedores do latim. Foram publicadas em latim pelos [[jesuítas]] em [[1576]] e depois em [[1581]].
Não pelas suas mãos, mas com sua autorização dada ao frei [[Luís de Granada]] ([[Ordem dos Pregadores|dominicano]]) que editou em português uma obra sua, intitulada "Meditações e homilias sobre alguns mysterios da vida de nosso Redemptor, e sobre alguns logares do Santo Evangelho, que fez o Serenissimo e Reverendissimo Cardeal Infante D. Henrique por sua particular devoção" em [[Lisboa]],<ref>''Grande enciclopédia portuguesa e brasileira''. Editorial Enciclopédia, 195?. pp. 64.</ref> editada por Antonio Ribeyro, em [[1574]]. Esta obra, em português, visava substituir a palavra oral pela escrita, num esforço de chegar às recuadas aldeias onde dificilmente chegava, pela escassez de religiosos conhecedores do latim. Foram publicadas em latim pelos [[jesuítas]] em [[1576]] e depois em [[1581]].


Participou do [[conclave de 1549–1550]], que elegeu ao [[Papa Júlio III]] e dos [[conclave]]s de [[Conclave de abril de 1555|abril]] e [[Conclave de maio de 1555|maio de 1555]], nestes chegou a ser apontado como um dos favoritos a suceder no trono de São Pedro.  
Participou do [[conclave de 1549–1550]], que elegeu ao [[Papa Júlio&nbsp;III]] e dos [[conclave]]s de [[Conclave de abril de 1555|abril]] e [[Conclave de maio de 1555|maio de 1555]], nestes chegou a ser apontado como um dos favoritos a suceder no trono de São Pedro.


[[Imagem:Fons Vitae - Familia de D. Manuel I.jpg|thumb|direita|upright=0.9|Em redor da fonte, alegoria da [[Eucaristia]],ajoelhado em primeiro plano [[Manuel I de Portugal|D. Manuel]], e à sua esquerda, os seus seis filhos nascidos do casamento com [[Maria de Aragão e Castela, Rainha de Portugal|D. Maria de Aragão]]<br />
[[Imagem:Fons Vitae (c. 1515-1517) - Colijn de Coter (attributed).png|thumb|direita|upright=0.9|Em redor da fonte, alegoria da [[Eucaristia]], ajoelhado em primeiro plano [[Manuel I de Portugal|D. Manuel]], e à sua esquerda, os seus seis filhos nascidos do casamento com [[Maria de Aragão e Castela, Rainha de Portugal|D. Maria de Aragão]]<br /><small>''[[Fons Vitae (Museu da Misericórdia do Porto)|Fons Vitae]]'', na [[Igreja da Misericórdia do Porto]]</small>]]
<small>''[[Fons Vitae (Museu da Misericórdia do Porto)|Fons Vitae]]'', na [[Igreja da Misericórdia do Porto]]</small>]]
O seu irmão [[João&nbsp;III de Portugal]] pediu ao cunhado, o imperador [[Carlos I de Espanha|Carlos V]] que favorecesse a ascensão do seu irmão ao sólio pontifício, através da compra dos votos do [[Colégio dos Cardeais]]. Porém, não participou dos conclaves de [[Conclave de 1559|1559]], [[Conclave de 1565-1566|1565-1566]] e de [[Conclave de 1572|1572]].
O seu irmão [[João III de Portugal]] pediu ao cunhado, o imperador [[Carlos I de Espanha|Carlos V]] que favorecesse a ascensão do seu irmão ao sólio pontifício, através da compra dos votos do [[Colégio dos Cardeais]]. Porém, não participou dos conclaves de [[Conclave de 1559|1559]], [[Conclave de 1565-1566|1565-1566]] e de [[Conclave de 1572|1572]].


