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Xenofonte

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Xenofonte
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Xenofonte (Predefinição:Lang-grc; ca. 430 a.C.[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] – 354 a.C.[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]][1]) foi militar, historiador e filósofo ateniense, discípulo de Sócrates. Ele foi autor de inúmeros tratados práticos sobre assuntos que vão desde equitação a tributação, ficou conhecido pelos seus escritos sobre a história do seu próprio tempo e pelos seus discursos de Sócrates.[2]

Biografia

Xenofonte, filho de Grilo,[3] originário de Erquia, um demo de Atenas. Na sua Anábase, que narra acontecimentos ocorridos entre 401 e 399 a.C., é sugerido que Xenofonte seria um pouco mais velho que o seu amigo Próxeno, o qual tinha cerca de quarenta anos quando dos acontecimentos.[4] A maioria dos estudiosos coloca portanto a sua data do seu nascimento no ano 430 a.C. ou um pouco depois.[5]

Xenofonte era originário de uma família rica e influente em Atenas.[6] Como tal, terá participado nos recontros finais da Guerra do Peloponeso incorporado nas fileiras da aristocrática cavalaria ateniense.[7]

Estrabão conta que, após uma derrota ateniense em que Sócrates e Xenofonte haviam perdido seus cavalos, Sócrates encontrou Xenofonte caído no chão, e chutou por vários estádios, até que a batalha terminou.[3]

Xenofonte parece ter estado alinhado com o aristocrático governo dos Trinta Tiranos instalado por Esparta em Atenas após a derrota final desta cidade na Guerra do Peloponeso.[8] A queda deste governo numa revolução ocorrida em 403 a.C. terá sido um importante factor motivador para que Xenofonte se juntasse à expedição de Ciro, o Jovem.[9]

Quando jovem, Xenofonte participou na expedição contra Artaxerxes II, liderada pelo próprio irmão mais velho do imperador persa, Ciro, o Jovem, em 401 a.C. Xenofonte diz que se aconselhou com o veterano Sócrates se deveria ou não ir com Ciro, e Sócrates indicou-lhe o oráculo de Delfos. Sua pergunta ao oráculo, no entanto, não foi de aceitar ou não o convite de Ciro, mas "para qual dos deuses deveria rezar e prestar sacrifício, para que pudesse completar sua pretendida jornada e retornar em segurança, com bons resultados". O oráculo lhe disse para quais deuses. Quando Xenofonte retornou a Atenas e contou para Sócrates o conselho do oráculo, Sócrates o reprimiu por fazer a pergunta errada ao oráculo, mas disse: "Já que você fez essa pergunta, você deve fazer o que alegrará o deus." (Esse é o único relato de contato pessoal entre Sócrates e Xenofonte em todos seus escritos.)

Na incursão de Ciro contra o xá aquemênida este utilizou muitos mercenários desempregados em função do fim da Guerra do Peloponeso. Ciro lutou contra Artaxerxes na Batalha de Cunaxa. Os gregos venceram, mas Ciro foi morto, e logo depois seu general, Clearco de Esparta, foi convidado a uma conferência de paz, traído e executado. Os mercenários, chamados de os Dez Mil, viram-se em um território hostil, próximo ao coração da Mesopotâmia, longe dos mares, e sem líderes. Elegeram novos líderes, incluindo o próprio Xenofonte, e combateram em direção ao norte contra persas, armênios e curdos, até a cidade de Trapezo na costa do Mar Negro, de onde navegaram para o oeste, retornando para a Grécia. Na Trácia, ajudaram Seutes II tornar-se imperador. Os relatos de Xenofonte sobre essa expedição e a jornada para casa foi intitulado Anábase ("A Expedição" ou "A Marcha através do País").

