𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Ártemis: mudanças entre as edições

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}}
 
'''Ártemis''', '''Artemisa''' ou '''Artemísia''' ({{langx|el|Άρτεμις||''Ártemis''}} {{Nota de Rodapé|grupo=nt|Artemisa também é  utilizado pelos gregos antigos para denominar a Lua. O termo ''Άρτεμις'' deriva provavelmente de ''ἅρταμος'', i.e., "carniceiro", "cozinheiro" ou, em sentido figurativo, "assassino". Existem outros termos da mesma família que se associam etimologicamente a toda a simbologia da caça associada à deusa:
'''Ártemis''', '''Artemisa''' ou '''Artemísia''' ({{lang-gr|Άρτεμις|Ártemis}} {{Nota de Rodapé|grupo=nt|Artemisa também é  utilizado pelos gregos antigos para denominar a Lua. O termo ''Άρτεμις'' deriva provavelmente de ''ἅρταμος'', i.e., "carniceiro", "cozinheiro" ou, em sentido figurativo, "assassino". Existem outros termos da mesma família que se associam etimologicamente a toda a simbologia da caça associada à deusa:
* {{lang|el|ἀρτάνη}}, i.e., "corda", "laço", "nó corrediço".
 
* {{lang|el|ἀρτάω}}, i.e., "pendurar", "suspender", "atar a";
* ''ἀρτάνη'', i.e., "corda", "laço", "nó corrediço".
* {{lang|el|ἀρτεμής}}, i.e., "são e salvo".<ref>''Diccionario Manual Griego - Griego Clásico-Español'', Sabadell, Ed. Vox (18.ª ed.), 2000, p. 87.</ref>}}) é a [[mitologia grega|deusa grega]] ligada à [[vida selvagem]] e à [[caça]]; mais tarde, também se tornou associada à [[lua]] e à [[magia]]. Era filha de [[Zeus]] e [[Latona|Leto]], e irmã gêmea do [[Apolo]].<ref name="hesiodo.teogonia.918">[[Hesíodo]], ''[[Teogonia]]'', 918</ref><ref name="apolodoro.1.4.1">[[Pseudo-Apolodoro]], ''[[Biblioteca (Pseudo-Apolodoro)|Biblioteca]]'', 1.4.1</ref><ref name="pausanias.8.53.1">[[Pausânias (geógrafo)]], ''[[Descrição da Grécia]]'', 8.53.1</ref> Seu [[mitologia romana|equivalente romano]] foi [[Diana (mitologia)|Diana]]. [[Homero]] refere-se-lhe como Ártemis Agrótera, ''[[Potnia Theron]]'': "Ártemis das terras selvagens, Senhora dos Animais".<ref>Homero, Ilíada, XXI 470 </ref> Os [[Império Acádio|acadianos]] acreditavam que Ártemis era filha de [[Deméter]], deusa da agricultura.<ref>{{citar web|url=http://www.mythindex.com/greek-mythology/A/Artemis.html|título=Artemis|publicado=Mythindex}}</ref>
 
* ''ἀρτάω'', i.e., "pendurar", "suspender", "atar a";
 
* ''ἀρτεμής'', i.e., "são e salvo".<ref>''Diccionario Manual Griego - Griego Clásico-Español'', Sabadell, Ed. Vox (18.ª ed.), 2000, p. 87.</ref>}}) é a [[mitologia grega|deusa grega]] ligada à [[vida selvagem]] e à [[caça]]; mais tarde, também se tornou associada à [[lua]] e à [[magia]]. Era filha de [[Zeus]] e [[Latona|Leto]], e irmã gêmea do [[Apolo]].<ref name="hesiodo.teogonia.918">[[Hesíodo]], ''[[Teogonia]]'', 918</ref><ref name="apolodoro.1.4.1">[[Pseudo-Apolodoro]], ''[[Biblioteca (Pseudo-Apolodoro)|Biblioteca]]'', 1.4.1</ref><ref name="pausanias.8.53.1">[[Pausânias (geógrafo)]], ''[[Descrição da Grécia]]'', 8.53.1</ref> Seu [[mitologia romana|equivalente romano]] foi [[Diana (mitologia)|Diana]]. [[Homero]] refere-se-lhe como Ártemis Agrótera, ''[[Potnia Theron]]'': "Ártemis das terras selvagens, Senhora dos Animais".<ref>Homero, Ilíada, XXI 470 </ref> Os [[Império Acádio|acadianos]] acreditavam que Ártemis era filha de [[Deméter]], deusa da agricultura.<ref>{{citar web|url=http://www.mythindex.com/greek-mythology/A/Artemis.html|título=Artemis|publicado=Mythindex}}</ref>


Ártemis é deusa da [[lua]], da [[caça]], dos [[animal|animais selvagens]], da [[selva|região selvagem]], do [[parto]] e da [[virgindade]] e protetora das meninas na [[Religião na Grécia Antiga|antiga religião grega]]. Foi descrita como a melhor caçadora entre deuses e mortais. [[Arco (arma)|Arco]] e [[flecha]]s são seus companheiros constantes. O [[Cervidae|cervo]], o [[urso]] e o [[cipreste]] foram-lhe consagrados.
Ártemis é deusa da [[lua]], da [[caça]], dos [[animal|animais selvagens]], da [[selva|região selvagem]], do [[parto]] e da [[virgindade]] e protetora das meninas na [[Religião na Grécia Antiga|antiga religião grega]]. Foi descrita como a melhor caçadora entre deuses e mortais. [[Arco (arma)|Arco]] e [[flecha]]s são seus companheiros constantes. O [[Cervidae|cervo]], o [[urso]] e o [[cipreste]] foram-lhe consagrados.
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Membro do [[deuses olímpicos|panteão grego]], é presença comum na [[Mundo ocidental|cultura ocidental]]. Um asteroide, [[105 Artemis]], e as crateras ''Artemis Chasma'' e ''Artemis Corona'' do planeta [[Vénus (planeta)|Vênus]] foram batizados em homenagem a esta deusa.
Membro do [[deuses olímpicos|panteão grego]], é presença comum na [[Mundo ocidental|cultura ocidental]]. Um asteroide, [[105 Artemis]], e as crateras ''Artemis Chasma'' e ''Artemis Corona'' do planeta [[Vénus (planeta)|Vênus]] foram batizados em homenagem a esta deusa.


Ártemis é descrita por Anacreonte como "loira filha de Zeus". <ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=fBFmDwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q=%22rubia%20hija%20de%20Zeus,%20Artemis%22&f=false|título=Anacreonte, Poemas y fragmentos|ultimo=Anacreonte|editora=Textofilia Ediciones|lingua=es}}</ref>
Ártemis é descrita por Anacreonte como "loira filha de Zeus".<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=fBFmDwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q=%22rubia%20hija%20de%20Zeus,%20Artemis%22&f=false|título=Anacreonte, Poemas y fragmentos|ultimo=Anacreonte|editora=Textofilia Ediciones|lingua=es}}</ref> Arquíloco descreve uma mulher de "cabelo amarelo", mencionando que eram "da mesma cor que os de Ártemis".<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=PcZuV_XHTskC&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q=%22yellow%20hair-the%20same%20color%20as%20Artemis's%22&f=false|título=Nothing is as it Seems: The Tragedy of the Implicit in Euripides' Hippolytus|ultimo=Roisman|primeiro=Hanna|data=1999|editora=Rowman & Littlefield|lingua=en}}</ref>


== Etimologia ==
== Etimologia ==
[[Ficheiro:Artemide da originale greco del IV sec. ac..JPG|miniaturadaimagem|''Ártemis''<br><small>Original grego do {{-séc|IV}}</small>]]
[[Imagem:Artemide da originale greco del IV sec. ac..JPG|miniaturadaimagem|''Ártemis''<br><small>Original grego do {{-séc|IV}}</small>]]
O nome de Ártemis ([[substantivo]] [[feminino]]) é de origem desconhecida e incerta, embora várias tenham sido propostas. <ref>{{citar web|url=http://www.etymonline.com/index.php%3Fterm%3DArtemis%26allowed_in_frame%3D0|título=Dicionário de Etimologia - Ártemis|língua=inglês}}</ref>
O nome de Ártemis ([[substantivo]] [[feminino]]) é de origem desconhecida e incerta, embora várias tenham sido propostas.<ref>{{citar web|url=http://www.etymonline.com/index.php%3Fterm%3DArtemis%26allowed_in_frame%3D0|título=Dicionário de Etimologia - Ártemis|língua=inglês}}</ref>


Por exemplo, segundo Jablonski,<ref name="Charles"> Anthon, Charles (1855). "Artemis" . A Classical dictionary</ref> o nome  é [[frígio]] e poderia ser "comparado com a denominação real ''Ártemas'' de ''[[Xenofonte]]''. Segundo [[Charles Anthon]] a raiz primitiva do nome é, provavelmente, de origem persa de *''arta'', *''art'', *''arte'', que significam  "grande, excelente, santo", assim Ártemis "torna-se idêntica a grande mãe da natureza, mesmo quando ela era adorada em [[Éfeso]]".<ref name="Charles"/> .<ref name="Andrew">Lang, Andrew (1887). Myth, Ritual, and Religion.</ref> Babiniotis embora admitindo que a [[etimologia]] é desconhecida, afirma que o nome já está atestado em [[grego micênico]] e é, possivelmente, de origem [[Grécia Antiga|pré-helênica]]. <ref name="Andrew"/>
Por exemplo, segundo Jablonski,<ref name="Charles"> Anthon, Charles (1855). "Artemis" . A Classical dictionary</ref> o nome  é [[frígio]] e poderia ser "comparado com a denominação real ''Ártemas'' de ''[[Xenofonte]]''. Segundo [[Charles Anthon]] a raiz primitiva do nome é, provavelmente, de origem persa de *''arta'', *''art'', *''arte'', que significam  "grande, excelente, santo", assim Ártemis "torna-se idêntica a grande mãe da natureza, mesmo quando ela era adorada em [[Éfeso]]".<ref name="Charles"/><ref name="Andrew">Lang, Andrew (1887). Myth, Ritual, and Religion.</ref> Babiniotis embora admitindo que a [[etimologia]] é desconhecida, afirma que o nome já está atestado em [[grego micênico]] e é, possivelmente, de origem [[Grécia Antiga|pré-helênica]].<ref name="Andrew"/>