Henrique, mais do que ninguém, empenhou-se em trazer para Portugal a [[Companhia de Jesus|Ordem dos Jesuítas]], tendo utilizado os seus serviços no Império Colonial.<ref>''Padrão: revista portuguesa do Brasil, Edições 35-37''. 1954. pp. 22.</ref>
Henrique, mais do que ninguém, empenhou-se em trazer para Portugal a [[Companhia de Jesus|Ordem dos Jesuítas]], tendo utilizado os seus serviços no Império Colonial.<ref>''Padrão: revista portuguesa do Brasil, Edições 35–37''. 1954. pp. 22</ref>


===Regente e rei===
=== Regente e rei ===
Quando João III de Portugal morreu, muitos discordavam da atribuição do poder da [[Regência (sistema de governo)|regência]] a [[Catarina de Áustria]], irmã de [[Carlos I de Espanha]]. Henrique sucedeu assim à sua cunhada em [[1562]], servindo como regente para [[Sebastião de Portugal|Sebastião I]],<ref>Montalvão Machado 1971, pp. 16.</ref> seu sobrinho de segundo grau, até este assumir o trono ([[1568]]).
Quando João III de Portugal morreu, muitos discordavam da atribuição do poder da [[Regência (sistema de governo)|regência]] a [[Catarina de Áustria]], irmã de [[Carlos&nbsp;I de Espanha]]. Henrique sucedeu assim à sua cunhada em [[1562]], servindo como regente para [[Sebastião de Portugal|Sebastião&nbsp;I]],<ref>Montalvão Machado 1971, pp. 16</ref> seu sobrinho de segundo grau, até este assumir o trono ([[1568]]).


Após a desastrosa [[Batalha de Alcácer-Quibir]] em [[1578]], depois de receber a confirmação da morte do rei,<ref>Diogo 1964, pp. 75.</ref> no [[Mosteiro de Alcobaça]], acabou por suceder ao sobrinho-neto. Henrique renunciou então ao seu posto clerical e procurou imediatamente uma noiva por forma a poder dar continuidade à [[dinastia de Avis]], mas o papa [[Papa Gregório XIII|Gregório XIII]], que era um familiar dos [[Habsburgos]] que eram pretendentes ao trono de Portugal, não o libertou dos seus votos.
Após a desastrosa [[Batalha de Alcácer-Quibir]] em [[1578]], depois de receber a confirmação da morte do rei,<ref>Diogo 1964, pp. 75</ref> no [[Mosteiro de Alcobaça]], acabou por suceder ao sobrinho-neto. Henrique renunciou então ao seu posto clerical e procurou imediatamente uma noiva por forma a poder dar continuidade à [[dinastia de Avis]], mas o papa [[Papa Gregório XIII|Gregório&nbsp;XIII]], que era um familiar dos [[Habsburgos]] que eram pretendentes ao trono de Portugal, não o libertou dos seus votos.


Foi aclamado rei na igreja do [[Hospital Real de Todos os Santos]], no [[Praça de D. Pedro IV|Rossio]], sem grandes festejos.<ref>Alves Dias & de Oliveira Marques 1998, pp. 753.</ref> Caber-lhe-ia resolver o resgate dos muitos cativos em [[Marrocos]]. O reino, então jubilante pela juventude com que D. Sebastião liderava, perdia o ânimo com a notícia e exigia vingança ao rei que, entretanto, adoecia.
Foi aclamado rei na igreja do [[Hospital Real de Todos os Santos]], no [[Praça de D. Pedro IV|Rossio]], sem grandes festejos.<ref>Alves Dias & de Oliveira Marques 1998, pp. 753</ref> Caber-lhe-ia resolver o resgate dos muitos cativos em [[Marrocos]].


===Morte e crise de 1580===
=== Morte e crise de 1580 ===
{{Artigo principal|Crise de sucessão de 1580}}
{{Artigo principal|Crise de sucessão de 1580}}
{{quadrocitação|Que o cardeal-rei dom Henrique<br />Fique no [[Inferno]] muitos anos<br />Por ter deixado em [[testamento]]<br />Portugal, aos [[Espanha|castelhanos]]|Quadra popular}}
{{quadrocitação|Que o cardeal-rei dom Henrique<br />Fique no [[Inferno]] muitos anos<br />Por ter deixado em [[testamento]]<br />Portugal, aos [[Espanha|castelhanos]]|Quadra popular}}
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[[Imagem:Cardeal dhenrique.jpg|thumb|esquerda|upright=0.6|Painel de [[azulejo]]s representando o cardeal D. Henrique em [[Évora]]]]
[[Imagem:Cardeal dhenrique.jpg|thumb|esquerda|upright=0.6|Painel de [[azulejo]]s representando o cardeal D. Henrique em [[Évora]]]]
O rei-cardeal morreu durante as [[Cortes de Almeirim de 1580]], deixando uma [[Conselho de Governadores do Reino de Portugal|Junta de cinco governadores]] na regência: o [[arcebispo de Lisboa]] [[Jorge de Almeida]], [[João Telo]], [[Francisco de Sá de Meneses, 1.º Conde de Matosinhos|Francisco de Sá Meneses]], [[Diogo Lopes de Sousa]] e [[João de Mascarenhas]].<ref>Simões Rodrigues & Grilo Capelo 1996, pp. 106.</ref><ref>Pereira 1942, pp. 27.</ref>
O rei-cardeal morreu durante as [[Cortes de Almeirim de 1580]], deixando uma [[Conselho de Governadores do Reino de Portugal|Junta de cinco governadores]] na regência: o [[arcebispo de Lisboa]] [[Jorge de Almeida]], [[João Telo]], [[Francisco de Sá de Meneses, 1.º Conde de Matosinhos|Francisco de Sá Meneses]], [[Diogo Lopes de Sousa]] e [[João de Mascarenhas]].<ref>Simões Rodrigues & Grilo Capelo 1996, pp. 106</ref><ref>Pereira 1942, pp. 27</ref>