A dissertação histórica que Xenofonte faz na obra Anábase é um dos mais antigos exemplos de análise de caráter de um líder feitas por um historiador. Esse tipo de análise tornou-se conhecido nos dias de hoje como a Teoria dos Grandes Homens. Xenofonte descreveu o caráter de Ciro, o Moço dizendo que "de todos os Persas que viveram depois de Ciro, o Grande, ele era o que mais se parecia com um rei e o mais merecedor de um império". A leitura do capítulo seis é recomendada pela descrição do caráter de cinco generais derrotados que aliaram-se ao inimigo. Clearco é citado como quem acredita que "um soldado deve temer mais seu comandante do que o inimigo". Meno, o personagem dos Diálogos de Platão, foi descrito como um homem cuja maior ambição era de se tornar rico. Agias, o Arcadiano e Sócrates, o aqueu foram lembrados por sua coragem e consideração pelos amigos.

Xenofonte foi posteriormente exilado de Atenas, provavelmente por ter lutado sob o comando do rei espartano Agesilau contra Atenas em Coroneia. (Entretanto, é possível que ele já tivesse sido exilado por sua participação com Ciro.) Os espartanos deram-lhe uma propriedade em Escilo, próximo à Olímpia em Élis, onde escreveu Anábase. Seu filho Grilo comandou a cavalaria ateniense, aliada dos espartanos, na Batalha de Mantineia,[10] enquanto Xenofonte ainda estava vivo, por isso, é possível que seu exílio tenha sido revogado. Xenofonte morreu em Corinto ou Atenas, e a data de sua morte é incerta. Sabe-se apenas que ele sobreviveu ao seu protetor Agesilau, a quem ele prestou homenagem num de seus escritos.

Diógenes Laércio diz que Xenofonte foi conhecido como "Musa do Prazer" pela doçura de sua relação. Em seu tratado sobre equitação, ele propôs um método de treinamento conhecido no mundo anglo-saxão hoje em dia como "horse whispering" (literalmente: cochichar no ouvido do cavalo), um método que procura ganhar a simpatia do animal através do uso da psicologia equina.

Lista de obras

Os escritos de Xenofonte, especialmente a Anábase, são lidos usualmente pelos iniciantes de grego antigo. Helênicas é uma das principais fontes de estudo para eventos na Grécia entre 411 e 362 a.C. e seus escritos socráticos, juntamente com os diálogos de Platão, são os únicos sobreviventes dos sokratikoi logoi.

Obras Históricas e Biográficas

Obras socráticas e diálogos

Pequenos tratados

Existe também um pequeno tratado sobre a Constituição de Atenas, encontrado em manuscritos juntamente com outras pequenas obras de Xenofonte, atribuído a ele na Antiguidade. O texto, no entanto, provavelmente foi escrito quando Xenofonte tinha cerca de cinco anos de idade. O anônimo autor, comumente chamado de "Velho Oligarca", detesta a democracia de Atenas e as classes mais pobres, mas reconhece que instituições de Péricles são bem estruturadas para seus deploráveis propósitos.

Ver também

Referências

  1. Infopédia. «Xenofonte - Infopédia». Infopédia - Dicionários Porto Editora (em português). Consultado em 8 de maio de 2021 
  2. [Xenophon (430—354 B.C.E.)
  3. 3,0 3,1 Estrabão, Geografia, Livro IX, Capítulo 2, 7
  4. Anábase, 2.6.20 e 3.1.14.
  5. J.K. Anderson, Xenophon (Londres, 1972), pp. 9-10.
  6. J.K. Anderson, Xenophon (Londres, 1972), p.&nBiografias:Tales de Mileto..Heráclito...Anaximenes..Demócrito...Sócrates...Platão...Xenofontes..Aristóteles..e acho que sobre os Sofistas Períodos:Pré-Socrático....Socrático...Sistemático..Helenistico...acho que é sóbsp;10.
  7. J.K. Anderson, Xenophon (Londres, 1972), pp. 17-19.
  8. J.K. Anderson, Xenophon (Londres, 1972), p. 57.
  9. George Cawkwell, Introduction to Xenophon: The Persian Expedition (Harmondsworth, 1972), p. 13.
  10. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 1.3.4

Ligações externas

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