O nome também poderia ser relacionado com o grego ''Arcto'' que significa "Urso" (h₂ŕ̥tḱos), apoiado pelo culto aos ursos que a deusa recebia no templo em [[Ática]] (Braurônia) e na caverna Arcudiotissa que foi usado como culto a Ártemis, bem como a história de [[Calisto (mitologia)|Calisto]], que era originalmente sobre Ártemis (Calisto era um [[epíteto]] arcadiano); <ref>Michaël Ripinsky-Naxon, The Nature of Shamanism: Substance and Function of a Religious Metaphor (Albany, NY: State University of New York Press, 1993), 32.</ref> esse culto era uma sobrevivência de muito antigos rituais [[xamanismo|xamânicos]] e totêmicas e fazia parte de um grande culto ao urso encontrado mais longe em outras culturas [[Indo-europeus|indo-europeias]] (por exemplo, o deus celta ''Artio''). Acredita-se que um precursor de Ártemis era adorada em [[Creta]] como a deusa da caça e montanhas. Enquanto a conexão com nomes asiáticos tem sido sugerido, <ref> Campanile, Ann. Scuola Pisa 28: 305; Restelli, Aevum 37: 307, 312.</ref> as primeiros formas atestadas do nome Ártemis são no [[grego micênico]] a-te-mi-to /Artemitos/ e a-ti-mi-te /Artimitei/, escrito em [[Linear B]] em [[Pilos]].<ref>John Chadwick and Lydia Baumbach, "The Mycenaean Greek Vocabulary"</ref> O linguista Robert SP Beekes sugeriu que o "e/i" são pontos que intercambiam de uma origem pré-grega. <ref>Etymological Dictionary of Greek , Brill, 2009</ref> Artemis era venerada em [[Lídia]] como ''Artimus''. <ref>Indogermanica et caucásica.: Festschrift pele Karl Horst Schmidt zum 65 Geburtstag (Estudos de língua indo-européia e cultura), W. de Gruyter, 1994</ref>
O nome também poderia ser relacionado com o grego ''Arcto'' que significa "Urso" (h₂ŕ̥tḱos), apoiado pelo culto aos ursos que a deusa recebia no templo em [[Ática]] (Braurônia) e na caverna Arcudiotissa que foi usado como culto a Ártemis, bem como a história de [[Calisto (mitologia)|Calisto]], que era originalmente sobre Ártemis (Calisto era um [[epíteto]] arcadiano); <ref>Michaël Ripinsky-Naxon, The Nature of Shamanism: Substance and Function of a Religious Metaphor (Albany, NY: State University of New York Press, 1993), 32.</ref> esse culto era uma sobrevivência de muito antigos rituais [[xamanismo|xamânicos]] e totêmicas e fazia parte de um grande culto ao urso encontrado mais longe em outras culturas [[Indo-europeus|indo-europeias]] (por exemplo, o deus celta ''Artio''). Acredita-se que um precursor de Ártemis era adorada em [[Creta]] como a deusa da caça e montanhas. Enquanto a conexão com nomes asiáticos tem sido sugerido,<ref> Campanile, Ann. Scuola Pisa 28: 305; Restelli, Aevum 37: 307, 312.</ref> as primeiros formas atestadas do nome Ártemis são no [[grego micênico]] a-te-mi-to /Artemitos/ e a-ti-mi-te /Artimitei/, escrito em [[Linear B]] em [[Pilos]].<ref>John Chadwick and Lydia Baumbach, "The Mycenaean Greek Vocabulary"</ref> O linguista Robert SP Beekes sugeriu que o "e/i" são pontos que intercambiam de uma origem pré-grega.<ref>Etymological Dictionary of Greek , Brill, 2009</ref> Artemis era venerada em [[Lídia]] como ''Artimus''.<ref>Indogermanica et caucásica.: Festschrift pele Karl Horst Schmidt zum 65 Geburtstag (Estudos de língua indo-européia e cultura), W. de Gruyter, 1994</ref>


Escritores gregos antigos, por meio da [[etimologia popular]] e alguns estudiosos modernos, ligaram Ártemis (do [[dórico]] ''Artamis'') para ἄρταμος, ''artamos'', ou seja, "açougueiro" <ref> ἄρταμος . Liddell, Henry George; Scott, Robert; Um Léxico Grego-Inglês no Projeto Perseus .</ref> ou, como [[Platão]] fez no Crátilo, para ἀρτεμής, ''Artemes'', ou seja, "seguro", "ileso",  "puro", "a donzela inoxidável". <ref name="Charles"/>
Escritores gregos antigos, por meio da [[etimologia popular]] e alguns estudiosos modernos, ligaram Ártemis (do [[dórico]] ''Artamis'') para ἄρταμος, ''artamos'', ou seja, "açougueiro" <ref> ἄρταμος . Liddell, Henry George; Scott, Robert; Um Léxico Grego-Inglês no Projeto Perseus .</ref> ou, como [[Platão]] fez no Crátilo, para ἀρτεμής, ''Artemes'', ou seja, "seguro", "ileso",  "puro", "a donzela inoxidável".<ref name="Charles"/>


== Mitologia ==
== Mitologia ==
===Nascimento===
===Nascimento===
[[Ficheiro:Didrachme de Ionie.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Dracmas de Diana (Ártemis)]]
[[Imagem:Didrachme de Ionie.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Dracmas de Diana (Ártemis)]]
Vários relatos conflitantes são dados na [[mitologia grega]]  do nascimento de Ártemis e seu irmão gêmeo, [[Apolo]]. Todos os relatos concordam, porém, que ela era a filha de [[Zeus]] e de [[Leto]], e que ela era a irmã gêmea de Apolo.
Vários relatos conflitantes são dados na [[mitologia grega]]  do nascimento de Ártemis e seu irmão gêmeo, [[Apolo]]. Todos os relatos concordam, porém, que ela era a filha de [[Zeus]] e de [[Leto]], e que ela era a irmã gêmea de Apolo.


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===Infância===
===Infância===
[[Ficheiro:Apollo Artemis Brygos Louvre G151.jpg|miniaturadaimagem|''Apolo e Ártemis''<br><small>[[Museu do Louvre]]</small>]]
[[Imagem:Apollo Artemis Brygos Louvre G151.jpg|miniaturadaimagem|''Apolo e Ártemis''<br><small>[[Museu do Louvre]]</small>]]


A infância de Ártemis não está totalmente relatada em qualquer mito sobrevivente. A [[Ilíada]] reduziu a figura da deusa ao de uma menina, que, depois de ter sido golpeada por [[Hera]], sobe chorando ao colo de [[Zeus]].<ref>Ilíada xxi.505-13;</ref>  Um poema de [[Calímaco]] à deusa "que diverte-se em montanhas com arco e flecha" narra que com três anos, Ártemis, ao sentar-se no colo de seu pai, Zeus, pediu-lhe para conceder-lhe seis desejos: manter-se sempre virgem; ter muitos nomes para diferenciá-la de seu irmão Apolo; ser a Portadora da Luz;  ter um arco e flecha; uma túnica na altura do joelho para que ela pudesse caçar e ter sessenta "filhas ", todas com nove anos de idade conhecidas como "as caçadoras de Ártemis", para ser uma de suas companheiras, a ninfa, mortal ,ou semideusa deverá fazer um voto de castidade eterno com a própria Ártemis assim ganhando a imortalidade e a benção da deusa. Ela desejou não ter nenhuma cidade dedicada a ela, mas para governar as montanhas e ter a capacidade de ajudar as mulheres em dores de parto. <ref>{{citar web|url=http://www.theoi.com/Olympios/ArtemisMyths.html0|título=Hino da infância de Ártemis|língua=inglês}}</ref>
A infância de Ártemis não está totalmente relatada em qualquer mito sobrevivente. A [[Ilíada]] reduziu a figura da deusa ao de uma menina, que, depois de ter sido golpeada por [[Hera]], sobe chorando ao colo de [[Zeus]].<ref>Ilíada xxi.505-13;</ref>  Um poema de [[Calímaco]] à deusa "que diverte-se em montanhas com arco e flecha" narra que com três anos, Ártemis, ao sentar-se no colo de seu pai, Zeus, pediu-lhe para conceder-lhe seis desejos: manter-se sempre virgem; ter muitos nomes para diferenciá-la de seu irmão Apolo; ser a Portadora da Luz;  ter um arco e flecha; uma túnica na altura do joelho para que ela pudesse caçar e ter sessenta "filhas ", todas com nove anos de idade conhecidas como "as caçadoras de Ártemis", para ser uma de suas companheiras, a ninfa, mortal ,ou semideusa deverá fazer um voto de castidade eterno com a própria Ártemis assim ganhando a imortalidade e a benção da deusa. Ela desejou não ter nenhuma cidade dedicada a ela, mas para governar as montanhas e ter a capacidade de ajudar as mulheres em dores de parto.<ref>{{citar web|url=http://www.theoi.com/Olympios/ArtemisMyths.html0|título=Hino da infância de Ártemis|língua=inglês}}</ref>


Ártemis acreditava que ela tinha sido escolhida pelas [[Parcas]] para ser parteira, especialmente desde que ela tinha ajudado a mãe no parto de seu irmão gêmeo, Apolo. <ref>{{citar web|url=http://www.katinkahesselink.net/other/artemis.html|título=Hino a Ártemis|língua=inglês}}</ref> Todos as suas companheiras permaneceram virgens, e Ártemis vigiou de perto sua própria castidade. Seus símbolos incluem o [[Arco (arma)|arco]], a [[flecha]] de [[ouro]], o cão de caça, o [[veado]], e a [[lua]]. [[Calímaco]] diz <ref name="Calímaco">Calímaco, Hino III Artemis 46</ref> que Ártemis passou sua infância buscando coisas que ela precisaria para ser uma caçadora, assim ela obteve o seu arco e flechas na ilha de [[Lípara]], onde [[Hefesto]] e o [[Ciclope]] construiram.
Ártemis acreditava que ela tinha sido escolhida pelas [[Parcas]] para ser parteira, especialmente desde que ela tinha ajudado a mãe no parto de seu irmão gêmeo, Apolo.<ref>{{citar web|url=http://www.katinkahesselink.net/other/artemis.html|título=Hino a Ártemis|língua=inglês}}</ref> Todos as suas companheiras permaneceram virgens, e Ártemis vigiou de perto sua própria castidade. Seus símbolos incluem o [[Arco (arma)|arco]], a [[flecha]] de [[ouro]], o cão de caça, o [[veado]], e a [[lua]]. [[Calímaco]] diz<ref name="Calímaco">Calímaco, Hino III Artemis 46</ref> que Ártemis passou sua infância buscando coisas que ela precisaria para ser uma caçadora, assim ela obteve o seu arco e flechas na ilha de [[Lípara]], onde [[Hefesto]] e o [[Ciclope]] construíram.