Em novembro de 1580, [[Filipe II de Espanha]] enviou o [[Ducado de Alba|Duque de Alba]] para reivindicar o Reino de Portugal pela força. [[Lisboa]] caiu rapidamente e o rei espanhol foi aclamado rei de [[Reino de Portugal|Portugal]] como Filipe I,<ref>Lima Alves 2001.</ref> com a condição de que o reino e seus [[Ultramar|territórios ultramarinos]] não se tornassem [[Províncias da Espanha|províncias espanholas]].
Em novembro de 1580, [[Filipe II de Espanha]] enviou o [[Ducado de Alba|Duque de Alba]] para reivindicar o Reino de Portugal pela força. [[Lisboa]] caiu rapidamente e o rei espanhol foi aclamado rei de [[Reino de Portugal|Portugal]] como Filipe I,<ref>Lima Alves 2001</ref> com a condição de que o reino e seus territórios ultramarinos não se tornassem [[Províncias da Espanha|províncias espanholas]].


Foi sepultado inicialmente em [[Almeirim (Portugal)|Almeirim]], mas em [[1582]] o seu sobrinho Filipe II de Espanha transladou o seu corpo para o [[transepto]] da [[igreja]] do [[Mosteiro dos Jerónimos]], em Lisboa. Encontra-se junto ao túmulo construído para Dom [[Sebastião de Portugal|Sebastião]], cuja sepultura foi também aí colocada por ordem de Filipe II.
Foi sepultado inicialmente em [[Almeirim (Portugal)|Almeirim]], mas em [[1582]] o seu sobrinho Filipe II de Espanha transladou o seu corpo para o [[transepto]] da [[igreja]] do [[Mosteiro dos Jerónimos]], em Lisboa. Encontra-se junto ao túmulo construído para Dom [[Sebastião de Portugal|Sebastião]], cuja sepultura foi também aí colocada por ordem de Filipe II.
== Títulos, estilos, e honrarias ==
{{Info/Estilos reais
| nome              = {{PAGENAME}}
| imagem            = [[Imagem:Ornamented Royal Coat of Arms of Cardinal Henry I of Portugal.svg|125px]]
| estilo            = [[Sua Alteza Real]]
| directo            = Vossa Alteza Real
| alternativo        = Senhor
| notas              = '''N.B.''' O Cardeal-Rei não usou a forma ''[[Sua Majestade]]'', que já havia sido utilizada pelo seu sobrinho [[Sebastião de Portugal|D. Sebastião]], por considerar o tratamento majestático apenas adequado para o divino.
}}
{{Artigo principal|Lista de títulos e honrarias da Coroa Portuguesa}}
=== Títulos e estilos ===
* 31 de Janeiro de 1512 – 13 de Abril de 1539: "[[Sua Alteza]], o Infante Henrique de Portugal"
* 13 de Abril de 1533 – 24 de Setembro de 1540: "[[Sua Excelência Reverendíssima]], o Senhor Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas"
* 24 de Setembro de 1540 – 16 de Dezembro de 1545: "Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Arcebispo de Évora"
* 16 de Dezembro de 1545 – 21 de Junho de 1564: "[[Sua Eminência|Sua Eminência Reverendíssima]], o cardeal-infante D. Henrique, Arcebispo de Évora"
* 21 de Junho de 1564 – 14 de Novembro de 1569: "Sua Eminência Reverendíssima, o cardeal-infante D. Henrique, Arcebispo de Lisboa"
* 14 de Novembro de 1569 – 15 de Dezembro de 1574: "Sua Eminência Reverendíssima, o cardeal-infante D. Henrique"
* 15 de Dezembro de 1574 – 4 de Julho de 1578: "Sua Eminência Reverendíssima, o cardeal-infante D. Henrique, Arcebispo de Évora"
* 4 de Julho de 1578 – 28 de Agosto de 1578: "Sua Eminência Reverendíssima, o cardeal-infante D. Henrique"
* 28 de Agosto de 1578 – 31 de Janeiro de 1580: "[[Sua Alteza Real]], o Rei"
O estilo oficial de D. Henrique enquanto Rei de Portugal: "Pela Graça de Deus, Henrique I, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc."
=== Honrarias ===
Enquanto monarca de Portugal, D. Henrique foi Grão-Mestre das seguintes Ordens:
* [[Ordem de Cristo|Ordem dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo]]
* [[Ordem de São Bento de Avis]]
* [[Ordem de Santiago|Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem de Sant'Iago da Espada]]
* [[Ordem da Torre e Espada|Antiga e Muito Nobre Ordem da Torre e Espada]]
== Na cultura popular ==
*Foi interpretado por [[Luís Vicente]] num episódio da série da [[RTP1]], ''[[Ministério do Tempo]]'' (2017). Na história fantasiada, D. Henrique teria sido concebido como resultado relação extra-conjugal entre a rainha [[Maria de Aragão e Castela, Rainha de Portugal|D. Maria de Aragão e Castela]] e um cortesão, Ernesto Ochoa, que teria fugido para a actualidade, onde se tornou no Chefe de Segurança do Ministério do Tempo.