As filhas de Oceanos estavam com medo da jovem deusa, mas Ártemis corajosamente se aproximou e perguntou pelos arco e flechas. Calímaco então conta como Ártemis visitou [[Pan (mitologia)|Pan]], o deus da floresta, que lhe deu sete cadelas e seis cães. Ela, então, capturou seis cervos dourados e colocou os chifres para puxar sua carruagem. Ártemis praticou com seu arco primeiro disparando contra as árvores e depois em animais selvagens. <ref name="Calímaco"/>
As filhas de Oceanos estavam com medo da jovem deusa, mas Ártemis corajosamente se aproximou e perguntou pelos arco e flechas. Calímaco então conta como Ártemis visitou [[Pan (mitologia)|Pan]], o deus da floresta, que lhe deu sete cadelas e seis cães. Ela, então, capturou seis cervos dourados e colocou os chifres para puxar sua carruagem. Ártemis praticou com seu arco primeiro disparando contra as árvores e depois em animais selvagens. <ref name="Calímaco"/>
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Bouphagos, filho do [[titã]] [[Jápeto]], vê Ártemis e pensa em estuprá-la. Lendo seus pensamentos pecaminosos, Ártemis o golpeia no monte [[Foloi]].
Bouphagos, filho do [[titã]] [[Jápeto]], vê Ártemis e pensa em estuprá-la. Lendo seus pensamentos pecaminosos, Ártemis o golpeia no monte [[Foloi]].


Sipriotes é um menino, que, seja porque ele acidentalmente vê Ártemis no banho ou porque ele tenta estuprá-la, é transformado em uma garota pela deusa.<ref>{{citar web|URL = www.theoi.com/Olympios/ArtemisWrath.htm|título = Sipriotes|língua = inglês}}</ref>
Sipriotes é um menino, que, seja porque ele acidentalmente vê Ártemis no banho ou porque ele tenta estuprá-la, é transformado em uma garota pela deusa.<ref>{{citar web|url=http://www.theoi.com/Olympios/ArtemisWrath.htm|título=Sipriotes|língua=en|datali=agosto de 2020}}</ref>


=== Actéon ===
=== Actéon ===
[[Ficheiro:Actaeon Caserta.jpg|miniaturadaimagem|''Actéon sendo devorado pelos cães''<br><small>Grupo de esculturas em [[Caserta]]</small>]]
[[Imagem:Actaeon Caserta.jpg|miniaturadaimagem|''Actéon sendo devorado pelos cães''<br><small>Grupo de esculturas em [[Caserta]]</small>]]


Várias versões do mito de [[Acteon|Actéon]] sobrevivem, embora muitas estejam fragmentadas. Os detalhes variam, mas no cerne elas envolvem um grande caçador, Actéon que é transformado por Ártemis em um veado por causa de uma transgressão e que é morto por cães de caça. Normalmente, os cães são seus, que não reconhecem seu mestre. Às vezes, eles são cães de Ártemis.
Várias versões do mito de [[Acteon|Actéon]] sobrevivem, embora muitas estejam fragmentadas. Os detalhes variam, mas no cerne elas envolvem um grande caçador, Actéon que é transformado por Ártemis em um veado por causa de uma transgressão e que é morto por cães de caça. Normalmente, os cães são seus, que não reconhecem seu mestre. Às vezes, eles são cães de Ártemis.
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=== Órion ===
=== Órion ===
[[Ficheiro:Diane auprès du cadavre d'Orion.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|''Diana corre para o corpo de Orion''<br><small>[[Daniel Seiter]], [[Museu do Louvre]]</small>]]
[[Imagem:Diane auprès du cadavre d'Orion.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|''Diana corre para o corpo de Orion''<br><small>[[Daniel Seiter]], [[Museu do Louvre]]</small>]]
[[Órion (mitologia)|Órion]] foi companheiro de caça de Ártemis. Em algumas versões, ele é morto por Ártemis, enquanto em outras ele é morto por um escorpião enviado por [[Gaia (mitologia)|Gaia]]. Em algumas versões, Órion tenta seduzir ''Opis'' (outro nome para Ártemis),<ref>Kerenyi, Karl. ''The Gods of the Greeks'' (1951:204)</ref> e ela o matou. Em uma versão de [[Arato]], <ref>Arato, 638</ref> Orion pegou o robe de Ártemis e ela o matou em [[legítima defesa]].
[[Órion (mitologia)|Órion]] foi companheiro de caça de Ártemis. Em algumas versões, ele é morto por Ártemis, enquanto em outras ele é morto por um escorpião enviado por [[Gaia (mitologia)|Gaia]]. Em algumas versões, Órion tenta seduzir ''Opis'' (outro nome para Ártemis),<ref>Kerenyi, Karl. ''The Gods of the Greeks'' (1951:204)</ref> e ela o matou. Em uma versão de [[Arato]],<ref>Arato, 638</ref> Órion pegou o robe de Ártemis e ela o matou em [[legítima defesa]].


Em outra versão, [[Apolo]] envia o escorpião. De acordo com [[Higino]] <ref>Higino, Poeticon Astronomicon , II.34, citando o poeta grego Istrus.</ref> Ártemis amou uma vez Órion (apesar de ser uma adição tardia ao mito, esta versão parece ser um remanescente raro de Ártemis como uma deusa pré-olímpica, que assumiu consortes), mas foi enganado e morto por seu irmão Apolo, que era "protetor" da virgindade de sua irmã.
Em outra versão, [[Apolo]] envia o escorpião. De acordo com [[Higino]]<ref>Higino, Poeticon Astronomicon , II.34, citando o poeta grego Istrus.</ref> Ártemis amou uma vez Órion (apesar de ser uma adição tardia ao mito, esta versão parece ser um remanescente raro de Ártemis como uma deusa pré-olímpica, que assumiu consortes), mas foi enganado e morto por seu irmão Apolo, que era "protetor" da virgindade de sua irmã.


=== Os Alóadas ===
=== Os Alóadas ===
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=== Calisto ===
=== Calisto ===
{{artigo principal|Calisto (mitologia)}}
{{artigo principal|Calisto (mitologia)}}
[[Ficheiro:François Boucher 012.jpg|miniaturadaimagem|Em ''Júpiter e Calisto'': Zeus toma a forma de Ártemis, apesar de que o símbolo da Lua crescente ornando a cabeça da deusa é símbolo de [[Selene]], deusa primitiva da Lua.<br><small>[[François Boucher]], [[Museu Pushkin]], [[Moscou]]</small>]]
[[Imagem:François Boucher 012.jpg|miniaturadaimagem|Em ''Júpiter e Calisto'': Zeus toma a forma de Ártemis, apesar de que o símbolo da Lua crescente ornando a cabeça da deusa é símbolo de [[Selene]], deusa primitiva da Lua.<br><small>[[François Boucher]], [[Museu Pushkin]], [[Moscou]]</small>]]


Calisto era filha de Licaon, rei de [[Arcádia (Grécia)|Arcádia]] e também foi uma das caçadoras de Ártemis. Como uma companheira de Ártemis, ela fez um voto de castidade. Zeus lhe apareceu disfarçado como Ártemis, ou em algumas histórias como Apolo, ganhou a confiança dela, então se aproveitou de sua (ou a estuprou, segundo [[Ovídio]]) virgindade. Como resultado desse encontro, ela concebeu um filho, Arcas.
Calisto era filha de Licaon, rei de [[Arcádia (Grécia)|Arcádia]] e também foi uma das caçadoras de Ártemis. Como uma companheira de Ártemis, ela fez um voto de castidade. Zeus lhe apareceu disfarçado como Ártemis, ou em algumas histórias como Apolo, ganhou a confiança dela, então se aproveitou de sua (ou a estuprou, segundo [[Ovídio]]) virgindade. Como resultado desse encontro, ela concebeu um filho, Arcas.
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=== Níobe ===
=== Níobe ===
[[Ficheiro:Pierre-Charles Jombert - Les enfants de Niobé tués par Apollon et Diane.JPG|miniaturadaimagem|esquerda|''A morte dos Nióbidas''<br><small>Por [[Pierre Charles Jombert]]</small>]]
[[Imagem:Pierre-Charles Jombert - Les enfants de Niobé tués par Apollon et Diane.JPG|miniaturadaimagem|esquerda|''A morte dos Nióbidas''<br><small>Por [[Pierre Charles Jombert]]</small>]]
{{artigo principal|Níobe}}
{{artigo principal|Níobe}}


A rainha de [[Tebas (Grécia)|Tebas]] e esposa de [[Anfião]], [[Níobe]] se gabava de sua superioridade sobre [[Leto]], proibindo seu culto em Tebas e afirmando que enquanto ela tinha quatorze crianças, sete meninos e sete meninas, Leto tinha apenas um de cada. Leto pediu vingança aos seus filhos, Ártemis e Apolo; Assim, Apolo matou os filhos de Níobe enquanto eles praticavam atletismo, e Ártemis atirou nas suas filhas, que morreram instantaneamente, sem um som. Apolo e Ártemis usaram veneno nas setas para matá-los, mas de acordo com algumas versões, dois filhos foram poupados, um menino e uma menina. Anfião, com a visão de seus filhos mortos, se matou. Níobe devastada com a morte dos filhos, fez  [[Zeus]] ficar compadecido com  sua dor e a transformou numa rocha, mas ela ainda chorava a perda dos filhos, vertendo água constantemente numa nascente.
A rainha de [[Tebas (Grécia)|Tebas]] e esposa de [[Anfião]], [[Níobe]] se gabava de sua superioridade sobre [[Leto]], proibindo seu culto em Tebas e afirmando que enquanto ela tinha quatorze crianças, sete meninos e sete meninas, Leto tinha apenas um de cada. Leto pediu vingança aos seus filhos, Ártemis e Apolo; Assim, Apolo matou os filhos de Níobe enquanto eles praticavam atletismo, e Ártemis atirou nas suas filhas, que morreram instantaneamente, sem um som. Apolo e Ártemis usaram veneno nas setas para matá-los, mas de acordo com algumas versões, dois filhos foram poupados, um menino e uma menina. Anfião, com a visão de seus filhos mortos, se matou. Níobe devastada com a morte dos filhos, fez  [[Zeus]] ficar compadecido com  sua dor e a transformou numa rocha, mas ela ainda chorava a perda dos filhos, vertendo água constantemente numa nascente.


=== Chione ===
=== Chione ===
Chione era uma princesa de Pokis. Ela era amada por dois deuses, [[Hermes]] e [[Apolo]], e vangloriou-se de que ela era mais bonita do que Ártemis, porque ela fez com que dois deuses se apaixonassem por ela ao mesmo tempo. Ártemis ficou furiosa e matou Chione com sua flecha ou a golpeou, tirando fora a língua. No entanto, algumas versões desse mito dizem que Apolo e Hermes protegeram-na da ira de Ártemis.
Chione era uma princesa de Pokis. Ela era amada por dois deuses, [[Hermes]] e [[Apolo]], e vangloriou-se de que ela era mais bonita do que Ártemis, porque ela fez com que dois deuses se apaixonassem por ela ao mesmo tempo. Ártemis ficou furiosa e matou Chione com sua flecha ou a golpeou, tirando fora a língua. No entanto, algumas versões desse mito dizem que Apolo e Hermes protegeram-na da ira de Ártemis.