== Ver também ==
== Ver também ==
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* [[Árvore genealógica dos reis de Portugal]]
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* [[Cardeais de Portugal]]
* [[Cardeais de Portugal]]
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{{Referências|col=2}}
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{{Casa de Avis - Descendência}}


== Bibliografia ==
== Bibliografia ==
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* Lobo, Alvaro; de Moura, Miguel. ''Chronica do cardeal rei d. Henrique: e Vida de Miguel de Moura''. Typographia da Sociedade propagadora dos conhecimentos uteis, 1840. 185 p.  
* Lobo, Alvaro; de Moura, Miguel. ''Chronica do cardeal rei d. Henrique: e Vida de Miguel de Moura''. Typographia da Sociedade propagadora dos conhecimentos uteis, 1840. 185 p.  
* Montalvão Machado, José Timoteo. ''O rei Dom Sebastião, na Igreja dos Jerónimos''. Associação dos Arqueólogos Portugueses, 1971. 110 p.
* Montalvão Machado, José Timoteo. ''O rei Dom Sebastião, na Igreja dos Jerónimos''. Associação dos Arqueólogos Portugueses, 1971. 110 p.
* Pereira, Angelo. ''As regências da monarquia portuguesa''. Oficinas gráficas da casa portuguesa, 1942. 78 p.  
* Pereira, Angelo. ''As regências da monarquia portuguesa''. Oficinas gráficas da casa portuguesa, 1942. 78 p.
* Polónia, Amélia. "D. Henrique. O cardeal-rei", Lisboa 2005 (=Reis de Portugal ,17)
* Saraiva, António José. (2001). The Marrano Factory: The Portuguese Inquisition and Its New Christians 1536-1765
* Simões Rodrigues, António; Grilo Capelo, Rui. ''História de Portugal em datas''. António Simões Rodrigues (editor), 3ª edi. Temas e Debates, 1996. 478 p.
* Simões Rodrigues, António; Grilo Capelo, Rui. ''História de Portugal em datas''. António Simões Rodrigues (editor), 3ª edi. Temas e Debates, 1996. 478 p.
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== Ligações externas ==
== Ligações externas ==
{{Commonscat|Henry I of Portugal}}
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* {{link|en|2=http://www2.fiu.edu/~mirandas/bios1545.htm#Portugal|3=The Cardinals of the Holy Roman Church}}
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|-
! colspan="3" style="background: #FBEC5D;" | Henrique I de Portugal<br/>[[Dinastia de Avis|Casa de Avis]]<br/><small>Ramo da [[Dinastia de Borgonha|Casa de Borgonha]]</small><br/>31 de janeiro de 1512 – 31 de janeiro de 1580
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Edição atual tal como às 10h13min de 4 de agosto de 2022