=== Atalanta, Eneu e as meleagrids ===
=== Atalanta, Eneu e as Meleágrides ===
Ártemis salvou o bebê Atalanta de morrer depois que seu pai a abandonou. Ela enviou uma ursa para dar de mamar o bebê, que foi, então, criado por caçadores. Mas logo depois, em algumas versões, ela enviou um urso para ferir Atalanta porque as pessoas diziam que ela era uma caçadora melhor.  
Ártemis salvou o bebê Atalanta de morrer depois que seu pai a abandonou. Ela enviou uma ursa para dar de mamar o bebê, que foi, então, criado por caçadores. Mas logo depois, em algumas versões, ela enviou um urso para ferir Atalanta porque as pessoas diziam que ela era uma caçadora melhor.  


Entre outras aventuras, Atalanta participou da caçada ao [[javali]] ''Calydonian'', que Ártemis tinha enviado para destruir [[Calidão]] porque o rei [[Eneu]] tinha esquecido de fazer os sacrifícios de colheita para ela. Na caça, Atalanta tirou o primeiro sangue do javali, e foi agraciada com a pele do animal como prêmio. Ela pendurou a pele em um bosque sagrado em [[Tégea]] como uma dedicação a Ártemis.
Entre outras aventuras, Atalanta participou da caçada ao [[javali]] ''Calydonian'', que Ártemis tinha enviado para destruir [[Calidão]] porque o rei [[Eneu]] tinha esquecido de fazer os sacrifícios de colheita para ela. Na caça, Atalanta tirou o primeiro sangue do javali, e foi agraciada com a pele do animal como prêmio. Ela pendurou a pele em um bosque sagrado em [[Tégea]] como uma dedicação a Ártemis.


[[Meleagro]] era um herói de [[Etólia]]. O rei Eneu reuniu heróis de toda a [[Grécia]] para caçar o javali ''Calydonian''. Após a morte de Meleagro, suas irmãs Meleagrids gritavam e choravam muito de luto, e Ártemis as transformou em [[Numididae]].<ref> Ovídio, Metamorfoses, VIII, 532-545</ref>
[[Meleagro]] era um herói de [[Etólia]]. O rei Eneu reuniu heróis de toda a [[Grécia]] para caçar o javali ''Calydonian''. Após a morte de Meleagro, as irmãs, as chamadas Meleágrides<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.pt/books?id=0rgrDwAAQBAJ&pg=PA275&lpg=PA275&dq=mele%C3%A1grides&source=bl&ots=UkzoIK3Q-K&sig=ACfU3U0RDmqiBtynY2qnsL-ZZEPj7UH9nw&hl=en&sa=X&ved=2ahUKEwjyicqzrbPyAhViMewKHf6RCOgQ6AF6BAgQEAM#v=onepage&q=mele%C3%A1grides&f=false|título=Metamorfoses (Μεταμορφώσεων Συναγωγή)|ultimo=Liberal|primeiro=Antonino|ultimo2=Pereira|primeiro2=Reina Marisol Troca|data=2017-07-10|editora=Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra University Press|local=Coimbra|páginas=92 a 96|lingua=pt|isbn=978-989-26-1430-4}} «Abateu-se uma enorme consternação sobre os Calidónios,
devido a Meleagro. As suas irmãs lamentaram-se profusamente sobre o seu túmulo169, até Ártemis as ter tocado com a sua vara, transformando-as em aves, que colocou na ilha de Leros, apelidando-as de '''Meleágrides'''</ref>, gritavam e choravam muito de luto, e Ártemis as transformou em [[Numididae]].<ref> Ovídio, Metamorfoses, VIII, 532-545</ref>


=== Aura ===
=== Aura ===
[[Ficheiro:Mengs, Diana als Personifikation der Nacht.jpg|miniaturadaimagem|''Diana, a personificação da noite''<br><small>Por [[Anton Raphael Mengs]]<br>[[Palácio da Moncloa]]</small>]]
[[Imagem:Mengs, Diana als Personifikation der Nacht.jpg|miniaturadaimagem|''Diana, a personificação da noite''<br><small>Por [[Anton Raphael Mengs]]<br>[[Palácio da Moncloa]]</small>]]


Em ''Dionisíaca'' de [[Nono de Panópolis]], Aura era a deusa grega da brisa e ar fresco, filha do titã Lelantos e [[Periboea]]. Ela era uma caçadora virgem, assim como Ártemis e orgulhosa de sua virgindade. Um dia, ela afirmou que o corpo de Ártemis era muito feminino e que ela duvidava de sua virgindade. Ártemis pediu a [[Nêmesis_(mitologia)|Nêmesis]] ajuda para vingar a sua dignidade e causou a violação de Aura por [[Dionísio]]. Aura tornou-se uma assassina louca e perigosa. Quando deu à luz filhos gêmeos, comeu um deles, enquanto o outro, ''Iakhos'', foi salvo por Ártemis. Iakhos mais tarde tornou-se um atendente de [[Deméter]] e líder da [[Mistérios de Elêusis]].
Em ''Dionisíaca'' de [[Nono de Panópolis]], Aura era a deusa grega da brisa e ar fresco, filha do titã Lelantos e [[Periboea]]. Ela era uma caçadora virgem, assim como Ártemis e orgulhosa de sua virgindade. Um dia, ela afirmou que o corpo de Ártemis era muito feminino e que ela duvidava de sua virgindade. Ártemis pediu a [[Nêmesis_(mitologia)|Nêmesis]] ajuda para vingar a sua dignidade e causou a violação de Aura por [[Dionísio]]. Aura tornou-se uma assassina louca e perigosa. Quando deu à luz filhos gêmeos, comeu um deles, enquanto o outro, ''Iakhos'', foi salvo por Ártemis. Iakhos mais tarde tornou-se um atendente de [[Deméter]] e líder da [[Mistérios de Elêusis]].
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=== Guerra de Troia ===
=== Guerra de Troia ===
{{artigo principal|Guerra de Troia}}
{{artigo principal|Guerra de Troia}}
Ártemis foi representada como uma defensora de Troia, porque seu irmão Apolo era o deus padroeiro da cidade e ela mesma foi amplamente adorada no oeste da [[Anatólia]] em tempos históricos. Na [[Ilíada]] <ref>Homero, Ilíada 21.470</ref> ela chegou às vias de fato com [[Hera]], quando os aliados divinos dos gregos e troianos brigaram entre si no conflito. Hera golpeou Ártemis nas orelhas com sua própria [[aljava]], fazendo com que as flechas  da caçadora caírem. Depois Ártemis fugiu chorando para [[Zeus]], e [[Leto]] recolheu seu arco e flechas.
Ártemis foi representada como uma defensora de Troia, porque seu irmão Apolo era o deus padroeiro da cidade e ela mesma foi amplamente adorada no oeste da [[Anatólia]] em tempos históricos. Na [[Ilíada]]<ref>Homero, Ilíada 21.470</ref> ela chegou às vias de fato com [[Hera]], quando os aliados divinos dos gregos e troianos brigaram entre si no conflito. Hera golpeou Ártemis nas orelhas com sua própria [[aljava]], fazendo com que as flechas  da caçadora caírem. Depois Ártemis fugiu chorando para [[Zeus]], e [[Leto]] recolheu seu arco e flechas.


Ártemis teve participação em grande parte desta guerra. Como sua mãe e irmão, que foram amplamente adorados em [[Troia]], Ártemis ficou do lado dos troianos. Na jornada dos gregos para Troia, Ártemis calmou o vento e parou a viagem até o sacrifício de [[Ifigénia]]. [[Eneias]] foi ajudado por Ártemis, Leto, e Apolo. Apolo o encontrou ferido por [[Diomedes]] e levantou-o para o céu. Lá, os três secretamente o curou em uma grande câmara.
Ártemis teve participação em grande parte desta guerra. Como sua mãe e irmão, que foram amplamente adorados em [[Troia]], Ártemis ficou do lado dos troianos. Na jornada dos gregos para Troia, Ártemis calmou o vento e parou a viagem até o sacrifício de [[Ifigénia]]. [[Eneias]] foi ajudado por Ártemis, Leto, e Apolo. Apolo o encontrou ferido por [[Diomedes]] e levantou-o para o céu. Lá, os três secretamente o curou em uma grande câmara.


== Culto ==
== Culto ==
[[Ficheiro:Miniaturk 009.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Miniatura do [[Templo de Ártemis]] em [[Éfeso]]: Esse templo  foi uma das [[sete maravilhas do Mundo Antigo|sete maravilhas do mundo antigo]]]]
[[Imagem:Miniaturk 009.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Miniatura do [[Templo de Ártemis]] em [[Éfeso]], uma das [[sete maravilhas do mundo|sete maravilhas do mundo antigo]]]]


Ártemis, a deusa das florestas e colinas, era adorada por toda a [[Grécia Antiga]]. {{Nota de Rodapé|grupo=nt|...uma deusa universalmente adorado na Grécia histórica, mas com toda a probabilidade pré-helênica. <ref>Hammond, Oxford Dictionary Clássico, 126.</ref>}} Seus mais conhecidos cultos eram, na ilha de [[Delos]] (sua cidade natal), em [[Ática]] no santuário ''Brauron'' e em [[Esparta]]. Ela foi muitas vezes representada em pinturas e estátuas em um ambiente de [[floresta]], carregando um arco e flechas, e acompanhado por um [[veado]].
Ártemis, a deusa das florestas e colinas, era adorada por toda a [[Grécia Antiga]]. {{Nota de Rodapé|grupo=nt|...uma deusa universalmente adorado na Grécia histórica, mas com toda a probabilidade pré-helênica. <ref>Hammond, Oxford Dictionary Clássico, 126.</ref>}} Seus mais conhecidos cultos eram, na ilha de [[Delos]] (sua cidade natal), em [[Ática]] no santuário ''Brauron'' e em [[Esparta]]. Ela foi muitas vezes representada em pinturas e estátuas em um ambiente de [[floresta]], carregando um arco e flechas, e acompanhado por um [[veado]].
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=== Epítetos ===
=== Epítetos ===
[[imagem:Arheologicheski-Artemis.jpg|miniaturadaimagem|Busto de Ártemis em [[Pafos (cidade)|Pafos]]]]
[[Ficheiro:Bronze statue of Artemis. 4th cent. B.C.jpg|miniaturadaimagem|Estátua de Bronze de Ártemis. Século IV a. C.]]


Como Egínea  (''Aeginaea''), ela era adorada em [[Esparta]]; o nome significa tanto caçadora de camurça, ou a possuidora do dardo (''αἰγανέα'').<ref name="Pausanias">Pausanias , iii. 14 § 2</ref> Ela era adorada em [[Lepanto]] como Étola (''Aetole''); em seu templo naquela cidade havia uma estátua de mármore branco a representando jogando um dardo.<ref>Pausânias , x. 38 § 6.</ref> Uma ''Ártemis Etólia'' não teria sido introduzida em [[Lepanto]], antigamente [[Lócrida]], até que a adoração foi concedida aos etólios por [[Filipe II da Macedônia]]. [[Estrabão]] registra outro recinto da "Ártemis Etólia" em [[Adriático]]. {{Nota de Rodapé|grupo=nt|Entre os ênetos certas honras foram decretadas para Diomedes, e, de fato, um cavalo branco ainda é sacrificado para ele, e duas delegacias ainda estão para ser visto - um deles sagrado ao argivo Hera e outro à Ártemis Etólia. <ref>(Estrabão, v.1.9)</ref>}} Como Agórea (''Agoraea'') ela era protetora da [[ágora]].
Como Egínea  (''Aeginaea''), ela era adorada em [[Esparta]]; o nome significa tanto caçadora de camurça, ou a possuidora do dardo (''αἰγανέα'').<ref name="Pausanias">Pausanias , iii. 14 § 2</ref> Ela era adorada em [[Lepanto]] como Étola (''Aetole''); em seu templo naquela cidade havia uma estátua de mármore branco a representando jogando um dardo.<ref>Pausânias , x. 38 § 6.</ref> Uma ''Ártemis Etólia'' não teria sido introduzida em [[Lepanto]], antigamente [[Lócrida]], até que a adoração foi concedida aos etólios por [[Filipe II da Macedônia]]. [[Estrabão]] registra outro recinto da "Ártemis Etólia" em [[Adriático]]. {{Nota de Rodapé|grupo=nt|Entre os ênetos certas honras foram decretadas para Diomedes, e, de fato, um cavalo branco ainda é sacrificado para ele, e duas delegacias ainda estão para ser visto - um deles sagrado ao argivo Hera e outro à Ártemis Etólia. <ref>(Estrabão, v.1.9)</ref>}} Como Agórea (''Agoraea'') ela era protetora da [[ágora]].


Como Agrótera (''Agrotera''), ela foi especialmente associada como a deusa padroeira dos caçadores. Em [[Atenas]], Ártemis foi muitas vezes associado a deusa local Egínea, Afeia (''Aphaea/Alpheaea''). Como Pótnia Teron (''Potnia Theron''), ela era a padroeira dos animais selvagens; [[Homero]] usou este título. Como ''Curótrofo'', ela era a enfermeira de jovens. Como Lóquia (''Locheia''), ela era a deusa do parto e parteiras. Ela às vezes era conhecida como Cíntia (''Cynthia''), a partir de sua cidade natal no monte Cinto em [[Delos]], ou Amaríntia (''Amarynthia'') de um festival em sua honra originalmente realizado na [[Eubeia]]. Ela às vezes era identificada pelo nome ''Feba'', a forma feminina do epíteto solar do seu irmão, ''Apolo Febo''. Em Esparta era adorada como ''Ártemis Ligodesma''. Esse [[epíteto]] significa "salgueiro-limiar" do ''Ligo'' (λυγός, salgueiro) e ''desmo'' (δεσμός, ligação). O salgueiro aparece em vários mitos da Grécia antiga e rituais. <ref> Bremmer Jan N. (2008) Religião e Cultura Grega, da Bíblia e do Antigo Oriente Próximo, Brill, Holanda, p. 187.</ref>
Como Agrótera (''Agrotera''), ela foi especialmente associada como a deusa padroeira dos caçadores. Em [[Atenas]], Ártemis foi muitas vezes associada à deusa local Egínea, Afeia (''Aphaea/Alpheaea''). Como Pótnia Teron (''Potnia Theron''), "senhora dos animais", ela era a padroeira dos animais selvagens; [[Homero]] usou este título. Como ''Curótrofo'', ela era a enfermeira de jovens. Como Lóquia (''Locheia''), ela era a deusa do parto e parteiras. Ela às vezes era conhecida como Cíntia (''Cynthia''), a partir de sua cidade natal no monte Cinto em [[Delos]], ou Amaríntia (''Amarynthia'') de um festival em sua honra originalmente realizado na [[Eubeia]]. Ela às vezes era identificada pelo nome ''Feba'', a forma feminina do epíteto solar do seu irmão, ''Apolo Febo''. Em Esparta era adorada como ''Ártemis Ligodesma''. Esse [[epíteto]] significa "salgueiro-limiar" do ''Ligo'' (λυγός, salgueiro) e ''desmo'' (δεσμός, ligação). O salgueiro aparece em vários mitos da Grécia antiga e rituais. <ref> Bremmer Jan N. (2008) Religião e Cultura Grega, da Bíblia e do Antigo Oriente Próximo, Brill, Holanda, p. 187.</ref>


Alfeia ou Alfiusa (''Alpheiusa''; Gr. Ἀλφαῖα, Ἀλφεαία, ou Ἀλφειοῦσα) foi um epíteto de Ártemis derivado do deus do rio [[Alfeu (mitologia)|Alfeu]], que se diz ter sido apaixonado por ela.<ref> Schmitz, Leonhard (1867). "Alphaea"</ref> Foi com este nome que ela era adorada em Letrinos em [[Élida]], <ref>Pausânias , Description of Greece</ref> e em [[Ortígia]]. <ref>Estrabão , Geografia </ref> Ártemis Alfeia foi associada com o uso de máscaras, principalmente por causa da lenda que durante a fuga os avanços da Alfeu, ela e suas ninfas  escapou-lhe, cobrindo seus rostos. <ref>Dickins, G .;Society for the Promotion of Hellenic Studies (1929).</ref>
Alfeia ou Alfiusa (''Alpheiusa''; Gr. Ἀλφαῖα, Ἀλφεαία, ou Ἀλφειοῦσα) foi um epíteto de Ártemis derivado do deus do rio [[Alfeu (mitologia)|Alfeu]], que se diz ter sido apaixonado por ela.<ref> Schmitz, Leonhard (1867). "Alphaea"</ref> Foi com este nome que ela era adorada em Letrinos em [[Élida]],<ref>Pausânias , Description of Greece</ref> e em [[Ortígia]];<ref>Estrabão , Geografia </ref> Ártemis Alfeia foi associada com o uso de máscaras, principalmente por causa da lenda que durante a fuga os avanços da Alfeu, ela e suas ninfas  escapou-lhe, cobrindo seus rostos.<ref>Dickins, G .;Society for the Promotion of Hellenic Studies (1929).</ref>


=== Festivais da Grécia Antiga ===
=== Festivais da Grécia Antiga ===
[[Ficheiro:Artemis (Diana) from the "Rospigliosi type", Roman copy of the 1st–2nd centuries AD after a Hellenistic original, Louvre Museum (7462745206).jpg|miniaturadaimagem|''Ártemis'',<small> cópia romana do {{séc|I}}, do helênico original ([[Museu do Louvre]])</small>]]
[[Imagem:Artemis (Diana) from the "Rospigliosi type", Roman copy of the 1st–2nd centuries AD after a Hellenistic original, Louvre Museum (7462745206).jpg|miniaturadaimagem|''Ártemis'',<small> cópia romana do {{séc|I}}, do helênico original ([[Museu do Louvre]])</small>]]


Ártemis nasceu no sexto dia, a razão pela qual o dia era considerado sagrado para ela.
Ártemis nasceu no sexto dia, a razão pela qual o dia era considerado sagrado para ela:


* Festival de Ártemis em [[Brauron]]: onde as meninas, com idades entre cinco e dez anos, vestida com túnicas cor de açafrão, interpretavam um urso para apaziguar a deusa depois que ela enviou a praga quando seu urso foi morto.
* Festival de Ártemis em [[Brauron]]: onde as meninas, com idades entre cinco e dez anos, vestida com túnicas cor de açafrão, interpretavam um urso para apaziguar a deusa depois que ela enviou a praga quando seu urso foi morto;
* Festival de [[Amarísia]]: é uma celebração em [[Ática]] . Em 2007, uma equipe de arqueólogos suíços e gregos descobriram a ruína do ''Artemis Amarysia Temple'', na [[Eubeia]], [[Grécia]]. <ref>{{citar web|url=http://passionateabouthistory.blogspot.com/2007/11/search-continues-for-temple-of-artemis.html|titulo=Buscas pelos templo de Ártemis em Eubeia continuam|língua=inglês}}</ref><ref>[https://zap.aeiou.pt/encontrado-templo-perdido-artemis-apos-busca-100-anos-174558 Encontrado o Templo perdido de Artémis após busca de mais de 100 anos, por SV, zap.aeiou, 23 Setembro, 2017]</ref>
* Festival de [[Amarísia]]: é uma celebração em [[Ática]]. Em 2007, uma equipe de arqueólogos suíços e gregos descobriram a ruína do ''Artemis Amarysia Temple'', na [[Eubeia]], [[Grécia]];<ref>{{citar web|url=http://passionateabouthistory.blogspot.com/2007/11/search-continues-for-temple-of-artemis.html|titulo=Buscas pelos templo de Ártemis em Eubeia continuam|língua=inglês}}</ref><ref>[https://zap.aeiou.pt/encontrado-templo-perdido-artemis-apos-busca-100-anos-174558 Encontrado o Templo perdido de Artémis após busca de mais de 100 anos, por SV, zap.aeiou, 23 Setembro, 2017]</ref>
* Festival de Ártemis Sarônia: um festival para celebrar Ártemis em [[Trozeinos]], uma cidade de [[Argólida]]. Um rei chamado Saron construiu um santuário para a deusa depois que ela teria salvado sua vida quando ele foi à caça.<ref>{{citar web|url=http://www.mythindex.com/greek-mythology/S/Saron.html|titulo=Saron|língua=inglês}}</ref>
* Festival de Ártemis Sarônia: um festival para celebrar Ártemis em [[Trozeinos]], uma cidade de [[Argólida]]. Um rei chamado Saron construiu um santuário para a deusa depois que ela teria salvado sua vida quando ele foi à caça;<ref>{{citar web|url=http://www.mythindex.com/greek-mythology/S/Saron.html|titulo=Saron|língua=inglês}}</ref>
* No dia 16 de ''métagitnion'' ([[calendário ático]]) (segundo mês no [[calendário gregoriano]]), as pessoas sacrificam a Ártemis e [[Hécate]]. <ref name="calendario">{{citar web|url=http://www.winterscapes.com/kharis/calendar.htm|titulo=Antigo calendário ateniense|língua=inglês}}</ref>
* No dia 16 de ''métagitnion'' ([[calendário ático]]) (segundo mês no [[calendário gregoriano]]), as pessoas sacrificam a Ártemis e [[Hécate]];<ref name="calendario">{{citar web|url=http://www.winterscapes.com/kharis/calendar.htm|titulo=Antigo calendário ateniense|língua=inglês}}</ref>
* Festival [[Caristeria]]: em 6 de ''Boidromion'' (terceiro mês) para comemorar a vitória na [[Batalha de Maratona]], também conhecido como o ateniense "[[Ação de Graças]]". <ref name="calendario"/>
* Festival [[Caristeria]]: em 6 de ''Boidromion'' (terceiro mês) para comemorar a vitória na [[Batalha de Maratona]], também conhecido como o ateniense "[[Ação de Graças]]"; <ref name="calendario"/>
* Dia 6 de ''[[Elafobólia]]'' (nono mês) ''festival de Artemis Deer Huntress'' onde é oferecido para ela bolos em forma de veados, massa de pão, [[mel]] e [[gergelim]]. <ref name="calendario"/>
* Dia 6 de ''[[Elafobólia]]'' (nono mês) ''festival de Artemis Deer Huntress'' onde é oferecido para ela bolos em forma de veados, massa de pão, [[mel]] e [[gergelim]];<ref name="calendario"/>
* Dia 6, de ''[[Mounikhion]]'' (décimo mês) uma celebração sua como a deusa da natureza e dos animais. A cabra é sacrificada a ela. <ref name="calendario"/>
* Dia 6, de ''[[Mounikhion]]'' (décimo mês) uma celebração sua como a deusa da natureza e dos animais. A cabra é sacrificada a ela;<ref name="calendario"/>
* Dia 6 de ''[[Targélio]]'' (décimo primeiro mês), o "aniversário" da deusa, enquanto o sétimo é de [[Apolo]]. <ref name="calendario"/>
* Dia 6 de ''[[Targélio]]'' (décimo primeiro mês), o "aniversário" da deusa, enquanto o sétimo é de [[Apolo]];<ref name="calendario"/>
* Festival de Ártemis Dictina: em Hípso.
* Festival de Ártemis Dictina: em Hípso;
* ''Láfria'': um festival de Ártemis em [[Patras]]. A [[procissão]] define as toras de madeira em volta do altar, cada um deles com dezesseis côvados de comprimento. No altar, dentro do círculo, é colocado a madeira mais seca. Pouco antes da época do festival, eles fazem uma subida suave para o altar, empilhando terra sobre os degraus do altar. O festival começa com uma procissão mais esplêndida em homenagem a Ártemis, com as donzelas e sacerdotisas sendo as últimas na procissão em cima de uma [[quadriga]], emparelhada com quatro veados, o modo tradicional de Ártemis se transportar. Apenas no dia seguinte que o sacrifício é oferecido.
* ''Láfria'': um festival de Ártemis em [[Patras]]. A [[procissão]] define as toras de madeira em volta do altar, cada um deles com dezesseis côvados de comprimento. No altar, dentro do círculo, é colocado a madeira mais seca. Pouco antes da época do festival, eles fazem uma subida suave para o altar, empilhando terra sobre os degraus do altar. O festival começa com uma procissão mais esplêndida em homenagem a Ártemis, com as donzelas e sacerdotisas sendo as últimas na procissão em cima de uma [[quadriga]], emparelhada com quatro veados, o modo tradicional de Ártemis se transportar. Apenas no dia seguinte que o sacrifício é oferecido;
* Em [[Orcômeno (Arcádia)|Orcômeno]], um santuário foi construído para Ártemis Hímnia onde seu festival era celebrado todos os anos.
* Em [[Orcômeno (Arcádia)|Orcômeno]], um santuário foi construído para Ártemis Hímnia onde seu festival era celebrado todos os anos.


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* [[Templo de Ártemis]]
* [[Templo de Ártemis]]


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Predefinição:Info/Divindade Ártemis, Artemisa ou Artemísia (em grego: Άρτεμις; romaniz.: Ártemis Predefinição:Nota de Rodapé) é a deusa grega ligada à vida selvagem e à caça; mais tarde, também se tornou associada à lua e à magia. Era filha de Zeus e Leto, e irmã gêmea do Apolo.[1][2][3] Seu equivalente romano foi Diana. Homero refere-se-lhe como Ártemis Agrótera, Potnia Theron: "Ártemis das terras selvagens, Senhora dos Animais".[4] Os acadianos acreditavam que Ártemis era filha de Deméter, deusa da agricultura.[5]

Ártemis é deusa da lua, da caça, dos animais selvagens, da região selvagem, do parto e da virgindade e protetora das meninas na antiga religião grega. Foi descrita como a melhor caçadora entre deuses e mortais. Arco e flechas são seus companheiros constantes. O cervo, o urso e o cipreste foram-lhe consagrados.

Membro do panteão grego, é presença comum na cultura ocidental. Um asteroide, 105 Artemis, e as crateras Artemis Chasma e Artemis Corona do planeta Vênus foram batizados em homenagem a esta deusa.

Ártemis é descrita por Anacreonte como "loira filha de Zeus".[6] Arquíloco descreve uma mulher de "cabelo amarelo", mencionando que eram "da mesma cor que os de Ártemis".[7]

Etimologia

Ártemis
Original grego do Predefinição:-séc

O nome de Ártemis (substantivo feminino) é de origem desconhecida e incerta, embora várias tenham sido propostas.[8]

Por exemplo, segundo Jablonski,[9] o nome é frígio e poderia ser "comparado com a denominação real Ártemas de Xenofonte. Segundo Charles Anthon a raiz primitiva do nome é, provavelmente, de origem persa de *arta, *art, *arte, que significam "grande, excelente, santo", assim Ártemis "torna-se idêntica a grande mãe da natureza, mesmo quando ela era adorada em Éfeso".[9][10] Babiniotis embora admitindo que a etimologia é desconhecida, afirma que o nome já está atestado em grego micênico e é, possivelmente, de origem pré-helênica.[10]

O nome também poderia ser relacionado com o grego Arcto que significa "Urso" (h₂ŕ̥tḱos), apoiado pelo culto aos ursos que a deusa recebia no templo em Ática (Braurônia) e na caverna Arcudiotissa que foi usado como culto a Ártemis, bem como a história de Calisto, que era originalmente sobre Ártemis (Calisto era um epíteto arcadiano); [11] esse culto era uma sobrevivência de muito antigos rituais xamânicos e totêmicas e fazia parte de um grande culto ao urso encontrado mais longe em outras culturas indo-europeias (por exemplo, o deus celta Artio). Acredita-se que um precursor de Ártemis era adorada em Creta como a deusa da caça e montanhas. Enquanto a conexão com nomes asiáticos tem sido sugerido,[12] as primeiros formas atestadas do nome Ártemis são no grego micênico a-te-mi-to /Artemitos/ e a-ti-mi-te /Artimitei/, escrito em Linear B em Pilos.[13] O linguista Robert SP Beekes sugeriu que o "e/i" são pontos que intercambiam de uma origem pré-grega.[14] Artemis era venerada em Lídia como Artimus.[15]

Escritores gregos antigos, por meio da etimologia popular e alguns estudiosos modernos, ligaram Ártemis (do dórico Artamis) para ἄρταμος, artamos, ou seja, "açougueiro" [16] ou, como Platão fez no Crátilo, para ἀρτεμής, Artemes, ou seja, "seguro", "ileso", "puro", "a donzela inoxidável".[9]

Mitologia

Nascimento

Dracmas de Diana (Ártemis)

Vários relatos conflitantes são dados na mitologia grega do nascimento de Ártemis e seu irmão gêmeo, Apolo. Todos os relatos concordam, porém, que ela era a filha de Zeus e de Leto, e que ela era a irmã gêmea de Apolo.

Um conto de Calímaco diz que Hera proibiu Leto dar à luz em qualquer terra firme (o continente) ou em uma ilha. Hera estava com raiva de Zeus, seu marido, porque ele a havia traído com Leto. Poseidon, apiedando-se de Leto, levou-a para ilha de Delos (ou Ortígia no hino homérico a Ártemis) que era flutuante, não sendo um continente e nem uma ilha, para Leto dar à luz ali. Quando finalmente a ilha de Delos a recebeu, Ilícia, filha de Hera e deusa dos partos, estava retida pela sua mãe no Olimpo. Só depois que Zeus distraiu Hera, Ilícia pode socorrer Leto e fazer o parto dos gêmeos.

Na história de Creta, Leto era adorada em Festo e na mitologia de Creta, Leto deu luz a Apolo e a Ártemis nas ilhas conhecidas hoje como o Paximadia. Os mitos também diferem quanto ao fato de quem nasceu primeiro, Ártemis ou Apolo. A maioria das histórias retratam Ártemis nascendo primeiro, tornando-se parteira de sua mãe após o nascimento de seu irmão Apolo.Predefinição:Nota de Rodapé

Infância

Apolo e Ártemis
Museu do Louvre

A infância de Ártemis não está totalmente relatada em qualquer mito sobrevivente. A Ilíada reduziu a figura da deusa ao de uma menina, que, depois de ter sido golpeada por Hera, sobe chorando ao colo de Zeus.[17] Um poema de Calímaco à deusa "que diverte-se em montanhas com arco e flecha" narra que com três anos, Ártemis, ao sentar-se no colo de seu pai, Zeus, pediu-lhe para conceder-lhe seis desejos: manter-se sempre virgem; ter muitos nomes para diferenciá-la de seu irmão Apolo; ser a Portadora da Luz; ter um arco e flecha; uma túnica na altura do joelho para que ela pudesse caçar e ter sessenta "filhas ", todas com nove anos de idade conhecidas como "as caçadoras de Ártemis", para ser uma de suas companheiras, a ninfa, mortal ,ou semideusa deverá fazer um voto de castidade eterno com a própria Ártemis assim ganhando a imortalidade e a benção da deusa. Ela desejou não ter nenhuma cidade dedicada a ela, mas para governar as montanhas e ter a capacidade de ajudar as mulheres em dores de parto.[18]

Ártemis acreditava que ela tinha sido escolhida pelas Parcas para ser parteira, especialmente desde que ela tinha ajudado a mãe no parto de seu irmão gêmeo, Apolo.[19] Todos as suas companheiras permaneceram virgens, e Ártemis vigiou de perto sua própria castidade. Seus símbolos incluem o arco, a flecha de ouro, o cão de caça, o veado, e a lua. Calímaco diz[20] que Ártemis passou sua infância buscando coisas que ela precisaria para ser uma caçadora, assim ela obteve o seu arco e flechas na ilha de Lípara, onde Hefesto e o Ciclope construíram.