Predefinição:Info/Nobre Henrique I (Lisboa, 31 de janeiro de 1512Almeirim, 31 de janeiro de 1580), apelidado de "o Casto" e "o Cardeal-Rei", foi o Rei de Portugal e Algarves de 1578 até sua morte, além de cardeal da Igreja católica desde 1545. Era o quinto filho do rei Manuel I e sua segunda esposa Maria de Aragão e Castela, tendo servido entre 1562 e 1568 como regente de seu sobrinho neto o rei Sebastião.

Biografia

Predefinição:Info/Prelado da Igreja Católica

Nascimento e infância

D. Henrique nasceu a 31 de Janeiro de 1512, quinto filho varão de D. Manuel I (com quem se parecia nas feições[1]) e sua segunda mulher D. Maria de Aragão e Castela.[2] Era, portanto, irmão mais novo daquele que viria a ser o rei D. João III.[3]

No dia em que nasceu, apesar de tal não acontecer habitualmente, caiu em Lisboa muita neve, facto que serviu aos "investigadores dos futuros" para traçarem horóscopos preconizando um temperamento virtuoso e candura de espírito.[4] Foi baptizado pelo Bispo de Coimbra, D. Jorge de Almeida.[1]

Estudou, com esmero, Latim, Grego, Hebraico, Matemática, Filosofia e Teologia, e cavalgava bem.[1]

Vida religiosa

Como se compreende, enquanto Infante de Portugal, não era esperado de D. Henrique que subisse ao trono.

Aos catorze anos, Henrique recebeu o sacramento da ordenação, para promover os interesses portugueses na Igreja Católica, na altura dominada pela Espanha. Ocupando primeiramente a dignidade de Dom Prior do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra,[1] subiu cedo na hierarquia da Igreja, tendo sido rapidamente Arcebispo de Braga, primeiro Arcebispo de Évora, Arcebispo de Lisboa e ainda Inquisidor-mor – nomeado pelo rei D. João III em 1539, aos 27 anos de idade[5] – antes de receber o título de Cardeal (sendo portanto um cardeal-infante),[6] com o título dos Santos Quatro Coroados (1546).

Não pelas suas mãos, mas com sua autorização dada ao frei Luís de Granada (dominicano) que editou em português uma obra sua, intitulada "Meditações e homilias sobre alguns mysterios da vida de nosso Redemptor, e sobre alguns logares do Santo Evangelho, que fez o Serenissimo e Reverendissimo Cardeal Infante D. Henrique por sua particular devoção" em Lisboa,[7] editada por Antonio Ribeyro, em 1574. Esta obra, em português, visava substituir a palavra oral pela escrita, num esforço de chegar às recuadas aldeias onde dificilmente chegava, pela escassez de religiosos conhecedores do latim. Foram publicadas em latim pelos jesuítas em 1576 e depois em 1581.

Participou do conclave de 1549–1550, que elegeu ao Papa Júlio III e dos conclaves de abril e maio de 1555, nestes chegou a ser apontado como um dos favoritos a suceder no trono de São Pedro.

Em redor da fonte, alegoria da Eucaristia, ajoelhado em primeiro plano D. Manuel, e à sua esquerda, os seus seis filhos nascidos do casamento com D. Maria de Aragão
Fons Vitae, na Igreja da Misericórdia do Porto

O seu irmão João III de Portugal pediu ao cunhado, o imperador Carlos V que favorecesse a ascensão do seu irmão ao sólio pontifício, através da compra dos votos do Colégio dos Cardeais. Porém, não participou dos conclaves de 1559, 1565-1566 e de 1572.

Henrique, mais do que ninguém, empenhou-se em trazer para Portugal a Ordem dos Jesuítas, tendo utilizado os seus serviços no Império Colonial.[8]

Regente e rei

Quando João III de Portugal morreu, muitos discordavam da atribuição do poder da regência a Catarina de Áustria, irmã de Carlos I de Espanha. Henrique sucedeu assim à sua cunhada em 1562, servindo como regente para Sebastião I,[9] seu sobrinho de segundo grau, até este assumir o trono (1568).