As filhas de Oceanos estavam com medo da jovem deusa, mas Ártemis corajosamente se aproximou e perguntou pelos arco e flechas. Calímaco então conta como Ártemis visitou Pan, o deus da floresta, que lhe deu sete cadelas e seis cães. Ela, então, capturou seis cervos dourados e colocou os chifres para puxar sua carruagem. Ártemis praticou com seu arco primeiro disparando contra as árvores e depois em animais selvagens. [20]

Intimidade

Sendo virgem, Ártemis despertava o interesse de muitos deuses e homens, mas apenas o seu companheiro de caça, Órion, ganhou seu coração. Orion foi morto acidentalmente ou por Ártemis ou por Gaia.

Alfeu, um deus do rio, estava apaixonado por Ártemis, mas ele percebe que não poderia fazer nada para ganhar seu coração, então, ele decidiu capturá-la. Ártemis, que estava com suas companheiras no rio, encontra Alfeu, mas, desconfiada de seus motivos, ela cobre o rosto com lama para que o deus do rio não reconhecê-la. Em outra história, Alfeu tenta estuprar a ninfa protegida de Ártemis, Arethusa. Ártemis se compadece de Arethusa e a salva, transformando Arethusa numa fonte na ilha de Ortígia, em Siracusa, Sicília.[21]

Bouphagos, filho do titã Jápeto, vê Ártemis e pensa em estuprá-la. Lendo seus pensamentos pecaminosos, Ártemis o golpeia no monte Foloi.

Sipriotes é um menino, que, seja porque ele acidentalmente vê Ártemis no banho ou porque ele tenta estuprá-la, é transformado em uma garota pela deusa.[22]

Actéon

Actéon sendo devorado pelos cães
Grupo de esculturas em Caserta

Várias versões do mito de Actéon sobrevivem, embora muitas estejam fragmentadas. Os detalhes variam, mas no cerne elas envolvem um grande caçador, Actéon que é transformado por Ártemis em um veado por causa de uma transgressão e que é morto por cães de caça. Normalmente, os cães são seus, que não reconhecem seu mestre. Às vezes, eles são cães de Ártemis.

De acordo com o texto moderno padrão, de Lamar Ronald Lacey, The Myth of Aktaion: Literary and Iconographic Studies, a versão original mais provável do mito é que Actéon foi o companheiro de caça da deusa que, depois de vê-la nua em sua fonte sagrada, tentou estuprá-la. Por esta atitude ele é transformado em um veado e devorado por seus próprios cães de caça. No entanto, em algumas versões sobreviventes Actéon é um forasteiro que acidentalmente vê a deusa nua na fonte. Também há divergências em relação a transgressão do caçador, que às vezes é simplesmente ver a deusa virgem nua, às vezes ostentando que ele é um caçador melhor do que ela, ou mesmo apenas sendo um rival de Zeus para o afeto de Sêmele.

Adônis

Em algumas versões da história de Adônis, que foi uma adição tardia à mitologia grega no período helenístico, Ártemis enviou um javali para matar Adônis como castigo por sua ostentação arrogante que ele era um caçador melhor do que ela.

Em outras versões, Ártemis matou Adônis por vingança. Em mitos posteriores, Adônis havia sido relacionado como um dos favoritos de Afrodite e Afrodite foi responsável pela morte de Hipólito, que tinha sido um favorito de Ártemis. Portanto, Ártemis matou Adônis para vingar a morte de Hipólito.

Em outra versão, Adônis não foi morto por Ártemis, mas por Ares, que tinha ciúmes de Adônis com Afrodite.

Órion

Diana corre para o corpo de Orion
Daniel Seiter, Museu do Louvre

Órion foi companheiro de caça de Ártemis. Em algumas versões, ele é morto por Ártemis, enquanto em outras ele é morto por um escorpião enviado por Gaia. Em algumas versões, Órion tenta seduzir Opis (outro nome para Ártemis),[23] e ela o matou. Em uma versão de Arato,[24] Órion pegou o robe de Ártemis e ela o matou em legítima defesa.

Em outra versão, Apolo envia o escorpião. De acordo com Higino[25] Ártemis amou uma vez Órion (apesar de ser uma adição tardia ao mito, esta versão parece ser um remanescente raro de Ártemis como uma deusa pré-olímpica, que assumiu consortes), mas foi enganado e morto por seu irmão Apolo, que era "protetor" da virgindade de sua irmã.

Os Alóadas

Os gigantes filhos gêmeos de Posídon, Otos e Efialtes, cresceram enormemente em uma idade jovem. Eles eram agressivos, grandes caçadores, e não poderiam serem mortos, a menos que se matassem. O crescimento dos Alóadas nunca parou, e eles se gabavam de que assim que eles pudessem alcançar o céu, eles iriam sequestrar Ártemis e Hera e tomá-las como esposas. Os deuses estavam com medo deles, com exceção de Ártemis que capturou um belo veado (ou em outra versão da história, ela capturou uma corça) e jogou entre os gigantes. Os Alóadas jogaram suas lanças um ao outro por engano e mataram um ao outro.[26]

Calisto

Ver artigo principal: Calisto (mitologia)
Em Júpiter e Calisto: Zeus toma a forma de Ártemis, apesar de que o símbolo da Lua crescente ornando a cabeça da deusa é símbolo de Selene, deusa primitiva da Lua.
François Boucher, Museu Pushkin, Moscou

Calisto era filha de Licaon, rei de Arcádia e também foi uma das caçadoras de Ártemis. Como uma companheira de Ártemis, ela fez um voto de castidade. Zeus lhe apareceu disfarçado como Ártemis, ou em algumas histórias como Apolo, ganhou a confiança dela, então se aproveitou de sua (ou a estuprou, segundo Ovídio) virgindade. Como resultado desse encontro, ela concebeu um filho, Arcas.

Enfurecida, Hera ou Ártemis (alguns relatos dizem as duas) transformou-a em um urso. Arcas quase matou o urso, mas Zeus o parou na hora certa. Por piedade, Zeus colocou Calisto como um urso nos céus, assim, a origem da Constelação de Ursa Maior. Algumas histórias dizem que ele colocou tanto Arcas e Calisto nos céus como ursos, formando as constelações Ursa Minor e Ursa Major.

Ifigénia

Ver artigo principal: Ifigénia

Ártemis puniu Agamemnon depois dele ter matado um veado em um bosque sagrado da deusa e se gabou de que ele era um caçador melhor do que ela. Quando a frota grega estava se preparando para ir para Troia e participar da guerra, Ártemis acalmou os ventos impedindo o navio de zarpar. O vidente Calcas aconselhou Agamemnon que a única maneira de apaziguar Ártemis era sacrificar sua filha Ifigénia. Ártemis, em seguida, pegou Ifigênia do altar de sacrifício e substituiu por um cervo. Vários mitos foram feitos sobre o aconteceu depois que Ártemis a levou. Ou ela foi trazida para os montes Tauro e viveu com seus pais, ou tornou-se uma das companheiras imortais de Ártemis.[27]

Níobe

A morte dos Nióbidas
Por Pierre Charles Jombert
Ver artigo principal: Níobe

A rainha de Tebas e esposa de Anfião, Níobe se gabava de sua superioridade sobre Leto, proibindo seu culto em Tebas e afirmando que enquanto ela tinha quatorze crianças, sete meninos e sete meninas, Leto tinha apenas um de cada. Leto pediu vingança aos seus filhos, Ártemis e Apolo; Assim, Apolo matou os filhos de Níobe enquanto eles praticavam atletismo, e Ártemis atirou nas suas filhas, que morreram instantaneamente, sem um som. Apolo e Ártemis usaram veneno nas setas para matá-los, mas de acordo com algumas versões, dois filhos foram poupados, um menino e uma menina. Anfião, com a visão de seus filhos mortos, se matou. Níobe devastada com a morte dos filhos, fez Zeus ficar compadecido com sua dor e a transformou numa rocha, mas ela ainda chorava a perda dos filhos, vertendo água constantemente numa nascente.

Chione

Chione era uma princesa de Pokis. Ela era amada por dois deuses, Hermes e Apolo, e vangloriou-se de que ela era mais bonita do que Ártemis, porque ela fez com que dois deuses se apaixonassem por ela ao mesmo tempo. Ártemis ficou furiosa e matou Chione com sua flecha ou a golpeou, tirando fora a língua. No entanto, algumas versões desse mito dizem que Apolo e Hermes protegeram-na da ira de Ártemis.

Atalanta, Eneu e as Meleágrides

Ártemis salvou o bebê Atalanta de morrer depois que seu pai a abandonou. Ela enviou uma ursa para dar de mamar o bebê, que foi, então, criado por caçadores. Mas logo depois, em algumas versões, ela enviou um urso para ferir Atalanta porque as pessoas diziam que ela era uma caçadora melhor.

Entre outras aventuras, Atalanta participou da caçada ao javali Calydonian, que Ártemis tinha enviado para destruir Calidão porque o rei Eneu tinha esquecido de fazer os sacrifícios de colheita para ela. Na caça, Atalanta tirou o primeiro sangue do javali, e foi agraciada com a pele do animal como prêmio. Ela pendurou a pele em um bosque sagrado em Tégea como uma dedicação a Ártemis.

Meleagro era um herói de Etólia. O rei Eneu reuniu heróis de toda a Grécia para caçar o javali Calydonian. Após a morte de Meleagro, as irmãs, as chamadas Meleágrides[28], gritavam e choravam muito de luto, e Ártemis as transformou em Numididae.[29]

Aura

Diana, a personificação da noite
Por Anton Raphael Mengs
Palácio da Moncloa

Em Dionisíaca de Nono de Panópolis, Aura era a deusa grega da brisa e ar fresco, filha do titã Lelantos e Periboea. Ela era uma caçadora virgem, assim como Ártemis e orgulhosa de sua virgindade. Um dia, ela afirmou que o corpo de Ártemis era muito feminino e que ela duvidava de sua virgindade. Ártemis pediu a Nêmesis ajuda para vingar a sua dignidade e causou a violação de Aura por Dionísio. Aura tornou-se uma assassina louca e perigosa. Quando deu à luz filhos gêmeos, comeu um deles, enquanto o outro, Iakhos, foi salvo por Ártemis. Iakhos mais tarde tornou-se um atendente de Deméter e líder da Mistérios de Elêusis.

Guerra de Troia

Ver artigo principal: Guerra de Troia

Ártemis foi representada como uma defensora de Troia, porque seu irmão Apolo era o deus padroeiro da cidade e ela mesma foi amplamente adorada no oeste da Anatólia em tempos históricos. Na Ilíada[30] ela chegou às vias de fato com Hera, quando os aliados divinos dos gregos e troianos brigaram entre si no conflito. Hera golpeou Ártemis nas orelhas com sua própria aljava, fazendo com que as flechas da caçadora caírem. Depois Ártemis fugiu chorando para Zeus, e Leto recolheu seu arco e flechas.

Ártemis teve participação em grande parte desta guerra. Como sua mãe e irmão, que foram amplamente adorados em Troia, Ártemis ficou do lado dos troianos. Na jornada dos gregos para Troia, Ártemis calmou o vento e parou a viagem até o sacrifício de Ifigénia. Eneias foi ajudado por Ártemis, Leto, e Apolo. Apolo o encontrou ferido por Diomedes e levantou-o para o céu. Lá, os três secretamente o curou em uma grande câmara.

Culto

Ártemis, a deusa das florestas e colinas, era adorada por toda a Grécia Antiga. Predefinição:Nota de Rodapé Seus mais conhecidos cultos eram, na ilha de Delos (sua cidade natal), em Ática no santuário Brauron e em Esparta. Ela foi muitas vezes representada em pinturas e estátuas em um ambiente de floresta, carregando um arco e flechas, e acompanhado por um veado.

Os antigos espartanos costumavam sacrificar animais a ela; Como Ártemis era uma de suas deusas padroeiras, eles faziam isso antes de iniciar uma nova campanha militar. Festivais atenienses em homenagem a Ártemis incluí Elafebólia, Munícia, Caristéria e Braurônia. O festival Ártemis Órtia foi visto em Esparta.

Pré-púberes e meninas adolescentes atenienses foram enviadas para o santuário de Ártemis em Brauro para servir a deusa por um ano. Durante este tempo, as meninas eram conhecidas como arctos (arktoi), ou pequenas ursas. Um mito que explica este título afirma que um urso tinha o hábito de visitar regularmente a cidade de Brauro, e as pessoas de lá o alimentaram, de modo que, ao longo do tempo, tornou-se um urso domesticado. Uma menina brincava com o urso, e, em algumas versões do mito, ele a matou, enquanto que, em outras versões, ele agarrou seus olhos. De qualquer maneira, os irmãos da garota mataram o urso e Ártemis ficou enfurecida. Ela exigiu que as meninas "agissem como urso" no seu santuário em expiação pela morte do urso.

A virginal Ártemis era adorada como uma deusa da fertilidade/parto em alguns lugares, assimilada a Ilícia, uma vez que, de acordo com alguns mitos, ela ajudou a sua mãe no parto de seu irmão gêmeo. Durante o período clássico, em Atenas, ela foi identificada com Hécate.

Epítetos

Estátua de Bronze de Ártemis. Século IV a. C.

Como Egínea (Aeginaea), ela era adorada em Esparta; o nome significa tanto caçadora de camurça, ou a possuidora do dardo (αἰγανέα).[31] Ela era adorada em Lepanto como Étola (Aetole); em seu templo naquela cidade havia uma estátua de mármore branco a representando jogando um dardo.[32] Uma Ártemis Etólia não teria sido introduzida em Lepanto, antigamente Lócrida, até que a adoração foi concedida aos etólios por Filipe II da Macedônia. Estrabão registra outro recinto da "Ártemis Etólia" em Adriático. Predefinição:Nota de Rodapé Como Agórea (Agoraea) ela era protetora da ágora.

Como Agrótera (Agrotera), ela foi especialmente associada como a deusa padroeira dos caçadores. Em Atenas, Ártemis foi muitas vezes associada à deusa local Egínea, Afeia (Aphaea/Alpheaea). Como Pótnia Teron (Potnia Theron), "senhora dos animais", ela era a padroeira dos animais selvagens; Homero usou este título. Como Curótrofo, ela era a enfermeira de jovens. Como Lóquia (Locheia), ela era a deusa do parto e parteiras. Ela às vezes era conhecida como Cíntia (Cynthia), a partir de sua cidade natal no monte Cinto em Delos, ou Amaríntia (Amarynthia) de um festival em sua honra originalmente realizado na Eubeia. Ela às vezes era identificada pelo nome Feba, a forma feminina do epíteto solar do seu irmão, Apolo Febo. Em Esparta era adorada como Ártemis Ligodesma. Esse epíteto significa "salgueiro-limiar" do Ligo (λυγός, salgueiro) e desmo (δεσμός, ligação). O salgueiro aparece em vários mitos da Grécia antiga e rituais. [33]

Alfeia ou Alfiusa (Alpheiusa; Gr. Ἀλφαῖα, Ἀλφεαία, ou Ἀλφειοῦσα) foi um epíteto de Ártemis derivado do deus do rio Alfeu, que se diz ter sido apaixonado por ela.[34] Foi com este nome que ela era adorada em Letrinos em Élida,[35] e em Ortígia;[36] Ártemis Alfeia foi associada com o uso de máscaras, principalmente por causa da lenda que durante a fuga os avanços da Alfeu, ela e suas ninfas escapou-lhe, cobrindo seus rostos.[37]

Festivais da Grécia Antiga

Ártemis, cópia romana do século I, do helênico original (Museu do Louvre)

Ártemis nasceu no sexto dia, a razão pela qual o dia era considerado sagrado para ela:

  • Festival de Ártemis em Brauron: onde as meninas, com idades entre cinco e dez anos, vestida com túnicas cor de açafrão, interpretavam um urso para apaziguar a deusa depois que ela enviou a praga quando seu urso foi morto;
  • Festival de Amarísia: é uma celebração em Ática. Em 2007, uma equipe de arqueólogos suíços e gregos descobriram a ruína do Artemis Amarysia Temple, na Eubeia, Grécia;[38][39]
  • Festival de Ártemis Sarônia: um festival para celebrar Ártemis em Trozeinos, uma cidade de Argólida. Um rei chamado Saron construiu um santuário para a deusa depois que ela teria salvado sua vida quando ele foi à caça;[40]
  • No dia 16 de métagitnion (calendário ático) (segundo mês no calendário gregoriano), as pessoas sacrificam a Ártemis e Hécate;[41]
  • Festival Caristeria: em 6 de Boidromion (terceiro mês) para comemorar a vitória na Batalha de Maratona, também conhecido como o ateniense "Ação de Graças"; [41]
  • Dia 6 de Elafobólia (nono mês) festival de Artemis Deer Huntress onde é oferecido para ela bolos em forma de veados, massa de pão, mel e gergelim;[41]
  • Dia 6, de Mounikhion (décimo mês) uma celebração sua como a deusa da natureza e dos animais. A cabra é sacrificada a ela;[41]
  • Dia 6 de Targélio (décimo primeiro mês), o "aniversário" da deusa, enquanto o sétimo é de Apolo;[41]
  • Festival de Ártemis Dictina: em Hípso;
  • Láfria: um festival de Ártemis em Patras. A procissão define as toras de madeira em volta do altar, cada um deles com dezesseis côvados de comprimento. No altar, dentro do círculo, é colocado a madeira mais seca. Pouco antes da época do festival, eles fazem uma subida suave para o altar, empilhando terra sobre os degraus do altar. O festival começa com uma procissão mais esplêndida em homenagem a Ártemis, com as donzelas e sacerdotisas sendo as últimas na procissão em cima de uma quadriga, emparelhada com quatro veados, o modo tradicional de Ártemis se transportar. Apenas no dia seguinte que o sacrifício é oferecido;
  • Em Orcômeno, um santuário foi construído para Ártemis Hímnia onde seu festival era celebrado todos os anos.

Ver também

Predefinição:Notas

Referências

  1. Hesíodo, Teogonia, 918
  2. Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.4.1
  3. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 8.53.1
  4. Homero, Ilíada, XXI 470
  5. «Artemis». Mythindex 
  6. Anacreonte. Anacreonte, Poemas y fragmentos (em español). [S.l.]: Textofilia Ediciones 
  7. Roisman, Hanna (1999). Nothing is as it Seems: The Tragedy of the Implicit in Euripides' Hippolytus (em English). [S.l.]: Rowman & Littlefield 
  8. «Dicionário de Etimologia - Ártemis» (em inglês) 
  9. 9,0 9,1 9,2 Anthon, Charles (1855). "Artemis" . A Classical dictionary
  10. 10,0 10,1 Lang, Andrew (1887). Myth, Ritual, and Religion.
  11. Michaël Ripinsky-Naxon, The Nature of Shamanism: Substance and Function of a Religious Metaphor (Albany, NY: State University of New York Press, 1993), 32.
  12. Campanile, Ann. Scuola Pisa 28: 305; Restelli, Aevum 37: 307, 312.
  13. John Chadwick and Lydia Baumbach, "The Mycenaean Greek Vocabulary"
  14. Etymological Dictionary of Greek , Brill, 2009
  15. Indogermanica et caucásica.: Festschrift pele Karl Horst Schmidt zum 65 Geburtstag (Estudos de língua indo-européia e cultura), W. de Gruyter, 1994
  16. ἄρταμος . Liddell, Henry George; Scott, Robert; Um Léxico Grego-Inglês no Projeto Perseus .
  17. Ilíada xxi.505-13;
  18. «Hino da infância de Ártemis» (em inglês) 
  19. «Hino a Ártemis» (em inglês) 
  20. 20,0 20,1 Calímaco, Hino III Artemis 46
  21. Virgílio, Geórgicas
  22. «Sipriotes» (em English) [ligação inativa] 
  23. Kerenyi, Karl. The Gods of the Greeks (1951:204)
  24. Arato, 638
  25. Higino, Poeticon Astronomicon , II.34, citando o poeta grego Istrus.
  26. «Os Aloadae» (em inglês) 
  27. «Ifigénia» (em inglês) 
  28. Liberal, Antonino; Pereira, Reina Marisol Troca (10 de julho de 2017). Metamorfoses (Μεταμορφώσεων Συναγωγή) (em português). Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra University Press. pp. 92 a 96. ISBN 978-989-26-1430-4  «Abateu-se uma enorme consternação sobre os Calidónios, devido a Meleagro. As suas irmãs lamentaram-se profusamente sobre o seu túmulo169, até Ártemis as ter tocado com a sua vara, transformando-as em aves, que colocou na ilha de Leros, apelidando-as de Meleágrides
  29. Ovídio, Metamorfoses, VIII, 532-545
  30. Homero, Ilíada 21.470
  31. Pausanias , iii. 14 § 2
  32. Pausânias , x. 38 § 6.
  33. Bremmer Jan N. (2008) Religião e Cultura Grega, da Bíblia e do Antigo Oriente Próximo, Brill, Holanda, p. 187.
  34. Schmitz, Leonhard (1867). "Alphaea"
  35. Pausânias , Description of Greece
  36. Estrabão , Geografia
  37. Dickins, G .;Society for the Promotion of Hellenic Studies (1929).
  38. «Buscas pelos templo de Ártemis em Eubeia continuam» (em inglês) 
  39. Encontrado o Templo perdido de Artémis após busca de mais de 100 anos, por SV, zap.aeiou, 23 Setembro, 2017
  40. «Saron» (em inglês) 
  41. 41,0 41,1 41,2 41,3 41,4 «Antigo calendário ateniense» (em inglês) 
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