Após a desastrosa Batalha de Alcácer-Quibir em 1578, depois de receber a confirmação da morte do rei,[10] no Mosteiro de Alcobaça, acabou por suceder ao sobrinho-neto. Henrique renunciou então ao seu posto clerical e procurou imediatamente uma noiva por forma a poder dar continuidade à dinastia de Avis, mas o papa Gregório XIII, que era um familiar dos Habsburgos que eram pretendentes ao trono de Portugal, não o libertou dos seus votos.

Foi aclamado rei na igreja do Hospital Real de Todos os Santos, no Rossio, sem grandes festejos.[11] Caber-lhe-ia resolver o resgate dos muitos cativos em Marrocos.

Morte e crise de 1580

Ver artigo principal: Crise de sucessão de 1580

“Que o cardeal-rei dom Henrique
Fique no Inferno muitos anos
Por ter deixado em testamento
Portugal, aos castelhanos

— Quadra popular

Mesmo com o sério problema da sucessão em mãos, D. Henrique nunca aceitou a hipótese de nomear o Prior do Crato, outro seu sobrinho, herdeiro no trono, pois não reconhecia a legitimidade de D. António. Por consequência, após a sua morte, de facto D. António subiu ao trono mas não conseguiu mantê-lo, perdendo-o para seu primo Filipe II de Espanha, na batalha com o duque de Alba.

Painel de azulejos representando o cardeal D. Henrique em Évora

O rei-cardeal morreu durante as Cortes de Almeirim de 1580, deixando uma Junta de cinco governadores na regência: o arcebispo de Lisboa Jorge de Almeida, João Telo, Francisco de Sá Meneses, Diogo Lopes de Sousa e João de Mascarenhas.[12][13]

Em novembro de 1580, Filipe II de Espanha enviou o Duque de Alba para reivindicar o Reino de Portugal pela força. Lisboa caiu rapidamente e o rei espanhol foi aclamado rei de Portugal como Filipe I,[14] com a condição de que o reino e seus territórios ultramarinos não se tornassem províncias espanholas.

Foi sepultado inicialmente em Almeirim, mas em 1582 o seu sobrinho Filipe II de Espanha transladou o seu corpo para o transepto da igreja do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Encontra-se junto ao túmulo construído para Dom Sebastião, cuja sepultura foi também aí colocada por ordem de Filipe II.

Títulos, estilos, e honrarias

Predefinição:Info/Estilos reais

Títulos e estilos

  • 31 de Janeiro de 1512 – 13 de Abril de 1539: "Sua Alteza, o Infante Henrique de Portugal"
  • 13 de Abril de 1533 – 24 de Setembro de 1540: "Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas"
  • 24 de Setembro de 1540 – 16 de Dezembro de 1545: "Sua Excelência Reverendíssima, o Senhor Arcebispo de Évora"
  • 16 de Dezembro de 1545 – 21 de Junho de 1564: "Sua Eminência Reverendíssima, o cardeal-infante D. Henrique, Arcebispo de Évora"
  • 21 de Junho de 1564 – 14 de Novembro de 1569: "Sua Eminência Reverendíssima, o cardeal-infante D. Henrique, Arcebispo de Lisboa"
  • 14 de Novembro de 1569 – 15 de Dezembro de 1574: "Sua Eminência Reverendíssima, o cardeal-infante D. Henrique"
  • 15 de Dezembro de 1574 – 4 de Julho de 1578: "Sua Eminência Reverendíssima, o cardeal-infante D. Henrique, Arcebispo de Évora"
  • 4 de Julho de 1578 – 28 de Agosto de 1578: "Sua Eminência Reverendíssima, o cardeal-infante D. Henrique"
  • 28 de Agosto de 1578 – 31 de Janeiro de 1580: "Sua Alteza Real, o Rei"

O estilo oficial de D. Henrique enquanto Rei de Portugal: "Pela Graça de Deus, Henrique I, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc."

Honrarias

Enquanto monarca de Portugal, D. Henrique foi Grão-Mestre das seguintes Ordens:

Na cultura popular

  • Foi interpretado por Luís Vicente num episódio da série da RTP1, Ministério do Tempo (2017). Na história fantasiada, D. Henrique teria sido concebido como resultado relação extra-conjugal entre a rainha D. Maria de Aragão e Castela e um cortesão, Ernesto Ochoa, que teria fugido para a actualidade, onde se tornou no Chefe de Segurança do Ministério do Tempo.

Ver também

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis (1840). Chronica do Cardeal Rei D. Henrique, e Vida de Miguel de Moura 1.ª ed. Lisboa: Typographia da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis 
  2. Levi Mortera 1988, pp. 1190
  3. Lobo & de Moura 1840, pp. 2
  4. Castro, Damião António de Lemos Faria e (1788). Historia Geral de Portugal, e suas Conquistas. X 1.ª ed. Lisboa: Typografia Rollandiana. p. 239 
  5. Saraiva 2001, p. 33.
  6. O panorama: jornal litterario e instructivo de Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis, Volumes 9–10. Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Uteis, Lisboa. pp. 315. Na Typ. da Sociedade, 1852
  7. Grande enciclopédia portuguesa e brasileira. Editorial Enciclopédia, 195?. pp. 64.
  8. Padrão: revista portuguesa do Brasil, Edições 35–37. 1954. pp. 22
  9. Montalvão Machado 1971, pp. 16
  10. Diogo 1964, pp. 75
  11. Alves Dias & de Oliveira Marques 1998, pp. 753
  12. Simões Rodrigues & Grilo Capelo 1996, pp. 106
  13. Pereira 1942, pp. 27
  14. Lima Alves 2001

Bibliografia

Predefinição:Refbegin

  • Alves Dias, João José; de Oliveira Marques, António Henrique R.. Portugal do Renascimento à crise dinástica. João José Alves Dias (editor). Editorial Presença, 1998. 910 p. ISBN 9722322958
  • Diogo, Alfredo. Angola: unidade e multiplicadade. Instituto de Angola, 1964. 89 p.
  • Levi Mortera, Saul. Tratado da verdade da lei de Moisés: escrito pelo seu próprio punho em Português. Herman Prins Salomon (editor). UC Biblioteca Geral 1, 1988.
  • Lima Alves, José Édil de. História Da Literatura Portuguesa. Editora da ULBRA, 2001. ISBN 8575280074
  • Lobo, Alvaro; de Moura, Miguel. Chronica do cardeal rei d. Henrique: e Vida de Miguel de Moura. Typographia da Sociedade propagadora dos conhecimentos uteis, 1840. 185 p.
  • Montalvão Machado, José Timoteo. O rei Dom Sebastião, na Igreja dos Jerónimos. Associação dos Arqueólogos Portugueses, 1971. 110 p.
  • Pereira, Angelo. As regências da monarquia portuguesa. Oficinas gráficas da casa portuguesa, 1942. 78 p.
  • Polónia, Amélia. "D. Henrique. O cardeal-rei", Lisboa 2005 (=Reis de Portugal ,17)
  • Saraiva, António José. (2001). The Marrano Factory: The Portuguese Inquisition and Its New Christians 1536-1765
  • Simões Rodrigues, António; Grilo Capelo, Rui. História de Portugal em datas. António Simões Rodrigues (editor), 3ª edi. Temas e Debates, 1996. 478 p.

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Ligações externas

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Henrique I de Portugal
Casa de Avis
Ramo da Casa de Borgonha
31 de janeiro de 1512 – 31 de janeiro de 1580
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Rei de Portugal e Algarves
4 de agosto de 1578 – 31 de janeiro de 1580
Sucedido por
Filipe I
  1. RedirecionamentoPredefinição:fim
Precedido por
Diogo de Sousa
Brasão arquiepiscopal
Arcebispo Primaz de Braga

15331540
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Precedido por
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(último bispo de Évora)
Brasão cardinalício
Arcebispo de Évora

(1.ª vez): 15401564
Sucedido por
João de Melo
Precedido por
Roberto Pucci
Cardeal
Cardeal-presbítero dos Santos Quatro Coroados

15471580
Sucedido por
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Precedido por
Fernando de Menezes
Coutinho e Vasconcelos
Brasão cardinalício
Arcebispo de Lisboa

15641570
Sucedido por
Jorge de Almeida
Precedido por
João de Melo
Brasão cardinalício
Arcebispo de Évora

(2.ª vez): 15741578
Sucedido por
Teotónio de Bragança

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